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Aula 6
Estresse e pontos cegos
Metas
• Compreender sutilezas de percepção que alteram o olhar do outro.
• Verificar a existência de pontos cegos.
• Identificar os perfis de tomada de decisão.
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
O que acontecia com o homem das cavernas quando ele ficava estressado? Estou
falando do homem das cavernas mesmo, aquele que viveu milhares de anos atrás.
O que ele fazia? A história e a Paleontologia mostram que, na maioria das vezes, ele
era agressivo. Ele batia!
Mas e se o perigo fosse percebido como superior às suas forças? Bem, nesse caso,
o Homem de Neanderthal fugia.
Multimídia
Mas por que estamos falando em homem das cavernas para você, inserido em
plena economia digital, fazendo um curso a distância?
Porque muitos comportamentos desse cérebro do Homem de Neanderthal ainda
estão presentes em nossa cabeça, e este mecanismo de fuga ou luta está presente
desde lá.
Multimídia
Para dificultar ainda mais, a amígdala é muito rápida! Como geralmente está
envolvida em questões de sobrevivência, praticamente só existe um neurônio entre
ela e o “centro motor” no nosso cérebro. É difícil ser veloz quando queremos pensar
para agir, mas é muito fácil agir sem ter pensado!
Mas, veja bem, não estou dizendo que as emoções devam ser banidas das
interações e dos processos de negociação! Até porque isso seria impossível. Estou
dizendo que, quando estamos cobertos de emoções, a ponto de perdermos o controle
sobre nosso raciocínio, não estamos aptos a fazer uma boa negociação.
Atividade 1
O que saiu errado?
Leia os dois casos a seguir, procurando perceber se houve sequestro de amígdala, e responda à
pergunta.
Caso 1
Joana estava um pouco apreensiva na manhã de terça-feira. Seria sua primeira visita a uma
escola depois que assumiu como nova supervisora da Secretaria de Educação. Seu sonho mesmo
sempre foi trabalhar administrativamente numa escola, mas tinha ficado sem trabalhar algum
tempo e, agora que seus filhos já estavam mais crescidos, a oportunidade de ser supervisora da
Secretaria surgiu e era irrecusável. Ela só achava um pouco chata esta história de ficar fiscalizando
o trabalho dos outros. Não iria sozinha; com ela estaria outra supervisora mais experiente, que ela
praticamente não conhecia, ainda. Será que as receberiam bem? O que seria esperado dela?
Chegando à escola, tiveram que esperar um pouco, o que pareceu estranho a Joana. Imaginava
que o pessoal da escola deveria estar ansioso pela visita, sabendo que seria fiscalizado e que
um parecer negativo da parte delas poderia prejudicar a escola! Quem as recebeu no portão,
pessoalmente, foi Claudia, a diretora. Para sua surpresa, Claudia era bastante jovem, devia ter sua
idade, era bonita, simpática e parecia muito acostumada a este tipo de visita. O laço que trazia
amarrado à cintura denotava o cuidado com que a diretora havia arrumado seu próprio vestido.
Ao longo da visita, Joana ficou cada vez mais encantada com a escola. Como deveria ser bom
trabalhar ali! Contavam com uma boa infraestrutura, e as crianças pareciam bem cuidadas.
Bem; ao final da visita, sua acompanhante já havia se encaminhado para a saída, e Joana,
discretamente, confessou a Claudia que ia gostar muito de poder trabalhar ali, pois a escola, ainda
por cima, era perto de sua casa. Como é que eles faziam para admitir novas pessoas para o quadro
de funcionários? Poderia deixar o currículo? Foi impressão dela ou Claudia torceu o nariz? Teve a
sensação de que a outra começou a olhá-la com superioridade ao responder que, no momento,
não estavam recebendo currículos. Joana então balbuciou que só queria entender como eles
faziam recrutamento, despedindo-se apressadamente. Lá fora, na rua, teve, de fato, a sensação
de ter conseguido uma “saída honrosa” para a situação; mas também ficou com a impressão de
que havia desistido depressa demais e de que não alcançara o objetivo pretendido.
O que você acha que saiu errado?
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RESPOSTA COMENTADA
Não dá para deixar de perceber que a ansiedade de Joana por uma oportunidade de trabalhar na
escola que a impressionava foi aumentando cada vez mais. A admiração de Joana por Claudia,
observando até mesmo como estava amarrado o laço do vestido de Claudia, pode ter ampliado a
sensação de que a diretora a estivesse olhando com superioridade, quando ela é que poderia estar
se sentindo inferiorizada. De qualquer maneira, a sensação dela – de que desistiu mais depressa do
que gostaria –, é motivo para suspeitar que sua reação tenha sido de fuga, motivada pelo estresse
causado por sua ansiedade.
Caso 2
A primeira reunião com as mães de alunos da primeira série já exigia certo cuidado este ano,
pelas inúmeras transformações e obras pelas quais vinha passando a escola. As obras estavam
atrasadas, mas as mães possivelmente não iam nem querer saber. Ricardo, diretor da escola há
mais de três anos, já conhecia aqueles pais, sempre ansiosos, tensos pela nova etapa na vida
dos filhos. Ia ser um festival de reclamações. Ninguém leva em consideração todo o esforço que
estavam fazendo, que ele saía todo dia de lá tarde da noite, que carregava todos os problemas
com os professores. Para completar, a professora da primeira série estava querendo ser mandada
embora e não dava para confiar que ela estivesse comprometida com o trabalho.
Chegou à sala de reunião pontualmente e diversas mães já o esperavam. Mas onde estava Edilane,
a professora? Era o que faltava! Pediu para irem chamá-la, mas foi informado de que ela tinha
telefonado, dizendo que se atrasaria. A respiração de Ricardo acelerou. Melhor começar. Ninguém
precisava que os pais ficassem ainda mais impacientes. Iniciou a reunião, mas, nem bem havia
dado as boas-vindas, duas mães reclamaram que não tinham recebido o bilhete informando que
não havia uniformes para vender na escola porque os fabricantes haviam atrasado a entrega.
Ele ficou sem palavras, o rosto vermelho. Tinha certeza de que tinha conversado com Edilane
pessoalmente, pedindo-lhe que enviasse o bilhete. Nesta hora, Edilane entrou na sala, e ele não
esperou nem um segundo: “- Edilane, por que o bilhete da falta de uniformes não foi enviado nas
agendas? Eu não pedi pessoalmente para você colocar?”
RESPOSTA COMENTADA
Ricardo já parecia bastante estressado antes mesmo de ir para a reunião, não é? Ao chegar lá,
exposto mais diretamente ao estresse da situação de ser cobrado pelos pais, parece que não foi
capaz de perceber a tempo que estava prestes a ter sua amígdala sequestrada e acabou reagindo
de forma muito agressiva com Edilane na frente de todas, perdendo sua razão.
Outro exemplo de Neanderthal do século XXI é o campeão do mundo, pela França, na Copa de
1998, eleito o melhor jogador de futebol do mundo mais de uma vez, Zinedine Zidane. Ele foi
expulso no último jogo da Copa do Mundo de 2006, um jogo absolutamente importante para a
seleção francesa, porque deu uma cabeçada em Materazzi, jogador da seleção italiana.
(disponível na internet em http://www.youtube.com/watch?v=zAjWi663kXc).
O motivo? Materazzi teria feito uma afirmação sobre a irmã de Zidane, nada abso-lutamente ligado
a questões profissionais.
Muitas vezes, as reações agressivas são mais fáceis de perceber do que as reações
de fuga. Um indivíduo “perder a cabeça” é bastante visível, mas sua reação de fuga
pode aparentar uma falsa calma.
Pensando no Homem de Neanderthal, a fuga é o que ocorre quando o dinossauro
“parece grande demais” para ser enfrentado e todos os impulsos são para se afastar
da situação de perigo. Note bem que é como o perigo é percebido. Em nosso mundo As uvas estavam verdes
moderno, muitas vezes, nossa percepção de perigo supera o grau do perigo real. O Essa é a resposta dada
pela raposa da fábula de
mais comum é que a pessoa desista da situação com algum tipo de justificativa do tipo La Fontaine ‘A raposa e as
“As uvas estavam verdes”, como na fábula de La Fontaine. É raro que se apercebam uvas’, quando ela se afasta
que a situação as assustou além da medida e que não tiveram coragem de arriscar da parreira depois de tentar,
pedir ou dizer o que realmente queriam por causa do “medo” da frustração ao receber sem sucesso, alcançar um
um “não”. apetitoso cacho de uvas.
Pedro trabalha em uma empresa familiar. Desde que aceitou Isso o incomodava, mas, nos almoços
m semanais com
o emprego nessa empresa, sabia que não teria chance nos os donos, para discutir questões
õ estratégicas, ele
melhores postos, simplesmente por não ter o sobrenome da preferia se calar.
família. Já há alguns anos não via muito para onde subir; havia
chegado próximo aos donos da empresa, mas, como não era da
família, dali não passaria, mesmo sabendo o quanto os donos
o elogiavam.
Se ele apenas pudesse ouvir o Sr. Xisto, dono daquele império, conversando
com seu coach e manifestando sua preocupação por ter poucos funcionários
capazes interessados em alçar posições de maiores desafios na empresa!...
Ele tinha claro que sua empresa vinha em franca expansão, e seus próprios
descendentes seriam insuficientes para preencher todas as posições de
liderança Chegara a citar Pedro nominalmente,
liderança. nominalmente desejando que ele fosse mais
ambicioso.
A percepção corporal pode se referir a sinais externos e visíveis a todos, como suor,
tremor, tensão nas mãos e olhos arregalados, por exemplo, ou ligada a sinais internos,
como “frio na barriga”, dor na nuca, enjoo ou aumento dos batimentos cardíacos.
Conquistar a percepção dos sinais internos é um grau além da percepção dos
externos. Um sinal de medo é arrepio dos pelos do corpo, além de suor especificamente
nas mãos (que acontece muito durante decolagem de aviões – juramos que não temos
medo de voar, mas... nossas mãos ficam úmidas), além do aumento dos batimentos
cardíacos. Sinais de raiva tendem a envolver calor, tensão muscular, encurtamento da
respiração e também aumento dos batimentos cardíacos. Se eu sei o que acontece
comigo quando me descontrolo, posso ficar alerta quando começo a perceber “a tal
sensação”. Logo após o descontrole, quando readquirir o raciocínio pleno, eu posso
refletir: “até onde eu lembro, o que estava acontecendo comigo?”. O passo seguinte
e definitivo é conseguir ir percebendo sintomas cada vez mais sutis e internos. Para
muitas pessoas, é a respiração a primeira a ficar diferente.
Saiba mais
O endocrinologista Hans Selye foi o primeiro a descrever, na década de 1930, uma resposta
fisiológica generalizada ao estresse, caracterizada pela seguinte sequência:
1. A percepção de perigo iminente ou evento traumático, pelo córtex, interpretado por uma
enorme rede de neurônios que abrange grandes partes do encéfalo, envolvendo, inclusive, os
circuitos da memória;
2. Determinada a relevância do estímulo, o córtex aciona estruturas que controlam as emoções
(principalmente a amígdala e o hipotálamo) e as funções dos sistemas viscerais (coração,
vasos sanguíneos, pupilas, sistema gastrointestinal etc.) através do chamado sistema nervoso
autônomo. O resultado é dilatação pupilar, palidez, aceleração e aumento da força das batidas
cardíacas e da respiração, ereção dos pelos, sudorese, paralisação do trânsito gastrointestinal
etc. Todos os sinais e sintomas da ativação do tipo luta-ou-fuga, descritos por Cannon;
3. O hipotálamo comanda uma ativação da glândula hipófise, situada na base do cérebro, liberando
o ACTH (chamado hormônio do estresse), que provoca um aumento da secreção de hormônios
corticosteroides, com ações sobre praticamente todos os tecidos do corpo, alterando o seu
metabolismo, a síntese de proteínas, a resistência imunológica, as inflamações e infecções
provocadas por agressões externas.
Vamos pensar nos sinais externos; eles normalmente são uma combinação de
expressões faciais e corporais. Você já viu uma pessoa dizendo que está muito calma,
quando nitidamente está ansiosa? Então, neste momento, a pessoa demonstra muito
pouca consciência corporal. Que tipo de sinais são esses que tendemos a perceber
“nitidamente”? Observe atentamente as figuras a seguir antes de ler suas descrições.
Carol Garbiano
Figura 6.5: Repare na expressão de contentamento. O rapaz tem os músculos faciais “levantados” e
relaxados (são necessários 27 músculos da face para executar um sorriso; por isso é tão difícil deixá-lo
natural, como em fotos posadas, quando não estamos sentindo vontade real de sorrir). Toda a região dos
olhos e sobrancelha também tendem a espelhar relaxamento.
Harrison Keely
Figura 6.6: Esta garota não parece gostar do que está vendo, não é? Perceba que ela quase fecha os olhos.
E há um quê de reprovação em sua expressão. Como temos esta sensação? No levantar das laterais do
nariz, ela dá a impressão de que algo “não cheira bem” e completa a percepção de reprovação com seu
cenho franzido.
Multimídia
Na série Lie to Me, exibida pelo Canal FOX e baseada no excelente livro Telling Lies, de Paul Ekman,
as mínimas expressões e gestos são interpretados por uma equipe de especialistas em detectar
mentiras. O site www.fox.com/lietome disponibiliza alguns episódios.
Muitos sinais são corporais, e não apenas faciais. O cuidado que se deve ter, em
qualquer um dos casos, é não generalizar ou tomar como certas algumas percepções.
Por exemplo, estar de braços cruzados, normalmente, é atribuído a “estar fechado em
relação ao que está sendo dito”; mas pode ser frio, pode ser uma postura costumeira
do outro. Então, estaríamos cometendo um erro, se julgássemos que uma pessoa não
concorda com determinado ponto em uma negociação apenas porque está de braços
cruzados. Agora, se a pessoa estava perfeitamente relaxada e, ao ser introduzido um
novo assunto na mesa de negociação, ela se recosta na cadeira e cruza os braços, vale
a pena suspeitar que ela pode ter alguma restrição ao que foi apresentado. Não custa
testar antes de seguir em frente com a argumentação. Na bibliografia sugerida, há
bons livros sobre este tipo de percepção, se você se interessar em ir mais fundo.
Atividade 2
O LADO NEGRO DA FORÇA
Sua atividade será vivenciar alguma coisa que você já sabe que lhe dá medo, de forma segura, é
claro. Por exemplo, pode ser assistir a um filme de terror, se isto o assusta; ir a um lugar alto, como
uma ponte, se tem medo de altura ou aproximar-se, a distância segura, de um animal do qual
tenha medo ou até enfrentar uma reunião com alguém cujas reações o deixem apreensivo.
Procure listar suas reações corporais, logo assim que a atividade escolhida acabar. Lembre-se de
pensar na expressão facial, respiração, braços, pernas, nuca, barriga etc.
Qual foi a atividade escolhida?
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RESPOSTA COMENTADA
Não tenho como saber exatamente suas reações corporais, mas, certamente, envolveram algum
grau de tensão muscular, muitas vezes sentida na região do pescoço, talvez a sensação de frio. Se
a atividade escolhida foi visual, pode ser a intenção de fechar os olhos ou piscar muito. Muitas
pessoas ainda não conseguem vivenciar o medo, partindo logo para a sensação de raiva, que é
considerada mais aceitável por elas e as “protege” da sensação de medo que poderia ser percebida
como paralisante. Neste caso, podem vivenciar calor, sensação de reviravolta no estômago e
alteração da respiração.
Sugiro que você, se tiver possibilidade, procure também estar atento assim com o que considere
irritante. Pode ser um filme novamente, uma reunião, uma interação com o telemarketing de
alguma empresa. Quando estiver irritado, pare por alguns instantes após a atividade, para perceber
o que aconteceu com seu corpo. É dessa forma que você vai ganhar esse conhecimento tão sutil,
mas tão importante para os negociadores.
Saiba mais
Muitas conversas entreouvidas nas várias edições do popular programa de televisão Big Brother
Brasil, da TV Globo, são concentradas na discussão do que é considerado certo ou errado em termos
de atitude dos participantes. Falar abertamente todas as suas opiniões (Grande área I) pode ser
considerado como honestidade ou como agressividade. Querer saber sempre a opinião dos outros,
sem expor a própria (Grande área III), protege a pessoa do conflito imediato, mas pode vir a ser
rejeitado como dissimulação. As situações em que todos da “casa” atribuem um comportamento
a um participante, e este o nega veementemente – a não ser que tal comportamento seja fingido,
dado que é um jogo –, sinalizam que ali há um ponto realmente cego. A pessoa não consegue
mesmo enxergar em si mesma algo que todos estão vendo (Grande área II). E, ainda, todas as
atitudes imprevisíveis, quando vemos os participantes dizendo que “não esperavam isto dele” (e
a própria pessoa diz “- Eu não sei o que me deu...”), ilustram comportamentos que emergem de
associações a memórias bastante remotas e traumas que são desencadeados em situação vivida
pelo organismo como de estresse extremo.
Atividade 3
“ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA”
Faça o esforço de se lembrar de três pessoas que você conhece e que apresentam uma característica
ou atitude que elas mesmas não reconhecem que têm. Complete a tabela seguindo o exemplo.
RESPOSTA COMENTADA
Os primeiros exemplos fornecidos na tabela são uma forma de observar problemas de percepção.
Mesmo que Mariana saiba que não gosta de “brigar” com os outros, dificilmente percebe que,
se manifestar-se de forma contrária à opinião do outro (não necessariamente “brigar”) é mais
difícil ainda que perceba quando está fugindo da situação, porque não sabe como se comportar
de forma firme sem ser agressiva. A situação de Paulo é ainda mais complicada, porque envolve
um preconceito que dificilmente ele admitiria racionalmente, mas que baliza suas ações sem que
ele perceba. Jeniffer provavelmente se controla muito pessoalmente em situações de estresse
e acredita que o controle é a única solução porque, no fundo, ficaria apavorada de achar que a
situação se desenvolve à sua revelia. E o ponto cego de Jean provavelmente encontra suporte na
crença de que ele está sendo “legal” ao parecer concordar com todos.
Se você fez analogias iguais a estas, então deve ter feito o exercício corretamente. Veja se prestou
atenção tanto à falta de percepções externas, faciais e corporais, quanto a percepções internas.
Todos têm pontos cegos. Nenhum ser humano tem a área II vazia. E isto acontece
porque temos diversos sistemas mentais que nos protegem de perceber coisas
dolorosas. Quando somos expostos a algo sobre nós mesmos, que não gostamos de
ver, nossa primeira reação tende a ser negar o fato. Depois, segundo diversos téoricos,
quando já conseguimos aceitar que o temos, ainda vamos, de todas as maneiras,
racionais ou não, tentar contestar, criando justificativas, para só depois sermos
capazes de aquiescer, percebendo que precisamos mudar. Joseph e Harry ainda
encontraram fortes evidências de que é nos comportamentos que pertencem a esta
área, dos pontos cegos, que muitas vezes somos mais críticos com os outros, sem
perceber que estamos nos comportando da mesma forma.
Leituras recomendadas
Stress: o matador silencioso.
Disponível em http://www.cerebromente.org.br/n03/doencas/stress.htm Consul-
tado em 11 de junho 2010.
É agressivo ou está agressivo.
Disponível em http://www.saudevidaonline.com.br/agres.htm Consultado em 11
de junho 2010.
Bibliografias consultadas
Lowen A. 1980. Medo da Vida. Ed. Summus.
Pease A e Pease B. 2005. Desvendando os Segredos da Linguagem Corporal. Ed. Sextante.
Weil P. 2001. O Corpo Fala. Ed. Vozes.
100 SACRAMENTO, ISABELLA. NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS. RIO DE JANEIRO: SESI/UFF, 2010.