Você está na página 1de 1

Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Centro de Ciências Humanas e da Comunicação (CCHC)


Blumenau, 17 de junho de 2023
Disciplina: História do Jornalismo
Curso: Jornalismo
Professora: Dra. Anne Caroline Peixer Abreu Neves
1ª fase
Estudante: Gustavo Henrique Reiter

A censura na imprensa brasileira na Primeira República


Durante a Primeira República, no Brasil, a imprensa enfrentou significativas restrições e
censura por parte do governo. O período, que compreendeu de 1889 a 1930, foi
marcado por um ambiente político conturbado, com instabilidade e autoritarismo. Nesse
contexto, diversos mecanismos foram empregados para limitar a liberdade de expressão
dos jornais e revistas, com o objetivo de controlar a divulgação de informações
consideradas inconvenientes ou críticas ao governo. A censura atuava por meio da
aplicação de leis repressivas e da perseguição aos jornalistas que se manifestavam de
maneira contrária ao regime. Essas práticas cerceavam a liberdade de imprensa,
restringindo o debate público e impedindo o acesso da população a uma informação
plural e independente.
Como dito anteriormente, as principais formas de censura aplicadas eram o
sancionamento de leis repressivas e a perseguição de meios de comunicação e
jornalistas contrários ao regime. Dentro do meio jurídico, o principal meio de repressão
era a Lei de Imprensa de 1923 mais conhecida como Lei Adolfo Gordo. Ela estabelecia
normas rígidas para o funcionamento dos jornais e revistas, exigindo registro prévio e
autorização governamental para sua publicação. Além disso, a lei impunha penalidades
severas, como multas e até mesmo o fechamento dos veículos de comunicação, em caso
de violação de suas disposições. Em relação a perseguição sofrida pelos meios de
comunicação, pode-se citar o caso do Jornal do Brasil. O jornal fundado em 1891
possuía uma linha editorial favorável ao regime monárquico, mas se manifestando de
forma moderada. Resultando então na invasão de suas oficinas e assim levando a venda
do jornal a um republicano, Rui Barbosa, em 1893. Barbosa realizou uma mudança
editorial no periódico, conduto o proprietário não era favorável ao governo de Floriano
Peixoto, o qual qualificava de ditatorial. O jornal foi invadido por militares e ficou fora
de circulação durante um ano e Rui Barbosa foi exilado na Inglaterra.
Em vista disso, a censura se mostra como um bloqueio para o papel fundamental da
imprensa na organização política e social de uma sociedade. Ela desempenha a função
crucial de informar e educar o público, garantindo o acesso a informações e perspectivas
diversas. A imprensa livre e independente atua como uma vigilante dos poderes
estabelecidos, responsável por expor abusos, corrupção e injustiças. Além disso, a
imprensa estimula o debate público, promove a transparência e fortalece a participação
cidadã na tomada de decisões. Por meio da investigação jornalística, ela contribui para a
prestação de contas dos governantes e instituições, auxiliando na construção de uma
sociedade mais justa e democrática. Em suma, a imprensa é um pilar essencial para o
funcionamento saudável de uma sociedade, garantindo o direito à informação e
contribuindo para a formação de opinião e o exercício da cidadania.

Você também pode gostar