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1J:'; 30
/E) i p)

Os abaixo assignados, vivamente interessados, corno


madeirenses e eomo }ll'oprictarios, nos trabalhos incum-
bidos á Commitis?io para a qual .... ex.''' fOl'am acerta-
damente nomeados por Portal'ia do Ministerio das Obru
Publicas de 131 de dezembro ultimo, e convencidos de que
da pt\l-to de v. ex.·\5 terão o mais benevolo acolhimento
todas [IS illf()rlUa~!ÜeS c todos os dados que possam contri-
bui!' ue qualquH fOl'ma pam urua jURta concepção das me-
didas que a precaria situação economica deste distrido re.
c1am<lw,e cuja ad1lpc;ão v.ex 3S terão de aconselhar ao Go-
vemo dc Sua Magestade, rC'Ipeitosalllcnte submettcm
ao juizo csclal'ccido de v. Cx,as as considerações que
seguem:
Esta contribuiç:lo é vexato!'ia e iniqna porque tributa
e recahe sobre o capital o nlLO nos lucros d 'el!e, ou no
se \I rendi meniu; e é tanto mais onerosa para o contri -
buinte quanto é certo que, gemll1lente, elle a tem ~e
solver na uceasià,) cm q Ile mais preci sa de liquiuar o
capital.
~a In;'latena, por l'xemp!o, na ção que não é d",s
mais p;1l'eas lJ') !an(,':1IllC lltl) de ilopustns, n1io existe a
contribuiçlio 50bre a I'cmla (le propriedatle porq u e allt
:lO rntcl111c que é SCllI p:'C nociva ao d esenvo;vim..:nto ela
riqncz " pl\hliC''l,
?lias, fillilndo um paiz se encolltI'u em ci r~umstanei:1s
prosperas e tem expcI'imentado um grande auglllcn-
to no valo:' da sua propl'iedfid c , ob tido pelo hl'gu des-
cnvo!l-illlculo dad.o a todos os sens mellllJ!'.lm ent'J8 wa -
tCl'iaes, qno elll menos de ql1H!'enta aonos teem ellstnJo
mais de eem mil contos ele reis; não o preo cc ll pa tanto
nem lhe é sensivel o pagam e nto de contribuições, am-
l1:\ que pezarlas se jal11 , porCin o se p or um lado paga
mai s , por Olltro tamb em I\ltÚO mais recebe, c vê a sua
riqueza dcsillv ol\'cl'-se o allglllentnl' a olhos visto!!., Nit0
sllccedc assim a UIll paiz pouce e reduzido ' iL ul tima de-
eadencia, como actllalllleGte a Madeira se eneQlltl'a,
A contribüiçiLo llo rcgi~tl'o e m Portugal sobre a venda
da proprieda le (antigas sizas). era de d cz por cento, O
decreto de 23 de jlll1ho de 1801 reduziu-a a cin co
por centu; 1lJa~ por ~"t;cl's~,i,,()s adcl icion aes que d esue
entílo se Ib e t~1!l illo am'l'cl:it;cntanJo esllí. outra vez e le-
vada 11 D,l pOl' centIl; slí: ll cntc 11U\'O deci mos ue menos
dv CillH 01';\ ante:; d'aC'[a e llo dCl'r do !
Esta cxcessinl laxa é uma das cansas que tamuelll tem
cOlltribllido para ii clepl'0ciHC;illJ do valor da pl"Opriedade
na Madeira, com grande pl'cjllizo da lI1dustl'ia agricola;
e pOl' iii!sO 5cril\ bem insto Cil.le pelo álCllOS duraute
dez :maos, esta contl'ibnic;iio fosse outra vez reduzida no
districto a cinco por ceoto, ~(,lll mais aodieional algnm
e se m pagamento do imposto elo 80110, como estava esta-
uelecido na lei de 11 de ago&to de 18CO,
])e m ais. o augmento da'eontribl\içào de regislro de ;)
a \),1 .p01' cf'ntl), tem pol'\'iodo priDcipalll:eute de ac1eli-
cionaes para dcspezas de via~?ioi Lfl1l'ficio de ql!C a Madei-
ra não tem gosado, pagando 'no entretn n to o clH'argo.
Não nos parece, pois, que nào esteja dentro dos limites
da equidade o tornar-se a expe rim ental' no distl'icto,
durante el('z :1110 0S , os efi'eitos do;; snos pl'lIIeipios eeo-
nomicos Go sabiam en te expostos no relatorio do decreto
de 23 de junho ete 1 ';)1, Icduzindo o impusto tla ~iza fi i)
p Ol' cen10, (:1)

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Couf.eibulção lH'cdial

A contribuição predial do districto do Funchal para


o anDo de 1867, fixada por lei de 16 de abril, prod uziu
eru moeda do continente. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 36.126;>" 18
40 '/0 de jlllposto~de viação (L. deHi d'll-
hri! de 67) ..•....... ~ • . . . . . . . . . . • . . . . . . • 14.060~724
2 % para falhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08:3/)550
11 escripturarios dos escrivi\es de Fazenda .. 1.:320,)000

Som ma total. ............ '" .......... 51.481 ~OH2


====-==
A contribuição predial para o nnno de 1887-, fix a-
da 110r decreto de 7 de jnlhc, é de reis ....... ü3.000i~OOO
6 e/o addicionnes, por lei de '27 de abril de
1882. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3.780,)OW
5,26% de addicionaes por lei de 30 de ja-
neiro de 1887 pala triuunaes administravos etc .. 3.3136800

70.09315800
2% de seBo •...... '" .... " . . . .. .. .. 1.401 6880

Somma total. .... (b). . . . . . . . . . . . . . ... 71.495,)U80


======
Em vinte annos nuglllentoll a contribuis-ão predi al
do districto do Funchal a importante son:;nUl de vinte
contos quatorze mil quinhentos uo\'entn reIs (20.014;)690
rei»), ou 30 I Ofo.

Este augrnenlo de contribuição Pl'edia l do !lnno de


18G7 para o de 1887 não 6 sbmente devida-ôlo aecresci·
mo do rendimrnto que as uhiLu,n., matrizes que e~tão
em 5el'yi~o ~s~ign;llll aos predios ; mas ainda tambem às
diminutas percentageM ae
abatimento que se fixaram para
D8 despezas de cultura dos preclios rusticos.
-5-
110 concelho do Fuochal, por exemplo, o abatimento
feito na matriz prcdial para a dCRpeza da cultura da vi-
nlla é de JO %'
Xos predios õados de colonia este aLati mento perten-
ce todo ao colono, c dfcctivamente elle faz essa dCi:'pcza
com fi cnh llJ"a da vinha quc ainda existe. •
.Mas todos sabem que desde que as vinbas foram ata-
cantis do oidium-iude,'i e da phyloxent, a despeza com o
trut:llllC'nto d'eI/as excede muito a 30 0/", Nas vinh:ls ala-
cadas do oidiwn-tuckeri, e tratadas pelo enxofre, ades.
peza nunca desce de 42 a 44 pc.r cento; mas o senhorio dú
o cnxofre para tratamento do \'inbo que lhe caLe, na razão
de 350 a 400 reis por cada 50 litms, o qU6 corresponde,
pouco ruais ou menos, a 14% de dcspeza, porque a média
do preço do \'inlio em mosto DO concelho do Funchal,
tem It'gnlado ultimamente entre 2,>GOO e :?~800 reis
por 50 litt'us; e na matriz predial não é feito abatimen-
to al;.;um ?o senhorio para esta dcspeza. .
E' pois de toda aju stiça que na cultura d as vinhas fi ue
nieda existcm,emquantr) continuarem a produzir algum vi-
nho, o colono tenha o abatimento de 30 % - para despezus
da cultu ra, c o senhorio 12 a 14 pOl' cento de abatimento
}Jara gasto do enxofre que fomece,
E' tambem preciso fazer a revisão das percentngens
quc nas matrizes de todos os concelhos do dislricto são
descontadas psra ~s despezas de cultura, a fim de abonar
aos cultivadores a percentagem correspondente á vcrda-
deira deapeza que fazem com os gastos d'ella, para não
terem de pagar contribuição do rendimento bl'uto.
Extinguiram·se os dizimos,porque eram ulIla contribui.
ção vexato ria que tributava o rendimento bruto da terra,
Não deve, pois, executar·se a legislação que regula a
C01itn'bai~'â'o predial de lDodo que d'essa execução resulte
tl'iblltul'·se tambem o rendimento bruto, o ' que de certo
ElIcceded se as percentageus a abater pam as despozas
de clllt:.lra forem tão diminutas que não correspondam á
verdadeira àeEpeza,
Nos pred ios cultivados de vinha, que tem sido destl'ui-
da pela phy loxera; e nos predios cultivados de canna de
assucar, tam bem já destruida pela 1D0lestia, a contribui.
ção predial dc\'e ser annullada, por sinistro,
Com relação a annuIlação para a eanna de assncur,
-G-

as Cnmarns l\Iunicipacs teem no arL O 285.0 e scgllintes do


Decreto regulamentar da contriuui(IO predial de 25 de
Agosto <le l l)l) I, a faealdade rle rc(p!crcrcm a unl1ullnçrlo
da ccntl'iuniç'ão; lllas ('om J"\.:laçiio Ú vinha destruilb, este
deel'cto fui ultc:'ado pelo nrt. Q 1\1.° (lo de 7 ue Dezembro
de 1882, f1.lle orJeno:! <FIG 03 requel'i:UC:iltos p~l'a a an-
l1nlluç-::to da coutl'lbuit;;w por silli~tl'OS na cultura das yi-
nhas fo ssem sempre i.'1I1il:i.lwflS. Yeill depoi~ () llrcrcto de
~) lle DCZC\llOlO de l~Sli (D. G. 11.° 2;);\ dc lf)) com [\
(.rganisaçiio dos serv.:ços nnti pl,yloxel'\.cos, c revogando
toda a legis!:1ç'no cm contrario dispoi. (pie os pl'oprictar ias
de vi:lhaH infectadas mas n:1o cúH,Illotamente destruidas
pela I hyloxc~n, pedI ssem:l :lllilullaç1to da rcspeé:ti\'a 0 COI1-
trilmi<;lo predial confunllo o dió'po~t() no nrL 172. das
O

. Iustru c<;\ies de 7 de J\~o s t() dn 18UO ..


Tcmo R , pois, tr~z decretos contendo cada um d'ellcs
disposiç\ie;; nntinDmicas com [I:; (los OI~tt·OS, se m o contri-
buint e tcr a. ccrtei.a de 'ln:,l d'elks tem de regular este
il1lportnn k ll»sumpto .
E' por iSSi) lIr;;on t0 11;\l'Ir\ouiti:Lt' toda esta legi ~bção,
c concedcr lís Camaras ~[llnieip:.les a heuldadc, que lllCS foi
retiraJ:l, com rola<;?io li" vin11!\S phy!oxel'adns, pelo d~­
creto de 7 de D.:;r,elllbro ele 1:3B:! , lle requcrerem a an-
nllllaç~o da c ntribl1i<;:l.o prctlial ebs yiJlllUS dCbtruidas.
T01'1l1Hle tallluem lllldll ncceessul'io n pl'ollllllga~ão
do Hegulamcnto pura o c1CCI:elO de D de Dezemhro de
1HSCi, p:na que os cl1lti\'[lllo l'e~ ue \'inhas que forcm plau-
tadas ou replantadas, P()8Sl~1Il sabc l' COlHO hão de requcrer
a conccstilto ela i~cn<;ão de contribuição prcdial, que foi pro-
mettlrla no arL O 2~I . o. que
Igual iscn~rto devcria ttul!lJ (·t1l sei' cOllcc~.idll, aos
pt'N1ios de cp.l1ua de
plautarclU ou l'<'plan tal'üIlI Od ~C:liS
!lti 3UCal' .
As ll1utrizeil de co'ltl'iLu;c;:\o pi'ctlwl, a cnja Ol'gauisa-
çiio se ebtan\ ultima\:1cnt..: !;;'od;dc:Juo n'ctitc' di~tl'icto,
nilo poJem Jc modo ül:;-iun ;;(:I'\'ir C Júvom ser pOcita,; de
parte; n;:''' ~Ü pontUO a\:aboll totalmente a Call11a de aSSll-
car, c a doença lla vinb, ctlni!nlltl llilÜ,; intcll';;l., mas
tamu em porque a ['cdae.Jw a diulIl!il'o, llo rCl1l1imcnio lJm·
to das terras, como detel'min~ o Ul't. 7tl° de Heglllamen-
to de 25 ele agosto de 1881) feita pelo tel'mo mcüio elos
pl'eços concntes dos goncros nos llltimos trcz anilaS unte-
--7-
1':orcs no da f OI' !l13Ç:\0 lhs ll1 rltrizcs, attl' ib uill a esses
gnncl'OS 1)::; pI'C~:()S que enL'll) obtinha m, ma~ quo ac tual-
monte teem descidu IlIlIito UI) se,! valor , eo:no faeiilll cntc
sr pode \'cl'ifi,~al':í. \'i~ta Ih'3 c'3i'tiJ\':es q'lo o al't. 'i~) ,U du
HCg'!\lamoillo llJ<u1d conSI~r\';ll' na r;>pal'liç;il.o de faze nda
n

uo d i ~l'ict(), ,
art. 0S ,o UO rofer iJo Itc';llbme nto iu mb clll pode tra-
zer 10Gb clistl'icto muito prcjll iso aos senho ri os dos predi-
os nIRt;e(,S , o 11:10 deve ter aq1 li cxc:çu~' ão pOl'que o ex-
cCt'siro rctalhü1lJcmto da tena , cm conseq nencia da rc-
pal'ti~,?i!) das bcmf"itorias c::ttre os herd eiros do co loDo,
tcmhegado a tal po:!to que: dá logar a que o r end im cnto
lHllt , de oada peu.a-;o de tCl'l'il que o no"o co lono hoje
clllti\'a poucas vezes cxcclle a dez Inil rei" , .E com o o
art, Gd .o dispõe qUI) o l'clld:!11ClltO u;'uto até CSS:l impor-
tancia srja iUI1:r.::r:.do na lll:1tri/. S0meutc a dinhe iro, se m
nH~,lcion:jr a proélllcc:}O 36'1';':;;)]a 116 flue rcsültà)pôd c Sll <: -
cel.lcr que o senhorio qiiC .t"lC! um predi ) rtlst ico tl i\'i-
'
elido cntro qnillzc cu \'illtn cO!(1!T).,:;, tÚilha ql.linz3 Oll vin-
te ~c.zcs o eiJ\tir~cnto de dei< 'mil rc'i" (pam ~e r r epartido
com o colono) de c,1d<l U:~l 11'Cl!C~, o qnc elevari a o rend i-
mento do pJ'cílio a centl) ti 1(; JJ:.t:l ou duz cntas mil re is;
mas na matriz tolo esse rf:,llllilLlcnto c~tü indicado SO Ill C;[1-
tu fi dinheiro scm c'.;nccil1e,l\' :t Di'olbedic agrieola uo quc
alIc pro\'cm, L L >

Velll) C·IP.l') <!Ó01':1 Slh'CJJCII, a clocllç,a qno cxtingll Jl1


completamonte a C1!1U3 de n~srlca:' , e vae destrui ndo a
viu ~ , O senh()rio roquer (pe Sl~P. annuliaua a con tr ibui ção
prcJial qno o pl'cdio pagl1v:l po r qae fi proc! ucçJo tl ' ellc
esut pcndid:l; o no el1~I'ehnLo n:h podf,l'Ú oLtel' essa annul-
hç1o) \'isto como II. IlIntriíl somente indina o r en d imcnto
de totlo o pl'cdio n (lin!tl!iro, sem especifica I' a cultura que
produzia esse rendimento ,
.J..~i'Lo ú cste somento o nni('o Illnl C}1iO ~c oxpcr imcl1io
do cxcossi\·o l'LtalhamclJtn da terr.l de um mes lIl o pl'O-
prietario pelos no\'os colou\).:; entro os (pacs fpl'<l m r epa\'-
ti LIas em in\'cnt3.rio as uCll1feitorias do colono quc as
cultivava,
Ainda sll eccclc pc.o J'. O senhorio ulo pode e xcluir
um colono dc parte lIas uemf~itol'ias qae cl le colonisa,
dei xando· o com outra parte d 'o llas; mas o colono poue
,'end er Oll da r cm pagalll cnto dc divida a um novo co-
-8-
lono parte das suas bCluf~itol'ias, ficanào com outl'a parte;
c por este lUodo o senhorio Sfl vêue um para outro dia COIU
dois ou trez colonos no pl'cdio em quo d'ant6s tinh:l um
só, selU que pal'a isso tenha dado o seu consentimento; e
vendo-se assim obrigado !l ter parceria agricola caIU co°
lonas que clle talvez não qtiizesse tel' cm pl'edioti seus,

"
-9-

«IDll,odo do Tluho»-«lIup081~,âo tIa ~arDle~


-Ileal d'.4gna.

Na Madl!il'a, o imposto do Ueal d'Agoa, cujas taras el-


tam marcadas no decreto de 29 de D"lzembro de 187U,
50 é cobrado na alfandega, depois da lei ' de 17 de Maio
ãe 188~, sobre os eegllintes generos, quando são impor-
tados óe paizes estrangE'iroe 011 dl\8 provincias ultramari-
nas:

Carnes verdes seccas 011 salgadns . .•...• 10 ri!. por kilo


Arroz descascado.. . . . .. . .....•..... 10 c(« «
Azeito de oliveira .•................•• 10« (J, litro
Vinho, qualquer que seja a sua qualidado 7 « « «
Vinagre .........•...•.••.••.••..... 7 , « (f
Bebidas alcoolil':ls ...........•........ 50, « «
Bebidas fermentadab ..•..•..•.. , ..••.. 10« II. «

No continente o real d'ngoa sobre o vinho de qual-


quer qualidade é tarubem de 7 n. por littro; e sobré li
carne de 10 rs. por kilo gl'aWOla.
Na Madeira, a C8rlre e o vinho aqui produzidos nlo
pagam o Ueal d' Agoa, mas pagam ià postos mars pesll-
dos do que este, com a denominaçlto de-Imposição do
vinho-e Imposlçlto da carne.
A imposlçA:o do viuh(J, estabelecida por Prov~d:~ do
anno de 1489, e nngmentada por outra de 15G8 "(re-
gistadas na Camara Municipal do Funchal) é de dURS
canl\das em cada alwude do quatorze canadas, 011 a sati-
ma partc; o que corresponde a 14,3 por cento, de imposto.
Em quanto, pois, no contlUente um littro de vinho,
qua1lluel' que seja o pre~o por que é vendido, paga
sete reis do real d'agua, na Madeira paga na rasão de
um setimo do seu valur, ou 14,3 por .cento.
Aseim , poi' l O vinho que que aql\i é "eodido a70 reis
-10-
o littl'O, paga dez reis de imposição; se fur vendido a.
I

140 rei~, pl!ja vinte reis, aUg"mcntando sempre o im-


ll ~)st() elJ!1f.ll'!uc angment:\ o preço da ,'onda,
Este irn po:>to toma-se ainda mais "exatorio, c mais
Pi'ejudi c ial á cultura da \' inha, POl' quanto, segundo a
interpreta ção dad:. lt respecti va Iegislação na portar ia
do ;)linisl.erio da Fazenda de 2l de Maio de 18G2 (que ,
abaixo vae transcl'ipta) somente é cobrado sobre u vi-
nho de uras, ·deixando completamente livre de imposto
para ° tiJC SOl1rO publico o vinho artificial, proveniente
do fructas ou plallt,ls.

Mioi strrio da Fazcnull-Thesouro Publico- Dire::~~ão


G eral da ~-; Alf'liH.lcgas e Contriuuições innil'ectas,
Foi Im~~ellte a S la :H'lge~tadc Et-Hei a conta do
G,)\'ernat!,)l' C;\-i! (h r.'l1nch:d, (latada de ~G de Fe-
v()re iro 11ltilllil, ace rca da interpretaçuo qne deva dal'-!:ie
h !cglsla ç,.1o relativa no i rnposto do 7'eal d'agna , (nã.o é
rl?ul d '. tlgq ,l, mas sim impn"i ç:io do vinho-) quanto a
fnz~r- Ec [lfl3'[l1' este tributo ao lJin!w !ll'ti;ficial ex~rahiclo
de dit'l~ l' ~ ai [!'lIda s e do SUIllO da canua doce. E o mes-
UJO aU g' tls\o s~n h o r ccntorlllanclo·se COIU as opiniões
cmittidas 5(,bl'e C::ite aSSt;umpto, houve por bem res(,!ver
. que a<) pagamento tio dito illlpOBtO só é sujeito o vinho
qu o fur cxtrallido da uva , e uào ontro qualquer pro\'elll-
ente d ~ frltetns 011 plantas .
n qllC pela Direcção Geral (laa alfandegas se eo mlllnuit,:\
ao ro[eriLlo Governador Civil J)ara sell conhecim ento, e
pfl l'a qn e assim o faça constal' ÚS Camaras Mu nicipacs
(lo seu tli stricto.--PiIÇO em 2l de Maio Je 18G2- Joaquim
'l'homaz Loóo d' Avil".
Impo sJção «la C31'ue

Este imposto é de 45D gl'ammas de carne sobre cada


13 kilos e 77U grllrumas de carnes verdes, \'endidas para
consumo.
l\lais 3 reis em cada 450 grnmmas, })or Lei de 21
de núvembro de 1844.
:Mais 5 por cento addic:ionaes por I~ei CO 12 de de.
zembro de 1844.
Estes tJ'es impostos eoncs-pondem a 1 J reis por ki:o.
I .
Pareee,pois,justo quoa«lmposiç'>io da carne»-e a «Im-
posição do vinho)) - sejam snbstituidns pelo imposto do
Real d'agua, TIcando aqllella pagando dez reis por ]';ilo, c
o vinho sele reis por litl'o,gclH'ralislllldo o imposto a
todo o "inbo, qualquer que seja a Eua qualidade, para
eomprehendel' O vinho mtificinl. E' esta uma medida que
não deixara de produzir alguma vantagem à llgricultura cm
c gerul, em especial li cultura da vinha.
Alem disso, no continente do reino, o decreto de 2D
de àezembro de 187D (art.o 3. 0 -n.o 3) isentou do pag,\-
monto do imposto do real d'l1gua os generos a elle sujei.
tos, que se destinassem:i exportação_
Na lUadeira não se ooscrva csta disposi)ã(l~ e as cal'.
nes verdes que se exportam pagam o imposto de 3 n~ is
para o Estado; c como toda a CMne que paga este llnpos.
to paga tambellJ o imposto mnnicipa! a qllo csf;í. ~I!.ieita,
e que no ooneelho do Funchal é de 25 rcis por kilo, a-
contece que [IS c[lmes verdes que se exportalll p:-tgam de
imposto iJ8 reis pOI' kilo, ou 24 po)' cento, porque o prrço
da carne regula a 1 GO reie.
Nilo ha industria :qrieola que, alem d6S outros (:ncar-
gos tributarios a qne está sujeita, p()s~a supporta:' impos.
tos de 24 por cento nos prodllctos que exporta.
E' axioma que não pode haver agricultura sem gados.
lUas na Uadeim o gado, (especialmente o vaecum) tem eles-
- 12-
ci~o tanto do preço I)ue ainda ba ponco tempo obtinha,
que os lavradores t'm ,-cz de retirarem. da ('rea~ão
dçlle algum pequeno lucro, estilo ali~ís Suppol"tando grau
prejuizo no Talor porque o adquiriram .
A exportAI)~o t1~ CInDe. ou para consumo o rnatlllota-
gero do!! navios, ou para Mir para o estrangeiro det'c !ler
is~nta da todo e qll111qner im posto, quer para o Estado, quer
para o~ munjcipios.
A~sim poder:!. augmentar a exportação. Como está actu-
almente, co,ntinuarã. a dirui-nuir.
-13-

Por muito tempo esteve eru execução na alfandega do


Funcha l o decreto de 24 ue Maio de 1842, que isentava
de todo e qualquer direito de exportação todos os artigos
de prouucçào da l\Iadeira, coruo gados. cames vcrdes,
aves, vegctaes e quaesquer provisões (cxcepto o vinho)
exportados para matalotagcm, refl'esco ou sllpprimento dos
navios que aqu i aportavão,
Seria de grande vantagem restabeleccr as di ~ posi<;ões
de~te decreto, generalisandoas a toda a export:lção que se
fizer, quer dos produeios agrícolas (excepto o viulJO) CjU!.'!'
dos productos da mdu stria madeirense. ((.)

o governo lwometteu í::ientar ~a navegação que nos pro-


curar do pagamento do direitos de tonelagem. Convinha
estellder cste benefi· 10 aos direitos san'lt((l'ios e impoElos
de quarentena e de la ZQl'eto , que nos t rez annos cconomicos
de 1883-84: a 1885-6, só renderam a media de -1:097 ÓOOO
reis por anuo.

Pelo arL O 4:,0 da Lei de27 do Maio de 184:3 era per-


mittiuo aos individuos, assim portuguezes como cstnlngei-
1'08, que viesseru residir temporariamente para a Madoira a
importa~ão livre de direitos do trem e mobilia do !leu uso,
obrigando-se a r eox portal-os dentro de desoito mezes, o
pI'cstando fiança idon ea ou depositando a imp0J'tancia dos
direitos, como melhor lhes conviesse.
Convinha restabelecer pel'ruunentement() as di sposi ções
desta le i, permittindo a l'enoçaçlio da fiauça aos direitos por
outros dezoito meses,quando o lDteressado tiv«:ssp. de \'ultal'
IÍ Madeira, ou de continuar aqui a sua residcneia por
runis do um anno, como muitas vezes succede com os es-
trangeiros que aqui yeem tl'actar da !Sua saude. (fI)
-1'~-

A I'egcncraçõo da ag~'icllltl1l'U da ilha da l\i~,deira p re-


CIRa urgentemente de que se cmprehendarn e executcm
sem dila~'âo, entre outros, os st'guintes melhoramentos:
-Arbori~aç~o das Eerras e cncostas das montanbas.
- E\lc[I\lawento de todas as i1guas que !Jossam scr uti-
lisadas no regadio tias terras de Ja\'olll'a.
-Hapido e YigOJ'OFO impulEo 11a viação publica, e no
mc 1110r[,mcI110 dos portos de mal' das fregllezias ru-
mes, e,'pccíalll1fnle 11a costa do norte da ilha; e dos ca-
mi1J1Jo;; que conduzC'm a esses portos.
U'lla ( senta pJ'~tica de flgricultuJ'[I, como pelo Decreto
de 2 (10 dczembro de 188ü foram creadas para as re-
giõcs [;gronomicas de continente do reino.
,\ [II borisilç?io das SeITM, encanamento de aguas, de-
t:e!1Yohilll .r nto da viação publica e melhoramento dos pOl-
tos, f.ào trabalhos que devem caminhar a par e simultanea-
mcute, porq uo da real isaçilo de um d'estes melhoramentos
dcsaceompanhado dos úutl'OS nenhum resultado pratico se
colLení.
Pn'cisamos de al'uol'isaçZío para conservar e manter as
nascentes e mananrir.cs d'ngua pnra regadio, mas Ee não
construirmos os nquedllctos para as conduzir pcrder-se-
lIão as nguas para o lllat·, som a agricldtura as poder
aproveitar.
Se ti\'crr:JOs agU:lS para regar as terras, a cultma
d'ellmJ crescerá; mas ~:se não tivermos estradas para con-
dllzir os proclllctos agrícolas para o Funchal, elles ficarão
sem \'alor nos pontos da pl'oducção. (~)
Se não melhorr.rmos os p')rtos de mar das freguezias
rllraes, e os caminhos que a dlcs conduzem, embora o
Qovnoo conceda subsidio a um pequeno vapor de rebo- , ,

41le que vti a esses portos para covduzil' os barcos de


cal'ga para o Funchal, o embarque será n'ellcs sempre
muito diflicil~perigoso,c muitas vezes impossivel ele rea-
- 15-
lisar, quando o mal' estivcl' agitado, como frequentemcn-
te acontece na costa do norte,
Oomo, Regundo o rlcCl'f'to de 25 de l'o\-eIllLro de 188G
(D, G, n . o :?1O, de 2í3j o Goremo tem d.,) manda!' p:'oce-
der aos estudos attincntes a adopta!' ao regimen florestal
os tert'enos do Estado - ou aquellcs qllc para esse fim ha-
jllm de S"l' adquiridos, se ria muito conveniente qlle a es-
ses cRtndos se désse principio COI1l a paSSivei brcviJade, a
11m de podel' cuidal'-se, sem delongas, da plantação das
arvores nas serra.s !l cnc03tas da M:ldoi:'aj dcven(lo tam-
bem SOl' slIecessivi1mcule I)c)/uoadlJs os guarda::> Ilul'c::;tae::;
))111'<\ vigiarem 05 tel'l'eoo:; plan lados c defcudel-os dos
damninllOs,
Desde o 3:1110 de I8Jl,cllJ qnc veio a c;3ta ilba o enge-
nheiro Q'ulinot para estlldar as e~lIsas da alluviito de !) de
olltubl'O de ISO;} e propô!' [IS Illellillas Cou\·unicntes a ado-
ptai' pam diminllil' i os efl'citos de catastl'ophes semelbantcs,
se tem constantemente J'odllllJ3do contra a desarhori,'a-
c: ilo das nossas serras, mas scm se conscguil' resultado
algum,
Falla-se se.mpre ela necos3iJac1e da al'bol'isaçilo, mas cada
vez é maior a i dcst !'uiç10 rio poueo arvoredo q lIe nellas a-
inua se encontra!
Pelo 3rt.° 0.° do PlalllJ de org~lI1i~açlo dos servic:os
agrícolaR, ::tproyado pOl' DJcl'cto de !) clu dezembro dc
lHKG, ( l), n. n.O 281, elo lO; DJi ere<1(h ."nma «E$ta~?v) chi -
711LCO u!l}'icoltl» na reg lào ub'ron o!tJ ;ea da Made: ra.
COIl rem tam bem q ue c~ta E:staç~() se estabeleça Lrcve-
mente, c que com ella se estabeleça eguullllcnte Ullla «Esco -
la pratiea de agl'ieldtnl'1\) Ú sClll1eIlll.lnça do que pelo refe-
rido Plano somente foi concedido para a.:; regicj~s agl'onomi-
eus do -continente do rein oj porque de uma tal escola iJa
lIluito mais necessidade ua Madeira do que cm algumas re-
giões do eontlDente.
A agriC'llltlll'a na l\Iadeil'u está ainda hoje entregue ~x­
clusivamente a habitos I'otineiros, c em quanto nilo poder-
mos sahil' do estado de ignol'ancia em q ue n)e~te particular
DOS oucontl','\IDoS, nunca teremos agriellltura qlle tal nOllle
... mereç~ a .
\
Realisados estes mclhol'UlUcntos, a :Madeiro. poderá
dl.l6CIlVolvcl'I UlOI!J()t'íll' C Vlll'i·1' IUlt:tu as .,;uas culturas; Di\O
-lG--

se limitando somcnte ás da canllCL de aSSllCW' e da vi.nha por


q UO, como di~ia um nosso classico - « Lu~ que se pode upa-
~ar COIU UlU assopro, não está. segura sem nador,»
Nilo so culti\'uriamos a canna e a vinha; como tambelll
poderiamos produzir, em larga esca-la, no sul da Madcira,
todas as fruetas <10& tropicos, que outem pl'CÇO rcn uuerador
nos mercados estrangciros, e que nã,) teem a receial' a COIl-
conencia uOt> proullctos similares de outros paizes,
Extinctos os direitos de tonelagem e os Impostos sani·
tarios, de lazareto &; permittilldo-se á navegação (lue nos
procurlir todas as possiveis f,\cilirlades 1105 scu,; despacho8
da altanJoga, por modo qlle se façam CClm economia de
tcmpo (time 1'S mone!}) e SelU--(cl\S mesquinhas e vexatori:1s
imposições)) -que o dccreto dc 2-:1: de tna!o procurou extin-
guir; permit.tida a liberdade do commercioJ,Je cabotagem a to-
das as bandeiras, o movimento do porto do Funchal h.\ de
augmentar muito e é daJo espel'ul' ql\e cm pouco tempo te-
nhamos semanalmente embarcações a vapor para a capital
do reino,
Ent~o, toda :1 h-ud:1 que a Madeira produzil' dUl':i preços
rCUluneradorcs aos que a cultivarem. por que poderá ser
rxportnda, por intel'medio do porto de Lisboa, pelos cami·
nhos de fcno, pnra o" paizes do continente da Ellropni e
a que fôr pata Inglatel'l'a ha de obter a Ilccessaria llimi-
Iluição nos exeessi\'os fl'etes que hoje paga aos vapores que
para al\.i a tl'anSpOl'tam.
-17-

Pcla antiga legislação da ilha da bIaJeil'a, sobre agoas,


a adm!nistraçào das Levauas particulares el'a. incumbida a
um dos Hereos que linha maior quantidade d'agoa, e que 08
outros lIel'eos elpgiam, o qual tinha a denominação de-
Juiz da. Levada, (f)
Esta eleiçf,f) era hOtlloll}gada:-al" 1 34: pelo Governa.-
dOI' c Capitão general da Madeira; e desde 183i até 18G8
pelo Governador Civi l.
Com a promulgação do Codigo Civil', deixou de ser a
eleição homologada pela auctol'idade administrativa, e to-
mam a administração das agnas da Levada os Hereos elei-
tes em assemulúia geral pelos sens consocios,
Nào raro :1.::- 011te('0 qna um hereo qne, por exemplo, ti-
nha trez horas d'agoa n'uma le\'ada, e por isso tinha 11m
so voto nos a. RlIlllptos que respeit~valll [t administl'açào
d'eIla, se qnando f.t!lfl'e deixa seis filho::; e a agua que lhe
pertenei;l é di\'i (bda por todos scis, a quantidade d'agua
que lhe dava direito a um voto passa a dar direito a
seis votos, que tantos foram os herdeiros do hereo faIlecido.
E d'este modo t2:lDberu s:lceec!e dal'-se o facto de se-
rem administmdol'es da Levada os heleos que n'ella
teem menos qnalltidaue d'agoa,
D'aqui muitas vezes 11csulta uma administração ID('OOS
zelosa, e o levantarem-se atritos que eonvem evitar a tempo,
Seria por tunto necessal'io que à semelbança do que a
lei determina nas Sociedades Anonymas ue responsabili-
dade limitada urna disposição legal rcgulailse:
L o-Que quantidade l1':lgoa eleve possuil' na levadr.
o hereo pf\ra poder SCI' aleito admini strador d'ella,
2,o_Qn c quantidade u'agoa devi:! tel' o hereo pal'u
puder ter o direito de eleitor,
3 ,o-Qualo maiol' numero de votos que cada hOl'eo po-
deria ter, soguudo a qU<\Qtidade d'agQ(\ de qno fosse borco.
E' este um assn;npto importantissimo pal'u que turno. ·
mos a liberdade de chamai' a nttenç~\O da illustl'e commis8lio.
A divisão jndicial do distrieto do Fnl1cha:, na s quatro
comarcas,C[ue hcje existem, foi um erro gnwissimo , e p,)dc
affil'mar·se, sem cOlltl':ldic\ào que ella é l:ondernuada p ela
opini2lo un:mime de todo o districto.
A administração da justiça deve sei' centrlll isada na ci-
dade do Funchal, como o el'a antes da actual ll iví8 ilo eo·
marcã, por que su no FlllJchal, ~e encontram o pessoa l e
os elementos neces8al'ios para ella,
Súmcnle no Funchal ha a(h'ogaLloti c procl1rad ores halJi ·
litados para o exercicio das funcções ílllportantes qu e a
lei 1!J'es commette perante os tribuoroes, e pessoal proprio
para os cargos que a lei commette il~ pessoas da localidade,
São graves, muito graves os in('onvellientes que para
os povos de muitas das fl'egnezias da l\Iadeira r es ultam
das grandes distaD0ias que têlll de tran spu r por estrada s
pessimas c perigosas, quando lhes é l1 ecessario 11' ti Eéde
da comarca, e, considerada a questão s" pai' este lado a di·
visão comarcã actualllão púde sllstent;1r·~e,
São tambcm muito pura considera!' se os iu eom motlo8
e as despezas a quc· os litigantcs das comarcas. ruraes
são ourigJuos pelo facto de tercm ue prOCtll'ar 11 0 F unchal
o auxilio dos ad \'ogaclos que lhes falta nas sédes d'essas
comarcas.
1\Ias são lDcompal'avelmclltc m a is g l'u;'cs aind a os in·
convenientes que d' esta divi~(t() resultam para a recta ado
ministração da j u F ti ~a.
Todos f:>abem (!Ue uas séL1es d os concelhos e comarcas ru-
l'ae" da Madeira, predomina a infiuencia de um ou mais
indivilluos, e essa inflllrncia faz- se scntir de um Ulodo sa-
licnte e deploravel na constituiç:1.o c nas dcci~ões do jlUy .
N'essas pequenas localidades, onde todos estão em tão
intimo contacto) é difl1ciJlimo sLlbtrahir as decisões do jul'y
-1~-

a r.~sn 1\1,(10111 ,lo influencias e ai:1cla nq\lellns filie resultam


das relaç'õl'~ de mnizade, ele parentesco, de vi!iinhançn, de
comrnunhITo de interesses.
Os povos dns comarcas rlll'aes na Madeira, não só em
muitos ('asos tem de ir lHISCUI' iuuito longe a justiça; mas o
q!le é .I.lllito peior, nito alcançam-j ll·stiça.-
Aproposito d'este nfsumpto parece-nos opportuno lem-
brar a lIecessldade de reduzi,' as despezas fi que os in-
ventarivs obrigam actualmente ii. população pobre dos
Catl1pOB.
Um inventario de valor não cxcedente a 200,)000 reis
em bemfeitorias, em ('pans e pedmsn como aqui nJlgar-
mcnte se diz, é um verdadeiro inventario de pobl'eza,
6 de\'CI'H\ pelo menos ser isento do pagamento dc sellos.
Uma medida nestc sentido eyital'ia muitns miserias'
pois os invcntal'ios d'aqnella catlH'gol'ia são frequcntissimos.
Fllllchal, G de fevereiro de Hl88, ,
Ex,mos Sl's. Presidente e Vogacs da Comlllisbãli encar-
regada de estudar 08 meios de melhom!' n sitlla~ã() eco-
nomica da l\Iadeil'1l.

Visconde da Cal cada,


Domingos Alberto 'da Cunlta.
Jacill.th.o de F. Lomelino.
Joaquim Ricm'do Janlim.
Rus,~el ilf. Go1'<l.on.
Dr. Nww l<'ej'l'eim. JaJ'Clim.
José Joaquim Betteneotl1't da Gamara,
Antonio Gonsahes (l' Almeida,
Joi'io A}'C/ujo CUilha,
Lw:.? Gomes drt COlle(;i~'ê{o,
Xcll~al'do A. CUJ/l.a.
Silvestl'e Quinti.no ele Fl'citas,
VillW Rego J:. Filhos.
Joâ'o Augusto de Faria.
Luzz Figlleim dl' SUU!.
]I{alloel de jr'cl1'ia.
Al1tonio ele A1'Ctl(jo Figueim. ,
l!'ranciseo Antonio de Pl'âtas Abreu.
- 20-
J/ttio Augusto Cunha .
Norúel'{o Jay/J!e Telll:s.
ll!rmoel Joaquim J,opes.
Guilhel'lIw Bm (les Pinto
• oabilto J~à'o d~ Preitas.
Fmncisco Anacleto ele Preitas.
Júíto Bleutel'io Jl[al'tins.
Antonio Gil de }t'1"(l11ça Abren .
Pedro Nicolmt de Freitas Esmeraldo.
João Augusto do .Nascimento.
João Sauvail"e da Cwnm'a e Vusconcellos.
João de FlO1'cnça PavtlO.
Jotlo Antonio Re!Jo.
p('1"(linando J11. lJianchi.
Jordão de Preitas Beltencourt
• DI'. Ficente C. Machado .
José Joaquim de ji'?·citas.
Dr. Ped?'o Jnlio Vici1"n.
D. Pl'ancisco de Castro c Almeida.
Juhn R. BlanrJ!J'
João Cm'los ele Aguict?".
Canc7ido Jiem'iques dc Freitas.
l1fanocl Pernandes Pílllenta.
Charles J. Donaldson.
Jllnnoel lJJm·tins Juniol·.
José Manuel da Camara.
'Ii'lsül0 Vaz Teixeira B. da Camal·a.
llIall1"icio JOljé de Castello Branco.
1

(.l)

J!Jnbtcl'io tIos :\'egocJos (Ia Fazenda


~cllhol'a, A r cducç,to dos sizas a cinco por cento de-
ter minada no <l<)croto de 10 J'auril de 1:)31, assentou cm
uase5 tão sol ida ~, ([11e seria uma ocio:iidade demonstraI' a
\:c'lIve niencia d'e~ 3a Itledid:~, .Mas a s doutl'inas tã/) luminosl1-
mente dese nvolvi da:; tH)'Uelatol'io q ue precedeu aquelle de-
creto , foram csquo <.:idas em 1:)41 e () governo de então, es-
posa ndo as iJêlls (l:!c IIte sug:;cl':r.l a Commissão de Fa-
zenda , que h,wia sIdo nf,mcnda por dce reto de 22 de mar-
ço do dito anno, ]lJ'(lP(IZ fple as sizas voltassem a seI' de
dez paI' cento cm logal' de einco, e assim foi determinado
pela lei ch 2 de oiltuuro ll<'gllinte,
E~ta lei nu!) pl'o<lUí,: iu o re.:;illtado que se C'l>pcrava, como
era laril de "rrVl'l'j c an meSlIlo tempo que faltoll () reenr-
50 qne ~e prctendeu tirar cl'esse allglllcnto, rccllrso rpte
foi avaliado em ]G.J: . 1üO~ô80 reis) d(lficllltaram-se a ,g t1'twsa.
c~'ües 80bl'o a pl'oJnjetlade, diminuindo·se o valo/' d 'estas, e,
o que ainda ~ peiol', as "enrlas fizeram-se, c fazem-se, A
despeito Llo toda a I1scalisaç:io qne se tem pretondido esta-
belecer, pOJ' meios qne cond uzem os intereS5ados ao mesmo
fim, :;cm corntudo p'tg,ll'~lll di.'cito :dgulll, oa pagarem-llo
caIU muita <iill1 inllll/í"i factv <[!Ie, alem de tOl'lHU' desigual
a cuntribuiçi'ill dd lugar" ple itos, q11C não existiriam se us
euntractos se i-i:~<':ss()lll, (.L'l'rVa nd'J- s<..: toJas as formalidades
legaC/" .
l \S :n!oj';IlHÇ';)CS nutidas soure li couran~~a das sizas até
HH8 c 1 ;~.J.\' , ,*,-traJIl qlle, (Il'poi:; de elevados li dez pOl"
ecntu, o term', It.crli .. tI,;" sete anll08 posteriores <Í lei de
1841 Ú muior :jo,()nU),1. lU r e i.- '1110 () terlDo medio dos cinco
anuos antecedente ,,; f,lz<":llrllJ-';<' 1l 'l lavel que no .nno de
Hl41-1842, prilll(~ i J'() tIt'j1 '1 i,,; ela t \:el':lç'ílo da lei de ~ de ou-
tlluro, prod\1z ir:\1ll 1'; "'lIl c .•te I ;\:}.-!:r' ,)~l1i ;l rcis; ii\to é, monOi
7LJ8ó-l')0G7 reis de (!'Ie IlO allno de ltH()·18.J:1. Entretanto
nilo dO\'e nttrilJltir·sc ;\ lei de :2 de 01ttU[)t'O de 1tl41 nquel-
le lIecte:;ciJU') tle I' et·it;li "!lIra causa) conhecida de todOlt,
o produziu·o gr;111<1 .. I1tlôlWI'O de propriedatlc 3 que depois de
l~:l;) passaraltl 1',11':\ 11 t!" .lIitlio de p:\rti<..:ulal'C's} pela sue-
c\:s~ iva vellda d<! lkll:; ~aciolJac~ que pertenciam áli exlin .
das casas I'olig'io,;<t:i,
II

Nilo devo hai' et', pois, t'e'~eio ue f}110 esta funtc do receita
diminua eOIl! a reJuc)'ão de d(,z a cinco por cento, porquo
par::\ nf)S SCf\.'il':ll'lS de 11'11'\ exp,'o,3siln d,) )'Iini"tl'o, (llIe ro-
feren,lotl o dec;'cto de 1:) do abril-rcc('be:- llm de trr6 é
nJlI.is qllo reeeb!r dui:; de nm-P"la lei de D de julho de
lS4p; ,j;í so cot1COuer:l a') g(}','orl1() aLlCWt'I~;])';;:) p:lrfl red\l7.il'
a quota do i:npusto lbs L:izas , se a,, ~ i!ll o j',lI GMse con 'e ni,
cut.e!} I) fjll(! 11105tl':1. fjllC i;'j en'i\o se rcel)l]h(),~ia a nccoti "ida,
de da mediua fj l l O os nctll:\C~ l\fin i5ti'08 toeD! a llOum de pro·
PU\' :t V, .:\Iagestado;c OR I\1C~ll1ns .i\Iini~tl'o.5 cnten,1Clll fJ.I\C po\'
(!f;ta ()(.:ca:;iAo clC\'O ~ei' estint:f:1. a ~iZl\ da,; ca\'al~allnras,
illlpost,1) <1"e 80 é p:1:;O 110 di"tl'iclo dajuJ'i sllieçl'i d,,, AI·
f'll1dcga daf:l Sete Uasa~; sendo certo <{'lO esta contriblli·
ção, ycxatoria co:no lo, Pl'\l dllZ muito P'') : lC:O pam o Ihe-
1'\(\1\:'1); pois fjne () t0i'lllO rncllio eh r r:c!~ita n o~; setú <1iJ:\os de
18H·±~ [I 18J:) C)~), ponco maior é flue trcs con'08 de reis
o (llle scgllnt!nente é Llevido aos tnci os (Ino se cniprcgnnl
para iilmlie a "cç?(1) htica l dc l11c> :lJ <[ItC este ;1l1[Y)~tO 50 re·
cae nos inóil,iut\ilS qll e fjl.\Ci'Clll Glljeirar,se a ellt,; ,
N:io é sr) no :t,ltJieion~.ment() est ,dJele,~iLl<l cm 18·H pa'
ra as sizas ll1R3 t:lI'llbOIU cm ontrOJ :1l1g:n(?ntos di:, olltrnfl
contriuui~ões L:ecro;ad;1s cnt;1O e post c riOl'lllclltr, fjlle ::'0 111:\,
nifc8ta o 1'/'1'U cm '{IIJ S,l tem, ('.~f'(l l,), e!ttewlc :ul').'iG (1'11; a"úill"
i 1)08,~ivtl el(l'lU' a J't'ét(i lli!úlica, '
f {

O ge"erno C8!:l CDIl\'(' l1 C!(lo d:l nrces~ilbt1c L1ú emcnrlal'


csses or1'os, e outr,)s aill rh do maiO!' ~r{\vi(hd c 1'[':0 paten·
têa a lll,dtiplit,;ilh (1e ue tit,d ,)s de ~'t;'I;oit;l, 'Ine ::;:/ se n'Clll
para (lifli')l\ltnr a c:"brallç'l, to!'nar illll',',,;~; i\'td a ,fi~t.:a l iSIl(io
() C/;J:r{/' rs ClJill/'i!JI(lili(Po, Inn ~; e,'PG (r,t!J:tlll') dc:na:1Cta mllito
exame c cirellOlf;pee<;1(p, c o gOl'Cl'ilO per": Il[id e-se quo \1;\:)
Iw inconvenieute, ante:; v<\aLlr; f; ll1 , Cl\) adoptar Je~do .i/L a
rncdi(b (lUC tic:l in tk':Hb, e qllc te:a :1 h"nr!'\ de propôr ~
V, .i\I~gcl;talle!lo s('~llil1tc lJ!'lfjeelo de DrerctlJ,vistn quc clla,
por sua l1atllre ;~ l c.,sp eci;ll, 1l.\O p'íd c 1:')nsidel'~1l"sc liga'.!a Oll
dependent e de íl\lf\ICjllol' J11:~llo gr nJi de Faz cl1 eIJ ,
Secl'llLn;:.;. d'E:,t:l,111 UI <; :\l';,,::ol.'ios eh F'il%.(!llth CIII :.?:l
ti.: junh o de 1;-',,-) i. J)'II]'!!: dc' .,'),{i,J, r".I/11 , '/0,''; Fc) i'l'ira p~..,.
tW/Il, (I) JUílljl//:n F:f:/ Jj ,,! (i,; SOI(1:,': . ~lff1·J:IIO )!/!jucZ F/,((I/:::1ti I~'
AnttJili() A{u ;,:i" Je,'â8 d' .t1f/WIf.rJlt:!l ( J) .I[oJ"'lw·.~ de J. oalt!
(l ) )o;rallJ lIatufae.; da UlJa da itfaUOil'H os doió illus·
ll'u:; miuistj'J$ do E;:,t:\d", l'esti\l):'\ e Jel'vi::l,
)
III

(it)
Até agdl'a o: c,)J'pi1~ :<lIministl':lt i" \ls d'('ste di strictn r,~1>
bn~al'atll ad,li(:eionacs {li; (,ol1ti'ibl!i~'t'it'S dil'cdas d,) estado .
])(Irq!lü 03 p 'r/OS 0" n:'in (1J,1cl'i:\"1 satisfizer n UB cil'cunst:in-
eia:; cm flllc ~e :\t];~dn,
Para o concn te anilo tlo 1;:\,"58 os nd.Jicl'ionaes fO\"à []l
fixad'l8 J.lrl o srg ninte dcneto.
(C ]~inist('ti,!o (~~ ,IO h~~go{'io~ ~io ,'ehlo
t;'~nlld;) da ;;iidor::;a~;lll qlln an mel! g"VC!'110 eonectlcll
a carta du lei de 7 lle :;e,Jtcl lll uro ul::l1lo: li ... i pOI' be m, l\OS-
termos do :1l'ti6''' l .u Lb IIlC:i 'lln carta de lei; l[ceretar O se-
gnilltc:
. Artigo 1." () Jll:1Xill.:o {Li. 1 }c rccnt.!E"(~l n :al\ii <: iol1:1] tis
C'ontriblliçu,'» Ji rcd:\s do cst:tllll, ' ? (plP. l:~s peit.llll li:; ::rtigU!i
üD.o, LU.", n." 1." c ~. " , e 1\;;).°, 11. "; '7. " e B.I) du eot1i~1l aJo
llIinistr:\ti\'o, é fi:,; ,do p:lril o Ul lllO cil'il de 188.') em 1:>POI'
C(llto paril ns d J:;p"~~\~ disfl'id:IC!S, CI,l 00 pOI' el:i,to pal'a flS
tutlnicjp~es e l3ill :]:> por GC'nto para ~1 S p:ll'ú~·l:i'l(:8 .
l\l't. ~. 'I J ',)dClll tr)lli~\,i~t COl ltiuu (tr a ~c r \ ·ot:.llL.l8 P eo.
ur'\(hs ~IS pCl'c(,Dtao'c:~s actun !llicnte C:li I'igf}!', q1l c exce dam
!l 11ll1xill10 ti:.;at1o no :1i,tig'() a:ltué'dtJlitC'. qll~\l!tl() CStl1 j:UU o-

brigadas, C\JllH) g''lrant::l, ao p:lga:llC'l1to do jllro e :;mortisa-


~:to tle cmprestimo::1 !('g,dIl1COtll contraltidcs ,
..... .. ......... .. . . . ... . ................ . ........
o prcsidente do conse lho (lc ministro;;, minis tro e secro-
tario <l'cstado dos nq;oc ios do reino, at5:iilll o trilha f'ntcn-
di,!o c f,«;a e:-:relltar. I'a<;o, CIlI ] O,<1e IlllYC'lUb:\O de 1S,Si.,-''"'
H I.:: 1. =-coJI)S,: L uciano d" Ua lilr,), (D , G. 11." :!Yi dI' Fl :\"velll-
Lro,)
(t')

?<l"sa:it1o contlnunlmntc pela, ltura un lUla ua Mad ei -


ra navios dc todas as naçuc:s, os quaes muito conv6m al1i ,
mar a que ali :lportem para l'ef!'eseul', a empl'endcr com-
II1clé'io l!\'co tunl, no qi!O I'cconhecidamente illteressa a in-
,. du .'tl'ia da ll1esm~ Iil,[l; cujo fiugmento e desenvolvimcnto
ten ho ll,uitn a pcito prolllol'el', attl'ahindo quanto seja pos-
sivel àqucllc ponto torl l)S 03 llavios que por ulli t i':msitam,
nAo con\'iuclo fll\C dJ C8 ~Cj I1IU afastados ou rcpelliuos por
J"
meio de meflqllinhas e ' vPx:ltl)ri:ls impo siçuCA C]llC, PI)llrl) ou
n~da pt'odnzind0, ~(,I'\'cm ele empeeM e afngellt:u ' I) com-
mareio e prosperidade J'aqncll1l ilH,Jorlanto pnssessào: Hei
por Dem Decretar o scguinte:
Art.O ],°l"icalll li\'l'CS dc tOll" e qualquer direito de
exportaçito, ou sahida na Ilha da Madeirll, todos os al'tigos
de producção da dita T1IIf1, como gados, cllmes verdes, aves,
vegctacs, e quaesqlíel' pl'ovisões (excI'ptufiIHlo nnicamente o
vinho) que forem exportados pura matulotagelll, refre scl) ou
supprimento de quaes(luer navio s (1'10 alli tlJc:lrC!I\, aporta-
rem ou despach~trelll,
Art. ° 2." Pal'a o emual'ilue dos refel'idos artigos (sendo
fora das horas do dospaehl) da alf:llldega) b8t:tr:\ 1\ renuis
aão dos Guardas d:l iis::!alisaçilo da mesm::: alf:HldC'ga, qne
o pcrlllittirão soure o silllple~ de3pacho da,; pnr!{'ô,

o Ministro e Soel'etario lle E~tudodos Negl)cics <l_aFa-


zendo assim o tCllh:t entelllli<.lo e fa ç;l exet!i\ t~i', l\lço (las
Necessidades, elll :24 dCl Maio ue 184 '2. =.:i=](w'n I, rt = Bf.I/'i1 O
de 'l'ojal. (1)
(D)
S011ho1'es:--O granue principio da egu:ddade da lei de
lIode nenhuma encerrà Clll si o da idolltJ dade da Icgi;;lação
pum todos os logares ou oujectos, quando circunst.a ncias pe-
culiares aconselham, 01\ antes exigem, disposiç0C'8 especiaes.
II •
Neste caso está o eommereio da ilha da Madeira. Os vinhos,
que Ião a maior producç?to da ilha, sfio quasi a sua Ilnica ) i-
quezaj porque o teneno ao mesmo tempo quc é tão propl'io
para pruduzir vinhos de uma uaturcsa especial e superior,
nllo admitte outra cultura, que de longe se assemelhe em
valor c importancia, Mas esta grande riqueza st', a promove
a ixportaçlio; e o gl'!'I1Jde valor dos \' inhos da Madeira n1'("
provem do consumo no paiz ou no territorio pOl'tnguE:zi mas
Ilim do que lhe dão os e~tr3.J]geil'os, E' por este motivo qne
08 interesses d'u(J!leIln ilha pedem que seja colloeada em
circumstaneias, em q ue os sens viollOs nebe,,) fncil e certa
a exportação, e que os cetraugeiros sejam uttrúhidos ao seu
mercado.
Seria grayiESimo erro confiar na qunliilade especial dos
.
(1) Tambcrn era natural da Madeira oi!lllstre Barão, do
Tojal, c que mais tarde foi Conde do meslUO titulo.
v
..I vinhos da :\hcleil\\ p~l':l tcr pOl' certa n sn~ cxpol'la~?io, por
rjlw niío so a cxpcricneia offerecc o triste desengano do
cOIJtI'nrio, lIlas a hititol'ia e~t.í c1wia de cxemplo8 d.\ JeC.l-
delicia de nIlio~o s ra'1108 da eÜln:nel'cio, qClan,lo alguma cil"
clIlDst.ancia 05 afasb de UIl1 logal' 0\1 os chama a oalra pal'-
te,-Ningucm dcixal'll. de convir, qllc não seja muito pra-
llcnte e até indispcma"cl aclopt:ll' II/eios proprios n?\o 50
parn augmeutal':aquellc cOllllllercio; m:lil nté para eomervnr
o que existe: c é sttperior a toda a duvida que de quantos
úLjedos !Ia que são Ill:lteria llo eOllllUcrcio, nenhum mereeo
muis contemplação tIo que o vinho; pOI"<pH: não ha mercado-
ria cuja pl'odllc~ri() estloja mais ligada a tOlb a economia
industrial e social; nem in,lu:;lria c111(j seja mais difficil
suustituir por flutra.
Para daI' ao commerclO llus I'inh,)s tia ~Iade!ra a pro-
tecção que precisa, um IlIcio Ull ico ~ c!li-::<\z se pode adop-
tar; <plC l~ faeilitar o COlll:1I0I'ci,) que j;í, cxistc e pela rÓI'lUa
tIne C!:<isle. Se us hO!l\(~ Il" ll:\ expericllcia reconhecem quo
n cconolllia sucial tem IllJl:\ exi.,toncia :;Ita, indcpCllIlcnto d"
,'ontade dos goveruos, e cujas leis llalllJ'llOS os legisladores
devcm pl'OClll';ll' conhecer, !1r'/'cllle Ú lICl'cssario rc~pcital"a~,
e iI' contra c:llas seria destrnil' :1 ordem publica; em nnno
llel1hum se percebe Do \'isi,"cl!llclIte esta ,"crdade, como 110
que respeita no eOll1lllcrcio, c cspeeiaLnenle ao comrncrcio
externo, Para. qll~ os e!)tl'allgeil'o~ nu" comprem as no~~as
morcadorins, não hasta que as prcci se le, é uecessario qHtl
tenham motiyos para a:l preferir n Ollt/'íl'l smnelhantes 011
que por qualquer fórma :\S lião possam sub~titllir;e é inuispell-
81\vel que tomemos lambem lima hoa parte das suas.
Estas vcr<.lades, qlle a llitfusiio do conhecimento das
Seip.I1\!laS econornieus, tem tUl'l1ndo vl1lg:,;res, lIIas cujas de-
dueções pI'aticas exigem Slllllmll pl'lldench e cireulUspel~çãoJ
pela immensidade de comideraçõcs que é uccessario ter cm
vista, claramente Illostr:::m o que se pode e dc\"e fazer a fa-
vor do commcl'l'io da illl'l da :i.\[:Hlerra. Se OH seus vinhos são
fi prodnc<;,?io lOais propria do seu terreno e a nmca qno po-
de dar riqueza ao paiz; o se para isto dependem absoluta-
mente do consumo das 011tl'a8 nações, é visivel que dc\"e-
mos crear eircumst:::ucias, que as chamem a este mercado;
e para i"to estamos perslladiuos, flue a medida propria e
uniea 6 permittir alli ii importação de man llfarturas ostr:lngei-
I':\S com modicos direitos de cntrada, E posto que CE la dillo
VI
pOSlçao C011l0 mcdüt\ elc cou ven ienc ia pn Lli cü, dc\'e esbue.
lecer ·se COIU cal'nctcl' dc gencraliuade c nZt'J como pri\·i!e·
;!io a ta l ou ta l n,'1.ção, dia sed, im!!!cdi rltal lJcnt c c cm grall.
de gl'an provcitoz1l Ü Madcll'il por SªJ'CIll os principacs pro·
dnctores dos gencros (1110 fi ilha necessita ii:ljlortal', o"
meSlllOS PO \'US fine eão os pl':n,'ipaes eonslllllitlOJ'cs do seI!
\'inho, 011 ql\C lh 'o h:to!.lo pro cllral' para ICl'al' a Olltl'O;; pui-
ze:l.
E' ÍIllluLitav &! que t11'1o qn:1l1to :1 ltcl':1. por qualquel'
f'Jr ma a estado actual da legi.,laçIo eco:lou.ica, poL1e ~Cl' mu·
ti,'o dc appl'chensões d<! divc!'')a ll:1tL1I'CZa, e li pOl' t,tnto ue-
ceasal'io dizer alguma CO~lS'_\ suorc a rcdll('~ i'b do direitos
qne ol'a sc propõe,
Ningl1eiU linol'a qne entre <Jlltras c()nsid'~r.H:õ cg , duis
fin s prin ci palm cntc I\e po:lam e C,');;ltllll:1il1 tl!I' CllI vi:;!;, na
fixaçã o ([os direitos de importação; a e!)hl';1n~:t de uma
q!lan tia n CL:~s;;f\i'ia p::ll'a occorrcl' :18 dCSP('Z'lS jJlILl.i(:f\~1 C II
exigencia de o!ltt"n .. Oll ü r:lllC Ú o mrSt1iO, o :t!lg'lncntu da
pl'im ei l'a, quando <1;;sim com'Cil! para proteger a illrlu~tl'ia
n(\<:i olla1. E ra impo ssi\'l'] lue o GUVC;'ilO vic;sso l!o,i'J MIni
PI'('p Or-\'08 Cjilnl(lucr modilla SDU "O C;Oi1l:ll81'c:io extci'llo SClI\
tor poncl cmdo csbs nuas ,~olJsillol'a ... u~s UI!] roLl:;it:> ~ todaR
as qncsLilcs q:H' pode sil scital' o (clnn\, do \'CI' :llllli'l\\iladu
\l1ll estado industrial fonDado h som l.ll'a c na cO llJi :mça Ja
lE'gis la çiio v igcnte.
QU::lnto. ii primeira é tllna vcrdade sa Lida que se o ~ug·
mcnto da impol't:lçilo nem sempre c:ompCl1s:\ a dilllinlti~ilo
dos direit os, todavia a lgumas Yl!zes c: llOg,t :l proclll l.ir ainda
maiores s01llll1asi c parece mais <]I1C pl"l\'i\n:l qn e tendell·
do cst:'. rlimillui ~,fto não t,lll to a LWOl'CI:Cl' o COllSUlllO do~ gc-
Deras e:ltrangeil'os peh sua bal'.tte Z:l COIllO jlrincipallllento o
auglllento da e:qJi.lrtação de UIll genero de pl'úclncç?lo do
puiz, e con ~cqllentclllen~e a riqucza (1:'1 ilha; o (lue por um
lado parece que h'\ do perder sr, Il ecess ariamcnte vid:\
colhcr-sil aLulldantelliente 1)(>1' 0utl'O,
Qtu:m to á pi oteeçi\o ~lS Ji versüs inullstl'ias) cump re
cansidel'al' as eir-eu!l1stancios espccincs da l\Iadcil'u,' onde
pela simplicidadc (b sua eeOllOllilU illlluSll'ial, fino se podc
dizer unicamente agrjcot~, lião hn a rCO '-',H' a ofJc ll sa de on-
tras industrias e a perlb de cúpitncil clI1prlgürlas na cOllfi ·
ança da pcrll1an cllcia ele l1ma lcg; sla.çí'io que so d , Illudar.
A distancia cm q ue a ilh 1 da l\b deir u Cftú dos outros pan-
VIl
tos da monul'chifl, co lI ocn-n em Cil'CUlUstaneias tr.cs, que se
não pode teme r que a legisb ç'ão eommcrcial porq nc tor go-
vcrll~da, tcnha inllu eueia daml10 a pa ra ou!ros 10;:;::1'e8. Nelll
poded recear-se ouspcmrio de conSllmo do lDullnf::et llras
T'0rlllgu c;~ns, porqile a prosperidade ger:ll da ilha nal) deixa-
rá de contrnGalan ç'<'d' ° effcito LIa redncção do" direi tos .
O p:1 gulI1enlo de lIle ios dil'cit08 (1a pauta geral, que o
gft\'Cl'UO v cru propu r it consic1 l 'l'aç::o do corpo leg islatiyo,nos
gcncro s (le consumo nu ilha da :\hdeir:l, ~e!'vid llc base
para a C(lbrall):a d" parte r cstante (luando :d g urua Vl:Z ns
m(' s mas fnzcudas podercm ser I'c cxpo l'tacb s para outras al-
fandC'ga s portugncz:1 s, toril::w(lo as~im impossiycl a espccic
(lo {'()lJlrabando q!l C podcl'i3. l'Cl:e<lr sc <lne se fizcs~o Ú so m-
Lra d'csta lei.
E ~ta lllcdiLh nunca pNlrr;Í cOilsiderar se parcial pOI' SC l'
llppli c:,r.ua isolada 1llente. a uma partu da l1ional'chia; e se rei.
@Clll duvid a UIll pcnh or ele (PU o UOVCl'üO tom vistas ge raes
sourc as diycr"f>s prrJ.l:C\:oCS c iOll ustl'i as de tocla a monar-
('hia, e de que niio sed OllJis~() em ir ap rcsentnndo ú sa uc-
doria da s l:amal'a s qllnn~í> ju lga r conuuo:entc a remo,c r ('s
f'lnunl'a ços d,) cotnmcl'cio e a fomentar a Pl'osl,cridudc pu-
bli ca; c o goremo cspera que tiCl'lí. rele'cado pcla pl'eicrcn-
ri a (lllC dOll a c~ta illcdiclu, nu consideração de' que assi m
( t exige ill1pcr im:,1menlc o l' f,tado a quc ncon reduzida a ilila

tI:\ :\Iallcirl\ C1l1 (,oi1scrplcul:ia de uma tel'l'i\'el calam idade


natural, qne a 1'1Hig'io n:nda não lia muito, c C!ljoB nSlllta·
::los ~e scnlidío infelizml'ntc pOl' JúJ'bOS nonos .
E stc lll ot i\' () c as cin;lll1Jstt\llt:in~ cr,Deciaes da situa~ã o
e elill)I'> da ;,LH1cira, pedem [FI e e"n.iun~t8rucute cdm a pro-
TiLlúlll'ia (ln. rcd!lC'r;:to dos dircitos de ilDpol't8~ão, se tomem
IllHis dilas l1l Cl1idus q~lC muito l:Ol1I"C;n ao sc u .commc!'rio o
nu uem c ~tr. !' elos habit8utcS.
A [Jri l~lcira 6 li (lisi"~i1s[L da inutil e prejudicial pratica
de exigir (FIC Oi) l' cc~p(lrtndo\'cs npi'C'selltcU1 em certo pra-
so, l'crtidiro de hH\'(~rcm dCGJl:lcbac1o na alfal1dC'ga do porto
pum Cjn c ~c !l r:;tinaYIlIll :15 lIlerc;lchl'ias recxportadns eh ilha.
Esta cxigcl1C'ia é iUliti! pHl'a evita:' (l cnutraLaI!c1o, porqne a
introdul')'ilu frillldulcll!a das mt:rl'adorias I'ecxportadns e~tá
nu lll C~ II.l :) caw qu c ii. dI.! o!llr~:s qli:~ccqnci' mere ndorias es-
traugcims, e com\) tal e yjg i~,da pelos meies gerars q l10 sc
cllll'rcgam para pr i 3\' cll ir toJu (J coull'ubanuo: e 6 prejudicial,
Fur quo u(:s riu di\ ilh a <l::; emI.HIl'l:;lÇÕCS da s di\'Cl'~ns na<;0('8,
;
Vlll

que ua sna passagem pal'a a Asia, e,nta de tHrica e outras


regiões, quúreriam local' na ilha para tomar algum porção
de \'inho, e cúm clle outras mcrcadorias; pois que Uluitos
poucos capitães podem "eh ai' quem os afiau:.:e . Outra s 'le:z;c ..
nào pode tel' 1 gal' a rccxportação, por que as mon'adorialS
~e dcstinam a portos e 1')g,lr~8 01V10 tÜO ha alfand ega regu-
lar, eOlúo é muito fl'eqllellte nas c.Jsbs de Afri",\.
A outra providencia, po sto que de menol' importancia
em si, pode concorrer muito panl a riqueza du ilha, e cs-
pecialmente para o ucm estar d:1s classes pobrcs, E' :;abi-
do que a l'ImcnidaJe (l II salubridade do clilJ1a el:alllam actual-
mente ,i ilha da Madcira ól'l1mlc namcro de pcsso:\ l",cspeeial-
mOllte dos paizes do norte a quem o estado da f;ua saude
obriga a buscar os cli !I1as mais amenos, Filei litclll os esta
coneol'l'encia, Cjuo deve levar ,í ilha implJrtantes SO lllmas,
Para c~le fim convém permittit, a impo rtaçi1o, livre
de direitos, dos objectos de mobilia, trem e sen-iç'> <le ca:
sa, qne. par:\ seu uso levarelU as pesso as que alli forem rc-
sidir telllporariamente, b:sta COllllllOclidal.h: le vad ,t ~Iadei.
1'a lIluitas pC!isoas que SOIU clh pl'oourarinlll outros logares,
.A utilidade c couvenicncia d'c~tas tl'es meditlas, é re·
conhecida por todas [lS petisoas que tem cabal conllecill.1ento
das necessidades ü estadu da prov incia, A Conllllir,~;lo no-
meada pOt' oceasiJ.o do ultimo dei:iustre da ilha, para propor
:l8 medidas mais convenientes para t'ep:uUI' os es traglls tiOt'.
frido,:" reclama entre outra:3~ estas tres nied id:1s; e posto que
pc~a maior reducçàú de direitos cru algulIs artigos da pauta,
pcrwade-se u guverno (lue n relueçâu gemI II meios direitos
deve satisfazcl' a todas as necessidades,
1'01' toda" estas razões temos a !JOIlI'a de ofierecer li
vo~s:\ considel'açiio o seguinte Pl'ojeeto de Lei, (D, G. n,O
106 de G de .Maio !8!0.)

E8tC projecto foi convel'lido n:\ seg uinte Lei:-


DOI/a l1JaI'ÍlI, zwr GJ'fl~rt dr:, D ms, U(tilllt" dlJ p()l'llt!JCJl
, dos Algarves, de.-
Fazemos Sl\b(;I' a todos os Nossos Subdltos, Cjue as CUI'-
tes Ocracs DeCl'ct:\l'illll c Nus Queremos a L~i segu inte:
Art. o 1.0 '!"Jdo.5 08 :;ellcI'O;; e IIICrl\adúl'i ad estl'augc ims
importadas lia lIha da :.'Il:Idcira e du sl'achaclad l'al'3 cunsu.uu,
pagarfLf) Stj metalle d 'ls direit()~ ctitaueleeidtJs ua Paula Ge-
ral lIas AlfuudC';,;'<\s,
IX
~ \lllico-=Esta disposição não eomprchcnd\~ os dil'eii08
qllo estilo lIppliclldos especialmentc á (lotação ela Junta de
Crcdito Puhlico.
AI't.° 2.0 =0:5 gCllel'OS c lllereadorias estl'lJ.ng~i('[ts 1'0-
expol'tarlns da Ilha da Macieira para qtWlqllel' porto do ter-
ritol'io POl'tllgl1('Z p:Jgarão na "espeetiva alfandega a quantia
I)l1e faltnl' p::1ra !)J'(~ra;:el' a totalidade do ,; 'direitos impostos
na Palita a esscs g"ncl'os e I11cl'eadorins. -
Art.° :1.":, ..... ,. , . , , , , . , . , , , . ' .. , . , ... , . , .... ,
Art. ° -L"~ Ao" individuos assim portugnezci} como es-
tr:mgcil'os que r'lI'cm residir temporariamente na ilha da
Madeira c permittido a importação li\'fe de direitos do trcm
\J lUobilia do seu uw, obrigandf)·sc a l'ecxpoltrll-08 dentro de
d ezoito llle7.e8, contados do dia em que tiverem sitio despa-
chados na Alfandega, sou pena cle pagan:lIl logo qne expire
este prazo os dircitos correspondelltc~, estabelecidos lia
Panta, Para este fim os irnpol'Í<,dorGs prestarão fiança ido·
noa, Oll depositarf\O a importaneia dos direitos, segundo mais
lhe convier.
Al't,O 0,°, . , , . , , . , , . , , . , , . . , , , , .. , . , , .. , , , . , , , .,
Al't,O G,o A Legislação actual sobre vinbos, aguardente
e cereaes, fica em seu pleno yigor,
.................... ... , ............... , ......... .
Mandamos portanto,
U ~Iinistro e Secretario de Estado dos i\'egocios da
Fa.:enda a faça imprimil', publicar c correr, Dada no Paço
das Necessidades, ao 27 de nlaio de 10-±3,=A HAl.:sIlA=
com Hubrica e G nar,la-Dal'ão de Tujal.

(I~)

Seg undo o mappa indicativo do estado da c'Jo strneçào


das ~S'l'l{A lJAS l\L\ES nas ilhas aujacentes cm 3U de junÍlo
tIe 18ôi, puulicau.o no Diario du Goremo de 1 de })ezolU-
uro de 1~tí;} (n, o 27-1), as
estradas reacs na ilha da Maucira
devem tt:r a extellsllo de 3UU:OUo metros, Destes estavam
constr uidos) em 30 de Junho de 1882) IDas não completa-
mcnte concluídos, 10:7DO ruetros; estavam cm constl'neção
6:~7() meiros; c ní\.o tinha começado ainda a cOll stru\:<;ào llo
~..' :2:V4·1 metros
Isto é:-lIs estradal:i rcOlc:; ua ilIJa da l\JaJeira ll o\ CHI
lel' a o4t0l1S[1O de SC::H:i('nla leg()a ~; lle:;tas, t'slav:lIlJ L'om.trui-
lir.;; 1l:las lego as, cm COllstrLlC~il<) p'Jlll:O mui:; ullla legoa, ue
e aebr,\':ull se por cOilstrllir milito pcrto dc eincw;nt a c scte
l('of)~s.

~\R l!~traL1a::; da illtrt. l'cret:irn tllJvcli1 tl'r a c.pt::n~àt) de


1.) 1,:U;; Il!elros, D\.:~l.c,; c"ll~\",l'li cOl1:;trllidoo; 11\U\~ ;) mc-
Iros; Clll c()nsll'lIc~::!) :; :F)'; Illctr() ~; lJ n: ,.la\"l 1l1 por cOllslruir
7:44.,L mctro;;, ou pouco lllCI]OS de II 'go:" c lUcia,

A;; cstmdas do r1 i~tri<:to llc l'UlIb Ddgalla deyclll me-


dit, D-1:..l::)l lllctro!', Dcstc~ csta\'<1m comlrllido~ ~2 :(j~t6 me·
tro:;; em COllstrllcç?io :!:!H.iI Illctro~, c por c~llstruir 8:78t)
metros. 0\1 menos de (;Il:\S kt;o:Js.

As estradas da illw elo F<li .. [ dc"clU ler ;-)8:111;8 mctros


,Ic cxtcn~ilo. D:lstcs 0,'1:1\'<1111 cnl1:-tniirlus ;1\i;.U)4 melrO!;; cm
c"n"tl'l\c ~ito J::!:l:i mett'()f;; I' pOI' ("J;]~t l'liit, Ix: t21j l11etrO!!,
ou monos dc qlla!m II'gn:l~,

Ainlla 11;;1) ('r'l u,l:l q;!() ,e p!lhli ',,:-sr () iil:ijlpa da cons-


trl1rç':lo cl:1R (' "I:':Hlt'l\{ r,'~;r'~lir."ii];~l!; ('H: :11:(10 ,) l111ilO de 11)1:.\7;
Illas cstnlllOS cprtos qiF,', CII1 relnc;A" :~ i!l:::I da :\[,1I1ei ra, mui
pequen:1 dln~r cllc;a nprc"rnlan'" cv;nJl:1r ;;t~o com o nwppa ue
UO de ,funil ,) dn 1.";~:! ,

o tnappa 1[" c:'t;t(ll) dI CI' li :;!rllc\:ào d :lS o/l'lidas lili/ ui-


ripacs no dlslricln Iln Fl1l1chill, tail1lH'1ll reflorido n no do
.Junho de l ,-"::--;:~, ["i 1':;;,-1;"",1,) !lO Ij{l!l'i,) riu r;út'f'1'1/o D.~ 27G
de -1 de Dl~zcmbr.~ ,:(, 1~ ..,:l.
1\11" CO:lcl'IÍio~ l!:t t Ir/h!'!", l)u;ln do Sul) l'Ul'to !lu .110-
IIi,;, 8Iwt.'.lil./ (( e ,'ii:1 j'iCtii!/ :,:in:la Ilil,) h;1\'ia cOlllrçado
ll'aqnella rl:\Ul. l1ill ,tI illl'tr,! (~C c~tl':;(ia Illlll1ieiral'-.
~~o l'nne, lIil) do l-'ll:Il'iI,d a(; r"tl'ildns lillll!!ciplleS dC\'cl11
Ineuir 1 F):~l')O 1t!I':rl-"', c ~í'lll(:ütc c"ta\'i\il1 eoustl'llidos ii:!tUi.
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d!l C:I m,ll'a T.J'~ Il) e li . c \'a s[·o()(·(:I1I''>, (:Iel l\:tlmente \' i»coude
ac C:lllnu\'i:d ) Il icl) o ~!" ~1) ..'cr l1 :\,l t>'· l'i\' il (.\ p::g. í-b c ír»)
<1'le - \l[I.;\ lll H.dns {,'\ :':\!l~ !lI1: ui ni ôll':.,J:Hi no prilll'ipio pelus
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l~l\ c - '( l!lai8' (; \;',le, (.,,!l ni;;:':().i(l,'l ~íil'lld"t <1 .iusIUic((/;e7,
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«colliii'l~all:l pela nO!lJl~a ,: ?t,) do b~ v rrn[:dol' ei ,,· il. l)
o.' JlIe t; n:c n tu~ (p,e cm ~('G:ti,b \ ;,0 lr:llJi5l'l'iptuli mos·
tralll , qnc us .1U I:i: Cl' (la" kV:HI,:~, uo 1011' 1'1) (\ 05 capitães
gel1er<l c~. Cl'ul,) d(· clci.,."\'J tlllP h~;·I."~') c \iit'\ l11;}. g r'l1cs d'a-
<lllclla anctori3. adc .
};. o l .i -.O l'ritll:ipe l~egC':llc 1. 'O~~;O !j,-,u!.c r 1: 0 ~cl'\'ido
que Y. ;~; " inforllie, jnterpondo " ~ '~ \l }l!\!'cc:í.:I'; sol) rc o I e-
queriln<.'lIt o indu s{) de lIbnuc l l 't.i,l ol'·) 00 \'1 ',·:. Fli! tudo de
j\lcncl oll ~a , J niz J at; L C\'ad as ct lf; l'iiJelrati (L\lto c da Cru-
jeil'u.
Deus Ulluruc !\ V. s. a Pab eio do Rio de Janeiro em
'?G dt11\ Lri I <1e 1:-í 10- C'OIHle das (j(/lc l'fl S.
Snl'. Pedro F:lglillllcs Bacolla!' d' Antas e :Menezc!'.

11.11\0 Ex. mo Snl'.

~.o 20-.Mamh-me V. Ex.", cm nome (le S. A. R.,


por Aviso (lc 21) de Abl'illlc 11.\ j{)J qll e CH in fUl'me com (\
1Ill:\l pa!' ecer o requ erim ento junto de :\L:nod lziLlol'o Cor-
rê:. J:ll'dim Fl1l'iado de :\te n cl on ~a) CI I1 !J tl C pl'ctende a gra-
ça da conlinuaç:to ele Ju iz de Lc vaJ:1 , sou re () que me cnm-
pre :li7.<:1' qu e tnes .J1i;7.~S, pOI' <:ostn:i1c :\!1 t irluissimo, confir-
mado pOI' l"l'ov is(,(os lí.egiaf'l, Sürnprc f'H?,!) nomeados a :1pra-
silllcnt!) do s 1:€' i'COS 011 i n t('j'C!~ :;ac1,)!:i il ns ag<\ns, c isto COln o
lilll rle screm bem sel'\'id o~) o flue não at:ontcccria corta-
m/. nto se semelhantes nl)mea~iJcs scg'.lisscm differente Ular-
XII

I'h:1; uni!' !': rl':tn dt' 1'('C(':11' :1busos, dr qlln rl~Pldt:ll'i:iO g'r:\\'!'s
darunos e pl·ejuizos. A' vista du qllt', "itn !,odo Se!' a minha
opinião [I. fa\'ol' do que pretende () SI Ipplil':lJ!t p , ~elldo que
d'elJ~ depcndo 0 8('1' consel'vado, qnc ite I'C ill!Hr I! c1i:;lriuuil'
118 ngoas dll tnl modo e com tal j II:" i~·;\, li IW O[l/{((ll' ({Ui
1I!('.<NiIOS h(,1'(OS, 'lI/e ({S possuelll.

Em quanto, pilrem, aos sobejos d:< s ngofls dI! 'i lle faz
menç?ío, n1\o he cl't\'e l que s e dcspl'czcm, Ijlll\nr!C) n'csta ilha
he 11m objecto de 'Summa IIllportnneia; CIO l' ,,Jl ~(;qucncill
tambem não posso concoruar nn qllc [lO IIw;concctlào, dc-
,-ond o tod:wia contcntnr·se com a porção flllc e~t<i cm pl'aci-
0:1, como .Juiz dc Lc\·arla.

Eis :1fJ ui o (pte tenho a <1iílcr SI bre a pres('nte matcria,


e o quc sinto 3 SCII respcito.. para :í vista de tudu S. A.--U.,
COLDO senhor, mandar o quc fuI' scrvido.

l~HO.
Deus Guarde a V. Ex.', Funehnl 8 dc Novembro ue
111."'° Ex.'"o SUl'. Condc dns Gn"'Gas~ Pedl'o Fet[Jl/n-
d/'s BaceUa" el' Autas e 11Iene.--:,e8.

R.O 90-I1l. rno Sm·.-Foi nresente a S. A. n. o Prin-


cipe Regente, uosso senhor, o ~f}jcio dr. y. s.a, ll.O 20, com
dnta de 13 dc ~ovcrubro do anuo passadu, que ser\'e de in-
f()rmll~ào ao requcrimento de Manoel Izidoro Corrua Jardilll
Ftll't:tdo ue Mendunça, c tondo pa:'eeiJu a S. A. R. mui a-
cCI·tado tndo o quc V. S.~ cxpõe; nssilll sobro a inconveni-
eneia da pretcndida confirllln~'i'i() de Juiz' de Levada, ('omo
80bl'e a di~tribuiç'ao das agoa~, houyc por bcm mandar escu-
lIar aquelle requerimento, C0ll10 iundmiss! \'cl, em IImbas a8
pretenções que continha. O quc participo a V. S.a para sua
inteJligencia.
Deus Guarde a V. S.a. Palaeio do !tio dc Janell'o cm
2 de Janeiro de 1811. Conde das Gahêas.
Snr. Pedro Fagundes Bacellar d'Antas e Menezes.

Certifico q lIC afi. !Jt) do L. o 2. 0 do l'cgi~to Jus omeios


regios, existente l1'esta Secretaria do Governo Civil, 60
-acha o Avis\! sobre o estabelecimento dos Juizes dc Leva-
das desta Ilha, o qual é do thcor srguinte:
.Tà no meU omcio de 2 de Janeiro do correntc anuo, accu-
saueIo a V. s.a a recepção cl'aquelle, que me dirigio debai-
~o d(l N.o 20, e~l ~!lt~ d~ 8 (1e ~ovr~~ro elo ~llnl) pas~ do,
lignitipnci a Y. R.', quc S. A. R, C'onftlrmanfto ·!c ('oro o qne
Y. S. a illformoll então soLre o reql1erlluento dc )lnnool Izidol"o
Cnrl~~ Jardim FII!'lado de Mclltlon~a, Juiz das Lc\'ntlas,
tinha manJado el;CUSlH' as 3uas pertcl1<;,les, as 'illl na parto
relativA :l confirmação de tul logal', 'lI/é': da tlci<;ào dos He-
'·t06, como pelo que dizia respeito liOS soLejos das agoas,que
prctendia npplicnr em S(:II favor.
Devo p(.rt.'m ngora acrescentar a V. S. a. que achando-se
Sua Alteza Real plenamente informado dll utilidude,c vánta-
gIm!!, que t~cm resultado do refcrido estabelecimento d~s Le-
vadlls, com o qt\l~18c regulou a di~h'ibuiçã{J daM IIgU"!>, artigo
tão cssenci:.1 nc~sa Ilhajllanda o ~leslUo Augusto .Senhur n-
cOlllll1endll1' a V,S. ',clue elle I!C eODscn-o na maL; estrietn 011 11(' r-
Vflll"i" ,uão le alteramlo de JilOdo a'gum as diiHlosições d'aqllel-
It! I::il estabelecimento: Pcrmittc porem F\l1a Alteza Ue/d,flue
('b proprltdarius uus l'azenuu!;, que entestarCnl com n~ La-
uda~, IH'lisiio eOOllu;t.ir pum ellas quacHI uer nguas, que do
unIras nascelltOti (I'Hli1'Í\o introuuzi!' .i. sua eusta,pura su lhos
!'cftit.,il· nos s;tio~, CIII que lhes convier havclas: bem 011-
tClldillo, que ne~ta restitui)'ilo se faça uquelle desl'onto p:lrll.
menos (CIII Cjllanto á Illlauticlllde de agua) rl'gnlado por um
('14IcnI0 de Ilrroxirna~lIl) comparativamente :i pt! I'lla , qlle de-
'c t"l' ~otl'rid(t pela corrente, acrcticeudo u obrigação de CIIO-
CUlTel CIII taes ProprietarioH parn as dcspezlls, por UI1l pl'~
rata. q tle tor necessario fazer 1108 COlleel'tof. c reparos dai
lenulas quando os necessitarelll. Deus Guarde a V. s.a_
l'alacio do Uio de Janeiro, eUl 22 de :Março de 1~11.­
COlldH Jas Galveas.-Snr. Pedro Fagundes Baccllar d'An-
tua e Menezt.'s.-E para constar fiz pussar II presente CEr-
tidão que vae por lUim assigllada.-::5eel·t!tal'ia do Go\'e1'uo
Civil no Funchal G de ~'e\'ereiro de 1855.-Joã'o Silcc,.io
rI' Âmorim da Gue1'1'a Quaresma.

Coostando-me que algumas pessoas se acham exercendo


o elu'go de j·li.'. . . ;; Jclc\·adu, e retirando os proveitos que del-
les lhes pro\'cm, sem terem titulo que pam isso os nutori-
lIelU, V 1\1." passarão a illdagar quem sejum os juizes d.
levada do Termo da sua j ul'isdie~ão c os uotilicarão pua
que delltro do rasoavcl pl'llSO que lhes ass ignarem apresen-
tem as tuas competentes Cartas; e nào o faz6ndo, V M.··
- bavendo por vagos OR jllizad08 o farão Babel' aoslleTeoB [Xl-
t'a lJ1'oaderem á tleiçiio de 1/01:0S jui.us, e fluando os hereo!
DIa el~jatn ou os eleitos não acceitern, mJo farilo saber para
eu mandar proceder na repart:<;~o das ago8s como julgar
mail> conveniente.
Encarrego mui positivamente a V. U. C!, e dubaixo da
sua mais rigorosa responsabilidade, nilo consintão-que ai.
gue/Q exerça o sobredito clJ,rgo seM Iigitilllo titulo que 111'0
oODfira, nem por mais tempo d':tqucllo que no mesmo titl\l~
lhe fôr marcado.
Dous Guarde a V. M.". PaJaeio do Governo 11 de AilriJ
dd 182G.-D. Manoel, de po/'útgal e Castro.
SUI·S. Juiz de FOl'a Presidente, Vcl'cauorcs e wai~ Of-
üciaes da Cawal'a do l<\mchaJ.
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