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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS MATERNO, INFANTIL E FETAL
REGIÃO SUL
2020
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, ES
2022
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS MATERNO, INFANTIL E FETAL
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2022-HW6PZD - E-DOCS - DOCUMENTO ORIGINAL
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Nascidos vivos, nº de óbitos infantis por município e taxa de mortalidade infantil regional,
Região Sul, ES, 2015-2019. 7
Tabela 2 - Taxa de mortalidade infantil por período (2017/2020), Região Sul, ES. 8
Tabela 3 - Taxa de Mortalidade Fetal, Região Sul e Cachoeiro de Itapemirim, ES, 2015-2019. 9
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Tabela 6 - Distribuição dos óbitos neonatais segundo variáveis selecionadas, Região Sul, ES, 2015-
2019. 13
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Tabela 7 - Número de óbitos neonatais precoces, por estabelecimento de saúde (ocorrência), Região
Sul, ES, 2015-2019. Erro! Indicador não definido.
Tabela 8 - Proporção de óbitos por critério de evitabilidade, segundo peso ao nascer, Região Sul, ES,
2019. 16
Tabela 10 - Proporção de óbitos infantis investigados, segundo município, Região Sul, ES, 2015-2019.
20
Tabela 12 - Nascidos vivos, óbitos e RMM, segundo município, Região Sul, ES, 2015-2019. 24
Tabela 13 - Número de óbitos maternos e óbitos por causas maternas e violências*, e RMM por
componente (obstétrico direto e indireto, obstétrico não especificado), Região Sul, ES, 2015-2019. 26
Tabela 14 - Óbitos maternos por faixa etária, Região Sul, ES, 2015-2019. 27
Sumário
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Proporção de óbitos neonatais segundo variáveis selecionadas ...................................................... 12
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Indicadores de Mortalidade Materna .................................................................................................. 21
Percentual de óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e óbitos maternos investigados .............. 22
O Relatório tem como objetivo divulgar e dar visibilidade aos óbitos materno, infantil e fetal,
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contribuindo para uma interlocução permanente com os gestores de saúde e para a elaboração
dos Planos de Redução da Mortalidade Infantil e Fetal, com interferência mais efetiva nas
políticas públicas dirigidas às necessidades da população.
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Os indicadores apresentados seguem as orientações do Ministério da Saúde, constantes nos
manuais de Vigilância Epidemiológica do Óbito Infantil e Fetal, e Materno. Outros indicadores
também foram adicionados de acordo com a realidade regional.
Vários desafios têm sido evidenciados no decorrer dessas discussões, seja em nível regional,
com a necessidade de organização do acesso ao parto seguro e da melhoria da assistência
prestada; tanto quanto em nível municipal, com a organização de um pré-natal de qualidade e
de transporte sanitário seguro.
5
Indicadores de Mortalidade Infantil
Mortalidade Infantil
A mortalidade infantil refere-se à morte de crianças menores de um ano. Apresenta dois
componentes principais: a mortalidade neonatal e a pós-neonatal. O primeiro refere-se aos
óbitos ocorridos do nascimento ao 27º dia de vida, e pode ser subdividido em neonatal precoce
(0 ao 6º dia) e neonatal tardio (7º ao 27º dia). Esses óbitos estão geralmente relacionados à
assistência ao pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. O segundo componente, pós-neonatal,
refere-se aos óbitos entre o 28º e o 364º dia de vida, e está geralmente associado à ausência de
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saneamento básico, situação de insegurança alimentar e nutricional, baixo grau de escolaridade
materna, deficiência no acesso e na qualidade dos serviços de saúde (FRIAS e NAVARRO,
2013).
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A TMI é definida pelo número de mortes de menores de 01 ano de idade para cada 1000 crianças
nascidas vivas. É uma estimativa da probabilidade de uma criança nascida viva morrer antes de
completar 01 ano de idade. Em municípios com baixo contingente populacional (menos de
Não foi observada tendência clara de aumento ou diminuição na TMI no período analisado. Em
relação ao componente da mortalidade infantil, observa-se a maior ocorrência de óbitos
neonatais precoces, que no ano de 2020 representaram cerca de 50% do total de óbitos infantis.
2020
2019
2018
2017
2016
Figura 1- Óbitos infantis, segundo componentes neonatal (precoce e tardio) e pós-neonatal, Região Sul, ES,
2016 a 2020.
6
Tabela 1 - Nascidos vivos, nº de óbitos infantis por município e taxa de mortalidade infantil regional, Região Sul, ES, 2016-2020.
2016 2017 2018 2019 2020
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Bom Jesus do Norte 105 0 1 1 2 94 1 0 0 1 105 1 0 0 1 87 0 0 0 0 75 0 0 0 0
Cachoeiro de Itapemirim 2.654 20 5 12 37 2.742 21 2 7 30 2.732 22 8 7 37 2.579 21 5 10 36 2.529 4 3 5 12
Castelo 397 2 1 0 3 442 2 0 0 2 474 2 0 0 2 435 3 1 0 4 447 1 1 1 3
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Divino de São Lourenço 48 0 0 0 0 61 1 0 0 1 63 0 0 0 0 58 0 0 0 0 65 0 0 0 0
Dores do Rio Preto 54 0 0 2 2 73 0 0 1 1 101 1 0 0 1 84 0 0 0 0 78 0 0 0 0
Guaçuí 396 3 1 2 6 428 2 3 0 5 421 2 0 1 3 418 4 0 4 8 428 1 2 4 7
TMI Região Sul 8,8 5,1 13,9 6,8 2,0 8,8 8,7 2,1 10,8 7,5 3,7 11,2 6,0 2,9 8,9
NV= Nascidos Vivos; TMI= Taxa de Mortalidade Infantil.
7
O Ministério da Saúde estimula o cálculo da taxa de mortalidade infantil para municípios com
mais de 80.000 habitantes, pois as variações aleatórias influenciam muito a taxa em município
com contingente populacional menor. Para minimizar o “efeito dos pequenos números”, foram
usadas correções a partir de dados médios por quinquênio, para garantir maior estabilidade aos
indicadores de adequação das informações vitais e, consequentemente, às taxas de natalidade e
à taxa de mortalidade infantil (FRIAS e NAVARRO, 2013).
Tabela 2 - Taxa de mortalidade infantil por período (2016/2020), Região Sul, ES.
2016/2020
Município Residência
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NV Neonatal Pós neonatal Total
Alegre 1919 6,3 4,2 10,4
Alfredo Chaves 684 4,4 4,4 8,8
Anchieta 1943 5,1 2,1 7,2
Apiacá 378 10,6 0,0 10,6
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Atílio Vivácqua 726 9,6 4,1 13,8
Bom Jesus do Norte 466 6,4 2,1 8,6
Cachoeiro de Itapemirim 13236 8,4 3,1 11,5
Castelo 2195 5,9 0,5 6,4
Nos anos analisados, percebe-se estabilidade na TMI na região, que, no entanto, não alcançou
a meta estadual de reduzir os óbitos infantis para < 10/1.000 NV.
8
Mortalidade Fetal
A taxa de mortalidade fetal (TMF) é considerada um dos melhores indicadores de qualidade de
assistência prestada à gestante e ao parto. A TMF é calculada usando o número total de óbitos
fetais no numerador e o número de nascimentos totais (nascidos vivos e óbitos fetais) no
denominador, variando, porém, o critério de idade gestacional e peso para definir o óbito fetal
(BRASIL, 2009).
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primeiras horas e dias de vida. Os óbitos fetais são também, em grande parte, considerados
potencialmente evitáveis. Estima o risco de um feto nascer sem qualquer sinal de vida, e reflete,
de maneira geral, a ocorrência de fatores vinculados à gestação e ao parto, entre eles, peso ao
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nascer, bem como condições de acesso a serviços de saúde e qualidade da assistência ao pré-
natal e ao parto.
Segundo método de cálculo aplicado foi utilizado como critério de idade gestacional, 22
A TMF foi calculada apenas para a Região e para o município de Cachoeiro de Itapemirim
(Tabela 3). Também foram descritos os óbitos fetais em números absolutos por município
(Tabela 4).
Tabela 3 - Taxa de Mortalidade Fetal, Região Sul e Cachoeiro de Itapemirim, ES, 2016-2020.
Região Sul Cachoeiro de Itapemirim
Ano NV Óbitos fetais* TMF NV Óbitos fetais* TMF
2016 8423 71 8,4 2654 22 8,2
2017 8983 77 8,5 2742 17 6,2
2018 9104 74 8,1 2732 22 8,0
2019 8857 77 8,6 2579 23 8,8
2020 8624 56 6,5 2529 13 5,11
* Óbitos fetais (22 semanas de gestação e mais) + óbitos fetais com idade gestacional ignorada ou não
preenchida.
9
Tabela 4 - Nº de óbitos fetais*, por município, Região Sul, ES, 2016-2020.
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Bom Jesus do Norte 105 0 94 1 105 0 87 0 75 0
Cachoeiro de Itapemirim 2.654 22 2.742 17 2.732 22 2.579 23 2.529 13
Castelo 397 3 442 6 474 6 435 2 447 2
Divino de São Lourenço 48 0 61 0 63 1 58 0 65 0
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Dores do Rio Preto 54 0 73 1 101 2 84 1 78 0
Guaçuí 396 5 428 3 421 4 418 5 428 5
Ibitirama 141 1 165 3 176 0 137 5 144 1
10
Observa-se que no ano de 2020, a taxa de mortalidade fetal (6,5/1.000 NV) foi superior a taxa
de mortalidade neonatal (5,11/1.000 NV), o que reforça a necessidade de promoção de
melhorias no atendimento pré-natal e redução de comportamentos de risco pelas gestantes.
Mortalidade Perinatal
A Taxa de Mortalidade Perinatal (TMP) estima a intensidade dos óbitos em torno do
nascimento. Além de ser um bom indicador, ele foi criado para compensar erros decorrentes da
não observância das definições de eventos vitais (nascido vivo, óbito fetal, óbito). Outra razão
é a semelhança entre as distribuições das perdas fetais e dos óbitos na primeira hora de vida,
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segundo causas básicas. Estudos brasileiros revelam que o excesso de óbitos entre crianças se
deve, provavelmente, ao atendimento inadequado ao parto, o que implica em treinamento da
equipe de saúde envolvida e melhoria nos equipamentos e insumos prioritários a assistência ao
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recém-nascido.
A mortalidade perinatal – óbitos fetais e neonatais precoces com peso ao nascer a partir de 500
g e/ou 22 semanas de idade gestacional – tem sido recomendada como o indicador mais
11
Proporção de óbitos neonatais segundo variáveis selecionadas
O principal componente da mortalidade infantil atualmente é o neonatal, sobretudo o precoce
(0-6 dias de vida), e grande parte das mortes infantis acontecem nas primeiras 24 horas,
indicando uma relação estreita com a atenção ao parto e nascimento. As principais causas de
óbitos segundo a literatura são a prematuridade, a malformação congênita, a asfixia intraparto,
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as infecções perinatais e os fatores maternos, com uma proporção considerável de mortes
preveníveis por ação dos serviços de saúde (FRANÇA; LANSKY, 2009).
O grupo das afecções perinatais reúne causas que demandam intervenções bastante
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diferenciadas, algumas delas consideradas com maior potencial de evitabilidade. Dessa forma,
uma abordagem mais detalhada das causas de óbitos neonatais representa uma necessidade
premente no momento atual. Abordar essas causas segundo categorias de três caracteres da
12
Tabela 6 - Distribuição dos óbitos neonatais segundo variáveis selecionadas, Região Sul, ES, 2016-2020.
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Prematuridade (<37 e >32) 8 10,8 12 19,7 16 20,3 10 14,7 6 11,5
Prematuridade extrema (<32) 31 41,9 34 55,7 38 48,1 33 48,5 24 46,2
Ignorado/Não informado 12 16,2 1 1,6 4 5,1 4 5,9 4 7,7
Causas de óbito
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Malformação Congênita 22 28,9 16 26,2 24 30 12 17,6 13 25,0
Fatores maternos e relacionados à gravidez 13 17,1 11 18,0 7 8,8 18 26,5 14 26,9
Prematuridade 16 21,1 14 23,0 19 23,8 11 16,2 12 23,1
Asfixia/Hipóxia 8 10,5 10 16,4 8 10 7 10,3 4 7,7
Nos anos de 2016 a 2020, malformação congênita, fatores maternos relacionados à gravidez e
prematuridade constituíram as 3 principais causas de morte neonatal. No ano de 2020, a
principal causa de mortalidade neonatal foram fatores maternos relacionados à gravidez
(26,9%), seguido por malformação congênita (25%), prematuridade e infecções (ambos
com 23,1%). Infecções e asfixia/hipóxia tiveram menor relevância em relação ao ano de
2019. Com exceção da malformação, as principais causas de mortalidade neonatal no ano
de 2020 eram potencialmente evitáveis (tabela 6).
13
específicas do recém-nascido, particularmente a septicemia neonatal (CID 10 – P36.9).
Também foram registrados óbitos por pneumonia e sífilis congênitas.
Quadro 1- Grupamento das principais causas de óbito neonatal e sua relação com a assistência perinatal.
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Asfixia/Hipóxia Prevenção e manejo obstétrico das complicações do parto
Reanimação e assistência neonatal
Malformação congênita Assistência pré-natal (rastreamento, diagnóstico na gravidez,
procedimentos em lesões potencialmente tratáveis)
Fatores maternos e Assistência à saúde da mulher e ao pré-natal (prevenção,
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relacionados à gravidez detecção oportuna e tratamento)
Fonte: FRANÇA; LANSKY, 2009.
14
Proporção de óbitos infantis segundo classificação de evitabilidade
A classificação de evitabilidade tem sido utilizada para análise dos óbitos infantis de acordo
com a possibilidade de sua prevenção, com enfoque nas mortes causadas por problemas
potencialmente tratáveis. O objetivo é esclarecer e visualizar, de forma sistematizada, a
contribuição de diferentes fatores que contribuem para a mortalidade infantil e fetal e avaliar a
efetividade dos serviços (MS, 2009).
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A classificação utilizada nesse documento foi a Lista de Causas de Mortes Evitáveis por
Intervenções no Âmbito do Sistema Único de Saúde do Brasil (MALTA et al, 2010), que
organiza os óbitos utilizando como referência grupamentos de causa básica, segundo a
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Classificação Internacional de Doenças, com a seguinte organização para causas de óbitos entre
menores de cinco anos de idade:
1. Causas evitáveis
Ressalte-se ainda que toda análise de evitabilidade do óbito infantil deve levar em conta o peso
ao nascer, dado que este é o fator isolado de maior importância para a sobrevivência infantil.
Isto significa dizer que o óbito de uma criança com baixo peso ao nascer (menor que 2500g)
deve ser considerado de maneira diferenciada em relação a uma criança com peso ao nascer
acima de 2500g (MS, 2009).
15
Tabela 7 - Proporção de óbitos por critério de evitabilidade, segundo peso ao nascer, Região Sul, ES, 2020.
1000 a 1500 a 2500 a 3000g e
Causas Evitáveis em menores de 01 ano < 1000g Ignorado Total
1499g 2499g 2999g mais
Óbitos evitáveis 47 (61,03%)
Redutíveis por Adequada atenção à mulher na gestação 18 4 3 1 1 2 29 (37,66%)
. Afecções Maternas 4 1 1 1 7
. Complicações Maternas e da Gravidez 2 1 2 5
. Algumas situações de feto e recém-nascido afetados por complicações da
1 1 2
placenta e das membranas
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. Duração Curta Gestação e Peso Baixo 5 5
. Síndrome Angustia Respiratória 6 1 7
. Sífilis Congênita 1 1
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. Enterocolite necrotizante do feto e do recém-nascido 1 1 2
Redutíveis por Adequada atenção à mulher no parto 1 2 2 1 4 (5,19%)
. Placenta prévia e outras formas de descolamento de placenta e
1 1
hemorragia
16
Pelo critério de evitabilidade adotado (Malta, 2010), cerca de 60% dos óbitos registrados em
2020 foram classificados como evitáveis (Tabela 8). Dentre os óbitos evitáveis, destaque para
os óbitos evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação, que representaram quase
40% dos óbitos totais, sobretudo em bebês com menos de 1.500g.
Especialistas sugerem que as análises sejam processadas por peso ao nascer, considerando
evitáveis as mortes de casos com peso a partir de 1.500g (Malta, 2010). No ano de 2020, 23
(48,9%) dos óbitos classificados como evitáveis foram em bebês com mais de 1.500g. Nesses
bebês, 30% dos óbitos foram por causas redutíveis por adequada atenção à mulher na gestação,
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enquanto causas relacionadas à atenção ao parto somaram 21,7%, atenção adequada ao recém-
nascido 21,7%. Observa-se que as causas de óbito de bebês refletem de forma mais
expressiva problemas na atenção à gestante.
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Chama atenção nas crianças com peso ao nascer > 2500 g, os óbitos redutíveis por adequada
atenção pré-natal e ao parto; uma vez que nessas crianças o peso ao nascer não constitui fator
de risco independente para mortalidade; o que mostra a fragilidade da assistência à mulher tanto
17
Percentual de óbitos infantis e fetais investigados
A vigilância da mortalidade infantil e fetal é uma das prioridades do Ministério da Saúde. A
investigação dessas mortes é uma importante estratégia de redução da mortalidade infantil e
fetal, que dá visibilidade às elevadas taxas de mortalidades no País. Contribui para melhorar o
registro dos óbitos e possibilita a adoção de medidas para a prevenção de óbitos evitáveis pelos
serviços de saúde (MS, 2009).
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monitoramento da mortalidade infantil e materna”, devendo as secretarias de saúde designar
uma equipe de vigilância epidemiológica de óbitos de referência do município (Brasil, 2004b).
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de atenção como também informações colhidas com a família. De posse desses dados, a equipe
responsável pela vigilância do óbito analisa os dados coletados, propõe medidas de prevenção
de novas ocorrências, qualifica a informação, divulga e dá visibilidade ao problema.
Apesar da alta porcentagem de óbitos investigados, nem sempre os dados coletados possuem
qualidade, e a informação gerada não alcança os objetivos propostos. Este é um problema que
atualmente verifica-se nas investigações realizadas pelos municípios da Região Sul. Dentre os
fatores relacionados, destacam-se a má qualidade do preenchimento da declaração do óbito e
dos dados da ficha síntese de investigação.
18
Tabela 8 - Proporção de óbitos fetais investigados, segundo município, Região Sul, ES, 2016-2020.
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APIACA - - - - - - 2 2 100 1 1 100 1 1 100
ATILIO VIVACQUA - - - 2 2 100 1 1 100 1 1 100 1 1 100
BOM JESUS DO NORTE 1 1 100 1 1 100 1 0 0 1 0 0 - - -
24 24 100 21 21 100 24 24 100 24 23 95,83 17 17 100
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CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
CASTELO 5 5 100 7 7 100 6 5 83,3 2 2 100 2 2 100
DIVINO DE SAO LOURENCO 1 0 0 - - - 1 0 0 - - - - - -
DORES DO RIO PRETO 1 1 100 1 1 100 2 2 100 1 1 100 - - -
19
Tabela 9 - Proporção de óbitos infantis investigados, segundo município, Região Sul, ES, 2015-2019.
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APIACA - - - 1 1 100 - - - 1 1 100 3 3 100
ATILIO VIVACQUA 2 2 100 - - - 3 3 100 2 1 50 3 3 100
BOM JESUS DO NORTE 3 3 66,67 1 1 100 2 0 0 - - - - - -
30 30 100 37 37 100 38 38 100 12 12 100
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CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 38 38 100
CASTELO 5 5 100 3 3 100 2 2 100 4 4 100 3 3 100
DIVINO DE SAO LOURENCO - - - 1 0 0 - - - - - - - - -
DORES DO RIO PRETO - - - - - - 1 1 100 3 3 100 - - -
20
Indicadores de Mortalidade Materna
Morte materna (óbito materno) é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após
o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada
por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação
a ela. Não é considerada Morte Materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais.
Aqui, cabe destacar alguns conceitos importantes para compreensão dos índices utilizados para
monitoramento da mortalidade materna, são eles:
Morte materna obstétrica: As mortes maternas por causas obstétricas podem ser de
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dois tipos: as obstétricas diretas e as obstétricas indiretas.
Morte Materna Obstétrica Direta: ocorre por complicações obstétricas
durante gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões,
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tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas
causas. Corresponde aos óbitos codificados na CID 10 como: O00.0 a O08.9,
O11 a O23.9, O24.4, O26.0 a O92.7, D39.2, E23.0 (estes últimos após
21
Mulher em idade fértil: Segundo a definição internacional, é a mulher entre 15 e 49
anos de idade. No Brasil, considera-se idade fértil a faixa etária entre 10 a 49 anos.
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preenchimento da declaração de óbito e quanto à relevância desse documento como fonte de
dados de saúde (Brasil, 2007b). Por isso, em 2008, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a
investigação dos óbitos em mulheres em idade fértil (MIF) (10 a 49 anos) (Brasil, 2008).
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Tabela 10 - Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil e óbitos maternos investigados, e número de
mortes maternas tardias, Região Sul, ES, 2016-2020.
Percebe-se que em relação ao óbito materno, 100% dos casos foram investigados no período
analisado (Tabela 11). O mesmo problema de qualidade relatado nas investigações de óbitos
infantis ocorre nos óbitos maternos, com insuficiência de informações que possibilitem uma
melhor compreensão dos casos, apesar do alto percentual de investigação alcançado nos anos
analisados.
22
Razão de mortalidade materna (RMM)
Relaciona as Mortes Maternas Obstétricas Diretas e Indiretas com o número de Nascidos Vivos,
e é expresso por 100.000 Nascidos Vivos. No caso de municípios menores, Soares e
colaboradores (2001) explicam que quando a população de determinado município for muito
pequena, os resultados do indicador podem apresentar dificuldades na sua interpretação.
Para evitar problemas desse tipo, deve-se realizar a análise conjunta dos dados, em série de anos
ou grupo de municípios. Por esse motivo a RMM foi calculada por ano para Região Sul e
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Cachoeiro de Itapemirim; para os demais municípios foi calculada a RMM na série dos últimos
5 anos (2016/2020), somando os óbitos que ocorreram nesse período e também o número de
nascidos vivos em cada município (Tabela 12).
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Observa-se nos anos analisados, o ano de 2017 apresentou a maior RMM do período analisado
(133,6/100.000 NV), e entre 2016 e 2020, assim como no consolidado de 5 anos, a RMM foi
classificada como alta. Houve uma diminuição importante nos anos de 2018 e 2019, com RMM
23
Tabela 11 - Nascidos vivos, óbitos e RMM, segundo município, Região Sul, ES, 2016-2020.
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Bom Jesus do Norte 105 0 94 0 105 0 87 0 75 1 466 1 214,6
Cachoeiro de Itapemirim 2.654 2 2.742 3 2732 1 2579 0 2529 3 13236 9 68,0
Castelo 397 0 442 1 474 1 435 0 447 0 2195 2 91,1
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Guaçuí 396 0 428 1 421 1 418 0 428 0 2091 2 95,6
Iúna 399 0 393 1 403 0 381 0 331 2 1907 3 157,3
Jerônimo Monteiro 145 0 140 0 170 0 144 1 122 0 721 1 138,7
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Óbitos maternos por grupos de causas e Razão de Mortalidade Materna
específica
A Razão de Mortalidade pode ser especificada segundo um amplo conjunto de variáveis
relacionadas às características da mulher (grupo etário, cor/raça, local de residência etc.) ou do
óbito (a causa específica, local de ocorrência, entre outras).
No ano de 2017, o qual teve o maior valor de RMM, percebe-se que também foi maior a
proporcionalidade dos óbitos por causas obstétricas diretas, em relação às causas obstétricas
indiretas (Tabela 13), ressaltando a fragilidade na assistência ao pré-natal e parto nessas
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mulheres.
No ano de 2020 os óbitos maternos também foram em sua maioria, relacionadas a causas
obstétricas diretas. Das causas obstétricas diretas, 3 foram relacionadas ao abortamento. É
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importante ressaltar que as complicações físicas do aborto podem estar presentes em
decorrência do próprio processo de abortamento ou pelos procedimentos realizados para
tratamentos, sendo necessária aprimoramento dos processos de atenção a essas mulheres. Ainda
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Tabela 12 - Número de óbitos maternos e RMM por componente (obstétrico direto e indireto, obstétrico não especificado), Região Sul, ES, 2016-2020.
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Grupo 4: Infecções relacionadas à gestação 1 1
Grupo 5: Outras complicações obstétricas
O26.6 Transtornos do fígado na gravidez, no parto e no puerpério 1
O22 Complicações venosas na gravidez 1
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O71 Outros traumas obstétricos
O73 Retenção placenta e membranas, sem hemorragias
O75 Outras complicações do trabalho de parto e do parto não classificadas em outra parte
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Quanto à evitabilidade dos óbitos maternos, todos os códigos CID-10 “O” (com exceção do
O25), são classificados, pela Lista Brasileira de causas de mortes evitáveis em maiores de 5
anos até os 75 anos – como Reduzíveis por ações adequadas de prevenção, controle e atenção
às causas de morte materna. O óbito materno constitui um evento sentinela, cuja ocorrência,
mesmo que com baixa incidência, chama a atenção sobre falhas na assistência.
Tabela 13 - Óbitos maternos por faixa etária, Região Sul, ES, 2016-2020.
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15 a 19 anos 0 0 2 16,7 0 0 0 0 2 25
20 a 35 anos 1 50 9 75,0 2 50 2 100 3 37,5
35 anos e mais 1 50 1 8,3 2 50 0 0 3 37,5
TOTAL 2 100 12 100 4 100 2 100 8 100
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No ano de 2020, 37,5% (2) dos óbitos maternos foram em mulheres jovens, de 20 a 35 anos,
fora das idades classificadas como de risco obstétrico (<20 anos e >35 anos (Tabela 14).
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Problemas identificados
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1. Bloco V (Fetal ou menor de 1 ano): omissão das informações sobre a mãe,
idade gestacional, peso ao nascer, dentre outros.
2. Bloco VI (Condições e causas de óbito): omissão da informação sobre o
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tempo de ocorrência dos eventos que levaram a morte.
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Medidas de intervenção para reorganização da Assistência
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• Captação precoce e busca ativa das gestantes na atenção primária à saúde (APS) para início do
acompanhamento pré-natal;
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• Acolhimento imediato para o acompanhamento pré-natal, conforme protocolo específico e com
a política de humanização da atenção à saúde.
• Visita domiciliar / busca ativa da gestante que não comparece às consultas pré-natais.
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• Continuidade do cuidado/captação do RN pela atenção básica de saúde que deve ser realizada
após atendimento do RN em serviços de urgência ou após alta hospitalar, por meio de
agendamento por telefone, pelo envio de cópia/listagem da DNV, por meio de visita domiciliar
e outros, para não haver descontinuidade da assistência.
• Visita domiciliar na primeira semana após o parto, com avaliação global e de risco da criança
e apoio ao aleitamento materno.
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lização até a resolução completa dos problemas.
Promoção de vínculo entre o profissional e o usuário do sistema de saúde, estreitando as
relações de confiança e de corresponsabilidade, incentivando o autocuidado e o
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reconhecimento de risco.
Prática de ações de promoção integral da saúde e prevenção de agravos, para além do
atendimento apenas às demandas colocadas.
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Referências
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ANDRADE, S M; SOARES D A; CORDONI JUNIOR, L. Bases da Saúde Coletiva. Londrina:
Editora UEL, 2001.
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Pregnancy, Childbirth and the Puerperium: ICD-MM. Geneva: World Health Organization;
2013. p. 1–67.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual dos Comitês de prevenção do óbito infantil e fetal.
Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Saúde Brasil 2007: uma
análise da situação de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007b.
SOUSA, D.M.N. et al. Mortalidade materna por causas hipertensivas e hemorrágicas: análise
epidemiológica de uma década. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, v.22, n.4, p.500-506, jul-ago
2014. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br/v22n4/v22n4a11.pdf >
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ASSINATURA
Documento original assinado eletronicamente, conforme MP 2200-2/2001, art. 10, § 2º, por:
AMANDA GOMES RIBEIRO
MEMBRO (COMITE DE MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL DO ES)
SESA - SESA - GOVES
assinado em 28/07/2022 11:22:36 -03:00
INFORMAÇÕES DO DOCUMENTO
Documento capturado em 28/07/2022 11:22:36 (HORÁRIO DE BRASÍLIA - UTC-3)
por AMANDA GOMES RIBEIRO (MEMBRO (COMITE DE MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL DO ES) - SESA - SESA -
GOVES)
Valor Legal: ORIGINAL | Natureza: DOCUMENTO NATO-DIGITAL
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2022-HW6PZD - E-DOCS - DOCUMENTO ORIGINAL