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Faculdade de Teologia
Trabalho
Apresentado em cumprimento parcial
dos requisitos de cadeira de
Dilemas Éticos
Por
Edvaldo Mussungo Bande
posiciomamento adotado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia no que diz respeito a
esse tema, sobre qual deveria ser a relação dos membros com a guerra. Existe ainda uma
outra discussão que tem a ver com a participação de membros em serviços militares.
Diante de tudo isso, alguns argumentam que não há indicações de que a Igreja
Outros ainda endossam que não se refere a postura adventista perante o serviço militar,
pois o estado actual é de incerteza. Essas questões geram um grande debate entre líderes
das declarações da igreja em relação esse tema. Finalmente, uma analise sobre o
esse tema diferenciado em toda Bíblia, e uma questão díficil de ser analisada. Iremos
Novo Testamento e assim teremos uma visão clara sobre o que a Bíblia ensina em
serviços militares.
diferentes relatos de guerras em que Israel esteve envolvido contra outras nações.
Vários foram os motivos que causaram a ocorrência dessas guerras, este motivos podem
Algo interessante podemos notar quando se faz um estudo dessa temática no Antigo
Testamento, é que nem todas as guerras realizadas nessa época foram sanciodas por
Deus. Surgem aqui algumas indagações, é Deus a favor das guerras? Existem guerras
O povo de Israel não precisava temer, pois o Senhor os prometeu que estaria com eles e
que lhes daria victória, a victória estava garantida quando Israel fosse lutar contra eles.
regras que deveriam ser obedecidas em meio ao conflito. Nos versos 10-15, Deus
israelitas não deveriam atacar um exercito inimigo ser antes dar um termo de paz, neste
sentido, se o inimigo se rendesse e aceitasse os termos de paz, então Israel não deveria
atacar e os poupariam.
Uma nota crítica nas opiniões de vários autores, que afirmam o facto de que as
dureza. Como o caso de Primeiro de Samuel 15:3, onde Deus manda Saul atacar
Antigo Testamento. Nos ensinamentos de Jesus aos seus seguidores, Jesus ensinou a
amarem seus inimigos e virar a outra face quando fossem ofendidos, no sentido de não
retribuir o mal contra o mal. Assim ficou claro que para os primeiros cristãos,
acreditavam que a guerra era incompátivel com aquilo que Jesus ensinou que os cristãos
erro matar alguém, tendo em vista o cumprimento da lei de Deus que condena matar.
Assim para os primeiros cristãos na era primitiva não se poderia matar alguém, nem
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Organizadores. Respostas Bíblicas. 2014. http://respostasbiblicas.com.br (acesso em 09
de Setembro de 2023).
Compreensão Geral da Bíblia
pode se ter agora uma visão geral do que a Bíblia ensian sobre a guerrra. Em primeiro
lugar, vale lembrar que Deus é amor, e sendo amor, Ele nunca irá contra seu caractér, o
caractér de Deus não é e nunca deve ser questionado, antes de tudo, Ele o fez conhecido
Mas parece que o Antigo Testamento mostra um Deus rude, vingativo, um Deus
que não se importa com suas criatiras, no sentido de lhes oferecer uma oportunidade de
graça. Diferente do que se pode ver no Novo Testamento, parece que o Deus do Novo
Testamento é mais misericordioso, amoroso, generoso com suas criaturas. Então aqui
fica uma grande e aparente contradição daquilo que o evangelho ensina, o Deus do
Antigo Testamento manda matar, e o no Novo Testamento é o Deus que ensina a paz.
contradição. O Doutor Rodrigo Silva, teólogo e arqueólogo afrima que não existe
nenhuma contradição neste dois textos, o que realmente acontece aqui é que o primeiro
texto traz a clara orientação de Deus de como deveria os seus filhos os Israelitas se
povos pagãos, aqueles que por sua vez negavam as orientações de Deus e viviam
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Costa, Jhenifer. Advenstista.Org. 06 de Novembro de 2016. httpp//adventista.com.org
(acesso em 09 de Setembro de 2023).
dissolutamente em uma vida completa de pecado, Deus não poderia permittir que tal
mal se perpetuasse, então o Senhor usou o próprio povo de Israel para ser seu
divinos.
Agora, a questão porque Deus teve que agir dessa forma, fica mais clara quando
se entende que Deus é pedagógico e tem instrumentos apropriados para executar os seus
terra com um dilúvio, tal medida foi necessária pois foi a resposta mais direita possível
para esse mal. No Novo Testamento, não temos outro Deus, é o mesmo como uma
maneira de atuação diferente em função do comporto não tão violento como no mundo
do Antigo Testamento.
hiperbóle usada pelo autor do texto. Deus mandou matar, não é pecado para Deus o acto
de matar, Ele é o dono da vida, a vida pertence a ele, pode dar e tirar conforme seu
querer, esse direito no entanto não pertence ao homem. Então o problema aqui pode ser
o facto de se mandar matar até crianças, como já se disse a cima, tratasse de uma
hiperbóle onde o autor do texto simplesmente queria dizer que a destruição seria tão
grande como se não tivesse sobrevivente, mas Deus não mandou matar crianças.3
militares. O ideial de Deus é que haja guerras, não se pratique aquilo que poderá perigar
a vida, a vida é um bem precioso diante de Deus e do ser humano e tudo deve ser feito
para que a mesma seja preservada. Os actos de guerras que se vivem hoje em nossa
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Costa, Jhenifer. Advenstista.Org. 06 de Novembro de 2016. httpp//adventista.com.org
(acesso em 09 de Setembro de 2023).
actualidade não deve têm apoio bíblico para que tais aconteça, tudo tem sido motivado
A paz de Cristo é a solução para o fim das guerras neste mundo de pecado, a
destruições, e e-nos apresentado Cristo como o caminho pelo qual devemos trilhar, pois
é o caminho qu enos leva a paz. Diante de todo esse cenário em que o mundo actal vive,
os filhos de Deus tem a esperança de que Cristo retornará e dará fim as guerras.
sua própria destruição, este meios estão se tornando cada vez mais eficientes e
Todo tipo de conflito ou guerra que se pode verificar em qualquer país ou entre
paises, não se pode considerar um conflito de justa causa. Segundo a Declaração de Paz,
como crentes e estudantes da Bíblia cremos que a guerra é resultado do pecado. Desde o
momento em que o homem caiu no pecado, a situação de guerra é uma realidade diante
a existência humana5.
próposito, que consiste na criação de grandes arsenais bélicos, suficientes para destruir
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
cidades e devastar vidas. Milhões de homens, mulheres e crianças, sofrem e morrem em
guerras e convulsões civis. Muitas vezes, a paz que tanto se pronuncia como resultado
tomam conta das pessoas, chegando a morrem mais por esse males.
Diante destas situações agitadas, a Igreja Adventista insta que cada nação deve
sempre pautar pela paz e não pela guerra. Afirma ainda que os homens e mulheres
foram as criadas de Deus para sua glória e honra, e que foram chamados para amarem-
se uns aos outros e para o cuidado do meio ambiente em que estão inseridos.6
pacificadores, como igreja cristã devemos trabalhar sempre pela paz, enquanto Cristo
não voltar neste mundo. A esperança da segunda vinda, deve nos motivar a promover
uma mensagem firme, não no alheio e nem deve trazer um vácuo na sociedade. A nossa
2002, afirma que as igrejas não devem ser apenas conhecidas como instituições que
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
somente contribuem em questões espirituais. Precisamos entender que é fundamental
como igreja cuidar e contribuir nas questões espirituais, mas também devemos actuar
posição da igreja será sempre a pacificação social, nesse aspecto se inclui, manter a
qualidade de vida.
A mesma declaração afirma que os cristãos devem ser pessoas de boa vontade
ao redor ao mundo, neste sentido, ser uma pessoa de boa vontade é quem desempenha
vez do problema.8
Como vimos nas declarações a cima, a igreja adventista apresenta uma posição
clara e expressiva em relação aos conflitos armados, pelo que vimos até o momento, a
igreja não é a favor das guerras, não considera uma guerra justa nem aceita como um
guerra no Congo em 2008, a responder com simpatia, tendo em vista o ideal de que
cumprindo esse papel, demonstrar estar em harmonia com a vontade de Deus, de aliviar
o sofrimento da humanidade, tendo a igreja na terra, sua representante, deve fazer esse
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
trabalho com toda fidelidade e mostrar ao mundo o grande amor de Cristo que não
limita em lidar com as situações espirituais apenas, mas também as situações sociais
Relação entre a Igreja e o Estado, publicada em Março de 2002. Tal declaração contém
serviço militar.
Esta declaração começa dizer que a Igreja Adventista tem buscado, desde os
como parte integral de sua missão evangélica.10 Como temos verificado, a igreja tem
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
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Dia, Conferencia Geral dos Adventistas do Sétimo. Declarações da Igreja. São Paulo,
Brasil: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
Por essa razão, a igreja respeita o Estado e apoia as decisões e instituições do
Estado, porém tal obediência não escusa a consciênca cristã que afirma no caso em que
as leis do Estado entram em conflito com as leis de Deus, o conselho bíblico é servir a
exerceu o poder civil no Egito, assim como Daniel na Babilônia e outros, e todas as
nações em que esses homens trabalharam, foram abençoadas e prosperaram por meio de
suas influência. Porém diante desses exemplos concretos, nem sempre a influência
Esta mesma declaração é clara em afirmar que adventisas podem exercer cargos
civis, entretanto deve-se evitar interferência nos assuntos distintos e estar sempre atento
acerca desses perigos. Quando um adventista chega a servir em tais cargos, é necessário
ser uma grande influencia do bem e elevar os mais altos padrões da fé de maniera
Objectores de Consciência
situação de serviço militar possa agir de livre consciência, sem no entanto violar a lei de
Deus. Em situação que coloca o membro numa escolha entre Deus ou o Estado, Deus
deve ser sempre colocado em primeiro lugar. Os princípios de Deus não podem e nunca
devem ser negociados, diante de uma situação de escolha, o mais importante é servir a
Deus.
Como a Igreja não impede que aqueles que desejam participar em serviço militar
possam fazê-lo com consciência de que as leis não possam o impedir de obedecer a
consciência é aquele soldado que decide não usar arma, mas exercer outros serviços
dentro do serviço militar, sem necessariamente estar envolvido com actividades que
livremente e dentro dos pricípios se envolver nesta causa. É um acto não menos
importante que o de segurar armas, portanto não deve ser assumido de qualquer forma,
sendo resultado de uma vontade súbita ou sem fundamento justificado. Também não se
pode colocar nesta condição só para ter uma posição de mais privilégio em relação a
outros, ou por simplesmente não querer cumprir as responsabilidades militares que não
essa posição não vem para prejudicar os companheiros de exercito, nem para puder
impor os princípios de uma pessoa a outros, a Igreja Adventista não apoia tal
comportamento, está posição vem apenas para permitir que o crente viva de acordo com
identidades de sua fé, e sendo assim, vivem de acordo com essa lei. De acordo com a
nossa crença religiosa, o obejctor de consciência deve ter a permissão para ser
dispensado das tarefas que são realizadas semanalmente, porém em situações de
extrema necessidade, ele pode ser chamado para servir mesmo sem usar armas, em
situações de salvar vidas, tal proceder estar de acordo com a vontade de Deus em
não combatência. Talvez dentre todos esses o mais destacado seja Desmond Doss que
Não foi apenas nos Estados Unidos da América onde podemos encontrar essa
fazer diferença em meio ao campo de combate, indo para as fileras dos ataques sem
fazer uso de arma. Este homem natural de Malanje, nasceu na Missão Adventista do
Cuale, e desde cedo aprendeu com seu pai que segundo as escrituras sagadras não
alistamento obrigatório, sem contacto com sua família esses o tinha como morto, pois
nada sabiam sobre ele e nem sobre onde estivera. Mas em em meio a essa completa
incerteza, Romeu Mussungo estava firme na sua fé e por sua bravura foi promovido
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Tonetti, Marcio. Adventista.Org. Agosto de 2017. httpp//www.adventista.com.org
(acesso em 20 de Setembro de 2023).
CONCLUSÃO
Após uma abordagem bílbica e dos documentos oficiais da igreja sobre a guerra,
fica claro que a igreja reconhece a natureza má dos conflitos e considera todo conflito
armado como sendo mau e que deve ser negada toda e qualquer iniciativa de guerra.
Apela a todos os dirigentes ao redor do mundo, que sejam pessoas de boa vontade e que
façam tudo para que as guerras não tenham lugar. Também incentivam os cristãos a
A igreja não considera nenhuma guerra como sendo justa, pois ela causa muita
viloência e maldades as sociedades, e o pior de tudo, tira vidas de pessoas, direito esse
que o Divino possui. Os adventistas são não combatentes como organização, mas deixa
a cada membro que seja consciente em dizer de acordo sua fé se pode se alistar ou não.
Finalmente, não anula a possibilidade dos seus fiéis prestarem serviços militares,
incentiva seus membros a serem respeitosos as leis da pátria, desde que estas não