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Andréa Nunes
Especialista de Negócios Sociais
INSTITUTO PAVIMENTAR
Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto
Autores:
Bernardo Ronchetti
Elton Antonello
Gilberto Schelp
Supervisão Técnica:
Armando Morilha Junior
2013
[5]
Especialistas Técnicos
Laertes Vieira
Colaboração Técnica
INSTITUTO PAVIMENTAR
2ª Edição
Gilberto Schelp
Elaboração e Revisão Técnica
1ª Edição
Bernardo Ronchetti
Elton Antonello
Elaboração e Revisão Técnica
Correção Ortográfica
Maria Angela Calvão
Diagramação
40graus Design
Esta publicação é um guia para treinamento de operadores de usina de asfalto e sua utilização se restringe a este
fim. Maiores informações particularizadas deverão ser buscadas no Manual de cada equipamento.
Prefácio
O Brasil está vivenciando um momento de crescimento, com projeções sustentadas
vigorosamente nos próximos anos. Este crescimento, associado aos cadernos de encargos
para sediar a Copa do Mundo em 2014, as Olimpíadas em 2016 e a implementação das
obras do PAC, irá propiciar uma demanda por milhares de profissionais qualificados para a
área de construção civil pesada.
Entretanto, desde meados da primeira década dos anos 2000, o setor da construção civil
pesada começou a constatar que a demanda por pessoal qualificado para a execução das
obras de infraestrutura é muito maior que a oferta.
Para o pessoal de nível técnico, como por exemplo, Técnicos de Laboratório e Operadores de
Máquinas, além de não se ter uma organização de cursos de qualificação e aperfeiçoamento,
a quantidade de profissionais está aquém das necessidades, e aqueles que se apresentam
para suprir esta demanda, por inúmeras razões, não tiveram uma formação plena para
atender o setor. A falta de qualificação destes profissionais tem implicações diretas na
produtividade dos equipamentos e na qualidade e durabilidade das obras executadas.
[7]
[8] Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL | INSTITUTO PAVIMENTAR
Apresentação
A apostila de treinamento que você está recebendo representa uma ação do INSTITUTO
PAVIMENTAR e SENAI-PR, para que o Brasil tenha condições de atender à demanda por
profissionais qualificados para a pavimentação rodoviária frente às projeções de crescimento
previstas para o País nos próximos anos.
Nesta apostila você encontrará orientações de grande valor para o seu desempenho
profissional na produção de misturas asfálticas, incluindo, também, temas como
Segurança no Trabalho e Proteção Contra Incêndios. O nosso objetivo é que você conheça
aspectos que são fundamentais para operar uma usina de asfalto, inclusive aquelas
referentes à segurança no trabalho.
Leia os textos com atenção, encontre resposta para as questões que lhe serão apresentadas,
reflita sobre elas, pesquise, pergunte. Enfim, convidamos você a aproveitar essa oportunidade
para ampliar seus conhecimentos e, assim, se desenvolver profissionalmente.
Nós, do INSTITUTO PAVIMENTAR e SENAI-PR, esperamos que o curso que você escolheu
para se capacitar possa representar um diferencial no seu desenvolvimento profissional e
qualidade de vida, e também na qualidade das obras de pavimentação que você ajudará a
construir na imensidão deste País.
Bom aprendizado!
[9]
[10] Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL | INSTITUTO PAVIMENTAR
SUMÁRIO
2. NORMAS DE SEGURANÇA..................................................................................19
3.1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................24
4. USINA DE ASFALTO...........................................................................................30
4.2. DOSAGEM...............................................................................................................................32
4.4.1.1. Secagem....................................................................................................................................................40
4.4.2. ContraFluxo................................................................................................................................42
5.1. SEGREGAÇÃO.........................................................................................................................46
6. SILOS DOSADORES...........................................................................................49
6.1. VIBRADORES..........................................................................................................................52
7. CORREIA TRANSPORTADORA..............................................................................61
8. CÂMARA DE ASPIRAÇÃO....................................................................................62
9. SECADOR........................................................................................................63
[11]
10. QUEIMADOR...................................................................................................73
12. EXAUSTOR.....................................................................................................94
16.1. FUNCIONAMENTO................................................................................................................100
EQUIPAMENTO EM FUNCIONAMENTO..............................................................................................107
19. ATERRAMENTO..............................................................................................109
ASFALTO ..........................................................................................................129
23.2. ALTITUDE..........................................................................................................................132
23.4. Granulometria...............................................................................................................133
23.5. Fórmula para cálculo de produção de usinas de asfalto, conforme a NAPA IS 52......134
ECONOMIA........................................................................................................137
25. SEGREGAÇÃO...............................................................................................145
[13]
[14] Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL | INSTITUTO PAVIMENTAR
SUMÁRIO DE FIGURAS
Figura 01: Procedimento em caso de queimaduras....................................................19
Figura 02: Proteção respiratória..............................................................................20
Figura 03: Alguns exemplos de EPIs........................................................................21
Figura 04. Influência da granulometria na textura da mistura, SMA e Densa................ 25
Figura 05. Representação gráfica da granulometria da mistura................................... 26
Figura 06: Controle da temperatura no carregamento do caminhão............................ 27
Figura 07. Misturas asfálticas com baixa resistência à deformação permanente devido a um
teor de ligante acima do teor “ótimo”..................................................................... 29
Figura 08. Exsudação da superfície indicando excesso de ligante................................ 29
Figura 09. Funcionamento esquemático da usina de asfalto....................................... 30
Figura 10. Usina de asfalto Ciber, móvel e fixa...........................................................30
Figura 11: Usina de asfalto Terex, móvel e fixa..........................................................31
Figura 12. Ilustração usina de asfalto desconínua.....................................................32
Figura 13. Ilustração usina de asfalto contínua..........................................................32
Figura 14: Ilustração de usina gravimétrica..............................................................34
Figura 15. Usina gravimétrica.................................................................................34
Figura 16. Usina gravimétrica.................................................................................35
Figura 17: Secção transversal genérica da torre da usina gravimétrica com sistema de
peneiramento, silos quentes, silo balança e misturador...............................................35
Figura 18. Detalhe dos silos quentes com material a ser pesado................................. 36
Figura 19: Vista interna da torre de silos quentes da usina gravimétrica...................... 36
Figura 20. Secador contrafluxo de usina gravimétrica................................................37
Figura 21. Ilustração de usina gravimétrica..............................................................37
Figura 22:Exemplo de sistema de pesagem de uma usina gravimétrica na década de 80...
.........................................................................................................................38
Figura 23: Exemplo de sistema de pesagem de uma usina gravimétrica atual...............38
Figura 24: Ilustração de usina de asfalto de fluxo paralelo..............................................39
Figura 25: Usina de asfalto continua fluxo paralelo.....................................................39
Figura 26: Etapa de secagem do agregado...............................................................40
Figura 27: Comportamento das temperaturas da usina fluxo paralelo......................... 40
Figura 28: Temperaturas do fluxo paralelo................................................................41
Figura 29a: Filtro via úmida...................................................................................41
Figura 29b: Tanque de decantação..........................................................................41
Figura 30: Usina contrafluxo com misturador externo pug mill....................................42
Figura 31: Usina contrafluxo com misturador externo rotativo ...................................43
Figura 32a: Misturador externo pug mill ..................................................................43
Figura 32b: Misturador externo rotativo...................................................................43
Figura 33: Secagem dos agregados e mistura com ligante bem definido...................... 44
Figura 34: Secagem dos agregados e mistura com ligante - pug mill............................ 44
Figura 35: Instalação de britagem...........................................................................46
Figura 36a: Cuidados com os agregados..................................................................47
Figura 36b: Pilhas de estocagem dos agregados. ......................................................47
Figura 37: Exemplos de seixo rolado à esquerda (que deve ter ao menos uma face britada)
e a direita agregados mais cúbicos......................................................................... 48
Figura 38a: Agregados contaminados......................................................................48
Figura 38b: Excesso de lamelaridade do agregado.....................................................48
Figura 39: Cobertura ideal para agregados...............................................................49
[15]
Figura 40: Exemplo de curva granulométrica ...........................................................49
Figura 41: Ilustração do silo dosador ......................................................................50
Figura 42: Silo dosador sendo alimentado pela pá carregadeira ................................. 50
Figura 43: Controle de dosagem por CLP .................................................................51
Figura 44: Correia dosadora com a célula de carga ...................................................52
Figura 45: Apalpador metálico ...............................................................................53
Figura 46: Vibrador elétrico na parede do silo. ..........................................................53
Figura 47a: Regulagem dos contapesos ..................................................................54
Figura 47b: Montagem do vibrador .........................................................................54
Figura 48: Fator umidade .....................................................................................55
Figura 49: Cálculo umidade ponderada ...................................................................56
Figura 50: Consumo de combustível X umidade ........................................................57
Figura 51: Detalhe da pá carregadeira ....................................................................58
Figura 52: Dimensões para muro de arrimo. ............................................................59
Figura 53: Contaminação dentro do silo dosador ......................................................59
Figura 54: Contaminação excessiva dos agregados ...................................................60
Figura 55: Silos muito afastados do muro de arrimo. .................................................60
Figura 56: Correias dosadoras e transportadoras ......................................................61
Figura 57: Correia transportadora com três moegas. .................................................62
Figura 58a: Câmara de aspiração Ciber ...................................................................62
Figura 58b: Câmara de aspiração Terex ..................................................................62
Figura 59: Identificação dos componentes ...............................................................63
Figura 60: Ingresso dos agregados no secador .........................................................64
Figura 61: Cortina de material formado pela posição e geometria das aletas................. 64
Figura 62: Acionamento dos motores do secador.......................................................65
Figura 63: Roletes de escora .................................................................................65
Figura 64a e b: Regulagens inadequadas, desgastes excessivos dos anéis.................... 66
Figura 65: Anel não centralizado no rolete de apoio....................................................66
Figura 66: Rolete de apoio com ângulo diferente ao anel............................................ 67
Figura 67: Regulagem ideal rolete de apoio – anel.....................................................67
Figura 68: Identificação das regulagens nos roletes de apoio...................................... 68
Figura 69: Regulagem adequada, paralelismo perfeito entre roletes e anéis do secador. ..
........................................................................................................................ 69
Figura 70: Misturador externo rotativo ....................................................................70
Figura 71: Disposição das aletas no misturador ........................................................71
Figura 72: Misturador externo pug mill....................................................................72
Figura 73: Disposição dos braços e palhetas.............................................................72
Figura 74: Queimador externo ao secador ...............................................................74
Figura 75: Queimador interno ao secador ...............................................................74
Figura 76: Desenho esquemático do queimador da usina contrafluxo.......................... 74
Figura 77: Componentes do queimador ...................................................................75
Figura 78: Detalhe do queimador ...........................................................................76
Figura 79: Detalhe da chama piloto de dentro do secador .......................................... 76
Figura 80: Manômetro da pressão do combustível, posicionado sempre perto do queimador.
........................................................................................................................ 77
Figura 81: Chama larga e curta .............................................................................79
Figura 82: Chama longa e estreita ..........................................................................79
Figura 83: Chama intermediária ............................................................................79
Figura 84: Queimador em funciomanento ................................................................80
Figura 85: Coloração do pó do filtro de mangas ........................................................81
[17]
Figura 131: Tela para criar e editar fórmulas para produção da usina de asfalto......... 119
Figura 132: Tela para criar e editar formulas para produção da usina de asfalto........... 119
Figura 133: Tela de acionamento do queimador........................................................121
Figura 134: Tela de acionamento do queimador........................................................121
Figura 135: Esquemático para pesagem dos silos frios............................................. 122
Figura 136: Tela do supervisório no processo de calibração de balanças..................... 124
Figura 137: Tela do supervisório no processo de calibração de balanças..................... 124
Figura 138: Processo de calibração de balanças da usina terex................................. 126
Figura 139: Processo de calibração de bomba de CAP da usina terex......................... 128
Figura 140: Processo de calibração de bomba de CAP da usina terex......................... 128
Figura 141: Tempo de atraso dos materiais atravessarem a usina............................. 129
Figura 142: Umidade no agregado .......................................................................131
Figura 143: Fator de umidade ..............................................................................131
Figura 144: Queda de produção em função da umidade .......................................... 132
Figura 145: Consumo de combustível X umidade ....................................................132
Figura 146: Queda de produção em função da altitude do nível do mar .................... 132
Figura 147: Queda de produção em função temperaturs final da massa asfáltica ....... 133
Figura 148: Quantidade de material retido/passante ...............................................133
Figura 149: Curva granulométrica dos agregados ...................................................135
Figura 150: Condições da pista ............................................................................136
Figura 151: Erro de cálculo na produção da usina. .................................................136
Figura 152: Painel de comando de uma usina de asfalto contrafluxo......................... 137
Figura 153: Tela do supervisório de dois fabricantes de usinas ................................ 137
Figura 154: Tela do supervisório de indicação de abertura do damper de exaustão..... 138
Figura 155: Tela do supervisório para seleção manual/automático do damper de ar frio. ....
.......................................................................................................................138
Figura 156: Tela do supervisório diagnóstico do filtro de mangas. ............................ 139
Figura 157: Tela do supervisório da bomba de asfalto. .............................................139
Figura 158: Tela do supervisório para carregar fórmula. ..........................................140
Figura 159: Tela do supervisório para acionamento do queimador. .......................... 140
Figura 160: Coloração dos finos ...........................................................................142
Figura 161: Tela do supervisório vazão da usina......................................................142
Figura 162: Tela do supervisório bomba de asfalto....................................................143
Figura 163: Tela do supervisório com as temperaturas dos gases da usina.................. 144
Figura 164: Tela do supervisório para desligar a usina..............................................144
Figura 165: Descarga massa asfáltica no caminhão ................................................145
Figura 166: Carregamento homogêneo da massa asfáltica no caminhão .................... 145
Figura 167: Falhas na massa asfáltica detectadas durante aplicação......................... 146
Figura 168: Aquecimento do CAP no tanque de armazenamento............................... 159
SUMÁRIO DE TABELAS
Tabela 1: Granulometria dos agregados para composição da mistura ......................... 26
Tabela 2: Temperatura de mistura com ligante e temperatura de gases....................... 44
Tabela 3: Temperatura de saída do secador, gases e agregados.................................. 45
Tabela 4: Relação de pressões de ar comprimido e combustíveis ............................... 77
Siglas e Abreviaturas
Antes de iniciar o curso, vamos esclarecer alguns dos conceitos e nomenclaturas mais
utilizados mundialmente, e que serão utilizados nos textos e descrições a seguir:
[19]
[20] Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL | INSTITUTO PAVIMENTAR
2. NORMAS DE SEGURANÇA
Os primeiros socorros nas queimaduras de pele provocadas por cimento asfáltico quente,
devem ser por meio de lavagem com água corrente fria durante 10 minutos, pelo menos.
Não se deve forçar a retirada do CAP aderente. Esfriando o produto, a camada aderente
não prejudica a pele, pelo contrário, até protege a área queimada, funcionando como
camada estéril. Em geral, a camada aderente se descola após alguns dias.
Para queimaduras circunferenciais, onde o cimento asfáltico quente envolve por completo
um punho ou qualquer outra parte do corpo, o ligante após resfriado e endurecido poderá
atuar como um torniquete. Se isso ocorrer, o ligante aderido deverá ser removido por
profissionais da área de saúde, para prevenir a obstrução do fluxo sanguíneo.
[21]
Queimaduras dos olhos deverão ser tratadas com socorro imediato da vítima, para ser
atendida por profissionais especializados. Pessoas despreparadas não deverão tentar
remover o ligante.
Para o caso de inalação dos fumos asfálticos, a vítima deverá ser removida para um local
fresco e ventilado, o mais rápido possível. Se os sintomas persistirem, um médico deverá
ser chamado com urgência.
Atenta-se ao risco de inalação dos vapores que são emitidos geralmente quando o CAP a
granel é misturado a agregados quentes, contendo materiais particulados, hidrocarbonetos
e pequena quantidade de H2S.
Observando a higiene pessoal, espera-se que a equipe que manuseia o CAP utilize cremes
de proteção para a pele, principalmente nas mãos e dedos. A pele deve ser lavada
imediatamente após a contaminação, e sempre antes de comer, beber ou ir ao toalete. A
aplicação de cremes antes do manuseio do CAP ajuda na limpeza subseqüente, caso ocorra
contato acidental com o produto. Cremes não são, contudo, substitutos de luvas e roupas
de proteção; logo, não devem ser utilizados como forma única de proteção.
Para remover o CAP da pele, não se deve utilizar solventes como aguarrás, éter de petróleo,
óleo diesel etc., uma vez que podem agravar a contaminação. O método de remoção
deverá ser avaliado por um profissional da área de saúde.
Incêndios internos em tanques podem ser extintos por injeção de vapor d’água ou por
uma névoa de água no espaço ocupado pelos vapores. Esse método, no entanto, deve
ser utilizado tão somente por operadores devidamente treinados, pois a água vaporiza-se
instantaneamente ao contato com o CAP quente, podendo desprender espuma e provocar
transbordamento do tanque. Alternativamente, extintores de espuma podem ser usados,
pois a espuma assegura que a água fique bem dispersa. A desvantagem desse tipo de
extintor é que a espuma se desagrega rapidamente ao ser aplicada ao CAP quente.
[23]
EPIs recomendados
Cada licença habilita o proprietário de uma planta de asfalto a avançar no processo, desde
a aprovação do local onde vai ser instalada a área de produção de CAUQ até a sua liberação
para iniciar a produção e comercialização do produto final. A instalação de uma planta de
CAUQ pode ocorrer em zonas rurais ou urbanas.
As usinas de asfalto possuem sistemas de filtragem que permitem reduzir a emissão desses
particulados para a atmosfera e atender os valores especificados pelos órgãos nacionais e
internacionais. Os valores de emissão de particulados para a atmosfera devem ser menor
ou igual a 50mg/Nm3.
[25]
dos fluidos e tubulações. Estes equipamentos são projetados para atender as normas
específicas de construção para garantir a sua segurança. O vazamento destes fluídos,
asfalto ou combustível para o solo pode contaminar o próprio solo, vegetação e rios, ou
até provocar riscos de explosões e incêndios. Atualmente é exigido que os proprietários
de usina de asfalto efetuem uma bacia de contenção em toda a sua instalação de asfalto e
combustível, para proteção em caso de vazamento. As normas NBR que a especificam são
a NBR17505 e NBR 10004.
Ruído - O ruído acima do permitido pela legislação pode ocasionar danos à saúde da
população em uma usina de asfalto há emissões de ruídos de alguns componentes,
elabora-se um mapa de risco onde, para acesso ou permanência em determinados locais,
os fabricantes especificam a utilização de EPIs - Equipamentos de Proteção Individual.
Isto está em acordo com as exigências das normas brasileiras definidas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego e às normas internacionais.
Nota: Cabe salientar que o não atendimento, pelo proprietário e/ou usuário, de uma usina
de asfalto, das especificações exigidas pelos organismos controladores do meio ambiente
pode acarretar multas ou até a interdição da instalação.
3.1. INTRODUÇÃO
Para atingir este objetivo, a adequada operação da usina tem um papel fundamental para
que a mistura produzida venha a atender às características de desempenho desejadas para
o revestimento. Para tanto, tem-se uma série de parâmetros que precisam ser controlados
pelo operador da usina durante o processo de usinagem, os quais serão descritos na
sequência.
• 1/2
• 2/3
• Nº 4
• Nº 8
• Nº 16
• Nº 20
• Nº 50
• Nº 100
• Nº 200
• Nº 200
Para que estas características sejam alcançadas, é necessário fazer uma composição dos
agregados disponíveis (como, por exemplo, os mostrados na tabela 1, de forma a enquadrar
a mistura na faixa granulométrica especificada).
[27]
Peneira Abertura Agregado Agregado Agregado Filer D Faixa B
(mm) A (3/4”) B (3/8”) C (Areia) DNIT
3/4” 19,1 100 100 100 100 80 - 100
3/8” 9,5 21,3 100 100 100 45 - 80
4 4,8 1,0 81,9 100 100 28 - 60
10 2,0 0,9 48,2 99,3 100 20 -45
40 0,42 0,8 20,8 66,1 98,1 10 -32
80 0,18 0,7 12,0 11,6 84,5 8 - 20
200 0,074 0,5 5,2 1,4 70,6 3-8
Tabela 1. Granulometria dos agregados para composição da mistura
A composição da granulometria é feita em “base seca” e irá fornecer a “fórmula seca” que
o operador da usina utilizará para calibrar a usina. Por exemplo, para os agregados da
tabela 1, a “fórmula seca” poderia ser: 41% do agregado A; 52% do agregado B; 5% do
agregado C; 2 % do filer.
A Figura 05 ilustra um exemplo de uma faixa granulométrica para uma mistura asfáltica
densa, bem com uma composição granulométrica e faixa de trabalho.
90 Mistura
Faixa de trabalho
80
70
60
50
40
30
20
10
0
N200 N80 N40 N10 N4 1/2 3/4 1” 1/2”
Caso a calibração da usina não seja feita de forma adequada, a granulometria resultante
não atenderá aos requisitos do projetista, e o revestimento não cumprirá a função desejada.
Além disso, mesmo que a calibração seja bem conduzida, alterações no regime de fluxo
dos agregados no sistema poderão ocasionar variabilidade nas propriedades desejadas,
comprometendo a mistura em campo. Por exemplo, para a curva ilustrada na Figura 05,
variações na curva granulométrica para o lado grosso darão origem a misturas com texturas
mais abertas, enquanto que curvas granulométricas com variação para o lado fino darão
origem a texturas mais fechadas (mais lisas).
A estocagem dos agregados em pilhas com formato de cone faz com que, na medida em
que se vai adentrando no cone, a umidade dos agregados tende a ser maior. Além disto,
agregados que são estocados a céu aberto facilmente podem apresentar umidades acima
de 6%. Este assunto será tratado mais adiante em CUIDADOS COM OS AGREGADOS.
Por outro lado, o asfalto é formado por frações que são muito sensíveis ao aumento da
temperatura (fração maltênica), isto é, elas se volatizam/oxidam para condições mais
elevadas de temperatura, deixando o asfalto mais duro (envelhecido). A fração maltênica
empresta elasticidade à mistura asfáltica. Ao se reduzir esta fração, o asfalto fica mais
duro (envelhece) e, por conseguinte, a mistura tenderá a apresentar um comportamento
de material frágil, quebradiço.
[29]
Sinais práticos que podem ser observados para verificar a temperatura da massa
• Massa com aspecto fosco ou mesmo com pedras sem cobertura (carijó), indicando
baixa temperatura.
• Fumaça azul ou excesso de vapores, indicando altas temperaturas.
• Brilho excessivo com auto-escoamento na pilha de talude no caminhão durante a
descarga pode indicar massa gorda, com excesso cimento asfáltico, ou ligante
muito fluido (viscosidade muito baixa).
A variação do teor de ligante em relação ao teor “ótimo” de projeto afeta estes dois índices
e, por conseguinte, o desempenho da mistura asfáltica.
Misturas com maior teor de asfalto (aumento no RBV) são misturas com melhor desempenho
à fadiga, mas, em contrapartida, têm sua resistência à deformação permanente
comprometida, originando trilhas de roda e exsudação na superfície do revestimento.
Tanto a trilha de roda como a exsudação compromete a segurança do usuário da rodovia.
Em dias de chuva, o acúmulo de água nas trilhas de roda pode causar a aquaplanagem do
veículo, enquanto que a exsudação faz com que se tenha uma perda de atrito (aderência)
entre o pneu e a superfície do revestimento.
Por outro lado, misturas com pouco ligante, até certo ponto, tendem a apresentar
maior resistência à deformação permanente. Entretanto, estas misturas indicam um
comportamento de material frágil e têm sua resistência à fadiga comprometida, podendo
levar ao aparecimento precoce de trincamento no revestimento.
[31]
4. USINA DE ASFALTO
A usina de asfalto tem a função de proporcionar e misturar agregados ao ligante asfáltico,
sob condições determinadas, para produzir o nosso concreto asfáltico.
. .
.
. .
. .
Usinas de asfalto são equipamentos que têm a função de produzir a mistura asfáltica
a quente; normalmente são divididas em formas de secar e dosar os componentes da
mistura. Quanto à forma de dosar, classificam-se em contínua e descontínua; à forma de
secar, em contrafluxo ou fluxo paralelo.
PROCESSO DESCONTÍNUO
PROCESSO CONTÍNUO
[33]
4.2. DOSAGEM
PENEIRAMENTO
BRITA 0
BRITA 1
AREIA
35%
10%
25%
25%
PÓ
C.A.P.
5%
DOSAGEM
MISTURA
SECAGEM
DOSAGEM FRIA
C.A.P.
BRITA 1 BRITA 0 AREIA PÓ 5%
25% 25% 10% 35%
SECAGEM
MISTURA
Estas usinas são as mais completas até então desenvolvidas, pois possuem um sistema de
seleção da granulometria dos agregados virgens após secos, através de peneiras vibratórias
localizadas normalmente na “torre gravimétrica”, similares às peneiras utilizadas nos
processos de britagem. Com isto, os agregados quentes pré-dosados nos silos dosadores
frios e após passagem pelo secador rotativo são transportados por um elevador de canecas,
até atingirem a peneira vibratória de seleção dos agregados. Estes agregados selecionados
são enviados aos chamados “silos quentes”, sendo um para cada faixa granulométrica
do agregado (tamanho de pedra). Os agregados que não são classificados nas telas da
peneira com tamanho excedente são refugados.
O asfalto armazenado em um tanque externo à usina é bombeado para uma tubulação que
interliga o tanque à usina até a balança de asfalto que faz a pesagem estática do CAP e
injeção da quantidade necessária para mistura.
Após permanecerem nos silos quentes, os agregados quentes e secos são enviados para
um silo com sistema de pesagem chamado silo balança. Neste silo, cada faixa de agregado
armazenado no seu respectivo silo quente é descarregado sequencialmente e pesado um
de cada vez, na proporção adequada para a fórmula da mistura de massa asfáltica. Após
completar o ciclo de pesagem de todos os materiais no silo balança, o processo de pesagem
de agregados é concluído e os mesmos são enviados ao misturador.
Enquanto ocorre o sistema de pesagem dos agregados quentes descrito acima, também
ocorre, ao mesmo tempo, a pesagem da quantidade necessária do ligante asfáltico que
será injetado no misturador.
Após a injeção dos agregados e do asfalto no misturador, inicia-se o ciclo de mistura durante
o tempo pré-determinado que, normalmente, varia entre 40 a 60 segundos, dependendo
dos tipos de agregados e dos teores de asfalto da mistura.
Portanto, o filtro de mangas, além de efetuar a filtragem dos gases para a atmosfera,
também efetua a filtragem dos particulados e os devolve para o sistema de mistura, através
de transportadores helicoidais, também chamados de rosca sem fim ou caracóis.
[35]
Torre gravimétrica
Filtro de mangas
Pré-coletor
Silos de
estocagem
de massa
2. Peneira vibratória
4. Calha de refugos
6.1. Tubulação
de asfalto
5. Silo balança
6. Injeção de
asfalto
Figura 17. Secção transversal genérica da torre da usina gravimétrica com sistema de
peneiramento, silos quentes, silo balança e misturador
[37]
DOSAGEM DESCONTÍNUA
Pó
35%
525 Kg Areia
10% Brita 0
150 Kg 25%
375 Kg
Brita 1
25%
375 Kg CAP
5%
75 Kg
Balança digital
100% 1500 Kg
Figura 18. Detalhe dos silos quentes com material a ser pesado
1. Refugo
2. Peneira vibratória
3. Silos quentes
[39]
Figura 22. Exemplo de sistema de pesagem de uma usina gravimétrica na década de 80
São aquelas usinas nas quais o processo de produção de CAUQ ocorre de forma contínua,
ou seja, sem interrupções desde o início do processo de dosagem dos agregados nos silos
dosadores frios até a descarga da massa asfáltica no silo de massa.
As usinas de asfalto de fluxo paralelo utilizam dosagem com pesagem dinâmica, que é um
princípio moderno de operação de usinas. Trata-se de sistemas que realizam a medição
da quantidade de material que está sendo dosado em cada silo, alterando, de acordo
com a produção, a quantidade de CAP injetado no sistema de mistura instantaneamente.
Sistemas de dosagem dinâmica obrigatoriamente utilizam computadores ou CLPs. Estes
computadores e controladores têm a função de entender os sinais de pesagem das correias
dosadoras dos silos e retransmiti-los para os motores das correias e motobomba de asfalto.
[41]
4.4.1.1. Secagem
O secador consiste em um cilindro com movimento de rotação, tendo em seu interior uma
série de aletas que movimentam o agregado e formam diferentes tipos de cortinas dentro
do secador em frente ao queimador.
Neste sistema, por vezes, o secador funciona também como misturador, tornando-se um
sistema mais barato; porém, o fluxo de vapor e gases em alta temperatura passa pela
zona de mistura, podendo causar uma destilação fracionada dos óleos leves. Outro efeito,
comumente chamado de oxidação, reduz a vida do pavimento devido ao envelhecimento
precoce do CAP com perda de suas propriedades. Oportunamente abordaremos os efeitos
destrutivos da oxidação do ligante asfáltico no pavimento.
Gases
ºC
700
Temperatura máxima dos gases 600
500
Temperatura mínima dos gases 400
300
Temperatura da mistura 200
100
Outro efeito do fluxo paralelo que podemos observar na figura 28 é que esse fluxo não é
eficiente termicamente, pois existe uma grande perda de energia na liberação dos gases,
não transferindo toda esta energia ao agregado.
As Usinas de fluxo paralelo não são mais fabricadas, devido ao processo de geração de
secagem dos agregados, onde os gases atingem patamares elevados de temperatura
próxima a sua saída para o filtro de mangas, fazendo com que se perca em eficiência no
processo, com elevado consumo de combustível e necessidade de utilização de elementos
filtrantes resistentes à alta temperatura, ao redor de 180~220ºC (tecido Nomex).
Durante muitos anos, eram utilizados filtros via úmida, chamados de filtro venturi. Este
tipo de filtro continha um sistema de jato de água aplicada nos gases da exaustão na
entrada do filtro. O choque da água com os gases e particulados gerava a decantação dos
particulados no corpo do filtro. Os gases filtrados eram enviados para a atmosfera; os finos,
decantados no corpo do filtro venturi, bombeados para um reservatório de armazenamento
em concreto também chamado de piscina de decantação. A limpeza desta piscina dá-se
por intermédio de remoção dos resíduos por pá carregadeira.
[43]
O inconveniente deste sistema é que os materiais armazenados na piscina podem estar
contaminados de combustível e podem contaminar o meio ambiente, devido à possível
ocorrência de má combustão durante o processo de secagem. Além disso, não há como
utilizar os finos retirados do tanque de decantação, não havendo nem condições de
aproveitamento para a construção civil.
Há mais de duas décadas os filtros via úmida foram substituídos por filtro de mangas,
devido a exigências ambientais. O mesmo ocorre com a usina de asfalto de fluxo paralelo
com mistura interna no tambor.
Não está previsto no escopo deste treinamento abordar em mais detalhes este tipo de
equipamento; nosso foco dar-se-á ao tipo mais utilizado e que vem dominando o mercado
nos últimos 15 anos: processo contrafluxo.
4.4.2. ContraFluxo
Figura 32a. Misturador externo pug mill Figura 32b. Misturador externo rotativo
As usinas contrafluxo são as usinas que atualmente possuem grande aceitação e procura
por parte de clientes e órgãos regulamentadores, pois possuem alto índice de produtividade,
o que permite realizar melhor a secagem do agregado, obtendo, assim, uma melhor
homogeneização da temperatura de secagem. As misturas asfálticas resultantes são de boa
qualidade, expondo o ligante asfáltico a menores temperaturas dos gases e consequente
economia de combustível, e uma maior durabilidade dos elementos filtrantes do filtro de
mangas.
[45]
Agregados
Chama
Figura 33. Secagem dos agregados e mistura com ligante bem definido
Agregados
Chama
Mistura contínua
Figura 34. Secagem dos agregados e mistura com ligante - pug mill
Após a passagem pelo secador rotativo e zona de mistura (tambor rotativo ou misturador
externo), são transportados por um elevador de arraste e enviados ao chamado silo de
armazenamento. A descarga da massa asfáltica ocorre sobre um caminhão que transporta
o asfalto até o destino da aplicação.
Devem ser mantidos sempre constantes os níveis de agregados nos silos, para que as
condições de densidade, dentro destes, não fiquem sujeitas a grandes variações que
podem alterar o fluxo do material.
[47]
Alimentador
automático
Peneiras vibratórias
Fase 2
Fase 1
Brita 2 ou 3
Brita 1 ou 2
Brita zero ou 1
5.1 SEGREGAÇÃO
Correia transportadora
[49]
Observação:
Agregado é todo o material rochoso britado, proveniente de pedreiras ou de jazidas de seixo
rolado. Em qualquer tipo de usina de asfalto, independente de seu princípio operacional,
os agregados devem vir da pedreira com a granulometria adequada ao projeto do traço,
devendo ter mais de uma face britada com baixa lamelaridade.
Figura 37. Exemplos de seixo rolado à esquerda (que deve ter ao menos uma face britada); e à
direita, agregados mais cúbicos
Conforme pode ser verificado na figura 38, a pilha de estocagem já está contaminada antes
de o material ingressar no silo dosador correspondente. As usinas contrafluxo, conforme
abordado, não possuem peneira classificadora que separe e pese o material adequadamente.
Neste caso, o material não adequado ingressará no secador e, consequentemente, será
misturado, proporcionando uma massa asfáltica não conforme.
Agregado excessivamente lamelar, não indicado para misturas asfálticas; nestas condições,
a massa asfáltica pode ficar prejudicada.
6. SILOS DOSADORES
A seguir, conheceremos os componentes que constituem uma usina de asfalto. O minério
virgem britado é alimentado no sistema para secagem e aquecimento. O minério original
extraído da pedreira teve uma pré-classificação em sistema de britagem, sofrendo uma
diminuição de tamanho e peneiramento.
Composição granulométrica
100 0
90 Centro 10
80 20
Limites
porcentagem passante (%)
70 30
60 Faixa Trabalho 40
50 50
Composição
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
0,01 0,1 1 10 100
[51]
Os silos frios geralmente são construídos em aço carbono e possuem alta resistência em
relação ao desgaste do material. Em formato de pirâmide invertida, providos de ângulos
de inclinação dimensionados para escoar o material com maior eficiência, têm como função
armazenar e escoar os agregados até a correia dosadora que se localiza logo abaixo do
dosador.
Silo
Vibrador
Zona de pesagem
Correia
Importante:
• Cada silo deverá conter os agregados de granulometria adequada para mistura.
• Evitar a mistura de materiais de um silo com o de outro.
• As aberturas das comportas devem estar bem fixadas.
• As comportas devem estar livres de qualquer objeto estranho.
• A umidade excessiva, presente nos agregados, pode causar aglutinação e parada
da máquina por falta de material e erro na dosagem da mistura.
• A umidade está diretamente relacionada à dosagem de asfalto e deve ser
medida constantemente para correção na fórmula em produção, no sistema
computadorizado da usina.
Os silos contêm um tamanho de material específico que deve estar presente na fórmula,
e é muito importante que cada silo seja alimentado corretamente e que, ao longo da
produção, a granulometria (tamanho especificado da pedra) do minério virgem britado
seja verificada. A alteração de uma peneira na instalação de britagem poderá alterar a
característica do agregado e interferir na mistura.
[53]
A figura 44 mostra detalhe do sensor de peso – célula de carga, maior compressão da
correia dosadora sobre a célula de carga, maior peso acusado pelo sistema.
Célula de carga
Notas:
• Na área onde a correia for instalada, em hipótese alguma, a célula de carga,
poderá sofrer carga superior a sua capacidade. (Normalmente as células de carga
são de 50 a 100Kgf).
• Isto significa que não se deve exercer força acima da capacidade da célula de
carga, pois ocasionará danos irreparáveis à mesma. Igual cuidado para colisões e
descargas elétricas.
• A zona de pesagem deve ser limpa periodicamente, pois os mecanismos do sistema
de dosagem podem trancar com corpos estranhos.
6.1. VIBRADORES
Pode ser verificado na figura 45 que, sobre o material que está saindo pelo silo dosador,
há um apalpador metálico. Este apalpador tem a função de acionar imediatamente um fim
de curso que automaticamente acionará um vibrador elétrico, montado na chapa lateral do
silo. Isso significa que quando o apalpador estiver na posição vertical, se identifica que não
está saindo material do silo, o que irá causar diferença na granulometria final da mistura
asfáltica. Com o acionamento instantâneo do vibrador, este problema é imediatamente
resolvido pela vibração da chapa lateral do silo e a desobstrução do material, geralmente
ocasionado pela alta umidade do agregado ali contido.
[55]
Vibrador elétrico de alta velocidade - Atentar que o vibrador faz parte do funcionamento
de desbalanceamento dos contrapesos de ambos os lados. Chamamos a atenção deste fato,
porque os dois contrapesos devem estar SEMPRE com o mesmo ajuste. Por exemplo, 20%
de desalinhamento do lado direito, 20% do lado esquerdo. Se houver diferenças entre os
lados, o vibrador será muito exigido, vindo a queimar o induzido. Antes de energizarmos os
vibradores na usina, deveremos nos certificar de que os mesmos estão com os contrapesos
regulados. A regulagem é realizada retirando as duas tampas laterais, e posicionando os
contrapesos com as mesmas medidas entre lados, isso para um perfeito desbalanceamento.
Quanto maior o desbalanceamento, maior será a vibração do conjunto. Quanto maior a
umidade identificada no agregado do silo correspondente, maior deverá ser o percentual
deste desbalanceamento. Na figura 47, observar detalhe da regulagem do vibrador.
Antes de abastecermos os silos de agregados da usina de asfalto, que ora pode ser composta
por, no mínimo três compartimentos, deveremos tomar dois cuidados importantíssimos
que, por vezes, não são levados em consideração pelo cliente: umidade dos agregados e
cuidados com a pá carregadeira.
1- umidade
2- temperatura da massa asfáltica final
3- altitude do equipamento em relação ao nível do mar
4- granulometria dos agregados utilizados.
Fórmula
Todos esses gráficos que serão abordados seguem a norma IS-52 da NAPA (National
Asphalt Pavement Association).
Fator de umidade
1,2
1
1
0,85
0,8 0,7
0,6
Fator
0,6 0,53
0,48 0,43 0,39
0,4
0,2
0
3 4 5 6 7 8 9 10
% umidade
Exemplo
Vamos supor que, entre uma e outra atividade na usina de asfalto, ocorreram chuvas
na região onde está localizada a usina de asfalto em questão. Os materiais não estavam
sendo cobertos por lonas plásticas ou, o que seria ideal, acondicionados em galpões. Neste
novo dia de atividade, a umidade do agregado variou apenas 1% e agora, em vez de 3%,
estamos com umidade ponderada dos agregados em 4%.
Com a mesma carga horária, com o mesmo desgaste no equipamento, produzimos 120
toneladas a menos.
[57]
Paralelo ao tema umidade dos agregados, como foi referido no cálculo básico de produção
de uma usina de asfalto, consideramos a umidade dos agregados como sendo ponderada.
Ilustraremos como a umidade dos agregados é calculada para se obter a média nos
agregados. O somatório dos agregados adicionados nos silos em termos percentuais, mais
o teor de ligante e filler, deverá ser exatamente de 100%. Atingindo menos ou mais que
100%, a fórmula da mistura asfáltica estará errada, e o sistema computadorizado da usina
não aceita-se a receita informada.
Umidade 3% 4% 5%
Deduzimos que o percentual de CAP é de 5%, para fecharmos a conta exata de 100% na
mistura.
3% + 4% + 5%, total 12% dividindo pelo número de agregados, 3 no total, que nos daria
uma umidade errônea de 4,0%.
15
14
13
12
11
10
9
8
7
Misturadores de tambor de fluxo
6 paralelo de 2,1 m de diâmetro
5 Misturadores de contrafluxo
4 de 2,1 m de diâmetro
[59]
Figura 51. Detalhe da pá carregadeira
2994 3800
2900
3435
3795 4275
1500
[61]
Observações:
• Na construção da rampa de acesso dos silos, deve-se cuidar para que esta não fique
muito longe da usina, o que prejudicaria o carregamento dos silos, e acarretaria na
contaminação dos agregados de um silo para outro, principalmente em usinas com
silos um do lado do outro.
• Cuidados com o carregamento garantem uma boa qualidade da massa asfáltica.
• Contaminação dos agregados antes de ingressar ao secador acarreta em mistura
asfáltica final de péssima qualidade.
7. CORREIA TRANSPORTADORA
Correias Dosadoras
Correia Transportadora
[63]
Figura 57. Correia transportadora com três moegas
Observações
8. CÂMARA DE ASPIRAÇÃO
Pela câmara de aspiração, passam os gases (oriundos do processo de secagem dos
agregados), que são aspirados pelo exaustor e levados até o filtro de mangas.
Também na sua parte inferior ocorre o ingresso do material proveniente dos silos dosadores
e correia transportadora, como pode ser verificado na figura 58a e 58b.
Figura 58a. Câmara de aspiração Ciber Figura 58b. Câmara de aspiração Terex
secador de agregados
câmara de aspiração
correia transportadora
9. SECADOR
Como se sabe, os agregados minerais devem ser secos e aquecidos, para serem misturados
ao ligante asfáltico, a pelo menos, 160ºC para se realizar a mistura. O secador consiste
de um cilindro em movimento de rotação, tendo em seu interior uma série de aletas que
movimentam o agregado e formam diferentes tipos de “cortinas” dentro do tambor. As
cortinas de material possibilitam a retirada da umidade do agregado e seu aquecimento.
São elas, também, que fazem a mistura e o avanço dos agregados dentro do secador.
Para que um secador trabalhe de forma uniforme para a maioria dos tipos de agregados,
desde que sejam atendidas as condições ideais para a produção de CAUQ (como umidade,
altitude, combustível, granulometria entre outros), é necessário que o mesmo tenha uma
relação adequada entre diâmetro X comprimento X ângulo de inclinação X rotação de
trabalho. Essa relação faz com que se obtenha o tempo de permanência do sistema de
secagem. Esta relação do tempo de permanência deve ser balanceada para que haja uma
uniformidade de
[65]
É importante que os fabricantes de usinas de asfalto testem exaustivamente o melhor
formato de aletas, ângulos, posições, medidas, tamanhos e espessuras, visando obterem
os melhores resultados possíveis. Portanto, jamais se deve alterar as posições das aletas no
secador e configurá-las diferentemente do projeto original. Em casos de dúvidas, contatar
diretamente os fabricantes do referido equipamento, que poderão assessorar o usuário da
melhor maneira possível.
O secador possui inclinação em relação à horizontal de 5º; tal inclinação, aliada à sua
rotação, de 9 a 10 voltas por minuto, determina o tempo necessário para os agregados
atravessá-lo e realizar a secagem do material, bem como aquecê-lo adequadamente. Os
agregados entram no secador pela sua extremidade mais elevada, lado oposto de onde
está localizado o queimador, saindo, então, pela parte traseira do tambor para o elevador
de arraste.
queimador
Figura 61. Cortina de material formado pela posição e geometria das aletas
soletes de escora
anéis do secador
[67]
Fazemos referência a um assunto extremamente importante, onde poucos conseguem,
efetivamente, realizar um excelente alinhamento nos quatro roletes de acionamento do
secador. Como este conjunto mantém uma inclinação com o solo de 5º, logicamente, as
rodas de apoio do conjunto secador devem sofrer ajuste adequado para que o secador
se mantenha na posição desejada de funcionamento. Pensando neste interessante e
importante ajuste, foi realizado um descritivo detalhado. O encarregado da usina deve
conhecer e saber fazer um perfeito alinhamento nas quatro rodas de apoio do secador, de
acordo com os dois roletes de escora. Tentaremos ser sucintos suficientemente, para que
todos, de posse de tal descritivo, possam realizar com êxito esta importante tarefa.
As figuras 64a e 64b demonstram a falta de ajuste adequado nas rodas de apoio do
secador. Nos dois casos, pode ser verificado que o anel já apresenta marcas profundas.
Procedimentos para o correto ajuste dos roletes de apoio do secador e roletes de escora,
evitando paradas repentinas no equipamento e desgastes precoces no anel.
Exemplo prático: para melhor compreensão, a figura 68 destaca o chassi da usina sem a
montagem do secador; somente os roletes de apoio (quatro no total), e os dois roletes de
escora.
O sentido de fluxo de material é identificado pela seta como entrada dos agregados,
passagem pelo secador e saída do mesmo ao elevador.
[69]
Sentido de fluxo do agregado
6
5
3
2
2 3 2 3
Para uma correta regulagem do tambor secador, após acionar os motores, verificar o
desempenho do equipamento para observar possíveis problemas de ajuste quando este
estiver funcionando em regime de trabalho, já que podem ocorrer desvios em virtude da
elevação da temperatura e carga no secador. Caso seja necessário algum ajuste posterior,
proceder conforme os passos a seguir.
• Com o tambor secador em movimento e sem carga, verificar se o tambor deve ser
deslocado para cima ou para baixo, de acordo com contatos nas rodas de escora.
Regular cada rolete de apoio, através dos parafusos de regulagem (pos. 2 e 3)
conforme o caso (subir ou descer), mantendo um perfeito contato entre o anel
e o rolete. Caso seja necessário subir o secador, se o mesmo estiver encostando
em demasia na roda de encosto 6, proceder ao aperto do parafuso posição 2. Este
movimento deve ser realizado nas quatro rodas de apoio de igual intensidade. Caso
seja necessário baixar o secador, por encostar em demasia na roda de encosto 6,
proceder ao aperto dos parafusos posição 3.
• As regulagens dos roletes de apoio devem ser efetuadas de forma pausada, visto
que a resposta no comportamento do conjunto demora alguns instantes.
• tocar sensivelmente no rolete de escora inferior (pos. 5), quando sem carga;
• tocar sensivelmente no rolete de escora superior (pos. 6), quando com carga.
Cabe lembrar que pode ocorrer diferença de comportamento do tambor secador quando
em regime de trabalho, em virtude do aumento de temperatura e de carga no secador;
portanto, deve-se monitorar periodicamente o funcionamento do conjunto para possíveis
regulagens. Uma constante vigilância na regulagem do tambor secador garantirá uma vida
útil mais prolongada nos roletes de apoio e anéis, evitando, com isto, maiores ônus com a
manutenção destes componentes.
Observação
• O desalinhamento dos roletes em relação ao anel não deve ser superior a 0,5mm,
medida que deve ser distribuída entre eles, mantendo o paralelismo e evitando que
um rolete faça mais esforço que o outro, pois provocaria desgaste prematuro.
Figura 69. Regulagem adequada, paralelismo perfeito entre roletes e anéis do secador
[71]
Por que estamos frisando este assunto?
Na zona de secagem, está disposta uma série de aletas que fazem com que os agregados
sejam elevados e caiam, obrigatoriamente através do fluxo de gases quentes provenientes
da chama do queimador. Deste modo, cumpre a sua função de remover a umidade dos
agregados, bem como aquecê-los na temperatura especificada para mistura final.
Na zona de mistura há aletas com maior quantidade de dentes que promovem o tombamento
do material com maior energia mecânica, assegurando uma distribuição uniforme do ligante
asfáltico entre os agregados de diferentes granulometrias, garantindo a formação de uma
película de envolvimento em todos os agregados.
A injeção do ligante asfáltico é feita através de uma barra espargidora, sendo o asfalto
bombeado por bomba de engrenagens que tem sua vazão comandada pelo microprocessador
que controla a dosagem. Nesta seção, as aletas são dispostas de forma a efetuar a
mistura dos agregados com o ligante asfáltico, bem como reter uma porção importante
do particulado que está sendo arrastado pelo sistema de exaustão, junto com os gases
quentes provenientes do queimador.
Por trabalhar com alguns tipos de traços com elevado percentual de agregados finos e
ligante asfáltico, faz-se necessário, periodicamente, efetuar inspeção e limpeza no interior
do tambor, pois o acúmulo de material que adere nas paredes e nas aletas do misturador
irá prejudicar a qualidade da mistura. Importante observar visualmente a zona de mistura
e intervenção quando necessária para a limpeza.
[73]
9.3. CONTRAFLUXO COM MISTURA DO LIGANTE EXTERNO AO SECADOR,
COMUMENTE CHAMADO DE PUG MILL
AGREGADOS
CHAMA
O misturador é tipo pug mill de duplo eixo, com braços bipartidos parafusados aos eixos,
tendo em seus extremos aletas com altura regulável e reversível. O acionamento do
misturador é feito através de motorredutor com sincronismo dos braços, através de duas
caixas de transmissão angular. A carcaça do misturador é revestida internamente por
placas de desgaste de alta resistência à abrasão. Na parte externa, existem câmaras de
passagem de óleo térmico que mantêm todo o sistema aquecido, evitando, assim, perda
de temperatura da massa asfáltica.
Como os agregados, a areia e o pó de pedra são altamente abrasivos, logo, é necessário que
se verifique regularmente a folga entre a palheta e os revestimentos internos. Essa folga
deve ser de 1,5 x a medida do maior agregado; se essa medida for menor, o misturador
começa a triturar a pedra. No final de cada período de trabalho, é necessário limpar a parte
interna do misturador com óleo diesel, para evitar que ele fique obstruído com CAP e se
torne uma restrição no sistema. Antes, porém, deve-se deixar o conjunto esfriar, evitando,
com isso, a formação de gases que podem se inflamar, ocasionando explosões.
Também é recomendado limpar os bicos injetores de CAP pelo menos uma vez por semana,
visando melhorar a eficiência do espargimento do CAP nos agregados e melhorar a qualidade
da massa asfáltica.
10. QUEIMADOR
A partir do sistema de alimentação dos agregados, um transportador de correia conduz os
mesmos ao tambor secador que retira a umidade e eleva a temperatura dos agregados,
conforme necessidade do processo.
O queimador tem a finalidade de fornecer calor ao conjunto tambor secador, com o objetivo
de eliminar a umidade dos agregados e, consequentemente, a elevação da sua temperatura.
O queimador possui um sistema de acendimento automático (centelha de ignição) a distância,
acionado através de botão de toque, instalado no painel de comando, assegurando, com
isso, agilidade e segurança em sua operação. Opera com combustíveis líquidos (OC-1A,
OC-2A, diesel, querosene, álcool, gás natural ou GLP), proporcionando alto rendimento
térmico, através do bico espargidor, otimizando a pulverização do óleo combustível, bem
como, possibilitando a regulagem de intensidade da chama.
[75]
Figura 74. Queimador externo ao secador
ventilador
exaustor
ar ventilador
ar primário
ar secundário mistura
ar+ combustível
queimador
gás
combustível ignição
bomba
Quanto ao poder calorífico, é possível dizer que quanto maior ele for, maior a capacidade
por litro de combustível que a usina produzirá; entretanto, é importante que o queimador
seja adequado para o tipo de combustível escolhido. O poder calorífico dos combustíveis
é informado ora em PCS (poder calorífico superior) que significa a energia por unidade de
massa do combustível sem o conteúdo de água, ora em PCI (poder calorífico inferior) que
conta com o conteúdo de água. Todo combustível possui algum conteúdo de água; alguns
menos (combustíveis certificados como óleo diesel ou gasolina), outros mais como, por
exemplo, os combustíveis residuais de processos industriais.
A seguir, na figura 77, podemos observar a descrição dos principais itens de um queimador
de usina de asfalto. A quantidade de calor pode variar de 40.000.000 btu/hora a 50.000.000
btu/hora, dependendo do modelo da usina, relativo a comprimento e diâmetro do secador.
eletrodos de ignição
válvula
solenóide
do ar
cone
válvula
motor do
reguladora de
soprador
pressão do ar
canhão do
queimador
bico atomizador
turbilhonador
[77]
2 - Tubo de 1” da chama piloto
3 - Bico atomizador
1 - Turbilhonador ou difusor
Os queimadores possuem acendimento automático de chama. Isso quer dizer que a usina
é dotada de gás e eletrodos de ignição. Quando há o acendimento da chama piloto, há,
simultaneamente, uma centelha gerada pelos eletrodos de ignição juntamente com o gás,
proporcionando uma chama pequena que imediatamente após funcionamento da bomba
de combustível e passagem do óleo diesel, a chama principal entra em funcionamento.
Observação
A tabela a seguir apresenta uma relação das pressões de ar comprimido e dos combustíveis
mais utilizados.
[79]
O ar do ventilador (soprador) fornece oxigênio necessário à completa reação de combustão.
A vazão de ar do ventilador é alterada por uma válvula reguladora que funciona em
sincronismo com a válvula de combustível, por intermédio do atuador linear, assegurando
a proporção na dosagem da mistura.
Observações
A chama do queimador depende das condições dos agregados, com relação à umidade dos
mesmos. Geralmente, para umidades baixas, recomenda-se a chama longa e fina; para
umidades relativamente altas, é recomendada a chama curta e larga. Com este formato de
chama diferenciado para ambos os casos, consegue-se melhor equilíbrio na temperatura
dos gases e melhor rendimento térmico ao conjunto. Vale salientar que esta operação
deverá ser realizada por técnico especializado do fabricante.
[81]
10.4. COLORAÇÃO IDEAL DE QUEIMA DO COMBUSTÍVEL
Observações
A cor do fogo não pode ser “laranja escuro” porque, desta forma, o combustível não
está queimando por completo. Esta coloração é muito conhecida e deve ser evitada, pois
identifica excesso de combustível atomizado, ou seja, o queimador está mal regulado, com
falta de ar. Deve ser evitado, pois o combustível não atomizado fatalmente irá impregnar
as mangas do filtro. Mangas do filtro impregnadas resultam em baixa exaustão e queda
excessiva na produção da usina de asfalto.
A cor do fogo também não pode ser muito clara, porque, com excesso de ar, o fogo perde
parte de sua eficiência ou até mesmo se apaga. A cor muito clara é facilmente identificada,
por haver condição de enxergá-la por entre a chama.
A chama mais perto da coloração ideal é aquela que apresenta uma coloração clara, porém
não possível de enxergar algo por entre a chama. É um método corriqueiro e muito utilizado
na prática, para avaliação da chama em usinas de asfalto.
PÓ DO FILTRO DE MANGAS
Por outro lado, existem os combustíveis pesados, distinguindo-se pela viscosidade acima
de 100 SSU. Estes deverão ser previamente aquecidos em retificadores de temperatura,
com a finalidade de diminuir a sua viscosidade e ser plenamente atomizado pelo queimador
da usina de asfalto.
Portanto,“se o combustível utilizado for do tipo leve, o mesmo pode ser queimado a
temperatura ambiente; mas se for do tipo pesado, deverá existir aquecimento da linha
para garantir esta viscosidade. Caso este parâmetro não seja respeitado, poderá ocorrer o
risco da má combustão devido à atomização deficiente”.
[83]
Consequências da má combustão
Leves:
Queimam a temperatura ambiente, como o diesel, etanol, querosene etc, não havendo
necessidade de nenhum aquecimento na estocagem ou na linha de alimentação através do
retificador de temperatura.
Pesados
OC-1A: Geralmente estocado acima de 100ºC para evaporação da água e aquecido no
retificador de temperatura, em torno de 150oC. O retificador nada mais é que um trocador
de calor, hermeticamente fechado.
OC-2A: Geralmente estocado acima de 100ºC para evaporação da água e aquecido no
retificador de temperatura em torno de 175ºC.
Xisto: respeitar viscosidade de 100 SSU ou 21 cSt e verificar com fornecedor a temperatura
adequada; geralmente são aquecidos em torno de 75ºC.
Observação
O sistema de purificação de ar das usinas de asfalto atuais, devido aos órgãos fiscalizadores
do meio ambiente, são do tipo via seca (filtro de mangas). O filtro de mangas é um
equipamento antipoluente, extremamente eficiente para locais onde a emanação de
particulados não pode exceder a 50mg/Nm3.
[85]
Em equipamentos providos de filtros de mangas, há um processo de reincorporação dos
finos que são aspirados juntamente com os gases provenientes da queima no interior do
secador.
O conjunto do filtro de mangas é composto de: corpo do filtro, válvulas de pulso de ar,
flautas, mangas, gaiolas helicoidais de extração de finos, pulmão e sistema de acionamento.
O conjunto do filtro é formado por duas câmaras independentes (câmara limpa e câmara
suja), interligadas através das mangas do filtro. Sendo assim, caso haja o rompimento de
uma dessas mangas, este pode ser detectado pelo diferencial indicado no manômetro de
coluna de água.
Desta forma, o tecido da manga permite que somente o ar purificadas atravesse, sendo,
então, liberado para a atmosfera.
entrada de ar
contaminado - Câmara
inferior (câmara suja)
manômetro
coluna detalhe pulso
jato de ar (Pulso) d’água de ar
ar contaminado manga
pó coletado transportador
helicoidal
duto injetor
venturi
manga
Gaiola
Conforme pode ser observado nas ilustrações, os finos provenientes da exaustão ficam
alojados externamente nas mangas que recebem jatos de ar, fazendo com que estes finos
caiam por gravidade até o transportador helicoidal, sendo novamente incorporados a
mistura asfáltica. Por isso é muito importante que não haja fuga de finos para a atmosfera,
identificando-se mangas rasgadas, furadas ou queimadas. Esse procedimento é necessário,
para não agredirmos o meio ambiente, nem afetarmos a qualidade da mistura asfáltica,
pois estes finos perdidos para a atmosfera são os de menor granulometria, ocasionando
índice elevado de vazios na mistura asfáltica.
Esta tarefa não poderá, em nenhuma hipótese, ser realizada em dias de chuva, pois a ação
da água diretamente no tecido proporciona seu encolhimento precoce, podendo rasgar
em contato com a gaiola, em poucos dias de operação. Também é importante não haver
qualquer presença de finos no espelho do filtro. Se necessário, utilizar ar comprimido para
limpeza.
[87]
Figura 88. Montagem da manga no espelho
Após a devida montagem da manga, introduzir a gaiola, de forma que a borda do anel da
gaiola envolva o colarinho da manga, que deve ficar perfeitamente assentada na chapa.
A montagem dos furos das flautas deverá, obrigatoriamente, coincidir com o centro do
conjunto gaiola manga (Figura 91). A montagem desalinhada das flautas irá ocasionar
ataque severo do ar na lateral das mangas, danificando-as precocemente. Observar que
a flauta possui 20 bicos injetores; se um estiver desalinhado, os outros 19 bicos também
estarão desalinhados, apresentando desgaste precoce (rasgos) em 20 mangas.
Tubos por onde passa o ar comprimido (flautas) que pulsam as mangas, fazendo com que o
pó grudado externamente no tecido caia por gravidade sendo coletado pelo transportador
helicoidal e novamente inserido a mistura asfáltica. Interessante a conferência do
alinhamento do furo da flauta, exatamente no centro da manga.
Logo, o ar comprimido será o responsável pela limpeza das mangas, através das flautas.
Importante que há regulagem para esta tarefa, sendo o sequenciador do filtro de mangas
o componente elétrico que irá liberar, através das solenóides das válvulas de pulso, a
passagem deste ar para a limpeza.
[89]
Como ajustar o sequenciador do filtro de mangas
Período de pulso
Tempo de pulso
Regulagens do sequenciador
PERÍODO (S) - É o intervalo entre cada pulso. No instante em que uma das saídas é
acionada, um led acende, indicando acionamento do pulso, que, geralmente, é acionado
entre 4 a 6 segundos. Logicamente, quanto menor o tempo de pulso, melhor será a limpeza
do filtro, porém, quanto menor o tempo de pulso, maior será o consumo pneumático da
usina de asfalto. Esta regulagem do tempo de pulso é realizada com sucesso, quando a
pressão do filtro estiver abaixo de 100psi (máxima pressão admitida pela manga) e que a
pressão pneumática da usina para demais acionamentos estiver em 120psi.
O filtro de mangas identifica claramente quando há uma manga furada ou com vazamento
de finos. Ao funcionarmos a usina, haverá grande emanação de particulado pela chaminé,
o que afetará severamente as chaparias e o rotor do exaustor.
Portanto, antes de a usina funcionar de forma contínua, deveremos nos certificar de que
todo o trabalho realizado foi concluído com êxito.
• Desligar o exaustor.
• Repetir este procedimento, tantas vezes seja necessário, até que não seja
identificada a presença do pó xadrez no filtro de mangas.
Indicada por mmca (milímetros de coluna dágua). O manômetro de coluna d’água tem a
função de indicar o diferencial de pressão entre a câmara de ar saturado (câmara suja) e
a câmara de ar limpo.
Esta diferença indica a restrição imposta pelas mangas, com a circulação do ar succionado
pelo exaustor. Os objetivos em conhecer esta diferença de pressão, ou seja, a restrição
são os seguintes:
[91]
Figura 93. Manômetro de leitura de coluna d’agua (mmca)
Exemplos:
1) Filtro desligado - pressão = 0 (Zero): A coluna de líquido está em Zero, em ambos
os lados.
2) Filtro funcionando - pressão = 100 mmca: A coluna de líquido se deslocou em 50
mmca em ambos os lados.
3) Filtro funcionando - pressão = 200 mmca: A coluna de líquido se deslocou em 100
mmca em ambos os lados. Neste caso, as mangas estão completamente impregnadas, e
deve-se verificar o sistema de limpeza das mangas.
[93]
Válvula de acionamento automático
Salientando o tema sobre retorno dos finos para a massa asfáltica e sua importância para a
devida qualidade da mistura, é prudente ressaltar que pela coloração dos finos no filtro de
mangas, pode-se concluir como está efetivamente a regulagem de chama e consequente
economia de combustível visando à própria integridade das mangas.
filtragem
seca mistura
gem
dosagem
misturador externo
filtragem
retorno de finos à
mistura
seca
gem
dosagem mistura
[95]
12. EXAUSTOR
O sistema de exaustão tem por finalidade a extração dos gases provenientes da queima dos
materiais no secador, proporcionando, assim, uma maior eficiência de secagem e exaustão
desses gases.
Este sistema basicamente cria uma sucção no interior de todo sistema, auxiliando no
processo de queima e na secagem dos resíduos que, por sua vez, contêm partículas de
material que serão aspiradas pelo exaustor, sendo novamente introduzidos ao sistema
através do transportador helicoidal de finos. O sistema de exaustão de gases é composto
pelo exaustor e pela tubulação da chaminé.
chaminé - gases
fluxo dos gases sendo
lançados na atmosfera
succionados pelo exaustor
mangas montadas
devidamente nas
gaiolas, onde recebem,
pela extremidade
superior, jatos de ar
com queda dos finos
por gravidade para o
transportador helicoidal,
sendo novamente
incorporados à mistura
O sistema de exaustão possui transmissão por polias e correias que são projetadas dentro
de padrões específicos ao tipo de serviço, de modo a ser obtido um conjunto de acionamento
durável e sem excessivas cargas sobre os rolamentos do ventilador e do motor.
[97]
14. SILOS DE ESTOCAGEM DE PEQUENO PORTE
Lubrificador de linha ou lubrifil - Verificar a quantidade ideal de óleo SAE 10, responsável
pela lubrificação da haste do cilindro para seu adequado funcionamento.
Usinas de asfalto podem ter sua produção prejudicada pelo ciclo logístico de caminhões, ou
melhor, a falta dos caminhões. Para minimizar este efeito, muitos empreiteiros investem
em silos de asfalto de grande porte.
Normalmente são considerados silos de grande porte os que possuem capacidade acima
de 30 toneladas. Os maiores cuidados com estes silos são a segregação e manutenção da
temperatura da massa.
[99]
pré-silo,
imprescindível
para silos
de altas
capacidades
Observação
Dependendo do silo, a mistura asfáltica pode ser estocada de um dia para o outro, desde
que haja aquecimento através de óleo térmico na sua parte inferior (figura 100), onde há
dois tubos de diâmetro de 1 que levam uma linha de alimentação de óleo térmico ao silo
para aquecimento e outra linha de retorno ao aquecedor de fluido térmico.
A cal hidratada (ou cimento) pode entrar na mistura como filler/agregado (cal seca),
através de silo próprio, diretamente no misturador.
O uso de cal produz um notável efeito em benefício da adesividade, visto que parte da cal/
cimento reage com o agregado.
O dano devido à umidade é uma das principais causas responsáveis pela redução da vida
útil dos pavimentos flexíveis.
Figura 104. Filler sendo adicionado à mistura asfáltica diretamente no misturador externo,
tipo pug mill
16. COMPRESSORES DE AR
O compressor é um equipamento industrial concebido para aumentar a pressão de um gás
para transferir esta energia a algum sistema mecânico. É um conjunto formado basicamente
pelo cabeçote de compressão de ar ou parafusos, reservatório de ar comprimido e tubulação
com instrumentos de medição e controle. O ar passa por um sistema de filtragem, evitando
a entrada de particulado nos pistões. A contaminação do cabeçote (local onde os pistões se
movimentam) com pó danifica o compressor e pode levá-lo a sua quebra. O ar comprimido
pelos pistões chega a um reservatório onde é fornecido para a linha de alimentação.
O compressor possui uma fonte de lubrificação para o movimento dos pistões que é o
cárter do compressor. Normalmente observa-se o nível de óleo lubrificante por um visor
localizado na base do compressor.
A linha de alimentação principal possui uma válvula reguladora que permite ao operador
determinar a pressão do sistema. Também deve-se observar o estado dos filtros e
purgadores de umidade.
cabeçote do compressor
reservatório
[101]
16.1. FUNCIONAMENTO
O lubrificador de linha também possui regulagem de óleo, que é efetuada pelo número de
gotas fornecidas cada vez que a comporta do silo abre e fecha, sendo 2 gotas para cada
operação de abertura e fechamento da comporta, reguláveis em um parafuso localizado na
parte superior do lubrificador.
regulagem da pressão
manômetro
entrada saída
[103]
Circuito básico de instalação
tanque de
combustível tanque de asfalto
fluído
térmico termostato tanque combustível
válvula de segiurança
válvula solenóde
bomba de combustível
secador
retificador de temperatura
O óleo térmico é responsável por transferir energia térmica aos tanques de estocagem de
CAP, combustível e retificadores.
[105]
Tanque de expansão por onde é
abastecido todo o conjunto com óleo
térmico: serpentina do aquecedor,
dos tanques e tubulções. Geralmente
a quantidade de óleo térmico varia
de 1.400 a 2.000 litros
Tanque de água
para resfriamento
da gaxeta ou
selo mecânico
Queimador da bomba de
circulação de óleo
térmico
Tanque de diesel
para alimentação
ao queimador do
aquecedor de fluído
térmico
Painel elétrico
Tanque de estocagem
de asfalto ou
combustível
queimador
trocador de calor
As figuras 113 e 114 mostram como é a circulação de óleo térmico pelas serpentinas
dentro do tanque que transmitem calor para o CAP e combustível a ser aquecido.
Tubulaçoes rígidas
Tubulações flexíveis
[107]
Exemplo de aquecedor de fluido térmico e tancagem, sobre mesmo chassi: no caso, a
tancagem é de 03 compartimentos, sendo 02 de 40.000 litros cada para CAP, e mais um
de 20.000 litros de combustível.
A figura 117 identifica uma tancagem de asfalto, onde se está utilizando asfalto modificado
por polímero ou asfalto borracha, que necessita obrigatoriamente ser agitado para manter
sua homogeneidade, temperatura adequada, bem como evitar concentrações de resíduos
no seu fundo.
Agitadores
Figura 117. Tanque para armazenamento de CAP, com agitadores especiais para asfalto modificado
Fluidos Térmicos
Tancagem de 60.000 litros + aquecedor de 300.000 kcal/kg: total 1.200 litros + reserva
de óleo.
Tancagem de 80.000 litros + aquecedor de 400.000 kcal/kg: total 1.400 litros + reserva
de óleo.
Tancagem de 100.000 litros + aquecedor de 600.000 kcal/kg: total 1.600 litros + reserva
de óleo.
Equipamentos novos
[109]
• A temperatura do óleo térmico somente poderá ser aumentada com intervalos de
5 em 5ºC, pelo controlador de temperatura, quando a pressão estiver estabilizada
em 5kgf/cm2.
• O mais importante neste processo que pode ser demorado, que não deve ser
apressado e de forma alguma interrompido, é a continuidade, sob pena de voltar a
ocorrerem as falhas no sistema de bombeamento do óleo, a cavitação da bomba e
a perda de pressão do circuito.
• Neste caso, os procedimentos acima devem ser adotados com cuidado redobrado,
e com um tempo para a retirada da umidade do sistema bem maior.
• A parada do sistema por longos períodos faz com que a umidade contida no sistema
se aloje na serpentina dos tanques, o que determina que o processo de retirada
da umidade seja bastante moroso. Neste caso, é fundamental a continuidade do
procedimento, que não deve ser interrompido, para que o mesmo seja completado
em menor tempo hábil.
19. ATERRAMENTO
O fornecimento de energia para a usina de asfalto deve ser realizado por uma subestação
ou um gerador de energia; ambos devem suprir a demanda de consumo de energia da
usina de asfalto.
O aterramento das usinas de asfalto segue a norma brasileira NBR – 5410:2004. Adota-se
o sistema TT com neutro aterrado, independentemente do aterramento das massas.
Eletrodo de aterramento (1): deverá ser usada, preferencialmente, uma haste de cobre
com comprimento mínimo de 2m e diâmetro mínimo de 1/2”.
Para um chassi, vale o maior cabo de alimentação dos motores. O condutor de aterramento
deve ser tão curto e retilíneo quanto possível.
[111]
Não deve conter emendas.
Não deve conter chaves, fusíveis ou qualquer componente que possa causar a sua
interrupção.
A conexão entre cabo e haste deve ser feita com um conector de tipo aprovado para esse
fim, com tratamento anti-corrosão.
A usina deverá ter um ponto comum que ligará a malha de aterramento ao chassi.
pára-raios instalados
Chassi da usina
3m 3m 3m 3m
3m 3m 3m 3m
3m 3m 3m 3m
3m 3m 3m 3m
Gerador
Observações
Alguns componentes
Figura 122. Cabine de operação e casa de comando da usina de asfalto, geralmente montada no
mesmo chassi
[113]
Figura 123. Disposição interna do painel de comando de uma usina de asfalto
1. Fonte 24 Volts
2. Módulos do CLP
3. Relés de interface
4. Contatoras auxiliares para partida manual dos motores
5. Relés de interface
6. Régua de bornes
7. Tomadas multi-polares
Esta central de medida é responsável pela verificação da qualidade de energia que a rede
disponibiliza para o funcionamento da usina de asfalto.
[115]
Entre as opções de monitoramento, estão:
• Tensão entre fases e tensão média das 3 fases de entrada de energia;
• Corrente por fase e corrente média das 3 fases;
• Freqüência da rede com um range de 45 a 65Hz;
• Energia consumida total e por fase (ativa reativa e aparente);
• Horímetro;
• Valores de demanda e demanda máxima de corrente e potência (ativa reativa e
aparente);
• Fator de potência total;
• Valores máximos e mínimos das potências, correntes, tensão, distorção harmônica
entre outras medidas.
A IHM é responsável pela visualização dos dados de processos; esta é a principal função
de um sistema supervisório.
Importante esta opção de produzir com a usina de asfalto por controle manual, pois, se em
alguma eventualidade o módulo automático não estiver operativo, a usina de asfalto pode
continuar sua produção normalmente.
[117]
Figura 129. Analogia de comunicação CLP e componentes
Vantagens
• Confiabilidade de programas.
• Flexibilidade: os programas podem ser alterados sem alterar a fiação.
• Baixo custo.
• O CLP pode executar funções muito mais complexas que qualquer circuito elétrico.
• Velocidade: podem processar milhares de operações por minuto.
• Diagnóstico: permite localizar falhas rapidamente.
• A topologia consiste em um software supervisório instalado em um computador,
o qual se comunica com um controlador (CLP) fazendo a interface homem
equipamentos/instrumentação.
• Software supervisório permite controle de produção, acionamentos de motores e
atuadores; supervisão de temperaturas e status dos componentes.
• Comunicação: podem ser ligados em rede e se comunicar com outros CLPs e
computadores
• fonte;
• módulo Processador (controlador) (placa da CPU);
• memória;
• módulos de entradas e saídas analógicas e digitais.
O CLP possui uma fonte de alimentação que recebe, em sua entrada, de 120 a 240Vca. A
escolha de tensão é feita através de um jumper ou dos pontos de alimentação existente
sna fonte. Ela suprirá o CLP e seus módulos com uma alimentação de 24Vcc, sendo sua
capacidade de alimentação do sistema relativa ao consumo exigido.
São projetadas para manter a operação normal, mesmo que a tensão da rede varie de 10 a
15%. Para maiores oscilações, deve-se instalar um estabilizador de tensão. Normalmente,
estas fontes podem manter o CLP alimentado durante quedas rápidas da tensão de rede,
desde que estas quedas não ultrapassem alguns milissegundos. Se a queda de tensão
persistir por muito tempo, a fonte informará ao CLP que não poderá mais manter energia e
o CLP realizada uma parada controlada, salvando os dados e o programa. Quando se utiliza
CLPs com alimentação CA, não há necessidade de fonte externa.
Um CLP possui 2 tipos de memória: uma memória RAM e uma memória EEPROM. A
memória RAM armazena o programa lógico e o banco de dados. É necessária uma bateria,
para que seus dados não sejam perdidos quando a alimentação da CPU for desligada. A
memória EEPROM armazena uma cópia de segurança do programa do CLP, e ainda pode
operar como uma expansão de memória do CLP. Esta memória é do tipo Flash-Eprom ou
EEPROM, ou seja, pode ser apagada eletricamente e não necessita de bateria para manter
seus dados armazenados na falta de energia.
A automação das usinas de asfalto controla a dosagem dos agregados, filler e asfalto, de
acordo com uma fórmula e pela vazão da usina desejada. Além disso, controla o queimador,
vibrador, silo de armazenamento e válvulas solenóides.
CLP
velocidade
peso
motorredutor
pick-up
célula de carga
conversor de frequência
[119]
O controle principal de usinas contínuas, com pesagem dinâmica nos silos, é feito pelos
dosadores que funcionam da seguinte maneira:
o CLP calcula a velocidade dos inversores em função dos dados de vazão da usina e da
fórmula e aciona os inversores através das saídas analógicas. Os inversores acionam os
motorredutores das correias. A informação de peso é obtida por uma balança integradora
e a informação de velocidade é obtida por um sistema de disco dentado e sensor indutivo.
Estas duas informações permitem ao CLP calcular a vazão real do dosador e corrigir
eventuais diferenças entre o setpoint de vazão e a vazão real.
A automação das usinas controla a dosagem dos agregados, filler e asfalto, de acordo com
uma fórmula e pela vazão da usina desejada. Além disso, controla todos os motores e
dispositivos elétricos através do supervisório.
Controles principais
Figura 131. Tela para criar e editar fórmulas para produção da usina de asfalto
Figura 132. Tela para criar e editar fórmulas para produção da usina de asfalto
Sequência do procedimento para a criação de uma fórmula para ser produzida pela usina
de asfalto segue a sequência:
• Nome da fórmula: neste campo deve ser inserido o nome da fórmula a ser
utilizada. Deve-se pressionar sobre a caixa de texto ao lado de “nome da fórmula”
e digitar o nome da fórmula.
• Nome do agregado: campo em que devem ser inseridos os nomes dos agregados
utilizados nos silos, filler, asfalto e finos.
[121]
• Porcentagem de material: nas caixas deste campo são inseridos os percentuais
de cada material da fórmula a ser utilizada. Deve ser observado que o somatório
destes percentuais deverá ser igual a 100%.
• Salvar fórmula: salva a fórmula criada, ficando esta disponível para uso no
sistema.
No momento em que se deseja carregar uma fórmula para iniciar a produção asfáltica,
deve-se:
Quando necessário que alguma fórmula seja apagada, basta listá-la como sugerido a
seguir:
• Listar fórmula: abre uma janela com a relação de todas as fórmulas existentes
até aquele momento. Se a fórmula escolhida for uma fórmula da lista é só dar um
duplo clique para obter seus dados.
A B
C D
[123]
O sistema de dosagem das usinas de asfalto é que garante a fórmula da mistura
granulométrica, ou seja, deve-se fazer a dosagem dos agregados, do CAP e também de
aditivos externos como filler, cal etc.
Assim como um cozinheiro faz um bolo com seus ingredientes, a usina de asfalto produz a
mistura asfáltica com os ingredientes ensaiados em laboratório.
Como pode ser visto na figura 135, a seguir, os agregados saem dos silos correspondentes
com as umidades presentes nas pilhas de estocagem. São pesados nas células de carga
localizadas sob a esteira dosadora, onde transmitem o peso ao supervisório. Como este
material será devidamente aquecido e secado com umidade final em torno de zero, o
sistema deve permitir que, já na produção entrante na usina, seja considerado material
seco. Importante esclarecer este assunto e como ele realmente funciona no equipamento e
a real importância do laboratorista de ensaiar, no mínimo duas vezes por dia, as umidades
contidas nos agregados, informando ao operador da usina, para que este as digite
adequadamente no supervisório.
Pesagem dos silos dosadores - A usina permite que seja controlada a dosagem,
durante a produção, pelo peso individual de material em cada correia de cada um dos silos
dosadores, chamado de pesagem individual. A pesagem individual tem a característica de
possuir, na correia dosadora do silo dosador, uma ponte de pesagem com célula de carga,
sendo que esta é responsável por gerar um sinal em decorrência da deformação que essa
célula de carga venha a sofrer. Este sinal é transportado ao sistema de controle e permite
a relação com a velocidade da correia, através dos inversores de frequência e associando a
relação peso com a velocidade, ou seja, a produção da usina, conforme a figura 135, onde
pode se observar a saída dos agregados do silo, passagem pela célula de carga e envio de
sinal ao supervisório.
A vazão de agregados em toneladas por hora da usina depende da calibração das balanças
das correias dosadoras. Os sistemas de controle e supervisão apresentam telas específicas
para o processo de calibração.
[125]
Figura 136. Tela do supervisório no processo de calibração de balanças
Calibrar a velocidade máxima de cada silo - Para calibrar a velocidade máxima das
esteiras, basta medir o seu comprimento total e medir o tempo de uma volta. Inserir este
valor, em segundos, no campo apropriado. O resultado deve ser o mesmo para os outros
silos dosadores e de reciclado (se sua esteira tiver o mesmo comprimento). Ao final desta
etapa clicar em SALVAR, na parte inferior da coluna respectiva ao silo que está sendo
calibrado.
Obter a tara de cada silo - A tara é um valor de peso que uma balança informa quando
não há nenhum material sendo pesado. O peso é proveniente do peso de sua estrutura e
da esteira. Ela deve ser obtida para que se pese apenas o peso de agregado sobre ela, e
este peso seja subtraído do peso atual. Para obter a tara, o operador deve carregar os silos
dosadores, porém não deve acionar a esteira do silo, para não termos material sobre a
esteira, pois, ao contrário, já teremos valor errôneo da tara. Este procedimento é realizado,
porque ao colocar material no silo a esteira se deforma, o que causa uma variação no valor
de peso da tara. Com o silo cheio pode-se clicar no botão TARAR que um peso no campo
TARA será registrado. Com a tara correta, o valor do peso atual deve ser o mais próximo
possível de zero. Sempre que a esteira estiver vazia e o valor do peso atual estiver muito
distante de zero, a tara deve ser refeita. Ao final desta etapa, clicar em SALVAR, na parte
inferior da coluna respectiva ao silo que está sendo calibrado.
Observação
Obter o fator de ajuste de cada silo - O fator de ajuste funciona como um multiplicador
para o peso fornecido pela célula de carga. A variável de peso que o utiliza como controle
deve ser um peso contido em um metro de esteira. Esta conversão de peso para peso por
metro é feita por este valor de ajuste, que deve ser calibrado. Para calibrá-lo, o usuário
pode proceder de duas maneiras, como se segue.
[127]
Ao pesar o caminhão, inserir o PESO MEDIDO. Ao fazer isso, o FATOR DE AJUSTE será
automaticamente modificado, caso haja uma diferença entre o peso que se desejava medir
e o medido. Ao final desta etapa, clicar em SALVAR, na parte inferior da coluna respectiva
ao silo que está sendo calibrado.
Importante que esta é a primeira calibragem do silo correspondente, e que devemos realizar
várias pesagens até termos diferenças pouco significativas. Quanto maior a precisão de
pesagem, melhor será o desempenho da usina de asfalto como um todo, principalmente
referente à dosagem do CAP. Repetir as mesmas calibragens para demais silos de materiais.
Frisamos que a umidade do material em questão que está sendo pesado, não deverá ser
levada em consideração, pois o material pesado no caminhão será (peso + umidade) e a
célula de carga também está pesando (peso + umidade).
Calibração do silo por metro da correia extratora - Criar uma fórmula contendo
apenas o silo a ser calibrado com 100%. Iniciar uma produção com uma vazão entre 25
e 50t/h. Com base na vazão do silo e na velocidade da correia extratora, pode-se calcular
um valor teórico de peso presente em um metro da correia extratora. O cálculo deste peso
pode ser obtido através da fórmula:
Este peso é um valor teórico, e deve ser comparado com o peso real retirado em um metro
da correia. Esta comparação é feita inserindo-se o valor do peso teórico em campos tipo
“PESO A MEDIR” e o peso medido em um metro de correia no campo “PESO MEDIDO”,
por exemplo. Ao inserir estes valores na sequência citada, o FATOR DE AJUSTE será
automaticamente atualizado. Ao final desta etapa, clicar em SALVAR, na parte inferior da
coluna respectiva ao silo sendo calibrado.
Importante
tentar calibrar a bomba de asfalto através de peso, ou seja, transferir asfalto para um
recipiente tipo tambor de 200 litros para posterior pesagem, não se aplica devido a
enormes diferenças de peso. Atentar que pesar uma amostra pequena é pouco significatívo
em termos de precisão. Vimos que quanto maior a amostra para pesarmos no caminhão,
menor será o erro. O processo de transferir asfalto para outro recipiente é uma tarefa
extremamente perigosa, pois o ligante deverá estar em torno de 150ºC, e qualquer contato
com o mesmo ocasionará queimaduras consideráveis.
Depois de realizar as devidas calibragens nos silos dos agregados, colocaremos a usina de
asfalto em funcionamento normal, com uma fórmula especificada onde constará o teor de
asfalto.
[129]
De acordo com os resultados obtidos através do laboratório, calibraremos a bomba de
asfalto, conforme a seguinte ilustração:
% medido no
laboratório
valor de % de asfalto inserido
% na fórmula na fórmula que está sendo
atual usada na produção
% medido no % medido no
laboratório 4,7 laboratório 4,70 %
% na fórmula % na fórmula
atual 5,30% 5,30%
atual
tempo de tempo de
atraso 120 s atraso 120 s
Tempo de atraso - nada mais é que o tempo estimado que o material gasta em segundos,
para percorrer a correia transportadora, o secador, até a aspersão com o ligante. Este
tempo de atraso é importante porque, em variações de produções, se ele não estiver
devidamente computado, ocorrem frações de mistura asfáltica com muito ou com pouco
ligante.
Imaginar que a usina está em operação com 100t/h de produção com 5% de CAP. Basicamente
teremos um vazão na bomba de asfalto de 5t/h. Se, por qualquer motivo, reduzirmos a
produção para 90t/h, a nova vazão da bomba será de 4,5t/h. Se não tivéssemos o tempo
de atraso, imediatamente após a redução da produção, a bomba já reduziria sua RPM
e consequente vazão; porém, no misturador, ainda teríamos a vazão de 100t/h, o que
deixaria a mistura asfáltica seca, com aspecto fosco, identificando a falta de ligante. Com o
tempo de atraso, a bomba somente irá alterar sua RPM após completar o tempo digitado.
[131]
Portanto, é imprescindível antes de instruir como se deve partir e parar o equipamento:
• check list com as condições dos agregados, ligante, quantidade de caminhões para
transporte de mistura asfáltica, condições de pista etc;
1,2
1
1
0,85
0,8 0,7
0,6
0,6 0,53 0,48
0,43 0,39
0,4
0,2
0
3 4 5 6 7 8 9 10
[133]
Conforme quadro
ao lado, pode-se
verificar a queda de
produção de acordo
com acréscimo de
umidade.
Apenas para ilustração, verificar a figura 145, onde poderemos verificar o aumento do
consumo de combustível pelo queimador da usina de acordo com o aumento da umidade
dos agregados.
15
14
13
12
11
10
9
8
7 Misturadores de tambor de fluxo
6 paralelo de 2,1 m de diâmetro
5 Misturadores de contrafluxo
de 2,1 m de diâmetro
4
3 Secador misturador tipo doble
barrel de 2,1 m de diâmetro
2
1
3.8 LPT 7.6 LPT 11.4 LPT 15.1 LPT 18.9 LPT
23.2. ALTITUDE
Altitude do equipamento em relação ao nível do mar. Condição ideal: altitude zero, ou seja,
no nível do mar.
OBS.: com o aumento da altitude, a perda de produção é linear. A cada 1.000 metros de
altitude, teremos perda de 10% em produção.
1,2
1 0,97 0,94
1 0,91
0,88 0,85 0,82 0,79 0,76 0,73
0,8
FATOR
0,6
0,4
0,2
0
Nível do 305 610 915 1220 1524 1820 2130 2440 2740
mar
ALTURA (METROS)
1,15 1,12
1,09
1,1
1,06
1,05 1,03
1
FATOR
1 0,97
0,95
0,95
0,9
0,85
127 132 138 143 150 155 160
TEMPERATURA ºC
23.4 GRANULOMETRIA
Condição ideal: 20% passante na malha # 8, ou seja, 80/20 (80 % retido e 20 % passante).
1,2
1
0,95
1 0,9
0,85
0,8
0,75
0,8 0,7
0,65 0,6
FATOR
0,6
0,4
0,2
0
80/20 70/30 60/40 50/50 40/60 30/70 20/80 10/90 0/100
TEMPERATURA ºC
[135]
23.5. Fórmula para cálculo de produção de usinas de asfalto,
conforme a NAPA IS-52.
PRODUÇÃO DO EQUIPAMENTO:
Exemplo clássico: possuímos uma usina de asfalto de capacidade nominal de 140 t/h,
que está montada em Cochabamba, na Bolívia a 1.000 metros sobre o nível do mar,
sendo que a massa asfáltica deve ser transportada a 125km do local da obra e, por isso, a
mesma deve ser aquecida a 160ºC, para que se obtenha em campo uma temperatura ideal
de aplicação com a vibroacabadora, e consequentemente, uma boa compactação final. A
granulometria dos agregados virgens é de 60/40, ou seja, 60% retido e 40% passante na
peneira # 8. A dosagem utilizada e as umidades dos agregados estão descritas a seguir.
Traço proposto:
Silo 1: 44% de pó de pedra, com 7,7% de umidade
Silo 2: 20% de brita 01, com 2,6% de umidade
Silo 3: 31% de pedrisco, com umidade de 3,6 %. CAP: 5 % de asfalto
Qual a produção máxima que poderemos obter na usina de asfalto, sabendo que há metas
a cumprir e que a usina deverá produzir o máximo, sem ultrapassar os limites de produção
e excessos de temperaturas?
Resposta
Buscando os fatores nos gráficos das figuras 143, 146, 147 e 148:
PRODUÇÃO DO EQUIPAMENTO
Principalmente pela alta umidade e demais variáveis, a usina está produzindo menos
da metade da sua capacidade nominal. Em muitos casos, técnicos dos fabricantes são
chamados para verificar problemas relacionados com a produção do equipamento, sem
prever, com antecipação, o que realmente está acontecendo na obra e sob que condições.
Notar que somente neste caso, referindo-se à umidade dos agregados, há perda de 30
toneladas por hora. Por isso, inicialmente frisamos o assunto – cuidados com os agregados
e suas consequências.
[137]
Figura 150. Condições da pista
Com estes cálculos, fica muito mais fácil, seguro e econômico, planejarmos nossa obra sem
contratempos. Também poderemos calcular a distância da aplicação da massa asfáltica com
relação à usina de asfalto. De posse dos dados, é possível prever a quantidade necessária
de caminhões. Isso evitaria, com certeza, a reserva demasiada de caminhões ou pouca
quantidade o que, mais uma vez, acarretaria prejuízos econômicos.
Para um melhor aproveitamento de todos os recursos que a usina de asfalto pode oferecer,
deve-se levar em conta algumas orientações de operação que visam garantir uma ótima
qualidade de produção, com seus controles de temperatura, dosificação e preservação dos
conjuntos e/ou estruturas do equipamento. O processo de usinagem de massa asfáltica
ocorre de maneira simples, a qual sempre estará aliada à boa conduta dos métodos de
operação. Seguindo estas dicas, a usina apresentará produção elevada e também evitará
paradas indesejadas, fora de programação.
• Garantir que os silos estejam carregados e que haja uma pá carregadeira que irá
mantê-los abastecidos durante a produção.
• Abrir válvulas de gás (chama piloto), combustível e CAP.
• Garantir corretas temperaturas de combustível e CAP nos tanques.
1.1. Compressor.
1.2. Exaustor – Para que a corrente de partida do motor não seja tão elevada, somente estará
liberado para partir se o damper estiver totalmente fechado.
1.3. Ventilador do queimador.
[139]
1.4. Elevador.
1.5. Misturador.
1.6. Secador.
1.7. Correia transportadora.
1.8. Correia coletora.
1.9. Caracol Inclinado e Horizontal.
1.10. Caracóis calha.
2.1. Abrir o damper do exaustor entre 80 e 100%, para liberar o fluxo de ar do secador
para o filtro de mangas.
90%
Damper ar frio
0% Abrir Fechar
Iniciar 0% aberto
Produção
Automático
2.3. Clicar no ícone da bomba de asfalto, e certificando-se de que a mesma está bloqueada.
BB. COMB.
BB. asfalto
0.0Hz Desliga
Manual
SUCÇÃO INJEÇÃO
Libera
asfalto
2.4. Carregar a fórmula desejada para iniciar a alimentação dos agregados, selecionar a
dosagem automática e pressionar o botão iniciar. Depois de pressionado “iniciar”, deve
aparecer a mensagem BOMBA DE ASFALTO BLOQUEADA.
[141]
Figura 158. Tela do supervisório para carregar fórmula
Queimador
Liga Desliga
Combustível Ar
0% 0%
Configuração
3.1. Observar o fluxo de material saindo pelo silo de descarga; caso a descarga não seja
feita regularmente, poderá ocorrer o travamento do elevador e, consequentemente, a
atuação do “disjuntor”, causando a interrupção do processo de produção.
3.4. Ajustar os roletes de apoio do secador (conforme capitulo 9.1), de maneira que o anel
do secador não trabalhe exercendo esforço sobre os roletes de escora.
3.5. Manter a temperatura do filtro de mangas entre 105° e 130°C, para que seja eliminada
toda umidade proveniente do processo de secagem, evitando, assim, a saturação e acúmulo
de material junto aos filtros.
3.6. Observar a coloração dos finos no filtro de mangas (capítulo 10.4) e, caso a coloração
esteja escura, diferente dos agregados virgens, deverá ser verificada a vazão de combustível.
A mesma não deve ultrapassar o limite de litros por tonelada, tendo como base a produção
máxima do equipamento.
3.7. Analisar em produção, se os agregados estão sendo bem recobertos pela película de
ligante na temperatura requerida para a mistura nos ensaios de laboratório.
4.0. A quantidade de caminhões para transporte da massa asfáltica deve ser suficiente
para a alimentação contínua da acabadora.
[143]
Exemplo prático de consumo de combustível em uma usina de asfalto: 6 litros por tonelada
de massa usinada. Se estivermos produzindo 100 t/h de massa asfáltica, teremos consumo
de 600 litros de combustível por hora.
4.1. Durante a produção de asfalto para o último caminhão basculante, quando o peso
acumulado no supervisório for igual ao peso desejado da carga, deverá ser iniciada a
parada da alimentação automática.
4.2. Selecionar, com um toque, no campo de vazão da usina no canto inferior direito da tela
do supervisório, digitar o número 0 (ZERO) = 0,00 t/h.
Dados
da usina Buzina
Vazão da usina
Conversores Histórico
frequência Relatórios
alarmes
ASFALTO
Vazão máxima
Tempo de atraso
Acumular peso
4.4. Manter o fogo do queimador aceso durante esse tempo, com muita atenção nas
temperaturas de gases e filtro de mangas, sempre acompanhando o status da bomba de
asfalto.
4.5. No momento em que a bomba de asfalto desligar seu motor, desligar o fogo e realizar a
última descarga no caminhão. Emitir o sinal sonoro através da buzina, para que o caminhão
saia da pista de carregamento.
4.6. Com auxílio de uma pá carregadeira, recolher o material que seguirá saindo no silo
de descarga.
[145]
60ºC 90% 60ºC
0%
4.9. Desligar os motores com o comando Desligar Usina, fechar o damper do exaustor e
finalizar o aplicativo através do botão CAPA - SAIR.
FÓRMULA
5.1. No sistema pneumático, procure sempre mantê-lo sem acúmulo de água, realizando a
drenagem da mesma diariamente.
25. SEGREGAÇÃO
Como nosso operador foi treinado, qualificado e está apto para ligar a usina de asfalto, é
fundamental atentar para a forma adequada de carregamento dos caminhões, evitando
segregação da massa asfáltica. A forma correta de carregar o basculante pode ser observada
na figura 165.
sem segregação
[147]
Temperaturas Falhas
baixas prematuras
Na figura 167 são mostrados três pontos com segregação por diferencial de temperaturas e
granulométrico. Provavelmente trata-se de locais de parada de vibroacabadora, onde pode
ter ocorrido a deposição localizada de material de maior tamanho com poucos finos com
tendência a resfriamento mais rápido. Normalmente, como observado à direita da figura
167, ocorrem falhas no revstimento com tendências à desagregação de massa asfáltica e,
posteriormente, formação de panelas.
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
1. Silos dosadores
1.1. Tensionamento das correias dosadoras dos silos de agregados.
1.2. Funcionamento/posição dos roletes de carga e retorno dos dosadores.
1.3. Verificação do alinhamento da correia dosadora, polias de cauda e cabeça.
1.4. Verificação do alinhamento da correia dosadora em relação à célula de carga
1.5. Verificação de articulação da célula de carga.
1.6. Funcionamento e atuação do fim de curso do vibrador.
1.7. Verificação da posição do apalpador e atuação do mesmo no vibrador.
1.8. Verificação da posição dos contra pesos do vibrador.
1.9. Verificação do campo de atuação mínimo e máximo dos conversores de frequência (50
ou 60 hz), (somente informação).
1.10. Verificação do nível de óleo de todos os redutores deste conjunto.
1.11. Todos os pontos de lubrificação devem estar engraxados.
2. Correia transportadora
2.1. Alinhamento da correia transportadora em relação às polias de cauda e de cabeça.
2.2. Verificação das condições de funcionamento/posições dos roletes de carga e retorno.
2.3. Verificação do nível de óleo do redutor.
2.4. Regulagem do raspador da correia transportadora.
2.5. Verificação da posição e alinhamento da estrutura da correia transportadora.
2.6. Todos os pontos de lubrificação devem ser engraxados.
3. Tambor secador
3.1. Ajuste/regulagem dos roletes de apoio do secador com e sem carga.
3.2. Ajuste/regulagem dos roletes guia do secador de acordo com a regulagem acima
realizada.
3.3. Verificação do nível de óleo dos 04 redutores.
3.4. Verificação do correto alinhamento dos anéis do secador em relação aos roletes de
apoio (centrados).
3.5. Todos os pontos de lubrificação devem ser engraxados.
4. Queimador
4.1. Verificação dos ajustes e posições do queimador: bico/difusor e difusor/cone,
informando posições determinadas.
4.2. Distância bico/difusor _____mm. Distância bico/cone ______ mm.
4.3. Verificação do funcionamento dos eletrodos de ignição (chama piloto).
4.4. Verificação do funcionamento das válvulas solenóides do ar e gás.
4.5. Verificação do funcionamento do atuador linear e campos de atuação ar/combustível.
4.6. Verificação da pressão do combustível; caso necessário ajustar e informar valor:
______ kgf/cm2.
4.7. Verificação da pressão do ar forçado ao queimador; caso necessário, ajustar:
___________kgf/cm2.
4.8. Verificação do nível de óleo do lubrifil e ajuste do gotejamento a cada acionamento da
comporta.
4.9. Todos os pontos de lubrificação devem ser engraxados.
4.10. Informação sobre o combustível utilizado: ________________________.
4.11. Temperatura do combustível utilizado: estocagem____________ºC e queima
________ºC.
5. Elevador inclinado
5.1. Verificação do pleno funcionamento do pistão da comporta.
5.2. Verificação do alinhamento das taliscas do elevador.
5.3. Verificação do tensionamento da corrente do elevador.
5.4. Verificação do nível de óleo do redutor.
5.5. Verificação do tensionamento/alinhamento das correias de acionamento.
5.6. Todos os pontos de lubrificação devem ser engraxados.
6. Filtro de mangas
6.1. Verificação do funcionamento do sequenciador do filtro de mangas, registrando
tempos: INTERVALO ____________ s. PERMANÊNCIA ____________ms.
6.2. Verificação da atuação da comporta de ar falso.
6.3. Informação da pressão da válvula reguladora do filtro de mangas: ______kgf/cm2.
6.4. Verificação do alinhamento dos furos das flautas nas mangas, utilizando dispositivo.
6.5. Verificação do nível de óleo dos redutores dos transportadores de finos.
6.6. Todos os pontos de lubrificação devem ser engraxados.
[149]
7. Exaustor
7.1 Verificação do correto alinhamento/tensionamento das correias de acionamento do
motor elétrico.
7.2. Verificação da atuação mínima e máxima da comporta do exaustor.
7.3. Verificação do funcionamento automático da comporta do exaustor.
8. Compressor de ar
8.1. Verificação do nível de óleo dos compressores.
8.2. Revisão dos ajustes de pressão de partida e parada:
Pressão de partida______kgf/cm2;
Pressão de parada________kgf/cm2.
8.3. Registro da pressão do pulmão com funcionamento do sequenciador do filtro de
mangas _____kgf/cm2.
9. Retificadores de temperatura
9.1. Verificação do correto funcionamento dos sensores de temperaturas.
9.2. Verificação da atuação das válvulas solenóides, de acordo com o set point do controlador
de temperatura Novus.
Silo 4__________percentual__________umidade__________.
Umidade ponderada dos agregados _____________________.
CAP _________.
Filler_________.
Granulometria passante/retido na peneira # 8 _____________.
Temperatura da massa asfáltica __________ºC.
Altitude do equipamento _________ metros.
Produção máxima atingida pelo equipamento __________t/h.
14. Calibragens
14.1. Registro das configurações dos silos dosadores, bomba de asfalto e filler.
Silo1 Silo 2 Silo 3 Silo 4
Leitura célula de carga
Tara
K de velocidade
K de peso
K do CAP
K do filler
[151]
27. PROBLEMAS E SOLUÇÕES MAIS COMUNS NA
OPERAÇÃO DE USINAS DE ASFALTO
Possíveis
Componentes Soluções
falhas
Antes de acionar o vibrador, verificar posições
simétricas dos contrapesos.
Vibrador não Vibrador está interbloqueado com o silo dosador
aciona. correspondente.
Verificar eletricamente o funcionamento do
Vibradores fim de curso.
Fim de curso
não atua Verificar posição do apalpador.
vibrador.
Vibrador não
Verificar posição do apalpador.
desliga.
Alinhar com carga e sem carga, pois os
comportamentos são diferentes.
Alinhar rolete de retorno.
Após ajustes, se a correia não alinhar, verificar
esquadro da emenda da correia. Neste caso, alinhar
Correia Correia
com carga desalinhando consideravelmente regulagem
desalinhada desalinhada.
da polia da cauda.
Importante: ao alinhar as correias dosadoras após
calibragens, anotar antecipadamente os valores das
células de carga, evitando variações consideráveis
de peso.
[153]
Componente Possíveis falhas Soluções
Alinhar com carga e sem carga, apesar
dos comportamentos serem diferentes.
Alinhamento da Verificar medidas entre si dos roletes de
correia. carga e retorno.
Medir polia da cauda dos dois lados, que
devem ser iguais.
Correia dosadora
Emenda da correia Desalinhar proporcionalmente a polia de
mal feita. cauda, isto com carga.
Vazamento Verificar a altura da correia
de material transportadora que deverá lançar
na entrada do material perfeitamente. Regular a altura
secador. de descarga.
[155]
Componente Possíveis falhas Soluções
Material
Verificar a falta de cortina e se a zona de
não mistura
mistura está incrustada de material.
adequadamente.
Sempre após a usinagem, ainda com o
sistema quente, passar material de maior
Zona de mistura
granulometria pelo tambor secador por,
incrustada de
aproximadamente 5 minutos. Também
material.
proceder limpeza periódica de acordo
Tambor secador com a necessidade.
Aletas de entrada Altíssima umidade dos agregados,
impregnadas de influindo diretamente na produção
material. nominal do equipamento.
Péssima qualidade de combustão,
Zona de queima
material não queimado e consumo
com excesso
elevado de combustível. Verificar
de material
regulagem do queimador e qualidade
incrustado.
do combustível.
[157]
Componente Possíveis falhas Soluções
Verificar a coloração dos finos dentro do
FILTRO DE MANGAS, após funcionamento da
usina em regime normal de trabalho. Se a
coloração for cinza claro, ótima combustão,
sinal que não irá danificar/impregnar as
mangas a curto/longo prazo. Se a coloração
Queimador - fogo
Queimador dos finos estiver escura ou cinza escura, com
não acende.
odor característico forte, identifica excesso
de combustível o que, fatalmente, irá
danificar/impregnar as mangas a curto/longo
prazo. Importante que estas verificações não
podem ser feitas pela chaminé, por se tratar
de FILTRO DE MANGAS.
Excesso de Material com grande umidade, identificando
fumaça branca na saída de vapor pela chaminé. Alta umidade
chaminé. relativa do ar.
Excesso de fumaça
Verificar a existência de mangas furadas.
preta na chaminé.
Filtro sem
Filtro de mangas
nenhuma
Funcionamento normal do filtro.
identificação de
fumaça.
Excesso de retorno
Baixa exaustão ou excesso de ar pelo
de fumaça/finos
ventilador do queimador.
pelo secador.
[159]
Componente Possíveis falhas Soluções
Verificar possíveis travamentos/excesso de
material na base – pedras de sobretamanho.
Verificar tensão das correias do acionamento.
Em caso de paradas repentinas com material,
Elevador não
Elevador de retirar a tampa superior do elevador e retirar
parte.
arraste excesso de material, realizando isto em menor
tempo possível, visando o não resfriamento
total da massa asfáltica. Por esta tampa, retirar
o máximo de material possível. Após, partir o
elevador.
Verificar funcionamento do compressor e pressão
que deverá estar no regulador de pressão/
lubrifil, que deve ser de 120psi.
Pré-silo não abre.
Pré-silo Verificar tensão/funcionamento da válvula
solenoide.
Verificar tempos de abertura/funcionamento do
pré-silo em regime normal de produção.
Verificar tubulações/conexões de entrada do
produto e óleo térmico.
Verificar funcionamento do sistema elétrico e
Retificadores
Retificadores de atuação da válvula de três vias – a válvula de
não trocam calor
temperatura três vias somente acionará com o compressor
suficiente.
em funcionamento.
Verificar pré-sets de temperatura via
NOVUS-480.
O envelhecimento do asfalto pode ocorrer por oxidação. Para que isto ocorra, são necessários
três fatores:
• temperaturas elevadas
• presença de oxigênio e
• superfície de exposição.
Estas três situações ocorrem durante a usinagem da mistura asfáltica quando o asfalto é
aquecido a altas temperaturas em presença de oxigênio e grande superfície de exposição,
quando os agregados são recobertos por uma fina camada de ligante asfáltico.
[161]
[162] Curso de Aperfeiçoamento em Operação de Usina de Asfalto