Você está na página 1de 31

Unidade II

Unidade II
4 Receita Total

Xerox teve alta em 7% na receita de negócios com serviços no ST12

A Xerox (NYSE: XRX) anunciou seu resultado no primeiro trimestre de 2012, que inclui
lucro ajustado por ação de US$ 0,26, excluindo US$ 0,04 relativos à amortização de
intangíveis – resultando no lucro líquido por ação de US$ 0,229. A receita total no período,
de US$ 5,5 bilhões, teve queda de 1%, ou aumento de 1% em moeda constante. A receita
de negócios com serviços subiu 7%.

“Com mais da metade de nossa receita total vindo de serviços, acelerar o crescimento nesse
segmento é uma prioridade”, afirmou Ursula Burns, presidente e CEO da Xerox. “Os resultados
do segundo trimestre reflete um progresso sólido nos negócios de BPO com crescimento de
8% no segmento, 9% de crescimento em outsourcing de TI e crescimento de 6% em gestão de
documentos, sempre desconsiderando os efeitos cambiais” (FATOR BRASIL, 2012).

A receita total é fruto da multiplicação do preço pela quantidade vendida.

Conforme Silva (2011), seja U uma utilidade (bem ou serviço) cujo preço de venda por unidade seja um preço
fixo P0, para quantidades entre q1 e q2 unidades. A função dada por RT = P0 · q, com q1 < q < q2, é denominada
função receita total ou simplesmente receita total (valor total recebido por uma quantidade de produtos vendidos).

• Exemplo

RT = 3·q, 0 < q < 6.

Para representar graficamente essa situação, podemos construir a seguinte tabela:

q RT
0
6

Atenção: respeitamos a restrição em q colocada pelo problema.

Para q = 0, RT = 3·(0) = 0.

Para q = 6, RT = 3·(6) = R$ 18,00.

32
Matemática Aplicada

q RT
0 0
6 18

RT (R$)

18

0 6 q (quantidade)

Figura 12 – Representação gráfica de RT = 3·q, 0 < q < 6

A receita total é o valor recebido pela venda de q produtos. No exemplo anterior, observamos que a
receita total é limitada ao valor de R$ 18,00 quando a quantidade vendida é de 6 unidades, pois o valor
unitário do produto é fixo e equivale a R$ 3,00.

Observação
Quando o preço da mercadoria não é fixo, a receita total pode variar, pois,
se o preço varia, a demanda também se altera, mudando assim a receita total.

RT = P·D.

Lembrete
Você provavelmente deva estar pensando: isto é muito fácil! Mas
lembre‑se de que preços diferentes provocam demandas diferentes.

Simplesmente subir preços não garante aumento da receita total. Veja o exemplo:

Dada a demanda de mercado D = 20 – 2P, a variação de preço (primeira coluna) altera a receita total:

P D RT = P·D
1 20 – 2·(1) = 18 unidades RT = 1·18 = R$ 18,00
3 20 – 2·(3) = 14 unidades RT = 3·14 = R$ 42,00
5 20 – 2·(5) = 10 unidades RT = 5·10 = R$ 50,00
7 20 – 2·(7) = 6 unidades RT = 7·6 = R$ 42,00
9 20 – 2·(9) = 2 unidades RT = 9·2 = R$ 18,00

33
Unidade II

Observação

Conforme o preço (P) aumenta, a procura (D) pelo produto diminui. No


entanto, a receita total (RT) varia de acordo com o preço do produto e a
quantidade de procura (D) por essa mercadoria.

• Observe:

— se o preço (P) for muito baixo, existirá grande procura (D) pelo produto, mas não necessariamente
teremos uma receita total (RT) máxima;

— se o preço (P) for muito alto, existirá pouca procura (D) pelo produto, e também não
necessariamente teremos uma receita total (RT) máxima;

— existirá um preço (P) adequado que corresponderá a uma procura (D), a qual, por sua vez,
proporcionará uma receita total (RT) máxima.

Saiba mais

Leia em <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.
phtml?id=1265226> alguns exemplos de variação de preços afetando as
vendas.

Para maximizar a receita total, podemos seguir estes passos:

Considerando D = 48 – 2P, vamos estabelecer a expressão da receita total RT = P·D somente em


função da variável D:

1) “Isolando” P em função de D:

D = 48 – 2P

D + 2P = 48

2P = 48 – D

P = 48 – D = 48 – D
2 2 2

P = 24 – 0,5D.

34
Matemática Aplicada

2) “Substituindo” em RT = P·D:

RT = (24 – 0,5D)·D

RT = 24D – 0,5D2

Qual deverá ser o valor de D (quantidade de procura) que tornará a receita total (RT) máxima?

Vamos calcular:

RT = 24D – 0,5D2

1) Considerar RT = 0:

24D – 0,5D2 = 0

24D – 0,5D2 = 0 (a = – 0,5 b = 24 c = 0)

D = b2 – 4·a·c

D = (24)2 – 4·(‑ 0,5)·(0) = 576 + 0 = 576

D = – b + – ÖD
2·a

−24 ± 576 24 ± 24
D= =−
2 ⋅ (0, 5) −1

D’ = 0 D” = 48

2) Receita total (RT) máxima em função da procura (D) por determinado produto:

D = ‑b = – (24) = 24 unidades
2·a 2·(‑0,5)

RT = 24D – 0,5D2 = 24 . 24 – 0,5 . 242 = 576 – 0,5 . 576 = 288

3) Preço correspondente à demanda de 24 unidades do produto:

P = 24 – 0,5D

P = 24 – 0,5·(24)

P = 24 – 12 = R$ 12,00

35
Unidade II

Portanto, existirá, ao preço (P) de R$ 12,00, uma demanda (D) de 24 unidades do produto para que
a receita total (RT), nesse caso, seja a maior possível. Veja o gráfico:

RT (R$)

Vértice (24;288)
288

D (quantidade)
0 24 48

Figura 13 – Representação gráfica de D = 48 – 2P, para RT = P·D somente em função de D

Observando os cálculos e o gráfico anterior, podemos dizer que, nesse caso, ao preço (P) de R$ 12,00,
temos uma demanda (D) de R$ 24,00, que proporciona uma receita total (RT) máxima de R$ 288,00. Ou
seja, com esses parâmetros, ocorre a maximização da receita.

Observação

Cuidado para não confundir maximização da receita com maximização


do lucro.

A maximização da receita trata de identificar a melhor solução entre


demanda e preço, mas não necessariamente traz a melhor solução no
tocante a lucro unitário.

4.1 Exercícios resolvidos passo a passo

1. Um restaurante tem um cardápio com preço fixo de R$ 13,50 e consegue atender até 256 pessoas
por dia.

36
Matemática Aplicada

Figura 14

Considere a função RT = 13,5· q , na qual o preço é fixo (R$ 13,50) e q é a quantidade de produtos
vendidos diariamente, que pode variar de zero a 256 (0 < q < 256 unidades). Se a ocupação do restaurante
for de 50%, qual será o valor recebido em decorrência da venda dos produtos?

Nesse caso, a metade dos produtos vendidos corresponde a 128 unidades, visto que a quantidade
varia entre 0 e 256 unidades.

RT = 13,5·(128) = R$ 1.728,00.

Portanto, o valor recebido pela metade dos produtos vendidos é de R$ 1.728,00.

2. Uma empresa de ônibus interurbanos oferece em determinada linha o preço de R$ 20,50 e precisa
ter, no mínimo, uma receita de R$ 1.025,00.

Figura 15

37
Unidade II

Considere a função RT = 20,5·q, na qual o preço é fixo (R$ 20,50) e q é a quantidade de produtos
vendidos (0 < q < 120 unidades). Qual será a quantidade de produtos vendidos quando a receita total
atingir o valor de R$ 1.025,00?

Sabendo que RT = 1.025,00, podemos afirmar que:

RT = 1.025

20,5·q = 1.025

Q = 1.025
20,5

Q = 50 unidades vendidas.

Portanto, a receita total atinge o valor de R$ 1.025,00 quando são vendidas 50 unidades do produto.

5 CUSTO TOTAL

A função custo total está associada à produção de uma utilidade (valor “gasto” por uma quantidade
de bens produzidos).

CT = CF + CV, onde CT é o custo total, CF é o custo fixo e CV é o custo variável.

Lembrete

Custos fixos permanecem iguais independentemente da produção e das


vendas. Exemplo: aluguel de escritório.

Custos variáveis mudam proporcionalmente ao nível de produção ou de


vendas. Exemplo: matéria‑prima de produção.

• Exemplo conforme Silva (2011):

O custo variável médio (custo unitário) de produção de certo bem é de R$ 12,00, e o custo fixo
associado à produção é de R$ 60,00 para quantidades variáveis na faixa de 0 a 100 unidades. Se o preço
de venda, na mesma faixa, é de R$ 20,00/unidade, identifique:

a) A função custo total (CT):

CT = CF + CV
CT = 60 + 12·q

38
Matemática Aplicada

b) A representação gráfica:

q CT = 60 + 12·q
0 60
100 1260

CT (R$)

1260

60

0 100 q (quantidade)

Figura 16 – Representação gráfica de CT = 60 + 12·q

c) A função receita total (RT):

RT = 20·q

d) O custo total (CT) associado a uma produção de 75 unidades desse bem:

CT = 60 + 12·q

CT = 60 + 12·(75) = 60 + 900 = R$ 960,00

5.1 Exercícios resolvidos passo a passo

1. Um fabricante de camisetas tem, por unidade, um custo de produção de R$ 8,00, e o custo fixo é
de R$ 1.200.

39
Unidade II

Figura 17

Sabendo que a função custo total CT = 1200 + 8·q está associada à produção das camisetas,
determine o custo total referente à produção de 230 unidades:

Produção de 230 unidades (q = 230):

CT = 1.200 + 8·(230)

CT = 1.200 + 1.840

CT = R$ 3.040,00

Portanto, o custo total referente à produção de 230 unidades do referido bem será de R$ 3.040,00.

2. Um fabricante de calculadoras tem por custo variável R$ 25,00 e por custo fixo R$ 2.000.

Figura 18

40
Matemática Aplicada

Sabemos que a função custo total CT = 2000 + 25·q está associada à produção da calculadora.
Qual será a produção necessária para termos um custo total de R$ 5.000,00?

Custo total de R$ 5.000,00 (CT = R$ 5.000,00):

CT = 5.000,00

2.000 + 25·q = 5.000

25·q = 5.000 – 2.000

25·q = 3.000

q = 3.000
25

q = 120 unidades produzidas.

Portanto, a produção necessária para termos um custo total de R$ 5.000,00 é de 120 unidades do
determinado bem.

3. Marcos vende café em porta de fábrica com um custo fixo de R$ 3,00 e um custo variável de R$
0,60.

Figura 19

Sabendo‑se que esse produto é vendido a R$ 0,80 a unidade, Marcos precisa vender, pelo menos, q
unidades do produto para não ter prejuízo. Qual é o valor de q?

41
Unidade II

Por meio das informações do problema, vamos construir as funções CT e RT:

CT = 3 + 0,60·q (valor “gasto” pela produção de q unidades de determinada utilidade).

RT = 0,80·q (valor “recebido” pela venda de q unidades de determinada utilidade).

Para não ter prejuízo, podemos afirmar que:

LT > 0.

Nesse caso, a função lucro total é:

LT = RT – CT

LT = 0,80·q – (3 + 0,60·q)

LT = 0,80·q – 3 – 0,60·q

LT = 0,20·q – 3

Considerando LT > 0, temos:

LT > 0

0,20·q – 3 > 0

0,20·q > 3

q> 3
0,20

q > 15 unidades

Para LT > 0, temos q > 15 unidades.

Portanto, para não ter prejuízo, Marcos precisa vender pelo menos 15 unidades do produto. O valor
de q é de 15 unidades.

6 PONTO DE NIVELAMENTO E LUCRO TOTAL

6.1 Ponto de nivelamento

Quando há equilíbrio entre custo e receita, a quantidade produzida é considerada ponto de


nivelamento. É o equivalente a uma barreira a ser transposta, pois abaixo desse ponto há prejuízo, e
acima, lucro (BONORA, 2006).
42
Matemática Aplicada

Ponto de nivelamento (ou equilíbrio) é a quantidade (produzida e vendida) de determinada


mercadoria, que corresponde, ao mesmo tempo, à receita total e ao custo total. Ou seja, lucro zero.

RT = CT

• Exemplo conforme Silva (2011):

São dadas as funções RT = 0,4·q e CT = 3 + 0,1·q para 0 < q < 20 unidades de um determinado
produto.

O ponto de nivelamento é:

RT = CT

0,4·q = 3 + 0,1·q

0,4·q – 0,1·q = 3

0,3·q = 3

qe = 3 = 10 unidades
0,3

Para uma quantidade qe = 10 unidades (produzida e vendida) de determinada mercadoria, temos RT


(valor total recebido pela venda) igual ao CT (valor total “gasto” pela produção), portanto, não temos
lucro nem prejuízo.

Construindo o gráfico para tal situação:

1) Tabela de valores:

q RT = 0·4.q
0 0
20 8

q CT = 3 + 0,1·q
0 3
20 5

43
Unidade II

2) Representação gráfica:

RT, CT (R$)

8 RT = 0,4 . q

4
CT = 3 + 0,1 . q
3

0 10 20 q (quantidade)

Figura 20 – Representação gráfica de RT = 0,4·q e CT = 3 + 0,1·q para 0 < q < 20

Observe no gráfico anterior que, nesse caso, para uma quantidade (produzida e vendida) de 10
unidades (qe) dessa mercadoria, temos RT = CT = R$ 4,00.

RT = 0,4·q = 0,4·(10) = R$ 4,00

CT = 3 + 0,1·q = 3 + 0,1·(10) = 3 + 1 = R$ 4,00.

6.2 Lucro total

A partir da receita total, ao subtrairmos o custo total, temos o lucro total.

Seja CT o custo total associado à produção de uma utilidade e RT a receita total referente à venda
dessa utilidade.

A função lucro total (LT) associada à produção e à venda da utilidade é dada por:

LT = RT – CT

Vamos analisar o gráfico do exemplo anterior com mais atenção:

44
Matemática Aplicada

RT, CT (R$)

8 RT = 0,4 . q

4
CT = 3 + 0,1 . q
3

q (quantidade)
0 10 20

Figura 21 – Representação gráfica de RT = 0,4·q e CT = 3 + 0,1·q para 0 < q < 20

• anteriormente, observamos que o ponto de nivelamento, nesse caso, é qe = 10 unidades (RT = CT).
Não existe lucro nem prejuízo para tal quantidade produzida e vendida;

• para uma quantidade (produzida e vendida) entre 0 e 10 unidades (0 < q < 10), o gráfico do
custo está acima do gráfico da receita. Isso significa que, nessa faixa, o custo total é maior que a
receita total (CT > RT), ou seja, o “gasto” excede o “valor recebido”. Nessa faixa de bens produzidos
e vendidos existirá prejuízo;

• para uma quantidade (produzida e vendida) entre 10 e 20 unidades de determinado bem (10 < q
< 20), o gráfico do custo está abaixo do gráfico da receita. Isso significa que, nessa faixa, o custo
total é menor que a receita total (CT < RT), ou seja, o “valor recebido” excede o “gasto”. Nessa faixa
de bens produzidos e vendidos existirá lucro.

Tudo isso pode ser representado algébrica e graficamente por meio da função lucro (LT = RT – CT).
Veja:

Sabendo que as funções dadas no exemplo foram RT = 0,4·q e CT = 3 + 0,1·q para 0 < q < 20,
obtemos:

LT = 0,4·q – (3 + 0,1·q)

LT = 0,4·q – 3 – 0,1·q

LT = 0,3·q – 3 (para: 0 < q < 20).

45
Unidade II

Inserindo a representação gráfica da função lucro:

1) Tabela de valores

q LT = 0,3·q – 3
0 ‑3
20 3

2) Representação gráfica

RT, CT, LT (R$)

8 RT = 0,4 . q

5
CT = 3 + 0,1 . q
4
3
LT = 0,3 . q - 3

+++
q (quantidade)
0 10 20

-3

Figura 22 – Representação gráfica de LT = 0,3·q – 3 (para: 0 < q < 20)

6.3 Exercícios resolvidos passo a passo

1. Considere as funções RT = 3,5·q e CT = 10 + 1,5·q, para 0 < q < 10 unidades de determinada


mercadoria. Qual é o ponto de nivelamento?

RT = CT

3,5·q = 10 + 1,5·q

3,5·q – 1,5·q = 10

2·q = 10

46
Matemática Aplicada

q = 10
2

q = 5 unidades (ponto de nivelamento)

Portanto, para cinco unidades (qe) de mercadorias produzidas e vendidas, não teremos lucro nem
prejuízo (LT = 0).

2. Considere as funções RT = 3·q e CT = 6 + q, para 0 < q < 10 unidades de determinada mercadoria.


Qual é a função lucro total?

A função lucro total é construída da seguinte maneira:

LT = RT – CT

LT = 3·q – (6 + q)

LT = 3·q – 6 – q

LT = 2·q – 6

Portanto, nesse caso, a função lucro total pode ser escrita como LT = 2·q – 6.

3. Considere a função lucro total LT = 8·q – 3.600, para 0 < q < 1.500 unidades de um determinado
bem. Qual é o lucro total referente à produção de 600 unidades dessa mercadoria?

LT = 8·q – 3.600

LT = 8·(600) – 3.600

LT = 4.800 – 3.600

LT = R$ 1.200,00

Portanto, o lucro total referente à produção de 600 unidades dessa mercadoria é de R$ 1.200,00.

4. Considere a função lucro total LT = 7·q – 3.500, para 0 < q < 2.000 unidades de determinado bem.
Qual será a produção necessária para que ocorra RT = CT?

Observe que RT = CT corresponde a LT = 0.

Portanto:

LT = 0
47
Unidade II

7·q – 3.500 = 0

7·q = 3.500

q = 3.500
7

q = 500 unidades produzidas

Será necessária uma produção de 500 unidades desse bem para que ocorra RT = CT, ou seja, para
que não ocorra lucro nem prejuízo.

A utilidade prática de calcular o ponto de nivelamento e o lucro total reside na necessidade das
organizações de projetar seus investimentos em aumento de produção, por exemplo. A pergunta básica
nesse caso é: valerá a pena investir x se o ponto de nivelamento for muito difícil de atingir?

Saiba mais

Leia o artigo Considerações acerca do ponto de equilíbrio como


ferramenta gerencial, de Edmar José Zorzal. Disponível em: <http://www.
novomilenio.br/foco/1/artigo/5_Ponto_de_equilbrio_artigo.pdf>.

Resumo

Nesta unidade, vimos alguns valores cujos cálculos são rotineiros para
os administradores: a receita total, o custo total e o lucro total.

Receita total é o valor total recebido por uma quantidade de produtos


vendidos, como fruto da multiplicação do preço pela quantidade vendida.

Custo total é o valor gasto por uma quantidade de bens produzidos,


obtido pela soma de custos fixos e variáveis.

A partir da receita total, ao subtrairmos o custo total, temos o lucro


total, que revela o lucro de um dos bens produzidos.

Também estudamos o conceito de ponto de nivelamento.

Quando há equilíbrio entre custo e receita, a quantidade produzida é


considerada ponto de nivelamento. É o equivalente a uma barreira a ser
transposta, pois abaixo desse ponto há prejuízo, e acima, lucro. Uma das

48
Matemática Aplicada

muitas tarefas dos administradores é gerenciar o ponto de nivelamento dos


bens produzidos pela empresa, pois é a partir daí que perseguimos o lucro.

Exercícios

Questão 1 (ENADE 2006). Analise a figura a seguir:

1
R$ 5,00/t
1 Demanda = 1.000
R$ 4,00
/t
R$
6,0
0/t
2
Fábricas Depósitos
t
4,00/ 00/t
Demanda = 1.500
R$ R$ 3,
2
R$ 5,00/t 3
Demanda = 500

A Cia. de Produtos Vegetais – CPV possui duas fábricas que abastecem três depósitos. As fábricas
têm um nível máximo de produção baseado nas suas dimensões e nas safras previstas. Os custos em
R$/t estão anotados em cada rota (ligação entre as fábricas e depósitos). José de Almeida, estudante de
Administração, foi contratado pelo Departamento de Logística com a finalidade de atender a demanda
dos depósitos sem exceder a capacidade das fábricas, minimizando o custo total do transporte.

Em sua decisão ele considerou as seguintes situações:

I – 1.000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 1. A demanda restante deve
ser suprida a partir da Fábrica 1;

II – 2.500 unidades devem ser transportadas da Fábrica 1 para os Depósitos 1 e 2. A demanda


restante deve ser suprida a partir da Fábrica 2;

III – 1.000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 2. A demanda restante
deve ser suprida a partir da Fábrica 1.

Apresenta(m) o(s) menor(es) custo(s) apenas a(s) situação(ões):

A) I.

B) II.

C) III.
49
Unidade II

D) I e III.

E) II e III.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das afirmativas

I) Afirmativa correta.

Justificativa: como 1000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 1, a
demanda restante deve ser 1500 unidades transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 2, e 500 unidades
transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 3. Sabendo-se que a receita total é dada por RT = P0 . q,
sendo P o preço fixo e q as quantidades (demanda), podemos determinar RT:

Quando 1000 unidades são transportadas da Fábrica 2 para o Depósito I temos que RT = 4 . 1000 = 4000.

Quando 1500 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 2, temos que RT = 4 . 1500 = 6000.

Quando 500 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 3, temos que RT = 6 . 500 = 3000.

Assim, o custo total será a soma das receitas RT = 4000 + 6000 + 3000, que será igual a R$ 13.000,00.

II) Afirmativa incorreta.

Justificativa: como 2500 unidades devem ser transportadas da Fábrica 1 para os Depósitos 1 e 2, a demanda
restante deve ser 500 unidades transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 3. Sabendo-se que a receita total
é dada por RT = P0 . q, sendo P o preço fixo e q as quantidades (demanda), podemos determinar RT:

Quando 1000 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito I temos que RT = 5 . 1000 = 5000.

Quando 1500 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 2, temos que RT = 4 . 1500 = 6000.

Quando 500 unidades são transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 3, temos que RT = 5 . 500 = 2500.

Assim, o custo total será a soma das receitas RT = 5000 + 6000 + 2500, que será igual a R$ 13.500,00.

III) Afirmativa correta.

Justificativa: como 1000 unidades devem ser transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 2, a
demanda restante deve ser 1000 unidades transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 1, 500 unidades
transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 2 e 500 unidades transportadas da Fábrica 1 para o Depósito
3. Sabendo-se que a receita total é dada por RT = P0 . q, sendo P o preço fixo e q as quantidades
(demanda), podemos determinar RT:
50
Matemática Aplicada

Quando 1000 unidades são transportadas da Fábrica 2 para o Depósito 2 temos que RT = 3 . 1000 = 3000.

Quando 1000 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 1, temos que RT = 5 . 1000 = 5000.

Quando 500 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 2, temos que RT = 4 . 500 = 2000.

Quando 500 unidades são transportadas da Fábrica 1 para o Depósito 3, temos que RT = 6 . 500 = 3000.

Assim, o custo total será a soma das receitas RT = 3000 + 5000 + 2000 + 3000, que será igual a R$ 13.000,00.

Questão 2 (ENADE 2006). A Cia. Alonso de Auto Peças Ltda. distribui peças para oficinas de reparo de
automóveis localizadas em grande área metropolitana. Embora se trate de um mercado competitivo, a
Cia. Alonso gostaria de oferecer níveis de estoque adequados às oficinas atendidas, ao mesmo tempo em
que deseja maximizar seus lucros. Ela é sabedora de que, à medida que aumenta a percentagem média
de atendimentos aos clientes (nível de serviço), maior é seu custo de estoques. A fim de determinar a
influência dos níveis de estoque no percentual de atendimento aos clientes, a Alonso fez um levantamento
dos principais itens de seu estoque nos últimos seis meses. A seguinte tabela foi preparada:

Percentagem média Nível médio Custos de estoques Receita média de


de atendimento aos mensal de estoque mensais vendas mensais
clientes (R$) (R$) (R$)
80% 27.500,00 550,00 900,00
85% 30.000,00 600,00 1.200,00
90% 35.000,00 700,00 1.400,00
95% 40.000,00 800,00 1.450,00
98% 50.000,00 1.000,00 1.600,00

A partir dos dados apresentados nessa tabela, pode-se concluir que o maior lucro ocorrerá quando
o nível de serviço for equivalente a:

A) 80%.

B) 85%.

C) 90%.

D) 95%.

E) 98%.

Resolução desta questão na plataforma.

51
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 2

WHAT‑SUPERSTORE__1_.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/198799>.


Acesso em: 31 jul. 2012.

Figura 3

RIO_DE_JANEIRO.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/97747>. Acesso


em: 31 jul. 2012.

Figura 4

WINEBOTTL012007__4_.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/157136>.


Acesso em: 31 jul. 2012.

Figura 5

SELLING CLOTHES – SALE (1).JPG. Disponível em <http://www.morguefile.com/archive/


display/550706>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Figura 6

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 7

CAMERA_STORE.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/52645>. Acesso em:


31 jul. 2012.

Figura 8

MECHANIC2.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/101671>. Acesso em: 31


jul. 2012.

Figura 9

386.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/812312>. Acesso em: 31 jul.


2012.
52
Figura 10

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 11

ICE CREAMS.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/793590>. Acesso em:


31 jul. 2012.

Figura 12

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 13

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 14

RECEPDECOR030907__21_.JPG. Disponível em <http://www.morguefile.com/archive/display/161322>.


Acesso em: 1 ago. 2012.

Figura 15

COACHES.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/15932>. Acesso em: 1 ago. 2012.

Figura 16

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 17

T‑SHIRTS_0933 (4_6).JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/661933>.


Acesso em: 1 ago. 2012.

Figura 18

X985CW 001.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/672252>. Acesso em: 1


ago. 2012.

Figura 19

COFFEE_POT_WITH_STYROFOAM_CUPS.JPG. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/


display/170369>. Acesso em: 1 ago. 2012.
53
Figura 20

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 21

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

Figura 22

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

REFERÊNCIAS

Textuais

BARBOSA, A. P. Demanda e oferta! Artigos.com, ago. 2007. Disponível em: <http://www.artigos.com/


artigos/sociais/administracao/demanda‑e‑‑oferta!‑2109/artigo/>. Acesso em: 7 ago. 2012.

BONORA Jr., D. et al. Matemática: complementos e aplicações nas áreas de Ciências Contábeis,
Administração e Economia. 4. ed. São Paulo: Ícone, 2006.

CASTANHEIRA, N. P. Métodos quantitativos. Curitiba: IBPEX, 2008.

DEMANA, F. et al. Pré‑cálculo. São Paulo: Pearson‑Addison Wesley, 2009.

DEMANDA da oferta e procura. Brasil Escola, Goiás, [2012?]. Disponível em: <http://monografias.
brasilescola.com/administracao‑financas/demanda‑oferta‑procura.htm>. Acesso em: 7 ago. 2012.

GIRARDI, E. C. Lei da Oferta e da Procura (demanda e oferta). Infoescola, Santa Catarina, ago. 2007.
Disponível em: <http://www.infoescola.com/economia/lei‑da‑oferta‑e‑da‑procura‑demanda‑e‑oferta/>.
Acesso em: 7 ago. 2012.

JACQUES, I. Matemática para Economia e Administração. 6. ed. São Paulo: Pearson: 2010.

LEITE, A. Aplicações da Matemática: Administração, Economia e Ciências Contábeis. São Paulo:


Cengage Learning, 2008.

MUROLO, A. C.; BONETTO, G. Matemática aplicada à Administração, Economia e Contabilidade. 2. ed.


São Paulo: Pioneira‑Thomson Learning, 2011.

PETRY, R.; SILVA, M. R. Souza Cruz reduz preços de quatro marcas de cigarro. Veja, São Paulo, maio
2012. Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/souza‑cruz‑reduz‑precos‑de‑quatro‑
marcas‑de‑cigarro>. Acesso em: 31 jul. 2012.
54
PREÇO do suíno vivo aumenta em SP. Globo Rural On‑Line, São Paulo, jul. 2012. Disponível em:
<http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI314180‑18530,00‑PRECO+DO+SUINO+VI
VO+AUMENTA+EM+SP.html>. Acesso em: 31 jul. 2012.

PREÇOS reduzirão demanda por milho e soja para ração – Oil World. Cenário MT, Mato Grosso, jul.
2012. Disponível em: <http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=218556&codDep=6>. Acesso
em: 6 ago. 2012.

SILVA, F. C. M.; ABRÃO, M. Matemática básica para decisões administrativas. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2008.

SILVA, S. M.; SILVA, E. M.; SILVA, E. M. Matemática: para os cursos de Economia, Administração e
Ciências Contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. v. 1.

______. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas, 2011.

VENDAS de informática sobem com preço menor, diz IBGE. Gazeta do Povo, Curitiba, jun. 2012.
Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1265226>. Acesso
em: 7 ago. 2012.

WEBER, J. E. Matemática para Economia e Administração. 2. ed. São Paulo: Harbra, 1986.

XEROX teve alta em 7% na receita de negócios com serviços no ST12. Fator Brasil, Rio de Janeiro, jul. 2012.
Disponível em: <http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=211048>. Acesso em: 7 ago. 2012.

ZORZAL, E. J. Considerações acerca do ponto de equilíbrio como ferramenta gerencial. Disponível em:
<http://www.novomilenio.br/foco/1/artigo/5_Ponto_de_equilbrio_artigo.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2012.

Sites

<http://monografias.brasilescola.com/administracao‑financas/demanda‑oferta‑procura.htm>.

<http://www.artigos.com/artigos/sociais/administracao/demanda‑e‑‑oferta!‑2109/artigo/>.

<http://www.infoescola.com/economia/lei‑da‑oferta‑e‑da‑procura‑demanda‑e‑oferta/>.

<http://www.novomilenio.br/foco/1/artigo/5_Ponto_de_equilbrio_artigo.pdf>.

Exercícios

Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Administração.
Questão 33. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_
DE_ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013.
55
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Administração.
Questão 30. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_
DE_ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013.

56
57
58
59
60

Você também pode gostar