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Águas tristes

Fugir. As vezes o que precisamos é fugir um pouco da realidade para poder


compreende-la melhor, isso era o que Maya fazia de melhor. Sua imaginação
era incrivelmente fértil; ela imaginava que uma rocha era um penhasco, que um
graveto era uma espada ou até mesmo que uma poça de água era um oceano
cheio de tubarões, ela realmente adora isso, ou melhor adorava. Maya se
afastou de seus amigos quando sua irmã mais velha, Lucy, falecera em um
acidente de carro, sua vida não era mais a mesma, portanto ela nunca deixou
de visitar a floresta, onde uma ponte que está sob um rio, que ainda carrega
águas tristes que choram por não poder mais ver a Lucy com sua irmã em seu
lugar preferido, onde Maya, que em uma noite está em pé no parapeito da
ponte, é encontrada por um grupo de amigos que de uma cidade grande,
haviam acabado de se mudar para a pequena cidade de Hawkins.

-“ você não vai pular não, né?”- diz um dos integrantes do grupo, cujo nome é
Alex.

-“Não, apenas gosto de olhar e imaginar que essa vida não é real.”- diz
ingenuamente Maya.

-“que menina estranha!”- Luis sussurra –“vamos embora antes que a estranha
ai nos mate”.

-“não começa, Luis”- pisca Joana para Maya.

-“ tudo bem, ele não é o único a me achar estranha, e além disso preciso voltar
para casa”- disse Maya enquanto saia depressa- “até mais!”-.

Em casa, como sempre, seus pais perguntam sobre seu dia e sua resposta é
sempre a mesma “ah foi igual ontem”. Os dias passaram até Maya encontrar
aquele grupo novamente, eles estavam a caminho da nova escola,
aparentemente a mesma escola que a dela. Pessoas de cidades grandes que
mudam para pequenas nem sempre são tão legais assim de início, é tudo
diferente, onde havia 10 escolas diferentes, agora só havia 2, não existem
tantos prédios e tem mais árvores do que casa, além de que todo mundo se
conhece. Em uma semana já se tornaram populares e acabaram se
acostumando com a pequena Hawkins.

-“Ouvi um boato”- diz Alex à Maya.

-“Deve ser só isso, um boato”- mal olhando nos olhos de Alex.

-“Você perdeu sua irmã, né?”-

Apenas um olhar foi sua resposta, que já dizia tudo.


-“Naquele dia eu não ia pular, era Aniversário dela!”-com cara de choro Maya
entrega o jogo.

Depois daquilo o dia inteiro ela passou conversando com Alex, que fez ela
perder seu medo de andar de carro

-“Se você estivesse em Nova York, não iria sobreviver”- diz comum sorriso de
lado.

-“Conheço alguns lugares onde possamos ir”- depois de pegar tamanha


intimidade com seu mais novo namorado.

Os dias foram passando, e Maya descobriu alguns segredos de Alex, tais como
que na infância ele teve que cuidar de sua irmã mais nova, quando seus pais
os abandonaram. Maya encontrou um conforto nele, e cada dia ela ficava mais
feliz e mais sorridente, até o dia em que ela não encontra Alex e vai para a
floresta atrás dele, encontra seu carro em frente a ponte, sob o rio que
nadaram a poucos dias, estranhamente Alex não esta lá. Depois de dois dias
foi o enterro de “Lexie’, apelido cujo Maya havia dado. Apesar da dor e
sofrimento, Maya viu que Alex a ensinara a como vivar novamente e e melhor
que isso, a como superar e poder seguir em frente, sem desistir ou tentar fugir
da realidade.

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