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1. INTRODUÇÃO
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA FEIRA
Podemos ressaltar que a economia solidária é uma outra forma de se fazer economia, que visa
o bem estar das pessoas e que oferece oportunidades de maneira igualitária àqueles que
podem estar menos favorecidos na sociedade. Entretanto, cabe aos conhecedores dessa outra
maneira de usar a economia disseminar essa ideia para que se torne mais popular. Dessa
forma, poderemos começar a propagar práticas que sejam inclusivas e que tragam um
significado maior para o mundo e não aquelas excludentes.
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3. OUTRA FORMA DE FAZER ECONOMIA
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No entanto, a participação nas atividades culturais durante o evento foi baixa, o que requer
uma análise mais aprofundada para entender as razões e melhorar a comunicação sobre essas
opções. O atendimento dos feirantes recebeu uma avaliação muito positiva dos consumidores.
No questionário realizado com os feirantes, a maioria eram mulheres residentes na
zona rural e se identificaram como agricultores familiares. A participação na feira ocorreu
principalmente por meio de amigos e pelo grupo de consumo, destacando a importância
dessas formas de acesso. É essencial fortalecer e apoiar a participação dos agricultores
familiares na feira, especialmente das mulheres, por meio de capacitações, acesso a crédito,
assistência técnica e parcerias com grupos de consumo. Os princípios fundamentais da feira,
como a valorização de produtos orgânicos e agroecológicos, foram confirmados pelas
respostas dos consumidores. Além da comercialização de produtos, a feira busca promover a
conscientização e o conhecimento sobre a produção sustentável, incentivando o engajamento
dos consumidores nesse processo. Os consumidores valorizaram o preço justo, a
sustentabilidade, a solidariedade e a coletividade. A feira é destacada como um espaço que
atende aos anseios e valores dos consumidores, promovendo uma experiência que vai além do
comércio, estimulando a consciência e a participação ativa em questões relacionadas à
alimentação saudável, sustentabilidade e solidariedade.
5. METODOLOGIA
Este estudo utilizou uma abordagem quantitativa e qualitativa para obter informações
sobre os consumidores e feirantes da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária.
Foram aplicados questionários estruturados aos participantes, visando obter dados
demográficos, comportamentais e avaliações sobre a feira.
A coleta de dados ocorreu por meio de uma amostra conveniente de 15 consumidores
e 14 feirantes, selecionados aleatoriamente durante a realização da feira. A maioria dos
consumidores era composta por mulheres entre 36 e 59 anos, de origem negra ou parda,
residentes em Cruz das Almas. Já os feirantes, em sua maioria mulheres residentes na zona
rural, se identificaram como agricultores familiares.
Os consumidores foram questionados sobre sua frequência na feira, como tiveram
conhecimento do evento, avaliação da experiência, percepção do atendimento dos feirantes,
participação em atividades culturais e preocupações relacionadas à sustentabilidade e
solidariedade. Os feirantes foram indagados sobre sua participação na feira, fontes de acesso
ao evento e necessidades específicas.
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Os dados coletados foram analisados por meio de técnicas estatísticas descritivas,
como frequências, médias e escalas de avaliação. A análise qualitativa das respostas abertas
foi realizada por meio de categorização temática para identificar padrões e tendências.
Os resultados revelaram que a maioria dos consumidores conheceu a feira por meio
das redes sociais e a frequenta regularmente. A avaliação do local, horário e atendimento dos
feirantes foi positiva. No entanto, poucos consumidores participaram das atividades culturais,
indicando a necessidade de compreender melhor as razões desse baixo engajamento.
Os feirantes destacaram a importância de amigos e grupos de consumo como fontes de
participação na feira. Esses resultados indicam a relevância de fortalecer o envolvimento dos
agricultores familiares, especialmente mulheres, na feira, por meio de capacitações, parcerias
e divulgação da origem dos produtos.
A pesquisa confirmou a consonância dos consumidores e feirantes com os princípios
da feira, como a valorização de produtos orgânicos, preços justos, sustentabilidade e
solidariedade. A conscientização e participação ativa dos consumidores na construção de um
sistema alimentar mais sustentável foram destacadas.
No geral, essa metodologia permitiu obter insights sobre os consumidores e feirantes
da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária, fornecendo informações relevantes
para melhorar a experiência dos participantes e promover práticas mais sustentáveis e
solidárias na produção e consumo de alimentos.
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Em relação aos hábitos de compra, os consumidores relatam que costumam realizar
suas compras em supermercados, mas expressaram interesse em comprar diretamente dos
feirantes devido à frescura dos produtos e à proximidade com os produtores. A valorização da
origem dos produtos e a preocupação com a rastreabilidade e a sustentabilidade dos alimentos
são aspectos que podem ser explorados pela feira para promover a transparência e atrair mais
consumidores. Os feirantes destacaram a oferta de hortaliças como um ponto forte, com
preços considerados justos e competitivos. A prática de consumir os próprios produtos
vendidos na feira demonstra confiança na qualidade e segurança alimentar. No entanto,
enfrentam desafios de locomoção devido à sua origem em áreas rurais, o que afeta a
regularidade e a quantidade de produtos disponíveis.
A escolha da maioria dos feirantes em não utilizar defensivos químicos em suas
culturas reflete um compromisso com a sustentabilidade e a preocupação com a saúde dos
consumidores. A dependência da feira como única fonte de renda destaca a importância
econômica do evento para esses produtores. Em suma, a análise dos dados revela a
importância da feira como um meio de promover a agricultura local, oferecer produtos frescos
e de qualidade, atender às preferências dos consumidores e garantir o sustento dos feirantes.
Essas informações podem ser utilizadas para aprimorar a oferta de produtos, promover a feira
de forma mais eficaz e proporcionar uma experiência satisfatória para os consumidores.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A análise dos dados e a reflexão teórica realizada pelo grupo ao elaborar o relatório
proporcionou uma compreensão mais aprofundada da experiência da Feira na perspectiva da
"outra economia". Os aspectos teóricos discutidos na disciplina de economia plural foram
relacionados com as práticas observadas na Feira, enriquecendo o debate e a compreensão
sobre modelos alternativos de desenvolvimento.
Nesse sentido, a pesquisa de campo e a análise dos dados da Feira contribuíram para a
ampliação do conhecimento sobre a economia plural e a consolidação da proposta da "outra
economia". Através da socialização dos dados, foi possível promover uma discussão coletiva
e enriquecedora sobre a experiência da Feira. Em suma, a pesquisa de campo realizada na
Feira e a análise dos dados obtidos proporcionaram uma visão aprofundada da experiência da
"outra economia". Essa abordagem, baseada na construção conjunta dos instrumentos de
coleta de dados, na pesquisa de campo e na sistematização dos dados, contribuiu para a
compreensão do perfil dos consumidores e dos produtores, dos princípios e valores presentes
e da contribuição da Feira para o desenvolvimento socioeconômico local.
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REFERÊNCIAS
SPECHT, Suzimary; BLUME; Roni; ENDE, Marta Von; SOUZA, Mylla Trisha Mello de. É
dia de fazer feira na Universidade: análise do perfil do consumidor da Polifeira. Redes (Santa
Cruz do Sul. Online), Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da UFSM,
v. 24, n. 3, p.183-197, set./dez. 2019.
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