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O romance Hibisco Roxo (2003), da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é

centrado na perspectiva da narradora personagem: Kambili, uma adolescente negra de


quatorze anos que vive numa casa extremamente luxuosa com seu pai, Eugene, sua mãe,
Beatrice e seu irmão Jaja. A narrativa segue em tempo psicológico na qual a adolescente
narra suas experiências familiares, fazendo referência a questões sociais como:
colonialismo, religião, violência física e psicológica, repressão ideológica, dentre outros
problemas que aparecem no decorrer do enredo, numa perspectiva decolonial. O
romance provoca reflexões a respeito da importância de uma educação livre de
preconceitos, Eugene se preocupa excessivamente com os conhecimentos teóricos dos
filhos, privando-os de experienciar outros saberes igualmente importantes à formação
humana. O fanatismo religioso é um ponto emblemático no enredo uma vez que as
ações violentas de Eugene surgem, na maioria das vezes, devido a algum suposto desvio
que os familiares cometem. Outro aspecto marcante na narrativa é a aversão de Eugene
às tradições do povo nigeriano, esse provoca uma sequência de acontecimentos que
culminam na destruição do ideal que ele tinha de família. Para Kambile, Beatrice e Jaja,
por outro lado, surge um recomeço, uma nova perspectiva que floresce juntamente com
os hibiscos roxos no jardim. Nesse aspecto, o romance é permeado por tensões de
gênero e raça provocados pelo colonialismo inglês na Nigéria com todos os seus
conflitos políticos, ideológicos e culturais.

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