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DE MONTAGEM
MECÂNICA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
MECÂNICA
1- 1 -
ENCARREGADO DE MONTAGEM MECÂNICA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA
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É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, bem como a produção de apostilas, sem
autorização prévia, por escrito, da Petróleo Brasileiro S.A. – PETROBRAS.
50 p.:il.
3
ÍNDICE
Introdução.................................................................................................................................................. 6
Estrutura cristalina dos metais............................................................................................................. 7
Classificação e propriedades dos materiais ..................................................................................... 10
3.1 Classificação ................................................................................................................................ 10
3.1.1 Ferrosos................................................................................................................................ 10
3.1.2 Não Ferrosos ........................................................................................................................ 10
3.1.3 Orgânicos ............................................................................................................................. 10
3.2 Propriedades................................................................................................................................ 11
3.2.1 Propriedades Mecânicas ...................................................................................................... 11
3.2.2 Propriedades Térmicas ........................................................................................................ 12
3.2.3 Propriedades Elétricas ......................................................................................................... 12
3.2.4 Propriedades Químicas ........................................................................................................ 12
Ligas Ferrosas ...................................................................................................................................... 13
4.1 Aços ............................................................................................................................................. 13
4.1.1 Aços Carbono ....................................................................................................................... 13
4.1.2 Aços Liga .............................................................................................................................. 17
4.1.3 Aços Inoxidáveis................................................................................................................... 18
4.2 Ferros Fundidos ........................................................................................................................... 22
4.2.1. Ferros Fundidos Cinzentos ................................................................................................. 23
4.2.2 Ferros Fundidos Brancos ..................................................................................................... 26
4.2.3 Ferros Fundidos Nodulares .................................................................................................. 26
4.2.4. Ferros Fundidos Maleáveis ................................................................................................. 27
Ligas não ferrosas ............................................................................................................................... 29
5.1 Cobre e suas Ligas ...................................................................................................................... 29
5.2 Alumínio e suas ligas ................................................................................................................... 36
Plásticos e borrachas .......................................................................................................................... 41
6.1 Classificação ................................................................................................................................ 42
6.1.1 Termofixos ............................................................................................................................ 42
6.1.2 Termoplásticos ..................................................................................................................... 42
6.2 Propriedades comuns dos plásticos ou polímeros ...................................................................... 42
6.3 Principais tipos de plásticos, borrachas e aplicações.................................................................. 43
6.3.1 Nylon..................................................................................................................................... 43
6.3.2. Teflon................................................................................................................................... 43
6.3.3. Acetal................................................................................................................................... 44
6.3.4. Cloretos de Polivinila – PVC................................................................................................ 45
6.3.5. Poliuretano........................................................................................................................... 45
6.3.6. Borrachas ou elastômeros................................................................................................... 46
Identificação dos materiais na oficina ............................................................................................... 48
7.1. Aspecto da superfície ................................................................................................................. 48
7.2. Aspecto da fratura....................................................................................................................... 48
7.3. Ação da lima ............................................................................................................................... 49
7.4. Centelhas ao esmeril .................................................................................................................. 49
7.5. Atração pelo imã ......................................................................................................................... 49
7.6. Sonoridade.................................................................................................................................. 49
Bibliografia............................................................................................................................................ 50
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Lista de figuras, gráficos e tabelas
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Introdução
A variedade de materiais com que se deparam aqueles que trabalham na área da mecânica é
muito grande. A constante evolução tecnológica tem proporcionado aos profissionais da área um
desenvolvimento que vai desde a melhoria dos metais comuns como a elaboração de novos materiais
sintéticos e ligas diversas.
Para uma perfeita e completa compreensão do tema, seria necessário um estudo
aprofundado, que vai desde os processos de obtenção dos materiais, seus tratamentos térmicos e
termoquímicos, passando pelo estudo de suas características, propriedades e aplicações. Entretanto,
para o curso em questão deveremos focar nas necessidades gerais e específicas do profissional de
CM – Construção e Montagem.
Entende-se que um encarregado de montagem mecânica, considerando o perfil profissional
desejado, deve possuir competências para poder aplicar métodos, processos e logística para a
execução das montagens, sendo capaz de: ler e interpretar desenhos e projetos, identificar materiais
mecânicos, conhecer métodos e elementos de montagem e realizar medições. Algumas destas
competências serão construídas com o apoio da base tecnológica “materiais de construção
mecânica”.
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Estrutura cristalina dos metais
As partículas que compõem a maioria dos materiais sólidos se organizam de uma forma
tridimensional que se repete em todo o material. Esta organização é chamada de estrutura cristalina.
Os materiais metálicos, tanto os ferrosos como os não ferrosos, e ainda os não-metálicos, como a
cerâmica, apresentam esse tipo de estrutura.
Essas estruturas cristalinas, dependo da forma geométrica que apresentam, recebem diversas
denominações, entre elas: hexagonal compacta (HC), cúbica de face centrada (CFC) e cúbica de corpo
centrado (CCC).
A estrutura hexagonal compacta é típica dos metais como o cobalto, titânio, magnésio, berílio,
zinco e cádmio e tem o formato de um prisma hexagonal com três átomos dentro dela (fig. 1).
A estrutura cúbica de face centrada é a encontrada no alumínio, níquel, cobre, prata, ouro,
platina e chumbo, por exemplo, e tem o formato de um cubo com um átomo em cada uma das suas
faces (fig. 2).
A estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) é encontrada em metais como ferro, cromo,
tungstênio e molibdênio, possuindo o formato de um cubo com um átomo adicional em seu centro. (fig.
3).
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Fig. 3 - Estrutura Cúbica de Corpo Centrado (CCC).
A maior parte dos materiais são compostos por um conjunto de pequenos cristais ou grãos.
Como a orientação cristalográfica é aleatória, o encontro de dois grãos forma uma superfície na qual
existe um desarranjo atômico. Esta superfície é conhecida como contorno de grão.
Figura 4 – Estágios de solidificação de um material policristalino: a) nucleação de cristais no líquido; b) crescimento e obstrução
dos cristais em regiões de encontro; c) final da solidificação; d) estrutura dos grãos no microscópio, onde as linhas escuras
representam os contornos dos grãos.
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Quando os metais são deformados por processos mecânicos, como a laminação, as camadas
de átomos deslizam umas sobre as outras ao longo dos planos de átomos que se formam nas
estruturas cristalinas. Esses planos são chamandos de planos cristalinos.
As estruturas cristalinas cúbicas possuem mais planos de átomos do que as estruturas
hexagonais. Por esta razão é mais fácil deformar um material que possui estrutura cúbica, como o
alumínio, o cobre e o ferro, do que um material que possui estrutura hexagonal com o magnésio.
Alguns defeitos que ocorrem na fabricação dos metais, como os defeitos cristalinos, surgem
no contorno dos grãos. Nesta região a deformação é mais difícil, pois os planos cristalinos são
interrompidos, dificultando o deslizamento. Por esta razão a ruptura de um metal, na maioria das
vezes, ocorre no contorno do grão.
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Classificação e propriedades dos materiais
3.1 Classificação
3.1.1 Ferrosos
A denominação de ferrosos é dada a todos os materiais metálicos que têm na sua estrutura o
elemento químico ferro. Fazem parte desta família as ligas de aço, com uma enorme gama de
composições e compostos, bem como os diferentes tipos de ferros fundidos. Os ferrosos possuem
propriedades físicas e têm comportamento químico dos mais variados, com campos de aplicação em
todas as áreas tecnológicas.
A origem dos metais ferrosos é muito antiga. Não se desenvolveu com maior rapidez devido
ao fato de sua obtenção exigir uma tecnologia avançada para a época em questão. No final do século
XIV já se tinha notícia da fabricação do aço, entretanto, somente por volta de 1780 foram patenteados
os laminadores que deram origem aos laminados redondos e barras.
Todos os outros materiais metálicos que não o aço e o ferro fundido são considerados não
ferrosos. Sua importância é cada vez maior, mas seu desenvolvimento em escala industrial aconteceu
mais recentemente, embora a tecnologia de obtenção seja anterior a do aço, levada pelo baixo ponto
fusão desses materiais.
O cobre, com suas variadas ligas com zinco e estanho, formando os metais conhecidos como
latões e bronzes respectivamente, o alumínio puro ou ligado com magnésio e outros metais, e o zinco
e suas ligas, formam um conjunto enorme de materiais que ocupam um lugar de destaque na
tecnologia moderna.
3.1.3 Orgânicos
Os materiais metálicos vêm, aos poucos, sendo substituídos pelos materiais orgânicos em
função das características vantagens destes últimos: resistência à corrosão, abrasão, leveza e fácil
obtenção.
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À medida que a tecnologia de obtenção avança, os materiais orgânicos tornam-se cada vez
mais acessíveis. Cada produto conseguido pela tecnologia se aplica de início substituindo algo
existente, depois gera seu lugar próprio.
Os plásticos e borrachas, materiais que serão estudados mais adiante fazem parte desta
classificação.
3.2 Propriedades
Estas são, sem sobra de dúvida, as propriedades mais importantes na área da engenharia,
uma vez que estão relacionadas com a resistência que os metais oferecem quando sujeitos a
esforços de natureza mecânica, como tração, compressão, choque, cargas cíclicas, etc.
É com base nestas propriedades que são projetadas as estruturas metálicas, fixas ou móveis
e todos os seus componentes metálicos utilizados na indústria. A seguir vamos ver algumas das
propriedades mecânicas mais importantes.
A elasticidade é um exemplo de propriedade mecânica. Pode ser definida como a
capacidade que um material tem de retornar à sua forma e dimensões originais quando cessa o
esforço que o deformava. Um bom exemplo para esta propriedade é ação das molas.
A estampagem de uma chapa de aço para fabricação de uma porta de geladeira, por
exemplo, só é possível em materiais que apresentem plasticidade suficiente. Plasticidade, outra
propriedade mecânica importante, é a capacidade que um material tem de apresentar deformação
permanente apreciável, sem se romper.
Uma ponte deve suportar esforços de flexão sem se romper ou apresentar deformações
permanentes. Para tanto, é necessário que ela apresente resistência mecânica suficiente.
Resistência mecânica, portanto, é a capacidade que um material tem de suportar esforços externos
(tração, compressão, flexão etc.) sem se romper.
A dureza é definida pela resistência do material à penetração. A dureza e a resistência à
tração estão intimamente ligadas. As escalas mais comuns em que são medidas as durezas dos
materiais metálicos são: Brinell, Vickers e Rockwell. A importância de conhecermos a dureza dos
materiais está relacionada com a durabilidade das peças sujeitas à desgaste, como os discos de
freios de automóvel e à menor ou maior facilidade de obtermos peças por usinagem.
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3.2.2 Propriedades Térmicas
A condutividade elétrica é uma das propriedades que os metais possuem. Em geral, todos
os metais são bons condutores de energia elétrica. Um exemplo importante é o cobre, material
normalmente utilizado para a fabricação de fios elétricos.
Outra propriedade elétrica é a chamada resistividade, que é a resistência que o material
oferece à passagem da corrente elétrica. Essa propriedade está presente nos materiais que são maus
condutores de eletricidade. Por esta razão os fios elétricos são revestidos por material plástico,
porque esse material resiste à passagem da corrente elétrica.
Quando os materiais entram em contato com outros ou até mesmo com o meio ambiente é
que as propriedades químicas se manifestam. Elas se apresentam sob a forma de presença ou
ausência de resistência à corrosão, aos ácidos, às soluções salinas e resistência à oxidação (pelo
efeito da temperatura). Um material que resiste muito bem à corrosão, quando em contato com o
ambiente, é o alumínio. Por outro lado, o ferro, sob mesmas condições, não resiste bem à corrosão,
isto é, enferruja com facilidade.
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Ligas Ferrosas
4.1 Aços
Aços carbono são basicamente ligas de ferro e carbono, contendo ainda outros elementos,
com um teor máximo de 1,2% de carbono. Porém, a maior parte dos aços contém menos que 0,5%
de carbono.
Os aços carbono possuem diferentes características, preços e utilizações. Cada um resiste de
forma diferente ao meio ambiente, e suas propriedades e modo como podem ser tratados e
manipulados também diferem.
Propriedades Mecânicas:
Ductilidade: 0.2 a 0.5
Resistência ao desgaste: bom
Módulo de elasticidade: 196 a 211 GPa
Propriedades Químicas:
Água doce: bom
Água salgada: regular
Ácidos fortes: muito ruim
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Ácidos fracos: ruim
Bases fortes: bom
Bases fracas: muito bom
Radiação UV: muito bom
Propriedades Térmicas:
Temp. Máx de serviço: 550-700 K
Temp. Mín. de serviço: 240-260 K
Ponto de Fusão: 1,72 * 103 K
Condutividade Térmica: 40-70 W/m * K
Calor Específico: 418-455 J/Kg.K
Propriedades Mecânicas:
Ductilidade: 0.05 a 0.3
Resistência ao desgaste: bom
Módulo de elasticidade: 196 a 210 GPa
Propriedades Químicas:
Água doce: bom
Água salgada: regular
Ácidos fortes: muito ruim
Ácidos fracos: ruim
Bases fortes: bom
Bases fracas: muito bom
Radiação UV: muito bom
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Suas peças podem ser unidas por brasagem ou soldagem, e sua usinagem é feita por
torneamento, aplainamento, serramento e eletro erosão. A conformação das peças feitas desta liga é
feita por fundição, dobramento e laminação.
A seguir algumas propriedades deste tipo de aço:
Propriedades Mecânicas:
Ductilidade: 0.05 a 0.3
Resistência ao desgaste: bom
Módulo de elasticidade: 196 a 210 GPa
Propriedades Químicas:
Água doce: bom
Água salgada: regular
Ácidos fortes: muito ruim
Ácidos fracos: ruim
Bases fortes: bom
Bases fracas: muito bom
Radiação UV: muito bom
Na tabela a seguir estão listadas algumas composições de aços carbono com suas
propriedades e aplicações típicas.
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Composição Resistência à
Designação Tensão de Escoamento Alongamento
Química Estado Tração Aplicações Típicas
AISI – SAE Mpa %
% MPa
Laminado a
276-140 179-310 28-47
0,10 C quente Pregos, parafuso,
1010
0,40 Mn Laminado a barras de reforço
290-400 159-262 30-45
frio
0,20 C Laminado 448 331 36
1020 Engrenagens
0,45 Mn Recozido 393 297 36
Laminado 621 414 25
0,40 C Suportes,
1040 Recozido 517 335 30
0,45 Mn engrenagens
Revenido 800 593 20
Laminado 814 483 17
0,60 C
16
17
Propriedades Mecânicas Típicas
Composição Química
(%) Limite de Escoamento Resistência à Tração Alongamento em 2”
Kgf/mm² Kgf/mm² (%)
0,22C; 1,15Mn
31,50 45,40 19
0,005Nb ou 0,005V
0,26C; 1,35Mn
42,00 63,00 14
0,01Nb ou 0,01V
0,12C; 0,75Mn
31,50 43,40 28
0,015Nb ou 0,22Cu
0,12C; 0,75Mn
0,55 a 1,30Cu 35,00 49,00 22
0,18Mo; 0,30 a 0,75Ni
0,15C; 1,00Mn
0,90 a 1,40Cu
45,40 59,50 20
0,20 a 0,30Mo; 1,00 a
1,50Ni
Tabela 3 – Propriedades Mecânicas Típicas dos Aços Estruturais de Alta Resistência e Baixo Teor em Liga.
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Gráfico 1 – Passividade dos aços-cromo.
O gráfico da figura acima ilustra o fato, ao mostrar que à medida que aumenta o teor de
cromo no aço, este passa, em atmosfera industrial, de metal de grande corrosibilidade a um metal
praticamente indestrutível pela corrosão.
A temperaturas elevadas, o mesmo fenômeno ocorre, devendo entretanto, o teor de cromo
ser mais elevado, como a figura abaixo descreve, para que o material adquira resistência ao calor, ou
seja combinação de resistência à oxidação e resistência mecânica.
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níquel, que em teores acima de 6 a 7%, não só melhora a resistência à corrosão pelo ataque de
soluções neutras de cloretos, como igualmente as propriedades mecânicas. Os melhores aços
inoxidáveis são os que contêm simultaneamente cromo e níquel.
Outros elementos que podem estar eventualmente presentes nos aços inoxidáveis são: o
molibdênio, que melhora a resistência à corrosão nos ácidos sulfúrico e sulforoso a altas
temperaturas, em soluções neutras de cloretos e na água do mar; o cobre, que melhora a resistência
à corrosão entre certos reagentes, como o ácido sulfúrico; o tântalo e o nióbio, assim como o titânio,
que evitam o fenômeno de corrosão intergranular dos aços inoxidáveis cromo-níquel; e o silício, que
melhora a resistência à oxidação em temperaturas elevadas.
Os aços inoxidáveis se classificam em martensíticos, ferríticos e austeníticos, apresentando-
se a seguir suas principais características e tabelas de ligas, propriedades e aplicações típicas.
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Aços Inoxidáveis Ferríticos
São essencialmente ligas binárias ferro-cromo com 12 a 30% Cr.
Sua estrutura mantém-se essencialmente ferrítica (CCC) após os tratamentos térmicos
normais.
São relativamente baratos, porque não contêm níquel.
Boa resistência ao calor e à corrosão.
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Composição Resistência Tensão de
Designação Alongamento Aplicações
Química Estado à Tração Escoamento
da Liga (%) Típicas
(%) (MPa) (MPa)
Liga de elevada
taxa de
17,0 Cr
301 Recozido 759 276 60 encruamento;
7,0 Ni
aplicações
estruturais.
Equipamento de
19,0 Cr processamento
304 Recozido 580 290 55
10,0 Ni químico e de
alimentos.
Baixo carbono
19,0 Cr
para soldagem;
304L 10,0 Ni Recozido 559 269 55
reservatórios
0,03 C
químicos.
18,0 Cr Estabilizado para
10,0 Ni soldagem;
321 Recozido 621 241 45
Ti = 5 x equipamento de
%Cmín. processamento.
Estabilizado para
18,0 Cr
soldagem;
10,0 Ni
reservatórios de
347 Cb Recozido 655 276 45
transporte de
(Nb) = 10 x
produtos
%Cmín.
químicos.
Tabela 6 - Ligas, propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis austeníticos.
Como ressaltado no início deste capítulo, existem ainda diversos outros tipos de aços liga,
inclusive alguns para fins especiais, como aqueles resistentes ao desgaste, os aços carbono-cromo
para rolamentos, os aços ultra-resistentes, os grafíticos para a execução de matrizes, os criogênicos,
etc. Para um estudo mais aprofundado, conforme a necessidade se fizer presente, os alunos devem
buscar as informações na literatura especializada como indicada ao final desta apostila na bibliografia.
As ligas ferro-carbono com mais de 2% de carbono correspondem aos ferros fundidos. Pelas
suas propriedades e características esses materiais são de grande importância para a área industrial.
O elevado teor de carbono dessas ligas e a presença obrigatória do elemento silício tornam,
entretanto, necessários considerá-las como ligas Fe-C-Si. A composição química e os efeitos dos
vários elementos são:
• Carbono: é o elemento de liga básico, determina a quantidade de grafita que pode se
formar;
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• Silício: é o elemento grafitizante, favorece a decomposição do carboneto de ferro. Sua
presença independentemente do teor de carbono pode fazer um ferro fundido tender para o tipo
“cinzento” ou para o tipo “branco” (cor com que a fratura do ferro se apresenta);
• Manganês: tem efeito oposto ao silício, tende a estabilizar a cementita e contrabalança
de certo modo o efeito de silício, atua também como elemento dessulfurante;
• Fósforo: também estabiliza a cementita e é um elemento indesejável;
• Enxofre: nos teores normais, não tem ação significativa.
Os dois fatores mais importantes, sob o ponto de vista de estrutura do ferro fundido, são o
teor de silício e a velocidade de resfriamento.
Sob o ponto de vista da velocidade de resfriamento, a sua influência é relacionada com a
espessura das peças que solidificam no interior dos moldes. Assim, pequenas seções significam
velocidades de resfriamento mais elevadas que seções espessas.
A estrutura dos ferros fundidos, em resumo, apresentará os constituintes que estão
normalmente nos aços – ferrita, perlita e cementita – com maior ou menor quantidade de grafita livre,
na forma de veio, dependendo da composição química e das condições de resfriamento.
Esta liga Fe-C-Si, pela sua fácil fusão e moldagem, excelente usinabilidade, resistência
mecânica satisfatória, boa resistência ao desgaste e boa capacidade de amortecimento, é, dentre os
ferros fundidos, a mais usada.
A ASTM agrupa os ferros fundidos conforme tabela a seguir. Os números de classe
correspondem ao limite de resistência a tração, em lb/pol², isto é, 20 = 20.000 lb/pol² ou 14,0 kgf/mm².
A tabela a seguir representa as sete classes de ferros fundidos cinzentos segundo a norma
alemã DIN.
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GG-10 GG-15 GG-20 GG-25 GG-30 GG-35 GG-40
Limite de resistência à tração
kgf/mm² 10 15 20 25 30 35 40
Resistência à compressão
kgf/mm² 50/60 57/70 60/83 70/100 82/120 95/140 110/140
Segundo a ABNT, os ferros fundidos cinzentos são designados por FC (ferro fundido
cinzento) e por algarismos indicativos dos limites mínimos de resistência a tração. A tabela a seguir
apresenta as suas diversas classes.
Diâmetros da barra de ensaio Limite de Resistência à
Dureza Brinell
D no estado resistência à flexão estática
Classe d usinado em (valores
bruto de fusão tração mín. (valores médios)
mm máximos)
em mm N/mm² N/mm²
FC100 30 20 100 201 -
13 8 230 241 340
20 12,5 180 223 320
FC150
30 20 150 212 300
45 32 110 201 270
13 8 280 225 410
20 12,5 230 235 390
FC200
30 20 200 223 360
45 32 160 117 330
13 8 330 269 -
20 12,5 280 248 400
FC250
30 20 250 241 420
45 32 210 229 390
20 12,5 330 269 -
FC300 30 20 300 262 480
45 32 260 248 450
20 12,5 380 - -
FC350 30 20 350 277 540
45 32 310 269 510
30 20 400 - 600
FC400
45 32 360 - 570
Tabela 9 - Classes de Ferros Fundidos Cinzentos segundo a ABNT NBR-6589.
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As classes FC-200 e FC-250 são usadas em elementos estruturais de máquinas operatrizes,
tais como barramentos, cabeçotes, mesas etc.
As classes FC-300 e FC-350 devido a sua maior resistência mecânica e maior dureza,
aplicam-se em engrenagens, pequenos virabrequins, bases pesadas e colunas de máquinas, buchas
grandes, blocos de motor. etc.
A classe FC-400, de maior resistência entre todas as classes, possui elementos de liga como
níquel, cromo e molibdênio. Aplicada em peças de espessura média a grande.
Deve- se considerar um fator importante quando se especifica ferro fundido cinzento. É o que
relaciona as propriedades mecânicas com a seção das peças. Isso porque, para quantidades fixas de
carbono total e silício, a resistência diminui à medida que aumenta a espessura ou seção das peças.
Outras aplicações dos ferros fundidos cinzentos incluem: anéis de pistão, produtos sanitários,
tampas de poços de inspeção, tubos, conexões, carcaças de compressores, rotores, pistões
hidráulicos, engrenagens, eixos de comando de válvulas, virabrequins e inúmeros outros tipos de
peças utilizadas praticamente em todos os setores industriais.
Dadas as importantes aplicações do ferro fundido cinzento na indústria automobilística, a SAE
agrupou esse material em cinco classes, conforme tabela a seguir.
Classe G-1800: peças fundidas, miscelâneas (no estado fundido ou recozido), onde a
resistência não é o requisito principal.
Classe G-2500: pequenos blocos de cilindro, cabeçotes do cilindro, cilindros resfriados a ar,
pistões, discos de embreagem, carcaças de bombas de óleo, caixa de transmissão, caixas de
engrenagem, tambores de freio para serviço leve; também para tambores de freio e discos de
embreagem para serviço moderado, onde o alto teor de carbono minimiza o efeito desfavorável do
calor.
Classe G-3000: blocos de cilindro de automóveis e motores Diesel, cabeçotes do cilindro,
volantes, pistões, tambores de freio e caixa de transmissão de tratores para serviço médio.
Classe G-3500: blocos de motores Diesel, blocos e cabeças de cilindro de caminhões e
tratores, volantes pesados, caixa de transmissão de tratores, caixa de engrenagens pesadas; também
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para tambores de freio, discos de embreagem para serviço pesado, onde se exige alta resistência
mecânica e a fadiga térmica.
Classe G-4000: peças fundidas para motores Diesel, cilindros, camisas de cilindro, pistões e
eixos de comando de válvulas.
A introdução de elementos de ligas em teores elevados produz características especiais como
resistência à corrosão e ao calor.
Os ferros fundidos cinzentos são submetidos ao tratamento térmico de “alívio de tensões” ou
“envelhecimento artificial”. O “recozimento“ dos ferros fundidos cinzentos tem por objetivo melhorar a
usinabilidade do material. A “normalização” é empregada para melhorar as propriedades mecânicas
de resistência e dureza, do mesmo modo que a “têmpera e o revenido”, estas não tão comuns. O
“endurecimento artificial”, por chama ou indução, também pode ser utilizado de modo a aumentar a
resistência ao desgaste e o limite de fadiga.
Os ferros fundidos brancos são assim chamados por apresentarem o carbono quase
inteiramente combinado na forma de Fe3C, mostrando uma fratura branca.
Suas propriedades básicas são as elevadas dureza e resistência ao desgaste, o que, em
conseqüência os torna difíceis de usinar, mesmo com os melhores materiais de corte.
Na produção de ferros fundidos brancos, tem sido utilizada a técnica de adição de alguns
elementos de liga, tais como o níquel, cromo, molibdênio e vanádio. Estes isolados ou em
combinação regulam a profundidade de camada branca, aumentando a resistência ao desgaste e à
corrosão, aumentam a dureza Brinell, melhoram a resistência da superfície quanto ao lascamento e
trincamento pelo calor e a corrosão localizada.
As peças são geralmente submetidas a um tratamento térmico para alívio das tensões.
Devido a suas características mecânicas o ferro fundido branco é empregado nas seguintes
aplicações: revestimento de moinhos, bolas para moinhos de bola, cilindros de laminação para
borracha, vidro, linóleo, plásticos e metais, rodas de vagões, peças empregadas em equipamento
para britamento de minérios, moagem de cimento etc.
São também chamados de ferro fundido dúctil e caracterizam-se pela excelente resistência
mecânica, tenacidade e ductilidade. Levam esta denominação por possuírem a grafita em forma de
nódulos.
Os processos de nodulização desses materiais consistem na adição, no metal fundido, de
determinadas ligas contendo magnésio, cério, cálcio, lítio, sódio ou bário.
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Um tratamento térmico de recozimento ou normalização alivia as tensões e melhora as
propriedades mecânicas. O tratamento de têmpera e revido tem objetivo de melhorar a dureza, a
resistência ao desgaste e a resistência mecânica.
A ABNT agrupou o ferro dúctil em sete classes, conforme tabela a seguir.
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A ABNT classifica os maleáveis, brancos e pretos, pelas normas NBR 6914 e NBR 6590
respectivamente, cujas propriedades variam:
• limite de escoamento: 19 a 50 kgf/mm² (valores mínimos).
• limite de resistência a tração: 30 a 70 kgf/mm² (valores mínimos).
• alongamento mínimo em 3 d: 2 a 12%.
• dureza Brinell típica: menos de 150 a 285.
Os maleáveis de núcleo preto são os que apresentam as melhores propriedades. Existe um
tipo de maleável chamado maleável perlítico, cujas propriedades mecânicas apresentam valores mais
elevados. A usinabilidade do maleável é considerada a melhor dentre as ligas ferrosas e sua
resistência à corrosão é considerada muito boa
Por todas as propriedades mencionadas, o ferro maleável encontra vasto campo de aplicação
nas industriais mecânicas, elétricas, de veículos, de materiais de construção, de tratores em peças
tais como: conexões para tubulações hidráulicas, conexões em linhas de transmissão elétrica,
correntes, suportes de molas, caixas de direção e de diferencial, cubos de rodas, sapatas de freios,
pedais de freio e de embreagem, colares de tratores, caixas de engrenagens etc.
Varias dessas peças são galvanizadas.
A ABNT classifica os dois tipos de maleáveis, pelas suas propriedades mecânicas, conforme
a tabela a seguir.
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Ligas não ferrosas
Esta classificação indica que os metais a ela pertencentes não possuem o elemento químico
ferro em sua composição, salvo algumas exceções. Largamente utilizadas no nosso cotidiano,
encontram aplicação em utensílios de cozinha, aberturas, eletrodomésticos, veículos, aeronaves,
material elétrico e nos mais variados setores da indústria moderna.
Podem ainda ser classificados como metais comuns (cobre, zinco, chumbo, alumínio,
antimônio, cromo, níquel, vanádio, etc.) e metais nobres (ouro, prata, platina e paládio).
Considerando-se o objetivo desta apostila iremos dar uma atenção especial para os metais comuns,
mais especificamente para o cobre e suas ligas e para o alumínio e suas ligas.
Acredita-se que o cobre tenha sido encontrado por volta de 13.000 a.C. Usado inicialmente
como substituto da pedra como ferramenta de trabalho, armas e objeto de decoração, o cobre tornou-
se, pela sua resistência, uma descoberta fundamental na história da evolução humana. O fato de se
ter encontrado objetos de cobre tão antigos em diversos lugares do mundo é prova das propriedades
únicas do metal, como a durabilidade, resistência à corrosão, maleabilidade, ductibilidade e fácil
manejo. Apesar de sua antigüidade, o cobre manteve, aliado aos metais mais novos, um papel
predominante na evolução da humanidade, sendo utilizado em todas as fases das revoluções
tecnológicas pelas quais o ser humano já passou. As minas de cobre mais importantes do mundo
estão localizadas no Chile, Estados Unidos, Canadá, Rússia e Zâmbia.
O cobre é um elemento metálico com número atômico 29 e peso atômico 63,57. O seu
símbolo químico é Cu, e suas valências são +1 e +2. Depois da Prata (Ag), o cobre é o melhor
condutor de calor e eletricidade, por isso uma de suas principais utilizações é na indústria elétrica.
Não é magnético e pode ser utilizado puro ou em ligas com outros metais que lhe conferem
excelentes propriedades químicas e físicas. A seguir apresenta-se algumas de suas propriedades
mais importantes:
• Densidade: 8,96 g / cm3 ( 20°C )
• Ponto de fusão: 1.083ºC
• Ponto de ebulição: 2.595°C
• Coeficiente de dilatação térmica linear: 16,5 x 10 -6 cm/cm/°C ( 20°C)
• Resistividade elétrica: 1,673 x 10 -6 ohm.cm (20°C)
• Condutividade elétrica: 101 % IACS a 20 °C
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• Calor latente de fusão: 50,6 cal/g
• Calor específico: 0,0912 cal/g/°C (20°C)
• Forma cristalina: Cúbica de faces centradas
As ligas de maior importância na indústria, sejam elas de baixo ou alto teor são apresentadas
a seguir:
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Propriedades Mecânicas
Composição Lim. Res. Alonga-
Nº ABNT Designação Sigla Dureza Aplicações
% Tração mento
Brinell
Kgf/mm2 %
Cu-78,0-82,0
Pb-maior
Cobre-zinco 81-9 Sn-2,0-4,0
11 CuZn9Sn3Pb7 18 12 56 usinabilidade;
estanho 3 chumbo 7 Zn-7,0-11,0
Sn-maior resist. à
Pb-6,0-8,0
corrosão;
Cu-79,0-74,0
Válvulas baixa
Cobre-zinco71-25 Sn-0,5-2,0
13 CuZn25Sn1Pb3 20 16 47 pressão, registros,
estanho 1 chumbo 3 Zn-restante
compon.
Pb-4,0 máx.
radiadores,
Cu-59,0-64,0
flanges, conexões,
Cobre-zinco 60-38 Sn-0,5-2,0 caixas de bombas
15 CuZn38Sn1Pb1 23 9 60
estanho 1 chumbo 1 Zn-restante de água, etc.
Pb-2,0 máx.
Cu-60,0-68,0
Cobre-zinco 63-26 Sn-0,5 máx.
ferro 5,5 CuZn26Fe5,5 Pb-0,2 máx.
16 65 9 200 Alta resist.
alumínio 3,5 Al3,5Mn Fe-2,0-4,0
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mecânica;
manganês Al-3,0-7,5
Mn-2,5-5,0
Haste de válvula,
Cu-56,0-62,0
engrenagens,
Sn-1,5 máx.
Cobre-zinco 59-37 hélices, peças em
Zn-restante
estanho 1 ferro 1 CuZn37Sn1Fe1Al contanto com água
17 Pb-1,5 máx. 35 12 90
alumínio 1 1MnPb do mar
Fe-2,0 máx.
manganês, chumbo
Al-1,5 máx.
Mn-1,5 máx.
Cu-84,0-86,0
230 Cobre-zinco 85-15 CuZn15 31-60 10-42 50-4 60-135 Idem às anteriores.
Zn-restante
Cu-78,5-81,5
240 Cobre-zinco 80-20 CuZn20 31-64 12-48 52-3 65-155 Idem.
Zn-restante
Cartuchos, tubos e
suportes de radiadores,
Cu-68,5-71,5
260 Cobre-zinco 70-30 CuZn30 33-85 12-54 62-3 65-160 pinos, parafusos,
Zn-restante
rebites, cápsulas e
roscas para lâmpadas.
32
268
Cu-65,5-68,5
e Cobre-zinco 67-33 CuZn33 34-86 13-55 60-3 65-165 Idem.
Zn-restante
270
Componentes de
272 lâmpadas e chaves
Cu-62,0-65,5
e Cobre-zinco 63-37 CuZn37 34-86 13-55 56-5 65-165 elétricas, rebites, pinos,
Zn-restante
274 parafusos, compon. de
radiadores.
Tubos de
Cu-59,0-62,0
280 Cobre-zinco 60-40 CuZn40 38-60 16-45 40-4 85-145 condensadores e
Zn-restante
trocadores de calor.
Cu-Sn 89-11
Engrenagens para fins diversos.
0,10/0,30 P
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Propriedades Mecânicas
Nº. Composição Lim. Res. Alonga-
Designação Sigla Lim. Esc. Dureza Aplicações
ASTM % Tração mento
Kgf/mm2 Brinell
Kgf/mm2 %
Boa condutibil. elétrica, maior
resist. que cobre.
Cobre- Sn-1,0/2,5
Contatos, apar. de telecom.,
505 Estanho CuSn2 P-0,02/0,30 28-65 11-50 45-2 60-150
molas condutoras, parafusos,
98-2 Cu-restante
tubos flexíveis, rebites, varetas
de soldagem, etc.
O alumínio é o metal mais recentemente usado em escala industrial, apesar de ser o terceiro
elemento mais abundante na crosta terrestre. Mesmo sendo utilizado há milênios antes de Cristo, o
alumínio começou a ser produzido comercialmente somente há cerca de 150 anos. Sua produção
atual supera a soma de todos os outros metais não ferrosos. Esses dados já mostram a importância
do alumínio para a nossa sociedade. Antes de ser descoberto como metal isolado, o alumínio
acompanhou a evolução das civilizações. Sua cronologia mostra que, mesmo nas civilizações mais
antigas, o metal dava um tom de modernidade e sofisticação aos mais diferentes artefatos.
Atualmente, os Estados Unidos e o Canadá são os maiores produtores mundiais de alumínio.
Entretanto, nenhum deles possui jazidas de bauxita em seu território, dependendo exclusivamente da
importação. O Brasil tem a terceira maior reserva do minério no mundo, localizada na região
amazônica, perdendo apenas para Austrália e Guiné. Além da Amazônia, o alumínio pode ser
encontrado no sudeste do Brasil, na região de Poços de Caldas (MG) e Cataguases (MG). A bauxita é
o minério mais importante para a produção de alumínio, contendo de 35% a 55% de óxido de
alumínio.
O elevado aumento no consumo de alumínio é a prova do que este metal significa na indústria
moderna. É o mais importante dos metais não ferrosos e está entre os mais consumidos anualmente.
A variedade de aplicações do alumínio está relacionada com suas características físico-químicas, com
destaque para seu baixo peso específico, comparado com outros metais de grande consumo,
resistência à corrosão e alta condutibilidade elétrica e térmica. Essas propriedades são as matérias-
primas da indústria para diversificar seus produtos e criar soluções para outros mercados, como o
setor automotivo e de construção civil, por exemplo.
36
Tanto as ligas para fundição como as ligas para conformação seguem um sistema de
designação de acordo com a norma ABNT NBR 6834, conforme o principal elemento de liga presente
em sua composição de acordo com a tabela a seguir.
Pela NBR 6834, os materiais para conformação mecânica são indicados por um número de
quatro dígitos:
O primeiro classifica a liga pela série de acordo com o principal elemento adicionado;
O segundo dígito, para o alumínio puro, indica modificações nos limites de impureza: 0
(nenhum controle) ou 1 a 9 (para controle especial de uma ou mais impurezas). Para as ligas, se for
diferente de zero indica qualquer modificação na liga original;
O terceiro e do quarto dígitos, para o alumínio puro, indicam o teor de alumínio acima de 99%.
Quando se referem às ligas, identificam as diferentes ligas do grupo (é um número arbitrário).
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As principais ligas deste tipo e suas aplicações podem ser vistas na tabela a seguir:
38
A seguir, para as ligas de fundição, apresenta-se a respectiva tabela:
Na coluna designação da série, as ligas de alumínio para fundição são indicadas por três
dígitos, um ponto e um dígito. Da mesma forma como nas ligas para conformação, cada dígito tem um
significado:
O primeiro dígito classifica a liga segundo o elemento principal da liga;
O segundo e o terceiro dígitos indicam centésimos da porcentagem mínima de alumínio (para
o alumínio puro) ou diferentes ligas do grupo;
O dígito após o ponto indica a forma do produto: 0 para peças fundidas e 1 para lingotes.
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As principais ligas utilizadas em fundição são apresentadas a seguir.
40
Plásticos e borrachas
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6.1 Classificação
6.1.1 Termofixos
São aqueles que se tornam plásticos, ou seja, amolecem por meio de calor, sofrem
transformação química em sua estrutura e, ao endurecerem, adquirem a forma do molde no qual
foram moldados, não podendo mais ser amolecido. Se forem reaquecidos nas temperaturas de
processamento, eles não readquirirão a plasticidade. São exemplos de plásticos termofixos o fenol
formaldeído (baquelite), o epóxi e o silicone.
6.1.2 Termoplásticos
Tornam-se plásticos pela ação do calor e se solidificam com o resfriamento, retendo a forma
na qual foram moldados. Se forem aquecidos novamente, voltam a se tornar plásticos e podem ser
moldados em novas formas. São exemplos de termoplásticos o polietileno, o poliestireno,o policloreto
de vinila (PVC) e o náilon.
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6.3 Principais tipos de plásticos, borrachas e
aplicações
6.3.1 Nylon
6.3.2. Teflon
As principais características dos plásticos fluorados são sua inércia química, sua estabilidade
em altas e baixas temperaturas, excelentes propriedades elétricas e baixo coeficiente de atrito.
As características positivas do teflon – PTFE são as seguintes:
• Resistência química excelente;
• Não absorve umidade;
• Bom dissipador de calor;
• Auto-lubrificante;
• Facilmente usinável;
• Incombustível, carboniza mas não pega fogo.
As características negativas:
• Baixa resistência mecânica;
• Dimensões reduzidas do produto semi-acabado;
• Baixa resistência abrasiva.
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Suas principais aplicações:
• Anéis de vedação;
• Assentos de válvulas;
• Selos mecânicos;
• Gaxetas;
• Revestimento de cilindros;
• Peças técnicas específicas.
6.3.3. Acetal
Suas limitações:
• Baixa resistência ao desgaste;
• Não resiste ao ataque de ácidos fortes;
• Sofre amolecimento ao efeito de raios solares.
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6.3.4. Cloretos de Polivinila – PVC
Existem diversas formulações disponíveis, os que apresentam maior rigidez são duros,
tenazes, têm excelentes propriedades elétricas e boa resistência à exposição ao tempo, à umidade e
a agentes químicos; os tipos flexíveis são de fácil processamento, porém têm propriedades
desfavoráveis, a resistência ao calor vai de baixa à moderada em todos os tipos ou em sua maioria;
apresentam custo reduzido.
Características positivas:
• Excelente resistência a produtos químicos;
• Baixa absorção de umidade;
• Pode ser soldado, colado, moldado, dobrado, curvado, cortado e usinado;
• Baixo custo em relação a outros aplicativos;
• Boa aplicação para peças estruturais (tanques, reservatórios e pias).
Características negativas:
• Faixa de temperatura bastante reduzida;
• Torna-se quebradiço após longo período de utilização;
• Perde resistência em altas temperaturas;
• Baixa resistência ao impacto, à abrasão e mecânica.
Principais aplicações:
• Tanques e reservatórios;
• Dutos e tubulações;
• Filtros;
• Ventiladores;
• Pias para laboratórios;
• Revestimentos de tanques de alvenaria ou metálicos;
• Caixas para equipamentos eletrônicos.
6.3.5. Poliuretano
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flexibilidade e grande resistência à compressão, voltando sempre à forma original. Por esta razão é
aplicado para amortecimento em geral.
Suas características positivas para aplicações industriais:
• Excelente resistência ao desgaste;
• Excelente adesão a metais;
• Alta resistência ao corte;
• Ótima flexibilidade;
• Boa resistência à compressão, à tração e ao impacto;
• Baixo índice de absorção de umidade;
• Baixo coeficiente de atrito;
• Boa absorção de vibrações.
As suas limitações:
• Não indicado como isolante;
• Difícil de ser usinado devido à baixa dureza;
• Razoável resistência química;
• Sofre ação de raios ultravioletas, oxidando, tornando-se escuro, porém sem prejuízo de
outras características;
• Não resiste à água quente e ao vapor saturado, ácidos concentrados, soluções alcalinas,
álcool, hidrocarbonetos clorados e amoníaco.
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As borrachas podem ser empregadas em pneumáticos e câmaras de ar para veículos,
guarnições, diafragmas, mangueiras, anéis o-ring, etc.
A tabela seguinte apresenta algumas borrachas sintéticas, suas vantagens e desvantagens
em relação à borracha natural e suas aplicações.
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Identificação dos materiais na oficina
O aspecto da superfície de uma peça, em bruto ou sem acabamento posterior, pode fornecer
algumas indicações:
Quanto ao tratamento térmico, peças recozidas apresentam uma casca típica proveniente da
oxidação e as temperadas, bem como as revenidas, também mostram na superfície manchas ou
coloração características.
Quanto ao processo de obtenção de peças fundidas, o emprego de areia de moldagem
suficientemente permeável caracteriza pela ausência na peça de porosidades ou bolhas superficiais.
Peças fundidas em coquilha apresentam quase sempre, impressos em sua superfície, certos
detalhes da coquilha, como riscos provenientes de usinagens.
Nas peças estampadas são características certas estrias deixadas pelas rebarbas dos
estampos ou matrizes.
O aspecto da fratura pode dar indicações preciosas quanto à natureza do material, sua
granulação, etc. Alguns materiais classificam-se pelo aspecto de sua fratura e recebem nomes que
dele decorrem, como ferro fundido branco ou cinzento. O ferro fundido coquilhado mostra em geral
uma camada branca junto à periferia.
Encontram-se às vezes bolhas ou inclusões de material estranho na fratura, quando o metal é
muito impuro. As rupturas por fadiga são, em geral, típicas, apresentando uma superfície lisa,
envolvendo outra de aspecto granular.
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7.3. Ação da lima
Por meio de uma lima pode-se verificar se o material é duro ou não, se está temperado ou
não. A dureza de um aço temperado pode ser tão grande ou maior que a da própria lima. Através de
um riscador e da facilidade com que se consegue riscar uma peça, podemos ter uma idéia
aproximada de sua dureza.
Para os aços doces, de baixo teor de carbono, as centelhas apresentam-se apenas como
traços luminosos, sem formação de estrelinhas, mas a medida que o teor de carbono aumenta, as
estrelinhas aparecem em número cada vez maior e com ramificações mais numerosas.
Todos os produtos siderúrgicos comuns são atraídos pelo imã até 768 ºC. Aços liga com
teores elevados de níquel (acima de 25%) ou manganês (mais de 12%), ou os inoxidáveis do tipo 18-
8 (18% Cr e 8% Ni), conservam-se em estado alotrópico não magnético a temperatura ambiente.
Pode-se assim distingui-los dos demais com o auxílio de um imã.
7.6. Sonoridade
Uma peça metálica apoiada em uma área muito pequena ou suspensa por um ponto, quando
tangida por um objeto duro, emite um som característico, que é função do seu estado de tensões
internas. Quando seu som é puro e relativamente duradouro, há grande probabilidade de não estar
fissurada, mas emitindo um som chocho poderá estar trincada. O som emitido por um aço temperado
é mais rápido do que o som emitido por um aço de igual composição química porém sem o
tratamento. Também emitem um som de sino os ferros fundido brancos, os nodulares e os maleáveis,
enquanto que os cinzentos propagam um som chocho, sem vibração.
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Bibliografia
Aços Inoxidáveis. Disponível em: <http://www.gerdau.com.br>. Acesso em: 26/12/2006.
CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. Vol. III. 2ª edição. São Paulo: Ed. Makron Books. 1986.
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