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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO
2. O IMPÉRIO ROMANO NA ÉPOCA DO NASCIMENTO E MINISTÉRIO DE JESUS
I. O Império Romano do Nascimento do Cristianismo
II. O Território Romano e os Nomes da Época
III. Comparação com Impérios Antigos
IV. Cristo veio da Plenitude dos Tempos
V. A liderança de Cristo
3. O MINISTÉRIO DE JESUS
I. Cronologia do Ministério
II. Governantes da Época de Jesus
III. Jesus veio trazer o Reino de Deus
IV. Grupos Religiosos da Época de Jesus
4. O INÍCIO DA IGREJA
I. Os principais períodos da história da Igreja
5. O PERÍODO APOSTÓLICO
I. Principais acontecimentos do início da Igreja
II. Cronologia da vida de Paulo
III. Cronologia da escrita dos livros do Novo Testamento
IV. Sobre os Evangelhos
6. ERA DAS PERSEGUIÇÕES
I. As primeiras perseguições
II. Por que tantas perseguições?
III. As dez grandes perseguições
IV. Principais acontecimentos das Dez Perseguições
V. A morte dos imperadores
VI. A morte dos apóstolos
7. ERA IMPERIAL
I. Imperador Constantino
II. Consequências negativas do Edito da Tolerância
III. Resultados da união da Igreja e Estado
IV. Outras datas importantes dentro da Era Imperial
V. Os pais da igreja e sua importância
VI. Os escritos dos pais da igreja
VII. O Concílio de Cartago e a Formação do Cânone do Novo Testamento
VIII. Pontos interessantes sobre o Cânon do Novo Testamento
IX. Os Concílios, as Heresias e as Polêmicas
8. IDADE MÉDIA OU IGREJA MEDIEVAL
I. Condições de vida na Idade Média
II. Principais pontos do Cristianismo e do mundo na Idade Média
III. O declínio da igreja e a necessidade de uma reforma
9. A REFORMA PROTESTANTE
I. Os pré-reformadores
II. Martinho Lutero
III. Cronologia final da vida de Lutero
IV. A Reforma em outros lugares da Europa
V. Ulrich Zwinglio
VI. João Calvino
VII. Calvinismo e Arminianismo
VIII. John Knox
IX. William Tyndale
X. A contra-reforma
10. MOVIMENTOS MISSIONÁRIOS E AVIVAMENTOS
I. Missões e avivamentos
II. Jonathan Edwards
III. George Whitefield
IV. John Wesley
V. Dwight Lyman Moody
VI. Charles H. Spurgeon
11. MOVIMENTO PENTECOSTAL
I. Avivamento do País de Gales
II. Charles Fox Paham e o Seminário de Betel
III. A situação da igreja brasileira
IV. A igreja do evangelho pleno de Seul - David Paul Yonggi Cho
V. O maior evangelista da história da Igreja
INTRODUÇÃO

Há pelo menos dois grandes propósitos para o estudo da história do cristianismo:

1. Pouquíssimas coisas são verdadeiramente novas, de forma que dificilmente


algo acontece que já não tenha ocorrido no passado. Normalmente os eventos
se repetem, e muitas situações, problemas e complicações do séc. XXI não
passam de reincidências históricas.

2. A história tem o poder de nos inspirar. Quando se conhece a história, é possível


ter acesso ao testemunho de pessoas que conseguiram triunfar em Deus
mesmo em meio aos desafios. Quando lemos a história de aviamentos como,
por exemplo, os da época de homens como João Calvino, Jonathan Edward,
John Wesley, Charles Spurgeon entre tantos outros, podemos ter nossa
espírito inflamado.

Então que esse curso possa nos ajudar a entender o momento em que nós estamos
vivendo como igreja e que compreendamos que para termos chegado até aqui muitas
pessoas já sofreram, lançando as sementes através das quais hoje nós podemos
colher os frutos do evangelho. Que esse curso também possa inspirar você aqui
através da história de homens que foram tão poderosamente usados por Deus.
O IMPÉRIO ROMANO NA ÉPOCA DO
NASCIMENTO E MINISTÉRIO DE JESUS

A Bíblia nos traz um relato do cenário das configurações dos impérios mundiais. Na
visão de Daniel, por exemplo, cada parte da estátua representava um império que
havia de surgir: após o período do império babilônico, haveria os assírios, os medo-
persas, os gregos e, por último, os romanos. O curso da história sempre foi guiado
por Deus.

"Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma


grande estátua: uma estátua enorme,
impressionante, e sua aparência era terrível. A
cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito
e o braço eram de prata, o ventre e os quadris
eram de bronze, as pernas eram de ferro, e os
pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
Daniel 2:31-33

Judá, cuja capital era Jerusalém, passou por todos esses períodos de império sendo
vassala desses povos. Em 586 a.C., Nabucodonosor entrou em Jerusalém, destruiu
o templo e levou o povo cativo por um período de 70 anos. Tempos depois, o império
babilônico teve seu fim: os medo-persas dominaram todo o território, sendo sucedidos
pelos gregos sob Alexandre, o Grande, até a chegada dos romanos.

A grande questão que vamos perceber é que, desde a época do retorno da Babilônio,
essas gerações de ex-cativos não tinham mais o controle da terra. Depois da geração
dos reis, há governadores da Judeia e, após isso, pessoas responsáveis por seu
manejo, a exemplo de Pilatos, mas jamais acontece o retorno à monarquia.

De fato, isso é chave para entender o grande anseio dos judeus, que buscavam um
líder que deveria ser um messias político, não um salvador de um reino de Deus sobre
os homens, mas alguém que livrasse Israel do poderio romano.

O Império Romano do Nascimento do Cristianismo

O cristianismo nasceu durante a época áurea do império romano. Após vários


impérios mundiais - assírio, babilônico, medo-persa e grego - o império romano se
solidificava agora como o maior império que já existiu, unindo a cultura grego e o
poder romano. Os romanos já haviam conquistado todo o o cidente e grande parte do
Oriente durante os últimos dois séculos antes de Cristo.

Este império ocupava o território que hoje é ocupado por aproximadamente 30 nações
e possuía quase cinco milhões de quilômetros quadrados. Além disso, o império
romano também havia construído estradas que cobriam quase 85 mil quilômetros por
seu território. Com isso, assegurou um período de estabilidade nunca vista antes por
todo o mundo da época às margens do Mediterrâneo.

Nessa época o mundo era dividido em 36 províncias. 11 eram senatoriais


(administradas por um procônsul), 25 eram imperiais (onde ficavam as legiões
romanas e eram governadas por um legado pretor) e 10 eram dirigidas por um
procurador romano (entre elas estavam a Judéia e o Egito).

Isso é fundamental para compreendermos que esse tempo em que Jesus nasce é o
tempo em que o maior império que já existiu havia se consolidado, se fortalecido, e,
em pouco tempo, havia expandido e conquistado muitas terras, estabelecendo sua
cultura e linguagem.

O Território Romano e os Nomes da Época


Comparação com Impérios Antigos

Cristo veio da Plenitude dos Tempos


Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
debaixo da lei,
Gálatas 4:4

Qual é o significado da palavra plenitude: aquilo que é completo, pleno, cheio até a
medida. Deus age mediante tempos de plenitude. A plenitude dos tempos indica
medidas que precisavam ser alcançadas para a vinda do messias, são elas:

1. Judeus: o judeus cooperaram para a plenitude trazendo o conceito do


Monoteísmo em oposição ao politeísmo das outras nações;

2. Gregos: os gregos trouxeram o conceito de uma Linguagem Universal, que


facilitou muito a questão da escrita de livros no Novo Testamento;

3. Romanos: esse povo constitui o conceito da idéia de Reino, construindo as


Estradas Romanas e instituindo o acordo de Paz entre Fronteiras (Pax
Romana).

A liderança de Cristo

Um detalhe interessante: os gregos iniciaram uma filosofia de liderança que


determinava que a liderança deveria ser sempre servida. Os Romanos dominaram o
território grego, mas a cultura helênica influenciou e dominou a dos romanos, inclusive
nas questões de filosofia de liderança.

Ao longo dos cinco primeiros séculos é perceptível a dominância da filosofia grega: o


imperador é sempre servido e beneficiado, e tudo sempre centraliza nele. Cristo
nasce nesse contexto cultural, mas não é influenciado por ele. A liderança de Cristo
não é uma para ser servida, mas sim uma liderança servidora.

Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as


coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus
e estava voltando para Deus; assim, levantou-se
da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em
volta da cintura. Depois disso, derramou água
numa bacia e começou a lavar os pés dos seus
discípulos, enxugando-os com a toalha que
estava em sua cintura.
João 13:3-5
O MINISTÉRIO DE JESUS

Cronologia do Ministério

5/6 a.C. Provável data do Nascimento de Jesus


(Erro de contagem pelo monge Dionysius Exiguus no século VI)

25 a 28 d.C. Provável data do Ministério de Jesus

1° Ano Ano da Inauguração

2° Ano Ano da Popularidade

3° Ano Ano da Oposição

Governantes da Época de Jesus

Otávio Augusto (nascimento)


Imperador de Roma
Tibério (morte)

Procurador Romano da Judéia Pôncio Pilatos

Governador da Galiléia Herodes Antipas

Jesus veio trazer o Reino de Deus

É importante que compreendamos a natureza do ministério de Jesus Cristo na Terra:


uma de seus principais objetivos era trazer o reino de Deus. Isso fica bastante
evidenciado na oração do pai nosso, onde o clamor é “que venha o teu Reino”:

Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos


céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu
Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu.
Mateus 6:9,10

Quando João preparou o caminho para a primeira vinda, a mensagem foi de


arrependimento. Se a mensagem de João era de arrependimento, a mensagem da
igreja para a segunda vinda não pode ser diferente.
A palavra arrependimento vem de metanoia (μετανοεῖν) e significa “mudança de
mente”, “pensar diferente” e “ser diferente”. Quando João conclama o povo ao
arrependimento, devemos nos atentar aos dois conceitos presentes:

1. Há dois sentimentos que se parecem muito: arrependimento e remorso. Uma


pessoa que comete um erro pode sentir tristeza pelo fato, sem arrepender-se.
O arrependimento não é apenas a consciência e tristeza pelo erro, mas a
mudança de comportamento.

2. Além da mudança de comportamento, a palavra também significa pensar


diferente. João prega uma mudança de pensamento, de inconformidade com
o mundo.

Um dos aspectos que tornam um indivíduo parte do reino é o nascimento dentro


daquele reino. É por isso que Jesus diz a Nicodemos que é preciso nascer de novo.
Cristo trouxe esse Reino, e para compreendermos este Reino e implantarmos-o sobre
o Brasil precisamos entender que não vale a vontade humana, mas sim a divina.

Grupos Religiosos da Época de Jesus

Fariseus: Esse era o mais bem conhecido de todos os grupos. Não era um
grupo grande, mas tinham muita influência. Fariseu é um nome aramaico que
significa “separado”, e eles o eram de fato. A fonte dos ensinos dos fariseus
era a Tanakh.

Jesus concordava com boa parte do que eles ensinavam, mas não como eles
agiam. Ele disse: “Observai e fazei tudo quanto eles vos disserem. Mas não
procedais de conformidade com as suas obras, pois dizem e não fazem” (Mt
23:3). A pregação deles possuía muitas verdades, mas eles não praticavam o
que ensinavam.

Outro aspecto dos fariseus é que eles davam grande ênfase a cumprir a lei e
as suas tradições. Chegavam a considerar suas tradições superiores à Lei
Mosaica. Por isso Jesus os disse que “deixando o mandamento de
Deus, se apegam às tradições dos homens” (Mc 7:8)

Os fariseus não gostavam de como Jesus interagia e comia com pecadores,


do seu contato com os gentios e principalmente rejeitavam suas afirmações
com respeito a sua intimidade com o Pai.
Saduceus: Esse era outro importante grupo religioso judeu que existia na
época de Jesus.
Os saduceus detiam grande autoridade no Sinédrio (considerado o senado
judeu em Jerusalém, que mesmo sendo subordinado a Roma possuía
autoridade judicial e religiosa, sendo a mais alta corte judaica naqueles dias).

Seus integrantes eram helenizados e tinham boas relações com os romanos e


com as classes governantes. Possuíam fortunas e ascenderam ao poder por
meio de suas relações com o sumo sacerdócio e famílias aristocráticas.

Os sumos sacerdotes e outros que ocupavam posições no Templo na época


de Jesus eram saduceus. Rejeitavam muito do que os judeus mais devotos
(inclusive os fariseus) defendiam.

Ao contrário dos fariseus, não acreditavam em anjos, espíritos, juízo final,


ressurreição dos mortos, vida após a morte e nem na vinda do Messias. Suas
preocupações eram a manutenção de suas posições privilegiadas e sua boa
relação com os romanos, principais motivos que faziam com que se opunham
a Jesus.

Essênios: Apesar de as escrituras não fazerem menção dos essênios,


sabemos que eram um outro grupo religioso importante da época de Jesus.
São citados nos ensinos de Josefo, Filo, Plínio e nos Manuscritos do Mar
Morto.

Eles eram um grupo de pessoas que haviam se cansado da “corrupção do


sacerdócio no Templo” e haviam optado por uma vida modesta às margens do
Jordão. Viam-se como os remanescentes dos justos judeus. Alguns viviam em
comunidades e tinham os seus bens em comum. Dedicavam-se ao estudo das
escrituras e “purificações rituais”, a prática da oração e a cópia dos seus
próprios escritos.

Os pergaminhos do Mar Morto, encontrados em Qumran, em 1948, possui


textos que acredita-se que tenham sido escritos pelos essênios. Acredita-se
também que João Batista tenha sido um essênio.

Zelotes: Eram um grupo religioso que se opunha à ocupação romana na


Palestina.

Suas crenças religiosas eram semelhantes às dos fariseus. Entretanto


buscavam defender suas convicções por quaisquer meios necessários,
inclusive pela violência e assassinatos, as vezes até de outros judeus.
Consideravam-se patriotas, defendiam a rebelião armada e uma solução militar
para a libertação do país.
Escribas: Os escribas judeus eram especialistas da Lei de Moisés, uma de
suas principais funções era interpretar a lei, trazendo soluções para questões
difíceis e principalmente fazendo cópias exatas da Lei para o uso nas
sinagogas. Era uma espécie de teólogo/mestre.

Eles transformavam suas próprias interpretações em uma “lei paralela”. Veja


um exemplo: “Por que transgridem os seus discípulos a tradição dos anciãos?
Pois não lavam as mãos quando comem” (Mt 15:2). Lavar as mãos antes das
refeições foi uma “lei” incorporada por eles na tradição, sendo que não há
nenhuma lei no Antigo Testamento mencionando essa obrigatoriedade.
O INÍCIO DA IGREJA

E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o


evangelho a todas as pessoas.
Marcos 16:15

A igreja começou após a missão ser dada para que pregasse o evangelho (Mc 16:15).
Em Atos 1:8, Cristo informou que após eles receberem poder eles seriam
testemunhas em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra. Curiosamente,
Cristo só autoriza eles serem testemunhas o que haviam presenciado durante 3 anos
e meio com Jesus após eles receberem o poder. Antes disso, Jesus sempre dizia que
ninguém contasse o que Ele havia feito.

Só há uma autorização para testemunharem o que eles haviam visto depois deles
receberem o poder que viria do alto. Ou seja, o Senhor estava ensinando que o
evangelho não é um conjunto de conhecimentos humanos ou uma mera informação,
mas sim as boas novas testemunhadas com poder. Jesus não deixou ninguém
testemunhar sem antes receber poder.

No entanto, observa-se nesse período a falta de expansão missionária. A igreja


permanecia em seu próprio território quando deveria avançar com a evangelização.
A igreja só iniciou essa tarefa de evangelização depois da perseguição de Herodes
que causou o primeiro mártir do cristianismo: Estêvão em 35 d.C.

A igreja “esperou” sete anos para começar a sair de Jerusalém. Curiosamente, a


ordem de Atos 1:8 se cumpriu no próprio livro de Atos:

Atos 1-7 Evangelho em Jerusalém

Atos 8-12 Evangelho na Judéia e Samaria

Atos 13-29 Evangelho nos confins da terra

A Igreja esperava a volta de Cristo a qualquer momento. O anseio pelo arrebatamento


era tão profundo que os cristãos vendiam suas propriedades para ajudar os pobres.
As gerações morreram e Cristo não voltou até o presente momento, e muitos
questionam a veracidade da promessa. Diante disso, é importante frisar dois pontos
importantes sobre a vinda de Jesus:

A parábola do bom samaritano: nem a lei nem os ofícios litúrgicos resolveram o


problema do homem, mas apenas o Cristo tipificado, que aplica azeite (remédio) e
vinho (alegria) sobre o homem. O vinho representa a alegria do dia de pentecostes, e
o estalajadeiro, o Consolador.
A parábola da figueira: Jesus fala dessa figueira após tratar dos sinais que
antecederiam sua volta nos versículos anteriores. A figueira é um símbolo de Israel,
e é também uma árvore que pode frutificar mesmo depois de morta. Israel perdeu
suas terras no ano 70 d.C., até que em 1948 o estado de Israel foi reintegrado, pois
a figueira deu seu fruto.

Os principais períodos da história da Igreja

De forma geral a história da igreja está organizada em sete grandes períodos:

Apostólico Pentecostes até cerca de 100 d.C.

Era das Perseguições 100 a 313 d.C. - tendo a primeira


perseguição em 64 d.C.

Imperial 313 a 476 d.C.

Idade Média ou Igreja Medieval 476 a 1453

A Reforma 1453 a 1648

Movimentos Missionários e 1648 até o final do séc. XIX


Avivamentos

Surgimento do Movimento Pentecostal séc XX


no Mundo e sua expansão
O PERÍODO APOSTÓLICO
(Pentecostes até cerca de 100 d.C)

Principais acontecimentos do início da Igreja

● Rápido crescimento do número de cristãos:

Os que aceitaram a mensagem foram batizados,


e naquele dia houve um acréscimo de cerca de
três mil pessoas.
Atos 2:41

Em número cada vez maior, homens e mulheres


criam no Senhor e lhes eram acrescentados,
Atos 5:14

Mas, muitos dos que tinham ouvido a mensagem


creram, chegando o número dos homens que
creram a perto de cinco mil.
Atos 4:4

● A qualidade da Igreja:
Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à
comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos
estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e
sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que
criam mantinham-se unidos e tinham tudo em
comum. Vendendo suas propriedades e bens,
distribuíam a cada um conforme a sua
necessidade. Todos os dias, continuavam a
reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em
suas casas, e juntos participavam das refeições,
com alegria e sinceridade de coração, louvando a
Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o
Senhor lhes acrescentava todos os dias os que
iam sendo salvos.
Atos 2:42-47

● Conflito interno sobre a “configuração” do cristianismo entre os gentios: Um


pequeno grupo de judeus cristãos esperou certo tempo em Jerusalém sem
considerar inicialmente a possibilidade de uma igreja fora dos limites do
Judaísmo. O próprio Pedro relutou com Deus sobre romper com as tradições
do judaísmo (At 10:9-20). Todos os membros da igreja no início eram judeus.
Eles davam a entender que o gentio primeira tinha que se tornar judeu, para
depois se tornar cristão.

Paulo e Pedro também debateram acerca da necessidade dos gentios


passarem pela circuncisão ou não para se tornarem cristãos. Esse incidente
ocorreu em Antioquia, e ficou registrado por Paulo (Gl 2:11-14). Foi esse o
motivo do Concílio de Jerusalém (At 15). A decisão final é que não seria
necessária a circuncisão para os gentios que se convertessem.

Isso nos mostra que a igreja primitiva não era perfeita como muitos pensam.
Ela tinha conflitos na liderança (Paulo e Pedro), tinha carnalidade e imoralidade
(Tiatira), tinha pessoas que faziam “coisas boas” para quererem status
(Ananias e Safira), tinha pessoas que queriam beneficiar parentes
independentemente da vontade de Deus (Barnabé e Martos), etc…

● A importância do trabalho do apóstolo Paulo para o cristianismo: depois de


Cristo, Paulo é a figura de maior importância dentro do cristianismo primitivo.
Dos 27 livros no Novo Testamento, 13 são de autoria dele. Ele quem comprou
a briga do evangelho entre os gentios e realizou as principais viagens
missionárias do primeiro século, se tornando assim o plantador de mais da
metade das principais igrejas da época.

Cronologia da vida de Paulo

10 d.C. Nasce em Tarso

Provavelmente já estava em
20 d.C. Jerusalém e a partir dos 13 anos já
iniciara seus estudos com Gamaliel

35 d.C. É a data mais provável para sua


conversão em Damasco

45 d.C. Muda-se para Antioquia

46-48 d.C. Primeira Viagem Missionária

49 d.C. Concílio em Jerusalém

49-52 d.C. Segunda Viagem Missionária

53-57 d.C. Terceira Viagem Missionária

57 d.C. Preso em Jerusalém e Cesaréia

60 d.C. Primeira Prisão em Roma

Possível viagem à Espanha


63 d.C. (Clemente de Roma registrou uma
ida de Paulo para pregar na
Espanha)

66 d.C. Segunda Prisão em Roma

67-68 d.C. Martírio


Cronologia da escrita dos livros do Novo Testamento

Conforme os anos passavam, as pessoas que haviam presenciado os eventos do


evangelho começavam a morrer, de forma que escasseavam-se as pessoas capazes
de testemunhar. Por causa disso houve a necessidade da escrita dos evangelhos e,
em decorrência de seu ministério, as cartas do apóstolo Paulo.

Na época do Concílio de Jerusalém (49 d.C.), não havia ainda sido escrito nenhum
dos livros do Novo Testamento. A Igreja no dia-a-dia da vida cristã dispunha apenas
das memórias dos primeiros discípulos. Entretanto, antes que chegasse o ano 70
d.C., grande parte dos livros do Novo Testamento já estavam circulando. Veja
algumas datas:

● Os Evangelhos sinóticos foram escritos entre 50 e 61 d.C.

● O Evangelho de João, aproximadamente entre 80 e 90 d.C.

● Atos foi escrito em 63-64 d.C.

● As 13 epístolas paulinas foram escritas entre 52 e 67 d.C.

● As epístolas gerais foram escritas entre 45 e 95 d.C.

● O Apocalipse foi escrito aproximadamente em 96 d.C.

Sobre os Evangelhos

Os três primeiros evangelhos são chamados sinóticos, termo que indica uma visão
semelhante na narrativa dos fatos. Já o evangelho de João não está tão interessado
em construir uma biografia de Jesus, mas sim revelá-lo como o Cristo, Filho de Deus.

Mateus foi escrito para judeus, frisando que os eventos da vida de Jesus aconteceram
“para que se cumprisso o que fora dito” nas profecias do Antigo Testamento.

Marcos foi escrito para os romanos. Marcos tem essa tendência de relatar dados
específicos do evangelho, e é muito provável que o texto tenha sido ditado por Pedro,
que compartilha as informações com Marcos.

Lucas escreve para gregos. Assim como Marcos, ele não foi um dos discípulos,
recebendo as informações para repassar para os gregos. Lucas vai, a partir da
segunda viagem missionária, viajar juntamente com Paulo. Durante a prisão de Paulo
em Cesaréia, Lucas vai para Jerusalém coletar informações, pesquisando para sua
obra escrita.

João escreve sem nenhuma exclusão de povos ou nações. O primeiro versículo de


seu evangelho revela a união do pensamento grego (logos) e judaico (o princípio).
ERA DAS PERSEGUIÇÕES
(de 100 a 313 d.C.)

As primeiras perseguições

Embora a tradicional “primeira perseguição” tenha acontecido com Nero em 64 d.C.,


existem registros que nos falam de perseguições ao cristianismo anteriores. Existiu,
por exemplo, uma perseguição por volta de 35 d.C. que resultou no martírio de
Estêvão.

Em 51 d.C., houve uma perseguição liderada pelo imperador Cláudio, que também
acabou afetando alguns cristãos - At 18:1-2. Priscila e Áquila foram expulsos de Roma
nessa perseguição. O historiador romano Suetônio registrou que essa expulsão de
Roma se deu por causa de alguns “judeus” que estavam pregando sobre Cristo e
causando “distúrbios” na cidade.

Vale a pena lembrar que nessa época os romanos não diferenciavam judeus e
cristãos. Para eles todos eram judeus e, por causa disso, Lucas mantém essa
expressão no texto de Atos. Essa perseguição não causou mortes, apenas expulsões.

Por que tantas perseguições?

A igreja foi muito perseguida pelo império por suas convicções (que não deixavam ela
prestar culto ao imperador romano e nem oferecer sacrifícios pagãos) e também pelo
fato de que os romanos consideravam tanto os judeus como os cristãos como o
mesmo povo.

No início, o cristianismo era considerado uma seita do judaísmo. A província da Judéia


era a província mais rebelde do império romano, e isso certamente de algum modo
trazia uma resistência do império também para os cristãos.

Além disso, os romanos acusavam os cristãos de incesto - pela expressão “casar


irmãos na fé” - e também de canibalismo - pela expressão “esse é o meu corpo partido
por vós, comei dele”. Chegavam até a dizer que crianças eram sacrificadas para que
esse “corpo e sangue” fosse provido.

Embora pareça fazer pouco sentido essas expressões para essas acusações no séc.
XXI, elas possuíam certa importância naquela época pelo fato de que os cristãos se
reuniam de forma secreta em lugares fechados - devido às perseguições - e, por
causa disso, os romanos acreditavam que tais práticas eram realizadas nessas
reuniões que aconteciam de maneira reservada. No entanto, como disse Tertuliano:
“o sangue dos mártires é a sementeira da igreja”.

A primeira grande perseguição imperial foi realizada por Nero entre 64 e 68 d.C. Em
18 de Julho de 64 d.C., Nero (considerado o pior imperador de Roma, tendo matado
até sua própria mãe) decidiu, sob o desejo de construir uma nova Roma, incendiar
antiga cidade. Foram nove dias de incêndio sobre toda a cidade, que teve 10 dos 14
bairros queimados.

Quando o fogo se apagou, Nero, aproveitando-se do fato de que a maioria da


população dos bairros sobreviventes era judaica e cristã, colocou sobre eles a culpa
do incêndio. Isso fez com que aumentasse a ira dos romanos sobre o Judeus

Nero se deu ao luxo de presenciar o incêndio da cidade da torre de Mecenas, vestido


de ator, acompanhado de sua loucura enquanto cantava uma música sobre o antigo
incêndio de Tróia.

Nero, a partir de então, iniciou uma perseguição terrível contra os cristãos. Tácito
registra que “Alguns foram vestidos com peles de animais e perseguidos por cães até
serem mortos; outros crucificados; outros incendiados ao pôr-do-sol, para que
pudessem servir de iluminação à noite”. Essa foi a primeira das dez grandes
perseguições que continuaram, quase que sem interrupções, durante três séculos.

As dez grandes perseguições

Primeira Perseguição Imperador Nero 64 d.C.

Segunda Perseguição Imperador Domiciano 81 d.C.

Terceira Perseguição Imperador Trajano 108 d.C.

Quarta Perseguição Imperador Marco Aurélio 162 d.C.

Quinta Perseguição Imperador Severo 192 d.C.

Sexta Perseguição Imperador Maximino 235 d.C.

Sétima Perseguição Imperador Décio 249 d.C.

Oitava Perseguição Imperador Valeriano 257 d.C.

Nona Perseguição Imperador Diocleciano 303 d.C.

Décima Perseguição Imperador Galério 305 d.C.


Principais acontecimentos das Dez Perseguições

1. Imperador Nero - 64 d.C.

a. Pedro e Paulo foram martirizados nessa perseguição

b. Praticamente nessa mesma época iniciava o cerco de Jerusalém (66


d.C.). Em 70 d.C Jerusalém foi de fato destruída. Milhares de judeus
morreram no cerco e alguns outros milhares foram levados como
escravos para Roma. Entre as tarefas estavam a construção do
Anfiteatro de Flávio, conhecido como Coliseu Romano.

2. Imperador Domiciano - 81 d.C.

a. Segunda perseguição (a partir de 90 d.C.): Domiciano governou de 81


a 96 d.C. e implantou em todo o império o “Culto ao Imperador”. João,
que nessa época morava em Éfeso, foi exilado na ilha de Patmos. Ele
era o último dos doze discípulos que ainda estava vivo (Timóteo também
foi martirizado nessa época).

b. A prisão do apóstolo João: segundo a tradição, João, o último apóstolo


vivo, foi lançado num caldeirão de óleo fervente, mas o Senhor
preservou sua vida. Depois disso, foi lançado na ilha de Patmos durante
essa perseguição que vai se iniciar no ano 91.d.C..

A história conta que o apóstolo foi preso no ano 95 d.C., no entanto


Domiciano morreu em 96 d.C. e o imperador chamado Nerva assumiu
em seu lugar. Uma de suas primeiras medidas políticas foi libertar todos
os prisioneiros de Dominciano, inclusive João.

João sai da ilha de Patmos, retorna para Éfeso e, segundo a tradição,


vai morrer aproximadamente no ano 100 d.C. na cidade.

3. Imperador Trajano - 108 d.C.

a. Uma curiosidade sobre essa perseguição é que no início do governo de


Trajano ela não existiu, mas sendo influenciado a suspeitar deles,
determinou que se renovassem a perseguição, e, sendo possível, que
se exterminasse a nova religião.

Nos dias de Trajano havia uma “campanha” para que cidadãos do


império denunciassem cristãos. Eles eram tragos diante do tribunal, e
caso confirmassem sua fé em Cristo, eram martirizados. Ou seja, era a
religião, e não apenas os seus adeptos que Trajano odiava.

b. Inácio, Bispo de Antioquia, foi martirizado nessa época. Inácio - na


época já bem idoso - impediu um grupo de irmãos que queriam
“sequestrá-lo” para impedir que fosse morto pelo império. Ele respondeu
que o deixassem ir, pois não havia maior privilégio do que morrer por
Cristo. Ele declarou que a morte aqui não é o final, é apenas a porta de
entrada para a verdadeira vida.

c. Nessa época surgiu uma certa divisão dentro da igreja. Pois alguns
cristãos temendo a morte diziam não ser cristãos diante do tribunal, e
após serem absolvidos voltaram para a comunidade cristã que eles
faziam parte. Dentro da liderança da igreja, havia os que aceitavam
perdoá-los e reintegrá-los, mas também aqueles que diziam que porque
havia negado a Cristo, não podiam mais fazer parte da igreja.

4. Imperador Marco Aurélio - 162 d.C.

a. Trajano morreu em 117 d.C., Adriano o sucedeu e depois Antônio Pio.


Durante o governo de Antônio Pio a igreja teve paz. Foram 30 anos sem
perseguições e a palavra de Deus se espalhou por todas as províncias
romanas, e a mensagem de Cristo foi levada até as extremidades da
Gália (atual França) e da Assíria.

b. Contudo, com a subida de Marco Aurélio ao trono começou uma nova


perseguição. Policarpo, que era Bispo em Esmirna, foi o principal mártir
dessa perseguição, falecendo em sua cidade cruelmente assassinado
aos 86 anos.

Ainda nessa época, a igreja considerava a mesma simplicidade e


essência de culto que a Bíblia registra em Atos. Isto é comprovado por
uma carta que Justino escreveu sobre como era a igreja naquela época.
Esse mesmo Justino - que era Bispo de Roma - foi martirizado nessa
época.

5. Imperador Severo - 192 d.C.

a. Nenhuma outra perseguição excedeu em barbaridade - nem antes e


nem depois - a perseguição que Severo realizou em seus dias. Ele
rebentou uma terrível perseguição contra os cristãos do norte da África.
Tertuliano tentou apelar ao governante do império daquela região, mas
ele o ignorou. Diante disso, Tertuliano declarou:

“A vossa crueldade será a nossa glória. Milhares de pessoas de ambos


os sexos e de todas as classes, hão de se apressar ao martírio. Nós
iremos exaurir os vossos fogos e cansar as vossas espadas; Cartago
será dizimada. As principais pessoas da cidade, talvez até mesmo os
vossos amigos mais íntimos e os vossos parentes hão de ser
sacrificados. A vossa contenda contra Deus será em vão!”

b. Ele lançou um decreto que era proibido tornar-se cristão. A partir desse
momento, o cristianismo não era apenas perseguido, mas sim proibido
em todo o império romano. Isso fazia com que todos os cristãos
tivessem a “certeza” de que estavam condenados à morte.

Até então, os cristãos sabiam que poderiam ser perseguidos, julgados


e martirizados. Mas a partir de agora, tornar-se cristão era declarar que
aceitava morrer por Cristo. Nessa época, Irineu de Lyon (um dos
maiores teólogos dos primeiros séculos) foi martirizado em também foi
martirizada uma moça chamada Perpétua aos 22 anos de idade.

6. Imperador Maximino - 235 d.C.

a. Essa perseguição começou quando o Traciano Máximo (Maximino)


subiu ao trono em 235 d.C. Essa perseguição durou apenas 3 anos.

b. A causa dessa perseguição foi ridícula. Maximino tinha um ódio terrível


de seu antecessor Alexandre, e para manifestar o seu ódio e repúdio a
ele mudou toda a política do reinado de Alexandre. Ele tinha tratado os
cristãos com bondade, e isso foi o suficiente para que esse malvado
tirano tratasse os cristãos com severidade

7. Imperador Décio - 249 d.C.

a. Esse foi um tempo anormal neste período de perseguições. Houve


alguns anos de paz antes de Décio assumir o trono, e a igreja por falta
de zelo, começou a sentir-se cansada de estar em santa separação do
mundo, e os bispos cristãos, ensoberbecidos por seu poder e
importância, começaram a aceitar colocações na corte e começaram a
acumular riquezas colossais.

Devido a esse princípio de apostasia, muitos cristãos mostraram-se


flexíveis diante do período de perseguição que veio nos dias de Décio.

A grande prova disso é que depois que Fabiano, Bispo de Roma, foi
martirizado por Décio, ninguém teve coragem de ocupar seu lugar. Os
poucos cristãos que ainda permaneceram fiéis foram cruelmente
perseguidos e torturados.

Há um relato de sete soldados romanos cristãos que morreram à fome


numa caverna em que estavam refugiados, pois o imperador ordenara
que a estrada fosse fechada. Nessa época, Orígenes também foi
martirizado.

8. Imperador Valeriano - 257 d.C.

a. A partir de 257, o imperador Valeriano, além de manter a lei de proibição


estabelecido por Sétimo Severo, decidiu também confiscar todos os
bens que pertenciam a cristãos. Além disso, esse terrível imperador
também ordenou as cópias de todos os textos cristãos que fossem
encontrados (cópias dos evangelhos, de textos paulinos e de todo outro
livro de origem cristã) queimados.

b. Nessa época, o Bispo Sisto II - que havia aceitado ser líder da igreja em
Roma - foi decapitado em pleno culto enquanto ministrava o ato da ceia.
Durante esta perseguição, morreram também Cipriano, Bispo de
Cartago, e Orígenes de Alexandria, ambos considerados “pais da
igreja”. Um outro caso interessante de martírio dessa época foi o de
Cirilo, um adolescente que não negou a sua fé diante da perseguição
imperial.

9. Imperador Diocleciano - 303 d.C.

a. Antes de Diocleciano assumir o poder a igreja teve um período de quase


50 anos de paz. No entanto, esse tempo sem perseguição em vez de
fazer bem, acabou fazendo mal aos cristãos. O escritor A. Knight
escreve que “Nesse tempo a igreja tinha diminuído em poder espiritual,
mas tinha aumentado em soberba e ambição mundana, e a simplicidade
do seu culto quase se ofuscou por ritos mais judaicos do que cristãos”.

b. E isto não era tudo. Muitos empregavam os seus dons espirituais em


ostentação em vez de usarem-nos para edificação, e aqueles que
tinham o privilégio de poder alimentar o rebanho de Deus deixavam o
seu encargo sagrado e ocupavam-se na acumulação de riquezas.
Esbanjavam e acumulavam tanta riqueza que ouviu-se um pagão dizer
“Façam-me Bispo de Roma que eu logo me tornarei um cristão”.

c. No meio dessa apostasia começou a nona perseguição imperial.


Diocleciano promulgou o Edito de Extermínio, que era a autorização
para que qualquer cidadão do império executasse os cristãos onde eles
fossem achados. Durante essa perseguição, houve um cálculo de 3 a 4
mil cristãos mortos. Templos construídos nos anos de paz foram
destruídos e houve uma ocasião que a mando do imperador os cristãos
foram presos dentro de um templo e incendiados vivos.

10. Imperador Galério - 305 d.C.

a. Esta foi a última perseguição. Galério manteve o Edito de Extermínio


que havia sido implantado por Diocleciano e continuou a matança de
milhares de cristãos.

b. Nessa época publicaram outros dois editos:

i. Primeiro: ordenando a destruição de todo templo que ainda


restasse e de todos os escritos sagrados.

ii. Segundo: determinando que todos os que pertencessem à ordem


clerical fossem presos.

A morte dos imperadores

No entanto, é necessário também comentarmos e compararmos como morreram


esses perseguidores. Veja o fim miserável dos perseguidores:

● Nero, Diocleciano e Maximiano se suicidaram;


● Domiciano, Cômodo e Aureliano foram assassinados;

● Adriano morreu em agonia gritando “Quão desgraçado é procurar a morte e


não encontrá-la”;

● Décio foi covardemente assassinado e o seu corpo dado a abutres e animais


ferozes;

● Valeriano, depois de ser preso por Sapor, rei da Pérsia, passou a ser usado
como um “banco” onde o rei subia para montar em seu cavalo, e depois de
sofrer sete anos esse e outros insultos, foram-lhe arrancados os dois olhos e
esfolaram-no vivo;

● Valério foi acometido por uma doença terrível e, assim como Herodes, teve
seu corpo comido por bichos;

A morte dos apóstolos (100 a 313 d.C. sendo a primeira perseguição em 64 d.C.)

Mateus Sofreu martírio pela espada na Etiópia

Tiago Foi decapitado em Jerusalém

Tiago, o Menor Foi lançado de um pináculo do Templo e depois espancado até


a morte

Felipe Foi enforcado em uma coluna na Frígia, atual Turquia

Bartolomeu Foi esfolado vivo em Albanópolis

André Foi morto em uma cruz, e pregou ali aos seus perseguidores,
em Patras, na Grécia

Matias Foi primeiro apedrejado e depois decapitado em Jerusalém

Pedro Foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, na Itália

Tomé Sofreu uma flechada de lança no peito, em Malipur, na Índia

Judas Tadeu e Morreram juntos como mártires na Armênia


Simão, o
Zelote

Marcos* Sofreu martírio em Alexandria (Egito), depois de ser arrastado


pelas ruas da cidade.

Lucas* Foi enforcado em uma Oliveira, na Grécia


ERA IMPERIAL
(313 a 476 d.C.)

A perseguição teve fim quando Constantino assumiu o poder. Para tornar-se


imperador, ele precisou vencer uma batalha contra os exércitos de Maxêncio. Essa
batalha ocorreu em 28 de outubro de 312 d.C. E Constantino viu uma cruz no céu,
com uma frase em latim, que dizia: “sobre este sinal vencerás”.

Ele já era favorável ao cristianismo e depois dessa vitória com esse sinal ele decidiu
lançar um decreto pondo fim às perseguições. Esse decreto foi o Edito da Tolerância,
que foi promulgado em 313 d.C.

Imperador Constantino

Em 330 d.C.; Constantino mudou a capital do Império para Bizâncio, e trocou o seu
nome para Constantinopla.

Consequências negativas do Edito da Tolerância

● Todos deveriam estar na Igreja (por decreto)

● Costumes pagãos foram introduzidos na igreja

● Mundanismo, secularismo

● Casamento da igreja com o estado

Resultados da união da igreja e Estado

Interferência do imperador no governo eclesiástico: se o término das perseguições foi


uma bênção, a união entre igreja e estado foi uma maldição. O nível moral do
cristianismo se tornou muito mais baixo do que aquele que distinguia os cristãos dos
tempos de perseguição.

Igreja e estado se tornaram uma coisa só. A grande prova disso é que podia-se
presenciar a tragédia de ver um imperador romano presidir os concílios da igreja e
tomar parte nos debates. Literalmente, o santo havia misturando-se com o profano.

Outras datas importantes dentro da Era Imperial

● Em 27 de fevereiro de 380 d.C., o imperador Teodósio promulgou um decreto


(edito de Tessalônica) declarando o cristianismo como a religião oficial do
império romano.

● No início do século IV, acredita-se que o império romano tinha 60 milhões de


habitantes. A proporção de cristãos era aproximadamente 10% (6 milhões de
pessoas). No meado do mesmo século (por volta de 350 d.C.), a população
cristã era nada menos que 56,5% (aproximadamente 33 milhões de pessoas).

Constantino teve uma medida terrível: ele oferecia túnicas brancas e 20


moedas de ouro a todos aqueles que aceitavam se batizar declarando sua fé
em Jesus. Estudos da época mostram que milhares de pessoas aderiram à fé
cristã por causa disso. Estavam se aderindo à fé em vez de converterem-se de
fato.

Além disso, Constantino também estabeleceu a proibição dos judeus - sob


pena de morte - de apedrejar outro judeu que se converteu à fé cristã. Também
houve a proibição a qualquer pessoa ou governante que ordenasse que o povo
devesse adorar ao imperador ou qualquer outro deus romano. Ele também
oficializou o domingo como dia de descanso do cristianismo no império
romano.

Os pais da igreja e sua importância

Os considerados “pais da igreja” foram pessoas formadas pelos apóstolos e


reconhecidos como seus discípulos. Por exemplo: Clemente de Roma (que foi o
quarto Bispo da igreja naquela cidade, foi discípulo de Pedro; Policarpo, Bispo de
Esmirna, foi discípulo de João (Policarpo tinha aproximadamente 15/20 anos quando
ouvia João ensinar).

Esse título só foi dado muitos séculos depois quando as futuras lideranças olharam
para trás e reconheceram a importância do legado que esses homens deixaram para
o cristianismo e a história da teologia cristã. Não foram eles que se denominaram
“pais da igreja”, a história que deu esse título para eles.

Os pais da igreja também escreveram cartas às igrejas da época com o objetivo de


auxiliá-las e fortalecê-las (assim como os apóstolos escreviam). Mas nenhuma
dessas cartas foram consideradas “inspiradas por Deus”, embora o conteúdo delas
em muito ajudava o aperfeiçoamento das igrejas locais. Alguns desses escritos ainda
existem e foram preservados pela tradição cristã.

Podemos dividir os Pais da Igreja em dois grupos:


Pais Apostólicos Pais Apologistas

Tiveram uma relação direta com os Dedicaram suas vidas com todas as
apóstolos. suas habilidades literárias em defesa do
Cristianismo perante as heresias e as
São eles: Clemente de Roma, Inácio de perseguições do Império
Antioquia, Papias e Policarpo.
São eles: Tertuliano, Justino, o Mártir,
Irineu, Cipriano, Orígenes, Jerônimo,
Eusébio de Cesaréia, João Crisóstomo
e Agostinho.

Os escritos dos pais da igreja

● Carta à igreja em Corinto por Clemente de Roma (96 d.C.). Nessa carta,
Clemente repreende a igreja em Corinto por facções internas que haviam,
fazendo com que esses “grupinhos” atrapalhassem a unidade do corpo de
Cristo. Repare que quase 50 anos depois de Paulo ter repreendido a igreja em
Corinto por divisões internas, ela volta a ser repreendida pelo mesmo
comportamento errado.

● Carta de Policarpo de Esmirna escrita aos Filipenses (escrita antes de 140


d.C.). Essa carta teve o propósito de fortalecer a fé da igreja em Filipos e
orientá-los a permanecerem fiéis mesmo em meio à perseguição.

● Carta à igreja de Éfeso escrita por Inácio em 107 d.C. Nessa carta, Inácio fala
sobre vários temas da vida cristã e incentiva aos efésios para permanecerem
no Senhor. Inácio também não poupa elogios a essa igreja. Essa carta foi
escrita 12 anos depois da primeira das sete cartas da Ásia. De acordo com o
texto de Inácio, os problemas citados na carta de Jesus aos efésios já haviam
sido resolvidos.

O Concílio de Cartago e a Formação do Cânon do Novo Testamento

Com o passar dos anos havia uma grande quantidade de textos sendo lidos pelos
cristãos dos primeiros séculos, e entre esses textos haviam muitos de origem e
conteúdo duvidoso.

Eram ao todo mais de 200 livros que existiam nos primeiros séculos da era cristã que
tentavam ter aceitação entre as igrejas. Muitos deles tinham ensinamentos heréticos
e tinham até os nomes dos apóstolos (como se fossem de sua autoria) e os cristãos
liam nas igrejas da época e acreditavam que aquilo realmente era ensinamento de
Cristo.

Diante disso, houve a necessidade de estabelecer uma ordem acerca de quais de


fato eram os livros inspirados por Deus. Para a escolha e canonicidade dos livros
tiveram dois critérios:

1. Apostolicidade do livro: ter sido escrito por um apóstolo ou por alguém com a
ajuda de uma apóstolo. Ex: Lucas com a ajuda de Paulo e as testemunhas de
Jerusalém e Marcos com a ajuda de Pedro.

2. Aceitação ampla nas igrejas: se a maioria das igrejas reconheciam aquele livro
como inspirado por Deus.

Mediante a isso, em 367 Atanásio, Bispo de Alexandria, escreveu sua famosa carta
oriental. Nesse documento, enumerava os 27 livros que hoje fazem parte do nosso
Cânon do Novo Testamento. No desejo de impedir que seu rebanho caminhasse junto
ao erro, Atanásio afirmou que nenhum outro livro poderia ser considerado escritura
cristã.

Em 397, o Concílio de Cartago confirmou essa lista e reconheceu a canonicidade e


inspiração desses livros. Os 27 livros do Novo Testamento não foram “feitos
sagrados” pelo Concílio de Cartago, mas sim foram escritos por inspiração divina e
depois foram apenas “reconhecidos” pela igreja e pelos bispos como a base do cânon.

Pontos interessantes sobre o Cânon do Novo Testamento

Existem pelo menos 3 cartas perdidas do Apóstolo Paulo:

1. É o caso de uma carta destinada aos laodicenses. Em Cl 4:15-16, Paulo


recomenda que a carta “Aos Colossenses” seja reciprocamente lida em ambas
as cidades (Colossos e Laodicéia), assim como a “Carta à Laodicéia” foi lida
em Colossos.
Saúdem os irmãos de Laodicéia, bem como Ninfa
e a igreja que se reúne em sua casa. Depois que
esta carta for lida entre vocês, façam que também
seja lida na igreja dos laodicenses, e que vocês
igualmente leiam a carta de Laodicéia.
Colossenses 4:15,16

2. Outros dois casos dizem respeito à igreja de Corinto. A partir da interpretação


de 1 Co 5:9 e 2 Co 2:4-7:8 entende-se que Paulo tenha escrito no mínimo
quatro cartas aos coríntios. Sendo que a nossa primeira carta aos Coríntios
seria a segunda, e a nossa segunda, a quarta carta que Paulo escreveu àquela
igreja.

Outro ponto interessante sobre o Cânon do Novo Testamento tem a ver com a
diferença do grego bíblico para o grego contemporâneo.

Ex: O ladrão da cruz: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no


teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso”(Lc 23:42-43)

No entanto, no domingo Jesus disse que ainda não tinha ido ao céu depois de sua
morte: “Recomendou-lhes Jesus: não me detenhas, porque ainda não subi para meu
Pai” (Jo 20:17). Jesus morreu numa sexta, e ressuscitou no domingo. Como ele foi
para o céu como o ladrão na sexta, se no domingo ele disse para Maria Madalena
que ainda não tinha ido?

Resposta: a proposição “que” e a “vírgula” existentes no texto em nosso idioma não


constam no grego Koiné. É um recurso do tradutor. A escrita bruta seria assim: “Em
verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso”. Nesse caso, onde colocamos a
vírgula?

Os Concílios, as Heresias e as Polêmicas

Os concílios foram necessários para que a igreja se posicionasse através dos Bispos
e dos teólogos em todas as vezes que polêmicas e heresias surgiam na igreja. Ao
todo existiram 21 concílios gerais mais o concílio de Jerusalém em 49 d.C.

As principais heresias que foram combatidas em alguns concílios foram:

Arianismo 1° Concílio de Nicéia 325 d.C.

A Trindade e a Divindade do Espírito 1° Concílio de Constantinopla em 381


Santo d.C.

Pelagianismo 1° Concílio de Éfeso em 431 d.C.

As Duas Naturezas de Cristo Concílio de Éfeso em 431 d.C.

Theotokos “Maria mãe de Deus” Concílio da calcedônia em 433 d.C.

Monoteísmo 3° Concílio de Constantinopla em 681


d.C.
A IDADE MÉDIA OU
IGREJA MEDIEVAL
(476 - 1453)

Esse foi o período mais difícil para a humanidade de um modo geral. Não só para a
igreja, mas também para a sociedade como um todo. Esse período é chamado de
“Idade das Trevas”.

Condições de vida na Idade Média

As pessoas tomavam em média um ou dois banhos por mês;

A grande maioria das pessoas tinha cicatrizes no rosto de doenças como, por
exemplo, a varíola;

Até os mais ricos possuíam pouquíssimos dentes, e todos eles em condições


precárias. Muitos desses ricos moravam em castelos, mas por causa do medo de
invasões, esses castelos construídos de pedras, não possuíam janelas, o que tornava
o ambiente cheio de mofo, sem iluminação e com cheiros muito fortes. Não havia
água potável com facilidade e também não havia nenhum sistema de refrigeramento
de água. Com isso, até os mais ricos bebiam uma água quente e com sabor forte.

Uma simples pessoa do século XXI consegue ter acesso a privilégios como água
gelada, ar condicionado e remédios - confortos que até os mais ricos da idade média
não possuíam.

As pessoas, em sua grande maioria, não sabiam ler nem escrever. Isso as tornava
mais fáceis de serem alienadas.

Principais pontos do Cristianismo e do mundo na Idade Média

● Surgimento do Islamismo no mundo: surgiu no século VII, com Maomé que, a


partir de 610 d.C., disse ter recebido revelações do anjo Gabriel e com essas
“mensagens” formou o Alcorão. Gradualmente, conseguiu milhares de
seguidores e iniciou a “Guerra Santa”, ou seja, a expansão do islamismo
através da força e imposição sobre os “povos infiéis”;

● As cruzadas e as tentativas frustradas de reconquistar o Oriente Médio e o


Norte da África;

● Surgimento dos monastérios;

● Os Valdenses;

● A “Santa Inquisição”;
O declínio da Igreja e a necessidade de uma reforma

● A partir do Concílio de Hipo em 367, devido à influência do Estado e


principalmente a intervenção do imperador Teodósio, sucessor de
Constantino, o cristianismo começou a se deteriorar, formando o catolicismo;

● Em 400, Maria passa a ser chamada “Mãe de Deus” e os católicos passam a


interceder a ela pelos mortos;

● Em 431 foi estabelecido o culto a Maria no Concílio de Éfeso;

● Em 503 é criado e institucionalizado o conceito do Purgatório;

● Em 600, Gregório, o Grande, torna-se o primeiro Papa oficialmente aceito.


Desse momento em diante, podemos considerar a institucionalização da Igreja
Católica Ortodoxa Romana;

● Em 787 é instituído o culto às imagens e às relíquias do II Concílio de Nicéia;

● Em 1073 o Papa Gregório VIII implanta a doutrina do Celibato;

● Em 1094, no Concílio de Clermont, a igreja católica cria as indulgências;

● Em 1229 a igreja proíbe aos “leigos” a leitura da Bíblia;


A REFORMA PROTESTANTE
(1453 - 1648)

Os pré-reformadores

● John Wycliffe (1330 - 1384): conhecido como “a Estrela da Manhã da


Reforma”. Foi um dos primeiros que se opôs ao domínio do Papa. Traduziu a
Vulgata Latina para o inglês.

Sua doutrina ensinava que o Papa não era a maior autoridade da igreja, mas
sim as escrituras. Assim como Lutero, Deus preservou a vida de Wycliffe e ele
morreu de morte natural.

A igreja católica fez de tudo para acabar com a influência de Wycliffe, tanto em
vida como em morte, a ponto de em 1428 (44 anos após sua morte), os ossos
dele foram desenterrados, queimados e as cinzas foram jogadas em um
ribeiro.

“Quando jogaram suas cinzas no ribeiro, este correu para um rio, o rio correu
para um rio maior ainda, e esse rio desaguou no oceano e ninguém mais podia
segurar os ensinos de Wycliffe” (Poema de um poeta da época).

● John Huss (1372 - 1415): tinha 12 anos quando Wycliffe morreu, e não o
conheceu pessoalmente. Foi reitor da Universidade de Praga (República
Checa)

Foi “pastor” da Capela de Belém, em Praga. Essa igreja foi construída por dois
homens ricos que queriam que a Bíblia fosse ensinada no idioma do povo, e
não no latim, como os padres faziam. Era a única igreja em Praga que se
opunha à venda de indulgências.

Conheceu os ensinos de Wycliffe e certificou-se de que de fato era o que a


Bíblia ensinava, por isso, em 1415, o Concílio de Constância condenou os
ensinos de Wycliffe e aproveitou para queimar John Huss, um dos seguidores
de sua doutrina.

“Hoje vocês matam um ganso, mas daqui a cem anos Deus suscitará um cisne
que ninguém poderá matar”

Martinho Lutero (1483- 1546)

● Nasceu em Eisleben, Alemanha, em 190 de novembro de 1483;

● Estudou em eisenach e na Universidade de Erfurt;

● Seu pai era minerador e sua mãe uma católica fervorosa;


● Com 21 anos, foi aterrorizado por uma tempestade e derrubado por um raio.
Temeroso por sua salvação, clamou à padroeira dos católicos da época (Santa
Ana), e fez um voto que se saísse vivo se tornaria monge. Duas semanas
depois entrou para o mais rigoroso entre os sete monastérios de Erfurt - a
ordem dos frades agostinianos;

● Em 1507 foi ordenado sacerdote, celebrando assim sua primeira missa;

● Em 1510 foi a Roma. Lutero esperava encontrar ali a paz ao visitar os “lugares
sagrados” e encontrar algumas relíquias (a corda onde supostamente Judas
se enforcou, um pedaço da sarça ardente de Moisés e as alegadas correntes
do apóstolo Paulo). Mas, em vez disso, descobriu os abusos grosseiros e as
hipocrisias mascaradas dos sacerdotes. Isso o fez voltar desanimado para
Erfurt.

● Em 1512 mudou-se para Wittenberg, onde se tornou doutor em Teologia;

● Ali começou a ensinar sistematicamente a bíblia. Salmos (1513-1515) /


Romanos (1515-1519) / Gálatas (1516-1517) e Hebreus (1517-1519). Entre os
anos de 1510 a 1546 calcula-se que Lutero tenha pregado mais de sete mil
sermões. Algo em torno de 200 por ano ou 4 por semana.

● Em 1517 o Papa Leão X autorizou a venda de indulgências para ser construída


a Basílica de São Pedro em Roma.

● O principal agente dessas indulgências foi o monge dominicano Yohan Tetzel.


O jargão mais famoso de Tetzel era “quando a moeda no cofre tilintar, a alma
do purgatório vai saltar”;

● Em 1517 Yohan Tetzel chegou a Wittenberg. Na época, Wittenberg era uma


cidade de apenas 2.500 habitantes. Lutero em 31 de outubro de 1517 publicou
na porta do castelo de Wittenberg as 95 teses;

● Quando a notícia dessas teses chegou a Roma, o Papa denunciou Lutero por
pregar doutrinas perigosas e intimou-o a vir até Roma. Ele recusou essa
intimação, pois dizia que a autoridade maior para a igreja era a Bíblia e não o
Papa. Por meio dessa ousada confissão, Lutero atacou o nervo central da
autoridade papal.

● Em 15 de junho de 1520, o Papa emitiu uma bula, um edito papal, declarando


que caso Lutero não se arrependesse e se retratasse ele seria excomungado
da igreja católica dentro de sessenta dias. Quarenta e um dos artigos de fé
foram considerados heréticos pelo Papa;
● Em vez de se retratar, Lutero mergulhou sua pena no tinteiro e escreveu três
polêmicos e corajosos tratados desafiando o Papa: “Discurso à nobreza cristã
na nação alemã; O cativeiro babilônico da igreja e A liberdade do homem
cristão”;

● Em 10 de dezembro de 1520 enfim Lutero respondeu à bula papal. Convidou


uma grande multidão para fora dos muros de Wittenberg e queimou o decreto
papal de excomunhão, bem como outros livros de leis eclesiásticas papais;

● Devido a isso, foi convidado a comparecer em Worms pelo imperador Carlos


V a fim de se retratar oficialmente. Teve de se “retratar” diante de 28 duques,
11 príncipes, 30 bispos e 5 mil espectadores;

● Carlos V condenou a Lutero como herege, colocando assim “um preço sore
sua cabeça”. Quando Lutero saiu de Worms, tinha 21 dias de passagem livre
até Wittenberg. Durante a viagem, foi sequestrado por um grupo de 5 homens
altamente armados a pedido de Frederico III.

O que parecia ser o último passo para uma morte se tornou em um dos passos
mais importantes para a Reforma, pois Frederico III apoiava a reforma e enviou
aqueles homens para que levassem Lutero para o Castelo de Wartburg, perto
de Eisenach, e ali ele ficou refugiado com o codinome de “Cavaleiro Jorge”;

● Ali Lutero se dedicou à tradução do Novo Testamento para o alemão de forma


exegeticamente correta. Em 21 de setembro de 1522, Lutero publicou o Novo
Testamento em alemão;

Cronologia final da vida de Lutero

1522 Publicou o Novo Testamento em alemão

1525 Casa-se com Catarina Von Bora (ex-freira) em 13 de junho (juntos


tiveram 6 filhos)

1527 Lutero compôs o hino “Castelo Forte”

1529 Encontra-se com Zwinglio em Marburgo, mas discordam sobre a


questão da ceia

1546 Lutero morre aos 62 anos

A Reforma em outros lugares da Europa

Ulrich Zwinglio Suíça

João Calvino Suíça

John Knox Escócia

William Tyndale Alemanha e Bélgica

Ulrich Zwinglio (1484 - 1531)

● 1484 - Nasce em Wildhaus, na Suíça;


● 1518 - É nomeado Sacerdote da Catedral de Zurique;

● 1519 - Começa a pregar uma série de sermões no Novo Testamento,


assinalando uma nova era na pregação bíblica;

● 1524 - Casa-se com Anna Reinhart. Juntos tiveram 4 filhos;

● 1525 - Implanta a Reforma e troca a missa e a hóstia pela Santa Ceia e


retira todas as imagens da catedral;

● 1532 - Morre lutando contra tropas católicas na batalha de Kappel;

João Calvino (1509 - 1564)

● 1509 - Nasceu em Noyon, na França;

● 1523 - Vai para Paris a fim de estudar Humanidades e Teologia;

● 1533 - Converte-se ao Protestantismo e começa a escrever “As


Institutas”;

● 1536 - Foge da França por perseguição religiosa e enquanto está indo


para Estrasburgo, passa por Genebra e é convencido por Guilherme
Farel a permanecer em Genebra;

● 1538 - Tenta impor suas ideias em Genebra e é expulso de lá. Vai então
para Estrasburgo e casa-se com Idelette de Bure;

● 1541 - Retorna a Genebra e desenvolve seu ministério por mais 20


anos. Ao todo, foram aproximadamente 25 anos pastoreando em
Genebra. Foram contabilizados 200 sermões em Deuteronômio, 159 em
Jó, 353 em Isaías, 86 nas Cartas aos Coríntios, etc…

Calvinismo e Arminianismo

Os cinco pontos do Calvinismo ao contrário do que se deduz não foram feitos


por Calvino (1509 - 1564), mas sim a partir de uma contra-argumentação ao
protesto que os seguidores de Jacó Armínio (1560 - 1606) apresentaram ao
“Estado da Holanda” em julho de 1610.

O protesto baseava-se em cinco artigos de fé baseados nos ensinos de


Armínio, e ficou conhecido na história como “Remonstrance”. A resposta a
esses cinco artigos de fé que se tornou os cinco pontos do Calvinismo.
5 pontos do Calvinismo 5 pontos do Arminianismo

Depravação total Vontade livre

Eleição incondicional Eleição condicional


(pela pré-ciência de Deus)
Expiação limitada
Expiação universal
Graça irresistível
A graça pode ser impedida
Perseverança dos Santos
O homem pode cair da salvação

John Knox (1514 - 1572)

John Knox nasceu em 1515, em Haddington, na Escócia. Em 1545 se


converteu ao Cristianismo. A partir de 1555, passou alguns anos com João
Calvino em Genebra, e depois retornou para Edimburgo, capital da Escócia,
onde realizou a reforma escocesa. John Knox faleceu em 1572.

William Tyndale (1484 - 1536)

William Tyndale sonhava em publicar uma tradução para o inglês. Estudou em Oxford
e sabia falar 7 idiomas. O rei da Inglaterra, Henrique VIII, proibia tanto a tradução
quanto citação de textos da Bíblia em inglês.

Não conseguindo apoio para a tradução na Inglaterra, foi para Wittenberg onde
traduziu todo o Novo Testamento para o inglês. Com a ajuda de Lutero,
contrabandeou 3.000 publicações do Novo Testamento para a Inglaterra.

Fugindo da perseguição de Henrique VIII, William Tyndale fugiu para a Bélgica, onde
foi encontrado e preso. Na Bélgica, traduziu o Pentateuco e o livro de Jonas, e durante
seu cárcere de uma ano e meio conseguiu traduzir de Josué até II Crônicas.

Chegado o dia, William Tyndale foi levado até uma praça pública para sua execução
na fogueira. Suas últimas palavras foram uma oração para que o rei da Inglaterra
tivesse seus olhos abertos. Um ano depois sua oração foi atendida, e o rei Henrique
VIII autorizou a publicação da Bíblia.

A contra-reforma

Foi uma resposta da Igreja Católica contra a Reforma Protestante por meio de uma série de
medidas para conter o avanço do protestantismo que ganhava força na Europa absolutista,
principalmente porque muitos reis buscavam se libertar das garras do papa que tinha mais
poder que os próprios reis.

O protestantismo então ganhou simpatia de reis como na Inglaterra, que foi o primeiro reino
a se desligar do Vaticano. Mas, na verdade, a contra-reforma foi apenas uma reafirmação
das crenças católicas, sem mudar de fato muita coisa.

A única coisa que de fato mudou foi que devido ao confronto da Reforma Protestante contra
os exageros abusivos da igreja católica, os Bispos decidiram suprimir os abusos ligados às
indulgências, e foi decidido que seminários seriam estabelecidos com o objetivo de
proporcionar uma melhor qualificação para os sacerdotes.

Um último ponto que vale a pena destacar foi a criação de um grupo missionário chamado
Companhia de Jesus, cujos membros ficaram conhecidos como jesuítas.

O movimento Puritano

Os puritanos foram ministros ingleses - e depois escoceses - que buscavam purificar a igreja
da Inglaterra de costumes católicos. Para isso, combinavam piedade e disciplina com o
desejo de reformar a igreja Anglicana. Infelizmente eles não conseguiram e alguns deles
optaram por migrar para a “Nova Inglaterra”, e ali fundarem uma nova sociedade onde eles
pudessem ter liberdade religiosa.

Em 1620 eles decidiram partir para o “Novo Mundo”. Cerca de 100 pessoas (entre elas
crianças) cruzaram o oceano saindo da Inglaterra e indo em direção às colônias. Depois de
mais de 2 meses à bordo do navio Myflower, aportaram em Plymouth, no Cape Cod (EUA).
Em menos de 15 anos a população de imigrantes já era mais de 2 mil habitantes em
Plymouth.

O modelo puritano pastoral

Richard Baxter (1615 - 1691): Baxter foi pastor em Kidderminster, no interior da Inglaterra,
onde realizou um dos mais importantes trabalhos pastorais da história da igreja. Sua paróquia
era uma aldeia com aproximadamente 2 mil habitantes, e quase todos se converteram sob o
ministério de Baxter. Seu trabalho consistia em visitar sistematicamente as famílias da cidade,
com o propósito de cuidar espiritualmente delas. Ele visitava de sete a oito famílias por dia.
MOVIMENTOS MISSIONÁRIOS
E AVIVAMENTOS
(1648 - final do séc. XIX)

Missões e avivamentos

Dos séculos XVII a XIX, existiu uma grande ênfase ao movimento missionário. Em
1789, aos 28 anos, Guilherme Carey, conhecido como “o Pai das Missões Modernas),
fundou a Sociedade Batista Missionária.

Guilherme Carey - também conhecido como William Carey - era inglês e em 13 de


julho de 1793, Carey deixou a Inglaterra com sua família em um navio para a índia e
nunca mais voltou. Trabalhou durante 41 anos. Juntos eles fundaram 26 igrejas, 126
escolas e tiveram nessas escolas 10.000 alunos. Traduziram as escrituras em 44
línguas e dialetos, organizaram a primeira missão médica na Índia e juntos levaram
milhares de indianos a Cristo.

Outros missionários conhecidos dessa época foram: Adoniran Judson (1788-1850),


que trabalhou na índia e na Birmânia; Hudson Taylor (1832 - 1905), que em 1865
fundou a Missão para o interior da China, existente lá até hoje. Taylor viveu na China
por 51 anos e seu trabalho resultou diretamente na conversão de aproximadamente
18 mil pessoas.

Mas não podemos deixar de falar da linda história dos irmãos Morávios. Em 1732,
John Leonard Dober e David Nitschmann. Eles moravam na República Tcheca e se
venderam como escravos para responderem a um chamado missionário para
evangelizar as Ilhas Virgens.

Paralelo a essa época, começaram a acontecer também grandes avivamentos em


diferentes lugares do mundo:

● Jonathan Edwards em Northampton;

● George Whitefield na Inglaterra e nas colônias americanas;

● D. L. Moody em Chicago;

● Charles Spurgeon em Londres.

Jonathan Edwards

● Foi pastor da Igreja Congregacional em Northampton/MA.

● Foi o líder de um grande avivamento nos EUA. Em um único inverno 300


pessoas converteram-se através de suas pregações em Northampton, e após
pregar o sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado” em Enfield/CT 50
mil pessoas se converteram durante 3 anos de despertamento espiritual.

George Whitefield
● Foi um dos principais evangelistas da História da Igreja, conhecido como o
“Príncipe dos Pregadores ao Ar-Livre”.

● Whitefield merece esse título porque pregava em média dez vezes por
semana, durante um período de 28 dias fez a incrível façanha de pregar a 10
mil pessoas por dia. Viajava a cavalo pregando e sua voz era ouvida a mais de
1km de distância.

John Wesley

● Juntamente com Whitefield, fundou o “Clube Santo” em Oxford, devido a


disciplina que possuíam na prática da vida cristã.

● Em 1738 retornou à Inglaterra de uma viagem para evangelizar os índios na


Virgínia. Mas na viagem de volta declarou: “Fui à América evangelizar os
índios, mas que me converterá?”. Em 24 de maio de 1738, viveu a experiência
do “coração aquecido”, na rua Aldersgate, sob um comentário de Romanos.

● Enquanto Whitefield se dedicou ao trabalho evangelístico, Wesley se dedicou


mais ao trabalho pastoral. Foi fundador do Metodismo, e quando morreu o
movimento tinha mais de 60 mil membros.

Dwight Lyman Moody

● Seu pai era alcoólatra e morreu quando ele tinha 4 anos, deixando muitos
filhos. Só não passaram necessidade pois um pastor ajudava a família.

● Converteu-se em Boston e foi em seguida trabalhar em Chicago. Lá desejou


ensinar em uma escola bíblica e os professores disseram que somente se ele
conseguisse seus próprios alunos. Ele trouxe 18 meninos de rua.

● Amava a evangelização pessoal, e era um inflamado evangelista. A história


conta que ele levou 1 milhão de pessoas a Cristo através de suas cruzadas e
evangelismos.

Charles H. Spurgeon

● Spurgeon foi considerado o “Príncipe dos Pregadores”

● Foi pastor do Tabernáculo Metropolitano em Londres

● Era à frente de seu tempo. Pregava no domingo pela manhã no Tabernáculo


Metropolitano em Londres e na segunda pela manhã seu sermão era vendido
impresso em Nova York por meio de telégrafos.

● Antes dos 20 anos de idade, Spurgeon já tinha pregado 600 vezes. Há relatos
de pessoas que se converteram através de seu ministério de diversas formas,
até por um sermão envolvendo uma margarina. Seu legado tem abençoado
várias gerações.
MOVIMENTO PENTECOSTAL
(séc XX)

Avivamento do País de Gales (1904)

O avivamento de 1904 no País de Gales foi um dos principais da história do


cristianismo. Evan Roberts foi o líder desse avivamento.Esse movimento tomou
proporções apenas dentro do País de Gales, mas influenciou eventos posteriores na
história do cristianismo.

Um avivamento que alcançou 100 mil pessoas que foram convertidas a Cristo no
período de apenas 9 meses, ao fim dos quais Evan Roberts adoeceu, gerando um
esfriamento no movimento.

O avivamento do País de Gales teve manifestações visíveis e extraordinárias de


Deus que transformaram esse tempo. A doença de Evan fez com que o avivamento
se comportasse como uma chuva que passa, mas cujos frutos permanecem: um
grande crescimento da igreja no país.

O movimento Pentecostal do séc. XX

No final do século XIX, a igreja se reuniu pela busca de um avivamento,


especificamente Charles F. Paham reuniu uma turma no seminário para estudar
doutrinas bíblicas. Quando se depararam com a pneumatologia, mais precisamente
o batismo com o Espírito Santo, eles começaram a se questionar acerca do que era
aquele batismo e como receber aquela manifestação.

Eles começaram a buscar o batismo com o Espírito Santo, clamando a Deus para que
entendessem e experimentassem aquele mover de Deus. Na virada do milênio,
acontece o evento do batismo com o Espírito Santo de Agnes Ozman, que durante
três dias não conseguiu falar se não em chinês, sendo que ela não conhecia o idioma.

Nessa escola estudava William Seymour, um pastor negro na época da segregação


racial. Em 1906, 6 anos depois da visitação de Deus na virada do século, William
também fazia parte desse grupo, e vai concluir seus estudos e retornar para Los
Angeles.

Nessa época havia segregação racial entre igrejas de negros e brancos, só que
Seymour era uma pessoa muito temente ao Senhor, orando 6 horas por dia para que
Deus enviasse um avivamento. Ele e a família que o hospedava iniciaram uma oração
aparentemente comum, mas, de uma forma inexplicável, aquela oração durou três
dias sem acabar.

Os barulhos da casa atraíram a atenção dos vizinhos. A oração só terminou porque o


assoalho da casa cedeu após os três dias de oração, batismo com o Espírito Santo
e línguas estranhas. Buscando comportar as pessoas que vinham vê-lo, alugou um
galpão na Rua Azuza, iniciando o avivamento da Rua Azusa.

As línguas estranhas são o dom de Deus para a igreja do século XX, e a prova disso
é que através do movimento pentecostal houve um crescimento estrondoso na
missão evangelística da igreja, com avivamentos na Guatemala, África, a assembleia
de Deus crescendo no Brasil.

Houve o caso de um repórter alemão que visitou a Rua Azusa num culto de domingo
buscando ironizar o avivamento. Ele foi surpreendido por uma jovem negra que falou
com ele em línguas estranhas durante 10 minutos, durante os quais ele ouvia as
palavras em sua língua natal.

A situação da igreja brasileira

Ao analisarmos os movimentos históricos, percebemos que a igreja brasileira passa


por um momento parecido com o fenômeno do avivamento, mas que parece não ter
algumas características presentes em avivamentos de outras nações.

O fenômeno que a igreja no Brasil vive hoje é o fenômeno da “colheita”, o mesmo que
aconteceu em Samaria, quando a Bíblia relata que a mulher samaritana trouxe toda
a cidade para Cristo. Temos igrejas e mais igrejas que têm experimentado conversões
em massa, mas um avivamento é muito mais que isso: é um templo pleno de visitação
completa de Deus sobre um povo.

A igreja do evangelho pleno de Seul - David Paul Yonggi Cho

Essa igreja tem um prédio onde cabem 25.000 pessoas sentadas, sendo
Institucionalmente a maior igreja do mundo. O reverendo Yonggi Cho não é mais o
pastor dessa igreja, fazendo a transição para o seu sucessor aos 50 anos de
ministério. Ainad vivo, ele viaja pelo mundo falando acerca do movimento da igreja
em célula e como isso pode ser implantado. Deus manifestou sua unção , graça e
crescimento sobre essa igreja.
O maior evangelista da história da Igreja

O reverendo William Franklin "Billy" Graham Jr, também conhecido como Billy
Graham, é considerado o maior evangelista do século XX. pregou em 185 Países,
incluindo China e Rússia na época do comunismo.

Acredita-se que tenha pregado para mais de 200 milhões de pessoas, e foram
contabilizadas até a data em que concluiu suas cruzadas mais de 3 milhões e 500 mil
decisões de pessoas que entregaram suas vidas a Cristo. O legado desse homem é
extraordinário!

Em 1974, Billy Graham pregou no Brasil, no Maracanã, lotando o estádio por cinco
dias com públicos diferentes. Nunca houve um escândalo moral ou financeiro em que
este reverendo esteve envolvido, de forma que sua memória é íntegra. Faleceu
recentemente com 99 anos.

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