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PROF.

ANDERSON JULIÃO

Queda livre,
Lançamento de
objetos na vertical e
Lançamento Oblíquo
No módulo passado (Aula 05) foi estudado o movimento de um corpo quando ele está
sob o efeito de uma aceleração e as funções que regem esse movimento. Nesse módulo
iremos continuar esse estudo, porém será estudado o movimento de um corpo quando
ele está sob influência da aceleração causada por um campo gravitacional uniforme,
em outras palavras, quando ele está sob influência da gravidade. Além do que foi citado
anteriormente, será considerado que os estudos apresentados nessa aula estão
ocorrendo no vácuo (a influência do ar é desprezível), ou seja, em condições ideais.

Campo Gravitacional Uniforme


Será visto nas aulas 18 e 19 (Gravitação) que quando dois ou mais corpos estão próximos
entre si, a massa de um corpo interage com a massa de outros corpo ocasionando uma
força de atração (Na aula 09 – Os Princípios da Dinâmica será estudado melhor o que é
força) entre eles. Para essa aula, é interessante que o estudante compreenda que o
planeta Terra é uma massa que interage com os seres vivos e os objetos (outras
massas) que habitam nele e ocasiona nesses corpos uma força de atração e que essa
força ocasiona a aceleração gravitacional, ou seja a gravidade.
Nosso estudo será realizado em regiões que possuem dimensões desprezíveis em
relação ao raio da Terra, pois a aceleração gravitacional provocada por ela não sofrerá
alteração na intensidade e será constante, ou seja, as regiões de estudo irão possuir um
campo gravitacional uniforme.

Baseado na explicação e na figura apresentada anteriormente, podemos definir que


Campo gravitacional uniforme é uma área em que a aceleração provocada pela Terra
em corpos (gravidade) possui o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido
em todos os pontos. Além da definição que extrairmos da figura apresentada, podemos
extrair que a aceleração gravitacional é um vetor e que é representado por 𝒈⃗. O módulo
da aceleração gravitacional pode ser representado por 𝑔 e o valor desse módulo é 𝒈 =
𝟗, 𝟖 𝒎/𝒔𝟐 aproximadamente, porém, para facilitar as contas, na resolução de exercícios é
comum considerar 𝒈 = 𝟏𝟎 𝒎/𝒔𝟐 .

Queda Livre
Ao estudarmos movimentos com aceleração constante, esse movimento é um dos mais
comuns de ser citado por estar presente no cotidiano e, como exemplos desse
movimento, podemos citar a queda de um copo e a queda de um celular.

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A queda de um corpo sempre despertou a atenção de físicos e filósofos desde o século
IV a.C. Muitas teorias tentaram explicar esse movimento, porém, por volta do ano de
1590, o físico Galileu Galilei apresentou uma teoria satisfatória sobre a queda dos
corpos. Em sua teoria, Galileu afirmou que um corpo cai com aceleração constante e que
a queda desse corpo não depende do peso dele. Com o objetivo de demonstrar sua
teoria, Galileu abandonou dois corpos diferentes de um mesmo local (De acordo com a
lenda, esse local seria a Torre de Pisa) e eles chegaram juntos ao solo.
O experimento de Galileu pode ser reproduzido em um laboratório de Física usando-se
um tubo cilíndrico oco na vertical. Por meio de uma bomba de vácuo, o ar é extraído
desse tubo o máximo possível para que a influência dele se torne desprezível no
movimento dos corpos que serão colocados dentro desse tubo. Após a extração do ar,
é colocado dois corpos dentro do tubo em uma mesma altura e eles são liberados com
velocidade inicial igual a zero (velocidade nula). É observado que esses objetos, ao serem
soltos, chegam juntos ao solo, ou seja, esse fato comprova que eles são igualmente
acelerados e que essa aceleração é a gravidade devido a interação desses objetos com
o planeta Terra.

 Equações que representam o movimento de queda livre

Como visto acima, no experimento de Galileu, um movimento de queda livre é realizado


quando um objeto é liberado, ou seja, parte do repouso (Velocidade inicial zero ou nula)
e ele é acelerado em uma região em que a gravidade possui intensidade constante e é
uniforme. Portanto é possível concluir que a Queda Livre é um Movimento
Uniformemente Variado (movimento com aceleração constante) cuja aceleração é a
gravidade (módulo 𝒈) e a velocidade inicial possui intensidade zero (𝐯𝟎 = 𝟎).
Como explicado acima, a queda livre é um MUV, pois é um movimento com aceleração
constante. Logo, as equações que utilizaremos para escrever esse movimento
matematicamente serão as equações que foram apresentadas na aula 05. Antes de
escrevermos as equações da queda livre, é necessário adotarmos um eixo cartesiano

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para definirmos o que será positivo e negativos nessas equações. Portanto, ao
adotarmos o eixo cartesiano, temos que:

Utilizando a figura fornecida acima e o eixo 𝑦 adotado, é possível escrever as seguintes


equações para a queda livre:

i. Função horária da velocidade:

Foi visto na aula 05 que a velocidade de um corpo com aceleração constante em função
do tempo pode ser obtida por meio da seguinte função: v = v + a(t − t ). Utilizando os
parâmetros fornecidos acima, podemos escrever que a velocidade de um corpo durante
uma queda livre é:
v = v + a(t − t )
𝐚 = +𝒈 (O vetor gravidade está no sentido positivo do eixo 𝑦)
→ 𝐯𝟎 = 𝟎 (Corpo liberado para cair a partir de um estado de repouso)
𝐭 𝟎 = 𝟎 (O movimento começou a ser estudado a partir do instante 0 s)

a t − t⏟ → 𝐯 = 𝒈𝐭 (Função horária da velocidade em uma queda livre)


→ v = v⏟ + ⏟

ii. Função horária da posição:

Na aula 05 foi visto que a função horária de um corpo que está em um movimento
acelerado é: S = S + v · t + · t . Da mesma forma que fizemos na demonstração i., iremos
utilizar as condições da queda livre para obtemos a posição de um corpo em função do
tempo:
a
S=S +v ·t+ ·t
2
𝐚 = +𝒈 (O vetor gravidade está no sentido positivo do eixo 𝑦)
→ 𝐒𝟎 = 𝟎 (𝐴 𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑖𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦 𝑓𝑜𝑖 𝑎 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚)
𝐭 𝟎 = 𝟎 (𝑂 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒ç𝑜𝑢 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑟 𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 0 𝑠)

𝒈
→ S = S⏟ + v⏟ · t + a · t → 𝐒 = 𝟐 · 𝐭 𝟐 (Função horária do espaço em uma queda livre)

As duas funções acimas são as principais representantes de uma queda livre, porém,
devido ao fato de a queda livre ser um MUV, todas as funções e equações apresentadas

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na aula 05 podem ser adaptas para uma queda livre. Para que o leitor possa treinar o que
foi feito acima com as funções horárias da velocidade e da posição, peço que o leitor
tente demonstrar a equação de Torricelli para a queda livre, cujo resultado é 𝐯 𝟐 = 𝟐𝒈𝐲.
Observe que o movimento de queda livre é do tipo uniformemente variado acelerado,
pois a velocidade possui taxas de variações iguais em intervalos de tempo iguais devido
a gravidade.

Lançamentos de objetos na vertical


Nesse movimento, o corpo possui velocidade inicial diferente de zero (𝐯𝟎 ≠ 𝟎), pois,
como o próprio nome sugere, o corpo não é abandonado (𝐯𝟎 = 𝟎) e sim lançado. Perceba
que, como o corpo será lançado, há duas possibilidade para o lançamento dele, ou seja,
esse lançamento pode ocorrer “para baixo” na vertical ou “para cima” na vertical. Esse
movimento também é um MUV, pois, além de possuir velocidade inicial diferente de zero,
o corpo poderá ser acelerado ou desacelerado pela gravidade. Portanto, baseado no que
foi dito acima, temos as seguintes possibilidades de lançamento para um corpo:

 Lançamento Vertical para baixo

Observe que esse movimento é similar a queda livre, porém com a diferença que, nesse
caso, a velocidade inicial não é possui intensidade zero. Devido a semelhança com a
queda livre, as demonstrações das equações que regem esse movimento serão as
mesmas apresentadas no tópico II, com a diferença que incluiremos a velocidade inicial
v_0 nas equações de movimento. Portanto, sendo esse movimento um MUV com
aceleração de módulo igual a gravidade (g) e fazendo uma comparação com a queda
livre, teremos a seguinte situação: caso, os pontos de referência serão os pontos de
fusão e ebulição da água, logo:

Utilizando a figura acima, a orientação do eixo y e as demonstrações fornecidas no


tópico II, as equações que representam um movimento vertical para baixo são:

i. Equação horária da velocidade:

v = v⏟ + ⏟
a t − t⏟ → 𝐯 = 𝐯𝟎 + 𝒈𝐭

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ii. Equação horária do espaço:
1 𝒈
S = S⏟ + v⏟ · t + a · t → 𝐒 = 𝐯𝟎 · 𝐭 + · 𝐭 𝟐

2 𝟐

iii. Equação de Torricelli:


v ≠0
a = +𝑔
v = v + 2a(S − S ) → → 𝐯 𝟐 = 𝐯𝟎 𝟐 + 𝟐𝒈𝐲
S =0
S=𝑦
Observe que, assim como na queda livre, o lançamento vertical para baixo é um
movimento uniformemente variado acelerado devido a gravidade ser uma aceleração
constante e aumentar a velocidade em taxas de variações iguais para intervalos de
tempo iguais.
Nos dois casos apresentados acima (queda livre e lançamento vertical para baixo), as
equações de movimento foram demonstradas utilizando a orientação do eixo 𝑦 para
baixo. Se o estudante preferir, ele pode utilizar o eixo 𝑦 orientado para cima para obter
as equações de movimento nesses casos, o estudante deve apenas ficar atento em
obedecer ao sentido de movimento do corpo e os sinais que cada componente das
equações de movimento deve possuir em relação ao eixo 𝑦 adotado.
Por exemplo, adotando o eixo 𝑦 para cima no caso da função horária da velocidade da
queda livre, obteríamos 𝐯 = −𝒈𝐭 ,pois a gravidade estará no sentido contrário ao eixo 𝑦
nesse caso. Perceba que esse resultado faz sentido, pois o movimento do corpo irá
ocorrer no sentido contrário ao eixo 𝑦, logo a velocidade dele irá assumir valores
negativos.
Perceba que, ao demonstrarmos as equações dos movimentos apresentados acima, não
fizemos nada demais, apenas percebemos que, em ambos os casos, o movimento do
corpo será um MUV, adotamos um sistema cartesiano de referência para estudarmos o
movimento e adaptamos as equações do MUV mostradas na aula 05 para condizerem
com as condições da queda livre e do lançamento vertical para baixo. A afirmação acima
é para que o estudante perceba como é importante que ele tenha uma maturidade
matemática e de intepretação de situações, para que ele não fique preso em um
“decoreba” e, quando necessário, consiga interpretar e traduzir matematicamente as
situações físicas com o objetivo de facilita a resolução de questões.

Exercícios

1. (OBF 2016) Durante as aulas sobre queda deverá melhor descrever a situação.
dos corpos, a professora de Ciências usando Identifique-a:
um tubo de Newton, sugeriu que um dos
alunos realizasse a experiência com e sem ar a) A bolinha de chumbo chegará primeiro, na
dentro do tubo. Inicialmente, ela inverteu o primeira experiência, pois os corpos mais
tubo e verificou que os corpos (bolinha de pesados caem mais rápido.
chumbo e pena de ave) caíram em tempos b) A pena de ave chegará depois da bolinha,
diferentes. Em seguida, retirando o ar de na primeira experiência, pois os corpos mais
dentro do tubo, inverteu novamente e leves caem mais lentamente.
verificou que os corpos caíram em tempos c) Os corpos cairão juntos, na segunda
iguais. Porém, antes da experiência, anotou experiência, pois a retirada do ar de dentro
no quadro cinco possíveis respostas, para do tubo, anulará a ação da gravidade sobre
que os alunos escolhessem àquela que eles.

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d) A bolinha de chumbo e a pena de ave relação ao movimento deste granizo
chegarão juntos nas experiências realizadas, no ar podemos dizer que:
independentes de suas massas. I) Foi lançado para cima com
e) Independente de suas massas e livre da velocidade e aceleração iniciais de
resistência do ar, na segunda experiência, os mesmo sentido do movimento do
corpos cairão juntos.
granizo.
II) No ponto mais alto a velocidade do
2. (OBF 2007) Vamos supor que os dois
granizo é zero enquanto a aceleração
granizos de tamanhos bem distintos (fotos
abaixo) são soltos no mesmo instante de uma é mínima.
altura de 10 m. III) Após o ponto mais alto, o granizo
desce com aceleração constante e
aumento na velocidade.
Então,
a) I e III estão certas.
b) Todas estão certas.
c) Só III está certa.
d) Só I está certa.
e) I e II estão certos.
Em relação a este experimento podemos
dizer que:
5. (OBF 2018) Dois alunos do Professor
I) Devido resistência do ar o objeto mais Physicson, após a sua aula sobre lançamento
pesado sempre atinge o solo em primeiro vertical de corpos, discutem sobre a
lugar. seguinte situação:
II) Desprezando-se a resistência do ar o “Se você lança para cima, verticalmente, a
objeto mais pesado sempre atinge o solo em bola 1 com uma velocidade de 2 m/s e eu
primeiro lugar. lanço para baixo, também verticalmente, a
III) Desprezando-se a resistência do ar, a bola 2, com a mesma velocidade, qual das
equação horária do movimento de ambos os bolas, com mesmo diâmetro e sem
objetos será: h = h0 – ½ g t2 resistência do ar, terá a maior componente
vertical de velocidade ao chegar ao solo?”
Então,
a) II e III estão certas.
b) Todas estão certas.
c) Só II está certa.
d) Só III está certa.
e) II e III estão certos.

3. (OBF 2007 – Adaptada) Vamos supor que


estes granizos gigantes (ou serranos, como
são chamados em alguns locais do Brasil)
caíram até o para-brisa do automóvel,
atingindo-o com velocidade de 20,0 m/s. Se a) As duas bolas chegarão ao solo com
a velocidade inicial for de 5,0 m/s, quanto módulos diferentes de velocidade vertical,
tempo levará o objeto para atingir o para- se suas massas forem diferentes
brisa? b) A bola 1
a) 1,5 s. c) As duas bolas chegarão ao solo com o
b) 2,0 s. mesmo módulo de velocidade vertical,
c) 1,0 s. independentemente de suas massas
d) 2,5 s. d) A bola 2
e) 0,5 s. e) Impossível saber se não for definida a
massa das bolas
4. (OBF 2007) Suponha que um dos granizos
gigantes foi lançado para cima, realizando o 6. (OBF 2017) O campo gravitacional de um
movimento observado na figura ao lado. Em corpo celeste é a região do espaço que o

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circunda, de modo que corpos de prova da pedra atingindo a água. Assumindo que a
quando colocados nesta região são atraídos velocidade do som é V = 340 m/s, qual a
pelo centro de massa deste corpo celeste profundidade do poço?
gerador do campo. Nestas condições,
lançamos um objeto verticalmente para
cima, a partir da superfície da Terra,
atingindo uma altura máxima de 10 m. Se
repetirmos esta experiência na Lua, onde a
gravidade é 1/6 da terrestre e com a mesma
velocidade de lançamento, o objeto atingirá
uma altura H. Determine o valor de H.
10. (OBF 2011 – Adaptada) O recordista
7. (OBF 2020) Duas esferas de aço, partindo mundial do salto em distância, o atleta
de alturas diferentes, uma a 20,0 m e a outra americano Mike Powell disse que o atual
a 16,0 m do solo, devem atingi-lo ao mesmo recordista mundial dos 100 e 200 metros
tempo. A que está a 20,0 m é solta a partir do rasos Usain Bolt poderia bater o recorde do
repouso. Considerando desprezível a salto em distância. Powell, que ainda tem a
resistência do ar, esta situação será possível melhor marca da história no salto em
se a outra for arremessada com uma distância com os 8,95 metros no Mundial de
velocidade de Tóquio, em 1991, afirmou na capital alemã
que Bolt poderia se arriscar nos saltos devido
a) 2,0 m/s vertical para baixo. a sua velocidade e altura. A figura abaixo
b) 2,0 m/s vertical para cima. ilustra a trajetória de um atleta do salto em
c) 1,0 m/s vertical para baixo. distância durante o salto.
d) 1,0 m/s vertical para cima. Determine:
e) a situação proposta não é possível. a) O tempo que o atleta permanece no ar
durante o salto;
8. (OBF 2019) Uma esteira transporta b) A altura máxima h atingida pelo atleta
cascalho até uma caçamba de comprimento durante o salto;
L = 2,00 m localizada à sua frente. A gura c) O alcance horizontal d conseguido pelo
abaixo, na qual d = 1,50 m e h = 2,50 m, atleta.
representa esquematicamente a situação de
seu funcionamento. Suponha que a esteira se 11. (OBF 2017) Um caminhão se desloca em
mova com velocidade constante e que o MRU sobre uma estrada plana e horizontal.
cascalho não rola nem escorrega sobre ela. Um bloco M está suspenso a uma altura L/2
Desconsiderando as dimensões do cascalho da carroceria do caminhão. No momento em
e o efeito resistivo do ar, determine o que o caminhão passa no ponto A, o
intervalo de velocidades no qual a esteira barbante de sustentação se rompe e o bloco
pode operar sem que o cascalho caia fora da cai em queda livre. Determine a velocidade
caçamba. do caminhão para que o bloco atinja sua
carroceria no ponto P.

9. (OBF 2019) Um estudante de física deseja


estimar a profundidade de um poço. Ele
dispara o cronômetro no instante em que
abandona uma pedra sobre sua boca e 12. (OBF 2010) Um motorista descuidado
observa que levou Δt = 2,5 s para ouvir o som deixa seu carro estacionado sem acionar o

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freio de mão. Este carro ganha velocidade e
acaba caindo de uma altura H. A trajetória 14. (OBF 2020) Em um exercício militar, um
descrita pelo carro está indicada na figura canhão localizado na extremidade de um
abaixo. planalto dispara um projétil em direção a
uma planície vizinha conforme ilustrado na
gura. O desnível entre o planalto e a planície
é de h = 475 m e a velocidade inicial do
projétil é V0 = 300 m/s. Sabendo que θ = 30o e
desprezando a resistência do ar, determine:

a) a distância horizontal percorrida pelo


projétil desde o ponto de lançamento até
onde atinge o solo, em metros;
b) a altura máxima que o projétil atinge em
relação à planície, em metros.
Determine o valor da altura H. Está indicado
no eixo horizontal a posição do carro a cada 1
segundo durante a queda.

13. (OBF 2009) A seguinte afirmação foi


extraída de um livro texto de física: “Em um
exercício demonstrativo uma arma de fogo é
apontada para um alvo elevado, que é solto 15. (OBF 2014) Uma bola é lançada
por intermédio de um mecanismo no exato horizontalmente do topo (patamar) de uma
momento em que o projétil deixa a arma. Não escada. Se as dimensões dos degraus são 2L
importa a velocidade inicial do projétil, ele de largura e L de altura, qual é o intervalo de
sempre acerta o alvo”. Discuta essa valores para a velocidade de lançamento de
afirmação, fazendo as devidas ressalvas que forma que o primeiro degrau atingido pela
o problema exige. Vide bola seja o n-ésimo degrau?

Gabarito
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
E S A C C - B - - - - - - - -

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Resoluções
Questão 1: letra E.

Quando o tubo está com ar dentro, devemos levar em conta o efeito da força de resistência do ar.
Assim, a pena sofre mais efeito dessa força que a bolinha de chumbo, demorando mais para cair.
O motivo de a pena sofrer mais a força de resistência do ar não tem a ver com sua massa, mas sim
com seu formato. Quando se faz vácuo no tubo (retira-se o ar), não existe mais resistência aos
movimentos, e ambos, pena e bolinha, caem com a mesma aceleração (igual à aceleração da
gravidade), chegando ao mesmo tempo.

Questão 2: letra D.

Analisando cada afirmativa:


I. Falso. A força de resistência do ar está relacionada principalmente com o formato do objeto, e
não com sua massa.
II. Falso. Desprezando-se a resistência do ar, independente da massa dos objetos eles sempre
chegarão ao mesmo tempo, pois caem com a aceleração da gravidade.
III. Verdadeiro. É a equação do movimento para uma queda livre (velocidade inicial igual a zero).

Questão 3: letra A.

Utilizando a equação horária da velocidade para um movimento vertical descendente:


V = V0 + gt → 20 = 5 + 10 t → t = 1,5 s

Questão 4: letra C.

Analisando cada afirmativa:


I. Falso. A velocidade inicial tem orientação vertical para cima, enquanto a aceleração (que é a
gravidade) tem orientação vertical para baixo.
II. Falso. No ponto mais alto a velocidade do granizo é, de fato, zero. No entanto, a aceleração não
é mínima: lembre-se que ela permanece constante (e igual à gravidade) durante todo o
movimento.
III. Verdadeiro. No ponto mais alto, inicia-se um movimento de queda livre.

Questão 5: letra C.

Pela equação de Torricelli, orientando o eixo positivo para cima:


 V2 = V02 + 2gΔh → V2 = V02 – 2g(-H) = V2 = V02 + 2gH.
Perceba que a velocidade ao tocar no solo, para cada um dos casos, vai depender somente da
velocidade inicial ao quadrado (ou seja, não importa se é para baixo – negativa – ou para cima –
positiva) e da diferença de altura inicial e final. Assim, ambas chegarão ao solo com mesma
velocidade.

Questão 6: H = 60 m

i) Cálculo da altura máxima de um lançamento vertical: lembre-se que, na altura máxima, a


velocidade do objeto é igual a zero. Assim, pela equação de Torricelli:
 V2 = V02 – 2gH → 0 = V02 – 2gHmáx → Hmáx = V02 / 2g
ii) Na Terra, onde g = 10 m/s2, o corpo atinge uma altura máxima de 10 m. Assim:
 10 = V02 / 20 → V02 = 200 m2/s2.
iii. Na Lua, onde glua = 10/6 m/s2, ao lançarmos o corpo com uma velocidade V0 calculada em (ii),
teremos:

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 𝐻= = = 60𝑚

Questão 7: letra B

i) Cálculo do tempo de queda da que foi solta do repouso:


 𝐻 = 𝐻 + 𝑉 𝑡 + 𝑔𝑡 ⇒ 0 = 20 + 0𝑡 − 10𝑡 ⇒ 𝑡 = 2𝑠
ii) Queremos que a que foi solta de 16 m caia ao mesmo tempo. Evidentemente, se ela for jogada
para baixo ela cairá em um tempo menor que 2 s (pois terá que cair de uma altura menor e com
uma velocidade inicial para baixo). Logo, ela deverá ser jogada para cima.
 𝐻 = 𝐻 + 𝑉 𝑡 + 𝑔𝑡 ⇒ 0 = 16 + 𝑉 ⋅ 2 − 10 ⋅ 4 ⇒ 𝑉 = +2 𝑚⁄𝑠

𝟑 𝟓
Questão 8: ≤ 𝑽 ≤ 𝟐√𝟐
𝟐√𝟐

i) Perceba que as condições limites (inferior e superior) estão representadas pelas linhas
vermelhas pontilhadas na figura abaixo:

Ou seja, o alcance horizontal A deve estar entre d = 1,5 m e d+L = 2,5 m para que o cascalho
caia dentro da caçamba.
ii) O cálculo do alcance se dá como:
⋅ ,
 𝐴 = 𝑉𝑡 =𝑉 =𝑉 =

iii) Conforme discutido em (i):
 1,5 ≤ 𝐴 ≤ 2,5 ⇒ 1,5 ≤ ≤ 2,5 ⇒ 1,5√2 ≤ 𝑉 ≤ 2,5√2 ⇒ ≤𝑉≤
√ √ √

Questão 9: h = 29,1 m (aproximadamente).

O tempo total observado é a soma do (tempo que a pedra leva para chegar ao fundo do poço) +
(tempo que o som leva para ir do fundo até a boca do poço). Assim:
 𝛥𝑡 = + ⇒ 𝛥𝑡 − = ⇒ (𝛥𝑡) − + =
Desprezando o termo de 1/vsom2:

 (𝛥𝑡) − ≈ ⇒ℎ + = (𝛥𝑡) ⇒ ℎ + = 2,5 ⇒ ℎ ≈ 29,1𝑚

Questão 10: (a) 1,13 s (b) 1,6 m (c) 6,4 m

i) Decompondo o vetor velocidade:


 V0X = 8 cos45o = 4√2
 V0Y = 8 sen45o = 4√2
ii) Conforme visto em aula teórica:
⋅ √ √
 𝑡 = = = ≈ 1,13𝑠

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iii) Conforme visto em aula teórica:

 ℎ= = = 1,6𝑚

iv) Conforme visto em aula teórica:
√ √
⋅ ⋅
 𝑑= = = 6,4𝑚

Questão 11: v = √Lg

i) Tempo de queda do bloco:


 𝑡 = = =

ii) Tempo que leva para o caminhão ficar imediatamente abaixo do bloco:
 𝑡= =
iii) Queremos que os dois tempos sejam iguais:
 = ⇒𝑣=𝐿⋅ ⇒𝑣= 𝐿𝑔

Questão 12: H = 45 m.

i) No eixo X, sabe-se que: x = Vx t. Para t = 1 s, percebe-se x = 10 m. Logo, Vx = 10 m/s.


ii) No eixo Y, sabe-se que: y = H – ½ gt2 = H – 5t2. Para t = 3 s, percebe-se y = 0 m. Logo, 0 = H – 5.9
→ H = 45 m.

Questão 13:

i) O tempo que a bala leva para percorrer a distância x é dado por:


 𝑇= =
ii) Assim, aplicando esse tempo na equação horária da posição para o eixo y:
 𝑦 = 𝑦 + 𝑉 𝑡 + 𝑎 𝑡 ⇒ 𝑌 = 0 + 𝑉 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑔
Portanto, o y da bala no instante T (que é quando a bala percorre a distância x) é:
 𝑦 = 𝑡𝑔𝜃𝑥 −
Sendo H a altura inicial do macaco, perceba que tgθ = H/x. Assim,
 𝑦 =𝐻−
iii) Vamos calcular a posição y do macaco no instante T:
 𝑦 = 𝐻 − 𝑔𝑇 = 𝐻 − 𝑔 ⇒𝑦 =𝐻−
iv) Note que no tempo T (que é o tempo que leva para a bala percorrer a distância x), as posições
da bala e do macaco são iguais. Logo, o macaco sempre será atingido.
v) Deve ser feita a ressalva de que o alcance máximo do projétil tem de ser maior ou igual que a
distância x.

Questão 14: (a) 8545 m (b) 1600 m

i) Decomposição da velocidade:
 V0X = V0 cosθ = 300 cos30o = 150√3 m/s
 V0Y = V0 senθ = 300 sen30o = 150 m/s

ii) Equação horária do espaço no eixo Y. Para determinar o tempo total de voo, basta fazer y = 0.
 𝑦 = 𝑦 + 𝑉 𝑡 + 𝑎𝑡 ⇒ 0 = 475 + 150𝑇 − 5𝑇 ⇒ 𝑇 − 30𝑇 − 95 = 0

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Resolvendo a equação quadrática:
± ( ) ⋅ ⋅( )
 𝑇= = 15 ± 8√5

Tomando o valor positivo, 𝑇 = 15 + 8√5
iii) O alcance máximo é da forma A = V0X T:
 𝐴 = 150√3 15 + 8√5 ≈ 8545𝑚(A)
iv) A altura máxima, em relação ao ponto de lançamento é:
 𝐻= = = 1125𝑚

Como queremos em relação à planície, Hmáx = H + h = 1125 + 475 = 1600 m (B)

Questão 15: 𝟐(𝒏 − 𝟏)𝑳𝒈 < 𝑽 ≤ 𝟐𝒏𝑳𝒈

i) Note que o tempo de queda para que a bolinha caia no k-ésimo degrau é:
( )
 𝑡= =

ii) Observe a figura abaixo.


Vamos considerar as situações limites:
a) A bolinha cai na quina do (n-1)-ésimo degrau:
2(𝑛 − 1)𝐿
𝐴 = 𝑉 𝑡 ⇒ (𝑛 − 1) ⋅ 2𝐿 = 𝑉 ⇒𝑉 = 2(𝑛 − 1)𝐿𝑔
𝑔
b) A bolinha cai na quina do n-ésimo degrau:
2(𝑛)𝐿
𝐴 = 𝑉 𝑡 ⇒ (𝑛) ⋅ 2𝐿 = 𝑉 ⇒𝑉 = 2𝑛𝐿𝑔
𝑔
iii) Note que se V ≤ V1, a bolinha cairá no (n-1)-ésimo degrau ou em algum degrau antes dele. Assim,
devemos ter V > V1. Além disso, se V > V2, a bolinha certamente cairá em algum degrau depois do
n-ésimo. Logo, V1 < V ≤ V2.

Referências
1. Questões e resoluções: Professor Caio Bianchi

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