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PROJETAR EM TERREIROS
TENDA DOS MILAGRES - PROPOSTA DE ARQUITETURA DE
PANO DA COSTA
OLIVEIRA, Josane S. ¹
1. RESUMO
2 Denomino templos de matrizes africanas, aos espaços nos quais ocorrem manifestações religiosas no Brasil, cuja referencia
seja (ou origem como nos aponta alguns autores).
Para superar tais limites, foi elaborada uma metodologia que visa um conhecimento
dos princípios que regem a dinâmica do candomblé, além de propiciar o envolvimento
de todos do terreiro, incluindo a iyalorixá (mãe de santo) com o objetivo de possibilitar
a atuação dos técnicos de maneira satisfatória, de modo que nem a técnica nem a
liturgia sejam prejudicados.
2. PANO DA COSTA
FIGURAS 01 - Africana usado pano da costa; 03 Modos diferentes de uso; Yalorixa Mãe Stella de Oxóssi do Opô Afonjá,
usando pano da costa; 04 - Panos da costa.FONTES: Acervo do IGBA, , Blog do Rio Vermelho, idem e Caderno do IPAC-
Pano da Costa
3. METODOLOGIA
Sobre Axé, o elemento que rege a sacralidade dos terreiros, por vezes
ouve-se a iyalorixá e os membros do terreiros indicar que "a casa tinha axé",
que determinada folha "estava carregada de axé", que era preciso "reestabeler
o axé". Para compreensão dessa energia teve-se como manancial a Juana
Elbein, que descreveu o seguinte:
Ela observa que, tal força deve ser transmitida, assim todo o elemento e
individuo só pode ser adjetivado como sagrado na medida que "receber axé"
inclusive para que o terreiro possa cumprir suas atividades e rituais deve ser
"plantado o axé". A partir disso se concluiu que é na ação de transmitir essa
energia que se dá a sacralização, e que toda ação executada dentro do terreiro
precisa estar permeada pelo axé para que aquele cumpra a sua função. Ao
pensar na ação de dar e receber o axé, sendo a mão o receptáculo desses
verbos, é possível afirmar que ela, a mão, é guia transmissora dessa energia.
FONTE: Autora
Visita ao Ateliê de Gilmar Tavares, este artifície, que é ogã, produz
ferramentas ligadas aos cultos afro brasileiros com metal. Teve seu trabalho
exposto em diversos museus e fez parte do projeto Casa dos Objetos Mágicos
do Programa Monumenta, em 2006, que visava repassar o conhecimento das
técnicas. Na cartilha (figura 08) desse projeto, foi possível observar o processo
de produção dos artefatos organizada a partir do croqui até a peça final (figura
09).
FIGURAS: 08 - Cartilha da Casa do Objeto Mágico; 09 - Trabalho de Gilmar Tavares; 10 - Tecelã e 11 -Tear da
Kula Tecelagem. FONTE: Acervo da autora.
3.1.3. Fonte In Loci - Visita ao Sitio Sagrado - Terreiro Tingongo Muende
A
FIGURAS: 23 Plantas Baixas e Vistas - Tipologia 01; 24 - Planta e Vistas - Tipologia 01,
com tendas; 25 - Croqui da tenda. FONTE: Elaboradas pela autora
FIGURAS: 26 a 28 - Plantas Baixas e Vistas das edificações da Tipologia 02. FONTE: Elaboradas pela autora.
E 05 estruturas projetadas pilares de eucalipto tratado, que ficam entre
as edificações, funcionam para atividades diversas, com tendas para
cerramento do espaço. Nos três casos a estrutura e as telhas da cobertura em
bambu tratado, o forro de elemento têxtil transpassando a estrutura o telhado. A
tipologia 01, que é aberta, e algumas das estruturas com pilares de bambu
forma um conjunto com fechamento em estrutura de bambu (figuras 36 e 37).
FIGURAS: 30 Croqui;
FIGURAS: 32 - Vistas do Conjunto Proposto; 33 - Vistas do Conjunto com o tecido traspassando as Proposto; 34 e 35 -
Tecido transpassando a arvore e as edificações. FONTE: Elaboradas pela autora.
FIGURAS: 36 e 37 - 3 D de edificação com o tecido transpassando. FONTE: Elaboradas pela autora.
4. REFERÊNCIAS
ABRANTES, Samuel. Sobre os Signos de Omolu. Rio de Janeiro, Editora Ágora da Ilha, 1999;
Bahia. Governo do Estado. Secretaria de Cultura. IPAC. Pano da Costa./ Bahia. Governo do
Estado. Secretaria de Cultura. IPAC.- Salvador : IPAC; Fundação Pedro Calmon, 2009.
LAWAL, Babatunde. A arte pela vida: a vida pela arte. Revista Afro-Ásia, Salvador, CEAO/UFBA,
n.14. 1983
SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nagò e a Morte - Pàde, Asèsè e o culto Ègun na Bahia; traduzido
pela Universidade Federal da Bahia. 14 ed. - Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
SANTOS, Juana Elbein dos. (Organizadora). Ancestralidade Africana no Brasil - Mestre Didi 80
anos. Salvador: SECNEB, 1997.
SANTOS, Maria Stella de Azevedo. Meu Tempo é Agora; 2ª Edição, Salvador: Editora da
Assembléia Legislativa da Bahia, 2010.
OLIVEIRA, Josane dos Santos, Tenda dos Milagres - Proposta de Arquitetura de Pano da Costa.
Projeto para defesa de Título de Graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal da Bahia;