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OBESIDADE INFANTIL NA PANDEMIA DA COVID-19

CHILD OBESITY IN THE PANDEMIC

OLIVEIRA, Tamires Tatiane1


TAVARES, Kelen Batista Pereira1
SANTOS, Marlucia Silva dos1
SANTOS, Patrícia de faria1
SANTOS, Geiciane Marta dos1
GOMES, Ana Paula Santos2

RESUMO

Os efeitos da COVID-19 na prevalência da obesidade infantil são um grande desafio


para a saúde, causando o agravamento da saúde na população infantil com
mudanças dos hábitos alimentares, proveniente da disseminação do vírus e adoção
de medidas como, fechamento do comércio e o distanciamento social. O estudo tem
como objetivo analisar as evidências sobre as características das crianças no ganho
de peso e efeito adverso com a saúde frente à COVID-19, realizado por meio de
uma revisão de literatura de trabalhos acadêmicos, contextualizando os desafios
para os comportamentos saudáveis dessas crianças. O isolamento levou o público
infantil a buscarem o conforto, a praticidade em comidas não saudáveis,
aumentando o índice de obesidade infantil. As medidas de confinamento impactaram
no comportamento alimentar, na prática de atividade física e nas atividades do dia a
dia, favorecendo o ganho de peso e elevando o risco de saúde frente a uma
infecção por COVID-19. O excesso de peso percebido na pandemia é uma situação
agravante para a população infantil.

Palavras-chave: Doenças Nutricionais e Metabólicas; Transtornos Nutricionais;


Obesidade Infantil; Condições Patológicas, Sinais e Sintomas; COVID-19.

ABSTRACT

The effects of COVID-19 on the prevalence of childhood obesity are a major health challenge, causing
the health of the child population to deteriorate with changes in eating habits, resulting from the spread
of the virus and the adoption of measures such as closing trade and distancing Social. The study aims
to analyze the evidence on the characteristics of children in weight gain and adverse health effects in

1Graduandas do Curso de Nutrição do Centro Universitário Una de Bom Despacho-MG. E-mail para
contato: geicianemarta21@gmail.com.

2 Professora orientadora, mestre, Curso de Nutrição do Centro Universitário Una Bom Despacho-MG.
Bom despacho - MG, junho de 2022.
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the face of COVID-19, carried out through a literature review of academic works, contextualizing the
challenges for the healthy behaviors of these children. . Isolation led children to seek comfort,
practicality in unhealthy foods, increasing the rate of childhood obesity. The confinement measures
impacted eating behavior, physical activity and day-to-day activities, favoring weight gain and
increasing health risk in the face of a COVID-19 infection. Excess weight perceived in the pandemic is
an aggravating situation for the child population.

Keywords: Nutritional and Metabolic Diseases; Nutritional Disorders; Pediatric Obesity; Pathological
Conditions, Signs and Symptoms; COVID-19.

INTRODUÇÃO

No ano de 2019, houve o aparecimento do coronavírus em Wuhan, cidade da


província de Hubei, na China, causando um surto de pneumonia em âmbito global
que, em um curto espaço de tempo, se disseminou por todo o mundo. No início do
ano de 2020 a doença foi nomeada pela Organização Mundial da Saúde como
“COVID-19” (doença do coronavírus 2019) e o vírus “SARS-CoV-2” (síndrome
respiratória aguda grave coronavírus 2). Assim, foi declarada a COVID-19 como uma
pandemia no dia 11 de março de 2020 (KHAN et al., 2021; CENA et al., 2021).
A doença diante dos seus estressores sociais impactou na prevenção e no
controle da obesidade. Os estudos em nível populacional pontuaram os efeitos da
COVID-19 na prevalência da obesidade infantil (WU Et al., 2022), considerada um
grande desafio para a saúde de um indivíduo e para o sistema de saúde de uma
sociedade (KIESS et al., 2022). A COVID-19 contribuiu para o aumento do peso em
uma ampla faixa etária, proveniente da disseminação da COVID-19 e adoção de
medidas como fechamento do comércio e o distanciamento social, contribuindo para
o comportamento sedentário, mudanças dos hábitos alimentares das crianças e de
suas famílias, causando o agravamento da obesidade na população infantil (VOGEL
et al., 2022).
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Globalmente, cerca de 1,5 bilhão de crianças foram impactadas com o


fechamento das escolas transformando o ensino para o aprendizado virtual. O
ambiente escolar e atividades externas favorecem o comportamento positivo de
saúde, como, por exemplo, atividades físicas, refeições nutritivas, tempo mínimo
frente a tela; contribuem para redução da obesidade. Com isso, a falta de estrutura
impacta sobre o comportamento obesogênico que, consequentemente, causa o
ganho de peso não saudável (BURKART et al., 2022).
Sendo assim, o problema de pesquisa aponta: quais os impactos na saúde de
crianças obesas frente à pandemia da COVID-19? Justifica-se que as mudanças
drásticas no comportamento das crianças trouxeram preocupações, que preveem os
efeitos imediatos e distais da COVID-19 nas atividades, sono, ingestão alimentar, o
que tornou as crianças menos ativas (BURKART et al. 2022). O bloqueio das
atividades com a ordem do isolamento social afetou a saúde física e mental das
crianças de todo o mundo. A população infantil com obesidade apresentou mais
riscos para mudanças negativas no estilo de vida, tanto no ganho de peso, quanto
aos desfechos da infecção com a doença (CENA et al., 2021).
Diante do exposto, o estudo tem como objetivo analisar as evidências sobre
as características das crianças no ganho de peso e efeito adverso com a saúde
frente à COVID-19.

MATERIAL E MÉTODOS

A busca da literatura foi realizada de sites eletrônicos tais como: Biblioteca


virtual em Saúde (BVS); Scientific Electronic Library Online (SCIELO); e Biblioteca
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Nacional de Medicina (PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em


Ciências da Saúde (LILACS).
Os critérios de inclusão da pesquisa foram artigos de idioma português/inglês,
publicados no período de 2019 a 2022, abordando os impactos da obesidade infantil
(Faixa etária de 5 a 9 anos) frente à COVID-19. Os critérios de exclusão foram
baseados por artigos que fugiram do contexto, como trauma, tratamento psicológico
e entre outros.
Os descritores usados foram: Doenças Nutricionais e Metabólicas;
Transtornos Nutricionais; Obesidade Infantil; COVID-19. Os artigos escolhidos foram
lidos, estudados e analisados para melhor compreensão e discussão do trabalho.
Para os resultados, as análises foram realizadas de forma descritiva, agrupando o
conhecimento sobre o contexto abordado.

RESULTADOS

Foram encontradas 91 publicações fazendo combinações entre os


descritores. Aplicando os critérios de inclusão de idioma português/ inglês e o
período de publicação de 2019 a 2022, restaram 73 artigos. A partir da leitura
exploratória dos resumos desses materiais bibliográficos encontrados, foram
selecionadas 42 publicações que apresentaram proximidade com o tema em
questão. Os resultados extraídos de cada estudo foram analisados de forma
descritiva, reunindo o conhecimento produzido sobre o tema abordado (FIG.1).

Figura 1 - Fluxograma do processo de busca dos artigos científicos


IDENT Registros identificados através da pesquisa nas bases de dados
IFICA (Scielo = 23; PubMed = 20; BVS = 28; LILACS =18;)(n = 91)
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ÇÃO
Número de artigos excluídos de acordo
com o título (n = 8)

TRIAG
Número de artigos selecionados de acordo com o título
EM
(n = 83)

Número de artigos excluídos de acordo


com os critérios de inclusão (n = 20)
ELEGI
BILID Número de artigos selecionados de acordo como resumo
ADE (n =63)

Número de artigos excluídos de acordo


com a leitura na integra
(n = 21)

INCLU
SÃO

Número de artigos inclusos após leitura na integra (n = 42)


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Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

DESENVOLVIMENTO

Situação da Obesidade no Brasil

Em março de 2020, foi declarada a pandemia de Covid-19 pela Organização


Mundial da Saúde, que entre os problemas causados pela doença, destaca-se pelos
cientistas o alerta para a necessidade do reconhecimento da obesidade,
considerada como uma doença crônica com fator de risco, que possibilita o
agravamento dos casos do vírus (DIETZ; SANTOS-BURGOA, 2020).
A má nutrição está cada vez mais presente em todo mundo sobre os
aspectos da subnutrição, a fome oculta e o sobrepeso. Quando se trata da
obesidade, estes possuem maior prevalência diante dos menos favorecidos
socioeconomicamente. Tal fato se explica pelo menor acesso aos alimentos de
qualidade nutricional pela população carente (SOUSA et al., 2020).
A obesidade no Brasil vem crescendo continuamente em todas as idades,
destacando a população infantil, com mais de 7% das crianças menores de 5 anos e
14% das crianças entre 5 e 9 anos com peso acima do adequado. A ocorrência da
obesidade na população, leva em consideração o nível de escolaridade e baixa
renda (DIETZ; SANTOS-BURGOA, 2020; BRASIL, 2021).
No período da pandemia, a obesidade atingiu expressamente uma parcela da
população infantil, em muitos casos com hospitalização e necessidade de
tratamento em UTI (SHEKAR; POPKIN, 2020).
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Impacto da Obesidade na Saúde das Crianças

Diante do cenário preocupante do avanço da obesidade infantil, o agravo tem


contribuído para repercussões sobre as condições de vida, a saúde e a nutrição das
crianças, impactando negativamente nas relações sociais e econômicas. As
pesquisas apontam que quanto mais cedo o indivíduo apresenta o excesso de peso
e permanece nessa condição, mais riscos têm de desenvolvimento de comorbidades
e outras doenças relacionadas, influenciando diretamente na qualidade de vida e no
perfil de morbimortalidade a curto, médio e longo prazo. Dessa forma, uma criança
obesa possui predisposição à obesidade adulta e demais doenças crônicas
associadas. Estão propensas a desenvolverem hipertensão arterial, intolerância à
glicose, aumento do colesterol, com reflexos na autoestima e nas relações sociais e
escolares (SOUSA et al., 2020; BRASIL, 2021).
As mudanças ocasionadas no crescimento da criança requerem adaptações
constantes. Nessa idade, o corpo tem um significado importante determinando a
aceitação e o relacionamento entre pares. Assim, é necessário o acompanhamento
das crianças com obesidade, identificando o seu comportamento para que este não
venha comprometer sua saúde e propor decisões assertivas para minimizar os
riscos e melhorar o estado nutricional. Além dos impactos na estrutura física,
consideram-se os prejuízos psicológicos provenientes da obesidade, bem como a
contribuição para o aparecimento de outras doenças como depressão, ansiedade,
distúrbios do sono, baixa autoestima, imagem corporal distorcida, dificuldades no
rendimento escolar e no relacionamento (SOUSA et al., 2020).
A pandemia da Covid-19 trouxe agravos para essa população infantil com o
aumento do sedentarismo. Assim, as interrupções na rotina das crianças trouxeram
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impacto negativo na saúde mental e bem-estar, proporcionando o aumento ainda


mais de crianças obesas. Com isso, os cuidados com a saúde devem ser
intensificados, como, por exemplo, a prática de atividade física e mudanças de
hábitos mais saudáveis na alimentação (BRASIL, 2021).

A pandemia da COVID-19 e as mudanças no comportamento alimentar das


crianças

A COVID-19 afetou significativamente o estado nutricional em várias maneiras


com o isolamento social, fechamento das instituições escolares, academias,
espaços de atividades e lazer etc., proporcionando ainda mais um ambiente
obesogênico. Diante disso, inúmeras pesquisas avaliaram a influência da pandemia
nos hábitos alimentares e estilos de vida das crianças (MAFFONI et al., 2021).
O confinamento domiciliar proporcionou a maior ingestão de alimentos tidos
como não saudáveis, como batatas fritas, carnes vermelhas em excesso e bebidas
açucaradas, além da redução do tempo gasto com as atividades esportivas e
aumento do tempo de tela. Em um levantamento do consumo desses alimentos nos
países como Itália, Espanha, Chile, Colômbia e Brasil, foram constatados um
aumento significativo de frituras e sobremesas no período em que foram aplicadas
as medidas de isolamento, com menor uso de uma alimentação considerada
saudável (PIETROBELLI et al., 2020).
No período da pandemia, as famílias passaram por situações ruins, como
perda do emprego, redução do salário e limitação dos recursos financeiros, sem
conseguirem se dedicar a uma alimentação saudável. O distanciamento social
interrompeu o sistema de produção e distribuição de alimentos frescos e acessíveis,
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contribuindo para a escolha de alternativas pobres em nutrientes (FORE et al.,


2020). Estudos apontaram que as famílias compraram mais alimentos com custo
inferior, ultra processados e ricos em calorias (Di RENZO et al., 2020).
Em uma pesquisa Italiana aplicada por Di Rienzo e colaboradores (2020),
durante o isolamento social com 3.533 entrevistados, ficou confirmado o aumento do
consumo de junk food (que são os fast food, os alimentos ultra processados, com
baixo valor nutritivo) e uma menor adesão a dietas saudáveis. Ao avaliarem o grupo
populacional infantil, verificou-se o maior consumo de frituras, legumes, peixes e
doces, sendo menor o consumo de cereais, nozes e laticínios no período da
restrição da COVID-19. A doença acarretou em mudanças nos hábitos alimentares
direcionados a um estilo de vida não saudável, influenciado pelo status
socioeconômico do indivíduo (MAFFONI et al., 2021).
Estudos durante o isolamento em países ocidentais também demonstraram o
efeito negativo da pandemia da COVID-19, explicado pelo aumento do sedentarismo
na faixa etária infantil (CENA et al., 2021).
O fechamento das escolas proporcionou consequenciais sociais e de saúde
para a população infantil, implementando o aprendizado remoto, o qual contribuiu
para o aumento de peso, principalmente para aquelas crianças que já se
encontravam acima do peso ideal. As alterações na nutrição durante o confinamento
foram relatadas por crianças com transtornos alimentares, como, por exemplo, com
bulimia nervosa com compulsão alimentar apresentaram ainda mais o
comportamento de compulsão e, consequentemente, o ganho de peso
(MARCHITELLI et al., 2020).
A obesidade tem causa multifatorial e o consumo de alimentos ultra
processados é uma das características determinantes. O consumo de alimentos
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industrializados inicia na infância, sendo cada vez mais presente na alimentação da


população brasileira. Ao considerar o período da pandemia por COVID-19, a
população obesa provavelmente é mais afetada pelas complicações do vírus e, além
das suas limitações, o isolamento causado pelo isolamento social, causou maior
agravamento para aqueles que são obesos (CANELLA et al., 2020).
Geralmente, uma dieta não saudável, com alto consumo de gorduras
saturadas, carboidratos refinados, açucares simples, baixo teor de fibras, vitaminas,
minerais e ácidos graxos insaturados, expõe as crianças a sérias deficiências
nutricionais, aumentando o risco de aumento de peso, obesidade e comorbidades,
que por consequência estão relacionadas aos resultados negativos frente à infecção
viral causado pelo vírus da COVID-19 (CENA et al., 2021).

Os Efeitos da Covid-19 na Obesidade

Diante das consequências causadas pela COVID-19, a fim de buscar a


diminuição da propagação do vírus e reduzir a pressão do sistema de saúde, foram
aplicadas medidas especiais pelas autoridades, como o fechamento das instituições
escolares e o distanciamento social. Tais restrições contribuíram para mudanças na
rotina diária das crianças, impactando nas escolhas e no comportamento alimentar,
na atividade física e, consequentemente, aumentando o risco do ganho de peso e o
aumento da obesidade (BROWNE et al., 2021).
Estudos de diferentes partes do mundo demonstraram que o bloqueio no
período mais crítico da pandemia da COVID-19 acarretou o aumento da ingestão
alimentar das crianças e seu consequente ganho de peso (YANG et al., 2020;
PIETROBELLI et al., 2020; SIDOR; RZYMSKI, 2020; BROOKS et al., 2021). Como
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exemplo, na China, houve um aumento geral do IMC em crianças, relatando o


aumento da obesidade na faixa etária infantil, passando de 10,5% para 12,9%
(YANG et al., 2020). Na Palestina, as pesquisas sobre o ganho de peso apontaram
41% das crianças com essa ocorrência, proveniente do aumento da ingestão de
frituras, bebidas açucaradas, doces e laticínios durante a quarentena domiciliar
(STAVRIDOU et al., 2021; BENNETT et al., 2021). Já na Polônia, também
demonstraram alterações no comportamento alimentar, com a diminuição da
ingestão de frutas, vegetais e legumes, associado ao aumento de peso e do IMC
tanto nas crianças, como nos adultos (SIDOR; RZYMSKI, 2020).
Nos Estados Unidos foi aplicado um estudo com 17 milhões de crianças
demonstraram o aumento da obesidade para 15% no período de isolamento da
COVID-19. Na pediatria, as alterações do IMC demonstraram o ganho de peso não
saudável, apresentando crianças com obesidade pré-existentes. O número foi
acentuado em crianças de 5 a 9 anos apresentando altas taxas, que se acredita ter
relação com maior tempo de tela ocorrido no período do bloqueio (BROOKS et al.,
2021).
As crianças italianas, principalmente do sexo masculino, apresentaram
aumento na quantidade da alimentação e diminuição da qualidade das refeições,
com maior ingestão de batata, carne e bebidas açucaradas (PIETROBELLI et al.,
2020).
Foram confirmados em estudos multicêntricos internacionais o aumento na
ingestão dos confort food (alimentos prontos e industrializados com baixo valor
nutricional), que incluem doces e frituras, em até 20% das crianças da Espanha,
Itália, Brasil, Colômbia e Chile no período da pandemia da COVID-19 e associada ao
aumento do IMC da população infantil (RUIZ-ROSO et al., 2020). Também, o ganho
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de peso teve a relação com o menor nível socioeconômico, associado à insegurança


alimentar, preocupações financeiras, infecção viral, bem como o estresse e
distanciamento social (BENNETT et al., 2021; ADAMS et al., 2020). Portanto, torna-
se relevante ressaltar a necessidade da dieta saudável para melhoria da saúde
física e mental do indivíduo (NAJA; HAMADEH, 2020).
O aumento do peso e dos riscos da obesidade durante a COVID-19 em
crianças está relacionado não só as mudanças de comportamento alimentares,
como também a demais fatores, como a falta da realização da atividade física,
estresse e aumento do tempo em frente à tela que, consequentemente, induziu o
aumento dos lanches, redução da qualidade do sono e até mesmo a influência dos
hábitos dos pais durante o confinamento domiciliar (DUNTON et al., 2020). As
medidas de isolamento que ocorreram por causa da pandemia por COVID-10
reduziram as atividades extracurriculares e ao ar livre, limitando as atividades físicas
das crianças (STAVRIDOU et al., 2021). A atividade física proporciona o gasto
energético diário, mantém a massa corporal magra e os perfis metabólicos e
psicológicos controlados. Desse modo, auxilia as crianças a manterem o bem-estar
físico e emocional (CENA et al., 2021).
Além disso, as medidas de bloqueio da COVID-19 proporcionaram ansiedade
nas crianças em casos onde apresentaram obesidade grave. Tal fato influenciou no
estilo de vida, atribuindo ao ganho de peso, muitas vezes associados à depressão
estresse e ansiedade em um quadro mais grave de crianças com obesidade (ABAWI
et al., 2020).
A pandemia foi um período que também causou altos índices de estresse e
ansiedade, muitas vezes passado dos pais para as crianças, impossibilitando um
ambiente de apoio para as mesmas. O estresse foi pontuado como um fator
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causado pela COVID-19, desenvolvendo ainda mais o risco da obesidade infantil em


inúmeras pesquisas (CENA et al., 2021).
Em outro estudo que relatou a degradação dos comportamentos dos alunos
do ensino fundamental durante a pandemia da COVID-19, pesquisadores
compararam as medidas antes da pandemia: atividades físicas das crianças, tempo
de sono, tempo de tela e a dieta e demonstraram que os resultados pioraram
significativamente no período da pandemia por COVID-19 (KARA et al. 2021).
Valenzise e colaboradores (2021) aplicaram uma pesquisa com 40 crianças,
com idade média de 11,6 anos. Foi observado que 95% ou 38 indivíduos
permaneceram menos tempo realizando uma atividade física durante o lockdown e
39 indivíduos ou 97,5% apresentaram-se mais sedentárias do que antes, já que
ficaram focados em atividades como assistir televisão e jogar videogame.
Chang e colaboradores (2021) mostraram um aumento no peso corporal e
nos valores de IMC avaliados em crianças do ensino fundamental no período do
isolamento da pandemia. A China foi o primeiro local a implementar as medidas de
restrição social como estratégia para eliminação da transmissão do vírus. O índice
da obesidade aumentou de 10,5% para 12,6% em crianças durante o isolamento.
Em uma pesquisa nos Estados Unidos sobre o desenvolvimento da
obesidade no período da pandemia, foi verificado o aumento da obesidade de 13,7%
para 15,4% em 2020. Outro estudo sobre o comportamento de crianças e
adolescentes na Grécia apontou que 35% dos pais verificaram aumento de peso
corporal em seus filhos. Tais estudos apresentaram então que a obesidade
pediátrica foi aumentada no período da pandemia (JENSSEN et al., 2021).
Na pesquisa de Bakaloudi e outros pesquisadores (2021) relatou-se um
aumento de 1,57 kg no peso corporal e aumento de 0,31 kg/m2 no IMC de crianças.
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Com isso, demonstrou-se que o isolamento social impactou mais no peso corporal
das crianças do que nos adultos. Isso aconteceu em decorrência das maiores
exigências das atividades físicas diárias e as necessidades energéticas das
crianças. Na pandemia por COVID-19 as práticas foram reduzidas
significativamente. Além da redução das atividades físicas, as crianças
demonstraram sedentarismo, com mudanças de hábitos para jogos de videogames
e televisão. As adaptações das crianças fora da escola durante o isolamento social
imitaram o período de férias. Antes da pandemia da COVID-19, o período de férias
já era um atributo contribuinte para o aumento de peso das crianças, quando
comparado ao ano letivo (CHANG et al., 2021).
Para Hourani e colaboradores (2021), a idade é considerada como uma fonte
de heterogeneidade, pois crianças de 6 a 9 anos relataram ganho de peso de 2,3 kg,
sendo que crianças mais velhas acima de 9 anos tiveram um ganho de peso de
1,7kg no período do confinamento. Resultados semelhantes foram apontados, diante
do aumento do número do IMC em crianças menores de 10 anos (WAHL-
ALEXANDER; CAMIC, 2021).
Na maioria das vezes as políticas governamentais não retratam uma
avaliação adequada suficientemente dessas questões complexas. No Reino Unido
atualmente têm sido aplicados programas que monitoram a pesagem de crianças no
ensino fundamental. Tal esforço visa enfrentar a crise da obesidade infantil (NRE,
2020). Mesmo que a estratégia garanta dados mais representativos sobre a
tendência, ainda é preocupante que a estratégia possa levar a um foco indevido na
aparência física, podendo intensificar o bullying, além de piorar a saúde mental das
crianças que se encontram na obesidade. No plano do Reino Unido as informações
sobre a categoria de peso das crianças serão enviadas aos pais, para que seja
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motivada a realização das mudanças positivas na dieta. Se o fornecimento das


informações não garantir um devido suporte, não irá motivar os pais, tornando a
ferramenta ineficaz. Os esforços para o enfrentamento da obesidade infantil devem
ir além da quantificação e caracterização (BADESHA et al., 2021).
Com isso, destaca-se a importância de verificar os principais indicadores
clínicos e metabólicos que contribuíram para os indivíduos saudáveis e não
saudáveis, de crianças com obesidade, com objetivo da prevenção de doenças
(KIESS et al. 2022).

A obesidade e o aumento do risco de saúde em crianças com COVID-19

A obesidade é tratada como o tipo de comorbidade mais comum no período


da pandemia da COVID-19 acometendo também crianças. Foi classificada como
terceiro fator de risco recorrente em crianças internadas em UTI´s. Os fatores de
risco clínicos da COVID-19 incluem, além da obesidade, as doenças associadas a
ela (KARA et al., 2021; ZACHARIAH et al., 2020).
Ainda existem poucos estudos com crianças, em comparação com os adultos
que já tiveram retratados os efeitos da COVID-19 nos desfechos clínicos. Mesmo
assim, a obesidade é considerada como um fator de risco para a gravidade da
doença e contribui para o aumento do tempo de hospitalização. Ou seja, a
obesidade trouxe um impacto negativo nas crianças hospitalizadas com COVID-19
aguda comparada com aquelas que tinham peso adequado (BUSETTO et al., 2020).
A compreensão entre a relação fisiopatológica entre a obesidade pediátrica e
a infecção por SARS-CoV-2 é extremamente importante para identificação das
medidas preventivas e em casos de intervenções clínicas (CENA et al., 2021).
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Crianças obesas geralmente apresentam resistência à insulina e


hiperinsulinismo, impactando na saúde e, consequentemente, no sistema
cardiovascular. Alguns estudos demonstraram que a interação do SARS-CoV-2 mais
o ACE-2 (enzima conversora da angiotensina 2, uma proteína transmembrana
expressa na superfície de diversas células do corpo, como o epitélio do sistema
respiratório), interrompe a atividades das células beta pancreáticas, impactando
ainda mais o hiperinsulinismo e suas consequências negativas (WEIHE et al., 2019;
CENA et al., 2021).
Ainda, a obesidade na infância pode causar dislipidemias, reduzir os índices
do HDL-colesterol e elevar os de LDL-colesterol, levando a disfunção endotelial e
conseqüente aterosclerose (WEIHE ET al., 2020). Esses fatores levaram ao
aumento da gravidade do quadro clínico frente à COVID-19. A população infantil
com obesidade, a rigidez arterial e aterosclerose favoreceu a infecção do endotélio
por SARS-CoV-2 associado ao estresse crônico. Em relação ao ponto de vista
cardiovascular, proporciona o aumento do desenvolvimento de aterosclerose pelas
anormalidades metabólicas, sendo que, em crianças obesas, podem causar
alterações anatômicas cardíacas, como, por exemplo, hipertrofia do ventrículo
esquerdo proveniente da hipertensão, causando lesões no endotélio por SARS-CoV-
2 (CENA et al., 2021).
A fisiologia respiratória também pode ser impactada pela pressão exercida
pelo tecido adiposo abdominal nos pulmões, aumentando o risco de infecções
pulmonares e demais complicações da COVID-19. Pode também influenciar no
sistema imunológico proporcionando um estado pró-inflamatório (GARCIA-VIDAL et
al., 2021).
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A desregulação imunológica frente à COVID-19 tem sido atribuída a uma


reação inflamatória intensa, caracterizada como tempestade de citocinas,
potencializadas pelo estado hiperinflamatório crônico silencioso em crianças
afetadas pela obesidade. Entre o desarranjo imunológico desenvolvido, estão as
adipocitocinas, que incluem a leptina, citocinas, óxido nítrico e demais mecanismos
que contribuíram com os piores resultados clínicos em indivíduos com COVID-19
(BANERJEE et al., 2020; KARKI et al., 2021).
Além disso, estudos mostram efeitos nutricionais associados à COVID-19 em
crianças, revelando a alta incidência em deficiência da vitamina D e menor
incidência em deficiências de vitaminas B12, C, A, ferro e folato. Outra relação
importante entre a obesidade e a COVID-19 é microbiota intestinal de
microrganismos anaeróbios, de linhagens filogenéticas como
Firmicutes e Bacteroidetes. Em crianças com obesidade essas duas linhagens
podem sofrer alterações, provocando a disbiose (CENA et al., 2021).
A vitamina D é um fator que contribui para lipólise e a lipogênese. Inúmeras
pesquisas apontaram a associação entre a vitamina D e a síndrome metabólica. Em
4.149 crianças na China com idade de 10 a 18 anos, foi demonstrada a prevalência
de deficiência de vitamina D em 74,9% dos participantes do estudo, apresentando
pelo menos um componente da síndrome metabólica. A associação não linear
significativa entre obesidade abdominal e níveis séricos com o maior risco de
obesidade abdominal ocorreu em 14,1 ng/mL de níveis séricos de 25(OH)D. Desse
modo, a associação entre os níveis de vitamina D e os componentes da síndrome
metabólica entre crianças da China foi assim confirmada, aumentando o risco de
complicações frente à infecção por COVID-19 (GAO et al., 2021).
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A obesidade tem sido relacionada com os piores desfechos também em


outras doenças de origem viral, como H1N1 e o vírus influenza, comprometendo a
resposta imune de crianças (CENA et al., 2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A obesidade frente à COVID-19 é uma situação agravante para a população


pediátrica. O isolamento levou ao descontrole de peso, como também tornou a
condição de vida estressante, levando as crianças a se alimentarem com produtos
de baixa qualidade, aumentando o índice de obesidade e infantil. O consumo foi
direcionado para os alimentos mais calóricos, além da diminuição da atividade física,
tornando um problema de atenção particular e importante para o futuro.
Diante dos reflexos deixados pela COVID-19 ainda não está claro se os
padrões comportamentais persistirão mesmo com volta do comércio e demais
atividades extracurriculares, volta às aulas e etc. A obesidade e a COVID-19
afetaram negativamente as crianças, influenciando tanto o nível de estresse e
ansiedade, como o nível fisiológico.
As práticas como atividades físicas, limitar o tempo de tela e o sono devem
ser monitorados com frequência e consistência. A preocupação atual é que os
padrões não saudáveis se tornem permanentes, pois, quanto mais os hábitos não
saudáveis praticados persistirem, seja por medidas de distanciamento sociais não
estruturadas, seja por questões socioeconômicas, mais arraigadas eles se tornam.
Após o relaxamento dessas restrições, faz-se necessário o entendimento dos
impactos agudos e potenciais sobre a estrutura dos padrões de saúde das crianças.
19

Com isso, a obesidade é um fator de risco para aumento da gravidade da


infecção causada pelo vírus da COVID-19, aumentando o tempo de hospitalização e
o agravo de doenças. Assim, tem-se maior preocupação sobre o impacto de
crianças com obesidade, principalmente aquelas hospitalizadas por COVID-19, por
se tratar de pessoas mais vulneráveis as doenças, aplicando um tratamento com
acompanhamento de um profissional, a fim de reeducar novamente os hábitos
saudáveis no período pós-pandemia.

REFERÊNCIAS

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