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INSTRUMENTISTA

REPARADOR
NOÇÕES DE PNEUMÁTICA E
HIDRÁULICA

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NOÇÕES DE PNEUMÁTICA E HIDRÁULICA

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MAEOKA, Graciele
FARIA, Rubens Alexandre de (revisão)
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, 2008.

50 p.:63il.

PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A.

Av. Almirante Barroso, 81 – 17º andar – Centro


CEP: 20030-003 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

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ÍNDICE
1 Introdução ................................................................................................................................8
2 Propriedades físicas do ar .......................................................................................................9
2.1 Compressibilidade/expansibilidade .........................................................................................9
2.2 Elasticidade .............................................................................................................................9
2.3 Difusibilidade ...........................................................................................................................9
3 Pneumática ............................................................................................................................10
3.1 Automação pneumática básica .............................................................................................10
3.2 Topologia de circuitos ............................................................................................................10
3.3 Elementos de energia............................................................................................................10
3.3.1 Compressor ...........................................................................................................................11
3.3.2 Resfriadores ..........................................................................................................................13
3.3.3 Secadores de ar ....................................................................................................................13
3.3.4 Reservatório ..........................................................................................................................16
3.3.5 Unidades de condicionamento ..............................................................................................16
3.3.6 Filtro .......................................................................................................................................17
3.3.7 Válvula reguladora de pressão ..............................................................................................18
3.3.8 Lubrificador ............................................................................................................................18
3.4 Elementos de comando .........................................................................................................19
3.4.1 Válvulas de controle direcional ..............................................................................................19
3.4.2 Acionamentos ........................................................................................................................23
3.5 Atuadores ..............................................................................................................................24
3.5.1 Cilindros .................................................................................................................................24
3.5.2 Motor......................................................................................................................................27
4 Símbolos elétricos .................................................................................................................29
4.1 Elementos de contato ............................................................................................................29
4.1.1 Normalmente aberto ..............................................................................................................29
4.1.2 Normalmente fechado ...........................................................................................................30
4.1.3 Comutador .............................................................................................................................30
4.2 Elementos de introdução de sinais .......................................................................................31
4.2.1 Sensores................................................................................................................................31
4.3 Elementos de processamento de sinais................................................................................38
4.3.1 Relé .......................................................................................................................................38
4.4 Elementos de comando .........................................................................................................39
4.4.1 Contatores .............................................................................................................................39
4.5 Conversores EP (elétrico – pneumático)...............................................................................40
4.6 Conversores PE (pneumático – elétrico)...............................................................................40
5 Circuitos eletropneumáticos ..................................................................................................41
5.1 Métodos não-sistemáticos .....................................................................................................41
5.1.1 Aplicação ...............................................................................................................................41
5.2 Métodos sistemáticos ............................................................................................................42
5.2.1 Aplicação ...............................................................................................................................42

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LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 - Topologia Básica de Circuitos Pneumáticos. ......................................................................10
Figura 3.2 - Símbolo do compressor. .....................................................................................................11
Figura 3.3 - Compressor dinâmico de fluxo radial. .................................................................................12
Figura 3.4 - Compressor de êmbolo. ......................................................................................................12
Figura 3.5 - Simbologia para o Resfriador de Ar . ..................................................................................13
Figura 3.6 - Simbologia para secadores de ar. ......................................................................................13
Figura 3.7 - Secador de ar por resfriamento. .........................................................................................14
Figura 3.8 - Secador por Absorção. .......................................................................................................15
Figura 3.9 - Secador por Adsorção. .......................................................................................................16
Figura 3.10 - Simbologia para Reservatórios. ........................................................................................16
Figura 3.11 - Unidade de Condicionamento. ..........................................................................................17
Figura 3.12 - Simbologia Geral para Filtros............................................................................................17
Figura 3.13 - Simbologia para Filtros. ....................................................................................................18
Figura 3.14 - Simbologia para a Válvula Reguladora de Pressão. ........................................................18
Figura 3.15 - Simbologia para Lubrificador. ...........................................................................................18
Figura 3.16 - Símbolo para cada Posição da Válvula. ...........................................................................19
Figura 3.17 - Símbolo para Orifício Fechado. ........................................................................................19
Figura 3.18 - Símbolo para a Via de uma Válvula. .................................................................................20
Figura 3.19 - Contagem do Número de Vias. .........................................................................................20
Figura 3.20 - Simbologia para a conexão de válvulas. ..........................................................................20
Figura 3.21 - Indicação dos Orifícios de uma Válvula Direcional. ..........................................................21
Figura 3.22 - Válvula de Controle Direcional 3/2 Vias com Retorno por Mola. ......................................22
Figura 3.23 - Acionamento Mecânico. ....................................................................................................23
Figura 3.24 - Acionamentos Pneumáticos..............................................................................................23
Figura 3.25 - Acionamento Manual. .......................................................................................................24
Figura 3.26 - Cilindros Mini .....................................................................................................................24
Figura 3.27 - Esquema Construtivo de um Cilindro de Simples Ação. ..................................................25
Figura 3.28 - Cilindros de Simples Ação. ...............................................................................................25
Figura 3.29 - Circuito Cilindro-Válvula. ...................................................................................................26
Figura 3.30 - Esquema Construtivo de um Cilindro de Dupla Ação. ......................................................26
Figura 3.31 - Cilindros de Dupla Ação. ...................................................................................................26
Figura 3.32 - Circuito Cilindro-Válvula. ...................................................................................................27
Figura 3.33 - Cilindro Tandem. ...............................................................................................................27
Figura 3.34 - Simbologia para Motor Pneumático. .................................................................................28
Figura 4.1 - Contato Normalmente Aberto. ............................................................................................29
Figura 4.2 - Detalhe do Contato NA. ......................................................................................................29
Figura 4.3 - Contato Normalmente Fechado. .........................................................................................30
Figura 4.4 - Detalhe do Contato NF. ......................................................................................................30
Figura 4.5 - Contato do Tipo Comutador. ...............................................................................................30
Figura 4.6 - Detalhe do Comutador. .......................................................................................................31
Figura 4.7 - Sensor NPN e PNP. ............................................................................................................32
Figura 4.8 - Sensor PNP normalmente aberto e normalmente fechado. ...............................................32
Figura 4.9 - Sensores Indutivos. .............................................................................................................33
Figura 4.10 - Símbolo e Detalhe do Sensor Indutivo. ............................................................................33
Figura 4.11 - Símbolo e Detalhe do Sensor Capacitivo. ........................................................................34
Figura 4.12 - Sensores Magnéticos Convencionais. ..............................................................................34
Figura 4.13 - Sensores Magnéticos Eletrônicos. ....................................................................................35
Figura 4.14 - Sensor Óptico por Reflexão Difusa. ..................................................................................35
Figura 4.15 - Detalhes e Simbologia do Sensor Óptico por Reflexão Difusa. .......................................35
Figura 4.16 - Sensor Óptico por Retro Reflexão. ...................................................................................36
Figura 4.17 - Detalhe e Simbologia do Sensor Óptico por Retro Reflexão. ...........................................36
Figura 4.18 - Sensor Óptico por Barreira de Luz....................................................................................37

4
Figura 4.19 - Detalhe e Simbologia do Sensor Óptico por Barreira de Luz. ..........................................37
Figura 4.20 - Fibra Óptica. ......................................................................................................................37
Figura 4.21 - Relé. ..................................................................................................................................38
Figura 4.22 - Detalhamento do Relé. .....................................................................................................38
Figura 4.23 - Contator.............................................................................................................................39
Figura 4.24 - Detalhes do Contator. .......................................................................................................39
Figura 4.25 - Conversor EP. ...................................................................................................................40
Figura 4.26 - Pressostato. ......................................................................................................................40
Figura 5.1 - Exemplo de Circuito Eletropneumático. ..............................................................................41
Figura 5.2 - Circuito Eletropneumático para Acionamento de Elevador de Carga. ...............................42
Figura 5.3 - Circuito Eletropneumático para Prensa e Corte de Peças .................................................44

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LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Diferença entre as normas DIN e ISO................................................................................21
Tabela 5.1 - Método sistemático em forma de tabela. ...........................................................................43
Tabela 5.2 - Método sistemático em forma de diagrama trajeto-passo. ................................................43

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APRESENTAÇÃO

Existem algumas dúvidas freqüentes sobre o que é a instrumentação e sua finalidade em um


processo de produção industrial. Afinal, para que serve a instrumentação? Em linhas gerais, a
finalidade dos instrumentos é de medir as variáveis envolvidas e, assim poder controlar a produção.
Em um processo de produção contínua, como por exemplo, a indústria petroquímica, a
instrumentação possibilita a avaliação do desempenho da produção, provendo informações para o
operador de refinaria, para que ele tenha um diagnóstico de desvios e que lhe permitirá atuar, caso o
processo esteja fora do ponto de otimização.
Todo processo precisa ter uma elevada precisão em suas medidas das variáveis-chave.
Obviamente, a calibração e o ajuste dos totalizadores de venda de produtos têm que ser feitas com
maior cuidado, usando-se instrumentos devidamente certificados, se possível com redundância, tendo
os operadores envolvidos que serem altamente treinados para não errar.
O grande problema de uma medição é a sua falta de confiabilidade. As unidades de processo,
os sistemas auxiliares e de transferência e estocagem têm que ter rotina de calibração e aferição dos
instrumentos e esta rotina tem que ser rigorosamente respeitada. Afinal, tudo o que se lê e se mede
produz dados que, isolados, podem nada significar. Mas, quando analisados dentro de um contexto
global operacional, são informações que podem nos levar à decisão correta ou à não otimização.
Concluindo, a função do instrumentista reparador é prestar um serviço que disponibilize
instrumentos confiáveis, para que aqueles que os utilizarão depois, ou seja, técnicos da operação, do
controle da produção, faturamento e engenheiros de acompanhamento, realizem sua missão, levando
ao sucesso o conjunto refinaria. Você, instrumentista, quando executa seu trabalho, torna-se peça
chave na obtenção desse sucesso, porque permite que todos saibam para onde estão levando o
processo produtivo e sobre as conseqüências do que estão fazendo, assim como quais serão os
impactos na segurança, no faturamento e na produtividade da refinaria.
Pense nisso! Você, como parte de uma equipe, é imprescindível para a rentabilidade e a
segurança do seu local de trabalho, mesmo depois de você já ter ido embora!
Você não está mais lá, mas o seu serviço está...

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I-INTRODUÇÃO

1 Introdução
O termo pneumática é derivado do grego “pneuma”, que significa sopro, respiração. A
pneumática é a ciência que estuda as propriedades físicas dos gases em geral, bem como estuda a
conversão de energia produzida pelo ar em energia mecânica.
Os dispositivos pneumáticos estão presentes nas mais diferentes áreas industriais, desde o
processo de fabricação até o produto final.
O ar utilizado para as aplicações pneumáticas pode ser encontrado em grandes quantidades,
praticamente em todos os lugares. Por ser condicionado em reservatórios, seu transporte ou
distribuição é muito fácil, mesmo para distâncias consideravelmente grandes.
É necessário um sistema de filtragem para tornar o ar comprimido limpo para o uso e para
não poluir o ambiente, caso ocorra vazamento nas tubulações ou em outros elementos mal vedados.
O ar comprimido permite aumentar a velocidade de produção em relação a operações
inteiramente manuais, aumentar o rendimento na produção, aumentar a segurança dos trabalhadores
e a facilidade na implantação. Porém, embora vantajoso, o escape de ar é ruidoso, obrigando o uso
de silenciadores. Velocidades baixas são difíceis de se obter com ar comprimido e é impossível de se
obter paradas intermediárias e velocidade uniforme.

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II-PROPRIEDADES FÍSICAS DO AR

2 Propriedades físicas do ar

2.1 Compressibilidade/expansibilidade

O ar, assim como todos os gases, não tem forma própria e por isso ocupa todo o volume de
qualquer recipiente, adquirindo seu formato. Isso quer dizer que é possível armazenar o ar em um
recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma redução ou aumento de
volume.
Essa redução ou aumento de volume do ar é realizada aplicando-se uma força externa.

2.2 Elasticidade

É a capacidade do ar em voltar ao seu volume inicial quando a força anteriormente aplicada a


ele é retirada.

2.3 Difusibilidade

É a propriedade do ar em se misturar homogeneamente com qualquer meio homogêneo que


não esteja saturado.

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III-PNEUMÁTICA

3 Pneumática

3.1 Automação pneumática básica

Automatizar significa realizar um processo sempre do mesmo modo e com os mesmos


resultados, sem que seja necessária a intervenção do homem. O objetivo da automação é colocar o
homem para realizar processos de controle e não trabalhos físicos repetitivos.

3.2 Topologia de circuitos

Um circuito pneumático consiste na união de válvulas, cilindros e outros componentes e sua


representação gráfica é feita através de diagramas que contenham desde os elementos de energia
até os atuadores. A figura 3.1 apresenta os elementos que compõem um diagrama de circuito
pneumático.

Figura 3.1 - Topologia Básica de Circuitos Pneumáticos.

3.3 Elementos de energia

O ar comprimido usado nos equipamentos pneumáticos, principalmente nas válvulas, precisa


de algumas características para que os equipamentos trabalhem de forma confiável e com bom
rendimento. Pode-se citar como características importantes do ar comprimido:
• Vazão;
• Pressão;
• Umidade;
• Teor de Óleo;
• Teor de partículas sólidas.

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A pressão e a vazão estão relacionadas diretamente com as características de operação do
atuador pneumático usado. Água, óleo e impurezas atuam sobre a durabilidade e a confiabilidade dos
componentes pneumáticos.

3.3.1 Compressor

O compressor é o equipamento responsável pela transformação de energia mecânica ou


elétrica em energia pneumática (ar comprimido), ou seja, ele é responsável por comprimir o ar
atmosférico até a pressão de trabalho desejada.
Em diagramas de circuitos pneumáticos os compressores são representados pelo símbolo da
figura 3.2 a seguir.

Figura 3.2 - Símbolo do compressor.

A classificação dos compressores pode ser feita pelo seu princípio de trabalho, dividindo-os
em duas categorias: compressores com deslocamento dinâmico e compressores com deslocamento
positivo.

3.3.1.1 Compressores por deslocamento dinâmico

Nesse tipo de compressor a elevação da pressão é obtida por meio de conversão de energia
cinética em energia de pressão durante a passagem do ar através no compressor.
O ar admitido no compressor é acelerado por impulsores até atingir velocidades elevadas e
posteriormente seu escoamento é retardado por meio de difusores, obrigando a uma elevação na
pressão.
A figura 3.3 mostra o exemplo de um compressor por deslocamento dinâmico.

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Figura 3.3 - Compressor dinâmico de fluxo radial.

3.3.1.2 Compressores por deslocamento positivo

A compressão do ar é feita pela redução de volume dentro de uma câmera. O processo de


compressão inicia quando o ar é admitido em uma câmara isolada do meio exterior. Após esta etapa,
o volume de ar é diminuído de forma gradual até que atinja a pressão desejada, e então é aberta a
válvulas de descarga ou o ar é empurrado para o tubo de descarga durante a contínua diminuição do
volume da câmara de compressão.
A figura 3.4 mostra o exemplo de um compressor por deslocamento positivo.

Figura 3.4 - Compressor de êmbolo.

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3.3.2 Resfriadores

Os resfriadores são usados para remover o calor gerado durante os estágios de compressão.
O sistema de refrigeração ideal é aquele que consegue manter a temperatura de saída do ar igual à
temperatura de entrada.
A refrigeração pode ser feita durante o estágio de compressão do ar ou posteriormente e
existem duas formas de refrigeração: usando ar ou água.
A refrigeração a água tem a vantagem de retirar parte da umidade do ar enquanto ele é
refrigerado.
A refrigeração a ar pode ser do tipo natural ou forçada. O resfriamento por ventilação natural é
conseguido colocando aletas ao redor dos cilindros e cabeçotes do compressor a fim de que aumente
sua área de contato com o ar circulante. A refrigeração por ventilação forçada é obtida através do uso
de ventoinhas que forçam a passagem de ao redor dos cilindros e cabeçotes dos compressores. A
figura 3.5 representa a simbologia utilizada para resfriadores a ar.
Resfriadores de ar colocados após o compressor tem a vantagem de fazer com que todo o ar
circulante passe por ele. Isso acarreta em maior retirada da umidade do ar.

Figura 3.5 - Simbologia para o Resfriador de Ar .

3.3.3 Secadores de ar

O vapor d’água presente no ar é prejudicial aos equipamentos pneumáticos pois quando


ocorre aumento de pressão em um determinado volume de ar, o vapor d’água condensa. Para retirar
a água ou o vapor d’água do ar é necessário o uso de secadores. A figura 3.6 representa a simbologia
utilizada para secadores de ar.
Existem 4 métodos de secagem que são empregados nos secadores: resfriamento, adsorção,
absorção e sobrepressão.

Figura 3.6 - Simbologia para secadores de ar.

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3.3.3.1 Resfriamento

Usa o mesmo método dos resfriadores a água. A figura 3.7 apresenta um resfriador que utiliza
este método de resfriamento.

Figura 3.7 - Secador de ar por resfriamento.

3.3.3.2 Absorção

Esse tipo de secador utiliza processos químicos para retirar a água do ar comprimido. A
absorção da água é feita passando o ar comprimido por uma camada solta de um elemento secador.
Quando a água ou o vapor d’água entra em contato com este elemento ocorre uma combinação
química entre eles. O composto resultante deve ser removido periodicamente do absorvedor.
O elemento usado como secador é consumido durante o processo e por isso deve ser
reabastecido periodicamente.
A figura 3.8 apresenta um exemplo de secador por absorção.

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Figura 3.8 - Secador por Absorção.

3.3.3.3 Adsorção

Adsorver significa admitir uma substância à superfície da outra, ou seja, é um processo físico.
Opera através de substâncias secadoras (capilares), que adsorvem vapor d'água do ar. Esse é um
processo regenerativo, ou seja, quando a substância adsorvente estiver saturada, pode-se retirar a
água através de aquecimento.
Para realizar o processo de regeneração sem que a secagem seja comprometida, são
necessários dois secadores em paralelo, conforme a figura 3.9.

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Figura 3.9 - Secador por Adsorção.

3.3.3.4 Sobrepressão

Como já citado, o aumento de pressão em um volume de ar faz com o que o vapor d’água
presente condense. Após a condensação basta colocar um dreno para retirar a água.

3.3.4 Reservatório

O reservatório de ar comprimido tem a função de garantir uma reserva de ar para as


operações dos equipamentos pneumáticos e também de manter constante a pressão da linha sem
que o compressor tenha que ser ligado e desligado várias vezes.

Figura 3.10 - Simbologia para Reservatórios.

3.3.5 Unidades de condicionamento

Antes de entrar em cada máquina pneumática o ar passa por uma unidade de


condicionamento para ajustar as características do ar de forma específica para cada máquina. Essa

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unidade de condicionamento é formada por três elementos: filtro, válvula reguladora de pressão e
lubrificador.

Figura 3.11 - Unidade de Condicionamento: a) Foto; b) Diagrama Funcional; c) Símbolo Simplificado; d)Símbolo Detalhado.

3.3.6 Filtro

O ar usado em circuitos pneumáticos está sujeito à contaminação por pó, umidade e


impurezas da rede de distribuição. Para não prejudicar os equipamentos é necessário passá-lo por um
filtro para que fique limpo, ou seja, o filtro é o elemento responsável por retirar as partículas
indesejadas presentes no ar comprimido. A figura 3.12 representa a simbologia utilizada para filtros.

Figura 3.12 - Simbologia Geral para Filtros.

As impurezas retidas no processo de filtragem são armazenadas em drenos, dispositivos


fixados na parte inferior do filtro e responsáveis pela eliminação das impurezas.

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Os drenos podem ser manuais ou automáticos, ou seja, as impurezas podem ser extraídas
após a interferência humana ou de forma automática, sempre que as impurezas chegarem a um
patamar determinado. A figura 3.13 representa a simbologia utilizada para filtros.

Figura 3.13 - Simbologia para Filtros: a) Dreno Manual; b) Dreno Automático.

3.3.7 Válvula reguladora de pressão

A função dessa válvula é manter constante a pressão no equipamento, diminuindo a pressão


de entrada caso ela esteja superior à de funcionamento do equipamento. Esse tipo de válvula não é
capaz de elevar a pressão, somente de reduzi-la. A figura 3.14 representa a simbologia utilizada para
válvula reguladora de pressão.

Figura 3.14 - Simbologia para a Válvula Reguladora de Pressão.

3.3.8 Lubrificador

O lubrificador tem a função de diminuir os desgastes dos componentes de equipamentos


pneumáticos. Isso é feito através de lubrificação controlada do ar comprimido que entrará em contato
com as partes mecânicas internas móveis do equipamento.
Para que o sistema funcione bem, o lubrificador deve ser capaz de distribuir de forma
proporcional o óleo em uma larga faixa do fluxo de ar. A figura 3.15 representa a simbologia utilizada
para lubrificador.

Figura 3.15 - Simbologia para Lubrificador.

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3.4 Elementos de comando

Os elementos de comando são responsáveis por alimentar ou descarregar de forma correta


os atuadores.

3.4.1 Válvulas de controle direcional

A função das válvulas de controle direcional é orientar a direção que o fluxo de ar deve seguir,
a fim de realizar o trabalho desejado. Essas válvulas permitem partidas, paradas e controle lógico dos
sinais de um circuito.

3.4.1.1 Simbologia de válvulas direcionais

A simbologia de válvulas direcionais caracteriza somente a sua função e seu símbolo não diz
nada a respeito de sua forma construtiva.
A representação da válvula deve mostrar as várias posições que esta pode assumir, tais
como: não acionada, acionada para a direita, acionada para a esquerda, etc.
A representação de cada posição ou estado da válvula é feita através do desenho de um
quadrado. A quantidade de quadrados representa a quantidade de posições que a válvula pode
assumir, ou seja, 2 quadrados significam 2 posições possíveis para a válvula, 3 quadrados significam
3 posições possíveis para a válvula e assim por diante, conforme a figura 3.16 a seguir:

Figura 3.16 - Símbolo para cada Posição da Válvula.

No interior do quadrado são representadas as passagens que estão abertas, permitindo a


passagem de ar, e as que estão fechadas, bloqueando a passagem do ar.
O orifício de válvula fechado é representado como na figura 3.17 a seguir.

Figura 3.17 - Símbolo para Orifício Fechado.

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A passagem aberta, que liga dois orifícios da válvula, é representada por uma seta. A figura
3.18 a seguir representa a posição de uma válvula onde o orifício R está bloqueado e o fluxo de ar é
feito entre os orifícios P e C.

Figura 3.18 - Símbolo para a Via de uma Válvula.

Para a contagem do número de vias pode-se usar o método apresentado na figura 3.19:

Figura 3.19 - Contagem do Número de Vias.

Usando o método de contagem da figura 3.19 para encontrar o número de vias da figura 3.18,
temos:
• 2 vias de passagem (entre os orifícios P e C);
• 1 via bloqueada (orifício R);
Total = 3 vias.
As setas indicam que existe uma via de passagem na válvula, mas não representam
necessariamente a direção do fluxo de ar.
A simbologia para os escapes das válvulas são triângulos conectados aos seus orifícios.
Quando o triângulo está diretamente conectado é porque a válvula não tem escape provido para
conexão e quando o triângulo está conectado através de uma linha pontilhada é porque a válvula é
provida para conexão. A figura 3.20 mostra essa simbologia.

Figura 3.20 - Simbologia para a conexão de válvulas: a) Não provida para conexão; b) Provida para conexão.

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3.4.1.2 Identificação dos orifícios

Os orifícios são identificados por letras ou números, dependendo da norma seguida. Segundo
a Norma ISO 1219, os orifícios recebem a seguinte identificação:
Número 1 Æ alimentação: orifício de suprimento principal;
Número 2 Æ utilização, saída: orifício de aplicação em válvulas de 2/2, 3/2 e 3/3;
Números 2 e 4 Æ utilização, saída: orifícios de aplicação em válvulas 4/2, 4/3, 5/2 e 5/3;
Número 3 Æ escape ou exaustão: orifícios de liberação do ar utilizado em válvulas 3/2, 3/3,
4/2 e 4/3;
Números 3 e 5 Æ escape ou exaustão: orifício de liberação do ar utilizado em válvulas 5/2 e
5/3;
Número 10 Æ indica um orifício de pilotagem que, ao ser influenciado, isola/bloqueia, o
orifício de alimentação;
Número 12 Æ liga a alimentação 1 com o orifício de utilização 2, quando ocorrer o comando;
Número 14 Æ comunica a alimentação 1 com o orifício de utilização 4, quando ocorrer a
pilotagem.
Tabela 3.1 - Diferença entre as normas DIN e ISO.

Orifício Norma DIN 24300 Norma ISO 1219


Pressão P 1
Utilização A B C 2 4 6
Escape R S T 3 5 7
Pilotagem X Y Z 10 12 14

Os orifícios são identificados em apenas uma das posições da válvula. A figura 3.21 mostra
como é a representação numerada dos orifícios de uma válvula.

Figura 3.21 - Indicação dos Orifícios de uma Válvula Direcional.

A designação das válvulas direcionais de controle é dada com número de vias (excluindo
orifícios de pilotagem) / número de posições. Por exemplo, a válvula da figura 3.21 seria designada
como válvula de controle direcional 5/2 = 5 vias / 2 posições, conforme detalhado na figura 3.22.

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Figura 3.22 - Válvula de Controle Direcional 3/2 Vias com Retorno por Mola: a) Sentido de Fluxo (Posição 1); b) Sentido de
Fluxo (Posição 2); c) Esquema Construtivo; d) Simbologia.

Exercícios: Qual o número de vias e de posições das seguintes válvulas?

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3.4.2 Acionamentos

As válvulas podem ser acionadas de forma mecânica, pneumática, elétrica, manual ou hibrida.

3.4.2.1 Acionamento mecânico

Esse tipo de válvula é acionada normalmente por uma parte móvel da máquina e por essa
característica tem grande importância na indústria. Essas são comumente chamadas de válvulas fim
de curso. A figura 3.23 representa a simbologia e os tipos de acionamentos mecânicos.

Figura 3.23 - Acionamento Mecânico: a) Pino; b) Mola; c) Rolete; d) Rolete Operando em Somente um Sentido.

3.4.2.2 Acionamento pneumático

Esse tipo de acionamento é realizado pela ação do ar comprimido proveniente de um sinal


preparado pelo circuito e emitido por outra válvula. A figura 3.24 representa a simbologia utilizada para
acionadores pneumáticos.

Figura 3.24 - Acionamentos Pneumáticos: a) Direto por Aplicação de Pressão; b) Direto por Alívio de Pressão; c) Direto por
Diferencial de Áreas; d) Indireto por Aplicação de Pressão; e) Indireto por Alívio de Pressão; f) Parte de Controle Interno.

23
3.4.2.3 Acionamento manual

Esse tipo de válvula é acionada pelo operador do sistema e são comumente chamadas de
válvulas de painel. Seu acionamento indica o fim de uma operação e normalmente proporcionam
condições de segurança e emergência. A figura 3.25 representa a simbologia utilizada para
acionamentos manuais.

Figura 3.25 - Acionamento Manual: a) Símbolo Geral; b) Por Botão; c) Por Alavanca; Por Pedal.

3.5 Atuadores

Os atuadores são ligados mecanicamente à carga e são responsáveis em transformar a


energia do ar comprimido em trabalho.
Os atuadores podem ser divididos em dois grupos: lineares e rotativos. Atuadores lineares
convertem a energia pneumática em energia mecânica através de movimento linear. Ex.: cilindros.
Atuadores rotativos convertem a energia pneumática em energia mecânica através de
movimento de rotação. Ex.: motores.

3.5.1 Cilindros

Cilindros são constituídos basicamente de tubo cilíndrico e embolo. Sua função é converter a
energia pneumática em movimento linear. A Figura 26 mostra o exemplo de um cilindro comercial.
Os cilindros podem ser divididos em cilindros de simples efeito ou simples ação e cilindros de
duplo efeito ou dupla ação.
Existem ainda algumas topologias derivadas dessas duas que são usadas para se adaptar a
alguma aplicação. A figura 3.26 ilustra um cilindro Mini.

Figura 3.26 - Cilindros Mini (fonte: Catálogo Parker)

24
3.5.1.1 Cilindro de simples efeito ou simples ação

Esse tipo de cilindro recebe esse nome porque utiliza ar comprimido para conduzir trabalho
em um único sentido de movimento, ou seja, só é capaz de converter a energia pneumática em
movimento de avanço ou em movimento de retorno.
Possui somente um orifício para entrada e saída do ar. A entrada ou saída do ar é comandada
por uma válvula. O retorno do pistão do cilindro normalmente é feito por ação de mola e força externa.
Entre as várias aplicações, pode-se citar o uso em situações de segurança, como freios de
caminhão. Normalmente os freios estão fechados sob ação da mola e abrem-se apenas quando o
motor do caminhão está funcionando e fornecendo pressão. Caso ocorra falha no motor os freios
travam.
A 3.27 apresenta como o diagrama construtivo de um cilindro de simples ação com retorno
por mola.

Figura 3.27 - Esquema Construtivo de um Cilindro de Simples Ação.

Na figura 3.28 é apresentada a simbologia para cilindros de simples ação.

Figura 3.28 - Cilindros de Simples Ação: a) Retorno por Força Não Definida; b) Retorno por Mola; c)Avanço por Mola.

Um esquema simples de ligação entre válvula e cilindro é mostrado na figura 3.29.

25
Figura 3.29 - Circuito Cilindro-Válvula: a) Durante Acionamento; b) Durante Retorno.

3.5.1.2 Cilindro de dupla ação

Esse tipo de cilindro é capaz de produzir trabalho em ambos sentidos de movimento, ou seja,
converte a energia pneumática em movimento, tanto no avanço quanto no retorno. Enquanto um
orifício está admitindo ar, o outro estará liberando ar para a atmosfera, conforme a figura 3.30.
É o tipo de cilindro mais utilizado. Ex.: prensas, fixadores.

Figura 3.30 - Esquema Construtivo de um Cilindro de Dupla Ação.

Na figura 3.31, está apresentada a simbologia para cilindros de dupla ação.

Figura 3.31 - Cilindros de Dupla Ação: a) Com Haste Simples; b) Com Haste Dupla.

Um esquema simples de ligação entre válvula e cilindro é mostrado na figura 3.32.

26
Figura 3.32 - Circuito Cilindro-Válvula: a) Durante Retorno; b) Durante Acionamento.

3.5.1.3 Cilindro Tandem

Possui dois êmbolos unidos por uma haste comum, mas com entradas de ar independentes.
É construído com dois cilindros de dupla ação em série e, por isso, ao ser injetado ar comprimido
simultaneamente nas duas câmaras, no sentido de avanço ou retorno, a força de atuação é maior que
no cilindro de dupla ação normal.
É aplicado em casos onde necessita de maior força de atuação em locais onde não há espaço
para comportar um cilindro de diâmetro maior. Também é muito empregado em sistemas que
necessite de sincronismo de movimento, conforme a figura 3.33.

Figura 3.33 - Cilindro Tandem: a) Esquema Construtivo; b) Simbologia.

3.5.2 Motor

Motores pneumáticos transformam a energia pneumática em movimento rotativo. Apresentam


as seguintes características em relação a motores elétricos:
• Dimensões inferiores para a mesma capacidade;
• Peso bastante reduzido para mesma capacidade, já que não possui enrolamento;
• Suporta partidas e paradas contínuas sem se danificar;
• Quantidade reduzida de partes móveis e por isso maior segurança;
• Manutenção facilitada.

27
A figura 3.34 representa a simbologia utilizada para motor pneumático.

Figura 3.34 - Simbologia para Motor Pneumático.

28
IV-SÍMBOLOS ELÉTRICOS

4 Símbolos elétricos
A simbologia elétrica empregada em pneumática (eletropneumática) está normalizada pela
DIN 40713. A seguir serão apresentados os símbolos mais utilizados, bem como, uma pequena
explicação da funcionalidade do componente.

4.1 Elementos de contato

Os elementos de contato descrevem basicamente duas situações: normalmente aberto e


normalmente fechado.
Um terceiro elemento, chave comutadora, possui a capacidade de alternar entre os dois
estados de contato. As figuras 4.1 e 4.2 mostram o contato NA em detalhes.

4.1.1 Normalmente aberto

Figura 4.1 - Contato Normalmente Aberto.

Figura 4.2 - Detalhe do Contato NA.

29
4.1.2 Normalmente fechado

As figuras 4.3 e 4.4 mostram o contato NF em detalhes.

Figura 4.3 - Contato Normalmente Fechado.

Figura 4.4 - Detalhe do Contato NF.

4.1.3 Comutador

As figuras 4.5 e 4.6 mostram o contato do tipo comutador em detalhes.

Figura 4.5 - Contato do Tipo Comutador.

30
Figura 4.6 - Detalhe do Comutador.

4.2 Elementos de introdução de sinais

4.2.1 Sensores

Os sensores são dispositivos usados para detectar, medir ou gravar fenômenos físicos tais
como calor, radiação, entre outros, e que responde transmitindo informação, iniciando mudanças ou
operando controles. Desta forma, os sensores são dispositivos que mudam seu comportamento sob a
ação de uma grandeza física, podendo fornecer diretamente ou indiretamente um sinal que indica esta
grandeza. Quando operam diretamente, convertendo uma forma de energia em outra, são chamados
transdutores. Os de operação indireta alteram suas propriedades (como a resistência, a capacitância
ou a indutância) sob ação de uma grandeza, de forma mais ou menos proporcional. O sinal de um
sensor pode ser usado para detectar e corrigir desvios em sistemas de controle, e nos instrumentos
de medição, que freqüentemente estão associados aos SC de malha aberta (não automáticos),
orientando o usuário.

31
4.2.1.1 NPN e PNP

As figuras 4.7 e 4.8 mostram os sensores PNP e NPN, na configuração de NA ou NF.

Figura 4.7 - Sensor NPN e PNP.

Figura 4.8 - Sensor PNP normalmente aberto e normalmente fechado.

32
4.2.1.2 Indutivo

Indutância é a propriedade de um dispositivo possui de reagir às mudanças de corrente


elétrica que circulam através do elemento.
Um sensor de proximidade indutivo é composto de um circuito oscilador LC, um avaliador de
sinais, e um amplificador chaveado. A bobina deste circuito oscilador gera um campo alternado
eletromagnético de alta freqüência. Este campo é emitido pela face detectora do sensor. Quando um
objeto metálico se aproxima da parte sensora, são geradas correntes parasitas (correntes de
Foucault). As perdas resultantes retiram energia do circuito oscilador e reduzem as oscilações. O
avaliador de sinais, depois do circuito oscilador LC, converte estas informações em um sinal limpo. A
figura 4.9 ilustra alguns tipos de sensores indutivos.

Figura 4.9 - Sensores Indutivos.

A figura 4.10 mostra o símbolo e o sensor indutivo em detalhe.

Figura 4.10 - Símbolo e Detalhe do Sensor Indutivo.

4.2.1.3 Capacitivo

Um capacitor é formado por duas placas paralelas separadas por um material dielétrico. Os
transdutores capacitivos podem ser:
• Elementos com variações na separação das placas;
• Elementos com variações na área comum;
• Elementos com variações do dielétrico.

33
Os sensores de proximidade capacitivos podem detectar objetos metálicos e não metálicos.
Quanto maior a constante dielétrica do objeto, maior o campo de detecção do sensor. Os sensores de
proximidade capacitivos podem ser usados, por exemplo, nas seguintes aplicações:
• Controle de nível;
• Controle de presença;
• Controle de nível de sólidos a granel;
• Inspeção final de procedimentos de embalagem.
A figura 4.11 ilustra um sensor capacitivo e sua simbologia.

Figura 4.11 - Símbolo e Detalhe do Sensor Capacitivo.

4.2.1.4 Magnético

Os sensores de proximidade magnéticos são caracterizados pela possibilidade de grandes


distâncias de chaveamento, disponíveis com sensores de pequenas dimensões. Eles detectam
objetos magnéticos (normalmente ímãs permanentes) que são usados para disparar o processo de
chaveamento.
Como os campos magnéticos conseguem atravessar muitos materiais não-magnéticos, o
processo de chaveamento também pode ser disparado sem a necessidade de exposição direta ao
objeto alvo. Usando condutores magnéticos (por ex., ferro), o campo magnético pode ser transmitido
por distâncias maiores de modo que, por exemplo, o sinal pode ser levado para longe de áreas de
altas temperaturas. A figura 4.12 ilustra alguns tipos de sensores magnéticos.

Figura 4.12 - Sensores Magnéticos Convencionais.

34
Os sensores magnéticos eletrônicos se caracterizam pela alta sensibilidade e precisão nos
chaveamentos, além da tecnologia de montagem prática para todos os cilindros pneumáticos do
mercado. A figura 4.13 mostra os sensores magnéticos eletrônicos.

Figura 4.13 - Sensores Magnéticos Eletrônicos.

4.2.1.5 Óptico por reflexão difusa

O emissor e o receptor se encontram em um mesmo invólucro. A luz gerada no emissor


reflete de forma difusa sobre o objeto a ser sensoriado de tal forma que uma parcela dessa luz retorne
ao sensor atingindo o receptor. Os sensores ópticos desse tipo de detecção não atingem grandes
distancias (até 360mm), pois na reflexão difusa e apenas uma pequena parcela da luz é refletida em
direção ao receptor. A luz refletida depende de algumas características do objeto, como a cor e o
acabamento de superfície. Desta forma, objetos escuros, pequenos ou com superfícies altamente
rugosas podem não ser detectados. As figura 4.14 e 4.15 mostram sensores ópticos por reflexão
difusiva.

Figura 4.14 - Sensor Óptico por Reflexão Difusa.

Figura 4.15 - Detalhes e Simbologia do Sensor Óptico por Reflexão Difusa.

35
4.2.1.6 Sensor óptico de retro reflexão

São montados no mesmo invólucro o emissor, receptor e um espelho refletor para estabelecer
uma barreira de luz entre os componentes ópticos. Um objeto, ao interromper a barreira de luz,
impede a chegada da mesma ao receptor, ativando o sensor.
A distância de acionamento destes sensores depende, além de suas próprias características,
da dimensão e qualidade do espelho refletor. Os espelhos refletores possibilitam médias distâncias
(de 4,5m) pelo fato de serem constituídos por micro pirâmides que formam um angulo de 90º entre
suas paredes. As figuras 4.16 e 4.17 mostram sensores ópticos por retro reflexão.

Figura 4.16 - Sensor Óptico por Retro Reflexão.

Figura 4.17 - Detalhe e Simbologia do Sensor Óptico por Retro Reflexão.

4.2.1.7 Sensor óptico por barreira de luz

O emissor e o receptor encontram-se montados em invólucros separados, sendo necessário o


alinhamento dos mesmos para colocar o sensor em condições de operar. A luz originária do emissor
atinge o receptor formando uma barreira de luz entre os componentes. Ao penetrar a barreira, o

36
sensor é acionado. Esses sensores são apropriados para grandes distâncias. As figuras 4.18 e 4.19
mostram os sensores ópticos por barreira de luz

Figura 4.18 - Sensor Óptico por Barreira de Luz.

Figura 4.19 - Detalhe e Simbologia do Sensor Óptico por Barreira de Luz.

4.2.1.8 Fibra óptica

Uma fibra óptica é um capilar formado por dois materiais cristalinos e homogêneos. O material
que ocupa o centro da fibra chama-se núcleo e externo de casca, o qual possui um índice de refração
menor que o núcleo para possibilitar o fenômeno de reflexão total. A figura 4.20 mostra uma fibra
óptica.

Figura 4.20 - Fibra Óptica.

37
4.3 Elementos de processamento de sinais

4.3.1 Relé

Os relés são componentes eletromecânicos capazes de controlar circuitos externos de


grandes correntes a partir de pequenas correntes ou tensões, ou seja, acionando um relé com uma
pilha podemos controlar um motor que esteja ligado em 110 ou 220 volts.
O funcionamento dos relés é bem simples: quando uma corrente circula pela bobina, esta cria
um campo magnético que atrai um ou uma série de contatos fechando ou abrindo circuitos. Ao cessar
a corrente da bobina o campo magnético também cessa, fazendo com que os contatos voltem para a
posição original.
Os relés podem ter diversas configurações quanto aos seus contatos: NA, NF ou ambos,
neste caso com um contato comum (comutador). As figuras 4.21 e 4.22 mostram um relé em detalhes.

Figura 4.21 - Relé.

Figura 4.22 - Detalhamento do Relé.

38
4.4 Elementos de comando

4.4.1 Contatores

Contator é um dispositivo eletromagnético que liga e desliga um circuito, preferencialmente de


comandos elétricos automáticos, à distância. É constituído de uma bobina que quando alimentada cria
um campo magnético no núcleo fixo, que por sua vez atrai o núcleo móvel fechando o circuito.
Cessando a alimentação da bobina, desaparece o campo magnético, provocando o retorno do núcleo
através de molas.

Figura 4.23 - Contator.

Figura 4.24 - Detalhes do Contator.

39
4.5 Conversores EP (elétrico – pneumático)

O conversor recebe um sinal elétrico e fornece um sinal de saída pneumático proporcional. O


conversor normalmente é composto por um módulo transdutor, placa de circuito eletrônico e pelo
atuador.

Figura 4.25 - Conversor EP.

4.6 Conversores PE (pneumático – elétrico)

Os conversores PE são elementos que recebem sinal na forma pneumática e o convertem a


um sinal de saída elétrico. Um exemplo deste tipo de conversor é o pressostato.
O pressostato é um dispositivo eletromecânico que recebe um sinal de pressão e o compara
com sua escala interna. Após esta comparação, efetua a ação de ligar ou desligar o seu relê interno.
Podem ser divididos em duas categorias em função de sua aplicação: controle ou proteção.

Figura 4.26 - Pressostato.

40
V-CIRCUITOS ELETROPNEUMÁTICOS

5 Circuitos eletropneumáticos
Os circuitos eletropneumáticos são normalmente divididos em duas partes:
1 – Pneumática: representa o cilindro e as válvulas direcionais;
2 – Elétrica: representa o circuito elétrico responsável pela seqüência de movimentos do
atuador.
Os dois circuitos podem ficar lado a lado ou, no caso de se tornarem grandes demais,
mantém-se o pneumático acima e o elétrico abaixo.

Figura 5.1 - Exemplo de Circuito Eletropneumático.

5.1 Métodos não-sistemáticos

Os métodos não sistemáticos ou intuitivos não obedecem a nenhuma regra e o projeto do


circuito depende inteiramente do talento e raciocínio do projetista. É mais utilizado em seqüências
diretas.

5.1.1 Aplicação

Projetar um elevador de carga que realize as seguintes tarefas:


• Transportar uma carga do solo até o piso superior;
• O acionamento do elevador pode ser feito em qualquer um dos dois locais.
Como o elevador necessita realizar
zar trabalho tanto para subir quanto para descer a carga
emprega-se um cilindro de dupla ação.

41
A válvula para acionamento do circuito necessita apenas de duas posições: solo e piso
superior.
A figura 5.2 apresenta o circuito com uma possível solução para a aplicação em questão.

Figura 5.2 - Circuito Eletropneumático para Acionamento de Elevador de Carga.

5.2 Métodos sistemáticos

São métodos que aplicam uma série de regras, permitindo a simplificação do circuito, como
também o encadeamento de sistemas automáticos, isto é, o desenvolvimento pode ser dividido em
blocos que contenham poucos atuadores trabalhando individualmente, ao invés de um único bloco
com todos os atuadores.
Os principais métodos sistemáticos são: método da tabela, diagrama trajeto-passo e
representação abreviada.

5.2.1 Aplicação

Considere uma linha de montagem onde existem peças a serem cortadas. O projeto do
sistema deve apresentar as seguintes características:
• Quando o material estiver posicionado o operador deve acionar a máquina;
• Um cilindro deve ser acionado para fixar o material;
• Quando o material já estiver fixado um segundo cilindro deve ser acionado para o corte do
material;
• Após o corte do material, o primeiro cilindro deve ser recolhido;
• Quando o primeiro cilindro tiver retornado, o segundo cilindro deverá ser recolhido
também e o sistema aguardará um novo acionamento.

42
Para a implementação do sistema, será necessário o uso de sensores para indicar o término
do avanço ou retorno dos cilindros.
Para que o impacto sobre o material seja adequado, serão utilizadas válvulas de controle de
fluxo.

5.2.1.1 Forma da tabela

Tabela 5.1 - Método sistemático em forma de tabela.

Passo Movimento Comando


1º O cilindro A avança Botão de partida
2º O cilindro B avança Sensor óptico
Sensor
3º O cilindro A retorna
Capacitivo
4º O cilindro B retorna Sensor Indutivo

5.2.1.2 Diagrama trajeto-passo

Tabela 5.2 - Método sistemático em forma de diagrama trajeto-passo.

5.2.1.3 Representação abreviada

A+ B+ A– B–

43
Figura 5.3 - Circuito Eletropneumático para Prensa e Corte de Peças

44
BIBLIOGRAFIA

CROSER, P.; EBEL F. Pneumatics – Basic Level. Denkerdorf, 2002.

EDGE - Conversor Eletropneumático – Manual. São Paulo, 2007.

MAMEDE, W. F. Apostila de Pneumática e Eletropneumática. São Paulo, 2003.

NORGREN – Catálogo Compacto. São Paulo, 2007.

PARKER; Tecnologia Eletropneumática Industrial. São Paulo, 2001.

PARKER; Tecnologia Pneumática Industrial. São Paulo, 2000.

SEIPPEL, R. G.; Transducers, Sensors and Detectors, Reston Publishing

SILVA, E. C. N; Apostila de Pneumáutica. São Paulo, 2002.

SMC – Catálogo Pneumático. São Paulo, 2007.

45
ANEXOS

Simbologia Pneumática
Símbolo Descrição

Cilindro de Simples Ação e Retorno por Força Não


Definida

Cilindro de Simples Ação e Retorno por Mola

Cilindro de Simples Ação e Avanço por Mola

Cilindro de Dupla Ação com Haste Simples

Cilindro de Dupla Ação com Haste Dupla

Cilindro com Amortecimento no Retorno

Cilindro com Amortecimento no Avanço

Cilindro com Duplo Amortecimento Fixo

Cilindro Duplex Contínuo ou Tandem

Cilindro Duplex Germinado ou Múltiplas Posições

Válvula de controle direcional de 2 vias, 2 posições,


normalmente fechada

46
Símbolo Descrição

Válvula de controle direcional de 2 vias, 2 posições,


normalmente aberta

Válvula de controle direcional de 3 vias, 2 posições,


normalmente fechada

Válvula de controle direcional de 3 vias, 2 posições,


normalmente aberta

Válvula de controle direcional de 4 vias, 2 posições

Válvula de controle direcional de 5 vias, 2 posições

Válvula de controle direcional de 3 vias, 3 posições,


centro fechado

Válvula de controle direcional de 4 vias, 3 posições,


centro fechado

Válvula de controle direcional de 5 vias, 3 posições,


centro fechado

Acionamento Manual

Acionamento Manual por Botão

47
Símbolo Descrição

Acionamento Manual por Alavanca

Acionamento Manual por Pedal

Acionamento Mecânico por Came, Apalpador ou Pino

Acionamento Mecânico por Mola

Acionamento Mecânico por Rolete

Acionamento Mecânico por Rolete operando somente


em um sentido

Acionamento Elétrico por Solenóide (1 bobina)

Acionamento Elétrico por Solenóide (2 bobinas agindo


em sentidos contrários)

Acionamento Indireto

Acionamento por Solenóide e Piloto Positivo

Acionamento por Solenóide e Piloto Negativo

Reservatório

Separador de Água com Dreno Manual

Separador de Água com Dreno Automático

48
Símbolo Descrição

Secador

Símbolo Geral para Filtro

Filtro com Dreno Manual

Filtro com Dreno Automático

Lubrificador

Unidade de Condicionamento – Símbolo Detalhado

Unidade de Condicionamento – Símbolo Simplificado

Compressores de Deslocamento Fixo

Motor pneumático com Deslocamento Fixo e uma


Direção de Fluxo

Motor pneumático com Deslocamento Fixo e duas


Direções de Fluxo

Motor pneumático com Deslocamento Variável e uma


Direção de Fluxo

49
Símbolo Descrição

Motor pneumático com Deslocamento Variável e duas


Direções de Fluxo

Motor Oscilante

Válvula de Retenção sem Mola

Válvula de Retenção com Mola

Válvula de Controle de Fluxo Fixo

Válvula de Controle de Fluxo Variável

Válvula de Controle de Fluxo Unidirecional

Válvula de Fechamento

Fonte de Pressão

Linha de Trabalho, de Retorno, de Alimentação


Linha de Pilotagem
Linha de Escape ou Dreno

Tubo Flexível

Cruzamento de Linhas – Não Conectadas

Cruzamento de Linhas – Conectadas

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