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AULA 4

Mistura de Traços e Moldagem de


Corpos de Prova
RESUMO DA AULA 4:
Mistura de Traços e Moldagem de Corpos de Prova

Mistura dos traços auxiliares e moldagem dos corpos de prova


para desenho do diagrama de dosagem

Depois de fixar o teor de argamassa de 56%, chegou a hora de calcular e


misturar os traços auxiliares (pobre e rico) e moldar os corpos de prova para
desenho do diagrama de dosagem. É importante frisar que o ideal é determinar
o teor de argamassa a partir do traço intermediário, como fizemos, e
posteriormente misturar os demais traços auxiliares, sendo que, para traçar
nossa curva de dosagem precisamos de no mínimo 3 pontos, ou 3 traços. Se
possível, é interessante trabalhar com no mínimo 4 pontos, para otimizar o ajuste
das nossas equações, aumentando assim a precisão das mesmas.

Assim como a Aula 2, a Aula 4 é interativa e você pôde escolher como queria
fazer o cálculo dos traços: utilizando apenas areia regular (média) ou utilizando
nossa mescla entre as areias regular e fina (80% e 20%, respectivamente).

Vamos começar pela areia regular. Abaixo, vamos calcular a quantidade dos
materiais que temos que utilizar na betoneira. Começamos utilizando a equação
do teor de argamassa:

1+𝑎
𝛼=
1+𝑚

Relembrando, nosso teor de argamassa (α) é igual a 56% e a proporção m, do


nosso traço rico, é igual a 3,5. Logo:

1+𝑎
0,56 =
1 + 3,5

𝑎 = (4,5 × 0,56) − 1

𝑎 = 1,52

Para obter a quantidade de agregado graúdo:

𝑃 =𝑚−𝑎

𝑃 = 3,5 − 1,52

𝑃 = 1,98

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RESUMO DA AULA 4:
Mistura de Traços e Moldagem de Corpos de Prova

Para misturar nosso traço na betoneira, vamos utilizar 20 kg


de agregado graúdo (brita). Logo, transformando nosso traço unitário de
1:1,52:1,98 (cimento : areia : brita) para um traço em massa seca, teremos
10,10:15,35:20 (em kg). Devemos adicionar água aos poucos para que
possamos obter um abatimento previamente fixado, que definimos como sendo
da classe S100 (ver classificação da ABNT NBR 7212).

Agora, podemos calcular nosso traço para 1 metro cúbico de concreto.


Começamos pelo cálculo do consumo de cimento.:

𝛾
𝐶=
1 + 𝑚 + 𝑎/𝑐

Sendo:

C = consumo de cimento, em kg/m³

γ = massa específica do concreto

m = relação em massa seca de agregados/cimento, em kg/kg

a/c = relação água cimento

2400
𝐶=
1 + 3,5 + 0,45

𝐶 = 484 𝑘𝑔/𝑚³

Com estes valores, a partir do nosso traço unitário, concluímos que, além dos
484 kg/m³ de cimento necessários, para 1 m³ precisaremos de 735 kg de
agregado miúdo (areia) e 958 kg de agregado miúdo (brita). O valor da relação
a/c é um valor estimado, já que o mesmo será ajustado experimentalmente na
betoneira de modo que possamos obter o abatimento da classe de consistência
S100, fixada inicialmente.

Agora, vamos calcular nosso traço pobre (1:6,5).

1+𝑎
𝛼=
1+𝑚

Onde:

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Mistura de Traços e Moldagem de Corpos de Prova

α= teor de argamassa

a = agregados miúdos (areia, em kg)

m = relação em massa seca de agregados/cimento, em kg/kg

Relembrando, nosso teor de argamassa (α) é igual a 56% e a proporção m, do


nosso traço rico, é igual a 3,5. Logo:

1+𝑎
0,56 =
1 + 6,5

𝑎 = (7,5 × 0,56) − 1

𝑎 = 3,20

Para obter a quantidade de agregado graúdo (onde P corresponde à proporção


de agregado graúdo):

𝑃 =𝑚−𝑎

𝑃 = 6,50 − 3,20

𝑃 = 3,30

Logo, transformando nosso traço unitário de 1:3,20:3,30 (cimento:areia:brita)


para um traço em massa seca, teremos 6,06:19,39:20 (em kg).

Agora, vamos para a betoneira! Deixo como tema de casa para vocês calcular o
consumo de materiais para 1 m³ para os traços pobre e intermediário. Não deixe
de compartilhar suas dúvidas no grupo de whatsapp.

Na betoneira, vamos misturando os materiais, respeitando a ordem de colocar


primeiramente a água (80%), e posteriormente brita, areia, e cimento, e após o
restante da água.

Após misturar por 5 minutos, retiramos uma amostra suficiente para fazer o
ensaio de abatimento de tronco de cone, de modo a verificar se conseguimos,
com a quantidade de água adicionada, atingir o abatimento desejado.

Podemos moldar os corpos de prova para verificar posteriormente a resistência


à compressão, cujos valores formarão a nossa curva de dosagem. Ainda,
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podemos calcular a massa específica no estado fresco do


nosso concreto. Basta moldar o corpo de prova e dividir o seu peso pelo volume,
lembrando de descontar o peso do molde utilizado para moldar o corpo de prova.
Para o nosso traço rico, utilizando apenas areia regular, obtemos uma massa
específica de 2393 kg/m³. Com esse valor, podemos recalcular o consumo dos
materiais por m³ de concreto.

Na aula, fazemos o mesmo procedimento considerando o uso da mescla de


areias, de 80% de areia regular e 20% de areia fina. Neste caso, nosso traço
unitário ficou igual a 1:1,22:0,30:1,98 (cimento: areia regular : areia fina : brita).
Considerando a quantidade de 20 kg de brita, que utilizamos para misturar os
traços, os valores em massa seca que vão para a betoneira são iguais a
10,10:12,32:3,03:0.

Após a definição dos traços unitário e em massa, podemos calcular o consumo


dos materiais por m³ de concreto. Como a proporção entre agregados miúdos e
agregados graúdos permanece a mesma, ou seja, apenas “separamos” a
quantidade de areia em 80% de areia regular e 20% de areia fina.

Lembro novamente que os alunos do meu curso de tecnologia do concreto têm


acesso às planilhas de excel que utilizo em meu dia a dia para dosar concreto,
que efetuam automaticamente os cálculos que fizemos a mão na aula.

Agora, se você ficou com alguma dúvida, conte pra mim no grupo de whatsapp!

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