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RESENHA

Alexander, T. Desmond Do paraíso à terra prometida: uma introdução aos temas


principais do Pentateuco / T. Desmond Alexander; tradução Valdemar Kroker. — São
Paulo: Shedd Publicações, 2010.

O autor Dr. T. Desmond Alexander, é professor de estudos bíblicos e diretor


de estudos de pós-graduação no Union Theological College, em Belfast, Irlanda do
Norte. De 1980 a 1999, foi professor de estudos semíticos na Queen's University of
Belfast. Seu principal campo de pesquisa é o Pentateuco, sobre o qual escreveu
extensivamente em revistas e livros acadêmicos. É autor dos comentários de Êxodo
do Comentário Bíblico Vida Nova e Jonas da Série Cultura Bíblica, publicados pela
Edições Vida Nova; e co-autor do Dicionário de Teologia Bíblica da Editora Vida.
Sobre o livro Do paraíso à terra prometida: uma introdução aos temas
principais do Pentateuco, o autor trata o Pentateuco como sendo uma estruturação
completa, temática e teológica, onde temas como santuário, monarquia e terra mantêm
harmônicos os seus diferentes livros, apresentando-o como uma unidade. Mesmo desta
forma, seus diversos tópicos tópicos recebem grande tratamento. Explicando o autor em
sua mensagem como a Palavra de Deus era para o Israel antigo e para a igreja atual,
estabelecendo o fundamento da teologia cristã, proporcionando um entendimento
apropriado de toda a Bíblia.
Inicialmente em forma de desenhos dos mapas da época, sem maiores detalhes
sobre o tema, o autor apresenta a rota da jornada dos israelitas do Egito a Canaã e como
eram a distribuição das 12 tribos no acampamento israelita e a planta do Tabernáculo,
transmitindo ao leitor uma idéia da geografia.
Ao fazer um breve resumo do Pentateuco, o autor cuidadosamente, narrra que
na constituição atual, se consiste em cinco livros compostos à luz uns dos outros para
formar uma só unidade. Vários fatores revelam a interdependência dos livros. Um dos
principais é a trama iniciada em Gênesis que flui de maneira lógica até o final de
Deuteronômio. Enfatizando o autor que a trama básica do Pentateuco pode ser resumida
da seguinte maneira. No começo, os seres humanos foram criados com o propósito de
desfrutar de um relacionamento especial com Deus e para exercer autoridade, no lugar
dele, sobre a terra. No entanto, a desobediência de Adão e Eva os alienou de Deus, e
como resultado eles foram punidos por maldições divinas e expulsos do Éden.
O autor aborda de modo significativo a linhagem real em Genesis, o qual, foi
cuidadosamente elaborado para enfocar uma única linhagem familiar — de Adão aos 12
filhos de Jacó, e de modo significativo, de forma que, o autor aborda a linhagem real em
Genesis, o qual foi cuidadosamente elaborado para enfocar uma única linhagem familiar
— de Adão aos 12 filhos de Jacó.
No tópico: Paraíso perdido, destaca o autor enfatiza, do começo ao fim, o
relacionamento íntimo entre os seres humanos e o solo. Infelizmente, embora Deus
abençoe o relacionamento entre a humanidade e a terra, a desobediência de Adão e Eva
no jardim do Éden conduz à dramática revogação dessa situação. Além disso, Adão e
Eva são expulsos do Éden, e mais tarde, Deus garante a Abraão que, como parte do
processo pelo qual as nações serão abençoadas, seus descendentes possuirão a terra de
Canaã.
A bênção das nações
Ao abordar o tema: A benção das nações, o autor de forma integral, registra três
fases importantes sobre o tema da bênção divina. Narrando que de início, toda a criação,
desfruta o favor divino. No entanto, como resultado da desobediência de Adão e Eva,
uma reversão significativa acontece, os seres humanos e o restante da criação caem sob
a maldição divina. As consequências trágicas disso são registradas no restante de
Gênesis. Todavia, no início da história de Abraão, Deus não apenas promete abençoá-lo,
mas também promete abençoar por meio dele todas as nações da terra.
No tópico: Pela fé Abraão, a narrativa de Abraão fornece um quadro interessante
da relação entre a palavra divina e a fé e obediência humanas. Inicialmente, o Senhor
faz uma série de promessas de cumprimento condicionado à obediência de Abraão
(12.1-3). Como Abraão, pela fé, obedece e viaja a Canaã, Deus declara que ele terá terra
e descendentes (12.7; 13.14-17). Mais adiante essas declarações são confirmadas em
uma aliança promissiva (15.18-21), associada a Abraão ser declarado justo em virtude
da sua fé (15.6). A narrativa, no entanto, não conclui aqui, mas segue adiante para
ressaltar a fé contínua de Abraão em Deus e sua obediência a ele, conforme revelada no
estabelecimento da aliança eterna da circuncisão (17.1- 27; 22.1-19).
Ao analisar o tópico: Quem é o Senhor? O texto não apenas salienta as
diferentes maneiras pelas quais Deus pode se revelar, mas também se concentra nos
atributos encontrados na própria essência da sua natureza: sua majestade soberana,
glória assombrosa, poder de operar maravilhas e retidão e compaixão.
Ao escrever sobre: A Páscoa o autor narra a redenção dos israelitas de debaixo
do poder do Egito, provida por Deus, atinge o ápice dramático nos acontecimentos
relativos à Páscoa. Os acontecimentos e as ideias associados à páscoa tornaram-se
paradigmas da atividade redentora de Deus para as demais gerações.
No tema: A aliança no Sinai, disserta o autor sobre a aliança no Sinai que
assinalou um estágio importante no relacionamento de Deus com os israelitas. Onde
infelizmente, por meio da confecção do bezerro de ouro, o povo logo demonstrou sua
inabilidade de manter as obrigações estabelecidas diante deles. Como resultado, seu
relacionamento de aliança com Deus, que prometia ser uma fonte de grande bênção,
tornou-se para eles, devido à desobediência, uma fonte de maldição divina.
No tópico: O tabernáculo, o autor enfatizam três aspectos do tabernáculo: ele era
a) a tenda real, b) a tenda santa e c) a “Tenda do Encontro”. Os dois primeiros aspectos
estão claramente ligados à natureza divina; Deus é santo e soberano. O terceiro aspecto
se concentra no relacionamento especial que Deus estabeleceu com o povo de Israel por
meio da aliança no Sinai. A construção do tabernáculo possibilitou a comunhão mais
direta do povo com seu Deus e reforçou a garantia da presença divina entre eles.
Ao abordar o tema: Sejam santos, o autor analisa a relação entre a santidade e a
impureza, salientando dois fatores importantes acerca da relação entre santidade e
imundícia. Em primeiro lugar, ambas são totalmente incompatíveis. Ela explica, por
exemplo, a necessidade do complexo sistema sacrifical, delineado nos capítulos 1—7,
que permitia às pessoas de natureza impura que se tornassem puros e santos. Sem a
oferta de sacrifícios, teria sido impossível aos israelitas viver em contato próximo com o
Senhor, seu Deus. Em virtude do que, para ser a nação santa, Israel tinha de se separar
de tudo que fosse impuro.
No tema: O sistema de sacrifícios, o autor menciona que na essência desse
sistema estava uma série de sacrifícios diferentes, que se complementavam uns aos
outros ao abordar os diferentes tipos de transgressões humanas. Isso fica
particularmente evidente na oferta de purificação, que purificava o tabernáculo da
contaminação causada pelo pecado. De todos os sacrifícios oferecidos ao longo do ano,
os oferecidos no Dia da Expiação eram os mais importantes.
Sobre o tema: Os alimentos puros e os impuros, o autor discute as regras
alimentares contidas em Levítico refletem ideias teológicas importantes. A distinção
entre animais puros e impuros enfatiza o chamado especial de Israel para ser uma nação
santa. Além disso, a proibição do consumo de sangue sublinha o valor atribuído por
Deus a toda a vida, tanto animal quanto humana.
No tópico: Rumo à terra prometida, o autor deixa evidenciado que as seções
inicial e final do livro de Números são claramente ligadas ao enredo narrativo geral do
Pentateuco, observando o autor os registros de uma série de acontecimentos resultantes
na morte da geração que deixou o Egito a caminho da terra prometida. E uma geração
inteiramente nova de adultos que se preparava para ocupar a terra de Canaã.
No tema: Murmuração, enfatiza o autor, que os capítulos centrais de Números
fornecem um quadro muito negativo dos israelitas. Isso é ressaltado de diversas
maneiras. Apesar da libertação extraordinária da escravidão no Egito, eles não estão
dispostos a entrar na terra prometida, e que, por cometem idolatria, a rejeição suprema
do Senhor e a rebelião contra ele. À luz de todas essas falhas não causa espanto o fato
de toda a geração de adultos procedentes do Egito ter morrido no deserto, fora da terra
prometida.
Ao abordar o tema: Amor e lealdade, destaca o autor que no livro de
Deuteronômio a história do relacionamento do Senhor com Israel atinge um marco
importante. Enquanto eles estão ali posicionados para tomar posse da terra de Canaã,
Moisés expõe à nova geração de adultos israelitas as obrigações que precisam cumprir a
fim de desfrutar as bênçãos de Deus naquele lugar. Anotando o autor, que o futuro de
Israel na terra prometida esteja associado de modo direto à sua disposição e capacidade
de cumprir as responsabilidades da aliança.
Ao analisar o assunto sobre: Por que Israel? O autor ressalta que no livro de
Deuteronômio é ensinado as razões por que o Senhor escolheu Israel para ser seu povo e
descreve as consequências associadas a essa escolha. Eles deveriam ser uma nação
santa, cumprir as obrigações da aliança encontradas no Livro da Lei para que outras
pessoas conhecessem a justiça de Deus e se maravilhassem diante dela. Contudo, apesar
dos privilégios especiais conferidos a eles, Deuteronômio prenuncia o futuro no qual os
israelitas se rebelarão contra o Senhor e violarão a aliança. Como resultado, depois de
entrar na terra prometida eles mesmos serão exilados e forçados a viver entre outros
povos.
Podemos concluir que o autor da presente obra, apresenta detalhadamente as
promessas associadas a Abraão, tão importantes na definição do plano de ação para todo
o Pentateuco, anotando que essas mesmas promessas, são elementos importantes da
narrativa nos livros de Josué a Reis. E que embora os israelitas sejam vagarosos em
tomar posse completa da terra de Canaã, a terra que eles possuem nos reinados de Davi
e Salomão se estende aos limites definidos em Gênesis, e que o cumprimento desta
última promessa é adiado outra vez à medida que os livros de Reis traçam o fim da
nação de Israel e da dinastia davídica. Dissertando o autor ao final, sobre a perspectiva
de que somente depois da restauração de Israel e da volta do exílio será cumprida a
promessa divina concernente à bênção para todos os povos da terra por meio de um rei
davídico.
Antonio Sérgio Benelli
Seminário Batista Grandes Lagos

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