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PROCESSOS
PARA CONCESSÃO
DE CRÉDITO
FLUXOS DOS
PROCESSOS
PARA
CONCESSÃO DE
CRÉDITO
BOAS-VINDAS
Seja bem-vindo
à Certificação em Crédito do Sicoob!
Este material foi elaborado para apoiar seus estudos nessa jornada de conhecimento rumo à sua
certificação.
Recomendamos que você faça uma leitura atenta deste caderno, pois é possível que os conteúdos aqui
abordados já tenham sido estudados por você em outras oportunidades.
É importante que você faça o estudo deste material antes de participar de qualquer curso preparatório
desta certificação, seja presencial ou a distância. Assim, você pode aumentar seu aproveitamento em
sala de aula, ficando mais próximo de alcançar seu objetivo.
Se você gostou deste material, então nos ajude a mantê-lo sempre atualizado.
Ao realizar a prova e identificar alguma questão ou assunto cobrado que não consta neste caderno, por
favor, envie suas contribuições, críticas e elogios, por e-mail, para:
educacaocorporativa@sicoob.com.br
Atenciosamente,
1a edição: junho/2021
Última atualização: 09/06/2021
APRESENTAÇÃO
CADERNO 2
1.1 FLUXOS DOS 1.1 Fluxos dos processos para concessão de crédito 7
PROCESSOS
PARA
CONCESSÃO DE
CRÉDITO
Referências 46
FLUXOS DOS
PROCESSOS PARA
CONCESSÃO DE
CRÉDITO
1.1
1.1 FLUXOS DOS
PROCESSOS PARA
CONCESSÃO DE
CRÉDITO
O QUE É?
Trata-se da plataforma na qual são realizadas todas as configurações necessárias para que uma linha de
crédito seja operacionalizada pelas entidades.
São exemplos: a liberação e a especialização das linhas, cadastro de tabelas de taxas de juros, cadastro
de modelos de preenchimento de proposta, liberação das linhas para os PAs e realização do processo de
concessão de crédito.
7
1.1 FLUXOS DOS PROCESSOS PARA
CONCESSÃO DE CRÉDITO
y precificação de taxas;
y valores mínimos e máximos;
y periodicidade de pagamento.
O QUE É?
Trata-se de um módulo no qual são realizadas as configurações de acesso aos menus das funcionalidades
de cada sistema que interage diretamente com a Plataforma de Crédito.
Embora o sistema que habilita os usuários a operar na Plataforma de Crédito seja o GED/GFT, a liberação
dos menus, por meio do CTA, é imprescindível para o acesso às funcionalidades.
8
Responsável pela criação, pela manutenção e pela liberação das linhas de crédito às
Gestor de crédito
centrais. É responsável também pela configuração das anotações de crédito, pela
centralizado
parametrização dos dossiês eletrônicos e pela configuração das garantias.
Responsável pela liberação da linha de crédito à singular, podendo, a seu critério,
Gestor de crédito da especializar a linha previamente à liberação. Poderá também, de forma centralizada,
central configurar os fluxos de crédito pelo MÓDULO GED e personalizar os parâmetros de
aprovação no Módulo de Alçadas.
Responsável pela configuração do modelo de preenchimento de proposta, pela
configuração da tabela de taxa de juros e pela liberação de linha para os grupos de
Gestor de crédito da usuários. A seu critério, a linha de crédito poderá ser especializada:
singular y em caso de gestão descentralizada, o gestor de crédito da singular será o
responsável pela configuração dos fluxos de crédito no módulo GED e pela
personalização dos parâmetros de aprovação no Módulo de Alçadas.
Responsável pelo cadastro e pela evolução das propostas no fluxo de concessão de
Operador de crédito crédito. A participação deste perfil nas atividades do fluxo depende das permissões
concedidas nos processos de crédito no GED/GFT.
Responsável pela análise prévia das propostas de crédito antes de submetê-las ao
processo de aprovação pelo MÓDULO DE ALÇADAS . A utilização deste perfil é
obrigatória, para propostas de crédito que apresentem:
y risco total maior ou igual a 2% (dois por cento) do PR;
Análise técnica –
cooperativa singular ou y anotações de crédito relacionadas à inadimplência, prejuízo, indicativos de
Banco Sicoob capacidade de pagamento, parecer técnico não favorável e favorável com
ressalvas e aos itens 20 e 22 da Política Institucional de Gerenciamento de
Risco de Crédito;
y essas regras não se aplicam às operações realizadas a partir dos modelos
instituídos pela Fábrica de Limites .
Responsáveis pela apreciação e pela deliberação das propostas originadas na
Aprovadores de crédito Plataforma de Crédito, que estabelece a criação de quatro grupos de aprovadores para
vinculação nos quatro níveis de alçadas de crédito.
Trata-se do módulo no qual é realizada a personalização das regras de alçadas, adequando-as à política
e à estrutura de decisão da entidade.
Fonte: MPS – Plataforma de Crédito
9
COLETA DE
INFORMAÇÕES
1.2
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
Nesta fase, os agentes operacionais do processo de concessão devem primar pela coleta
das informações importantes para a realização das operações de crédito bem estruturadas,
conduzidas com base em fatos e dados verdadeiros, válidos e úteis para a operacionalização
de créditos assertivos aos cooperados tomadores de recursos.
Nesse sentido, o agente deve orientar-se pelo princípio básico do mercado financeiro
global, conhecido pela sigla “KYC”, realizando entrevistas e visitas de vistoria, conforme
abordado a seguir.
Esse termo é amplamente conhecido no mundo, tendo sido cunhado originalmente pelo
Primeiro Acordo de Basileia, celebrado em 1988, que desde então, com base em um conjunto
de normas e regras de gestão do risco, obriga as instituições financeiras – supervisionadas
pelos bancos centrais e pelas agências reguladoras – a identificar a origem dos recursos e
os meios para a constituição do patrimônio de seus clientes.
A Lei n. 12.683, de 09/07/2012, alterou a Lei n. 9.613/1998 para tornar mais eficiente a persecução penal
dos crimes de lavagem de dinheiro.
1
Lavagem de dinheiro: ato de encobrir a origem delitiva de bens, valores e capitais com o intuito de reinseri-los na economia
formal sob a aparência de licitude. Segundo o Bacen, trata-se de um “conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam
a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita”.
11
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
Dessa maneira, vale destacar que toda instituição financeira, quando prioriza seus canais
pessoais e presenciais para o acatamento de propostas de crédito, utiliza-se basicamente
de dois tipos de métodos para realizar o atendimento das demandas por operações de
crédito: o método proativo e o método reativo.
12
MÉTODO REATIVO MÉTODO PROATIVO
y Demandas são geradas por cooperados, que vão até o y Demandas são geradas por visitas gerenciais
ponto de atendimento. aos cooperados.
y Contatos são eventuais e esporádicos, conforme a y Contatos são frequentes por diversos canais
necessidade do cooperado. pessoais e a distância.
y Propostas são elaboradas de forma emergencial, com y Propostas são antecipadas, com tempo hábil
pressa na liberação. para realizar as análises.
y Cadastros são feitos às pressas, dando margem para o y Cadastros são confeccionados com maior
uso de dados forjados. precisão e tempo hábil.
Notadamente, o melhor entre esses dois métodos para acatamento das propostas é o
atendimento proativo. Porém, nem sempre o método de atendimento reativo, que é
claramente mais nocivo ao negócio cooperativo, ocorre de modo deliberado e intencional
por parte de seus gestores, segundo Lopes (2020).
Na maioria das vezes, o método reativo ocorre em razão do acúmulo das atividades de
atendimento desenvolvidas por equipes demasiadamente reduzidas ou pela falta de
estrutura física e tecnológica adequada, ou ainda por causa de pessoas mal treinadas para
as funções que exercem.
Para Lopes (2020), ocorre, por vezes, que o bom cooperado com necessidade de crédito
acaba por buscá-lo em outros agentes financeiros, que lhe oferecem melhores condições
de atendimento. Isso acontece devido à notória ineficiência no atendimento das demandas
nos locais em que se observa uma desarmonia no processo de concessão decorrente do
método reativo. Assim, os outros agentes financeiros (concorrentes) acabam deixando o
já tumultuado ambiente de atendimento reativo para os clientes/cooperados que pela
necessidade sempre emergencial ou ainda pela falta de acesso ao mercado de crédito têm
nos ambientes reativos sua única opção.
13
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
É também por essas razões que boa parte das propostas de crédito reativas é naturalmente
inviável, assim como em decorrência dos aspectos relacionados ao perfil de qualidade
creditícia do tomador, bem como pela ausência de garantias mais consistentes para sua
operacionalização, além de todo o estresse gerado pelos retrabalhos, impedindo uma
estruturação consistente de boas propostas adequadas ao perfil de aceitação ao risco da
cooperativa.
Em oposição a essa situação, as propostas geradas pelo método proativo são naturalmente
mais favoráveis, haja vista que os cooperados visitados com o propósito de gerar negócios
tendem a ter um perfil de melhor qualidade creditícia, pois entende-se que a agência
estabeleceu uma priorização para atender a algum nicho específico de cooperados de melhor
capacidade para gerar propostas adequadas ao perfil de aceitação ao risco da cooperativa.
Logo, as propostas geradas nesse contexto são mais bem estruturadas, conforme análises
previamente estabelecidas numa negociação “ganha ganha” entre cooperativa e cooperado
tomador.
Obviamente, também podem ser geradas propostas inviáveis, oriundas do método proativo,
mas isso decorre em grande parte da falta de um melhor preparo do profissional na escolha
de seus cooperados para tais demandas, o que pode ser comprovado por indicadores de
risco associados a cada carteira de crédito da agência.
Contudo, seja qual for o método predominante no ambiente de negócios no qual são
geradas as propostas, é condição obrigatória para ambas as situações a realização de
entrevistas bem executadas pelo profissional que estiver acatando a proposta de crédito.
1.2.2.2 Entrevista
Na entrevista2 existem duas figuras que interagem mutuamente durante a fase de coleta de
informações para a concessão de um crédito:
Cabe ao entrevistador identificar a viabilidade da proposta por meio de uma entrevista bem
conduzida, na qual buscará compreender a real necessidade do cooperado entrevistado ou
pessoa por ele designada, realizando, ao final, um enquadramento da sua demanda de
acordo com a política de crédito da cooperativa.
2
Entrevista: técnica em que se pressupõe a existência de uma conversa entre duas ou mais pessoas e em que perguntas são
dirigidas pelo entrevistador de modo a obter uma informação necessária por parte do entrevistado (LOPES, Euder A., 2020, p. 145).
14
Nesse sentido, faz-se necessário relembrar o que já foi explanado anteriormente quanto
aos conceitos do KYC (know your customer), ou seja, “conheça seu cliente”, aqui chamado
de “conheça seu cooperado”.
Em uma entrevista, para formar sua convicção e emitir uma opinião acerca da viabilidade de
uma proposta de crédito, é obrigatório para o agente de negócios validar seus pressupostos
por meio de perguntas dirigidas aos envolvidos no contexto da análise, principalmente
quando se tratar de uma análise para o acatamento e a defesa de uma proposta de crédito.
Para realizar uma entrevista com a máxima efetividade possível, deve-se atentar para
alguns procedimentos importantes a fim de alcançar tal feito, como, por exemplo:
Todos esses procedimentos básicos devem partir do entrevistador, que deverá realizar
consultas e sondagens por meio de um atendimento que tenha abordagem consultiva.
Com o objetivo de alcançar sua meta numa entrevista de crédito, o agente de negócios, na figura de
um entrevistador, deve, sempre que possível, estabelecer um diálogo aberto com seu cooperado
tomador, utilizando as técnicas da chamada abordagem consultiva. Veja sua definição:
15
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
É importante notar que o relacionamento com o cooperado tende a ser ainda mais
fidelizado quando todas essas técnicas se juntam, desde o método de atendimento
16
proativo, passando pela entrevista bem conduzida, utilizando uma abordagem consultiva,
até a melhor assertividade na geração das demandas, conforme o perfil para atendimento
pelas modalidades de relacionamento de segmentação ou encarteiramento.
TIPO CARACTERÍSTICAS
O agente de negócios visita o cooperado com o objetivo de prospectar, isto é,
identificar potenciais negócios. Nesta visita busca-se estabelecer uma relação de
Visita de prospecção confiança com o cooperado e, oportunamente, antecipar suas demandas pelo
conhecimento prévio das suas necessidades, disponibilizando produtos e serviços
de maneira direcionada.
17
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
FIQUE LIGADO
Veremos sobre os métodos de avaliação na fase de análise e decisão de crédito deste caderno.
Esse documento pode ser emitido na forma de um relatório técnico de visita cujo emissor
se torna responsável, perante o processo de concessão de crédito, pela veracidade das
informações apresentadas, podendo ainda fazer parte do dossiê de crédito que acompanha
a proposta, subsidiando a tomada de decisão pelas respectivas alçadas competentes.
São muitas as motivações para estabelecer a prática de visitas aos cooperados como
processo contínuo de uma cooperativa no relacionamento com seu quadro social. Entre as
razões estão as seguintes:
18
trata de um crédito, pois nesse local será aplicado o recurso financeiro a ser
transformado em produtos e/ou serviços para o mercado consumidor;
y no ato da visita, o representante da cooperativa poderá notar sutilezas, positivas
ou negativas, que o cadastro nem sempre é capaz de mostrar, e no contexto da
concessão de crédito, no papel a demanda pode até se mostrar viável, mas na
prática a realidade pode ser outra.
Desse modo, pode-se perceber nitidamente que numa visita a possibilidade de coleta de
informações é muito ampla, portanto é essencial fazer um planejamento minucioso a fim de
que a visita se torne produtiva e eficaz. Veja alguns aspectos importantes no planejamento
de uma visita:
19
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
Note que esses são aspectos simples, mas que podem ajudar significativamente na
realização de visitas produtivas e eficazes. Cabe ao responsável pela visita conduzir
habilmente todo o processo, com ética, profissionalismo e elegância.
Durante o processo para a concessão de crédito, o relatório de visitas pode servir como
um documento acessório, coletando dados e informações que sirvam de evidência para a
sustentação da análise de viabilidade do cooperado.
FIQUE LIGADO
Veremos sobre os métodos de avaliação na fase de análise e decisão de crédito deste caderno.
Dependendo do nível técnico do avaliador que estiver realizando a visita, o relatório poderá
caracterizar-se como um “laudo de avaliação técnica”, cujo emissor se torna também responsável
pela confirmação e pela validação das informações coletadas para fins de decisão de crédito.
20
quem são os principais tipos de clientes-alvo, como é o relacionamento da
empresa com seus clientes, o grau de concentração das linhas de produtos, se
os produtos e os serviços atendem adequadamente às expectativas dos clientes;
y também é importante descrever como estão as perspectivas do negócio, as
expectativas para o futuro, se existem planos de expansão, programação
de lançamento de novos produtos ou serviços, projetos em andamento,
bem como o retorno esperado de tais expectativas de negócios;
y nesse contexto, é relevante conhecer o atual posicionamento da empresa
no mercado em que atua, quem são seus principais concorrentes diretos
e indiretos e quais as vantagens e as desvantagens da empresa em
relação ao seu mercado concorrente. Verificar se tais situações podem
ser obstáculo ao atingimento das perspectivas de futuro da empresa;
y situação operacional: descrever como funciona o ciclo operacional do negócio,
ou seja, sua política de compras (% à vista e % a prazo), sua política de estocagem
(giro do estoque), sua política de vendas (% à vista e % a prazo); como é feito
o pagamento aos fornecedores (quais os meios utilizados), como é realizado
o recebimento de seus clientes (que tipos de meios são utilizados); avaliar os
prazos médios de cada etapa: PMRE – prazo médio de renovação dos estoques,
PMRV – prazo médio de recebimento das vendas, PMPC – prazo médio de
pagamento das compras, ciclo operacional médio e ciclo financeiro. Esses dados
são fundamentais para definir a real necessidade de capital de giro das empresas,
foco de abordagem da análise especialística para cooperados PJ.
y situação financeira: fornecer uma análise da composição do endividamento
financeiro do cooperado pela Central de Risco do Bacen, apresentando o fluxo de
vencimentos, as modalidades de crédito tomados, se o histórico está aumentando
ou diminuindo, os agentes financeiros que utilizam e qual o grau de concentração
do movimento financeiro com a cooperativa;
y também é importante levantar o endividamento operacional com
terceiros, como dívidas com fornecedores, dívidas trabalhistas e fiscais,
além do valor correspondente aos créditos a receber mediante títulos,
como cheques, duplicatas, recebíveis de cartão, notas promissórias, etc.;
y portfólio de produtos e serviços: descrever o grau de fidelidade com a cooperativa
a partir do uso do portfólio de produtos e serviços que já utiliza, apresentando seu
histórico de adimplência, seu perfil de risco e seus limites já atribuídos e utilizados;
y nesse sentido, buscar inteirar-se dos relatórios internos que demonstram
os produtos utilizados pelo cooperado, pois essa análise é fundamental
para avaliar seu grau de fidelidade e reciprocidade com a cooperativa;
y mediante uma análise preliminar e após a avaliação que ocorre durante a
visita sobre o potencial de negócios do cooperado, almeja-se descrever os
produtos e os serviços utilizados na concorrência e suas condições negociais
vigentes, além de apresentar uma perspectiva que poderá ser utilizada na
cooperativa, possibilitando, inclusive, realizar agendamento de retorno para
futuras visitas de prospecção já pré-direcionadas.
21
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
Por fim, após o processo de entrevista e visita, no contexto do “conheça seu cooperado” na
fase de coleta de informações, registram-se os fatos e os dados importantes para análise
no relatório técnico de visita com vistas à concessão de crédito.
O fluxo do processo de concessão segue adiante, passando por uma eventual necessidade
de atualização cadastral e posterior emissão de um parecer para subsidiar a decisão de
concessão de crédito pelas alçadas competentes.
Sem um cadastro bem estruturado fica muito difícil elaborar uma análise tecnicamente
consistente e bem fundamentada. Esse é um processo crítico para o sucesso da concessão
de créditos mais assertivos aos cooperados tomadores de recursos.
O cadastro tem por finalidade principal fornecer informações atualizadas sobre a situação
do cooperado com o objetivo de balizar as decisões de gestão comercial de acordo com os
métodos e as modalidades de atendimento de uma instituição financeira, sendo essencial
para a concessão de créditos com a máxima qualidade e segurança possíveis. É por meio
de um cadastro bem elaborado que:
3
Cadastro: conjunto de informações essenciais para o estabelecimento de um relacionamento comercial baseado na confiança
mútua entre uma empresa e seus clientes.
22
1.2.4.1 Responsabilidades entre entidades do Sicoob
23
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
Os resultados das consultas e as anotações cadastrais por elas obtidas possuem caráter
estritamente confidencial ao Sicoob e são destinadas a apoiar decisões internas de crédito,
negócios e avaliação de riscos, sendo vedada sua reprodução, total ou parcial, bem como
sua divulgação a terceiros, ainda que ao próprio consultado, sob qualquer forma.
Nesse contexto, existem anotações geradas automaticamente pelo Sistema Sisbr que têm
o objetivo de registrar, manter e disponibilizar um conjunto de informações referentes
a cada cadastrado, servindo de base para as regras de contratação, manutenção e
acompanhamento dos produtos e dos serviços do Sicoob.
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y semiautomática: depende da intervenção do empregado para acionar a
realização de uma consulta cadastral;
y automática: não há necessidade de nenhum tipo de intervenção do empregado
para inclusão e/ou baixa do registro. O Sistema Sisbr processa a inclusão e/ou a
baixa da anotação durante o fechamento das rotinas diárias.
As anotações são classificadas conforme o risco que o fato ou evento representa para o
Sicoob, sendo elas:
Segundo o Manual de cadastro do Sicoob (2021), são aceitos para fins de registro cadastral
os documentos comprobatórios originais e/ou cópias autenticadas em cartório, que
deverão estar legíveis e em perfeito estado de conservação.
A Plataforma de Atendimento é a principal plataforma para realização dos atendimentos diários aos
cooperados, pois reúne as principais funcionalidades para o pronto atendimento.
Dentre as principais funcionalidades, podemos citar: efetua cadastro completo e gerencia clientes/
associados, conta capital, conta corrente, investimentos, e ainda, efetua o cadastramento de
computadores para efetivação de transações financeiras no Sicoobnet e habilita/desabilita acesso de
usuário ao Sicoobnet Empresarial.
25
1.2 COLETA DE
INFORMAÇÕES
26
É importante ressaltar que responderão como coautores de crime de falsidade o gerente e
o administrador de instituição financeira ou assemelhada que concorrerem para que seja
aberta conta ou movimentados recursos sob nome falso, de pessoa física ou de pessoa
jurídica inexistente ou de pessoa jurídica liquidada de fato ou sem representação regular.
27
ANÁLISE E DECISÃO DE
CRÉDITO
1.3
1.3 ANÁLISE E DECISÃO DE
CRÉDITO
29
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
A Plataforma de Risco de Crédito (PRC) é o sistema destinado à informatização dos processos de gestão
centralizada de risco de crédito. Antes de os sistemas, os modelos e os procedimentos serem utilizados,
são validados por processo de homologação pela área de gestão centralizada pelo risco de crédito.
A PRC está disponibilizada no ambiente Sisbr e é composta por três sistemas que atuam de forma
integrada na gestão do risco de crédito da seguinte forma:
• Cálculo de Risco e Limites (CRL): Calcula e monitora o risco das contrapartes por meio de informações
cadastrais, financeiras e comportamentais disponíveis no modelo de dados corporativo do Sicoob, além
de modelos específicos desenvolvidos com a finalidade de avaliação da nota de risco da contraparte e
atribuição dos respectivos limites portfolizados.
• Controle de Limites Sicoob (CLS): Controla a utilização dos limites portfolizados aprovados para as
contrapartes classificados no sistema CRL.
30
1.3.1.1 Análise objetiva x análise subjetiva
Na avaliação do risco de crédito das instituições financeiras existe um dilema muito comum
que faz com que as análises objetiva e subjetiva pareçam antagônicas, mas de fato não o
são. A origem de tal dilema pode ser explicada pelo paradoxo existente na relação entre a
ciência e a arte, cujos mundos são opostos, mas também complementares.
Paradoxalmente, ambas podem ser verdadeiras ou não, e também são limitadas pelas suas
próprias capacidades, motivo pelo qual afirmamos que as análises objetiva e subjetiva são
complementares.
Havendo provas ou indícios que possam sustentar sua veracidade, as informações subjetivas
podem ser levadas em consideração ante os dados e as informações objetivas, mesmo não
sendo objetivamente aceitáveis. A decisão (de ser aceitável ou não) cabe intimamente ao
avaliador, que deverá apenas justificar e registrar tal decisão de modo consistente em seu
parecer, nos limites estabelecidos pela política de crédito da instituição.
A explicação para essa dicotomia é que num processo de análise para concessão de crédito
deve prevalecer aquilo que corresponde à verdade a fim de ser considerado válido e útil
para subsidiar a tomada de decisão pela alçada competente.
Desde que a decisão tenha sido tomada com base na verdade, após a depuração de todos
os fatos e dados não há qualquer óbice em normas técnicas que impeça tal deferimento.
Porém, vale a pena alertar que decisões equivocadas, viciadas em erro ou dolo podem ser
objeto de responsabilização pelos órgãos de supervisão e controle na exata dimensão e
extensão dos danos provocados por tal decisão. Observe a ilustração:
31
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
Método Fundamentalístico
SUBJETIVIDADE
(Base Qualitativa)
Método Especialístico
OBJETIVIDADE
(Base Quantitativa)
Método Estatístico
Perceba que as análises objetiva e subjetiva formam as bases de dados por meio de
informações quantitativas e qualitativas, dando origem aos métodos de avaliação
chamados aqui de estatístico, especialístico e fundamentalístico.
Veja a seguir as características que diferenciam esses métodos, os quais são utilizados, de forma
contumaz, nos processos de gestão e análise de crédito das instituições financeiras cooperativas.
Como se observa na ilustração anterior, o método de avaliação estatístico possui uma relação
muito forte com a base de dados e as informações objetivas. Porém, é importante notar que
no processo de constituição desse método são aplicadas técnicas de avaliação subjetivas para
“calibrar” as ferramentas que calculam a análise de forma estatística a fim de formar alguma
convicção para a concessão de crédito. Portanto, define-se o método de avaliação estatístico
como:
4
Business intelligence (BI): expressão traduzida para o português como “inteligência de negócios”, que se refere ao processo de
coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte à gestão de negócios.
32
fazer prognósticos estatisticamente, utilizando critérios e parâmetros
objetivos, concluindo ao final pela concessão ou não do crédito, sem a
direta intervenção humana no processamento e aprovação da demanda
(LOPES, 2020, p. 38).
Tal método pode ser percebido na prática das cooperativas de crédito pelo uso cotidiano
de ferramentas informatizadas que determinam a decisão do crédito para um cooperado
apenas com base em modelos estatísticos, que previamente calculam os riscos, definem de
limites operacionais de crédito por modalidade e efetivam sua aprovação, formalização e
liberação de modo automático, com pouca ou nenhuma manipulação humana durante o
processamento.
A Fábrica de Limites foi construída com o intuito de dar celeridade ao processo de concessão de crédito
e possibilitar a customização da política de produtos no Sisbr em substituição a soluções manuais ou
desenvolvidas em sistemas de terceiros.
Benefícios da funcionalidade:
• todas as contrapartes com classificação de risco e limites vigentes poderão ser beneficiadas pela
funcionalidade;
• todos os portfólios passam a ser elegíveis para definição de percentuais de limites para crédito
automático e/ou pré-aprovado;
• criação de perfis, pelas cooperativas, por meio de customização de parâmetros para enquadramento
dos associados. Lembrando que a Fábrica não realiza implantação de limites nos produtos de crédito,
pois cada produto terá sua especialização.
• monitoramento das características do tomador definidas nos perfis (identificação e restritivas).
33
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
Vale também ressaltar que este método é o mais utilizado para concessão de crédito pelos
bancos, financeiras e, de modo muito mais visível, pelas FINTECHS , que têm nele um
de seus principais pilares para ganho de escalabilidade com o objetivo de crescer no já
consolidado mercado financeiro brasileiro.
FIQUE LIGADO
Assunto já abordado no Caderno I no tópico “Órgãos operadores do SFN que atuam no mercado de
crédito”.
Aparentemente pode parecer que tal método é pouco utilizado, mas é fácil percebê-lo
quando se trata de uma análise de CRÉDITO PARA PÚBLICOS MAIS ESPECIALIZADOS , como
ocorre, por exemplo, no caso do crédito rural (direcionado para produtores em atividades
agropecuárias), ou ainda para créditos direcionados a pessoas jurídicas de médio e grande
porte, cuja dinâmica da concessão e o volume de informações críticas são mais robustos,
dependendo de uma avaliação mais técnica.
FIQUE LIGADO
Assunto já abordado no Caderno II no tópico “Créditos especializados”.
Note como acontece esta análise, conforme a definição para o método de avaliação
especialístico:
34
Logo, fica evidente que a concessão de crédito pelo método especialístico depende
fundamentalmente da avaliação técnica de um profissional gabaritado para tal função,
sendo esse especialista o “fiel da balança” para formar a convicção pela aprovação do
crédito na alçada competente, em geral formada por comitês com limites operacionais
mais altos, que dependem desse tipo de “laudo” para tomar sua decisão.
Após a demonstração dos outros dois métodos, fica evidente que a avaliação
fundamentalística é a que mais utiliza a base de dados e as informações subjetivas
para formar sua convicção na aprovação de uma proposta de crédito, que, pela sua
característica, depende bastante da manipulação dos dados e das informações por meio
da técnica julgamental a fim de fundamentar a decisão sobre a concessão. Veja a definição
do método de avaliação fundamentalístico:
Logo se percebe que tal método, que é amplamente utilizado nos processos de concessão
de crédito pelas cooperativas, necessita de ferramentas tecnológicas que operacionalizem
o fluxo das propostas (workflow), passando por etapas julgamentais que se iniciam pela
análise gerencial da unidade captadora da demanda.
A seguir, passa-se pela análise técnica elaborada de forma imparcial e independente por
equipe de analistas, os quais posteriormente apresentam a proposta para decisão por um
comitê. Este último avalia os pareceres (comercial e técnico) e, com base na fundamentação,
forma sua convicção pela aprovação ou não de um pleito de crédito solicitado por um
cooperado tomador.
Cabe ressaltar que este é atualmente o método mais difundido nos sistemas cooperativos
de crédito. Entretanto, os métodos estatístico e especialístico tendem a crescer em grau de
necessidade, conforme também crescem de forma pujante as próprias instituições financeiras
cooperativas, haja vista que o método fundamentalístico é mais dispendioso e moroso.
Não obstante, ele se justifica de forma excepcional para os casos que envolvem maior criticidade
e complexidade na decisão, deixando para os demais métodos o acatamento e a aprovação das
propostas com base no padrão natural definido pela política de apetite ao risco de crédito da
própria cooperativa. Como resumo, veja as principais diferenças entre os três métodos.
35
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
Dentre os diversos propósitos, destaca-se a consolidação em único documento, com todas as informações
relacionadas ao processo, servindo como subsídio para execução de atividades específicas das áreas
clientes: Área de Risco Operacional e GCN; Área de Controles Internos; Área de Auditoria Interna; Área de
Estratégia, PMO e Performance Corporativa.
36
No caso de incompatibilidade entre a situação econômico-financeira do proponente e o
valor das parcelas, o responsável pelo atendimento poderá sugerir alteração no valor ou
no prazo da operação de crédito proposta, conforme as diretrizes da política de crédito da
cooperativa.
A entrada dos dados para registro da solicitação de crédito deve ocorrer nos módulos de
crédito do Sisbr, conforme o produto desejado. A proposta também poderá ser acolhida
por meio dos canais de atendimento, a depender dos tipos de produtos disponíveis ao
cooperado.
Após a identificação do produto que melhor atende ao cooperado, deverá ser apresentada
a documentação recomendada para contratação da linha de crédito, conforme relação de
documentos definidos nos manuais das respectivas linhas.
Essa documentação deverá ser digitalizada e anexada ao dossiê de crédito eletrônico das
operações, originadas pelas linhas operacionalizadas por meio da Plataforma de Crédito.
Os documentos poderão ser anexados nas diversas fases do fluxo de crédito, inclusive na
condução, fase em que a operação fica disponível após a liberação do recurso.
37
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
Para tanto, o processo sempre se inicia pela instância que acatou a proposta, mediante
a emissão de um parecer de defesa do crédito. Em contrapartida, há o parecer técnico,
que será emitido pela instância independente que avalia a viabilidade do pleito, sendo
posteriormente deferida ou não pela alçada competente, que deverá justificar sua decisão
por meio do parecer de deferimento, respeitando os limites definidos na política de crédito
vigente da instituição. Veja a seguir as características de cada tipo de parecer.
5 Parecer: descrição detalhada de uma opinião fundamentada mediante a validação de um conjunto de informações sobre
determinada proposta de crédito.
38
1.3.3.1 Parecer comercial
É importante notar que um parecer de defesa só faz sentido se quem acatou a proposta
realmente acredita na sua viabilidade e, com base na sua convicção, tiver como sustentar
o pleito, ou seja, caso a proposta não seja crível de defesa, o profissional que estiver na
coleta da demanda pode simplesmente declinar de encaminhar a proposta, evitando
trabalhos desnecessários.
39
1.3 ANÁLISE
CRÉDITO
E DECISÃO DE
Os fatos subjetivos, apresentados pelo parecer de defesa, poderão ser considerados válidos
pelo analista desde que haja elementos de comprovação que sustentem a informação, de
modo que essa possibilidade ficará a critério do próprio analista ou da política interna,
quando assim permitido.
Essa etapa de análise técnica do processo de concessão de crédito é crucial, pois o analista de
crédito deve ter a capacidade de examinar, de forma pormenorizada, todos os fatos relevantes
da proposta, validando, inclusive, as informações e os dados oferecidos pelo parecer comercial.
O analista também pode, e deve, consultar outras fontes além das já disponíveis e habituais,
pois um bom relator de um parecer técnico busca sempre que possível ampliar seu leque
de investigação para apresentar argumentos mais consistentes.
Este parecer é
É importante ressaltar o papel do comitê, que, sempre quando for possível, deverá ser
composto por pessoas que podem ter diferentes conhecimentos e habilidades, havendo,
nessa condição, uma oportunidade de debater ou submeter as divergências para decisões
por alçadas superiores, nas quais prevalece, na maioria das vezes, a decisão consensual
das propostas com maior criticidade.
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Para tanto, o perfil dos membros componentes de um comitê deve ser primado pela melhor
qualificação técnica possível, contando com o suporte de áreas de apoio devidamente
preparadas para sanar dúvidas eventuais.
Por fim, resumindo esse ciclo de pareceres com base nas informações apresentadas,
primeiramente pelo profissional responsável pelo encaminhamento do parecer de defesa
da proposta e posteriormente pelo parecer técnico do analista, o comitê de crédito decidirá
pelo deferimento ou não do pleito, conforme as alçadas estabelecidas pela política
interna da cooperativa, emitindo, nesse ato, seu parecer de deferimento com suas devidas
justificativas, despachando a proposta (se aprovada) para as etapas de formalização e
liberação do crédito.
41
FORMALIZAÇÃO E
LIBERAÇÃO
1.4
1.4 FORMALIZAÇÃO E
LIBERAÇÃO
FIQUE LIGADO
No Caderno IV desta certificação serão abordados os instrumentos para formalização e tipos de
garantias.
6
Erro: é o ato não intencional causado por pessoas no curso normal de suas atividades.
7
Falha: é o ato ou efeito das inconsistências em processos, sistemas e equipamentos, que são programados para evitar erros.
8
Fraude: é o ato intencional realizado por pessoas que induzem outras ao erro e/ou aproveitam as eventuais falhas para lograr
proveito próprio ou a terceiros (geralmente seus cúmplices).
43
1.4 FORMALIZAÇÃO
LIBERAÇÃO
E
Entre os diversos fatos que podem ocorrer nesse contexto de risco, podem-se citar alguns
com base em situações narradas como reincidentes em processos formalísticos nas
instituições financeiras.
De acordo com Lopes (2020), é comum a ocorrência das seguintes práticas inadequadas
durante o processo de formalização de crédito:
44
liberação do recurso, havendo ainda uma nova oportunidade para checagem dos requisitos
obrigatórios antes da efetivação do crédito.
Tais avaliações periódicas servem também para detectar se os bens ou os direitos estão
perdendo suficiência de valor ou liquidez. Assim, o setor responsável pela gestão do risco
de crédito pode tomar medidas e ações tempestivas, implementadas em tempo hábil a fim
de evitar as eventuais perdas decorrentes.
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REFERÊNCIAS
SICOOB. Manual de gestão dos processos de crédito. Brasília: Centro Corporativo Sicoob
(CCS), 2021.
SICOOB. Manual de instruções gerais (MIG): crédito. Brasília: Centro Corporativo Sicoob
(CCS), 2021.
www.sicoob.com.br
SIG, Quadra 06, Lote 2080, Sudoeste
Cep: 70712 900 Brasília-DF
+ 55 61 3217 5709