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UNIVERSIDADE ORGÂNICA DE MAPUTO

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

Grupo III

Analise dos Programas de Saúde do Anuário Estatístico de 2019 nas Províncias de


Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete

Maputo

Julho, 2022
UNIVERSIDADE ORGÂNICA DE MAPUTO

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

Grupo III

Analise dos Programas de Saúde do Anuário Estatístico de 2019 nas Províncias de


Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete

Discentes: Atália Mazive, Eleutério Machava, Emerson Guilande, Fátima Tembe, Hélder
Manguiza, Jerónimo Bernardino, Laura Zita, Odete Cornélio, Patrícia Langa

Supervisor: Dra. Maria Carolina Virgílio Omar

Maputo

Julho, 2022
Índice

1.Introdução.................................................................................................................................1

2.Objectivos.................................................................................................................................2

2.1.Objectivo geral.......................................................................................................................2

2.2.Objectivos específicos...........................................................................................................2

3.Identificação das províncias com o pior desempenho nas taxas de cobertura dos programas
de saúde no ano de 2019..............................................................................................................3

3.1.Analise e interpretação dos números de indicadores não alcançados em cada programa, por
Província......................................................................................................................................3

3.2.Discriminação das Províncias pelo número e percentagem de indicadores não alcançados. 3

3.3.Discriminação das províncias pelo número de vezes que se destacaram por não alcançar as
metas............................................................................................................................................4

Conclusão:...................................................................................................................................4

4.Identificação das províncias a priorizar na alocação de recursos para melhorar a cobertura


dos programas de saúde...............................................................................................................5

4.1.Análise do desempenho dos programas de saúde, por província..........................................5

4.2.Priorização dos programas de saúde de acordo com a contribuição de cada província........6

4.3.Priorização dos programas de saúde através da caixa de decisão..........................................6

Programas de alto impacto e fácil implementação......................................................................7

Programas de médio impacto e grau de dificuldade de implementação moderado.....................7

Programa de alto impacto e grau de dificuldade de implementação moderado..........................8

Programas de alto impacto e difícil implementação....................................................................8


1. Introdução

Em Moçambique os Serviços de Saúde são na sua maioria providos pelo sector público, sendo
competência do Ministério da Saúde, planificar, implementar, coordenar, monitorar e avaliar
os programas nacionais de saúde que visam melhorar a saúde da população.

O sector da saúde apresenta desafios relacionados com qualidade e eficácia dos programas de
saúde implementados, obrigando a uma busca contínua de estratégias para melhoria destes
serviços.

O presente trabalho tem como objectivo analisar os programas de saúde do anuário do ano
2019 nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete.

O trabalho consiste num pré-requisito para a finalização do segundo módulo do programa de


Mestrado em Saúde Pública na Universidade Católica de Moçambique e foi supervisionado
pela Dra. Maria Carolina Virgílio Omar.

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2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

Analisar os programas de saúde do Anuário Estatístico de 2019 nas Províncias de


Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Tete.

2.2. Objectivos específicos

Identificar as províncias com pior desempenho nas taxas de cobertura dos programas
de saúde no ano de 2019;

Identificar as províncias a priorizar na alocação de recursos para melhorar a cobertura


dos programas de saúde.

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3. Identificação das províncias com o pior desempenho nas taxas de cobertura dos
programas de saúde no ano de 2019

3.1. Analise e interpretação dos números de indicadores não alcançados em cada


programa, por Província

Nº de Indicadores não alcançados/Província Total


Programa Indicador por
Cabo
es por Niassa Nampula Zambézia Tete progra
Delgad
programa ma
o
SMI 07 02 04 03 02 02 13
Vacinação 06 01 02 02 02 01 08
Nutrição 05 02 04 03 03 03 15
HIV 05 05 05 05 05 05 25
PTV 01 01 01 00 00 01 03
Malária 02 01 00 01 01 01 04
TB 03 01 02 01 01 01 06
DNT 01 00 00 00 00 00 00

Total/ 30 13 18 15 14 14
Província

3.2. Discriminação das Províncias pelo número e percentagem de indicadores não


alcançados

PROVÍNCIA Nº DE INDICADORES PERCENTAGEM (%)


NÃO ALCAÇADOS
Niassa 13 43,33%
Cabo Delgado 18 60%
Nampula 15 50%
Zambézia 14 46,66%
Tete 14 46,66%

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3.3. Discriminação das províncias pelo número de vezes que se destacaram por
não alcançar as metas

No de vezes que teve o


No de vezes que PIOR %
teve o Desempenho (Pior
Províncias MELHOR (incluindo casos de Desempenho)
Desempenho empate entre
Províncias)
Niassa 05 04 18,18%
C.Delgado 04 11 50%
Nampula 03 03 13,63%
Zambézia 04 03 13,63%
Tete 04 01 4,54%
Total 20 22 100%

Conclusão:

A Província que apresenta o pior desempenho nas taxas de cobertura dos Programas de Saúde
no ano de 2019 é a província de Cabo Delgado.

Em súmula, a província de Cabo Delgado apresentou 18 (dezoito) indicadores não


alcançados, correspondente à 60% de todos (30) indicadores, tendo ainda se destacado como a
província com o pior desempenho em 11 (50%) dos 22 indicadores não alcançados em todas
províncias.

Em segundo lugar temos a província de Nampula que, do total de 30 indicadores não


alcançou 15 (50%) e se destacou como a província com o pior desempenho em 3 (13,63%)
dos 19 indicadores não alcançados em todas as províncias.

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4. Identificação das províncias a priorizar na alocação de recursos para melhorar a
cobertura dos programas de saúde.

4.1. Análise do desempenho dos programas de saúde, por província

Nia. C.D Nam Zam. Tete


.

Somatório Indicadores % De
dos não indicador
Progra indicadore alcançados es não Percentagem de contribuição de
ma s (todas as (todas as alcançada incumprimento de meta de
províncias) províncias) s programa por província
HIV 25 25 100% 20% 20% 20% 20% 20%
Nutrição 25 12 48% 8,3% 33,3 24,9 24,9 16,6
% % % %
TB 15 6 40% 16,6 33,3 16,6 16.6 16,6
% % % % %
PTV 5 3 60% 33,3 33,3 - - 33,3
% % %
Malária 10 4 40% 25% - 25% 25% 25%
SMI 35 13 37,1% 15,3 30,7 23% 15,3 15,3
% % % %
Vacinaçã 30 8 26,6% 12,5 25% 25% 25% 12,5
o % %
DNT 5 0 00% - - - - -
HIV
Nutrição
Programas que PTV Programas que não TB
alcançaram metas DNT alcançaram metas Malária
SMI
Vacinação

5
4.2. Priorização dos programas de saúde de acordo com a contribuição de cada
província

Programa Províncias
HIV Todas as províncias
1. Cabo Delgado
2. Nampula /Zambézia
Nutrição 3. Tete
4. Niassa
1. Cabo Delgado
Tuberculose 2. Nampula/Niassa/Tete/Zambézia
Malária 1. Nampula/Niassa/Tete/Zambézia
1. Cabo Delgado
SMI 2. Nampula
3. Niassa, Zambézia e Tete
1. Cabo Delgado, Nampula, Zambézia
Vacinação 2. Niassa e Tete

4.3. Priorização dos programas de saúde através da caixa de decisão

ALTO HIV TB Vacinação


SMI

IMPACTO MÉDIO Nutrição


Malária

BAIXO

DIFÍCIL MÉDIO FÁCIL

IMPLEMENTAÇÃO

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NB: Serão priorizadas as províncias com os programas de saúde de alto impacto e fácil
implementação. Contudo, mediante o principio não deixar ninguém para trás, apresentamos a
seguir a descrição geral do impacto e implementação de cada quadrante.

Programas de alto impacto e fácil implementação

Vacinação (C.D, Nampula e Zambézia)

Consideramos que seja um programa de fácil implementação devido a acessibilidade do grupo


alvo (Consulta da Criança Sadia, Escolas, Brigadas Móveis e mobilização através das
estruturas locais) e tem um grande impacto contribuindo para a prevenção de doenças com
elevada morbi-mortalidade como Tétano, Difteria, Tosse Convulsa, Sarampo e Poliomielite.

Programas de médio impacto e grau de dificuldade de implementação moderado

Nutrição (C.D, Nampula e Zambézia)

Este programa exige disponibilidade financeira para aquisição de suplementos de reabilitação


nutricional em regime de internamento bem como em ambulatório (F100, F74, Plumpynut
etc.), capacitação das enfermeiras de SMI em matéria de avaliação clínica dos pacientes e
aconselhamento nutricional.

Consideramos de médio impacto devido a existência de factores externos fora do domínio do


Ministério da Saúde mas com elevada relevância para o sucesso do programa (condições
socioeconómicas e disponibilidade de alimentos).

Malária (Nampula, Niassa, Tete e Zambézia)

Este programa apresenta um grau de implementação moderado, devido à necessidade de


aquisição de redes mosquiteiras para oferecer as mulheres grávidas para a prevenção da
doença. Contudo, o programa de saúde de malária tem domínio sobre o efeito da doença e não
da causa (mosquito), de forma que o impacto do programa dependa do envolvimento e acções
sinergéticas com outros sectores tais como: Conselho Municipal (para garantir o saneamento
do meio ambiente), Ministério das Obras Públicas (para garantir a eliminação de águas

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estagnadas) e envolvimento dos Líderes Comunitários (para ajudar no processo de informar,
aconselhar e desmistificar as crenças que impedem a aderência no uso de redes mosquiteiras).

Programa de alto impacto e grau de dificuldade de implementação moderado

Tuberculose (Cabo Delgado)

O sucesso deste programa depende maioritariamente da qualidade na prestação de serviços de


saúde pelos profissionais de saúde no que concerne a capacidade em suspeitar, diagnosticar,
tratar e rastrear os contactos e grupos de risco dos casos positivos de TB. A eficiência no
tratamento dos pacientes diagnosticados reduz drasticamente a cadeia de transmissão e
propagação, tendo em consideração que esta acção está dentro do alcance do Programa de
Saúde em relação a capacidade de garantir o não aglomeramento, arejamento e redução de
número de pessoas por família devido às condições socioeconómicas do País.

Programas de alto impacto e difícil implementação

HIV (Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete e Niassa)

Consideramos que o programa de HIV é de difícil implementação pela elevada exigência


financeira e logística. É necessário garantir e disponibilizar testes em todas as unidades
sanitárias, qualificar os profissionais de saúde para um bom seguimento e tratamento dos
pacientes nas consultas de adultos, pediatria e da mulher grávida, garantir e disponibilizar
psicólogos para aconselhamento, adesão e busca activa dos pacientes faltosos e abandonos,
garantir a disponibilidade de reagentes para análises de controlo dos pacientes (carga viral e
CD4), buscar continuamente formas de aconselhar e consciencializar a população sobre os
métodos de prevenção e ética e sigilo profissional aos profissionais de saúde, etc.

Os sucessos de todas estas acções complexas, quando alcançados (carga viral indetectável),
traduzem-se em grande impacto na redução da transmissão de HIV.

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SMI (Cabo Delgado e Nampula)

O Programa de SMI é de difícil implementação devido a constrangimentos no sector de saúde


relacionados com o reduzido número de profissionais de saúde, falta de infra-estruturas. O
sucesso na implementação traz um impacto elevado na redução de mortes maternas e
mortalidade infantil.

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