Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Práticas de Fundações e Obras de Terra
Práticas de Fundações e Obras de Terra
e Obras de Terra
Profª. Gabriela Azambuja Mendes
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Gabriela Azambuja Mendes
M538p
ISBN 978-65-5663-073-1
CDD 624.15
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Desejamos convidá-lo a estudar o Livro Didático
de Práticas de Fundações e Obras de Terra. Este livro abordará os principais
conceitos relacionados aos tipos de fundações e obras. Está dividido em
três unidades: Unidade 1 – Geotecnia de fundações, Unidade 2 – Fundações
e, por fim, a Unidade 3 – Requisitos de qualidade e obras complementares.
Além disso, serão disponibilizadas leituras complementares associadas à
prática dos temas estudados, aprofundando os conceitos e tendo uma visão
mais ampla da vida profissional.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES............................................................................................................ 79
GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, abordaremos os conceitos de fundações, suas
terminologias e seus subtipos.
2 ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES
O projeto e a execução de fundações, ou seja, a engenharia de fundações,
requerem conhecimentos de geotecnia e cálculo estrutural. Em geral, a estrutura
calculada por um engenheiro estrutural, que supõe que os apoios são indeslocáveis,
resultando em um conjunto de cargas (forças verticais, forças horizontais e
momentos), é passada ao projetista de fundações. Com o auxílio de uma série de
elementos e informações, ele projeta as fundações da obra. Acontece que, essas
fundações, quaisquer que sejam, quando carregadas, solicitarão o terreno que
3
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
4
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
De acordo com Cintra e Aoki (2010), a fundação pode ser observada como
um sistema composto, não apenas pelo elemento estrutural, mas pelo maciço
de solo. O objetivo do sistema é fazer a interação entre o elemento de fundação
e o solo, ocorrendo a transmissão ao solo das cargas recebidas da edificação,
promovendo, dessa forma, as condições mínimas de segurança da estrutura. Os
principais tipos de fundações podem ser reunidos em dois grupos:
• Fundações superficiais.
• Fundações profundas.
3 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
As fundações superficiais, também conhecidas como fundações diretas ou
rasas, são empregadas em camadas do subsolo abaixo das estruturas capazes de
suportar as cargas. No grupo, incluem-se: bloco, radier, sapata, grelha etc.
5
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
3.1 BLOCO
Segundo a norma NBR 6122 (ABNT, 2019), algumas definições são dadas
às fundações superficiais:
3.2 RADIER
Radier: elemento de fundação que abrange parte ou todos os pilares de
uma estrutura, distribuindo seus carregamentos.
O fato de o radier ser uma peça inteiriça pode conferir uma alta rigidez, o
que, muitas vezes, evita grandes recalques diferenciais (BRITO, 1987). Uma outra
vantagem é que sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços
posteriores, impondo a execução precoce de todos os serviços enterrados na área
do radier, como instalações hidrossanitárias.
6
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
• Radiers lisos.
• Radiers com pedestais ou cogumelos.
• Radiers nervurados.
• Radiers em caixão.
3.3 SAPATA
Sapata: elemento de fundação superficial, de concreto armado,
dimensionado de modo que as tensões de tração resultantes sejam resistidas pelo
emprego de armadura especialmente disposta para tal fim. Possui pequena altura
em relação às dimensões da base. Ao contrário dos blocos, que trabalham por
compressão simples, as sapatas trabalham a flexão.
7
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQSlahQMdViPofIC--IW26S-
DkKmUq9IcSJdcJLSdaWLM9pxj0L9dA&s>. Acesso em: 14 set. 2019
8
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/-Oa6-akATYzY/TkPxuOXwFzI/AAAAAAAAAP4/2ukbZAH1zbo/
s320/funda%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg>. Acesso em: 14 set. 2019.
Sapata isolada: são aquelas que, através da sua base, transmitem, para o
solo, a carga de um pilar.
4 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
São as fundações que transmitem as cargas por efeito de atrito lateral
(resistência de fuste) do elemento com o solo e/ou por efeito de ponta. Os
principais tipos são: estaca, tubulão e caixão.
4.1 ESTACAS
Estacas: elementos de fundação profunda executados por ferramentas ou
equipamentos, execução esta que pode ser por deslocamento, por escavação ou,
ainda, mista. São elementos estruturais esbeltos quando comparados aos blocos
(ABNT, 2019).
a) Estaca Strauss: executada por perfuração do solo com uma sonda ou piteira
e revestimento total com camisa metálica, realizando-se o lançamento do
concreto, além da retirada gradativa do revestimento com o apiloamento do
concreto (ABNT, 2019).
10
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
FONTE: <https://www.totalconstrucao.com.br/wp-content/uploads/2019/04/Estaca-Strauss-
-Sonda-ou-Piteira.jpg>. Acesso em: 14 set. 2019.
11
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
DICAS
São estacas com capacidade de carga alta (até 140 tf), apresentam recalques
reduzidos, podem ser executadas inclinadas e em todo tipo de terreno e causam
mínima perturbação sonora. No entorno, os equipamentos utilizados possuem
12
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
porte médio, permitindo, dessa forma, execução em áreas com limitação de espaço.
Alguns efeitos negativos da implementação da estaca raiz estão relacionados ao
custo elevado, ao alto consumo de aço e cimento e à presença de água no canteiro
de obras.
13
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
d) Hélice Contínua: conforme descreve a NBR 6122 (ABNT, 2019), a estaca hélice
contínua é moldada in loco, executada por meio da introdução, no terreno,
por rotação, de um trado helicoidal contínuo e com injeção de concreto pela
haste central do trado. Simultaneamente, com a retirada, após a concretagem,
é inserida a armação. Velloso e Lopes (2010) apontam que a colocação da
armadura, no processo executivo da estaca hélice contínua, é feita após
o término da concretagem, com introdução por operários. Com isso, um
dos pontos de atenção durante a execução das estacas está relacionado ao
fornecimento de concreto bombeado, apresentando características inerentes ao
processo executivo, principalmente no que diz respeito ao slump test. Assim,
é fundamental o estudo logístico da região para que não haja interrupção no
fornecimento durante a concretagem da estaca.
14
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
Concreto
Pré-moldada Metálica De deslocamento
Madeira
Franki De deslocamento
Estacas Raiz Sem deslocamento
Broca
Moldada in loco
Strauss
Escavadas
Hélice
Escavada com lama
FONTE: Adaptado de Campos (2015)
4.2 TUBULÃO
É elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo
menos, na etapa final, há descida de pessoas, que se faz necessária para executar
o alargamento de base. Ainda, pode haver a limpeza do fundo da escavação, uma
vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas preponderantemente
pela ponta. Os tubulões podem ser agrupados em dois grupos: tubulões a céu
aberto e os que empregam ar comprimido.
15
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
16
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
17
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
4.3 CAIXÃO
Caixão: elemento de fundação de forma prismática, concretado na
superfície e instalado por escavação interna. No geral, de volumes muito maiores
que os tubulões.
ATENCAO
18
TÓPICO 1 — TIPOS DE FUNDAÇÕES E TERMINOLOGIA
5 ATIVIDADE PRÁTICA 1
OBJETIVOS
19
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
Responda:
20
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
21
AUTOATIVIDADE
22
4 Ao observar as estacas a seguir, assinale a que contém as seguintes
características: não permite alívio significativo do terreno, tornando
possível sua execução em solos coesivos ou arenosos, na presença ou não de
lençol freático; elevada produtividade, que exige a central de concreto nas
proximidades do local de trabalho; é executada sobre pressão controlada e
seu processo executivo é isento de vibrações e ruídos.
a) ( ) Estaca Mega.
b) ( ) Estaca Franki.
c) ( ) Estaca Raiz.
d) ( ) Estaca Strauss.
e) ( ) Estaca Hélice Contínua.
23
24
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão apresentados os principais processos de investigação
do subsolo para estruturas, além de informações que podem ser obtidas desses
processos.
2 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
O engenheiro projetista de fundações deve se envolver com a investigação
do solo desde o início. Devem ser identificadas e classificadas as diversas
camadas que compõem o substrato a ser analisado, além de suas propriedades de
engenharia. Na prática, frequentemente, isso não acontece, e o engenheiro recebe
um conjunto de sondagens, além de informações sobre a estrutura. Assim, caso
ocorram eventuais dúvidas que impeçam a execução do projeto, as sondagens
devem ser consideradas como uma investigação preliminar (VELLOSO; LOPES,
2011).
• Investigação preliminar.
• Investigação de projeto ou complementar.
• Investigação para execução.
25
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
a) duas sondagens para área de projeção em planta do edifício até 200 m²;
b) três sondagens para área entre 200 m² e 400 m².
26
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
a) Amostrador: possui três partes distintas – cabeça, corpo e sapata. A cabeça possui
uma válvula de esfera em um orifício de drenagem que permite a saída da água
de dentro das hastes e a consequente retenção da amostra de solo dentro do
amostrador. Já o corpo é formado por um tubo bipartido, que permite a inspeção
tátil e visual das amostras, sendo necessário ser inspecionado periodicamente e
substituído sempre que necessário. A amostra coletada no corpo do amostrador
deve ser acondicionada em recipiente hermético e enviada ao laboratório para
a classificação do solo, como características granulométricas, cor e presença de
matéria orgânica. O amostrador possui dimensões bem definidas, não existindo
tolerâncias na norma brasileira. O amostrador padrão tem diâmetro externo
de 50,8 mm ± 2 mm e diâmetro interno de 34,9 mm ± 2 mm. Por fim, a sapata
ou bico deve ser de aço temperado e estar isento de trincas, amassamentos,
ondulações, denteações, rebordos ou qualquer tipo de deformação que altere a
seção e que comprometa o ensaio.
27
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
28
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
29
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
30
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
31
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
FONTE: <https://www.guiadaengenharia.com/wp-content/uploads/2018/01/Sondagemm.jpg>.
Acesso em: 6 set. 2019.
32
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
A norma NBR 6484 (ABNT, 2001) traz uma relação dos estados de
compacidade e de consistência dos solos.
Índice de resistência à
Tipo de solo Classificação
penetração NSPT
≤4 Fofa (o)
5a8 Pouco compacta (o)
Medianamente
Areia e siltes arenosos 9 a 18
compacta (o)
19 a 40 Compacta (o)
>40 Muito compacta (o)
≤2 Muito mole
3a5 Mole
Argilas e siltes
6 a 10 Média
argilosos
11 a 19 Rija
>19 Dura
FONTE: Adaptado de ABNT (2001)
33
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
3.2 SPT-T
A sondagem simples associada ao torque é denominada SPT-T. O torque é
aplicado na parte superior da haste, de modo a rotacionar o amostrador cravado
no terreno. Assim, a medida, obtida através de um torquímetro (ferramenta
mecânica de medição de torque), fornece um dado adicional à resistência para
a penetração. A interpretação da medida permite a determinação do atrito ou
adesão amostrador – solo, conforme a Equação 1.
Eq. 1
34
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
a) Cone mecânico: é caracterizado pela leitura das forças transmitidas através das
hastes, utilizando células analógicas (anéis dinamométricos) para a resistência
da ponta cônica (qc), do atrito ou da adesão lateral (fs).
b) Cone elétrico: são utilizadas células de carga instrumentadas eletricamente e
em substituição às células de carga analógicas, medindo qc e fs diretamente na
ponteira.
c) Piezocone: além das células de carga, o equipamento inclui sensores de pressão
para registro da poropressão. Também há inclusão de sensores de inclinação e
sísmicos.
35
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
36
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
37
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
Eq. 2
38
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
Eq. 3
39
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
Eq. 4
40
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
QUADRO 5 – VALORES DE K E α
5 ENSAIO DA PALHETA
O ensaio da palheta, também conhecido como vane test, é comumente
utilizado para a determinação da resistência ao cisalhamento não drenado (Su) em
depósitos de solos moles, a uma velocidade de rotação constante e padrão, com
uma palheta cruciforme em profundidade predefinida. A medição do torque T
versus rotação determina os valores Su do solo natural e amolgado.
O ensaio foi desenvolvido na Suécia, por John Olsson, por volta de 1919.
Ao longo dos anos, sofreu aperfeiçoamentos e modificações até alcançar, no fim
da década de 1940, a forma que é utilizada nos dias de hoje (QUARESMA et al.,
1998).
5.1 PROCEDIMENTOS
É utilizada uma palheta de seção cruciforme que, ao cravar-se em argilas
saturadas de consistência mole, é submetida a um torque para cisalhar o solo por
rotação em condições de não drenagem.
41
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
Eq. 5
42
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
6 ENSAIO PRESSIOMÉTRICO
O ensaio pressiométrico (PMT) consiste na expansão de uma sonda ou
célula cilíndrica instalada em um furo executado no terreno. A célula, comumente
chamada de borracha, expande-se com a injeção de água pressurizada. A partir da
variação de volume, há medição na superfície do terreno com a pressão aplicada
(VELLOSO; LOPES, 2011).
Eq. 6
43
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
7 ATIVIDADE PRÁTICA 2
OBJETIVOS
44
TÓPICO 2 —INSTRUMENTAÇÕES GEOTÉCNICAS
FONTE: O autor
45
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
FONTE: O autor
46
RESUMO DO TÓPICO 2
47
AUTOATIVIDADE
48
c) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
e) ( ) Todas as sentenças estão corretas.
49
50
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E
OBRAS DE TERRA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão apresentados os principais materiais que compõem
os terrenos de fundação. Serão apresentados também tipos de deslizamentos de
terra existentes, além de procedimentos de estabilização de solos.
51
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
f) Areias: solos constituídos por grãos com dimensões entre 4,8 mm e 0,05
mm. Classificam-se em grossas, médias e finas. Quanto à compacidade,
são classificadas em fofas ou soltas, mediamente compactas e compactas.
Apresentam elevado ângulo de atrito interno.
g) Siltes: solos constituídos por grãos com dimensões entre 0,05 mm e 0,005 mm.
Quando secos, formam torrões facilmente desagregáveis.
h) Argilas: solos coesivos constituídos por grãos minerais com dimensões
inferiores a 0,005 mm. Apresentam plasticidade e fraca permeabilidade. São
classificadas como muito moles, moles, médias, rijas e duras.
i) Bentonitas: são argilas ultrafinas formadas através da alteração química de
cinzas vulcânicas. Predomina-se a montmorilonita na sua composição.
j) Turfas: são solos constituídos por partículas fibrilares de material carbonoso
e de matéria orgânica coloidal. São encontrados em zonas pantanosas, e o
material é fofo. Não é plástico e combustível.
k) Solos concrecionados: são massas de solo cujo grãos foram ligados por cimento
natural (argiloso, calcário, ferruginoso etc.).
l) Solos superficiais: Localizados logo abaixo da superfície do terreno natural,
constituem a “terra vegetal”. São formados por uma mistura de areia, silte ou
argila, ou por uma combinação de tais solos com matéria orgânica.
52
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
53
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
54
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
4 ESTABILIZAÇÃO DE MACIÇOS
Segundo Caputo, Caputo e Rodrigues (2015), o termo estabilização
designa qualquer processo ou tratamento capaz de melhorar a estabilidade de
um maciço terroso ou rochoso. Como procedimentos, citaremos as injeções e
congelamento do solo.
4.1 INJEÇÕES
As injeções são procedimentos em maciços rochosos e terrosos,
melhorando as propriedades, como resistência e impermeabilização.
55
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
DICAS
56
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
57
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
5 INTERAÇÃO SOLO-FUNDAÇÃO
A análise da interação solo-fundação é imprescindível para a determinação
de deslocamentos reais da fundação e dos esforços internos.
6 ESTABILIDADE DE TALUDES
Taludes compreendem quaisquer superfícies inclinadas que limitam um
maciço de terra, rocha ou mesclados. Podem ser naturais, como as encostas, ou
artificiais, como os taludes de corte e aterros (CAPUTO; CAPUTO; RODRIGUES,
2015). A seguir, podem ser visualizados os principais elementos que constituem
um perfil de talude.
58
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
FIGURA 35 – TOMBAMENTOS
59
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
DICAS
60
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
AGENTES
Efetivos
Predisponentes Preparatórios Imediatos
Complexo geológico, Pluviosidade, erosão pela Chuvas intensas, fusão
complexo morfológico, água e vento, congelamento do gelo e neves, erosão,
gravidade, calor solar, e degelo, variação da terremoto, ondas,
tipo de vegetação. temperatura, dissolução vento, ação do homem.
química, ação de fontes e
mananciais, oscilação do
freático, ação de animais e
antrópica.
FONTE: Adaptado de Guidicini e Nieble (1984)
61
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
CAUSAS
Internas Externas Intermediárias
Efeito das oscilações Mudanças na geometria Elevação do nível
térmicas, redução do sistema, efeitos de piezométrico em massas
dos parâmetros vibrações, mudanças “homogêneas”, elevação
de resistência por naturais na inclinação das da coluna de água
intemperismo. camadas. em descontinuidades,
rebaixamento rápido do
lençol freático. Erosão
subterrânea retrogressiva
(piping), diminuição do
efeito de coesão aparente.
FONTE: Adaptado de Guidicini e Nieble (1984)
62
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
Eq. 7
Sendo:
FS = fator de Segurança;
W = peso total da lamela;
b0 = b/cos α;
b = largura da lamela;
ø’ = ângulo de atrito efetivo do solo;
c’ = coesão efetiva do solo;
u = poropressão média na base da fatia.
63
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
Eq. 8
Sendo:
Eq. 9
EXEMPLO 1
64
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
65
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
QUADRO 8 – RESULTADOS
8 10 2 342,0 123,0
Assim:
∑N = 2634,0 KN
∑T = 661,5 KN
Eq. 10
66
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
Sendo:
Eq. 11
Sendo:
Dados do solo:
C = 15 KN/m²
Ø = 30°
ɣ = 18 KN/m³
67
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
A partir do ponto “O”, faça uma circunferência com 10 metros de raio que
abranja os pontos A e C. A área delimitada entre a circunferência e o talude será
a superfície de ruptura.
68
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
FONTE: O autor
FONTE: O autor
FONTE: O autor
69
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
FONTE: O autor
FONTE: O autor
70
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
FIGURA 49 – 3º QUADRANTE
FONTE: O autor
O fator de segurança:
71
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
7 ATIVIDADE PRÁTICA 3
OBJETIVOS
Dados do solo:
C = 18 KN/m²
Ø = 35°
ɣ = 18 KN/m³
FONTE: O autor
72
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
73
UNIDADE 1 — GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
Gabriel Lousada
Heitor Farias
74
TÓPICO 3 —PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E OBRAS DE TERRA
75
RESUMO DO TÓPICO 3
• Para alterar o ângulo de atrito interno e/ou a coesão dos solos, é preciso atuar
nos seguintes parâmetros: granulometria, compacidade e umidade.
CHAMADA
76
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Rochas fraturadas.
b) ( ) Fendas de tração no solo.
c) ( ) Afloramentos rochosos.
d) ( ) Vegetação seca.
e) ( ) Vegetação de porte com troncos inclinados.
a) ( ) Histórico de sismos.
b) ( ) Histórico de erosão.
c) ( ) Histórico de inundações (cheias).
d) ( ) Altitude média da região.
e) ( ) Ocorrência de falhas geológicas.
a) ( ) Uso de geossintéticos.
b) ( ) Jet grouting.
c) ( ) Solo grampeado.
d) ( ) Sondagem.
77
78
UNIDADE 2 —
FUNDAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
79
80
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
CAPACIDADE DE CARGA
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, abordaremos o conceito de capacidade de carga
em estacas. Considere uma estaca cravada em um determinado solo, com
comprimento L. No topo da estaca (cabeça), será aplicada uma carga vertical
P, de compressão. Imagine que a carga é progressivamente aumentada. Com a
aplicação gradativa da carga aplicada, são mobilizadas tensões resistentes por
adesão ou atrito lateral entre o solo e o fuste da estaca, assim como tensões
resistentes normais na base ou na ponta da estaca (CINTRA; AOKI, 2010).
R = Rp + Ra Eq. 12
81
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
82
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Sendo:
Eq. 14
Sendo:
Eq. 15
Eq. 16
84
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Eq. 17
Sendo:
C = C1 + C2 + C3;
C1 = perda de energia por compressão do capacete;
C2 = perda de energia por compressão da estaca;
C3 = perda de energia por compressão do terreno;
K = rendimento do golpe do martelo.
Eq. 18
DICAS
• EXEMPLO 1
85
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Solução:
Logo, e = 0,83 cm
Logo:
e = 1,07 cm.
Para a fórmula dos holandeses, temos uma nega 0,24 cm maior. A seguir,
encontra-se um modelo de relatório de cravação de estacas.
86
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Al = ∑p + ∆l Eq. 19
Em que:
Eq. 20
O atrito lateral Qlu (equação 21) entre a estaca e o solo é definido como:
Eq. 21
87
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Em que:
Sp = área de ponta;
Qpu = resistência de ponta unitária medida no ensaio de SPT;
fs = resistência lateral unitária;
F1 e F2 = coeficientes de correção que levam em consideração o tipo de estaca e o
efeito de escala.
Eq. 22
Em que:
88
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Resistência lateral:
Resistência lateral:
Resistência lateral:
Resistência de ponta:
Nspt = 14 (na ponta da estaca = cota -13).
Capacidade de carga:
Q = Qlu + Qpu = 450 + 509,5 = 959,5 KN.
90
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Sendo que:
Eq. 24
Sendo que:
Em que:
91
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
92
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
• EXEMPLO 3:
Resistência lateral:
Resistência lateral:
Resistência lateral:
Resistência lateral:
93
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Resistência de ponta:
Npm C = 16+14+9 /3 = 13.
C = 400.
α = 1,0.
Qpu = α*C*Npm*AP
Capacidade de carga:
Q = Qlu + Qpu = 359,4 + 444,76 = 804,16 KN.
A
B
Tensão de trabalho abaixo da
Número total de
qual não serão obrigatórias
estacas da obra a
Tipo de estaca provas de carga, desde que o
partir do qual serão
número de estacas da obra seja
obrigatórias provas
inferior à coluna (B), em MPa b
cd de cargab c d
94
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
Hélice, hélice de
deslocamento, hélice
5,0 100
com trado segmentado
(monitorada)
Estacas escavas com ou
5,0 75
sem fluido ø ≥ 70 cm
≤ ø 310 mm = 15,0
Raiz 75
≥ ø 400 mm = 13,0
Microestaca 15,0 75
Trado vazado
5,0 50
segmentado
Franki 7,0 100
Escavadas sem fluído ø
4,0 100
< 70 cm
Strauss 4,0 100
a
Para o cálculo da tensão de trabalho, consideram-se estacas vazadas como
maciças, desde que a seção vazada não exceda 40% da seção total.
b
Os requisitos citados são válidos para as seguintes condições (não
necessariamente simultâneas):
- áreas onde haja experiência prévia com o tipo de estaca empregado.
- onde não houver particularidades geológico-geotécnicas.
- quando não houver variação do processo executivo padrão.
- quanto não houver dúvida quanto ao desempenho das estacas.
c
Caso as condições aqui citadas não ocorram, devem ser feitas provas de
carga em, no mínimo, 1% das estacas, observando-se um mínimo de uma
prova de carga (conforme ABNT NBR 12131), qualquer que seja o número de
estacas.
d
As provas de cargas, executadas exclusivamente para avaliação de
desempenho, devem ser levadas até que se atinja, pelo menos, duas vezes
a carga admissível ou até que se observe um deslocamento que caracterize
ruptura. Caso exista prova de carga prévia, as provas de cargas de
desempenho devem ser levadas até que se atinja, pelo menos, 1,6 vezes a carga
admissível, ou até que se observe um deslocamento que caracterize ruptura.
FONTE: Adaptado de ABNT (2019)
DICAS
95
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
6 ATIVIDADE PRÁTICA
Observe os seguintes objetivos:
96
TÓPICO 1 —CAPACIDADE DE CARGA
FONTE: O Autor
7 ATIVIDADE PRÁTICA
Observe os seguintes objetivos:
97
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
FONTE: O Autor
98
RESUMO DO TÓPICO 1
CHAMADA
99
AUTOATIVIDADE
100
3 Para que a escolha do tipo de fundação de uma estrutura seja adequada
às questões geotécnicas, alguns elementos devem ser considerados, como
a natureza, características do subsolo envolvido, grandeza, disposição
das cargas a serem transmitidas e o conhecimento dos variados tipos de
fundações, inclusive suas restrições técnicas. Todas as afirmativas estão
corretas, EXCETO:
101
102
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
1 INTRODUÇÃO
Em todos os projetos de engenharia, é necessário ter conhecimento sobre os
materiais utilizados, sobre suas estruturas, suas propriedades físicas e mecânicas
para, então, partir para um dimensionamento. Em projetos de fundações, isso
não é diferente.
103
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Eq. 27
Em que:
A = área da sapata;
P = carga proveniente do pilar;
pp = peso próprio da sapata;
σadm = tensão admissível do solo.
Como o peso da sapata depende de suas dimensões, e estas, por sua vez,
dependem do próprio peso, o problema só pode ser resolvido por tentativas,
isto é, estima-se um valor para o peso próprio e, com esse valor, dimensiona-se
a sapata. A seguir, verifica-se se o peso próprio real é menor ou igual ao valor
estimado, caso contrário, repete-se a operação (ALONSO, 2010). Na maioria dos
casos, o valor do peso próprio é pouco significativo e pode aplicar a equação 28.
Eq. 28
104
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
Eq. 29
Eq. 30
B – Bo = 2d
L – Lo = 2d
Sendo que:
Bo e Lo = dimensões do pilar;
d = distância do pilar até a extremidade da sapata.
105
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
• EXEMPLO 1
FONTE: O Autor
106
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
Eq. 31
Eq. 32
Eq. 33
• EXEMPLO
107
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
FONTE: O Autor
RESOLUÇÃO
108
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
Eq. 34
Em que:
P1 = é a carga da sapata;
e = excentricidade;
d= distância entre o eixo da sapata da divisa e o eixo de uma segunda sapata, na
qual será dimensionada uma viga de equilíbrio.
109
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
FONTE: O Autor
Eq. 35
Eq. 36
Eq. 37
Eq. 38
110
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
EXEMPLO
FONTE: O Autor
2º - DETERMINE A EXCENTRICIDADE:
111
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
6º - CONFERÊNCIA:
FONTE: O Autor
112
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
N2’ = N2 + (0,5*R2)
N2’ = 1500 + (0,5* -269,28) = 1365,36 kN
3 DIMENSIONAMENTO DE TUBULÃO
Tubulão, como visto anteriormente, é um elemento de fundação profunda,
escavado no terreno em que, pelo menos na sua etapa final, há descida de pessoas.
A ação é necessária para executar o alargamento de base ou, pelo menos, a limpeza
do fundo da escavação, uma vez que, nesse tipo de fundação, as cargas são
transmitidas preponderantemente pela ponta. Os tubulões podem ser agrupados
em dois grupos: tubulões a céu aberto e os que empregam ar comprimido.
Eq. 39
Eq. 40
113
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Eq. 41
Em que:
Exemplo:
Resolução:
D=
4 DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS
Os conhecimentos adquiridos no tópico de capacidade de carga de
estacas são fundamentais para o dimensionamento. Obtendo a sondagem do
solo, tipo de estaca e a profundidade exequível, é possível determinar a seção e a
quantidade de estacas que realizarão a transferência de cargas da estrutura para
o solo. Através da análise e interpretação do laudo da sondagem, é determinada a
máxima profundidade exequível (Lmáx), além da capacidade de carga (R).
114
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
115
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Perfis I e H H 6” 400
σ ≈ 80 MPa I 8” 300
(correto: descontar I 10” 400
1,5 mm para corrosão I 12” 600
e aplicar σ ≈ 120
MPa)
FONTE: Adaptado de Velloso e Lopes (1998)
ESTACAS ESCAVADAS
Tipo de estaca Dimensão (cm) Carga nominal (KN)
Broca 20 x 20 100
σ = 3,0 MPa 25 x 25 150
Strauss Ø 25 200
σ = 4,0 MPa Ø 32 300
Ø 38 400
Ø 42 500
Ø 45 650
Ø 50 800
Estacão (escavada com lama Ø 60 1100
bentonítica) Ø 80 2000
σ = 4,0 MPa Ø 100 3000
Ø 120 4500
Ø 140 6000
Ø 160 8000
Ø 180 10000
Ø 200 12500
Estaca diafragma ou 40 x 250 4000
“barrete” 50 x 250 5000
σ = 4,0 MPa 60 x 250 6000
80 x 250 8000
100 x 250 10000
120 x 250 12000
OUTROS TIPOS DE ESTACAS
Tipo de estaca Dimensão (cm) Carga nominal (KN)
Apiloada Ø 20 120
σ = 4,0 MPa Ø 25 200
Franki Ø 35 600
σ = 6,0 MPa Ø 40 750
Ø 45 950
Ø 52 1300
Ø 60 1700
116
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
117
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
FONTE: O Autor
Eq. 42
Eq. 43
118
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
Em que:
• EXEMPLO 1
FONTE: O autor
BLOCO 3a
BLOCO 3b
119
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Eficiência = 1 – [(3*2/16) / 3]
Eficiência = 0,875
eg = 87,5%
• EXEMPLO 2
Para os pilares de 110 tf, 160 tf e 220 tf, determine o número de estacas por
pilar. Serão utilizadas estacas quadradas de 20 x 20 cm com carga admissível de
40 tf.
Pilar 1: 110 tf
≈ 3 estacas.
Pilar 2: 160 tf
estacas.
Pilar 3: 220 tf
≈ 6 estacas.
120
TÓPICO 2 — DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
5 ATIVIDADE PRÁTICA
Observe os seguintes objetivos:
FONTE: O Autor
121
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
6 ATIVIDADE PRÁTICA
Observe os seguintes objetivos:
122
RESUMO DO TÓPICO 2
• Na maioria dos casos, o valor do peso próprio das sapatas é pouco significativo
e pode ser aplicada a equação 28 para o cálculo da área da sapata:
Eq. 28
Eq. 34
123
AUTOATIVIDADE
124
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
RECALQUES
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão apresentados os conceitos, os métodos de previsão de
recalques, o detalhamento e a obtenção dos parâmetros em laboratórios. Também
serão apresentadas situações práticas relacionadas ao tema.
2 RECALQUES EM FUNDAÇÕES
Conhecer as propriedades do solo é fundamental na engenharia civil,
pois, praticamente, tudo que se constrói necessita de uma base sólida, resistente
e não moldável. Contudo, algumas especificações dos solos devem ser previstas,
como o recalque.
125
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
126
TÓPICO 3 — RECALQUES
Assim, o recalque total ou final pode ser descrito conforme equação 44:
Wf = WI + Qt Eq. 44
Eq. 45
127
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Em que:
w = recalque;
p = pressão média aplicada;
µ = coeficiente de Poisson do solo;
E = Módulo de Young.
Eq. 46
Em que:
QUADRO 9 – VALORES DE I
128
TÓPICO 3 — RECALQUES
Quadrada 0,88
Retangular L/B = 2 1,22
Retangular L/B = 5 1,72
Retangular L/B = 10 2,12
Circular 0,79
FONTE: Adaptado de Caputo e Caputo (2015)
• EXEMPLO 1:
B = 2,50 m.
I = 0,88.
Assim:
Eq. 47
Eq. 48
Eq. 49
Em que:
p = pressão;
c = coeficiente que depende do tipo de solo.
129
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
Eq. 50
Em que:
Como o nível do lençol freático alcança áreas vizinhas, essas áreas estão
sujeitas ao recalque e a possíveis consequências às edificações. Se as edificações
possuírem fundações rasas ou apoiadas em estacas, ocorrerá recalque (TEIXEIRA;
GODOY, 1998).
130
TÓPICO 3 — RECALQUES
2.2.4 Vibrações
Outra causa comum de recalque são as vibrações, devido à operação de
equipamentos, de desmonte de rocha não controlado e, até mesmo, devido ao
tráfego viário. As fontes de vibração, sempre que possível, devem ser monitoradas,
para que haja previsão correta dos recalques.
131
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
4 DANOS ÀS EDIFICAÇÕES
Diante das diversas causas dos movimentos de fundações, seria de
todo interesse a existência de limites aceitáveis. No entanto, diante da gama de
materiais e técnicas envolvidas nas construções, existe uma grande dificuldade.
132
TÓPICO 3 — RECALQUES
133
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
NOTA
TORRE DE PISA
FONTE: O Autor
5 ATIVIDADE PRÁTICA
Observe os seguintes objetivos:
Você, como engenheiro civil, foi contratado para observar uma estaca de
uma edificação em que há um possível recalque. Utilizando os conhecimentos
adquiridos, calcule o recalque da sapata, supondo-a rígida.
134
TÓPICO 3 — RECALQUES
LEITURA COMPLEMENTAR
Macacos hidráulicos
135
UNIDADE 2 — FUNDAÇÕES
FONTE: SANTOS, A. Prédios tortos de Santos: como eles estão hoje? 2015. Disponível em:
https://www.cimentoitambe.com.br/predios-tortos-de-santos-como-eles-estao-hoje/. Acesso
em: 18 nov. 2019.
136
RESUMO DO TÓPICO 3
• Quanto à deformação sofrida pelo solo, o recalque pode ser dividido em três
grupos: recalque de um elemento de fundação pode ser a soma do recalque
imediato (também conhecido como deformação elástica), recalque por
escoamento lateral e recalque por adensamento (lento).
CHAMADA
137
AUTOATIVIDADE
138
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Estão corretas as afirmativas I, II e III.
b) ( ) Estão corretas as afirmativas I e III, apenas.
c) ( ) Está correta a afirmativa III, apenas.
d) ( ) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas.
e) ( ) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas.
139
140
UNIDADE 3 —
REQUISITOS DE QUALIDADE E
OBRAS COMPLEMENTARES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
141
142
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico, abordaremos os conceitos de qualidade e
desempenho de fundações. Serão analisados conceitos da qualidade, enquanto
organização e gestão de especificações da engenharia de fundações.
143
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
144
TÓPICO 1 — VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
145
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
146
TÓPICO 1 — VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
FONTE: O autor
147
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
Por fim, para estacas raiz, o cuidado está na injeção de água durante a
perfuração, para evitar lavagem e carreamento do solo, além de verificações
contínuas da profundidade. As demais estacas moldadas in loco seguem as
mesmas diretrizes de controle de processos das citadas anteriores.
4 COEFICIENTES DE SEGURANÇA
Há requisitos exigíveis para a segurança das estruturas usuais na
construção civil. A verificação de possíveis colapsos é conhecida como estados
limites de uma estrutura. Os estados limites últimos podem ser vários (perda de
capacidade de carga e instabilidade elástica ou flambagem). Existem os estados
limites últimos (ELU), que estão associados a colapsos parciais, e os estados
limites de utilização ou de serviço (ELS), vistos quando ocorrem deformações ou
fissuras que podem comprometer a obra.
148
TÓPICO 1 — VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
149
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
150
TÓPICO 1 — VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO
NOTA
151
RESUMO DO TÓPICO 1
• A qualidade das fundações do ponto de vista técnico pode ser analisada sobre
os aspectos de projeto, da execução e da fundação acabada.
• Para garantir a qualidade no processo, deve-se ter: uma execução dos projetos
de forma fiel, emprego de materiais adequados, das cotas de assentamento,
dimensão, quantidade e posicionamento das peças. São controles simples, por
inspeções visuais e medições diretas.
152
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Estaca Franki.
b) ( ) Estaca Mega.
c) ( ) Estaca pré-moldada.
d) ( ) Estaca escavada.
e) ( ) Sapata.
153
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é responsável por uma parte significativa dos impactos
negativos causados ao ambiente. O canteiro de obra responde por uma grande
parcela, podendo causar interferências nos meios físico, biótico e antrópico.
2.1 RUÍDOS
As obras de construção civil, sem dúvida, trazem diversos incômodos aos
vizinhos. A engenharia de fundações não é a maior geradora de ruídos, mesmo
assim, o uso de estacas e os compressores de ar comprimido são incômodos
que não podem ser negligenciados e que precisam de tratamento adequado
(HACHICH; WOLLE, 2012).
155
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
NOTA
a) condições da máquina;
b) manutenção;
c) local de instalação;
d) volume de serviço;
e) material e o tipo de solo que está sendo cravada a estaca;
f) especificações técnicas do tipo de fundação, como altura de queda do martelo
e o seu peso.
2.2 VIBRAÇÕES
A cravação de fundações provoca vibrações no terreno, estas que se
propagam a longas distâncias, afetando o solo e edificações vizinhas.
a) harmônico;
b) oscilatório;
c) aleatório;
d) transitório.
156
TÓPICO 2 — FUNDAÇÕES E O MEIO AMBIENTE
E
IMPORTANT
157
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
A duração da vibração também deve receber atenção, uma vez que danos
mais severos podem ocorrer quando a vibração atingir a frequência natural do
edifício, ocasionando a ressonância. Contudo, mesmo para casas com frequência
natural de 10 Hz, a ressonância, para ser provocada por um bate-estaca, que possui
um curto período de vibração (0,2 a 0,3 segundos), só seria possível se o trabalho
de cravação de estacas superasse a frequência de 50 Hz, ou seja, 5 vezes superior
ao valor da frequência natural para 0,3 segundos de duração (WISS, 1967).
158
TÓPICO 2 — FUNDAÇÕES E O MEIO AMBIENTE
NOTA
159
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
ATENCAO
160
TÓPICO 2 — FUNDAÇÕES E O MEIO AMBIENTE
DICAS
161
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: O autor
162
TÓPICO 2 — FUNDAÇÕES E O MEIO AMBIENTE
FONTE: O autor
FONTE: O autor
163
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: O autor
NOTA
Cerca de quatro anos depois, uma barragem de resíduos se rompe, desta vem,
em janeiro de 2019, no município de Brumadinho, em Minas Gerais. Ao se romper, nenhum
sinal de alerta foi emitido, culminando na morte de 256 vítimas. Questiona-se: como
aconteceram dois desastres naturais dessa proporção em um intervalo de tempo tão
pequeno, com consequências socioambientais tão graves, sem que ninguém fosse
incriminado? Existiram medidas preventivas técnicas capazes de evitar esses desastres?
4 ATIVIDADE PRÁTICA 9
OBJETIVOS
165
RESUMO DO TÓPICO 2
• Nas obras de fundações, pode-se dizer que os impactos ambientais são menores
se comparados com outras obras, como de pavimentação e terraplanagem,
que afetam áreas superficiais e expostas. Ainda assim, a questão de gestão
ambiental merece atenção.
166
AUTOATIVIDADE
167
168
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
OBRAS COMPLEMENTARES
1 INTRODUÇÃO
A realização de uma obra de fundações quase sempre envolve estruturas
de contenção. É frequente a criação de subsolos para estacionamento em
edifícios urbanos, de contenções de cortes ou aterros, muros de arrimo, criação
de plataformas e a instalação de dutos de utilidades em valas escoradas. Obras
de contenção do terreno estão presentes em projetos de estradas, de pontes,
de estabilização de encostas, de canalizações, de saneamento, de metrôs etc.
(VARELA, 2019).
2 CONTENÇÃO DE SOLOS
Como exemplos de contenções de solo mais usuais, podemos citar os muros
de arrimo, muro de gravidade, muro de pedra, muro de concreto ciclópico, muro
de gabiões, de saco e solo cimento, de solo-pneus, muro de flexão, de contraforte,
ancorado na base e reforçado.
169
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
170
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <http://diprotecgeo.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/04/AUTRALIAN-RETAININ-
G-WALLS-183-edited.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
FONTE: <http://diprotecgeo.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/04/retaining-wall-with-we-
ep-holes.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
172
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <https://awacomercial.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/04/muro-de-gabiao-1.
jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
173
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <http://diprotecgeo.com.br/blog/wp-content/uploads/2018/04/36095dec05775de-
4c643311e51ba3b91.jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
174
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
175
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
176
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
177
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
DICAS
3 CORTINA ATIRANTADA
A cortina atirantada é uma estrutura de contenção que possui uma
parede de concreto armado e tirantes, os quais são ancorados no terreno em
uma profundidade na qual tenha estabilidade, sem possibilidade de ruptura ou
movimentações desejadas.
Os tirantes são tracionados por macaco hidráulico até uma carga definida
em projeto e fixados na parede de concreto por meio de um sistema de placas e
porcas. A carga nos tirantes atuará contra a parede de concreto da cortina, sendo
responsável por se contrapor ao empuxo e garantir a estabilidade do solo armado.
178
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <https://www.aecweb.com.br/tematico/img_figuras/contencao-em-estrada$$13114.
jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
4 SOLO GRAMPEADO
O solo grampeado é composto por dois elementos principais: os
chumbadores e o preenchimento. Os chumbadores são elementos semirrígidos
que promovem a estabilização do maciço, devido à resistência, à tração, e são
mobilizados em resposta ao movimento lateral e à deformação do solo. O grampo
é inserido em uma perfuração e, posteriormente, é realizado o preenchimento,
normalmente, com cimento e água. A calda de cimento tem a função de transferir
as tensões de cisalhamento da deformação do solo e das barras metálicas e as
tensões de tração para o solo envolvente, proporcionando certo nível de proteção
contra corrosão. O grampo é ligado ao paramento por meio de uma placa de apoio
e rosca, e a face, que não tem função estrutural, é realizada apenas com concreto
projetado, telas metálicas flexíveis ou executadas em talude natural. Estruturas de
estabilização com solo grampeado requerem equipamentos menos comparados
à cortina atirantada. Sua aplicação, em geral, apresenta maior custo-benefício, a
estrutura suporta pequenas deformações e a instalação é relativamente rápida. A
seguir, serão apresentadas as diferenças construtivas entre o solo grampeado e a
cortina atirantada.
179
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Sistemas-de-drenagem-em-solo-gram-
peado-e-cortina-atirantada-8-A-drenagem_fig1_317151041>. Acesso em: 14 dez. 2019.
5 TERRA ARMADA
O sistema de contenção do tipo terra armada tem, como característica,
a introdução de fitas metálicas no material de retroaterro. Essas fitas atuam
como elementos de reforço, com o objetivo de conferir resistência à tração ao
solo do retroaterro. Os muros de terra armada consistem na associação de solo
compactado e as armaduras metálicas, além de um paramento externo vertical,
composto por placas de concreto sem função estrutural. As armaduras ou fitas
metálicas são elementos flexíveis que trabalham com a tração e devem possuir
resistência adequada à corrosão. As fitas metálicas são elementos fixados às placas
do paramento externo através de parafusos. O sistema de contenção é patenteado
(SAYÃO, 1999).
180
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/1066/files/22310175_694797797376457
_6705613695350413262_n.png>. Acesso em: 14 dez. 2019.
6 INFLUÊNCIA DA ÁGUA
Muitos acidentes que envolvem muros de contenção estão relacionados
com o acúmulo de água no maciço. A existência de uma linha freática no maciço
é altamente desfavorável, aumentando substancialmente o empuxo total, sendo
que, o acúmulo de água, ocasionado pela deficiência de drenagem, pode duplicar
o empuxo atuante (GERSCOVICH; DANZIGER; SARAMAGO, 2016).
181
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
182
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: <http://geofoco.com.br/wp-content/uploads/2014/06/drenagem-muto-de-arrimo.jpg>.
Acesso em: 14 dez. 2019.
7 ESCORAMENTOS
De acordo com Ranzini et al. (1998), os escoramentos compõem-se pelos
seguintes elementos:
• Parede: é a estrutura que está em contato direto como solo a ser contido.
Normalmente, é vertical e composta por materiais como madeira, aço ou
concreto.
• Longarina: é um elemento linear, longitudinal, no qual a parede se apoia. De
modo geral, é disposta horizontalmente e pode ser constituída por vigas de
madeira, aço ou concreto armado.
• Estroncas ou escoras: são elementos de apoio das longarinas, sendo
perpendiculares. Podem ser constituídas por barras de madeira ou aço.
• Tirantes: são elementos lineares introduzidos no maciço contido e ancorado
em profundidade por meio de um trecho alargado, denominado bulbo. Os
tirantes trabalham à tração e podem suportar as longarinas em substituição às
estroncas.
183
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
184
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
185
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FIGURA 28 – PAREDE-DIAFRAGMA
FONTE: <https://www.aecweb.com.br/tematico/img_figuras/Parede-diafragma-1-gran$$9368.
jpg>. Acesso em: 14 dez. 2019.
186
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
187
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: A autora
b0 = 0,14 h;
b = b0 + h/3;
188
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: A autora
Sendo que:
Ka – Coeficiente de empuxo ativo.
Kp – Coeficiente de empuxo passivo.
φ – ângulo de atrito do solo.
189
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
Sendo que:
Ea – Empuxo ativo.
Ep – Empuxo passivo.
γs – Peso específico do solo.
h – Altura do local de aplicação do empuxo (varia em função do tipo de empuxo).
Sendo que:
c = distância do centro de gravidade do empuxo ativo até a base do muro.
a = distância do centro de gravidade do empuxo passivo até a base do muro.
FONTE: O autor
190
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
O peso é considerado para cada metro linear de muro. Para perfis trapezoidais,
dividir a área da seção transversal em figuras geométricas conhecidas.
FONTE: O autor
Para o exemplo:
MRw = P1*x + P2*y + P3*z
De acordo com o que será exposto a seguir, o fator de segurança mínimo a ser
utilizado na pior situação de dimensionamento é de 1,5.
191
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: O autor
FS ≥ 1,5
FS ≥ 1,5
S = Força de atrito.
σmáx ≤ σadm
σr – Tensão de ruptura.
σadm – Tensão admissível do solo = σr/2 (considerando um fator de segurança
igual a 2).
σmáx – Tensão máxima do muro no solo.
e = excentricidade (ideal que esteja no núcleo central da base do muro, para que
atuem apenas esforços de compressão).
V = forças verticais atuantes.
192
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
EXEMPLO:
Solo: areia
Tensão admissível areia = 200 kPa
Peso específico do solo γ = 17 kN/m³
Material: concreto ciclópico
Peso específico do concreto ciclópico γ = 24 kN/m³
Ângulo de atrito φ = 35°
Coesão do solo = 0 (areia)
FONTE: A autora
193
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
Mt = 112,46*(6,4*1/3) = 262,40
MRep = 31,36*(1/2) = 31,365
194
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FS ≥ 1,5
FS ≥ 1,5
σmáx ≤ σadm
195
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
10 ATIVIDADE PRÁTICA 10
OBJETIVOS
196
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: O autor
197
UNIDADE 3 — REQUISITOS DE QUALIDADE E OBRAS COMPLEMENTARES
LEITURA COMPLEMENTAR
198
TÓPICO 3 — OBRAS COMPLEMENTARES
FONTE: REVISTA VEJA. Luzia nas alturas. 2019. Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/
capela-suspensa-santa-luzia-hospital-matarazzo-umberto-i/. Acesso em: 15 out. 2019.
199
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Das contenções de solo mais usuais, podemos citar os muros de arrimo, muro
de gravidade, muro de pedra, muro de concreto ciclópico, muro de gabiões, de
saco e solo-cimento, de solo-pneus, muro de flexão, de contraforte, ancorado
na base e reforçado com geossintéticos.
• Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas construídas por fios
de aço em malha hexagonal, galvanizados, os quais são preenchidos com pedras.
CHAMADA
200
AUTOATIVIDADE
201
3 No que diz respeito aos tipos de gabiões utilizados em obras de contenção,
é CORRETO afirmar que:
202
4 Em diversos tipos de obras, torna-se necessário realizar serviços de
contenção de taludes. Considerando a figura a seguir, representativa
de um muro realizado totalmente em concreto armado, assinale a
alternativa CORRETA:
203
II- Muros de arrimo são estruturas utilizadas para conter o empuxo do solo
de uma encosta, quando executamos um corte transversal ao sentido de
um talude dessa encosta.
III- Os muros de arrimo devem ser utilizados quando temos um grande espaço
de terreno disponível para a implantação da edificação, pois se tratam de
estruturas que necessitam de grande espaço para serem implantadas.
IV- Em ambos os casos, tanto na técnica de suavização de taludes, como na
utilização de muros de arrimo, devemos levar em conta formas corretas de
direcionar o fluxo das águas superficiais nos terrenos acidentados.
204
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro, 2019a.
ABNT. NBR 12131: Estacas – Prova de Carga Estática – Método de Ensaio. Rio
de Janeiro, 2006.
ABNT. NBR 10905: Solo – Ensaios de palheta in situ – Método de ensaio. Rio de
Janeiro, 1989.
205
CAPUTO, H. P.; CAPUTO, A. N.; RODRIGUES, J. M. A. Mecânica dos solos e
suas aplicações: exercícios e problemas resolvidos. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2015.
DECKNER, F. Ground vibrations due to pile and sheet pile. 2013. Dissertação
(Mestrado) – Royal Institute of Technology, Estocolmo. Disponível em: http://
www.diva-portal.org/smash/record.jsf?pid=diva2%3A610771&dswid=310.
Acesso em: 26 maio 2020.
206
HERNÁNDEZ, J. M. Avant-Garde constructions. 2014. Disponível em: http://
www.jmhdezhdez.com/2011/03/copyright-jose-miguel-hernandez.html. Acesso
em: 12 set. 2019.
MASSAD, F. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2. ed. São Paulo: Oficina
de Textos, 2010.
207
QUARESMA, A. R. et al. Investigações geotécnicas. In: HACHICH, W. et
al. Fundações teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini Ltda., 1998.
208