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REVISTA CADERNO PEDAGÓGICO – Studies Publicações Ltda.

ISSN: 1983-0882

Movimentos sociais, cidadania e legislação de proteção ao


idoso

Social movements, citizenship and legislation to protect the


elderly

DOI: 10.54033/cadpedv20n3-012

Recebimento dos originais: 05/10/2022


Aceitação para publicação: 09/11/2023

Adriana Silveira da Silva


Mestra em Praticas Socioculturais e Desenvolvimento Social pela Universidade
de Cruz Alta (UNICRUZ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: adri01rp@gmail.com

Solange Beatriz Billig Garces


Doutora em Ciências Sociais
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: sgarces@unicruz.edu.br

Lucimara Rocha de Souza


Bacharela em Direito pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: lucimara.rocha.souza.lrs.lrs@gmail.com

Tiago Anderson Brutti


Doutor em Educação nas Ciências, Filosofia pela Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: tiagobrutti@hotmail.com

Camila Kuhn Vieira


Mestra em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social pela Universidade
de Cruz Alta (UNICRUZ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: camilakuhn1994@hotmail.com

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Klaus Vargas Karnopp


Mestre em Desenvolvimento Rural
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: klaus.karnopp@sou.unicruz.edu.br

Bruna Almeida da Silva


Bacharela em Direito pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: bruna_almeida.a@outlook.com

Everton Silveira da Silva


Graduando em Ciências Contábeis pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Instituição: Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ)
Endereço: Rodovia Mnicipal Jacob Della Méa, Parada Benito, Cruz Alta - RS
E-mail: evertonsilveira90@hotmail.com

RESUMO
os idosos representam um grupo social com necessidades e demandas
singulares, que exigem uma atenção especial por parte da sociedade e do
Estado. Sua participação ativa na vida democrática e seu engajamento em
movimentos sociais em prol das questões relacionadas aos idosos têm
desempenhado um papel fundamental na construção de uma sociedade mais
inclusiva e justa. Este estudo se propõe a analisar, de forma abrangente, os
movimentos sociais voltados para a inserção dos idosos brasileiros na vida
democrática, explorando as mudanças ao longo do tempo, as evoluções nas
legislações e políticas públicas direcionadas às demandas específicas desse
grupo. A metodologia adotada neste estudo é eminentemente bibliográfica,
englobando a análise de leis e obras relevantes sobre o tema, permitindo uma
compreensão aprofundada do arcabouço legal e das políticas que moldaram a
realidade dos idosos no Brasil. A metodologia empregada nesta pesquisa
baseia-se em dois principais pilares: uma análise bibliográfica, que utiliza
abordagem descritiva e qualitativa. Parte-se do pressuposto de que a
participação ativa dos idosos em movimentos sociais influencia positivamente a
evolução das políticas públicas em seu benefício, a hipótese é de que o
engajamento desses grupos tem sido um fator determinante na melhoria das
condições de vida dos idosos no Brasil ao longo do tempo. Além disso, espera-
se que a análise histórica e legislativa revele um progresso contínuo nas políticas
e regulamentações relacionadas aos idosos no país. Espera-se que este estudo
proporcione uma visão abrangente e aprofundada dos movimentos sociais de
inserção dos idosos na vida democrática brasileira. Antecipa-se que os
resultados demonstrem a importância desses movimentos na promoção da
cidadania dos idosos e no desenvolvimento de políticas públicas mais
adequadas às suas necessidades.

Palavras-chave: movimentos sociais, cidadania, proteção, idosos.

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ABSTRACT
The elderly represent a social group with unique needs and demands that require
special attention from society and the state. Their active participation in
democratic life and engagement in social movements on behalf of issues related
to the elderly have played a fundamental role in building a more inclusive and just
society. This study aims to comprehensively analyze the social movements
aimed at the inclusion of elderly Brazilians in democratic life, exploring changes
over time, developments in legislation and public policies aimed at the specific
demands of this group. The methodology adopted in this study is eminently
bibliographical, encompassing the analysis of relevant laws and works on the
subject, allowing an in-depth understanding of the legal framework and policies
that have shaped the reality of the elderly in Brazil. The methodology used in this
research is based on two main pillars: a bibliographical analysis, using a
descriptive and qualitative approach. Based on the assumption that the active
participation of the elderly in social movements positively influences the evolution
of public policies for their benefit, the hypothesis is that the engagement of these
groups has been a determining factor in improving the living conditions of the
elderly in Brazil over time. In addition, the historical and legislative analysis is
expected to reveal continuous progress in policies and regulations related to the
elderly in the country. It is hoped that this study will provide a comprehensive and
in-depth view of the social movements to include the elderly in Brazilian
democratic life. It is anticipated that the results will demonstrate the importance
of these movements in promoting citizenship for the elderly and in developing
public policies that are better suited to their needs.

Keywords: social movements, citizenship, protection, elderly.

1 INTRODUÇÃO
O exercício da cidadania abrange uma questão prática a ser vivenciada
pelos atores sociais idosos em busca da legitimação dos seus direitos. Nesta
perspectiva, os movimentos sociais oferecem visibilidade aos idosos para que
expressem suas demandas e conquistem reconhecimento das necessidades
emergentes da categoria e permite ainda que os idosos apresentem sugestões
de ações junto às instituições públicas, a sociedade e as famílias confrontando
suas ideias com as instituições políticas tradicionais. A presença do idoso na
elaboração das políticas públicas torna-se fator fundamental para autonomia e
emancipação desses sujeitos sociais.
Os desafios relacionados aos fatores que englobam o envelhecimento
populacional têm incentivado debates sobre a questão em âmbito global e a

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partir dessas discussões temos o resultado da promulgação de leis e políticas


públicas específicas para as demandas do idoso.
Partindo do pressuposto de que a participação ativa dos idosos em
movimentos sociais influencia positivamente a evolução das políticas públicas
em seu benefício, a hipótese é que o engajamento desses grupos tem sido um
fator determinante na melhoria das condições de vida dos idosos no Brasil ao
longo do tempo. Além disso, espera-se que a análise histórica e legislativa revele
um progresso contínuo nas políticas e regulamentações relacionadas aos idosos
no país.
Para explicar o fenômeno sugerido neste projeto e alcançar os objetivos
propostos, será realizada uma pesquisa qualitativa e bibliográfica. A pesquisa
qualitativa compreende que as pessoas compartilham experiências e atribuem a
elas significados diversos. Para estudar esses significados, Chizzotti (2013)
destaca que o termo qualitativo implica uma imersão profunda com pessoas,
fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, permitindo extrair dessas
interações os significados visíveis e latentes que só podem ser percebidos com
uma atenção sensível.
Seguindo esse processo, o autor interpreta e traduz em um texto,
cuidadosamente elaborado, os significados evidentes ou ocultos de seu objeto
de pesquisa, com perspicácia e competência científicas. Além disso, a pesquisa
bibliográfica, conforme Gil (2002), é baseada em materiais já disponíveis, com
fontes principais sendo livros e artigos científicos. Ela é realizada por meio do
levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas em meios
escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos e páginas de websites. De
acordo com Fonseca (2002), todo trabalho científico começa com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já foi estudado sobre
o assunto.
Apresenta-se aqui que o envelhecimento populacional é um desafio global
que exige atenção às necessidades e direitos dos idosos. O Brasil, como um
país em rápido envelhecimento, enfrenta questões relacionadas à saúde,
segurança e bem-estar dos idosos. As discussões internacionais e as políticas
públicas levantadas aqui buscam promover a participação ativa e a dignidade
dos idosos, reconhecendo seu valor na sociedade em constante mudança.
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Diante disso, este presente estudo tem como objetivo analisar os


movimentos sociais voltados para a inserção dos idosos brasileiros na vida
democrática, explorando as mudanças ao longo do tempo, as evoluções nas
legislações e políticas públicas direcionadas às demandas específicas desse
grupo. Por fim, destaca-se que a pesquisa está intrinsecamente ligada à
linguagem e à hermenêutica, já que a análise dos dados será conduzida por
meio da ADC, por isso também, se alinha com a linha de pesquisa "Linguagem,
Comunicação e Sociedade", que busca discutir questões relacionadas à
linguagem, discurso, ideologia e narrativas em contextos sociais, culturais,
políticos, econômicos e ambientais.

2 DESENVOLVIMENTO
2.1 MOVIMENTOS SOCIAIS, DEMOCRACIA E CIDADANIA
Aborda-se, neste primeiro tópico, a complexa relação entre o
envelhecimento populacional, cidadania, direitos humanos e movimentos sociais
no contexto brasileiro. Destaca-se a falta de preparo da sociedade e do Estado
para lidar com o aumento da longevidade e a crescente população idosa,
tornando o envelhecimento uma questão de cidadania e direitos humanos. A
necessidade de políticas públicas adequadas para atender às demandas dos
idosos é ressaltada. Explora-se também a importância da participação ativa dos
idosos em movimentos sociais na defesa de seus direitos e na promoção de
políticas públicas apropriadas. Além disso, são discutidas as mudanças na visão
sobre o envelhecimento e o papel dos movimentos sociais na sociedade
brasileira, bem como o contexto global das discussões sobre o envelhecimento.
A cidadania ativa, a participação popular e a importância dos movimentos sociais
para a democracia são temas recorrentes ao longo do texto. Portanto, a análise
se concentra na interseção entre o envelhecimento, a cidadania, os direitos
humanos e o ativismo social.
Sobre isso, Barroso (2006) assinala que a mesma sociedade responsável
pelo aumento da longevidade não criou condições favoráveis para que as
pessoas idosas pudessem usufruir satisfatoriamente essa conquista. Na
sociedade brasileira, não houve preparo para enfrentar os desafios advindos do
aumento do número de idosos e, assim, como no debate internacional, o
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fenômeno do envelhecimento brasileiro passou a ser uma questão de Cidadania


e Direitos Humanos.
Veras (2009) destaca que o Brasil é um jovem país de cabelos brancos e
os indicadores de crescimento da população acima de 60 anos exige um
planejamento e políticas públicas adequadas para atender a nova realidade.
Observa-se que em um período inferior a 40 anos, o Brasil passou de um cenário
de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de
enfermidades complexas e onerosas, típica dos países longevos, caracterizado
por doenças crônicas e múltiplas que perduram por anos, com exigência de
cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos.
A nova dinâmica social gera reflexos na estrutura da saúde pública,
observados com o aumento da procura por serviços de saúde pelos idosos assim
como internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do
leito costuma ser superior quando comparado a outras faixas etárias. O
envelhecimento populacional requer organização do sistema público de saúde,
efetivação de políticas públicas adequadas as demandas e das famílias (VERAS,
2009).
Ao analisar os desafios, demandas e inovações que o envelhecimento
demanda, Veras (2009) aponta os principais problemas enfrentados pelos idosos
brasileiros:

Cotidianamente, os idosos brasileiros convivem com medo de


violências, falta de assistência médica e de hospitais e escassas
atividades de lazer, além de angústias com os baixos valores das
aposentadorias e pensões. Apesar do substancial aumento desses
valores nos últimos anos, e os valores ainda serem reconhecidamente
pequenos, já se observam reflexos positivos, conforme indicado na
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) (VERAS, 2009,
p. 550)

O Brasil é um país jovens que precisará organizar sua estrutura tomando


como exemplo a realidade de países longevos. O envelhecimento é um tema
que possui diversas particularidade e demanda atenção a nível mundial. “Dessa
forma, a organização do sistema para uma eficiente atenção à população idosa
afigura-se como um dos principais desafios que o setor saúde tem que enfrentar,
o mais rápido possível” (VERAS, 20009, p.550).

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A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o período de cinco


décadas, entre 1975 e 2025, como a era do envelhecimento nas sociedades
ocidentais, dada a tendência flagrante para o crescimento da fração de
indivíduos considerados idosos, com idade equivalente ou superior a 60 anos
(Organização das Nações Unidas 1992). Neste sentido, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) definiu como idoso o limite de 65 anos ou mais de idade para
os indivíduos de países desenvolvidos, e 60 anos ou mais de idade para
indivíduos de países subdesenvolvidos (Mesquita 2009).
Em 1982 ocorreu a primeira Assembleia das Nações Unidas sobre o
envelhecimento, na cidade de Viena estabelecendo o marco mundial de
discussões sobre o envelhecimento na agenda mundial.

Um dos principais resultados do plano de Viena foi colocar na agenda


internacional as questões relacionadas ao envelhecimento individual e
populacional. O pano de fundo eram as condições de vida dos idosos
dos países desenvolvidos. Percebia-se a necessidade da “construção”
e do reconhecimento da pessoa idosa como um novo ator social,
contemplando as suas necessidades e especificidades. Parte das
recomendações visava promover a independência e fortalecer as
condições de saúde física, cognitiva, mental e financeira para garantir
a autonomia da pessoa idosa. Nesse sentido, o documento
apresentava também um forte viés de estruturação baseado em
políticas ligadas ao mundo do trabalho (ALCÂNTARA, CAMARO e
GIOCOMIN, 2016, p.18).

Os autores Alcântara, Camaro e Giacomin (2016) destacam um ponto


relevante estabelecido no encontro de Viena que apontou uma percepção do
idoso descrita como indivíduos independentes financeiramente, e, portanto, com
poder de compra e assim, suas necessidades precisavam ser olhada, pois
agregavam valor à economia e permitiam o desenvolvimento de um novo nicho
de mercado e outro ponto ressaltado destaca a necessidade da conscientização
dos países para a realização de planos estratégico de ação propostas que
garantissem um envelhecimento saudável. A recomendação destaca que a
sociedade deveria adotar um conceito positivo e ativo de envelhecimento,
orientado ao desenvolvimento econômico e social, o que significa uma mudança
de visão do papel do idoso na sociedade. O plano contém ainda uma forte
sugestão para a medicalização do processo de envelhecimento.

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No ano de 1991 foram aprovados, na Assembleia Geral da ONU, os


Princípios das Nações Unidas em prol das Pessoas Idosas, através da
Resolução no 46/91, que se revestiu de fundamental importância para
a consolidação do norteamento das políticas para idosos. Os princípios
direcionam para respostas frente aos desafios do processo de
envelhecimento com novos conceitos versando sobre independência,
participação, cuidados, autorrealização e dignidade (VERAS E
OLIVEIRA, 2018, p.1930).

Os princípios em favor das pessoas idosas formulados pela ONU


orientam-se em torno de cinco eixos: independência, participação, cuidados,
autorrealização e dignidade. São princípios que torna específico para o grupo de
população idosa a Declaração Universal dos Direitos Humanos. No aspecto
relativo à participação, defende a integração do idoso na sociedade,
principalmente, através de sua colaboração no planejamento e execução das
políticas que afetem diretamente o seu bem-estar. Igualmente, propõe que as
pessoas idosas deverão buscar e aproveitar as oportunidades de prestar
serviços à comunidade e trabalhar como voluntários de acordo com os seus
interesses e capacidades (ONU, 2000a).
E em 1992, a Conferência Internacional sobre o Envelhecimento reuniu-
se seguir na construção do plano de ação, adotando a Proclamação do
Envelhecimento. Seguindo a recomendação da Conferência, a Assembleia Geral
da ONU declarou 1999 o Ano Internacional do Idoso. Constatou-se um reflexo
imediato, nos anos 90, das realizações de assembleias e reuniões
internacionais, através da transformação da representação do idoso, que a
imagem de vulnerável e dependente, passando a dispor de uma representação
ativa e saudável (VERAS E OLIVEIRA, 2018).
A II Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento ocorreu em abril de 2002
para definir as diretrizes que orientariam as políticas públicas relativas à
população idosa para o século XXI. As propostas resultantes do encontro
basearam-se em uma novo projeto de velhice, construído em torno do conceito
de envelhecimento produtivo. A estratégia internacional para enfrentar os
desafios do aumento quantitativo das pessoas com mais de 60 anos de idade
centraliza ações para viabilizar a inclusão social dos idosos. O Plano de Ação
Internacional prevê a capacitação dos indivíduos acima dos 60 anos para que

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atuem plena e eficazmente na vida econômica, política e social, inclusive,


mediante o trabalho remunerado ou voluntário (ONU:2002d).
O novo conceito apresentado pela Organização das Nações Unidas
representa uma mudança radical na imagem anteriormente dominante sobre a
velhice, que deixa de ser sinônimo de exclusão e incapacidade para assumir um
conceito de total inserção social (Fonte, 2002).
Fonte (2002) acredita que vivemos atualmente um momento de
redefinição das imagens dominantes sobre a pessoa idosa e dos principais
enfoques e diretrizes que orientaram os estudos sobre o envelhecimento. O
primeiro aspecto que marca de alteração se refere à orientação central que
sempre estimulou a curiosidade e as pesquisas científicas voltadas para o
envelhecimento humano que tradicionalmente, procurou-se entender essa fase
da vida como forma de encontrar a superação. Nas duas últimas décadas, o
principal objetivo foca no entendimento da realidade da pessoa idosa e a
abertura de espaços de participação nas diversas estruturas sociais. Em outras
palavras, observa-se a transformação de uma abordagem historicamente
centrada nos aspectos individuais e biológicos da velhice para uma perspectiva
que identifica as pessoas idosas como um setor social de crescente importância.
Segundo Fonte (2002) a mudança reflete as preocupações que suscitam
o envelhecimento populacional, considerado uma das principais transformações
ocorridas no século XXI uma espécie de revolução demográfica caracterizada
pelo aumento do número de pessoas com mais de 60 anos e do crescimento da
proporção que representa esse grupo sobre o total da população. O incremento
do grupo social de idosos gera novas demandas de serviços e assistência
sociosanitária, que pressionam para a reorganização do atual sistema de
distribuição dos recursos públicos, tanto nas sociedades consideradas
emergentes como nos países centrais.
Diante do novo cenário, o envelhecimento populacional provoca a
transformação da velhice em um problema social, entendido como um fenômeno
que se relaciona com os demais setores e estruturas da sociedade. Este
fenômeno quantitativo vem acompanhado por mudanças substanciais nos
discursos e práticas dirigidas ao coletivo de idosos (Fonte, 2002).

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A pluralidade da dinâmica social atual abrange a coexistência de


interesses coletivos e individuais variados e os movimentos sociais tornam-se
uma ferramenta de intervenção que atende a representação política ativa e atua
na defesa de interesses e necessidades de determinados grupos. O exercício e
a mobilização dos grupos de interesse social são fundamentais para sustentar o
sistema democrático de direito e o pleno exercício da cidadania.
Gohn (2011) define movimento social como “ações sociais coletivas de
caráter sócio-político e cultural que viabilizam formas distintas de a população
se organizar e expressar suas demandas” (p.335).

Na ação concreta, essas formas adotam diferentes estratégias que


variam da simples denúncia, passando pela pressão direta
(mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem
constituída, atos de desobediência civil, negociações, etc.) até as
pressões indiretas. Na atualidade, os principais movimentos sociais
atuam por meio de redes sociais, locais, regionais, nacionais e
internacionais ou transnacionais, e utilizam-se muito dos novos meios
de comunicação e informação, como a internet (GOHN, 2011, p. 335-
336).

Barroso (2006) destaca que os movimentos de idosos têm demonstrado


que eles estão se recusando a permanecer nos lugares que lhe são impostos
pela sociedade. Também não confiam em instituições partidárias e
parlamentares. Os idosos que participam desses movimentos saíram dos
espaços privados, onde não são ouvidos, para espaços deliberativos.
Em relação aos direitos do idoso, o aposentado é considerado um
importante ator político no nosso Brasil, representados por uma das maiores
categorias, o movimento do aposentado avança o espaço circunscrito e aparece
com pautas e demandas próprias e em contraste com os estereótipos
debilitantes, o idoso aposentado, muitas vezes, é o provedor da família, questão
que reforça o seu papel na sociedade (Barroso, 2006).
Para Barroso (2006) reforça que os movimentos sociais e Conselhos do
idoso têm demonstrado uma recusa em permanecer nos lugares isolados da
sociedade. Os idosos que participam de movimentos deixaram o espaço privado
para integrarem espaços deliberativos e coletivos. Esse tipo de Protagonismo
contribui para que o idoso ganhe cada dia mais força e ressignifique seu lugar
na família, na comunidade e no país.

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O movimento dos aposentados, no Brasil, se destaca na luta pelo


reajuste do valor das aposentadorias, que começa a perder poder de
compra aceleradamente, coincidindo com a implantação do modelo
neoliberal. A primeira grande mobilização que deu visibilidade à causa
dos idosos, aposentados e pensionistas ocorreu por ocasião da
Constituinte de 1988. Idosos de todas as partes do Brasil
demonstraram sua força política nas galerias do Congresso e Praça
dos Três Poderes. O movimento dos 147% (diferença no reajuste de
quem ganhava acima de um salário-mínimo), foi emblemático na
organização dos aposentados, sendo considerado seu ápice. Foi
pautado pela mídia de maneira constante e positiva, o que contribuiu
para multiplicar as adesões ao movimento e dar visibilidade às mazelas
do envelhecimento. O movimento foi vitorioso, culminando com a
vitória judicial, o que possibilitou uma ampliação do processo de
empoderamento dos aposentados. Mas esta estratégia continha em si
seu contrário, pois propiciou também um esvaziamento do movimento
após a efetivação das conquistas financeiras (VERAS E OLIVEIRA,
2018, p. 1932).

Benevides (1994) aborda as noções de cidadania voltadas para o


aperfeiçoamento dos direitos políticos do cidadão como implementação de
mecanismos de democracia direta e a educação política do povo e elemento
indispensável na causa e consequência da democracia e da cidadania.
Benevides (1994) destaca a relevância de instrumentos como referendo,
plebiscito e a iniciativa popular como formas de participação política que
complementam os mecanismos de democracia representativa e colaboram para
o desenvolvimento significativo da educação política dos cidadãos.
No levantamento sobre o efetivo exercício da cidadania e da democracia
a partir da análise do perfil de formação do Brasil, marcado por desigualdades
decorrente do sistema oligárquico, autoritário, populista e corporativista
presentes na estrutura governamental brasileira desde a colonização. O
eleitorado brasileiro, caracteriza-se por altos índices de analfabetismo, baixa
escolaridade, desinformados politicamente, falta de participação em instituições
de representação (como sindicados e entidades de representação), 75% com
renda familiar inferior a 2,5 salários mínimos, elevado índice de audiência a
veículos de comunicação de massa (rádio e televisão, que são altamente
influenciados por interesses particulares) (BENEVIDES, 1994).
Ao alimentar as justificativas defendidas pelas elites em defesa de uma
participação passiva do cidadão, Benevides (1994) oferta elementos que
justificam a importância do exercício da cidadania efetiva para a ampliação da
cidadania ativa e defende a participação popular como uma escola de cidadania,
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sendo que o mais importante é garantir ao povo a informação e a consolidação


institucional de canais abertos para a participação, com pluralismo e liberdade.
Benevides (1994) acredita que a educação política do povo é ferramenta
essencial para o exercício integral da cidadania para termos um pluralismo
político no contexto em que os próprios interessados se transformem em novos
sujeitos políticos. E, por fim, a autora ressalta a importância da participação
popular através de mecanismos de democracia como plebiscitos, referendos e
iniciativas populares.
Luchmann (2011) elabora um paralelo sobre a importância da vida
associativa para a democracia e apresenta como o Brasil avança neste sentido,
quando fortalece o associativismo nas últimas décadas no país. Na amplitude
das discussões em relação à heterogeneidade no campo associativo aponta os
benefícios a defesa dos mais vulneráveis e excluídos, caráter pedagógico no
momento que promove o processo de educação política, promoção da relação
de confiança, cooperação e espirito público, as denúncias de relação de poder,
participação na elaboração e controle de políticas públicas, associações
cultivadoras de virtudes cívicas consideradas cruciais para uma sociedade
democrática, ampliar os domínios das práticas democráticas para diversas
esferas da vida social, se constituindo em meios alternativos para dar voz aos
desfavorecidos em função das condições desiguais de distribuição de dinheiro e
poder.
Hernadez (2017) realiza um levantamento histórico dos perfis dos
movimentos sociais ocorridos ao longo das décadas de 60, que se caracterizava
por lutas de classes, por exemplo a classe operária versus a burguesia. A partir
da 2ª metade do século XX se voltam aos aspectos coletivos e problemas
interseccionais relacionados à esfera pública em seu conjunto: pobreza,
discriminações, questões de gênero e sexualidades, raciais, contra as guerras,
organizado e mobilizado por grupos sociais segmentados como jovens,
mulheres, negros, enfim.
A expansão da globalização, coincidindo com uma mudança considerável
na democracia vinculada à crise do modelo de Estado de Bem-Estar social como
formas de governo vão abrindo espaço para a insurgência de uma “nova”
sociedade civil que já não dependia tanto das instituições para se organizar. Na
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Latino América, ditaduras fizeram emergir grupos sociais organizados e ações


coletivas consistentes que lutaram contra os regimes de exceção (HERNANDEZ,
2017).
Os movimentos sociais ocorridos na década de 90 marcaram com foco
voltado às questões éticas e valores humanos e voltados ao ambiente. Também
foi um período de forte crescimento das Organizações Não Governamentais
(ONGs) e de políticas públicas e/ou participativas implementadas pelo próprio
poder público. A participação ativa da sociedade civil nas políticas sociais marca
uma atividade “mais política” dos movimentos sociais, preocupados com
mudanças macro-estruturais para além das lutas específicas de cada movimento
social em separado (HERNANDEZ, 2017).
O século XXI chega nessa atmosfera de um cenário político social
internacional que modifica algumas lógicas e compreensões que tínhamos sobre
os movimentos sociais. É neste cenário que em 2001 ocorre no Brasil o I Fórum
Social Mundial em oposição ao Fórum Econômico Mundial realizado na Suíça.
O evento realiza a interlocução entre diversos movimentos sociais, sindicatos,
coletivos militantes, ONGs, indígenas, com foco principal luta a globalização
neoliberal e seus desdobramentos em diferentes setores da vida, das culturas,
das cidades e do ambiente, pela participação democrática e justiça social. O
Fórum Social Mundial foi um movimento de convergência internacional
(HERNANDEZ, 2017).
O século XXI, diferentemente dos séculos anteriores, viu nascer um
sujeito político internacionalmente articulado, em rede, também mediado pela
expansão das mídias alternativas e pelo advento da internet. Hernandez (2017)
salienta que mesmo que a grande mídia esconda alguns fatos, movimentos
sociais, através da internet conseguem expor e ter sua comunicação
apresentada a todos.
A autora identifica que esses fatores trazem a emergência de movimentos
sociais transnacionais, enquanto grupos políticos que
interseccionam/entrecruzam diferentes lutas; e a forte crise da “soberania” dos
estados-nação, sendo que nenhuma das duas garante a expansão de um estado
democrático de direito.

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Estou afirmando que a ideia de vincular a política à representação


partidária é um problema social no Brasil, na Latino América e em muitos países,
pois enfraquece o poder popular. Neste sentido a autora avalia a questão do 2º
“impeachment” brasileiro, caracterizando que o fato recebeu novas roupagens
do 1º, que retirou Fernando Collor de Mello do governo no final de 1992. Nesse
momento ocorre uma articulação bem tramada dos partidos de oposição
inclusive, os que formavam coalizão com o governo aliados ao Poder Judiciário,
ao setor midiático e empresarial, cometendo um verdadeiro crime constitucional
antidemocrático. O povo que elegeu a presidenta Dilma Rousseff, por eleições
diretas, não participou ativamente da decisão e as mobilizações sociais que
declararam o processo como um novo golpe de Estado foram fortemente
criminalizadas em muitas capitais brasileiras (HERNANDEZ, 2017).
Hernandez (2017) enfatiza a preocupação com ocorrência desses fatores
que desarticulam o poder de decisão e organização dos interesses legítimos dos
movimentos sociais, ao serem cruzados e manipulados pelos representantes
políticos que em muitas situações ao invés de defender o interesse do povo,
defende interesses particular das elites oligárquicas. Assim Hernandez ressalta
que antes de esperar que as decisões para os problemas sociais venham do
setor político-governamental ou difamar os movimentos sociais como
inoperantes, temos que pensar onde está nosso poder, nossa capacidade de
poder-fazer para além das urnas, pois só assim podemos participar da “coisa
pública” que é a política.
Em suma, este tópico inicial demonstra a evolução do envelhecimento
como uma questão central na sociedade brasileira, exigindo ações concretas e
políticas públicas adequadas. A participação ativa dos idosos em movimentos
sociais se revela fundamental na promoção da cidadania e na defesa de direitos
específicos desse grupo. Nesse contexto, o próximo tópico explorará a cidadania
da pessoa idosa em maior detalhe, analisando os direitos, desafios e as
implicações da participação ativa na vida democrática, reforçando a importância
de reconhecer plenamente a cidadania desse segmento da população e garantir
sua inclusão e participação ativa na sociedade.

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2.2 A CIDADANIA DA PESSOA IDOSA


O segundo tópico deste texto abordará a relação entre cidadania e
envelhecimento, um tema complexo e importante para garantir os direitos da
pessoa idosa. A cidadania é um conceito fundamental que engloba os direitos
civis, sociais e políticos de todos os cidadãos, independentemente da idade.
Aborda-se como a percepção social do envelhecimento muitas vezes distorce
esses direitos, levando à marginalização dos idosos e à negação de sua
cidadania. Explora-se também, como a legislação e políticas públicas têm
evoluído ao longo da história do Brasil para garantir a cidadania da pessoa idosa,
reconhecendo a diversidade desse grupo e a importância de sua inclusão na
sociedade.
Dessa forma, sabe-se que a relação entre cidadania e envelhecimento é
um tema importante e complexo que tem sido discutido em diversos contextos.
A cidadania é um conceito fundamental para a garantia dos direitos civis, sociais
e políticos de todos os cidadãos, independentemente da idade.
A percepção social do envelhecimento muitas vezes é distorcida, levando
a atitudes negativas que resultam na marginalização econômica e social dos
idosos, com a consequente negação de seus direitos de cidadania. O processo
de envelhecimento é notavelmente diversificado, influenciado por fatores
variados, incluindo condições sociais, culturais, econômicas, geográficas, entre
outros. Essa diversidade significa que não há uma abordagem única para lidar
com o envelhecimento da população. Reconhecer e abordar essas
complexidades é fundamental para promover uma sociedade mais inclusiva e
justa para todas as faixas etárias, garantindo que os idosos mantenham plenos
direitos de cidadania (PARIOL et al.,2019).
A garantia de direitos e ampliação da cidadania para a pessoa idosa
ocorre principalmente após o processo de democratização do Brasil que permite
a abertura “como na luta pelos 147% de reajustes nas aposentadorias durante o
Governo Collor, e para a organização de idosos que passaram a implementar
fóruns, conselhos, centros (FALEIROS, 2007, p.36).

Os direitos relacionados a velhice incluem principalmente a cobertura


das necessidades básicas, proteção, reciprocidade familiar e
protagonismo do idoso. A incorporação da questão do envelhecimento

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nas políticas públicas brasileiras, seja por entidades públicas, seja por
iniciativa da sociedade civil, não é nova. Na verdade, a proteção social
para a população idosa brasileira teve sua origem no período imperial,
com os montepios civis e militares e outras sociedades beneficentes.
Em 1888 foi regulamentado o direito à aposentadoria dos empregados
dos Correios. As primeiras políticas previdenciárias de iniciativa estatal
para trabalhadores do setor privado surgiram no início do século XX,
com as leis de criação do seguro de acidentes do trabalho em 1919 e
a primeira caixa de aposentadorias e pensões em 1923 (Lei Eloy
Chaves). Estas políticas, no entanto, cobriam apenas alguns pequenos
grupos populacionais e se limitavam à cobertura de uma renda quando
da perda da capacidade laborativa (ALCÂNTARA, CAMARO e
GIOCOMIN, 2016, p.18).

Faleiros (2007) ressalta que os estigmas socias relacionados a velhice no


Brasil abrange questões culturais que considera a juventude o grupo maioritário
da população e valoriza a estética corporal atrelada a beleza e politicamente,
com desvio da atenção às mudanças políticas e sociais que reduziu o papel do
Estado em benefício do mercado.
Na retrospectiva histórica das legislações brasileiras (FAVEIROS, 2007)
aponta que primeiramente a velhice começa a ser tratada como uma etapa
improdutiva, considerando que o sujeito ao tornar-se excluído da esfera do
trabalho. Na Constituição de 1934 entende que a velhice merecia favores e apoio
filantrópico das instituições de caridade. O art. 21, item h trata como direitos
trabalhistas, na implementação da previdência social em favor da velhice e a
previdência social em favor dos idosos ampara uma contribuição tripartite do
empregador, empregado e União. A Constituição de 1937 (art. 137) reafirma o
seguro da velhice ao trabalhador (FALEIROS, 2007).
A constituição de 1946 (art. 157) dispunha sobre a formulação de
previdência “contra as consequências da Velhice”, ampliando a ideia de um
seguro social somente para os trabalhadores industriais (FALEIROS, 2007). E
no art. 158 da Constituição de 1967 estabelece previdência social nos casos de
velhice.

Nos anos 1960 inauguraram um trabalho pioneiro no Serviço Social do


Comércio (SESC), voltado para pessoas idosas, em um cenário no
qual predominava o assistencialismo. O primeiro reflexo no Brasil, no
que se refere às mudanças radicais da visão do envelhecimento
impactando a legislação, foi na Constituição Federal promulgada em
1988, na qual os movimentos constituintes imprimiram o conceito de
“participação popular” (VERAS E OLIVEIRA, 2018, p.1931).

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Em 1974 ocorre a promulgação da Lei 6.119/74 que institui a renda


mensal vitalícia, no valor de 50% do salário mínimo para os maiores de 70 anos
de idade que houvessem contribuído, pelo menos um ano, com a Previdência
Social(FALEIROS, 2007).
No ano de 1982 começam a surgir as primeiras Universidades da Terceira
Idade e a década de 80 também é marcada pela ampliação dos espaços e
formação de grupos de convivência para idosos (FALEIROS, 2007).
A constituição de 1988 define os diretos do idoso as esferas da assistência
social, da família, do trabalho e da previdência e estabelece a necessidade de
proteção como o incentivo ao protagonismo, à participação e à qualidade de vida
que, de fato, devem ser articuladas na implementação das políticas sociais
formalmente assinadas na Constituição.

O grande avanço em políticas de proteção social aos idosos brasileiros


ocorreu com a CF/1988, que levou em consideração algumas
orientações da Assembleia de Viena. Foi introduzido o conceito de
seguridade social, fazendo com que a rede de proteção social deixasse
de estar vinculada apenas ao contexto estritamente social-trabalhista
e assistencialista e passasse a adquirir uma conotação de direito de
cidadania. O resultado foi que o Brasil passou a ser um dos pioneiros
na América Latina na implementação de uma política de garantia de
renda para a população trabalhadora.11 Acesso à saúde e educação
também foram garantidos para toda a população pela CF/1988, bem
como a assistência social para a população necessitada. O ensino
fundamental passou a ser obrigatório e gratuito, tendo sido
assegurada, inclusive, a sua oferta para todos os que não tiverem
acesso a ele na idade própria(ALCÂNTARA, CAMARO e GIOCOMIN,
2016, p.24).

A Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, estabelece a Política Nacional do


Idoso (PNI), que no (art. 1º) estabelece o objetivo de assegurar os direitos sociais
do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação efetiva na sociedade. O PNI prevê a participação no relacionamento
intergeracional e por meio de organizações representativas e um sistema
descentralizado.

A Política Nacional do Idoso nasceu com concepção avançada para


sua época, mas não conseguiu ser aplicada em sua totalidade. Esta lei
também priorizou o convívio em família em detrimento do atendimento
asilar, e definiu como pessoa idosa aquela maior de 60 anos de idade
(em países da Europa, por exemplo, idosos são aqueles com 65 anos
ou mais). Esta Política também sofreu influência das discussões
nacionais e internacionais sobre a questão do envelhecimento,
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evidenciando não só o idoso como um sujeito de direitos, mas


preconizando um atendimento de maneira diferenciada em suas
necessidades físicas, sociais, econômicas e políticas. Essa lei foi
resultado de discussões e consultas por todo o país, com ampla
participação de idosos, gerontólogos e a sociedade civil em geral
(VERAS E OLIVEIRA, 2018, p 1932)

No primeiro semestre de 2003 o Conselho Nacional do Idosos reuniu-se


pela primeira vez. Atualmente existem Conselhos Estaduais em todos os
estados brasileiros e nos municípios.
O Estatuto do Idoso, lei 10.741, 1º de outubro de 2003 estabelece que:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder


Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e a convivência familiar e comunitária” (art. 3º).

O decreto 5.108/2004 estabelece o papel dos conselhos “um órgão do


colegiado de caráter deliberativo, integrante da estrutura básica da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Previdência da República, tendo por
finalidade elaborar as diretrizes para a formulação e implementação da Política
Nacional do Idoso, bem como acompanhar e avaliar sua execução (FALEIROS,
2006).
Outro marco importante para o exercício de reconhecimento e valorização
do sujeito idoso ocorre de 23 a 26 de maio de 2006 com a realização da 1ª
Conferência Nacional da Pessoa Idosa, com a participação de 725 pessoas de
todos os estados brasileiros que apontaram como a principal pauta a ser
trabalhada inclui as relações intergeracionais na família e na escola (FALEIROS,
2007).
No ano de 2009 ocorreu a 2ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa
Idosa (CNDPI) orientada com o tema, “Avaliação da Rede Nacional de Defesa e
Proteção da Pessoa Idosa: Avanços e Desafios”, sendo precedida por
conferências municipais, regionais, territoriais, estaduais e distrital, em 1.154
municípios brasileiros, com participação de cerca de 61 mil pessoas,
impulsionadas pela necessidade de efetivação do sistema de garantia dos
direitos da população idosa. A 2ª conferência objetivou avaliar o
desenvolvimento das estratégias de constituição e funcionamento da Rede
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Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (RENADI),


identificando os avanços e desafios do processo de implementação das políticas
destinadas a realizar os direitos da pessoa idosa. Destaca-se, nessa
conferência, a aprovação da moção de criação do Fundo Nacional do Idoso que,
posteriormente, foi criado pela Lei nº 12.213 de 20 de Janeiro de 2010 (SANTO,
2019).
Em 2011 acontece a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da pessoa
Idosa, com o tema “Compromisso de Todos por um Envelhecimento Digno no
Brasil”, com objetivo de debater os avanços e desafios da Política Nacional da
Pessoa Idosa (PNI) na perspectiva de sua efetivação sob a ótica da
universalização dos Direitos Humanos. No evento foi possível ampliar o debate
democrático das discussões e articulações coletivas de propostas e estratégias
que serviram como diretrizes para o aprimoramento de diversas políticas
públicas voltadas para as pessoas idosas. Nessa conferência teve o maior
percentual de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos entre os delegados
representantes da sociedade civil (SANTO, 2019).
A 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa realizou-se no
ano de 2016, com o temática “Protagonismo e Empoderamento da Pessoa Idosa
– Por um Brasil de todas as Idades”, com a participação de 671 pessoas, entre
delegadas/os, convidadas/os, observadores, palestrantes e acompanhantes de
todas as regiões do Brasil e teve como objetivo geral promover a avaliação, o
aperfeiçoamento, o fortalecimento e a consolidação das políticas públicas
voltadas à garantia de direitos das pessoas idosas privilegiando a participação
das pessoas idosas enquanto protagonistas na construção de políticas públicas
voltadas ao seu grupo. O tema dessa conferência propôs uma discussão coletiva
sobre o envelhecimento, à luz dos direitos humanos, com enfoque na abordagem
transversal por meio da qual as políticas públicas são formuladas para atender
pessoas de todas as idades e, na transversalidade, no que se refere ao avanço
e desenvolvimento das políticas sociais inclusivas na última década no Brasil
(SANTO,2019).
As leis de amparo e proteção aos idosos são de suma relevância para
valorização dos idosos brasileiros assim como o cenário de discussões
fomentados nas conferências nacionais são ponte fundamental para que as
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demandas da terceira idade ganhem o palco de discussões e recebam prioridade


do poder público e da sociedade.
Encerramos o tópico sobre cidadania e envelhecimento, destacando a
necessidade de (re)construir uma cidadania ativa como meio de independência
e empoderamento para indivíduos mais maduros. Essa forma de cidadania
possibilita democratizar e fomentar uma nova consciência participativa por meio
de um processo de reeducação. Isso inclui o estabelecimento de uma nova
cultura política em que todos os cidadãos, enquanto sujeitos sociais, se vejam
como agentes coletivos de solidariedade inclusiva (CORRÊA; BORTOLOTI,
2008).
Ressaltamos a importância de reconhecer e proteger os direitos dos
idosos como parte integrante da cidadania. Ao longo da história, o Brasil tem
avançado na criação de políticas e na promoção de discussões sobre o
envelhecimento, visando uma sociedade mais inclusiva e justa para todas as
idades. Garantir a participação ativa e o empoderamento dos idosos é essencial
para promover uma cultura de solidariedade e igualdade em todas as faixas
etárias.
Por fim, a cidadania da pessoa idosa é um aspecto fundamental na
promoção da igualdade e justiça em todas as idades. Os avanços na legislação,
a criação de políticas específicas e as discussões em conferências nacionais
destacam a importância de proteger os direitos e garantir a participação ativa
dos idosos na construção de uma sociedade inclusiva. Esta seção do texto
demonstrou como o Brasil tem progredido na promoção da cidadania da pessoa
idosa, fornecendo as bases para explorar em detalhes os direitos, desafios e
implicações da participação ativa desse segmento na vida democrática em
nossa próxima seção, mas ainda assim, este tema deve ser mais explorado e
cada vez mais aprimorado para atender as mudanças e demandas mais recentes
desse grupo tão vital para a sociedade.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal pretendido com este estudo foi de analisar, de forma
abrangente, os movimentos sociais voltados para a inserção dos idosos
brasileiros na vida democrática, explorando as mudanças ao longo do tempo, as
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evoluções nas legislações e políticas públicas direcionadas às demandas


específicas desse grupo, o qual foi, parcialmente atingido, considerando que,
proporcionou-se uma análise abrangente e detalhada dos movimentos sociais,
avanços legislativos e políticas públicas relacionados aos idosos no Brasil,
destacando as conquistas e desafios ao longo do tempo. No entanto, o objetivo
não foi completamente alcançado, uma vez que ainda persistem obstáculos na
aplicação efetiva das legislações e na promoção plena da cidadania da pessoa
idosa, exigindo esforços contínuos para assegurar uma sociedade
verdadeiramente inclusiva e justa para todas as faixas etárias, fator que depende
não apenas do Estado (em sentido amplo), mas também dos atores sociais e
setores da sociedade.
Ao longo deste estudo, explorou-se minuciosamente a evolução dos
movimentos sociais voltados para a inserção dos idosos brasileiros na vida
democrática, juntamente com as transformações nas legislações e políticas
públicas direcionadas a esse grupo. Observou-se que o Brasil tem avançado
consideravelmente na promoção dos direitos e deveres dos idosos, com a
promulgação de leis, realização de conferências e fóruns dedicados à sua
inclusão. Entretanto, ainda enfrentam-se desafios na aplicação efetiva dessas
legislações e na garantia de que os direitos dos idosos sejam respeitados em
todos os níveis da sociedade.
O processo de reconhecimento da cidadania da pessoa idosa como um
componente vital da democracia tem sido uma jornada marcada por conquistas
significativas, como a Constituição de 1988 e a criação de políticas públicas
específicas. No entanto, essa jornada está longe de ser concluída, visto que as
desigualdades e estigmas sociais persistem. A necessidade de uma atenção
mais aprofundada nas vivências intergeracionais também se faz presente. O
envelhecimento da população é um desafio que requer o envolvimento ativo dos
poderes constituídos, das entidades de representação, da sociedade civil e dos
próprios idosos.
Conforme já mencionado, no coletivo, os idosos ganham força ao redefinir
papéis e valores nas esferas familiar, comunitária e social. Os movimentos de
idosos refletem a busca por autonomia e protagonismo. Para atingir uma
sociedade mais justa e democrática, é fundamental encontrar meios de
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incorporar plenamente os idosos, superar conceitos enraizados e utilizar


inovações tecnológicas, promovendo a equidade na distribuição dos serviços e
facilidades para esse grupo populacional. A cidadania da pessoa idosa é parte
integrante da cidadania como um todo e deve ser tratada como tal, garantindo a
igualdade de direitos e o respeito à dignidade em todas as fases da vida.
Verificou-se que, para a aplicação da cidadania como reconhecimento dos
direitos e deveres de todos exige-se uma organização social democrática com a
participação dos poderes constituídos, das entidades de representação e da
sociedade na formação dos debates e na tomada de decisões. A construção de
políticas públicas em favor das pessoas idosas é um processo que se traduziu
formalmente no reconhecimento de leis e projetos de amparo às necessidades
da terceira idade. Como se viu-se a promulgação de leis e resultados de
conferências, fóruns e reuniões para inclusão do idoso avançou nas últimas
décadas, fato que denota maior representatividade.
No coletivo, as pessoas idosas ganham mais força, aprender e
ressignificar papéis e valores na família, na comunidade e na sociedade.
Movimentos de idosos são expressões de vontade, interesses e controle de suas
próprias vidas e exemplos de protagonismo. O Brasil precisa encontrar os meios
para incorporar os idosos em nossa sociedade, mudar conceitos já enraizados e
utilizar novas tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de alcançar de forma
justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e facilidades para o
grupo populacional de idosos.

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