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RENATA FREITAS
Porto Alegre
2022
RENATA FREITAS
Porto Alegre
2022
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Contardo Calligaris mostra neste livro a adolescência como uma das formações
culturais mais poderosas de nossa época, com todas as suas nuances, enigmas e
superações. Para grande parte dos adultos, a adolescência é vista como uma fase
difícil que vai passar, e a própria literatura disponível para acesso ao pais e
educadores confirma essa naturalização da adolescência, conforme estudo e artigo
proposto por Bock, 2007. No contraponto, a autora Ana Mercês Bahia Bock, pontua
que "A adolescência é vista como construção social com repercussões na
subjetividade e no desenvolvimento do homem moderno e não como um período
natural do desenvolvimento. É um momento significado, interpretado e construído
pelos homens." (2007, p.6)
No que diz respeito à duração da adolescência, Calligaris (2013, p.19) afirma que o
seu início está relacionado à puberdade e o seu fim seria tido como incerto.
Ampliando, neste momento o conceito de moratória onde expõe o seu olhar para a
existência de um tempo de suspensão entre a chegada à maturação dos corpos e a
autorização de realizar os ditos valores. Para ele, essa autorização é postergada e o
tempo de suspensão é a adolescência (CALLIGARIS, 2013, p.5).
A partir do exposto, percebe-se que o lugar que o adolescente ocupa, exibe algo que
o adulto quer esquecer, pois precisou reprimir esse desejo para tornar-se adulto.
Nas palavras de Maria Rita Kehl (2008, p.7), “nós outros, adultos ou velhos, nos
vemos neles como num espelho distorcido que reflete o que já deixamos de ser, o
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REFERÊNCIAS
BOCK, Ana Mercês. A adolescência como construção social. Rev. Ass. Bras. Psic.
Escolar, 2007.