Você está na página 1de 565

Universidade do Porto

Faculdade de Direito

Maria João de Sousa Seixas

TRAÇOS PSICOPÁTICOS NA INFÂNCIA:


DESENVOLVIMENTO DE UMA MEDIDA DE TRAÇOS DO
DOMÍNIO INTERPESSOAL E RELAÇÃO COM O
COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL E AGRESSIVO

Doutoramento em Criminologia

Trabalho realizado sob a orientação de

Professor Doutor Pedro Almeida

2019
ii
RESUMO

O interesse na manifestação de traços psicopáticos na infância e adolescência


remonta aos trabalhos de autores clássicos. Contudo, apenas recentemente emergiu um
esforço sistemático na sua operacionalização. Os instrumentos de avaliação de traços
psicopáticos nestas faixas etárias foram construídos para emular o conteúdo da Escala de
Psicopatia de Hare (Hare, 2003). De forma semelhante a esta medida, os instrumentos
abrangem primariamente os construtos da psicopatia relacionados com a
desinibição/impulsividade e a frieza/insensibilidade emocional, com uma representação
limitada ou nula das caraterísticas de ajustamento positivo do domínio interpessoal da
psicopatia. A relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e
violento tem sido investigada maioritariamente em adultos e o seu estudo na adolescência
encontra-se em expansão, mas na infância é escasso. A presente dissertação tem os
seguintes dois objetivos principais: o desenvolvimento e a validação de uma medida de
traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo em crianças,
denominados boldness por Patrick, Fowles e Krueger (2009) - Escala Boldness – Versão
Crianças (EB-CV) -; e, a investigação das associações de traços psicopáticos com o
comportamento antissocial e agressivo reativo e proativo na infância. O estudo foi
conduzido numa amostra escolar de quatrocentas e sessenta crianças de ambos os géneros
com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos a frequentarem o 4º, 5º e 6º anos em sete
escolas públicas da região do Grande Porto. Os alunos (n = 368), os seus encarregados de
educação (n = 400) e os seus professores (n = 155) preencheram um conjunto de
questionários destinados a avaliarem: os traços psicopáticos - a EB-CV, a versão
portuguesa do Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens (YPI-CV; van Baardewijk,
Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008), a versão portuguesa
(Pechorro, Marôco, Poiares, & Vieira, 2013) do Dispositivo de Despiste de Processo
Antissocial (APSD; Frick, & Hare, 2001), a versão portuguesa (Pechorro, Ray, Barroso,
Marôco, & Gonçalves, 2016) do Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional
(ICU; Frick, 2004), e a adapatação do APSD e do ICU ao autorrelato por crianças; os
traços básicos de personalidade - o Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças
(BFQ-C; Barbaranelli, Caprara, Rabasca, & Pastorelli, 2003); a emocionalidade positiva
e negativa - a Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças (PANAS-C;
Laurent, Catanzaro, Joiner, Rudolph, Potter, Lambert, Osborne, & Gathright, 1999); a
sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao comportamento e ao afeto - as

iii
Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental –
Versão Crianças (BIS/BAS-C; Muris, Meesters, de Kanter, & Timmerman, 2005); e, o
envolvimento no comportamento antissocial - o Questionário de Avaliação do
Comportamento Antissocial (QCA; Earls, Brooks-Gunn, Raudenbush, & Sampson,
2005) - e agressivo proativo e reativo - a Escala de Avaliação do Comportamento
Agressivo (ABRS; Brown, Atkins, Osborne, & Milnamow, 1996). Os resultados
forneceram apoio à fiabilidade e à validade das versões de autorrelato, relato pelos
encarregados de educação e relato pelos professores da EB-CV. Valores mais elevados
de traços psicopáticos dos domínios interpessoais, afetivos e comportamentais, com
exceção de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo,
relacionaram-se com uma maior adoção de comportamentos antissociais e agressivos
reativos ou proativos na infância. Os resultados para além de evidenciarem a presença de
traços de ajustamento positivo do domínio interpessoal da psicopatia na infância,
demonstram que estes traços e os outros traços psicopáticos manifestam-se e relacionam-
se de forma semelhante com conceitos relevantes na rede nomológica da psicopatia na
infância e na idade adulta. A presente investigação expandiu bem como apoiou uma parte
da evidência anterior, constituindo uma contribuição original e relevante para a presente
área de investigação ao preencher lacunas desta e permitir o aprofundamento do seu
conhecimento.

Palavras-chave: Traços psicopáticos; Boldness; Comportamento antissocial; Agressão reativa e


proativa; Infância.

iv
ABSTRACT

The interest in the manifestation of the psychopathic traits in childhood and


adolescence harkens back to the work of classical authors. Nevertheless, it was only
recently that a systematic effort to its operationalization has emerged. The psychopathic
traits measures at this age were constructed to tap the content of the Hare Psychopathy
Checklist – Revised (Hare, 2003). In a similar way to this measure, the assessment tools
primarily cover the constructs of psychopathy linked to disinhibition and meanness, with
a limited or null representation of the adaptative functioning features of the interpersonal
domain of psychopathy. The relationship between psychopathic traits and antisocial and
aggressive behavior has been investigated mostly in adults and its study in adolescence is
growing, but in childhood it is scarce. The current dissertation had the following two main
goals: the development and validation of a measure assessing the interpersonal domain
of adaptative functioning of psychopathic traits in children, named boldness by Patrick,
Fowles e Krueger (2009) - Boldness Scale – Children Version (Escala Boldness – Versão
Crianças; EB-CV) -; an, the investigation of the association of the psychopathic traits
with the antisocial behavior and reactive-proactive aggression. The study was conducted
in a mixed gender school sample of four hundred and sixty 8 to 12-year-old children
attending the 4th, 5 th and 6th grades from the public schools in the Greater Oporto area.
The students (n = 368), their carers (n = 400), and their teachers (n = 155) completed a
set of questionnaires aimed at assessing: psychopathic traits - EB-CV, Portuguese version
of the Youth Psychopathic Traits Inventory – Child Version (YPI-CV; van Baardewijk,
Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008), Portuguese version
(Pechorro, Marôco, Poiares, & Vieira, 2013) of the Antisocial Process Screening Device
(APSD; Frick, & Hare, 2001), Portuguese version (Pechorro, Ray, Barroso, Marôco, &
Gonçalves, 2016) of the Inventory of Callous-Unemotional Traits (ICU; Frick, 2004), and
the adaptation of the APSD and ICU to children report; basic personality traits -
Portuguese version of the Big Five Questionnaire – Children (BFQ-C; Barbaranelli,
Caprara, Rabasca, & Pastorelli, 2003); positive and negative affect - Portuguese version
of the Positive and Negative Affect Scale for Children (PANAS-C; Laurent, Catanzaro,
Joiner, Rudolph, Potter, Lambert, Osborne, & Gathright, 1999); sensitivity of the
motivational systems underlying behavior and affect - Portuguese version of the
Behavioral Inhibition System/Behavioral Activation System Scales for Children
(BIS/BAS-C; Muris, Meesters, de Kanter, & Timmerman, 2005); engagement in

v
antissocial - Portuguese version of the Self Reported of Offending (SRO; Earls, Brooks-
Gunn, Raudenbush, & Sampson, 2005) - and reactive-proactive aggression - Portuguese
version of the Aggressive Behavior Rating Scale (ABRS; Brown, Atkins, Osborne, &
Milnamow, 1996). The results provided support to the reliability and validity of the self-
, carers-, and teacher-reported EB-CV. Higher values of the interpersonal, affective and
behavioral domains of psychopathic traits, except for boldness, related to a greater
engagement in antisocial and reactive-proactive behaviors in childhood. The results
further demonstrate the presence of adaptative functioning features of the interpersonal
domain of psychopathy in childhood, and demonstrated that these traits and other
psychopathic traits express themselves and are related to relevant constructs in the
nomological network of psychopathy in childhood and adulthood. The current study
expanded as well as supported some of the previous evidence, constituting an original
and relevant contribution to the current research by filling its gaps and allowing the
deepening of its knowledge.

Keywords: Psychopathic traits; Boldness; Antissocial behavior; Reactive and proactive


aggression; Childhood.

vi
AGRADECIMENTOS

A presente dissertação é fruto de um trabalho que não existiria sem a contribuição,


a colaboração e o apoio de um conjunto de pessoas e instituições, aos quais gostaria de
deixar um reconhecimento.

Ao Professor Doutor Pedro Almeida, cujo trabalho tenho uma profunda


admiração, por todos os conhecimentos e ensinamentos transmitidos ao longo dos anos,
pela fomentação do meu espírito crítico, por me ter transmitido o entusiasmo e interesse
pela investigação científica, por me enriquecer enquanto estudante e pessoa, por toda a
confiança depositada em mim, pela motivação, suporte e sabedoria que me deu para
progredir e concretizar a presente investigação, e por me ter dado o privilégio de ser sua
orientanda.

À Escola de Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade do Porto e


todos os colegas pelo apoio na concretização deste projeto.

A todos os investigadores que despenderam o seu tempo com o presente projeto,


que disponibilizaram e autorizaram a utilização dos seus instrumentos de avaliação neste
projeto e/ou que participaram no processo da sua adaptação e tradução ao contexto
português, designadamente aos autores Pedro Pechorro, Mark S. Aktins, Yoast van
Baardewijk, Peter Muris, Jeff Laurent, Claudio Barbaranelli, Joana Vieira e colegas.

Ao meu orientador, ao investigador Fernando Ferreira-Santos, à tradutora Filipa


Seixas e à professora e escritora Luzia Fontes pela sua disponibilidade e participação no
processo de adaptação e de tradução ao contexto português dos instrumentos de avaliação
utilizados no presente projeto.

A todos os Agrupamentos de Escuteiros, Centros de Estudos, funcionários,


técnicos, professores, crianças e encarregados de educação pela sua generosidade e
disponibilidade em colaborarem com a adaptação dos instrumentos de avaliação à
realidade social e capacidades linguísticas das crianças, bem como à Ângela Peixoto pela
sua participação no primeiro estudo de reflexão falada da EB-CV.

A todas pessoas que partilharam materiais essenciais para a concretização do


presente projeto pelo seu altruísmo.

vii
À Comissão Ética da Faculdade de Direito da Universidade do Porto por ter
autorizado a realização do presente projeto.

À Direção-Geral da Educação por ter autorizado a aplicação dos inquéritos em


meio escolar.

A todos os Diretores dos Agrupamentos de Escolas, Coordenadores do 1º e 2º


ciclo do ensino básico, diretores de turmas, professores, encarregados de educação,
alunos e funcionários das escolas públicas da região do Grande Porto que participaram
no presente projeto, pela sua disponibilidade, generosidade, simpatia e vontade em
acolher e colaborar com o projeto.

Aos meus amigos pela força e por todo o interesse na concretização deste projeto.

À minha família e ao meu companheiro por estarem sempre ao meu lado,


acompanhando esta etapa da minha vida sempre com muito entusiasmo, motivação e
compreensão, acreditarem sempre em mim, nos meus sonhos, neste projeto.

viii
ÍNDICE GERAL _______________________________________________________

Resumo .......................................................................................................................... iii

Abstract ............................................................................................................................ v

Agradecimentos ............................................................................................................ vii

Índice de figuras ........................................................................................................... xv

Índice de anexos ..........................................................................................................xvii

Índice de tabelas .........................................................................................................xix

Introdução ....................................................................................................................... 1

Capítulo I – Enquadramento teórico ............................................................................ 3

1. Concetualização e operacionalização da psicopatia na infância e


adolescência ..................................................................................................... 3

1.1. Introdução ................................................................................. 3

1.2. Escala de Psicopatia de Hare – Versão Jovens (PCL:YV) ....... 8

1.3. Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial (APSD) ..... 10

1.4. Escala de Psicopatia Crianças (CPS) ...................................... 11

1.5. Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens ........................ 16

1.5.1. Versão crianças............................................................. 20

1.5.2. Versões Reduzidas ....................................................... 21

1.6. Instrumento de Avaliação da Constelação de Comportamentos


Afetivos e Interpessoais ................................................................. 23

1.7. Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças ................ 25

1.8. Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional ...... 27

1.9. Comparação de instrumentos de avaliação da psicopatia na


infância e na adolescência ............................................................. 36

2. Concetualização triárquica da psicopatia ................................................... 44

ix
3. Relação entre a psicopatia e o comportamento antissocial e agressivo na
infância ........................................................................................................... 49

3.1. Relação entre a psicopatia e formas específicas de agressão . 78

Capítulo II – Desenvolvimento e validação de uma medida de traços psicopáticos do


domínio interpessoal de ajustamento positivo (boldness) na infância ..................... 93

1. Objetivo...................................................................................................... 93

2. Construção ................................................................................................. 93

2.1. Descrição de itens de EB-CV ................................................. 95

2.2. Reflexão falada ..................................................................... 105

3. Hipóteses .................................................................................................. 106

4. Metodologia ............................................................................................. 108

4.1. Amostra ............................................................................... 108

4.1.1. Subamostra ................................................................. 113

4.2. Instrumentos de avaliação .................................................... 116

4.2.1. Boldness: EB-CV ....................................................... 116

4.2.2. Dados sociodemográficos e de saúde ......................... 117

4.2.3. Traços psicopáticos .................................................... 118

4.2.3.1. ICU ................................................................... 119

4.2.3.2. YPI-CV............................................................. 121

4.2.3.3. APSD ................................................................ 123

4.2.4. Medidas de critério externas da boldness ................... 125

4.2.4.1. PANAS-C ......................................................... 125

4.2.4.2. BFQ-C .............................................................. 127

4.2.4.3. BIS/BAS-C ....................................................... 129

4.2.5. Tradução e adaptação ao contexto português ............. 131

4.2.6. Adaptação à faixa etária ............................................. 133

4.3. Procedimentos ...................................................................... 135

4.3.1. Procedimentos de autorização .................................... 135

x
4.3.2. Procedimentos de recolha de dados............................ 136

4.3.3. Procedimentos éticos .................................................. 138

4.4. Análise estatística ................................................................. 139

5. Resultados ................................................................................................ 147

5.1. Validação da estrutura fatorial dos instrumentos ................. 147

5.1.1. ICU ............................................................................. 147

5.1.2. YPI-CV ....................................................................... 149

5.1.3. APSD .......................................................................... 151

5.1.4. PANAS-C ................................................................... 153

5.1.5. BFQ-C ........................................................................ 156

5.1.6. BIS/BAS-C ................................................................. 158

5.2. Convergência dos instrumentos de avaliação de traços


psicopáticos ................................................................................. 159

5.3. Desenvolvimento de versões reduzidas da EB-CV .............. 161

5.4. Estatísticas descritivas .......................................................... 170

5.4.1. Diferenças nas variáveis sociodemográficas .............. 170

5.4.1.1. Versão completa ............................................... 170

5.4.1.2. Versão reduzida ................................................ 172

5.5. Validação da estrutura fatorial da EB-CV ............................ 175

5.5.1. Versão completa ......................................................... 175

5.5.2 Versão reduzida ........................................................... 196

5.6. Fiabilidade da EB-CV .......................................................... 198

5.6.1. Consistência interna ................................................... 198

5.6.1.1. Versão completa ............................................... 198

5.6.1.2. Versão reduzida ................................................ 198

5.6.2. Estabilidade temporal ................................................. 199

5.6.2.1. Versão completa ............................................... 199

xi
5.6.2.2. Versão reduzida ................................................ 199

5.7. Consistência entre as fontes de informação.......................... 200

5.7.1. Versão completa ......................................................... 200

5.7.2 Versão reduzida ........................................................... 200

5.8. Relação entre a boldness e os traços psicopáticos ................ 201

5.8.1. Versão completa ......................................................... 201

5.8.2. Versão reduzida .......................................................... 206

5.9. Relação entre a boldness e as medidas de critério externas . 211

5.9.1. Versão completa ......................................................... 211

5.9.2. Versão reduzida .......................................................... 216

5.9.3. Comparação da relação entre a boldness e os traços


psicopáticos de impulsividade e frieza emocional com as
medidas de critério externas ................................................. 217

6. Discussão ................................................................................................. 242

6.1. Resumo dos resultados principais ........................................ 242

6.1.1. Versão completa ......................................................... 242

6.1.2. Versão reduzida .......................................................... 251

6.2. Vantagens e limitações do presente estudo e direções futuras da


investigação ................................................................................. 253

7. Conclusão ................................................................................................. 254

Capítulo III – Associação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial


e agressivo na infância................................................................................................ 257

1. Objetivos .................................................................................................. 257

2. Hipóteses .................................................................................................. 257

3. Metodologia ............................................................................................. 257

3.1. Amostra ............................................................................... 257

3.2. Instrumentos de avaliação .................................................... 258

3.2.1. Comportamento antissocial e agressivo ..................... 258

xii
3.2.1.1. QCA ................................................................. 258

3.2.1.2. ABRS ............................................................... 261

3.2.2. Tradução e adaptação ao contexto português ............. 263

3.2.3. Adaptação à faixa etária ............................................. 265

3.3. Procedimentos ...................................................................... 266

3.4. Análise estatística ................................................................. 266

4. Resultados ................................................................................................ 271

4.1. Validação da estrutura fatorial da ABRS ............................. 271

4.2. Estatísticas descritivas .......................................................... 272

4.3. Relação entre os traços de personalidade psicopáticos e o


comportamento agressivo ............................................................ 274

4.3.1. APSD .......................................................................... 274

4.3.2. EB-CV ........................................................................ 280

4.3.3. ICU ............................................................................. 283

4.3.4. YPI-CV ....................................................................... 288

4.4. Relação entre os traços de personalidade psicopáticos e o


comportamento antissocial .......................................................... 294

4.4.1. APSD .......................................................................... 294

4.4.2. EB-CV ........................................................................ 299

4.4.3. ICU ............................................................................. 302

4.4.4. YPI-CV ....................................................................... 307

5. Discussão ................................................................................................. 313

5.1. Resumo dos resultados principais ........................................ 313

5.2. Vantagens e limitações do presente estudo e direções futuras da


investigação ................................................................................. 326

6. Conclusão ................................................................................................. 329

Capítulo IV: Conclusão .............................................................................................. 331

Referências bibliográficas .......................................................................................... 337

xiii
Anexos .......................................................................................................................... 387

xiv
ÍNDICE DE FIGURAS__________________________________________________

Figura 1 Modelo dual dos processos etiológicos subjacente às componentes triárquicas


da psicopatia proposto por Patrick, Fowles e Krueger (2009) ....................................... 45

Figura 2 Etapas de construção da Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV) ......... 94

xv
ÍNDICE DE ANEXOS___________________________________________________

Anexo 1 Grelha de reflexões faladas ............................................................................ 388

Anexo 2 Versão autorrelato do Questionário Sociodemográfico ................................. 391

Anexo 3 Versão de relato pelos encarregados de educação do Questionário


Sociodemográfico ......................................................................................................... 395

Anexo 4 Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Inventário de Traços


Calosos/Não-emocionais .............................................................................................. 401

Anexo 5 Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças ....................... 405

Anexo 6 Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Dispositivo de Despiste de


Processo Anti-social ..................................................................................................... 409

Anexo 7 Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças ...................... 413

Anexo 8 Versão de autorrelato do Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças


...................................................................................................................................... 417

Anexo 9 Versão de autorrelato das Escalas de Sistema de Ativação


Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças ................ 421

Anexo 10 Versão de autorrelato da Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo


...................................................................................................................................... 425

Anexo 11 Versão de autorrelato do Questionário de Avaliação do Comportamento


Antissocial .................................................................................................................... 429

Anexo 12 Termo de consentimento informado ............................................................ 433

Anexo 13 Fiabilidade dos instrumentos de avaliação .................................................. 441

Anexo 14 Análise da estrutura fatorial do ICU ............................................................ 451

Anexo 15 Análise da estrutura fatorial do YPI-CV ..................................................... 465

Anexo 16 Análise da estrutura fatorial do APSD ........................................................ 475

Anexo 17 Análise da estrutura fatorial da PANAS-C .................................................. 483

Anexo 18 Análise da estrutura fatorial do BFQ-C ....................................................... 495

Anexo 19 Análise da estrutura fatorial das escalas BIS/BAS-C .................................. 505

Anexo 20 Análise da estrutura fatorial da ABRS ........................................................ 515

xvii
Anexo 21 Intercorrelações entre as (sub)escalas dos instrumentos de avaliação......... 519

Anexo 22 Convergência dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos .......... 527

Anexo 23 Associações entre o comportamento agressivo e antissocial ....................... 533

xviii
ÍNDICE DE TABELAS__________________________________________________

Tabela 1 Descrição dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na


adolescência ...................................................................................................................... 6

Tabela 2 Comparação dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e


na adolescência ............................................................................................................... 38

Tabela 3 Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o


comportamento antissocial e agressivo na infância ........................................................ 61

Tabela 4 Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)dimensões avaliadas, conteúdo, número


e fonte ............................................................................................................................. 96

Tabela 5 Taxa de participação dos alunos, encarregados de educação e professores por


escola ............................................................................................................................ 108

Tabela 6 Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos alunos da amostra final109

Tabela 7 Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos encarregados de educação


da amostra final ............................................................................................................ 112

Tabela 8 Parâmetros de discriminação e de dificuldade dos itens da EB-CV ............. 162

Tabela 9 Estatísticas descritivas e resultados dos testes de normalidade das (sub)escalas


dos instrumentos de avaliação na amostra final ........................................................... 166

Tabela 10 Relação entre a pontuação total da EB-CV e as variáveis sociodemográficas


contínuas: Correlações e análises de regressão múltipla .............................................. 172

Tabela 11 Relação entre a pontuação total da EB-CVR e as variáveis sociodemográficas


contínuas: Correlações e análises de regressão múltipla .............................................. 174

Tabela 12 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados da EB-CV


...................................................................................................................................... 176

Tabela 13 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove
fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC ao nível de itens ............ 178

xix
Tabela 14 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove
fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e análise dos itens da EBC-
CVE .............................................................................................................................. 183

Tabela 15 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove
fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e análise dos itens da EBC-
CVP .............................................................................................................................. 188

Tabela 16 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensionais das versões


reduzidas da EB-CV avaliados pela AFC ao nível de itens ......................................... 197

Tabela 17 Índices de consistência interna da EB-CV.................................................. 198

Tabela 18 Estabilidade temporal da EB-CV: correlações entre escalas e coeficientes de


correlação intraclasse .................................................................................................... 199

Tabela 19 Consistência entre as fontes de informação da EB-CV: correlações entre


escalas e coeficientes de correlação intraclasse ............................................................ 200

Tabela 20 Relação entre as escalas da EB-CV e do APSD: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 203

Tabela 21 Relação entre as escalas da EB-CV e do ICU: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 204

Tabela 22 Relação entre as escalas da EB-CV e do YPI-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 205

Tabela 23 Relação entre as escalas da EB-CVR e do APSD: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 208

Tabela 24 Relação entre as escalas da EB-CVR e do ICU: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 209

Tabela 25 Relação entre as escalas da EB-CVR e do YPI-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 210

Tabela 26 Relação entre a escalas da EB-CV e da PANAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 213

xx
Tabela 27 Relação entre as escalas da EB-CV e do BFQ-C: Correlações e análises de
regressão ....................................................................................................................... 214

Tabela 28 Relação entre as escalas da EB-CV e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 215

Tabela 29 Relação entre as escalas da EB-CVR e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 218

Tabela 30 Relação entre as escalas da EB-CVR e do BFQ-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 219

Tabela 31 Relação entre as escalas da EB-CVR e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 220

Tabela 32 Relação entre as escalas do APSD-VA e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 221

Tabela 33 Relação entre as escalas do APSD-VE e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 222

Tabela 34 Relação entre as escalas do APSD-VP e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 223

Tabela 35 Relação entre as escalas do ICU-VA e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 224

Tabela 36 Relação entre as escalas do ICU-VE e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 225

Tabela 37 Relação entre as escalas do ICU-VP e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 226

Tabela 38 Relação entre as escalas do YPI-CV e da PANAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 227

Tabela 39 Relação entre as escalas do APSD-VA e do BFQ-CV: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 228

xxi
Tabela 40 Relação entre as escalas do APSD-VE e do BFQ-CV: Correlações e análises
de regressão .................................................................................................................. 229

Tabela 41 Relação entre as escalas do APSD-VP e do BFQ-CV: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 230

Tabela 42 Relação entre as escalas do ICU-VA e do BFQ-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 231

Tabela 43 Relação entre as escalas do ICU-VE e do BFQ-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 232

Tabela 44 Relação entre as escalas do ICU-VP e do BFQ-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 233

Tabela 45 Relação entre as escalas do YPI-CV e do BFQ-CV: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 234

Tabela 46 Relação entre as escalas do APSD-VA e BIS/BAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 235

Tabela 47 Relação entre as escalas do APSD-VE e BIS/BAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 236

Tabela 48 Relação entre as escalas do APSD-VP e BIS/BAS-C: Correlações e análises


de regressão .................................................................................................................. 237

Tabela 49 Relação entre as escalas do ICU-VA e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 238

Tabela 50 Relação entre as escalas do ICU-VE e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 239

Tabela 51 Relação entre as escalas do ICU-VP e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 240

Tabela 52 Relação entre as escalas do YPI-CV e BIS/BAS-C: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 241

xxii
Tabela 53 Estatísticas descritivas das (sub)escalas da ABRS e do QCA na amostra final
...................................................................................................................................... 273

Tabela 54 Relação entre as escalas do APSD-VA e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 277

Tabela 55 Relação entre as escalas do APSD-VE e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 278

Tabela 56 Relação entre as escalas do APSD-VP e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 279

Tabela 57 Relação entre as escalas da EB-CV e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 281

Tabela 58 Relação entre as escalas da versão reduzida da EB-CV e da ABRS:


Correlações e análises de regressão .............................................................................. 282

Tabela 59 Relação entre as escalas do ICU-VA e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 285

Tabela 60 Relação entre as escalas do ICU-VE e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 286

Tabela 61 Relação entre as escalas do ICU-VP e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 287

Tabela 62 Relação entre as escalas do YPI-CV e da ABRS: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 290

Tabela 63 Relação entre as subescalas da dimensão GM do YPI-CV e as escalas da


ABRS: Correlações e análises de regressão ................................................................. 291

Tabela 64 Relação entre as subescalas da dimensão CU do YPI-CV e as escalas da


ABRS: Correlações e análises de regressão ................................................................. 292

Tabela 65 Relação entre as subescalas da dimensão II do YPI-CV e as escalas do ABRS:


Correlações e análises de regressão .............................................................................. 293

xxiii
Tabela 66 Relação entre as escalas do APSD-VA e do QCA: Correlações e análises de
regressão ....................................................................................................................... 296

Tabela 67 Relação entre as escalas do APSD-VE e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 297

Tabela 68 Relação entre as escalas do APSD-VP e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 298

Tabela 69 Relação entre as escalas da EB-CV e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 300

Tabela 70 Relação entre as escalas da versão reduzida da EB-CV e do QCA: Correlações


e análises de regressão .................................................................................................. 301

Tabela 71 Relação entre as escalas do ICU-VA e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 304

Tabela 72 Relação entre as escalas do ICU-VE e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 305

Tabela 73 Relação entre as escalas do ICU-VP e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 306

Tabela 74 Relação entre as escalas do YPI-CV e do QCA: Correlações e análises de


regressão ....................................................................................................................... 309

Tabela 75 Relação entre as subescalas da dimensão GM do YPI-CV e do QCA:


Correlações e análises de regressão .............................................................................. 310

Tabela 76 Relação entre as subescalas da dimensão CU do YPI-CV e do QCA:


Correlações e análises de regressão .............................................................................. 311

Tabela 77 Relação entre as subescalas da dimensão II do YPI-CV e do QCA: Correlações


e análises de regressão .................................................................................................. 312

Tabela 79 Descrição dos itens da versão adaptada ao autorrelato por crianças do ICU
...................................................................................................................................... 403

xxiv
Tabela 79 Descrição dos itens da versão adaptada ao autorrelato por crianças do APSD
...................................................................................................................................... 411

Tabela 80 Descrição dos itens da versão de autorrelato da PANAS-C ....................... 415

Tabela 81 Descrição dos itens da versão de autorrelato das BIS/BAS-C.................... 423

Tabela 82 Descrição dos itens da versão de autorrelato da ABRS .............................. 427

Tabela 83 Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação


...................................................................................................................................... 443

Tabela 84 Consistência entre as fontes de informação das medidas de traços psicopáticos,


de critério externas da boldness e do comportamento antissocial e agressivo: correlações
entre (sub)escalas e coeficientes de correlação intraclasse .......................................... 448

Tabela 85 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais


testados do ICU ............................................................................................................ 453

Tabela 86 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e


bifatorial do ICU-VA ................................................................................................... 455

Tabela 87 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e


bifatorial do ICU-VA com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos .................................. 457

Tabela 88 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e


bifatorial do ICU-VE .................................................................................................... 459

Tabela 89 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e


bifatorial do ICU-VE com os itens 2 e 10 removidos .................................................. 461

Tabela 90 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional e de três fatores do


ICU-VP ......................................................................................................................... 463

Tabela 91 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais


testados do YPI-CV ...................................................................................................... 467

xxv
Tabela 92 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem
subescala Mentir) e unidimensional do YPI-CV avaliados pela AFC ao nível de
subescalas ..................................................................................................................... 468

Tabela 93 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem
subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do YPI-CV avaliados pela AFC ao
nível de itens ................................................................................................................. 469

Tabela 94 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais


testados do APSD ......................................................................................................... 477

Tabela 95 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores do APSD e análise dos
itens............................................................................................................................... 478

Tabela 96 Modelo de dois fatores do APSD-VA obtida com análise fatorial ............. 480

Tabela 97 Modelo de dois fatores do APSD-VE obtida com análise fatorial ............. 481

Tabela 98 Modelo de dois fatores do APSD-VP obtida com análise fatorial ............. 482

Tabela 99 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais da PANAS-C


testados ......................................................................................................................... 485

Tabela 100 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por
Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens correlacionados,
da PANAS-CVA .......................................................................................................... 488

Tabela 101 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por
Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens correlacionados,
da PANAS-CVE ........................................................................................................... 490

Tabela 102 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por
Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens correlacionados,
da PANAS-CVP ........................................................................................................... 492

Tabela 103 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais


testados do BFQ-C ....................................................................................................... 497

xxvi
Tabela 104 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da
BFQ-CVA..................................................................................................................... 498

Tabela 105 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da


BFQ-CVE ..................................................................................................................... 500

Tabela 106 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da


BFQ-CVP ..................................................................................................................... 503

Tabela 107 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados das
escalas BIS/BAS-C ....................................................................................................... 507

Tabela 108 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com
fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVA ............................................. 509

Tabela 109 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com
fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVE ............................................. 511

Tabela 110 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com
fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVP.............................................. 513

Tabela 111 Estimativas dos parâmetros do modelo de dois fatores independentes do


ABRS e análise dos itens .............................................................................................. 517

Tabela 112 Intercorrelações entre as (sub)escalas do ICU .......................................... 521

Tabela 113 Intercorrelações entre as (sub)escalas do APSD....................................... 521

Tabela 114 Intercorrelações entre as (sub)escalas do YPI-CV ................................... 522

Tabela 115 Intercorrelações entre as (sub)escala(s) da ABRS .................................... 523

Tabela 116 Intercorrelações entre as escalas do QCA................................................. 523

Tabela 117 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVA .................................. 524

Tabela 118 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVE................................... 525

Tabela 119 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVP ................................... 526

xxvii
Tabela 120 Convergência entre as várias versões de relato do APSD e do ICU:
correlações entre (sub)escalas ...................................................................................... 529

Tabela 121 Convergência entre o YPI-CV e as várias versões de relato do APSD:


correlações entre (sub)escalas ...................................................................................... 530

Tabela 122 Convergência entre o YPI-CV e as várias versões de relato do ICU:


correlações entre (sub)escalas ...................................................................................... 531

Tabela 123 Associações entre as várias versões de relato da ABRS e do QCA: correlações
entre as (sub)escalas ..................................................................................................... 535

xxviii
Introdução

A psicopatia engloba uma constelação de traços da personalidade, que abrangem


caraterísticas afetivas e interpessoais, e aspetos do domínio comportamental que
predispõem o indivíduo à prática do comportamento antissocial (Hare, 2003). Os
indivíduos adultos classificados como psicopatas ou com traços elevados de psicopatia
apresentam frequentemente um comportamento criminal violento e grave e taxas altas de
reincidência (Hemphill, Hare, & Wong, 1998). Existe evidência crescente da tendência
da prática do comportamento antissocial e agressivo por adolescentes com traços
psicopáticos elevados. No entanto, a evidência desta na infância é mais escassa. Ademais,
investigação da relação entre estes traços e os subtipos de agressão é limitada, bem como
o estudo das diferentes associações entre as dimensões distintas da psicopatia e o
comportamento antissocial e os subtipos de agressão (Forth & Book, 2010). Assim, é
relevante investigar o papel de traços psicopáticos no comportamento antissocial e
agressivo, bem como em subtipos de agressão, na infância.

Apesar de o interesse na manifestação de traços psicopáticos em crianças e


adolescentes remontar aos trabalhos de autores clássicos (e.g., Cleckley, 1950), apenas
recentemente emergiu um esforço sistemático na sua operacionalização (Kotler &
McMahon, 2010). Estes instrumentos foram construídos para emular o conteúdo da
Psychopathy Checklist-Revised (Hare, 2003). Tal como esta, abrangem primariamente os
construtos relacionados com a desinibição/impulsividade e frieza/insensibilidade
emocional, com uma representação limitada ou nula das caraterísticas relacionadas com
a falta de ansiedade e potência social (boldness; Drislane, Patrick, & Arsal, 2014; Patrick,
2010a/b). A boldness engloba as caraterísticas de ajustamento positivo do domínio
interpessoal da psicopatia, cuja importância na rede nomológica da psicopatia é suportada
pela incorporação destas na sua concetualização e operacionalização por diversos autores
clássicos (e.g., Cleckey, 1950) e contemporâneos (e.g., Lilienfeld, Patrick, Benning,
Berg, Selbom, & Edens, 2012) e pela sua essencialidade na distinção da psicopatia de
outras psicopatologias de externalização (Patrick & Drislane, 2014). O desenvolvimento
de uma medida da boldness em crianças constitui uma contribuição original para a
investigação da psicopatia ao preencher uma lacuna na operacionalização deste conceito
nesta faixa etária e ao permitir o estudo da associação destes traços com o comportamento
antissocial.

1
A presente dissertação apresentada no âmbito do Doutoramento em Criminologia
da Faculdade de Direito da Universidade do Porto pretendeu desenvolver e validar uma
medida de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo,
denominados boldness por Patrick, Fowles e Krueger (2009) - Escala Boldness – Versão
Crianças (EB-CV) -, bem como explorar a relação entre os traços psicopáticos e o
comportamento antissocial e agressivo proativo e reativo na infância.

O presente trabalho está estruturado em quatro partes principais. Na primeira parte


da dissertação, será apresentado um enquadramento teórico da concetualização e
operacionalização da psicopatia na infância e na adolescência e da sua relação com o
comportamento antissocial e agressivo na infância. Nesta parte será realizada uma revisão
de literatura centrada nesta temática, que consiste numa descrição e análise crítica do
estado de arte do conhecimento teórico e empírico sobre o tema. Apesar de o estudo
realizado no âmbito do presente projeto de doutoramento ter sido conduzido apenas numa
amostra escolar, a sua apresentação é organizada em duas partes tendo em consideração
os seus dois objetivos distintos. Na segunda parte da dissertação, será realizada uma
descrição da parte do estudo que se centrou no primeiro objetivo, designadamente o
desenvolvimento e a validação de uma medida de traços psicopáticos do domínio
interpessoal de ajustamento positivo (boldness) na infância. Na terceira parte da
dissertação, será realizada uma descrição da parte do estudo que se centrou no segundo
objetivo, nomeadamente a associação entre os traços psicopáticos e o comportamento
antissocial e agressivo na infância. Na segunda e terceira partes da dissertação, serão
apresentados: os objetivos e as hipóteses do estudo; a metodologia utilizada pelo presente
estudo, designadamente a sua amostra, os seus instrumentos de avaliação e os
procedimentos de tradução e adaptação das medidas ao contexto português e à infância,
de autorização, de recolha de dados e éticos; os procedimentos de análise estatística dos
dados; os principais resultados da investigação; a discussão dos resultados em articulação
com as hipóteses colocadas e o estado de arte do conhecimento científico desta área de
investigação; as limitações e vantagens deste estudo e recomendações para a investigação
futura nesta temática; e, as principais conclusões desta investigação. Na parte final da
dissertação, serão apresentadas as conclusões gerais do estudo.

2
Capítulo I – Enquadramento teórico

1. Concetualização e operacionalização da psicopatia na infância e adolescência

1.1. Introdução

A psicopatia corresponde a uma constelação de traços da personalidade, tais como


a frieza emocional, a manipulação, o egocentrismo, a impulsividade e a necessidade de
estimulação, que predispõem o indivíduo à prática do comportamento antissocial (e.g.,
Cleckey, 1950; Hare, 2003). Existe evidência robusta de que a psicopatia é um preditor
da reincidência criminal, designadamente da reincidência criminal violenta (Hemphill,
Hare, & Wong, 1998). Recentemente, os investigadores focaram a sua atenção no estudo
da psicopatia durante a infância e a adolescência. O estudo da psicopatia em fases
desenvolvimentais precoces é crucial, uma vez que pode contribuir para um
aprofundamento do conhecimento da etiologia da psicopatia em adultos (e.g., Lynam,
1996). Este conhecimento será essencial para o desenvolvimento de programas de
prevenção e tratamento precoces eficientes dirigidos a fases do desenvolvimento mais
maleáveis do que a idade adulta; e, assim, na redução dos custos sociais associados à
psicopatia (e.g., Lynam & Guidonis, 2005). Além disso, a importância do estudo da
psicopatia nesta etapa do desenvolvimento está subjacente à avaliação do risco de
delinquentes juvenis. Tendo em consideração isto, é imperativo existirem instrumentos
de avaliação da psicopatia na adolescência e infância com caraterísticas psicométricas
robustas. O objetivo deste capítulo é rever a literatura sobre a concetualização e a
operacionalização da psicopatia na infância e adolescência. A revisão é realizada em
conjunto, uma vez que a concetualização e a operacionalização da psicopatia nestas faixas
etárias estão interligadas.

Na história da concetualização da psicopatia, o interesse na manifestação da


psicopatia em crianças remonta aos trabalhos de autores clássicos, tais como Cleckley
(1950), Karpman (1949, 1950) e os McCords (1964). Posteriormente, a investigação
nesta área foi escassa e caraterizada por uma metodologia limitada. Apenas no final do
século XX, emergiu um esforço sistemático na concetualização e operacionalização da
psicopatia na infância e adolescência. Atualmente, o estudo da psicopatia em etapas

3
desenvolvimentais precoces é uma área multidisciplinar e em expansão. Inicialmente, os
investigadores desenvolveram instrumentos de avaliação da psicopatia dirigidos a estas
faixas etárias como extensões das medidas da psicopatia em adultos, designadamente da
Escala da Psicopatia de Hare – Versão Revista (PCL-R; Hare, 2003) e tinham como alvo
de estudo populações juvenis forenses e clínicas. Posteriormente, foram desenvolvidos
instrumentos de avaliação adaptados ao nível desenvolvimental e à realidade social destas
faixas etárias, e a investigação expandiu-se para a comunidade. Recentemente, os grupos
pouco estudados de crianças em idade pré-escolar e do género feminino tornaram-se alvos
de estudo (Kotler, & McMahon, 2010; Salekin & Lynam, 2010).

Existem controvérsias inerentes à aplicação do conceito da psicopatia em jovens.


Em primeiro lugar, a psicopatia é concetualizada como uma disposição da personalidade
relativamente estática, e uma personalidade estável forma-se após a adolescência e no
início da idade adulta. Em segundo lugar, algumas caraterísticas da psicopatia em adultos,
tais como o comportamento antissocial e a necessidade de estimulação, correspondem a
caraterísticas desenvolvimentais normais e temporárias da adolescência. Em terceiro
lugar, algumas mudanças comportamentais específicas da adolescência, designadamente
a ausência de tomada de perspetiva social e temporal, a formação da identidade e a
experimentação, podem influenciar a manifestação transitória e a interpretação incorreta
de alguns traços de personalidade psicopática, nomeadamente a grandiosidade, a frieza
emocional, e os défices na aceitação de responsabilidade (Edens, Skeem, Cruise, &
Cauffman, 2001; Hart, Watt, & Vincent, 2002; Seagrave, & Grisso, 2002). Em quarto
lugar, não devemos esperar que a psicopatia se manifeste de forma igual ao longo da vida
(Hart et al., 2002). Em quinto lugar, as consequências prejudiciais do rótulo da psicopatia
no contexto da justiça juvenil (Falkenbach, Poythress, & Heide, 2003; Lynam, Charnigo,
Moffitt, Raine, Loeber, & Stouthamer-Loeber, 2009). Apesar destas críticas, a
investigação forneceu apoio à estabilidade de traços psicopáticos em jovens (e.g.,
Andershed, 2010), da sua expressão nestas etapas desenvolvimentais e do seu
relacionamento com conceitos relevantes na rede nomológica da psicopatia de forma
semelhança aos adultos (e.g., Forth, Kosson, & Hare, 2003), apoiando a transposição do
conceito da psicopatia dos adultos para a infância e adolescência.

De seguida será apresentada uma revisão sistemática da operacionalização do


conceito da psicopatia na infância e adolescência. Os instrumentos de avaliação de traços
psicopáticos na faixa etária alvo de estudo são descritos ao nível: da história do seu

4
desenvolvimento, da sua fundamentação teórica, da sua população e faixa etária-alvo, do
seu tipo de administração, da sua escala de avaliação, (sub)dimensões alvo de avaliação
e das suas caraterísticas psicométricas. Na Tabela 1 são descritos os instrumentos de
avaliação de traços psicopáticos na infância e adolescência. Finalmente, após a descrição
das medidas de traços psicopáticos, será realizada uma análise dos instrumentos,
realçando as suas vantagens e desvantagens. Este conhecimento, por um lado, será útil na
seleção adequada das medidas da psicopatia na infância e na adolescência por
investigadores ou clínicos, e, por outro lado, irá fornecer direções à investigação futura
nesta área.

5
Tabela 1 Descrição dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Tipo População Faixa etária Idade Itens Escala (Sub)dimensões
(anos)
APSD Questionário: Geral Infância 4-18 20 Escala de Narcisismo
SR, PR, TR, Clínica Adolescência Likert de 3 Frieza-Insensibilidade Emocional
C, PV Forense valores Impulsividade
CAIBSI Questionário: Geral Adolescência 12-18 59 Escala de Egocentrismo
SR Likert de 4 Manipulação
valores Frieza-Insensibilidade Emocional
Impulsividade
CPS/ Questionário: Geral Infância 7-18 41- Resposta Loquacidade, Mentir patológico, Ausência de remorsos,
CPSr/ SR, PR, TR, Clínica Adolescência 58 dicotómica Superficialidade afetiva, Estilo de vida parasita, Deficiente
CPS– C controlo comportamental, Ausência de objetivos,
RE/ Impulsividade, Irresponsabilidade, Incapacidade de aceitar a
mCPS responsabilidade e Versatilidade criminal (CPS)
Fator 1 (Afetivo e Interpessoal) e Fator 2 (Comportamental;
CPSr)
Fator 1 (Caloso/Desinibido) e Fator 2
(Manipulador/Dissimulado; CPS-RE)
Fator Interpessoal/Afetivo e Fator Desviância Social (mCPS)
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial (Antisocial Process Screening Device; Frick & Hare, 2001); CAIBSI = Instrumento de Avaliação da Constelação de
Comportamentos Afetivos e Interpessoais (Constellation of Affective and Interpersonal Behaviours Screening Instrument; Houghton, Hunter, Khan, & Tan, 2013); CPS = Escala de
Psicopatia Crianças (Child Psychopathy Scale; Lynam, 1997); CPSr = Escala Revista de Psicopatia Crianças (Child Psychopathy Scale–Revised; Lynam, Caspi, Moffit, Raine, Loeber e
Stouthamer–Loeber, 2005); CPS–RE = Escala Revista Extendida de Psicopatia Crianças (CPS–Revised Extended; Baker, Tuvblad, Reynolds, Zheng, Lozano, & Raine, 2009); mCPS =
Versão modificada de CPS; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos professores); C = Combined (Relatos combinados);
PV = Preschool Version (Versão Pré-escolar).

6
Tabela 1 (continuação)
Descrição dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Tipo População Faixa etária Idade Itens Escala (Sub)dimensões
(anos)
CPTI Questionário: Geral Infância 3-12 28 Escala de Grandioso-Dissimulado
TR, PR Likert de 4 Frieza-Insensibilidade Emocional
valores Impulsivo-Necessidade de Estimulação
ICU Questionário: Geral Infância 4-18 24 Escala de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional
SR, PR, TR, Clínica Adolescência Likert de 4 (Calosidade/Frieza Emocional Indiferença Emocional e
C, PV Forense valores Insensibilidade Emocional)
PCL:YV Instrumento Forense Adolescência 12-18 20 Escala de Interpessoal
de avaliação Clínico Likert de 3 Afetivo
clínico valores Estilo de Vida
Antissocial
YPI(–C) Questionário: Geral Adolescência 12-18 50 Escala de Grandiosidade-Manipulação
SR, VR (YPI) anos (YPI) (VR:18) Likert de 4 (Charme Desonesto, Grandiosidade, Mentir e
Infância 9-12 anos valores Manipulação)
(YPI-C) (YPI-C) Frieza-Insensibilidade Emocional
(Calosidade/Frieza Emocional, Ausência de Remorso e
Insensibilidade Emocional)
Impulsividade-Irresponsabilidade
(Impulsividade Procura de Excitação e Irresponsabilidade)
Notas: CPTI = Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças (Child Problematic Traits Inventory; Colins, Andershed, Frogner, Lopez–Romero, Veen, & Andershed, 2014); ICU =
Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional (Inventory of Callous–Unemotional Traits; ICU; Frick, 2004); PCL:YV = Escala de Psicopatia de Hare – Versão Jovens
(Psychopathy Checklist: Youth Version; Forth, Kosson, & Hare, 2003); YPI (-CV) = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem (Youth Psychopathic Traits Inventory; Andershed, Kerr,
Stattin, & Levander, 2002) ( – Versão Crianças (Youth Psychopathic Traits Inventory–Child Version; van Baardewijk, Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008)); SR =
Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos professores); C = Combined (Relatos combinados); VR = Versão reduzida.

7
1.2. Escala de Psicopatia de Hare – Versão Jovens (PCL:YV)

A Psychopathy Checklist: Youth Version (PCL:YV; Forth, Kosson, & Hare,


2003), a Escala de Psicopatia de Hare – Versão Jovens, é um instrumento de avaliação
clínica do construto da psicopatia em adolescentes delinquentes, com idades
compreendidas entre os doze e dezoito anos. Este instrumento corresponde a uma
adaptação do instrumento mais utilizado na avaliação da psicopatia em adultos: a Hare
Psychopathy Checklist – Revised (PCL-R; Hare, 2003), a Escala da Psicopatia de Hare –
Versão Revista, que corresponde à medida de diagnóstico da psicopatia de referência a
nível internacional na avaliação da psicopatia na população penitenciária e na prática
legal clínica em adolescentes (Skeem & Cooke, 2010). A adaptação à adolescência da
PCL-R consistiu nas seguintes modificações desta:

• Omissão dos itens estilo de vida parasita comportamento sexual promíscuo e


relacionamentos conjugais numerosos e a curto-prazo, uma vez que os jovens têm
uma experiência restrita nos domínios do trabalho e do casamento;
• Pontuação de vários itens relacionados com a delinquência juvenil e a
versatilidade criminal, pois a história criminal é mais reduzida na adolescência do
que na idade adulta; e,
• Maior concentração no ajustamento escolar, nos pares e na família de modo a
aproximar-se da realidade social inerente a esta etapa desenvolvimental.

De forma semelhante à PCL-R, o procedimento de administração da PCL:YV


consiste na realização de entrevistas semiestruturadas, na análise de fontes informação
colateral e na revisão de arquivos institucionais do adolescente. Este procedimento é
aplicado por avaliadores qualificados e treinados para o efeito e que possuam
conhecimentos do desenvolvimento na adolescência. A PCL:YV é constituída por vinte
itens cotados numa escala de Likert de três pontos (0 = item não se aplica; 1 = item aplica-
se de algum modo; 2 = item aplica-se totalmente) com base nas informações recolhidas
pelo avaliador. Os itens encontram-se divididos em quatro fatores: Interpessoal (e.g.,
loquacidade), Afetivo, (e.g., ausência de empatia), Estilo de Vida (e.g., impulsividade) e
Antissocial (e.g., comportamento problemático precoce; Forth et al., 2003).

A investigação demonstrou que a PCL:YV paralela a PCL:R em termos das suas


caraterísticas psicométricas. Consistente com a literatura da PCL:R, a investigação inicial
focou-se no modelo de dois fatores tradicional proposto originalmente por Harpur,

8
Hakstian e Hare (1988, 1989; Hare et al., 1990). O Fator 1 (F1), Distanciamento
Emocional ou Interpessoal/Afetivo, abrange as seguintes caraterísticas: ausência de
remorsos ou sentimentos de culpa, frieza emocional ou ausência de empatia,
superficialidade afetiva, não assumir a/acatamento de responsabilidade pelas suas ações
(caraterísticas afetivas), loquacidade ou encanto superficial, sentido grandioso do valor
de si próprio, mentir patológico e estilo manipulador (caraterísticas interpessoais). O
Fator 2 (F2), Desviância Social, abrange os aspetos estilo de vida e antissocial. As
caraterísticas do estilo de vida são a necessidade de estimulação ou tendência para o tédio,
o estilo de vida parasita, a ausência de objetivos realistas, a impulsividade e a
irresponsabilidade. Os défices no controlo comportamental, os comportamentos
problemáticos precoces, a delinquência juvenil, a revogação de medidas alternativas ou
flexibilizadoras da pena de prisão (e.g., liberdade condicional) e a versatilidade criminal
correspondem às caraterísticas da faceta social. Posteriormente a investigação centrou-se
no modelo de três fatores apresentado por Cooke e Michie (2001). Este modelo para além
de dividir o F1 do modelo tradicional em fatores afetivos e interpessoais, designados
Estilo Interpessoal Arrogante e Dissimulado (Fator 1) e Deficiente Experiência Afetiva
(Fator 2), excluiu os itens relacionados com o comportamento antissocial, mantendo
apenas os aspetos do domínio comportamental relacionados com a impulsividade e a
irresponsabilidade no Fator 3, designado Estilo de Comportamento Irresponsável e
Impulsivo (id.). Finalmente, a investigação focou-se no modelo de quatro facetas
proposto por Hare (2003), que adicionou um quarto fator ao modelo anterior que avalia o
comportamento antissocial. As facetas foram denominadas de Interpessoal, Afetiva,
Estilo de Vida e Antissocial. Os estudos não apoiaram a estrutura de dois fatores da
PCL:YV (Brandt, Kennedy, Patrick, & Curtin, 1997; Jones, Cauffman, Miller, & Mulvey,
2006; Salekin, Zalot, Leistico, & Neumann, 2006). No entanto, existe evidência que apoia
os modelos de três e quatro fatores da PCL:YV (Jones et al., 2013; Kosson, Cyterski,
Neumann, Steuerwald, & Walker-Matthews, 2002; Kossson, Neumann, Forth, Salekin,
Hare, Krischer, & Seveche, 2013; Neumann, Kosson, Forth, & Hare, 2006; Salekin et al.,
2006). A PCL:YV demonstrou níveis adequados de fiabilidade e validade boa através da
demonstração da relação esperada com medidas de critério externas, designadamente
variáveis relacionadas com o comportamento criminal, abuso de substâncias, violência,
desajustamento institucional, resposta ao tratamento, psicopatologias de externalização,
dimensões da personalidade e ausência de laços familiares (e.g., Bauer, Whitman, &
Kosson, 2011; Corrado, Vincent, Hart, & Cohen, 2004; Das, Ruiter, Doreleihers, &

9
Hillege, 2008; Edens et al., 2001; Gretton, Hare, & Catchpole, 2004; Kosson et al., 2002;
O’Neill, Lidz, & Heilbrun, 2003; Salekin, Leistico, Neumann, DiCicco, & Duros, 2004;
Spain, Douglas, Poythress, & Epstein, 2004).

1.3. Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial (APSD)

O modo de administração da PCL:YV não é adequado para a população geral de


jovens, uma vez que é dependente da análise de ficheiros institucionais e de informação
colateral. De modo a preencher esta lacuna foi desenvolvido o Dispositivo de Despiste de
Processo Antissocial (Antisocial Process Screening Device - APSD; Frick, & Hare, 2001;
denominado originalmente de Psychopathy Screening Device) com o intuito de ser
utilizado na comunidade. O APSD foi modelado a partir da PCL-R para avaliar traços
psicopáticos, inicialmente, em crianças com idades compreendidas entre os 6 e 13 anos
através de relatos pelos pais e professores ou combinadas estas fontes de informação; e,
mais tarde, em adolescentes entre os 13 e 18 anos de idade através do autorrelato.

O APSD é um questionário constituído por 20 itens que que são cotados numa
escala de Likert de 3 valores (0 = Falso; 1 = Por vezes verdade; 2 = Muitas vezes verdade).
Existem vários modelos fatoriais para o APSD. Inicialmente, a escala foi dividida em dois
fatores: Impulsividade/Problemas de conduta (I/CP; 10 itens), que abrange tendências
impulsivas e antissociais; e, Frieza-Insensibilidade Emocional (CU; 6 itens), que reflete
a ausência de preocupação com o desempenho, a superficialidade ou o défice afetiva(o),
a frieza emocional, e a ausência de remorsos ou de sentimentos de culpa (Frick et al.,
1994). Posteriormente Frick, Bodin e Barry (2000) propuseram um modelo de três fatores
semelhante à estrutura fatorial da PCL-R em adultos proposta por Cooke e Michie (2001),
que divide o fator I/CP em dois subfatores - Narcisismo (Nar; 7 itens; e.g., sentido de
grandiosidade de si próprio) e Impulsividade (Imp; 5 itens; e.g., comporta-se sem pensar)
– e mantêm o fator CU. Existe evidência que apoia o modelo de três fatores em detrimento
do modelo de dois fatores (e.g., Dadds, Fraser, Frost, & Hawes, 2005; Poythress, Douglas,
& Falkenbach Poythress, Douglas, Falkenbach, Cruise, Lee, Murrie, & Vitacco; Vitacco,
Rogers, & Neumann, 2003). As várias versões de relato do APSD exibiram uma
consistência interna adequada (e.g., Bijttebier, & Decoene, 2009; Falkenbach, Poythress,
& Heide, 2003), com exceção da sua versão de autorrelato (e.g., Bijttebier, & Decoene,
2009; Frick et al., 2003b; Muñoz & Frick, 2007; Poytress et al, 2006b). Bijttebier e
Decoene (2009) fundamentam a consistência interna fraca da versão de autorrelato nos

10
seguintes motivos: o instrumento foi originalmente projetado para o relato por outros
informantes, o conteúdo e a linguagem dos itens podem ser inapropriadas ao nível
desenvolvimental desta faixa etária; e, a suscetibilidade das respostas à desejabilidade
social. O APSD demonstrou uma fiabilidade entre informantes adequada e estabilidade
temporal relativa durante 1 a 2 anos (Muñoz & Frick, 2007) e 4 anos (Frick, Kimonis,
Dandreux, & Farrell, 2003) das suas versões de autorrelato e relato pelos pais.

O APSD exibiu validade ao nível das associações esperadas em termos de


conceitos teoricamente relevantes para a psicopatia, designadamente: variáveis
antissociais e criminais (Caputo, Frick, & Brodsky, 1999; Falkenbach et al., 2003;
McMahon, Witkiewitz, & Kotler, 2010; Muñoz & Frick, 2007; Poythress, et al., 2006a;
Silverthorn, Frick, & Reynolds, 2001; Spain et al., 2004), violência (Kruh, Frick, &
Clements, 2005), psicopatologias de internalização (Bijttebier & Decoene, 2009),
variáveis de tratamento (Falkenbach et al., 2003; Spain et al., 2004), perturbações de
conduta (Frick, Bodin, & Barry, 2000; Frick, O'Brien, Wootton, & McBurnett, 1994),
procura de excitação (Frick et al., 1994), estilo de respostas orientadas à recompensa e
destemor (Falkenbach et al., 2003).

1.4. Escala de Psicopatia Crianças (CPS)

A Child Psychopathy Scale (CPS; Lynam, 1997), Escala de Psicopatia Crianças,


é fundamentada teoricamente na PCL-R (Hare, 1991) e foi desenvolvida através de dados
arquivados de uma amostra escolar de crianças, do género masculino, com idades
compreendidas entre os 12 e 13 anos, do Pittsburgh Youth Study (PYS). A CPS é um
questionário de relato pelas mães das crianças, constituído por 41 itens extraídos da
Childhood Behavior Checklist (CBCL; Achenbach, 1991a) e do Common Language Q-
set (CLQ; Caspi, Block, Klopp, Lynam, Moffitt, & Stouthamer-Loeber,1992). Estes itens
operacionalizam 13 dos 20 itens da PCL-R, excluindo 7 construtos da PCL-R
inadequados à faixa etária alvo (comportamento sexual promíscuo, comportamento
problemático precoce, relacionamentos conjugais numerosos e de curta duração,
revogação de medidas alternativas ou flexibilizadoras da pena de prisão e delinquência
juvenil), não se correlacionavam com outros itens (grandiosidade) ou não podiam ser
operacionalizados de forma adequada (tendência para o tédio). Os itens são divididos nas
seguintes treze escalas, que são constituídas por 2 a 7 itens: Loquacidade, Mentir
patológico, Ausência de remorsos, Superficialidade afetiva, Estilo de vida parasita,

11
Deficiente controlo comportamental, Ausência de objetivos, Impulsividade,
Irresponsabilidade, Incapacidade de aceitar a responsabilidade e Versatilidade criminal,
com valores de consistência interna aceitáveis ou fracos. A pontuação total da CPS
apresentou uma fiabilidade excelente (α = .91). No estudo de validação da CPS, as
crianças com pontuações elevadas na CPS eram os delinquentes mais persistentes, graves,
agressivos e estáveis a nível temporal, e com maior tendência a perturbações de
externalização do que de internalização. Além disso, a pontuação total da CPS previu a
delinquência acima de outros preditores robustos (Lynam, 1997). O estudo conduzido por
Lynam, Derefinko, Caspi, Loeber e Stouthamer-Loeber (2007) forneceu evidência que
apoia a validade construto da CPS, relatando uma convergência alta com índices da
psicopatia em jovens derivados empiricamente e por especialistas. Numa das amostras do
PYS, a versão de relato pelas mães da CPS avaliada os 13 anos de idade previu a
psicopatia medida aos 24 anos de idade pela Psychopathy Checklist: Screening Version
(PCL:SV; Hart, Cox, and Hare, 1995), mesmo após o controlo de medidas associadas ao
comportamento antissocial (Lynam, Caspi, Moffitt, Loeber, & Stouthamer-Loeber, 2007)
e independentemente da etnicidade e do estatuto de recluso/não recluso (Vachon, Lynam,
& Stouthamer-Loeber, 2012). Esta estabilidade não foi afetada por diferenças individuais
e variáveis demográficas, contextuais e familiares (Lynam, Loeber, & Stouthamer-
Loeber, 2008). Outro estudo da PYS que utilizou uma versão reduzida de relato pelas
mães da CPS revelou que a psicopatia é relativamente estável da infância à adolescência
(Lynam, Charnigo, Moffitt, Raine, Loeber, & Stouthamer-Loeber, 2009).

Lynam, Caspi, Moffit, Raine, Loeber e Stouthamer-Loeber (2005) realizaram uma


revisão da CPS (Child Psychopathy Scale–Revised, CPSr), na qual foram introduzidas as
seguintes alterações: exclusão da escala de versatilidade criminal com o intuito da CPS
ser uma medida pura da personalidade não contaminada pelo comportamento antissocial;
itens simplificados; melhoria a operacionalização dos conceitos de superficialidade
afetiva e de loquacidade; e, inclusão da escala Tendência para o tédio. A CPSr é
constituída por 13 escalas, com 2 a 5 itens com um formato de resposta dicotómico
(sim/não), que estão divididos em dois fatores com correlações fortes entre si subjacentes
à investigação da PCL-R: o Fator 1 (F1; Loquacidade, Falsidade, Manipulação, Ausência
de culpa, Pobreza de afeto, Frieza emocional e Incapacidade de aceitar a
responsabilidade); e, o Fator 2 (F2; Estilo de vida parasita, Deficiente controlo
comportamental, Tendência para o tédio, Impulsividade, Ausência de planeamento e

12
Indigno de confiança). O modelo de dois fatores forneceu um ajustamento mais adequado
relativamente ao modelo unidimensional (Lynam et al., 2005a). Em duas amostras
forenses de adolescentes (Fink, Tant, Tremba, & Kiehl, 2012; Verschuere, Candel, Van
Reenen, & Korebrits, 2012), a consistência interna da pontuação total e dos fatores foi
aceitável ou boa, com exceção da consistência fraca do Fator 1 no estudo realizado por
Fink e colegas (2012). Numa subamostra de 56 participantes do PSY, houve associações
moderadas e fortes entre a CPSr medida na adolescência e a Self-Report of Psychopathy-
III (SRP-III-SF; Paulhus, Neumann, & Hare, in press) avaliada em jovens adultos com
idades médias entre os 26 e 29 anos, respetivamente (Pardini, Raine, Erickson, & Loeber,
2014).

A CPSr foi estendida (CPS-Revised Extended; CPS-RE) através da construção de


3 itens adicionais para a dimensão Grandiosidade. A CPS-RE é constituída por 58 itens
dicotómicos divididos em 14 subescalas (ver Baker, Tuvblad, Reynolds, Zheng, Lozano,
& Raine, 2009). O estudo conduzido numa amostra na comunidade de gémeos, de ambos
os géneros, com idades compreendidas entre os 9 e 10 anos do Southern California Twin
Project (SCTP), revelou dois fatores na versão de relato pelos pais correlacionados
moderadamente entre si, não estruturados de acordo com a concetualização original de
Hare (Bezdjian, Raine, Baker, & Lynam, 2011). O F1 – Caloso/Desinibido
(Callous/Disinhibited; C/D) – avalia os traços psicopáticos dos domínios afetivos e
comportamentais impulsivos da estrutura de Hare (α = .79). Este fator apresenta sete
subescalas: Indigno de confiança, Pobreza de afeto, Tendência para o tédio,
Impulsividade, Ausência de planeamento e Deficiente controlo comportamental). O F2 –
Manipulador/Dissimulado (Manipulative/Deceitful; M/D) - abrange os aspetos
interpessoais da psicopatia relacionados com enganar e manipular os outros (α = .77).
Este fator inclui as seguintes cinco subescalas: Loquacidade, Manipulação, Estilo de vida
parasita, Falsidade e Incapacidade de aceitar a responsabilidade. Foram excluídas as duas
subescalas Grandiosidade e Ausência de culpa, uma vez que os itens não saturavam nos
respetivos fatores (Bezdjian, et al., 2011b). A estrutura de dois fatores das versões de
relato pelos pais e de autorrelato da CPS-RE foi estável em participantes da SCTP, que
foram avaliados quando tinham 11-13 anos de idade e aos 14-15 anos de idade (Tuvblad,
Bezdjian, Raine, & Baker, 2014). Além disso, o modelo de dois fatores demonstrou um
ajustamento mais adequado relativamente aos modelos unidimensional, de três fatores e
de quatro fatores (Bezdjian, et al., 2011b). Os estudos que utilizaram a amostra do SCTP

13
revelaram uma consistência interna (α) da versão de relato pelos pais/de autorrelato da
CPS-RE: boa/razoável para a sua pontuação total, quando os participantes tinham 9-10,
14-15 e 16-18 anos de idade; e, de modo geral razoável/fraca para os fatores quando os
participantes tinham 9-10 e 16-18 anos de idade (Baker, Jacobson, Raine, Lozano, &
Bezdjian, 2007; Bezdjian, et al., 2011b; Tuvblad et al., 2014; Tuvblad, Wang, Bezdjian,
Raine, & Baker, 2016). Os fatores das versões de autorrelato e de relato pelos pais da
CPS-RE demonstraram uma fiabilidade do tipo estabilidade temporal boa após 6 meses
numa amostra de 605 famílias de gémeos de ambos os géneros e com idades
compreendidas entre os 9 e 10 anos de idade do projeto SCTP (Baker, Jacobson, Raine,
Lozano, & Bezdjian, 2007). Neste projeto, estas versões de relato do CPS-RE foram
razoavelmente estáveis em quatro ondas (9–10, 11–13, 14–15 e 16–18 anos de idade),
apesar de serem mais baixas na versão de autorrelato (Tuvblad, et al., 2016).

Outra versão da CPS usada amplamente é uma versão modificada de 55 itens


(mCPS), que incluiu a escala Grandiosidade à CPSr. As 14 escalas foram divididas no
Fator Interpessoal/Afetivo (7 subescalas) e no Fator Desviância Social (6 subescalas). O
estudo conduzido por Bijttebier e Decoene (2009) numa amostra na comunidade de 182
jovens com idades compreendidas entre os 9 e 19 anos, forneceu apoio à estrutura de dois
fatores das versões de autorrelato, de relato pelos pais, pelos professores e combinado do
mCPS, bem como demonstrou a superioridade deste modelo relativamente ao modelo
unidimensional. Em amostras de jovens de ambos os géneros da população geral
(Bijttebier & Decoene, 2009) e da população forense (Falkenbach et al., 2003), a
consistência interna da versão de relato pelos pais da CPSm variou entre: boa e excelente
para a pontuação total; razoável e boa para o F1; e razoável e fraca para o F2. A
consistência interna da versão de relato pelos professores da mCPS foi: excelente para a
pontuação total e boa para os fatores no estudo realizado por Bijttebier e Decoene (2009);
e, boa para a escala total numa amostra forense de adolescentes (Wiklund et al., 2014).
Os estudos revelaram valores inferiores de α na versão de autorrelato da mCPS,
designadamente estes variaram entre razoáveis e bons para a escala total (Amplitude =
.77-.87; M = .81) em amostras de jovens na comunidade (Bijttebier & Decoene, 2009;
Roose, Bijttebier, Decoene, Claes, & Frick, 2010) e forenses (Boccaccini, Epstein,
Poythress, Douglas, Campbell, Gardner, & Falkenbach, 2007; Douglas, Epstein, &
Poythress, 2008; Falkenbach et al., 2003; Morrel & Burton, 2014; Spain et al., 2004).
Uma parte destes estudos relatou valores α inaceitáveis a razoáveis para o F1 (Amplitude

14
= .54-.73; M = .66) e para o Fator 2 (Amplitude = .49-.74; M = .59; Bijttebier & Decoene,
2009; Falkenbach et al., 2003; Roose et al., 2010). No estudo de Falkenbach e colegas
(2003), as versões de autorrelato e de relato pelos pais da mCPS apresentaram de modo
geral valores inaceitáveis de correlação média entre itens (mean inter-item correlation,
MIC) para a escala total e os fatores, que melhoraram após a exclusão de 7 itens que
tinham um desempenho fraco.

Tal como foi descrito anteriormente, a CPS original sofreu várias revisões e
expansões. As diferentes versões da CPS estão disponíveis para o relato por múltiplos
informantes: próprio, pais, professores ou combinado. Tuvblad e colegas (2016)
relataram correlações entre informantes moderadas entre as versões de autorrelato e de
relato pelos pais da CPS-RE, avaliada dos 9-10 anos aos 16-18 anos no STCP. Numa
amostra forense, houve correlações fortes entre as escalas totais das versões de relato da
mCPS (Falkenbach et al., 2003).

A validade convergente da CPS foi estabelecida através da demonstração de


associações com outras medidas de traços psicopáticos em jovens, designadamente o
APSD (Bijttebier & Decoene, 2009; Douglas et al., 2007; Falkenbach et al., 2003; Morrel
& Burton, 2014; Salekin, Leistico, Trobst, Schrum, & Lochman, 2005; Tuvblad,
Bezdjian, Raine, & Baker, 2014), o ICU (Fink et al., 2012; Roose et al., 2010), a PCL:YV
(Douglas et al., 2007; Salekin et al., 2005; Tuvblad et al., 2014) e o YPI (Fink et al.,
2012). Na amostra do meio do PYS, a CPS associou-se de forma positiva e forte com a
Self-centered Impulsivity (SCI) e de forma negativa e moderada com a Fearless
Dominance (FD; Vize, Lynam, Lamki, Miller, & Pardini, 2016), indicando que os traços
capturados pela CPS são substancialmente meanness e disinhibition e não boldness. As
escalas SCI e FD foram construídas a partir dos relatos de pais do CLQ (Caspi et al.,
1992) de acordo com a concetualização do Psychopathic Personality Inventory (PPI;
Lilienfeld & Andrews, 1996). Assim, deve ser destacado que as relações entre a CPS, a
FD e a SCI são contaminadas pela sobreposição critério preditor (Vize et al., 2016).

Existe evidência de que as diferentes versões da CPS têm associações


teoricamente significativas com medidas de conceitos relevantes para a psicopatia,
nomeadamente variáveis antissociais (Baker et al., 2007; Fung, Raine, Loeber, Lynam,
Steinhauer, Venables, & Stouthamer-Loeber, 2005; Lynam, 1997; Lynam et al., 2007;
Morrel & Burton, 2014; Spain, Douglas, Poythress, & Epstein, 2004; Verschuere et al.,
2012), agressão (Baker et al., 2007; Bezdjian, Tubvlad, Raine, & Baker, 2011; Pardini et
15
al., 2014; Raine, Dodge, Loeber, Gatzke-Kopp, Lynam, Reynolds, Stouthamer-Loeber,
& Liu, 2006; Verschuere et al., 2012), psicopatologia de externalização (Bijttebier &
Decoene, 2009; Fung, et al., 2005; Isen, Raine, Baker, Dawson, Bezdjian, & Lozano,
2010; Lynam, 1997; Verschuere et al., 2012), impulsividade, empatia (Verschuere et al.,
2012), atitudes pró-bullying (Wiklund, Ruchkin, Koposov, & af Klinteberg, 2014),
dimensões da personalidade (Lynam et al., 2005; Salekin et al., 2005), afeto negativo
entre criança e pais (Tuvblad, Bezdjian, Raine, & Baker, 2013) e défices fisiológicos e
neuroanatómicos (Baker et al., 2009; Fung et al., 2005; Isen et al., 2010; Pardini et al.,
2014; Wang, Baker, Gao, Raine, & Lozano, 2012; Wang, Gao, Isen, Tuvblad, Raine, &
Baker, 2015). A investigação forneceu evidência de que a CPS prevê o comportamento
criminal e insucesso no cumprimento de programa em várias etapas do desenvolvimento
(620 dias, um follow-up de um ano, da infância à adolescência e da adolescência ao início
da idade adulta), usando diversas versões da CPS (original, mCPS, autorrelato, relato
pelos pais, completa e reduzida) e em amostras forenses ou de risco (Boccaccini et al.,
2007; Douglas et al., 2008; Falkenbach et al., 2003; Lynam et al., 2009a; Lynam, Miller,
Vachon, Loeber, & Stouthamer-Loeber, 2009). Na amostra do meio do PYS, a versão de
relato pelas mães da CPS distinguiu um grupo rapazes adolescentes com sintomas de
défices de atenção e hiperatividade e problemas de conduta, caraterizado pela maior
presença de défices neuropsicológicos, de comportamento antissocial grave e de
desinibição, do grupo com ausência destes sintomas e de problemas de conduta (Lynam,
1998).

1.5. Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens

O Youth Psychopathic Traits Inventory (YPI; Andershed, Kerr, Stattin, &


Levander, 2002), o Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens, é um questionário de
autorrelato que avalia os traços psicopáticos em jovens com idades superiores aos 12
anos. O YPI foi desenvolvido originalmente na Suécia para ser utilizado em investigações
conduzidas na população geral de adolescentes. Este questionário mede traços de
personalidade fundamentais da constelação da personalidade psicopática identificada por
Cooke e Michie (2001), excluindo, assim, as caraterísticas comportamentais associadas à
psicopatia, tais como a versatilidade criminal e os relacionamentos de curta duração. O
instrumento foi desenvolvido com o intuito de preencher as lacunas inerentes ao
autorrelato da psicopatia (e.g., tendência a mentir) e as limitações do APSD (formulações
de frases diretas e negativas) através da construção de itens que avaliam os traços da

16
psicopatia indiretamente e descrevem-nos como caraterísticas ou competências positivas
ou apelativas. O YPI é constituído por 50 itens divididos em 10 subescalas, com 5 itens
cada uma, avaliados numa escala de Likert de 4 valores (1 = Totalmente falso; 2 = Em
parte falso; 3 = Em parte verdade; 4 = Totalmente verdade). As subescalas Charme
Desonesto, Grandiosidade, Mentir e Manipulação formam a dimensão Grandiosidade-
Manipulação. As subescalas Ausência de Remorso, Insensibilidade e Frieza Emocional
compõe a dimensão Frieza-Insensibilidade Emocional. As subescalas Procura de
Excitação, Impulsividade e Irresponsabilidade constituem a dimensão Impulsividade-
Irresponsabilidade (Andershed et al., 2002).

O estudo de validação do YPI, conduzido numa amostra de grandes dimensões


forneceu, por um lado, apoio ao modelo de três fatores independentemente do género, de
acordo com Cooke e Michie (2001), e, por outro lado, o modelo de dois fatores não se
ajustou aos dados (Andershed et al., 2002). A estrutura de três fatores também foi
replicada em numerosos estudos em várias populações (comunidade, risco, forense e
clínica) e em diversos contextos culturais (Cauffman, Kimonis, Dmitrieva, & Monahan,
2009; Colins, Bijttebier, Broekaert, & Andershed, 2014; Declercq, Markey, Vandist, &
Verhaeghe, 2009; Dolan & Rennie, 2006b; Hillege, Das, & Ruiter, 2010; Dembo,
Jainchill, Turner, Fong, Farkas, & Childs, 2007; Larsson, Andershed, & Lichtenstein,
2006; Neumann & Pardini, 2014; Nijhof, Vermulst, Scholte, van Dam, Veerman &
Rutger, 2011; Pechorro, Silva, Andershed, Rijo, & Gonçalves, 2016; Pechorro,
Andershed, Ray, Marôco, & Gonçalves, 2015; Pihet, Suter, Meylan, & Schmid, 2014;
Simões, Lopes, & Gonçalves, 2016; Vaughn, DeLisi, Beaver, Wexler, Barth, & Fletcher,
2011; Veen, Stevens, Andershed, Raaijmakers, Doreleijers, & Vollebergh, 2011;
Wareham, Dembo, Poythress, Childs, & Schmeidler, 2009). Este modelo foi invariante
relativamente ao género, à idade, à população e à etnicidade (Andershed et al., 2002;
Declercq et al. 2009; Hillege et al., 2010; Larsson et al., 2006; Pechorro et al., 2016b;
Simões et al., 2016; Veen et al., 2011; Zwaanswijk, Veen, &Vedder, 2017), e foi superior
relativamente aos modelos unidimensional e de dois fatores (Larsson et al. 2006;
Pechorro et al., 2015). Outros estudos para além de replicarem o modelo de três fatores,
encontraram um ajustamento superior do modelo bifatorial ao nível das subescalas em
amostras de adolescentes, de ambos os géneros, da população geral e forense, que foi
invariante relativamente ao género, à idade, à população e à etnicidade (Pihet et al., 2014;
Zwaanswijk et al., 2017). O modelo de três fatores apenas não encontrou apoio em

17
estudos conduzidos em amostras com dimensões inferiores ao recomendado para
conduzir análise fatorial (Oshukova, Kaltiala-Heino, Miettunen, Marttila, Tani, Aronen,
Marttunen, Kaivosoja, & Lindberg, 2015; Poythress et al., 2006a).

Procedemos a uma revisão de 15 estudos que utilizaram amostras de adolescentes


em diversas populações (comunidade, forense e clínica) reportando índices de
consistência interna (α, ω e MIC) para a pontuação total e a(s) subescala(s) do YPI. Os
estudos revelaram de modo geral índices de consistência interna adequados para a
pontuação total e a(s) subescala(s) do YPI. Contudo, a maior parte dos estudos revelou
índices de consistência interna inaceitáveis para a subescala Frieza emocional e fracos
para as subescalas Insensibilidade e Irresponsabilidade, bem como índices de consistência
interna mais fracos para a dimensão CU relativamente às outras dimensões (Andershed
et al., 2002, Andershed, Hodgins & Tengström, 2007; Chauhan, Ragbeer, Burnette,
Oudekerk, Reppucci, & Moretti, 2014; Colins et al., 2014b; Declercq et al., 2009; Dolan
& Rennie, 2006b; Hillege et al., 2010; Oshukova et al., 2015; Oshukova, Kaltiala-Heino,
Hillege, de Ruiter, Joffe, Miettunen, Marttila, Marttunen, Kaivosoja, & Lindberg, 2016;
Pechorro et al., 2015, 2016b; Pihet et al., 2014; Poythress et al., 2006; Sherman, Lynam,
& Heyde, 2014; Skeem & Cauffman, 2003). Estudos conduzidos em amostras de jovens
adultos na comunidade evidenciaram valores de fiabilidade semelhantes aos supracitados
(Campbell, Doucette, & French, 2009; Sherman et al., 2014; Colins, Andershed &
Pardini, 2015; Kansi, 2003; Neumann & Pardini, 2014). Os estudos forneceram apoio à
fiabilidade do tipo estabilidade temporal do YPI numa amostra universitária de jovens
adultos (Campbell, et al., 2009), numa amostra de adolescentes gémeos na comunidade
(Forsman, Lichtenstein, Andershed, & Larsson, 2008) e em amostras forenses de
adolescentes (Skeem & Cauffman, 2003; Walters, 2015) por períodos de follow-up de 30
meses (Walters, 2015), 1 mês (Campbell, et al., 2009; Skeem & Cauffman, 2003) e 3 anos
(Forsman et al., 2008).

Existe evidência da validade convergente do YPI com outras medidas de


autorrelato de traços psicopáticos em jovens - o APSD (Fink et al., 2012; Oshukova et
al., 2016; Pechorro et al., 2015, 2016b; Poythress et al., 2006; Seals, Sharp, Ha, &
Michonski, 2012), a CPS (Fink et al., 2012) e o ICU (Fink et al., 2012; Pechorro et al.,
2015, 2016b) - , e em adultos – o PPI–R, a LSRP (Campbell et al., 2009) e a TriPM
(Drislane, Patrick, & Arsal, 2014). Os estudos forneceram apoio à validade convergente
dimensional do YPI com a PCL:YV (Andershed et al., 2007; Cauffman et al., 2009;

18
Chauhan et al., 2014; Dolan & Rennie, 2006a; Fink et al., 2012; Shepherd & Strand, 2015;
Skeem & Cauffman, 2003). Contudo, para além do estudo realizado por Andershed e
colegas (2007), não existe evidência da validade convergente categórica entre estas duas
medidas (Cauffman et al., 2009; Fink et al., 2012; Skeem & Cauffman, 2003).

Existe evidência de que o YPI possui associações teoricamente significativas com


outros instrumentos que avaliam conceitos relevantes para a rede nomológica da
psicopatia, designadamente variáveis antissociais ou criminais (Andershed et al., 2002;
Campbell et al., 2009; Cauffman et al., 2009; Chauhan et al., 2014; Colins et al., 2014b;
Declercq et al., 2009; Dolan & Rennie, 2006a/b, 2007; Larsson, Tuvblad, Rijsdijk,
Andershed, Grann, & Lichtenstein, 2007; Neumann & Pardini, 2014; Pechorro et al.,
2015; Poythress et al., 2006; Skeem & Cauffman, 2003; Walters, 2015), consumo ou
abuso de substâncias (Cauffman et al., 2009; Dembo et al., 2007; Hillege et al., 2010;
Pechorro et al., 2015, 2016b; Poythress et al., 2006), psicopatologia (Andershed et al.,
2002; Chauhan et al., 2014; Colins et al., 2014; Dembo et al., 2007; Dolan & Rennie,
2007; Forsman, Larsson, Andershed, & Lichtenstein, 2007; Neumann, & Pardini, 2014;
Pechorro et al., 2015, 2016b; Poythress et al., 2006; Seals et al., 2012; Shepherd & Strand,
2015; Veen et al., 2011), subtipos de agressão (Borroni, Somma, Andershed, Maffei, &
Fossati, 2014; Colins et al., 2015; Pechorro et al., 2016b; Seals et al., 2012; Shepherd &
Strand, 2015), impulsividade (Andershed et al., 2002; Dolan & Rennie, 2007; Campbell
et al., 2009; Shepherd & Strand, 2015), traços da personalidade geral (Campbell et al.,
2009; Colins et al., 2014; Borroni, et al., 2014), estilos comportamentais interpessoais
(Hillege et al., 2010), empatia (Dolan & Rennie, 2007; Pechorro et al., 2016b),
experiência subjetiva da ansiedade (Pechorro et al., 2015, 2016b; Skeem & Cauffman,
2003), défices neuronais (Cauffman et al., 2009), narcisismo (Kansi, 2003),
comportamento sexual de risco (Pechorro et al., 2015, 2016b; Rucević, 2010), estilo
parental (Cauffman et al., 2009), relações familiares e experiência de acontecimentos
traumáticos (Dembo et al., 2007). Além disso, o YPI demonstrou propriedades
psicométricas boas em termos de validade preditiva de: reincidência criminal durante um
período de 6 e 12 meses (Cauffman et al., 2009); autorrelatos de delinquência em períodos
de follow-up de 2 anos (Chauhan et al., 2014) e de 6 meses durante 3 anos (Walters,
2015); infrações institucionais em períodos de follow-up de 1 mês (Skeem & Cauffman,
2003) e 1 ano (Dolan & Rennie, 2006a); e, agressão relacional contra a companheira num
período de follow-up de aproximadamente 3 anos (Colins et al., 2015). O YPI também

19
demonstrou distinguir um subgrupo de adolescentes com valores extremos de psicopatia
como caraterizados por caraterísticas mais prominentes de comportamento antissocial
(Andershed et al., 2002; Cauffman et al., 2009; Dembo et al., 2007; Dolan & Rennie,
2006b, 2007), de problemas de comportamento (Andershed et al., 2002; Cauffman et al.,
2009), de agressão, de psicopatologia de externalização (Dolan & Rennie, 2007; Seals et
al., 2012), de atitudes criminais, de experiência de acontecimentos traumáticos, do uso de
substâncias (Dembo et al., 2007) e de toxicodependência (Cauffman et al., 2009).

1.5.1. Versão crianças

O Youth Psychopathic Traits Inventory – Child Version (YPI-CV; van


Baardewijk, Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008), o Inventário de
Traços Psicopáticos em Jovens – Versão Crianças, é uma adaptação a crianças com idades
compreendidas entre os 9 e 12 anos das versões inglesas e holandesas do YPI. A
adaptação do YPI abrangeu uma simplificação da linguagem através da alteração de
palavras e redução da extensão dos itens. O YPI-CV é um questionário de autorrelato
constituído por 50 itens avaliados numa escala de Likert de 4 valores. A estrutura do YPI
também foi mantida: 3 dimensões (GM, CU e II) e 10 subescalas constituídas por 5 itens
cada uma. O estudo de validação do YPI-CV foi conduzido numa amostra escolar de 360
criança, de ambos os géneros, com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos, na
Holanda. A consistência interna avaliada pelo α do YPI-CV foi: excelente para a sua
escala total; boa para as suas dimensões; e, de modo geral razoável para as subescalas das
dimensões GM e II, com exceção do valor fraco da subescala Impulsividade. De forma
semelhante ao YPI original, as subescalas do CU revelaram os valores mais baixos de α,
variando entre inaceitáveis e fracos. No entanto, os valores MIC e CTICT da(s)
(sub)escala(s) do YPI-CV foram adequados. O YPI-CV demonstrou uma fiabilidade do
tipo estabilidade temporal boa em períodos de follow-up de 2 e 6 meses. O modelo de três
fatores foi replicado, mas a remoção da sua subescala Mentira conduziu a um ajustamento
superior deste modelo aos dados, tal como proposto por Poythress e colegas (2006a). Os
traços psicopáticos revelaram associações relevantes ao nível teórico com medidas de
critério externas do mesmo conceito – a empatia, o narcisismo e a hiperatividade –
utilizando fontes de informação múltiplas. Os resultados foram semelhantes
independentemente do género (van Baardewijk, et al., 2008).

20
Apesar de o YPI-CV ser uma medida recente, existe evidência que apoia a
fiabilidade e validade desta em amostras de crianças na Europa. Os valores do índice de
consistência interna α para a escala total e dimensões do YPI-CV variaram entre razoável
e excelente em amostras escolares de crianças (Sharp, Vanwoerden, van Baardewijk,
Tackett, & Stegge, 2015; van Baardewijk, Andershed, Stegge, Nilsson, Scholte, &
Vermeiren, 2010; van Baardewijk, Vermeiren, Stegge, & Doreleijers, 2011). Van
Baardewijk e colegas (2011) reportaram uma fiabilidade do tipo estabilidade temporal de
18 meses boa a excelente para a escala total e para as dimensões do YPI-CV numa amostra
de 159 crianças extraídas do estudo de validação. Neste estudo o grupo de crianças com
traços psicopáticos elevados mais estáveis apresentou níveis superiores de problemas de
conduta e de agressão proativa no follow-up relativamente aos grupos com traços
psicopáticos mais baixos e menos estáveis. Além disso, este estudo encontrou associações
positivas concorrentes e prospetivas entre os traços psicopáticos e os problemas de
conduta e a agressão (van Baardewijk, et al., 2011). Van Baardewijk, Stegge, Bushman e
Vermeiren (2009) demonstraram associações fortes e positivas entre a psicopatia e a
agressão, que foi avaliada por um jogo de computador competitivo de tempo-reação, na
condição em que o adversário não demonstrava medo. E, por fim, Sharp e colegas (2015)
demonstraram que os traços CU medidos pelo YPI-CV eram associados unicamente a
défices numa tarefa de reconhecimento de emoções.

1.5.2. Versões Reduzidas

Van Baardewijk, Andershed, Stegge, Nilsson, Scholte e Vermeiren (2010)


desenvolveram versões reduzidas do YPI (YPI-S) e do YPI-CV (YPI-SCV) com o intuito
de reduzir o tempo de aplicação indispensável na realização de projetos de investigação
que envolvem recolhas de dados multivariados e amostras de grandes dimensões. Foram
selecionados das versões originais dos instrumentos seis itens para cada um dos três
fatores através de uma Análise Fatorial Exploratória, bem como tendo em consideração
argumentos empíricos e relacionados com o conteúdo. Os questionários foram reduzidos
para 18 itens com o conteúdo semelhante, com exceção do item 5, avaliados numa escala
de Likert de 4 valores, de forma semelhante às versões originais. As versões reduzidas
foram testadas em amostras escolares de adolescentes, com idades compreendidas entre
os 16 e 19 anos, e de crianças, com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos, de ambos
os géneros, na Suécia. O presente estudo de validação revelou: uma estrutura de três
fatores – o GM, o CU e o II - invariante ao nível do género e idêntica aos instrumentos

21
originais; uma consistência interna adequada; uma convergência elevada com os
instrumentos originais; e, associações com medidas de critério externas de problemas de
conduta semelhantes às dos instrumentos originais (van Baardewijk et al., 2010). Apesar
de o YPI-SCV e do YPI-S terem exibido caraterísticas psicométricas robustas neste
estudo, os dados foram obtidos através da administração das versões completas.
Posteriormente, outros estudos aplicaram apenas os 18 itens do YPI-S, com exceção de
dois estudos (Colins, et al., 2014b; Fossati, Somma, Borroni, Frera, Maffei, & Andershed,
2016). Os seus resultados são apresentados de seguida. Contudo, não existe nenhum
estudo, ao nosso conhecimento, que tenha aplicado os itens YPI-SCV isoladamente da
sua versão completa.

A estrutura de três fatores do YPI-S foi replicada em amostras forenses de


adolescentes do género masculino (Pechorro et al., 2015) e feminino (Colins et al.,
2014b), numa amostra clínica de adolescentes reclusos do sexo masculino (Vahl, Colins,
Lodewijks, Markus, Doreleijers, & Vermeiren, 2014) e em amostras extraídas da
comunidade de adolescentes (Colins, Noom, & Vanderplasschen, 2012; Fossati, et al.,
2016; Orue & Andershed, 2015) e de jovens adultos (Colins & Andershed, 2016) de
ambos os géneros. A estrutura de três fatores foi invariante ao nível do género (Orue &
Andershed, 2015) e demonstrou ter um ajustamento aos dados superior aos modelos
unidimensional e de dois fatores (Fossati et al., 2016). Além disso, numa amostra de
grandes dimensões de adolescentes delinquentes do género masculino derivada do
Pathways to Desistance Project, o modelo bifatorial da psicopatia demonstrou um
ajustamento aos dados adequado desde o final da adolescência até ao início da idade
adulta (Hawes, Mulvey, Schubert, & Pardini, 2014).

Existe evidência que forneceu apoio a uma fiabilidade adequada do YPI-S em


amostras provenientes de diversas populações – geral, forense e clínica. A consistência
interna do YPI-S avaliada pelo alfa de Conbrach: variou entre razoável e boa para a
pontuação total (M = .83, DP = .03, A = .78-.87) e para a dimensão GM (M = .78, DP =
.05, A = .70-.83); e, variou entre fraca e razoável para as dimensões CU (M = .72, DP =
.05, A = .63-.77) e II (M = .69, DP = .02, A = .67-.72; Colins et al., 2014b; Colins et al.,
2012; Fossati et al., 2016; Hawes et al., 2014b; Orue & Andershed, 2015; Pechorro et al.,
2015; Vahl et al., 2014). A pontuação total e das dimensões do YPI-S demonstraram
valores adequados de MCITC e de MIC (Colins et al., 2014b; Colins et al., 2012; Pechorro

22
et al., 2015; Vahl et al., 2014). A consistência interna das dimensões permaneceu
invariante desde a adolescência até ao início da idade adulta (Hawes et al., 2014b).

Os estudos revelaram associações fortes entre as versões reduzidas e completas


da pontuação total e das dimensões do YPI em amostras extraídas da população geral
(Fossati et al., 2016) e forense (Pechorro et al., 2015). A evidência forneceu apoio à
validade convergente do YPI-S relativamente a outras medidas que avaliam os traços
psicopáticos, designadamente o APSD-SR (Colins et al., 2014b; Pechorro, et al., 2015),
o ICU-Y (Pechorro et al., 2015) e a PCL:YV (Hawes et al., 2014b).

A escala total e as dimensões do YPI-S exibiram associações coerentes a nível


teórico com medidas que avaliam a ansiedade social (Pechorro et al., 2015), variáveis
antissociais ou criminais (Colins et al., 2014b; Colins et al., 2012; Fossati et al., 2016;
Pechorro et al., 2015), o abuso ou o consumo de substâncias psicoativas (Colins et al.,
2014b; Hawes, Crane, Henderson, Mulvey, Schubert, & Pardini, 2015; Pechorro et al.,
2015; Vahl et al., 2015), a violência (Colins et al., 2014b; Fossati et al., 2016; Orue &
Andershed, 2015; Pechorro et al., 2015), a psicopatologia (Colins et al., 2014b; Colins et
al., 2012; Vahl et al., 2015; Pechorro et al., 2015) e os domínios do Modelo de Cinco
Fatores da personalidade (Colins et al., 2014b; Fossati et al., 2016). No estudo realizado
por Hawes e colegas (2014b), para além das associações entre os traços psicopáticos e as
medidas da personalidade, da psicopatologia e do comportamento criminal serem
coerentes a nível teórico em adolescentes delinquentes do sexo masculino, estas também
foram consistentes ao nível temporal na transição para a idade adulta. Dois estudos
conduzidos em amostras de adolescentes (Colins et al., 2012) e de jovens adultos (Colins,
Fanti, Salekin, & Andershed, 2017), de ambos os géneros, derivadas da comunidade,
demonstraram que o YPI-S tem a capacidade de identificar um subgrupo de indivíduos
com personalidade psicopática, isto é, que exibiram níveis elevados nas suas três
dimensões. Este subgrupo exibiu um nível superior de delinquência relativamente aos
subgrupos de indivíduos com níveis baixos de traços psicopáticos ou apenas elevados
numa das dimensões.

1.6. Instrumento de Avaliação da Constelação de Comportamentos Afetivos e


Interpessoais

O Constellation of Affective and Interpersonal Behaviours Screening Instrument


(CAIBSI; Houghton, Hunter, Khan, & Tan, 2013), o Instrumento de Avaliação da

23
Constelação de Comportamentos Afetivos e Interpessoais, é um questionário de
autorrelato que mede traços psicopáticos em adolescentes. O CAIBSI é constituído por
59 itens avaliados numa escala de Likert de 4 valores (0 = Definitely not true e 3 =
Definitely true), que estão divididos por quatro fatores da psicopatia: Impulsividade
(Impulsivity; Imp), refletindo comportamentos praticados por impulso; Egocentrismo
(Self-Centredness; Ego), relacionado com uma excessiva centração em si próprio e nas
suas necessidades e uma exaltação do valor de si próprio; Frieza-Insensibilidade
Emocional (Callous-Unemotional; CU), referindo a superficialidade afetiva e a ausência
de preocupação com os outros e de remorsos; e, Manipulação (Manipulativeness; M),
representando o abuso ou exploração interpessoal e o comportamento arrogante e
manipulador (Houghton et al., 2013b).

Houghton e colegas (2013b) desenvolveram e analisaram as propriedades


psicométricas do CAIBSI com três administrações diferentes em amostras escolares de
adolescentes de ambos os géneros na Austrália. Em primeiro lugar, foi conduzida uma
análise dos 60 itens selecionados para compor o CAIBSI numa amostra de 26
adolescentes, com idades compreendidas entre os 13 e 17 anos. Destes itens foram
selecionados 42 do CAPSI (Houghton, Cordin, & Hopkins, 2009) e o seu conteúdo foi
modificado de modo a ser adequado ao autorrelato e ao nível desenvolvimental da faixa
etária alvo. Os outros 18 itens foram selecionados de instrumentos de avaliação de traços
psicopáticos em jovens: o APSD, a CPS, a PCL-YV, o YPI e o Eysenck Impulsivity
Questionnaire (Eysenck, Easting, & Pearson, 1984). Subsequentemente da análise dos
itens foi excluído um item. O CAIBSI foi considerado adequado às capacidades
linguísticas de alunos do quinto ano na Austrália, com idade igual ou superior a 10 anos.
A pontuação total do instrumento revela uma consistência interna boa (α = .89). Em
segundo lugar, foi realizada uma análise do CAIBSI numa amostra escolar de 150
adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e 17 anos. Uma AFE suportou os
quatro fatores descritos acima. A consistência interna do CAIBSI foi: boa para a
pontuação total (α = .86) e para a subescala Manipulação (α = .83); razoável para as
subescalas Impulsividade (α = .73) e Egocentrismo (α = .70); e, fraca para a subescala
Frieza-Insensibilidade Emocional (α = .69). Em terceiro lugar, foi realizada uma AFC do
CAIBSI numa amostra escolar de 328 adolescentes, com 12 a 17 anos de idade, que
demonstrou que a sua estrutura de quatro fatores tinha um ajustamento adequado aos

24
dados e superior aos modelos unidimensional, de dois fatores e de três fatores, e invariante
ao nível do género, da idade e do estatuto de suspensão escolar (Houghton et al. 2013b).

1.7. Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças

O único instrumento desenvolvido com o objetivo de avaliar todos os traços


psicopáticos no início da infância foi o APSD, cujas subescalas demonstraram uma
consistência interna desadequada em amostras pré-escolares de crianças (e.g., Dadds,
Fraser, Froster, & Hawes, 2005; Kimonis et al., 2006b). Com o intuito de preencher esta
lacuna Colins, Andershed, Frogner, Lopez-Romero, Veen e Andershed (2014)
desenvolveram um questionário de relato pelos professores que avalia os traços
psicopáticos em crianças, com idades compreendidas entre os 3 e 12 anos, denominado
Child Problematic Traits Inventory (CPTI), o Inventário dos Traços Problemáticos em
Crianças. O CPTI é constituído por 28 itens avaliados numa escala de Likert de 4 valores
(1 = Does not apply at all e 5 = Applies very well) divididos nos seguintes três fatores, de
acordo com a concetualização de Cooke e Michie (2001): Grandioso-Dissimulado
(Grandiose-Deceitful, GD), Frieza-Insensibilidade Emocional (Callous-Unemotional,
CU), e Impulsivo-Necessidade de Estimulação (Impulsive-Need for Stimulation, INS). O
fator GD (8 itens) reflete a dimensão interpessoal da psicopatia avaliando um sentido
grandioso do valor de si próprio, o mentir e a desonestidade. O fator CU (10 itens)
corresponde à dimensão afetiva da psicopatia medindo a frieza emocional ou a ausência
de empatia afetiva, de remorsos e de sentimentos de culpa. O fator INS (10 itens)
equipara-se à dimensão comportamental da psicopatia avaliando a impulsividade, a
necessidade de estimulação, a procura da experiência de emoções fortes e a tendência
para o tédio. Alguns traços psicopáticos não foram incluídos neste instrumento, uma vez
que estes não podem ser avaliados significativamente na infância (a loquacidade ou o
encanto superficial, o estilo de vida parasita e a ausência de objetivos realistas a longo
prazo) ou estão relacionados ou sobrepõem-se concetualmente com variáveis do domínio
comportamental que o CPTI pretende prever (as caraterísticas antissociais).

O estudo de validação da versão de relato pelos professores do CPTI foi conduzido


numa amostra pré-escolar derivada do estudo Social and Physical Development,
Interventions and Adaptation (SOFIA) na Suécia constituída por 2056 crianças, com 3 a
5 anos de idade, de ambos os géneros. A pontuação total (α = .96) e as dimensões do
CPTI (α = .91-.95) exibiram uma consistência interna excelente. O estudo apoiou a

25
estrutura de três fatores acima dos modelos unidimensional e apenas com o fator CU. A
estrutura foi invariante pelo género e pela idade. Os três fatores apresentaram
intercorrelações fortes e exibiram validade externa com conceitos teoricamente relevantes
– o temperamento fácil, o destemor, os problemas de conduta e os sintomas da desordem
de hiperatividade (Colins et al., 2014a).

Outros estudos forneceram também evidência da validade fatorial do CPTI nas


seguintes amostras de crianças de ambos os géneros: uma amostra derivada do Preschool
Twin Study in Sweden (PETSS) de gémeos com 5 anos de idade (Colins, Fanti, Larsson,
& Andershed, 2017); uma amostra pré-escolar de crianças com idades compreendidas
entre os 7 e 12 anos (Colins, Veen, Veenstra, Frogner, & Andershed, 2018); e, uma
amostra escolar do ensino básico de crianças com 6 a 12 anos de idade (Somma,
Andershed, Borron & Fossati, 2016). Além disso, o modelo de três fatores do CPTI
apresentou um ajustamento superior aos dados relativamente ao modelo unidimensional
(Colins et al., 2017a, 2018; Somma et al., 2016a) e ao modelo de dois fatores (Somma et
al., 2016a). Esta estrutura foi invariante pelo género (Colins et al., 2017a) e pelas fontes
de informação (os pais, as mães e os professores; Somma et al., 2016a).

De forma semelhante ao estudo de validação, outras investigações conduzidas na


comunidade forneceram apoio à fiabilidade do CPTI, cujos valores do alfa de Cronbach
para a sua pontuação total (M = .94, DP = .02, A = .92-.96) e as suas dimensões GD (M
= .89, DP = .03, A = .85-.93), CU (M = .92, DP = .04, A = .86-.96) e INS (M = .89, DP =
.04, A = .84-.93) variaram entre bons e excelentes (Colins et al., 2017a, 2018; Klingzell,
Fanti, Colins, Frogner, Andershed, & Andershed, 2016; Somma et al., 2016a) e os valores
de MIC da(s) (sub)escala(s) foram adequados (Colins et al., 2018). O CPTI exibiu as
associações esperadas com conceitos teoricamente relevantes, nomeadamente as
perturbações de comportamento de externalização, o comportamento agressivo (Colins et
al., 2017a, 2018), os comportamentos problemáticos na escola (Somma et al., 2016a), as
dimensões do temperamento (Colins et al., 2017a, 2018; Somma et al., 2016a) e o
envolvimento com pares pró-sociais (Colins et al., 2017a). No estudo SOFIA, a
estabilidade e a mudança dos traços GD e INS do CPTI e o destemor foram associados à
estabilidade e à mudança dos traços CU do CPTI e a problemas de conduta desde os 3-5
anos de idade aos 5-7 anos de idade (Klingzell et al., 2016). O estudo realizado por
Frogner, Gibson, Andershed e Andershed (2018) revelou que o CPTI previu problemas
de conduta em follow-ups de um e de dois anos numa amostra pré-escolar de crianças.

26
As pontuações do CPTI foram associadas fortemente com medidas alternativas
dos traços CU, com uma associação mais forte para a sua escala CU (Colins et al., 2018).
O estudo realizado por Somma e colegas (2016a) conduzido em duas amostras escolares
de crianças, com 6 a 12 anos de idade, de ambos os géneros, em Itália, utilizou diferentes
fontes de informação. A consistência entre informantes foi avaliada pelo coeficiente de
correlação intraclasse (ICC). Os resultados revelaram, por um lado, que os relatos dos
professores convergiram de forma fraca com os relatos das mães (ICC = .34) e dos pais
(ICC = .29). E, por outro lado, as pontuações do CPTI dos relatos das mães e dos relatos
dos pais (ICC = .83) exibiram um nível bom de concordância. Apesar deste instrumento
inicialmente ter sido desenvolvido como uma medida de relato pelos professores do
ensino pré-escolar, o estudo supracitado forneceu evidência de que a respetiva versão de
relato pelos pais do CPTI apresenta caraterísticas psicométricas robustas ao nível da
fiabilidade, da estrutura fatorial e da validade da rede nomológica (id.).

1.8. Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional

O Inventory of Callous-Unemotional Traits (ICU; Frick, 2004), o Inventário de


Traços Calosos/Insensibilidade Emocional, avalia os traços de Frieza-Insensibilidade
Emocional (CU) da infância à adolescência. Este foi desenvolvido com o intuito de
fornecer uma avaliação mais abrangente dos traços CU, que ultrapassasse as seguintes
limitações da subescala CU do APSD - opções de resposta reduzidas e itens escritos na
mesma direção (inversos) - subjacentes à sua consistência interna baixa. O conteúdo dos
itens do ICU derivou de quatro itens do APSD que apresentaram valores de saturação
superiores no fator CU nos estudos anteriores (Frick et al., 2000). Três itens formulados
pela positiva e três itens invertidos foram construídos a partir de cada um destes itens. A
escala de respostas foi expandida para uma escala de Likert de 4 valores (0 = Not at all
true e 3 = Definitely true), aumentando, assim, o número de respostas possíveis e não
permitindo uma resposta intermédia. O ICU é constituído por 24 itens agrupados em três
subescalas: a Indiferença Emocional (Uncaring, Unc; 8 itens), que avalia a falta de
preocupação com o seu desempenho; a Calosidade/Frieza Emocional (Callousness, Cal;
11 itens), que mede uma atitude calosa em relação aos outros, isto é, uma ausência
sentimentos de culpa ou de remorsos e défices de empatia; e, a Insensibilidade Emocional
(Unemotional, Une; 5 itens), que mede a ausência de expressão emocional, isto é, uma
superficialidade afetiva. Atualmente, existem cinco versões deste instrumento: a versão
de autorrelato (Youth Self-Report, ICU-Y), a versão de relato pelos pais (Parent Report,

27
ICU-P), a versão de relato pelos professores (Teacher Report, ICU-T), a versão pré-
escolar de relato pelos pais (Parent Report Preschool, ICU-PP) e a versão pré-escolar de
relato pelos professores (Teacher Report Preschool, ICU-TP). O ICU-Y pode ser
aplicado a adolescentes entre os 12 e 18 anos de idade. Contudo, existem estudos que
adaptaram o ICU-Y à realidade social e capacidades linguísticas de crianças com idades
compreendidas entre os 8 e 12 anos (Houghton, Hunter, & Crow, 2013; Benesch et al.,
2014; Gau & Zhang, 2016). O ICU-P e o ICU-T podem ser aplicados desde a infância
até ao final da adolescência e as suas versões pré-escolares em idade pré-escolar. Os
estudos de Roose et al. (2010) e Marini e Stickle (2010) utilizaram relatos combinados
do próprio, dos pais e dos professores do ICU em amostras na comunidade e forense de
adolescentes de ambos os géneros. Ademais, um estudo realizado por Stickle, Marini e
Thomas (2012) numa amostra forense de jovens de ambos os géneros detidos em centros
educativos utilizou relatos combinados dos próprios e dos funcionários dos centros. A
inclusão dos traços CU na Perturbação do Comportamento no DSM-V (Frick & Moffit,
2010) conduziu a um maior interesse na investigação destes traços psicopáticos (Salekin
& Lynam, 2005).

Essau, Sasagawa e Frick (2006) conduziram a validação do ICU-Y numa amostra


de grandes dimensões na comunidade de adolescentes, com idades compreendidas entre
os 13 e 18 anos, de ambos os géneros, na Alemanha. A consistência interna da sua
pontuação total (α = .77) e das suas dimensões Cal (α = .70) e Unc (α = .73) foi razoável.
Contudo, a dimensão Une exibiu uma fiabilidade fraca (α = .64). A validade do ICU foi
apoiada pela demonstração de associações no sentido esperado ao nível teórico com
medidas da procura da experiência de emoções fortes, da personalidade, de perturbações
de comportamento de externalização e do comportamento antissocial. A Análise Fatorial
Exploratória (AFE) produziu três fatores: Unc, Cal e Une. A Análise Fatorial
Confirmatória (AFC) sugeriu que o modelo que possui um ajustamento superior aos
dados era o modelo bifatorial constituído por um fator geral CU e três fatores - Unc, Cal
e Une - não correlacionados, que foi invariante ao nível do género. Existe evidência que
apoia esta estrutura fatorial em vários contextos culturais (na Bélgica, na Grécia, em
Itália, em Portugal, na Suíça e nos Estados Unidos), por várias fontes de informação (o
próprio, os pais, os professores e combinada) e em vários contextos de investigação –
amostras forenses de jovens delinquentes (Kimonis, Frick, Skeem, Marsee, Cruise,
Muñoz et al., 2008; Pechorro, Ray, Barroso, Marôco, & Gonçalves, 2016; Pihet, Etter,

28
Schmid & Kimonis, 2015), amostras escolares do ensino secundário ou/e básico de (pré-
)adolescentes (Ciucci, Baroncelli, Franchi, Golmaryami, & Frick, 2014; Fanti, Frick, &
Georgiou, 2009; Horan, Brown, Jones & Aber, 2015; Pihet et al., 2015; Roose et al.,
2010), e amostras na comunidade de risco de jovens adultos do género masculino (Byrd,
Kahn, & Pardini, 2013) e de crianças com nove anos de idade (Waller, Wright, Shaw,
Gardner, Dishion, Wilson, & Hyde, 2015). A estrutura fatorial foi invariante ao nível do
género (Ciucci et al., 2014; Horan et al., 2014; Pihet et al., 2015; Waller et al., 2015), da
idade (Pihet et al., 2015), do ano escolar (Ciucci et al., 2014), da etnicidade (Horan et al.,
2014), da fonte de informação (Roose et al., 2010) e do contexto de investigação (Pihet
et al., 2015). Apesar de existir apoio empírico ao modelo bifatorial de três fatores do ICU,
existem diversas limitações associadas a este (para uma revisão ler e.g., Frick & Ray,
2015; Lahey, 2014) enumeradas de seguida: i) esta estrutura fatorial não é baseada num
modelo teórico e o ICU foi construído originalmente como um conceito unidimensional
(Horan et al., 2015); ii) a literatura e a evidência sugerem que este modelo é derivado da
variância do método relacionada com a pontuação dos itens (formulado pela positiva ou
invertidos) ao invés de derivar da variância concetual (e.g., Hawes, Byrd, Henderson,
Gazda, Burke, Loeber, & Pardini, 2014; Ray, Frick, Thornton, Steinberg, & Cauffman,
2016); iii) as AFCs apenas obtiveram índices de qualidade de ajustamento com valores
fracos a razoáveis (Byrd et al., 2013; Ciucci et al., 2014; Fanti et al., 2009; Horan et al.,
2015; Kimonis et al., 2008; Pechorro et al., 2016a; Pihet et al., 2015; Roose et al., 2010;
Waller et al., 2015) e necessitaram da inclusão de um número substancial de correlações
residuais (Byrd et al., 2013; Essau et al., 2006; Fanti et al., 2009; Waller et al., 2015) ou
da remoção de itens para o modelo ajustar-se aos dados (Ciucci et al., 2014; Kimonis et
al., 2008; Waller et al., 2015). Além disso, outros estudos não replicaram o modelo
bifatorial de três fatores em ambos os géneros, em diversos contextos de investigação
(cidade/rural, escolar, comunidade, clínico ou forense), em estudos com desenho
transversal ou longitudinal, da infância à idade adulta, por várias fontes de informação
(próprio, pais e professores) e em vários contextos culturais (Austrália, Bélgica,
Alemanha, Holanda, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos; Benesch et al., 2014;
Colins, Andershed, Hawes, Bijttebier & Pardini, 2016; Ezpeleta, Osa, Granero, Penelo,
& Domènech, 2013; Feilhauer, Cima, & Arntz, 2012; Hawes et al., 2014a; Henry,
Pingault, Boivin, Rijsdijk, & Viding, 2016; Houghton et al., 2013a; Kimonis, Branch,
Hagman, Graham, & Miller, 2013; López-Romero, Gómez-Fraguela, & Romero, 2015;
Ray et al., 2016a; Willoughby, Mills-Koonce, Waschbusch, Gottfredson, & the Family

29
Life Project Investigators, 2015). Estes estudos forneceram apoio a outros modelos
fatoriais: o modelo três fatores - Unc, Cal e Une - correlacionados do ICU-Y numa
amostra universitária de adultos (Kimonis et al., 2013a) e do ICU-T numa amostra pré-
escolar de crianças, que foi invariante pela idade (Ezpeleta et al., 2013); o modelo
hierárquico de três fatores do ICU-Y numa amostra forense de adolescentes (López-
Romero et al., 2015a); o modelo de dois fatores que distingue o fator Empático-Próssocial
(Empathic-Prosocial, EP) do fator comportamentos CU (Willoughby et al., 2015) para o
ICU-P numa amostra escolar de crianças a frequentarem o 1º ano; o modelo bifatorial de
dois fatores com Callousness-Uncaring e Unemotional como fatores específicos (Henry
et al., 2016) para o ICU-P numa amostra de adolescentes gémeos derivada do Twins Early
Development Study; o modelo e dois fatores compreendendo a subescala Unc num fator
e no outro fator junta as subescalas Unc e Une para o ICU-Y, que foi invariante pela idade
e pelo sexo, numa amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os 7 e 12
anos (Houghton et al., 2013a); o modelo de cinco fatores constituído pelos fatores
Ausência de Consciência (Lack of Conscience, Uncaring), Indiferença Emocional
(Unemotional), Calosidade/Frieza Emocional (Callousness) e Ausência de empatia (Lack
of Empathy) para o ICU-Y em amostras na comunidade e forenses clínicas e não-clínicas
de jovens com 13-20 anos de idade (Feilhauer et al., 2012); e, o modelo de três fatores
consistindo em duas novas subescalas – Calosidade/Ausência de Culpa ou de Remorsos
(Callousness/Lack of Guilt or Remorse) e Ausência de Preocupação com o Desempenho
(Unconcerned about Performance) – e a subescala original Une do ICU-P numa amostra
clínica de crianças com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos (Benesch et al., 2014).
Além disso, foram desenvolvidas duas versões reduzidas do ICU através da aplicação da
técnica Item Response Theory (IRT). Ray e colegas (2016) desenvolveram uma versão de
10 itens do ICU-Y numa amostra forense de adolescentes derivada do Crossroads Study.
Numa amostra clínica de rapazes com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos, Hawes
e colegas (2014a) desenvolveram uma versão de 12 itens do ICU-P.

Relativamente à consistência do ICU pelas várias fontes de informação, avaliada


pelo coeficiente de correlação, os estudos reportaram: uma concordância média moderada
entre as versões de autorrelato e de relato pelos pais do ICU (M = .39, DP = .15; Berg,
Lilienfeld, Reddy, Latzman, Roose, Craighead, Pace, & Raison, 2013; Decuyper, de
Bolle, de Fruyt, & de Clercq, 2011; Decuyper, de Caluwé, de Clercq, & de Fruyt, 2014;
Fink et al., 2012; Kumsta, Sonuga-Barke, & Rutter, 2012; White, Cruise, & Frick, 2009);

30
uma concordância média elevada entre os relatos fornecidos pelos pais e pelas mães do
ICU-P (M = .54, DP = .19; Fanti, Colins, Andershed, & Sikki, 2016; Kochanska, Kim,
Boldt, & Yoon, 2013); e, uma concordância moderada entre a versão de autorrelato e a
versão combinada de relato pelos professores e pelos pais (r = .43; Roose et al., 2010).

De seguida é apresentada uma revisão de vinte e nove estudos que avaliaram a


consistência interna da(s) (sub)escala(s) do ICU, sendo excluídos desta revisão estudos
que apenas revelaram a fiabilidade das pontuações total ou das subescalas. Seis estudos
revelaram valores adequados de MIC para as pontuações total e das subescalas da versão
de autorrelato (Colins et al., 2016; Kimonis et al., 2013a; Kongerslev, Bo, Forth, &
Simonsen, 2015; López-Romero et al.,2015a; Pechorro et al., 2016a) e da versão de relato
pelos pais do ICU (Benesch et al., 2014). A fiabilidade avaliada pelo alfa de Cronbach
(α) da versão de autorrelato do ICU variou entre: razoável e excelente para a pontuação
total (M = .82, DP = .04, A = .77-.90); razoável e boa para a dimensão Unc (M = .79, DP
= .05, A = .70-.86); e, inaceitável e boa para as dimensões Cal (M = .73, DP = .07, A =
.59-.88) e Une (M = .67, DP = .10, A = .51-.87; Ansel, Barry, Gillen, & Harrington, 2015;
Berg et al., 2013; Byrd et al., 2013; Ciucci et al., 2014; Colins et al., 2016; Decuyper et
al., 2011, 2014; Fanti et al., 2009; Kimonis et al., 2008, 2013; Kimonis, Cross, Howard,
& Donoghue, 2013; Kimonis, Fanti, Goulter, & Hall, 2017; Kimonis, Kennealy, &
Goulter, 2016; Kongerslev et al., 2015; López-Romero et al., 2015a; Muñoz, Qualter, &
Padgett, 2011; Pechorro et al., 2016a; Pihet et al., 2015; Romero & Alonso, 2017; Roose
et al., 2010; Sharp & Vanwoerden, 2014). A fiabilidade avaliada pelo α da versão de
relato pelos pais do ICU variou entre: razoável e boa para a pontuação total (M = .84, DP
= .05, A = .75-.88); fraca e boa para as dimensões Unc (M = .79, DP = .06, A = .67-.86) e
Une (M = .74, DP = .05, A = .65-.80); e, inaceitável e boa para a dimensão Cal (M = .71,
DP = .07, A = .58-.81; Benesch et al., 2014; Berg et al., 2013; Decuyper et al., 2011,
2014; Henry et al., 2016; Horan et al., 2015; Loona & Kamal, 2013; Waller et al., 2015).
A fiabilidade avaliada pelo alfa de Cronbach (α) da versão de relato pelos professores do
ICU: variou entre boa e excelente para a pontuação total (M = .91, DP = .02, A = .89-.93)
e a dimensão Unc (M = .90, DP = .03, A = .88-.93); variou entre razoável e boa para a
dimensão Cal (M = .85, DP = .08, A = .79-.94); e, foi boa para a dimensão Une (M = .86,
DP = .03, A = .83-.89; Ezpeleta et al., 2013; Vaughn et al., 2011). Os valores da
consistência interna foram de modo geral aceitáveis para as (sub)escala(s) das várias
versões do ICU, com exceção dos valores α da subescala Une na versão de autorrelato do

31
ICU que foram de modo geral inaceitáveis e inferiores aos valores das outras subescalas
(e.g., Muñoz et al., 2011). Tendo em consideração os valores adequados de MIC da
subescala Une estes resultados podem ser uma consequência do número reduzido de itens
desta subescala. Por fim, os estudos revelaram valores de saturação dos itens 2 e 10 da
subescala Cal inferiores aos valores mínimos de saturação aceitáveis bem como a
consistência interna desta subescala e da escala total do ICU aumentava após a eliminação
destes itens (e.g., Henry et al., 2016; Kimonis et al., 2008).

O ICU demonstrou a sua estabilidade do tipo temporal em seis estudos, que foram
conduzidos em diversos contextos de investigação (escolar, clínico, forense e de risco),
em ambos os géneros, por diversas fontes de informação (próprio, professores e pais), em
várias faixas etárias (desde o início da infância ao final da adolescência), com a versão
completa e com as versões reduzidas, por períodos de follow-up que variaram entre 9 dias
e um ano (Berg et al., 2013; Ezpeleta et al., 2013; Feilhauer et al., 2012; Hawes et al.,
2014a; Kongerslev et al., 2015; Ray et al., 2016a). A fiabilidade do tipo temporal da
pontuação total ICU avaliada pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC) variou entre
razoável e boa no estudo realizado por Ezpeleta e colegas (2013: ICC = .51), que aplicou
a versão pré-escolar de relato pelos professores, e em dois estudos que aplicaram a versão
de autorrelato (Kongerslev et al., 2015: ICC = .88; Ray et al., 2016a: ICC = .63). Destes
estudos, dois também avaliaram as subescalas Cal (ICC= .53/.86), Unc (ICC = .52/.82) e
Une (ICC = .47/.82) da versão pré-escolar de relato pelos professores (Ezpeleta et al.,
2013) e da versão de autorrelato (Kongerslev et al., 2015), cujos ICCs foram razoáveis e
bons, respetivamente. Em dois estudos a estabilidade temporal da pontuação total da
versão de autorrelato do ICU foi avaliada pelos coeficientes de correlação, cujos valores
variaram entre moderado e forte (M = .60, DP = .12, A = .46-.72; Berg et al., 2013;
Feilhauer et al., 2012). A versão reduzida de autorrelato de 10 itens desenvolvida por Ray
e colegas (2016a) teve uma estabilidade temporal razoável (ICC =.59). A pontuação total
(ICC = .85) e as subescalas Callous (ICC = .83) e Uncaring (ICC = .82) da versão
reduzida de relato pelos pais de 12 itens desenvolvida por Hawes e colegas (2014a)
tiveram uma estabilidade temporal boa.

O ICU exibiu validade ao nível das associações esperadas em termos de conceitos


teoricamente relevantes para a psicopatia e especificamente para as suas careterísticas
afetivas, designadamente a empatia (Ciucci, Baroncelli, Golmaryami, & Frick, 2015;
Kimonis et al., 2008, 2013; Kongerslev et al., 2015; López-Romero et al., 2015a; Muñoz

32
et al., 2011; Ray et al., 2016a; Roose et al., 2010; Sharp, & Vanwoerden, 2014), a
compaixão (Berg et al., 2013), os défices ao nível da moralidade afetiva (Feilhauer, Cima,
Benjamins, & Muris, 2013), as atitudes e comportamentos próssociais (Ciucci et al.,
2014; López-Romero et al., 2015a; Roose et al., 2010; Sakai, Dalwani, Gelhorn,
Mikulich-Gilbertson, & Crowley, 2012), os défices neurofisiológicos no processamento
de transgressões morais (Harenski, Harenski, & Kiehl, 2014), o processamento de pistas
de punição e de estímulos afetivos negativos (Fanti, Kyranides, & Panayiotou, 2016;
Fanti, Panayiotou, Kyranides, & Avraamides, 2016; Kimonis et al., 2008; Kyranides et
al., 2016; Viding, Sebastian, Dadds, Lockwood, Cecil, De Brito, & McCrory, 2012), a
reatividade emocional (Fanti et al., 2016b/c; Kyranides et al., 2016), os défices no
processamento e no reconhecimento de emoções (Jusyte, Mayer, Künzel, Hautzinger, &
Schönenberg, 2015; Pihet et al., 2015; Sharp, & Vanwoerden, 2014), a inteligência
emocional (Ciucci et al., 2015; Kahn et al., 2016), as variáveis antissociais ou criminais
(Ansel et al., 2015; Byrd et al., 2013; Centifanti, Fanti, Thomson, Demetriou, &
Anastassiou-Hadjicharalambous, 2015; Ciucci et al., 2014; Colins et al., 2016; Essau et
al., 2006; Horan et al., 2015; Kimonis et al., 2008, 2016; López-Romero et al., 2015a;
Pechorro et al., 2016a/b; Pihet et al., 2015; Ray et al., 2016a; Roose et al., 2010; Simpson,
Frick, Kahn, & Evans, 2013; Waller et al., 2015; White, Cruise, & Frick, 2009), as
variáveis relacionadas com a agressão (Ansel et al., 2015; Benesch et al., 2014; Centifanti
et al., 2015; Ciucci et al., 2014a; Colins et al., 2016; Ezpeleta et al., 2013; Fanti et al.,
2009; Feilhauer et al., 201; Horan et al., 2014; Kimonis et al., 2008; Kongerslev et al.,
2015; López-Romero et al., 2015a; Muñoz et al., 2011; Pihet et al., 2015; Ray et al., 2016;
Ray, Pechorro, & Gonçalves, 2016; Stickle et al., 2012; Waller et al., 2015), o consumo
de substâncias psicoativas (Byrd et al., 2013; Centifanti et al., 2015; Horan et al., 2015;
López-Romero et al., 2015a; Pechorro et al., 2016a), as perturbações do comportamento
de externalização (Benesch et al., 2014; Berg et al., 2013; Byrd et al., 2013; Colins et al.,
2016; Ezpeleta et al., 2013; Feilhauer et al., 2012; Kimonis et al., 2013; Pechorro et al.,
2016a), o desempenho escolar (Ciucci et al., 2014; DeLisi, Vaughn, Beaver, Wexler,
Barth, & Fletcher, 2011; Horan et al., 2015; López-Romero et al., 2015a; Vaughn et al.,
2011), a procura de experiência de emoções fortes (Essau et al., 2006; Horan et al., 2015;
Kimonis et al., 2013; López-Romero et al., 2015a), o temperamento (Ezpeleta et al.,
2013), os traços de personalidade mal-adaptativos (Decuyper, et al., 2011, 2014) e
normais (Colins et al., 2016; Decuyper et al., 2011; Essau et al., 2006; Romero & Alonso,
2017; Roose et al., 2010), o narcisismo (Feilhauer et al., 2012), a responsividade à

33
punição e à recompensa (Marini, & Stickle, 2010; Roose et al., 2010), a anticipação de
recompensa (Veroude, von Rhein, Chauvin, van Dongen, Mennes, Franke, Heslenfeld et
al., 2016), o desajustamento no funcionamento psicossocial (Byrd et al., 2013; Charles,
Acheson, Mathias, Furr, & Dougherty, 2012; Essau et al., 2006; Kongerslev et al., 2015)
e a eficácia ao tratamento baixa (López-Romero et al., 2015a; Manders, Dekovic,
Asscher, van der Laan, & Prins, 2013; Masi, Manfredi, Milone, Muratori, Polidori,
Ruglioni, & Muratori, 2011; White, Frick, Lawing, & Bauer, 2013). Além disso, a
investigação apoiou a relevância dos traços CU avaliados pelo ICU na classificação de
jovens com um comportamento antissocial mais grave (López-Romero et al., 2015a), na
distinção de grupos relativamente a subtipos de agressão (Centifanti et al., 2015; Stickle
et al., 2012) e na identificação de um grupo de crianças com níveis elevados de problemas
de conduta desde a infância à adolescência (López-Romero et al., 2015b).

Além disso, estudos empíricos têm fornecido apoio à validade critério da versão
de autorrelato do ICU ao revelarem associações positivas e estatisticamente significativas
entre a(s) (sub)escala(s) deste e outras medidas dos traços CU em jovens, com exceção
da sua subescala Une. A pontuação total e as subescalas Cal e Unc da versão de
autorrelato do ICU associaram-se moderadamente a fortemente com: a subescala CU do
APSD-Y (Ansel et al., 2015; Fink et al., 2012; Kahn et al., 2016; Kimonis et al., 2008;
López-Romero et al., 2015a; Ray et al., 2016b; Roose et al., 2010; Sharp & Vanwoerden,
2014), a subescala CU do YPI (Colins et al., 2016; Fink et al., 2012; Kahn et al., 2016;
Pechorro et al., 2015, 2016a; Pihet et al., 2015; Ray et al., 2016b; Sharp & Vanwoerden,
2014), o Fator 1 da CPS-Y (in Fink et al., 2012; Kahn et al., 2016; Roose et al., 2010), o
fator Ausência de Culpa da mCPS-Y (Morrel & Burton, 2014) e o fator Deficiente
Experiência Afetiva da PCL:YV (Kahn et al., 2016; Kongerslev et al., 2015). Contudo a
subescala Une do ICU exibiu associações fracas com estas escalas, com exceção de cinco
estudos com o APSD-Y (Fink et al., 2012; López-Romero et al., 2015a; Ray et al., 2016b),
o YPI (Sharp, & Vanwoerden, 2014) e o PCL:YV (Kongerslev et al., 2015). Em dois
estudos a pontuação total do ICU-Y associou-se positivamente e fracamente com o Fator
1 da PCL-YV (n = 70; Feilhauer et al., 2012), com o fator Deficiente Experiência Afetiva
da PCL:YV (n = 50; Johnson, Dismukes, Vitacco, Breiman, Fleury, & Shirtcliff, 2014) e
com a pontuação total do PCL:YV (n = 140; Fink et al., 2012). A associação foi
estatisticamente significativa apenas no estudo realizado por Fink e colegas (2012), no
qual as subescalas Cal e Unc associaram-se positivamente e de forma fraca e moderada

34
com o fator Deficiente Experiência Afetiva da PCL:YV, respetivamente, e não houve
uma associação estatisticamente significativa com a subescala Une. A investigação
forneceu evidência de uma convergência boa entre o ICU-Y e as subescalas de medidas
de autorrelato da psicopatia – a LSRP, o PPI-R, a SRP-III e a TriPM – que avaliam a
dimensão da psicopatia equivalente em amostras de adultos (Byrd et al., 2013; Drislane
et al., 2014a; Kimonis et al., 2013a; Neal & Selbom, 2012). Além disso, o ICU-Y previu
a Meanness da TriPM da adolescência até à idade adulta (Kyranides et al., 2016).

Relativamente à versão de relato pelos pais do ICU, o estudo realizado por Fink e
colegas (2012, n = 40) demonstrou uma convergência boa entre a(s) subescala(s) deste e
a subescala CU do APSD-P através de associações positivas moderadas a fortes entre
estas medidas, com níveis mais baixos de intensidade da associação para a subescala Une.
No mesmo estudo (n = 31) houve uma associação positiva e moderada entre as pontuações
totais do ICU-P e do YPI. Contudo, não houve associações estatisticamente significativas
entre as subescalas do ICU-P e a dimensão CU do YPI. Ainda no mesmo estudo houve
uma associação positiva e forte entre o ICU-P e o CPS-P (n = 29). As subescalas Cal e
Unc associaram-se positivamente e de forma moderada com o fator CU do CPS-P. Houve
uma associação positiva e fraca não significativa entre a subescala Une e o CPS-P. A
pontuação total do ICU-P associou-se moderada e positivamente com a pontuação total.
Houve associações positivas e fracas entre a(s) (sub)escala(s) do ICU-P e o F1 (psicopatia
primária) da LSRP, com níveis mais baixos de intensidade da associação para a subescala
Une. Não houve associações estatisticamente significativas entre as subescalas do ICU-P
e o fator Deficiente Experiência Afetiva da PCL:YV bem como entre as pontuações totais
destas duas medidas (n = 40; Fink et al., 2012).

Segundo a opinião de vários autores a subescala Une do ICU deveria ser removida
(e.g., Hawes et al., 2014a) ou revista (e.g., Colins et al., 2016) tendo em consideração a
evidência empírica que revelou problemas psicométricos desta subescala, ao nível da sua
fiabilidade e das associações com medidas de critério externas e de traços psicopáticos
bem como o insucesso na captura de défices ou de superficialidade ao nível afetivo
relacionados com as caraterísticas do domínio afetivo da psicopatia.

35
1.9. Comparação de instrumentos de avaliação da psicopatia na infância e na
adolescência

Os métodos para avaliar a psicopatia na infância e na adolescência incluem


instrumentos de avaliação clínica e questionários de autorrelato, de relato pelos pais e de
relato pelos professores. Na Tabela 2 são comparados os instrumentos de avaliação de
traços psicopáticos na infância e adolescência. A seleção do método depende do contexto
em que será aplicado. Enquanto o método clínico utilizado pela PCL:YV é adequado a
populações forenses, os questionários são mais adequados a contextos em que os ficheiros
oficiais não estão disponíveis, tais como a população geral. Da mesma forma para
investigações com amostras de grandes dimensões e multivariadas ou com recursos
financeiros limitados os questionários, designadamente as suas versões reduzidas,
parecem ser a opção mais adequada. Contrariamente à PCL:YV, que é exigente ao nível
de recursos temporais e de competências técnicas específicas do entrevistador. Por outro
lado, a natureza qualitativa e compreensiva da PCL:YV reveste uma vantagem, uma vez
que fornece uma visão mais completa do jovem e menos sujeita ao enviesamento no
preenchimento. Os instrumentos que têm itens múltiplos na avaliação de um traço
psicopático, tais como o YPI, são úteis para a investigação ao nível de traços.

Vários instrumentos estão disponíveis para avaliar os traços psicopáticos pelas


diferentes etapas desenvolvimentais, designadamente precocemente na infância (APSD e
CPTI), no final da infância (APSD, CPTI e YPI-CV) e na adolescência (APSD, CAIBSI,
CAPSI, CPS, PCL:YV e YPI). Outras medidas foram desenvolvidas para avaliarem
domínios específicos da psicopatia da infância à adolescência (ICU). Estas medidas
podem ser completas por várias fontes de informação: o próprio (APSD, CPS, ICU e
YPI(-CV)), os pais (APSD, CPS, CPTI e ICU), e os professores (APSD, CPS, ICU e
CPTI). A literatura recomenda a utilização de uma abordagem de informantes múltiplos
de modo a fornecer uma avaliação de traços psicopáticos mais precisa devido à variação
situacional do comportamento e a motivação dos informantes para não reportarem traços
socialmente indesejáveis (e.g., Assary, Salekin, & Barker, 2015; Vitacco, Neumann, &
Caldwelll, 2010). Dependendo da idade do sujeito, diferentes informantes podem
fornecer relatos de forma mais eficaz. Os relatos fornecidos pelos pais e pelos professores
são mais adequados quando os sujeitos se encontram numa etapa desenvolvimental
precoce, enquanto os autorrelatos são mais precisos na adolescência, uma vez que o jovem
se torna autónomo e o conhecimento dos adultos sobre este diminui (e.g., Tubvlad et al.,

36
2016). Os traços psicopáticos podem ser avaliados de forma fiável e válida através de
autorrelatos já no final da infância (e.g., van Baardewijk et al., 2008). Como crianças
pequenas não são capazes de fornecerem autorrelatos, os traços psicopáticos terão de ser
avaliados pelos pais ou pelos professores nesta etapa desenvolvimental (e.g., Colins et
al., 2014a). Apesar de existirem algumas preocupações de que os autorrelatos possam ser
vulneráveis à desejabilidade social, gestão de impressão positiva, uma visão de si próprio
distorcida, falta de autoconhecimento, desonestidade e capacidades verbais diminuídas
(e.g., Edens, Hart, Johnson, Johnson, & Olver, 2000), os autorrelatos apresentam
vantagens ao acederem à maior fonte de conhecimento e fornecerem uma visão
introspetiva do próprio por uma série de contextos e de interações, que são
particularmente relevantes quando se avalia comportamentos que não são socialmente
aceites e disposições internas de difícil observação, e quando as fontes de informações
externas não estão disponíveis, ou não querem cooperar ou não têm o contacto suficiente
com o sujeito. Os itens do YPI foram construídos para avaliarem os traços indiretamente
e descrevem-nos de forma positiva ou como competências para uma pessoa que apresenta
estes traços, em vez de os descrever de forma negativa e direta, tal como o APSD faz,
tornando óbvio que está a avaliar traços socialmente indesejáveis. Apesar de a tentativa
do YPI em superar a fraqueza dos questionários de autorrelato, nenhuma medida contém
uma escala de validade para avaliar o enviesamento no preenchimento como a medida
nos adultos PPI-R. Relativamente ao contexto de investigação, estas limitações adquirem
outra importância em contextos de avaliação clínica ou de risco para fins judiciais, no
qual a confidencialidade e o anonimato não podem ser asseguradas, e avaliação apresenta
consequências práticas (e.g., Edens et al., 2001).

37
Tabela 2 Comparação dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Vantagens Desvantagens
APSD Muito reduzido Suscetível à desejabilidade social (aumentado no autorrelato por formulação
Administração fácil direta e negativa)
Económico Contaminação com medidas do comportamento criminal
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação Apenas um item por traço psicopático
Abrange todas as dimensões da psicopatia Opções de resposta reduzidas
Múltiplos informantes Problemas com propriedades psicométricas (consistência interna e estrutura
Cobre diferentes períodos do desenvolvimento fatorial)
Investigado extensamente
Validado transculturalmente
Disponível em várias línguas
Convergência com medidas da psicopatia
CAIBSI Administração fácil Suscetível à desejabilidade social
Económico Pouco investigado: necessidade estudos de validação e análise de propriedades
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação psicométricas
Número de opções de resposta elevado Inexistência de comparação com outras medidas de psicopatia
Abrange todas as dimensões da psicopatia Não validado transculturalmente
Vários itens por traço psicopático Disponível apenas em Inglês
Útil quando fontes externas de informação são indisponíveis ou Limitado à adolescência
inadequadas Apenas um informante
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial (Antisocial Process Screening Device; Frick & Hare, 2001); CAIBSI = Instrumento de Avaliação da Constelação de
Comportamentos Afetivos e Interpessoais (Constellation of Affective and Interpersonal Behaviours Screening Instrument; Houghton, Hunter, Khan, & Tan, 2013).

38
Tabela 2 (continuação)
Comparação dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Vantagens Desvantagens
CPS Administração fácil Suscetível à desejabilidade social
Económico Contaminação com medidas do comportamento criminal (exceto para CPSr)
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação Formato de resposta reduzido
Abrange todas as dimensões da psicopatia Não abrange início da infância
Vários itens por traço psicopático Validação transcultural reduzida (maioritariamente Estados Unidos e utilização
Múltiplos informantes em inglês)
Útil em estudos multivariados com recursos limitados (pode ser Estudado num número limitado de amostras e utilizando versões e estruturas
derivado de medidas comportamentais) fatoriais distintas
Muito investigado
Convergência com medidas da psicopatia
CPTI Reduzido Suscetível à desejabilidade social
Administração fácil Necessidade de avaliação extensiva de propriedades psicométricas
Económico Validação transcultural reduzida (maioritariamente Suécia)
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação Versões traduzidas reduzidas
Abrange todas as dimensões da psicopatia Não abrange adolescência
Múltiplos informantes Não há versão de autorrelato para final da infância
Cobre início da infância Pouco investigado (principalmente versão de relato pelos pais)
Número de opções de resposta elevado Inexistência de evidência de convergência com outras medidas e de estabilidade
Evita contaminação com medidas de comportamentos de temporal
externalização
Múltiplos informantes
Notas: CPS = Escala de Psicopatia Crianças (Child Psychopathy Scale; Lynam, 1997); CPTI = Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças (Child Problematic Traits Inventory;
Colins, Andershed, Frogner, Lopez–Romero, Veen, & Andershed, 2014).

39
Tabela 2 (continuação)
Comparação dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Vantagens Desvantagens
ICU Muito reduzido Não abrange todas as dimensões da psicopatia
Administração fácil Suscetível à desejabilidade social
Económico Problemas na estrutura fatorial, nas propriedades psicométricas e conteúdo da
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação subdimensão Insensibilidade Emocional
Avalia de forma abrange os traços CU
Múltiplos informantes
Cobre diferentes períodos do desenvolvimento
Número de opções de resposta elevado
Investigado extensamente
Validado transculturalmente
Disponível em várias línguas
PCL:YV Abrange todas as dimensões da psicopatia Exigente ao nível de competências de investigador e de recursos temporais e
Menos suscetível a desejabilidade social económicos
Extensivamente investigado Contaminação com medidas do comportamento criminal
Validado transculturalmente Apenas um item por traço psicopático
Disponível em várias línguas Dificuldade de utilização quando os informantes e os registos oficiais são
Robustez de caraterísticas psicométricas: evidência de fiabilidade, limitados ou indisponíveis
validade e convergência com outras medidas Não abrange a infância e a população geral
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional (Inventory of Callous–Unemotional Traits; ICU; Frick, 2004); PCL:YV = Escala de Psicopatia de Hare – Versão
Jovens (Psychopathy Checklist: Youth Version; Forth, Kosson, & Hare, 2003).

40
Tabela 2 (continuação)
Comparação dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância e na adolescência
Medida Vantagens Desvantagens
YPI(–C) Abrange todas as dimensões da psicopatia Suscetível a desejabilidade social
Abrange infância e adolescência Apenas um informante
Existem versões reduzidas correspondes para crianças e adolescentes Não abrange início e meio de infância
Administração fácil As estrutura fatorial e propriedades psicométricas
Económico não foram extensivamente analisadas e apenas em
Eficiente a nível temporal de administração e pontuação amostras escolares (YPI–C(S))
Múltiplos itens por traço psicopático Não há evidência de convergência com medidas de
Útil quando fontes externas de informação são indisponíveis ou inadequadas psicopatia (YPI–C(S))
Formulação de frases positivas e indiretas (minimização de desejabilidade social) Validação transcultural reduzida (YPI–C(S))
Opções de resposta elevadas Versões traduzidas reduzidas (YPI–C(S))
Evita contaminação com medidas de comportamentos de externalização Não permite investigação a nível de traços (versões
Útil em investigação longitudinal e multivariada reduzidas)
Investigado extensivamente (YPI(–S))
Validado transculturalmente (YPI(–S))
Disponível em várias línguas (YPI(–S))
Robustez psicométrica: evidência de fiabilidade, validade e convergência com medidas de
psicopatia (YPI(–S))
Funciona de igual forma noutras populações (forense e clínica) e na idade adulta (YPI(–S))
Notas: YPI = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem (Youth Psychopathic Traits Inventory; Andershed, Kerr, Stattin, & Levander, 2002); YPI–CV = Inventário de Traços Psicopáticos
Jovem – Versão Crianças (Youth Psychopathic Traits Inventory–Child Version; van Baardewijk, Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008); YPI–S = Inventário de Traços
Psicopáticos Jovem – Versão Reduzida (Youth Psychopathic Traits Inventory – Short Version; van Baardewijk, Andershed, Stegge, Nilsson, Scholte, & Vermeiren, 2010); YPI–CS =
Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças Reduzida (Youth Psychopathic Traits Inventory – Child Short Version; van Baardewijk et al., 2010)

41
A incorporação do comportamento criminal como uma característica da psicopatia
permanece um tópico de debate atualmente na comunidade científica. Por um lado, alguns
autores argumentam que o comportamento criminal é uma componente central da
psicopatia (e.g., Hare & Neumann, 2005) e que deve ser incluído na sua operacionalização
e concetualização. Por outro lado, outros autores argumentam que o comportamento
criminal corresponde apenas a uma manifestação e consequência dos traços de
personalidade psicopáticos e, consequentemente, deve ser excluído do conceito da
psicopatia e da sua avaliação (e.g., Skeem & Cooke, 2010). Os instrumentos de avaliação
cujo enquadramento teórico derivou da PCL-R (Hare, 1991) – a PCL:YV, o APSD, a CPS
e o CAIBSI – incluem o comportamento criminal como componente da psicopatia. De
acordo com a concetualização de Cooke e Michie (2001), o modelo de três fatores,
medidas atuais de avaliação da psicopatia nestas etapas desenvolvimentais – o YPI e o
CPTI – apenas avaliam os traços de personalidade essenciais da psicopatia, excluindo
características comportamentais concetualmente relacionadas ou sobrepostas com o
comportamento antissocial, problemas de conduta ou de transgressão de regras. Assim, o
YPI e o CPTI apresentam vantagens em termos de prevenção de contaminação entre
medidas da personalidade e do comportamento criminal. Outro tópico alvo de algumas
controvérsias na comunidade científica é se as características de ajustamento positivo do
domínio interpessoal da psicopatia são essenciais (e.g., Lilienfeld, Patrick, Benning,
Berg, Selbom, & Edens, 2012) ou irrelevantes (e.g., Miller & Lynam, 2012) na
concetualização e operacionalização da psicopatia. A importância destas caraterísticas na
rede nomológica da psicopatia é suportada pela incorporação destas na sua
concetualização e operacionalização por diversos autores clássicos (e.g., Cleckey, 1950)
e contemporâneos (e.g., Lilienfeld, et al., 2012) e pela sua essencialidade na distinção da
psicopatia de outras perturbações do comportamento de externalização (Patrick &
Drislane, 2014). Existem instrumentos de avaliação destes traços em adultos,
designadamente a subescala Boldness da TriPM e a subescala Fearless Dominance do
PPI. No entanto, a avaliação destes traços na infância e na adolescência é nula ou limitada
(e.g., Patrick, 2010a/b). Assim, é crucial melhorar a avaliação destas caraterísticas de
ajustamento positivo para além da idade adulta na infância e na adolescência. Além disso,
enquanto uma parte dos instrumentos foi desenvolvida para avaliar a psicopatia como um
conceito multidimensional (e.g., o APSD), outras medidas focam-se em dimensões
específicas da psicopatia (e.g., o ICU). Apesar destas medidas terem como objetivo
abranger todas as dimensões da psicopatia, para além de terem como subjacentes

42
diferentes enquadramentos teóricos, estas operacionalizam as características da
psicopatia em diferentes graus (Drislane et al., 2014a; Patrick, 2010 a/b). Isto chama a
atenção dos investigadores ao interpretarem os resultados que estes podem depender da
forma como os traços psicopáticos são operacionalizados. A literatura recomenda os
investigadores a lidar com este problema utilizando uma abordagem de múltiplas medidas
(e.g., Spain et al., 2004).

Os instrumentos de avaliação da psicopatia mais vastamente utilizados são a


PCL:YV, o ICU, o APSD, o YPI, o YPI-S e a CPS. Estas medidas foram validadas em
diversos contextos, em diferentes culturas e estão disponíveis em várias línguas, com
exceção do CPS. O apoio disponível até à data para a CPS provém geralmente de
investigações que utilizaram amostras norte-americanas (e.g., Lynam et al., 2005a), com
exceção de alguns estudos que utilizaram amostras derivadas de outros contextos
culturais (Bélgica: Bijttebier & Decoene, 2009; Roose et al., 2010; Holanda: Verschuere
et al., 2012; Rússia: Wiklund et al., 2014). A CPS foi utilizada num número muito
limitado de amostras, utilizando diversas versões do instrumento. Assim, as versões da
CPS necessitam de investigação futura para analisar as suas caraterísticas psicométricas
e validar em vários contextos culturais. Apesar de o CPTI e do YPI serem medidas
promissoras de traços psicopáticos na infância, as suas qualidades psicométricas não
foram examinadas extensamente. Estes instrumentos foram apenas estudados em
amostras pré-escolares de crianças de alguns países europeus. A investigação futura
destes instrumentos deverá focar-se na demonstração da sua fiabilidade e validade em
diferentes culturas e por vários contextos de investigação (de risco, forense e clínico),
validade preditiva, estabilidade temporal, e convergência com outras medidas da
psicopatia. O CPTI também deverá ser testado noutros grupos etários, utilizando outras
medidas para além de relatos na validação, e analisar mais profundamente a sua versão
de relato pelos pais. O YPI-SCV e o CAIBSI apenas foram testados nos seus estudos de
validação, ao nosso conhecimento, e o YPI-SCV foi estudado a partir de uma aplicação
da sua versão original, ou seja, os itens selecionados nunca foram avaliados isoladamente
dos outros 50 itens. Assim, a investigação futura é necessária para testar as suas
caraterísticas psicométricas, e especialmente o desempenho isolado dos 18 itens do YPI-
SCV.

43
2. Concetualização triárquica da psicopatia

Os autores Patrick, Fowles e Krueger (2009) propuseram uma concetualização


triárquica da psicopatia que inclui e consubstancia diversas descrições, perspetivas
contemporâneas e históricas da concetualização da psicopatia e fornece um
enquadramento para coordenar a investigação sobre processos neurobiológicos e
desenvolvimentais que contribuem para várias manifestações da psicopatia. Segundo o
modelo triárquico da psicopatia, esta engloba três construtos fenotipicamente distintos,
que têm subjacentes processos desenvolvimentais e etiológicos distintos: a disinhibition,
a boldness e a meanness. A componente boldness corresponde à combinação de
dominância alta, de ansiedade baixa e de tolerância ao desconhecido e perigo, sendo a
capacidade de se manter calmo e concentrado e recuperar rapidamente de situações de
tensão. A componente meanness é definida como a procura de recursos através da
agressividade e sem ter em consideração os outros, refletindo uma tendência para a frieza
emocional, a crueldade, a agressão predatória e a procura de sensações fortes. A
componente disinhibition (desinibição) é caraterizada como a falta de inibição emocional
e comportamental, refletindo uma tendência para a impulsividade, a irresponsabilidade e
a raiva ou a hostilidade. Esta é caracterizada por um pobre planeamento e capacidade de
previsão, défices na regulação emocional e de impulsos, insistência na gratificação
imediata e défices no controlo de comportamentos. Neste modelo a psicopatia tem como
subjacente dois processos etiológicos distintos como se pode observar na Figura 1. Apesar
de a meanness ser fenotipicamente distinta da boldness, ambas partilham a mesma base
etiológica: défices no sistema de medo (trait fearlessness), que tem como bases neuronais
especificidades na sensibilidade do sistema de defesa, incluindo a amígdala e estruturas
afins. O modelo postula que a interação de uma predisposição genética para baixo medo
com fatores ambientais resulta nas suas expressões fenotípicas adaptativa (boldness) e
mal-adaptativa (meanness). Existem influências ambientais que são suscetíveis de
desenvolver a meanness, nomeadamente os maus-tratos parentais e o abuso sexual físico
precoce, e, provavelmente, também contribuem influências constitucionais-genéticas
distintas. A boldness é considerada uma expressão fenotípica adaptativa de uma
disposição genética para a baixo medo. A desinibição tem como base etiológica a
vulnerabilidade para a externalização que terá origem em défices no funcionamento de
sistemas superiores do cérebro, o córtice pré-frontal e o córtice cingulado anterior. Esta
não está relacionada com o processo etiológico de défices no sistema de medo. A Medida

44
Triárquica da Psicopatia (Triarchic Psychopathy Measure, TriPM; Patrick, 2010) foi
desenvolvida com o intuito de operacionalizar a concetualização triárquica da psicopatia
avaliando a psicopatia em três escalas referentes às suas componentes triárquicas.

Figura 1 Modelo dual dos processos etiológicos subjacente às componentes triárquicas


da psicopatia proposto por Patrick, Fowles e Krueger (2009)

Segundo Patrick e colegas (2009; Patrick, 2010a/b; Patrick et al., 2009, 2014), os
instrumentos de referência de avaliação de traços psicopáticos na infância e na
adolescência foram construídos para emular o conteúdo da PCL-R e tal como este
abrangem primariamente os construtos disinhibition e meanness, com uma representação
limitada ou nula da boldness. A relação das escalas boldness, meanness e disinhibition da
TriPM com medidas de psicopatia em crianças e adolescentes foi estudada em amostras
universitárias de jovens adultos de ambos os géneros nos Estados Unidos (Drislane et al.,
2014a; Sellbom & Phillips, 2013) e em amostras escolares de adolescentes a frequentarem
o ensino secundário na República de Chipre (Kyranides et al., 2016) e em Itália (Somma
et al., 2016b). No estudo de Drislane e colegas (2014a) a disinhibition e a meanness foram
as componentes triárquicas que contribuíram para a predição da(s) (sub)escala(s) do YPI
e do APSD, com uma maior contribuição da disinhibition. A(s) (sub)escala(s) da CPS
relacionaram-se com a disinhibition. A(s) (sub)escala(s) do ICU relacionaram-se com a
disinhibition e a meanness, mas após o controlo das outras componentes triárquicas
apenas se relacionou com a meanness. O YPI foi a única medida com que a boldness se
relacionou e de forma geral fraca, particularmente com a sua pontuação total, a dimensão
Grandiosidade-Manipulação e todas as suas subdimensões, com exceção da Mentir, a
45
subdimensão Insensibilidade Emocional da Frieza-Insensibilidade Emocional e a
subdimensão Procura de Excitação da Impulsividade-Irresponsabilidade. No estudo de
Selbom e Phillips (2013), a disinhibition relacionou-se com a pontuação total e as
subescalas narcisismo e impulsividade do APSD, a meanness relacionou-se com o ICU e
a subescala CU do APSD e a boldness não se relacionou com o ICU nem com a pontuação
total e subescalas do APSD. Os autores realizaram uma Análise Fatorial Exploratória com
a TriPM, o ICU, apenas as subescalas narcisismo e impulsividade do APSD, uma vez que
o conteúdo da subescala CU e do ICU sobrepõem-se, a LSRP e o PPI-R. Os resultados
indicam que as componentes triárquicas explicam a variância destas medidas,
designadamente 35.51%, 15.07% e 10.11% das variâncias explicadas pelos fatores
refletindo meanness, disinhibition e boldness, respetivamente. A boldness não estava
presente no APSD e ICU. A meanness estava representada pelo ICU e a subescala
narcisismo do APSD. A disinhibition estava presente na subescala impulsividade do
APSD. No estudo realizado por Somma e colegas (2016b), a pontuação total do YPI
relacionou-se com a boldness, a meanness e a disinhibition independentemente do género,
com maior intensidade para a meanness e menor intensidade para a boldness. Os estudos
anteriores são transversais. Kyranides e colegas (2016) realizaram um estudo longitudinal
que avaliou os traços psicopáticos na adolescência através do APSD e do ICU e no início
da idade adulta com a TriPM. O ICU previu unicamente a meanness. Ao nível de
correlações a subescala narcisismo e impulsividade do APSD associaram-se com todas
as escalas da TriPM. Ao nível das regressões múltiplas, a subescala impulsividade do
APSD previu a meanness e a disinhibition; e, a susbescala narcisismo previu a
disinhibition. Estes estudos produziram evidência de que as componentes triárquicas da
psicopatia meanness e a disinhibition estão representadas nos instrumentos de avaliação
da psicopatia em adolescentes. Com exceção da modesta representação da boldness pelo
YPI, os restantes instrumentos de avaliação da psicopatia não a abrangem. Estes
resultados não são surpreendentes dado que o APSD e a CPS foram construídos para
emular o conteúdo da PCL-R, que enfatiza primariamente as componentes triárquicas da
psicopatia meanness e a disinhibition e o ICU é derivado do APSD com o intuito de
avaliar os traços psicopáticos CU. De forma diferente destas medidas, o YPI foi
desenvolvido com o intuito de medir traços de personalidade fundamentais da constelação
da personalidade psicopática identificada por Cooke e Michie (2001).

46
Atualmente, a operacionalização de traços psicopáticos na infância e adolescência
apresentam uma lacuna ao não incluir as caraterísticas de ajustamento positivo do
domínio interpessoal da psicopatia no seu conteúdo. Qual é a importância de avaliar as
caraterísticas de ajustamento positivo do domínio interpessoal da psicopatia? O papel das
denominadas caraterísticas de ajustamento positivo do domínio interpessoal da
psicopatia, no conceito da psicopatia é um dos temas principais nos debates recentes no
âmbito da concetualização da psicopatia (cf. Lilienfeld, Patrick, Benning, Berg, Sellbom,
& Edens, 2012; Lynam & Miller, 2012). Segundo a opinião de alguns autores, estas
caraterísticas não devem ser consideradas relevantes na concetualização e
operacionalização da psicopatia tendo em consideração a sua relação apenas com índices
do funcionamento adaptativo e a ausência de associação com índices mal-adaptativos da
psicopatia (cf. Marcus et al., 2013; Lynam & Miller, 2012; Miller & Lynam, 2012). A
metanálise realizada por Miller e Lynam (2012) da baixa convergência do fator PPI-FD,
avaliado quer por estimativas deste derivadas de medidas de personalidade
(Multidimensional Personality Questionnaire (MPQ; Benning, Patrick, Blonigen, Hicks,
& Iacono, 2005), o Revised NEO Personality Questionnaire (NEO PI-R; Witt, Hopwood,
Morey, Markowitz, McGlashan, Grilo, & Donnellan, 2010) e o International Personality
Item Pool Representation of the NEO (PI-R IPIP-NEO; Witt, Donnellan, & Blonigen,
2009) quer pelo instrumento original e versões do PPI, com comportamentos de
externalização (o comportamento antissocial, a agressão e o consumo de substâncias).O
PPI-FD relacionou-se com medidas do temperamento e da personalidade de ajustamento
positivo (Miller & Lynam, 2012). Contrariamente, outros autores (e.g., Lilienfeld et al.,
2012) discordam dos anteriores uma vez que estas caraterísticas são fundamentais na
definição e operacionalização da psicopatia. Em primeiro lugar, a conclusão dos autores
negligenciou que as caraterísticas de ajustamento positivo do domínio interpessoal ao
longo da história da concetualização da psicopatia foram incorporadas em várias
definições desta, sendo enfatizadas por autores clássicos, designadamente Cleckley
(1950), Lykken (1957, 1995) e Karpman (1941), e autores contemporâneos como Patrick,
Fowles e Krueger (1993), bem como a associação da psicopatia a certas caraterísticas
clínicas de funcionamento saudável também está incluída em autores que se centraram
mais nos traços mal-adaptativos da psicopatia, designadamente McCord e McCord (1964)
e Hare (1993). Ademais, instrumentos de avaliação da psicopatia em adultos também
incluíram esses traços no seu conteúdo, nomeadamente a TriPM e o PPI. Em segundo
lugar, nas conclusões dos autores também foi negligenciada evidência do relacionamento

47
destas caraterísticas com constructos relevantes na rede nomológica da psicopatia,
incluindo indicadores mal-adaptativos desta (e.g., Lilienfeld et al., 2012). Os traços
interpessoais do domínio de ajustamento positivo da psicopatia relacionaram-se com
comportamentos de externalização (+, Almeida, Seixas, Ferreira-Santos, Vieira, Paiva,
Moreira, & Costa, 2015; Cima & Raine, 2009; Drislane, Patrick, Sourander, Sillanmäki,
Aggen, Elonheimo, et al. 2014; Ostrov & Houston, 2008; Selbom, Benporath, Lilienfield,
Patrick, & Graham, 2005; Somma et al., 2016b; Seixas, 2014; Stanford, Houston, &
Baldrige, 2008), atitudes positivas sobre táticas predadoras sexuais de manipulação
(Marcus & Norris, 2014), o sistema de inibição comportamental (-; Miller & Lynam,
2012; Selbom & Philips, 2013), a procura de sensações fortes (-; Miller & Lynam, 2012;
Marcus, Fulton, & Edens, 2013; Lilienfeld et al., 2012), o narcisismo (+; Benning,
Patrick, Blonigen, Hicks, & Iacono, 2005; Miller & Lynam, 2012; Lilienfeld et al., 2012;
Patrick & Drislane, 2014), relatos e indicadores psicofisiológicos de resposta ao medo (-
; Lilienfeld et al., 2012; Patrick & Drislane, 2014), a baixa agradabilidade ou antagonismo
(Poy et al., 2014; Sica, Drislane, Caudek, Angrilli, Bottesi, Cerea, & Ghisi, 2015; Somma
et al., 2016b; Stanley et al., 2013). Em terceiro lugar, para além dos indicadores mal-
adaptativos existem outros constructos relevantes na rede nomológica da psicopatia que
correspondem a indicadores adaptativos de ajustamento sociopsicológico e
comportamental. Os traços interpessoais do domínio de ajustamento positivo
relacionaram-se com a extroversão, a abertura à experiência (+, Poy, Segarra, Esteller,
López, & Moltó, 2014; Miller & Lynam, 2012; Ross, Benning, Patrick, Thompson, &
Thurston, 2009; Sica et al., 2015; Stanley et al., 2013), o neuroticismo (-, Poy et al., 2014;
Miller & Lynam, 2012; Ross et al., 2009; Sica et al., 2015; Stanley et al., 2013), a
emocionalidade positiva (+, potência social, bem-estar, realização e proximidade social;
Benning et al., 2005; Benning et al., 2003; Drislane et al., 2014a; Miller & Lynam, 2012),
a evitação do perigo, a emocionalidade negativa (-, reação ao stress; Benning et al., 2005;
; Miller & Lynam, 2012; Patrick & Drislane, 2014), a influência social (+, Sica et al.,
2015), a angústia pessoal (Almeida et al., 2015; Stanley et al., 2013), medidas da angústia
emocional (–, ansiedade, depressão, stress e desespero; Sica et al., 2015), o risco de
suicídio (Venables, Sellbo, Sourande, Kendler, Joiner, Drislane et al., 2015) e o
reconhecimento da expressão facial de tristeza (+, Seixas, 2014). A associação destas
caraterísticas a índices do funcionamento adaptativo está de acordo com a definição de
Cleckley (1950) da psicopatia como a presença de uma desviância comportamental
mascarada com uma aparência de saúde mental robusta. Por fim, a boldness corresponde

48
às caraterísticas da psicopatia que distinguem robustamente a psicopatia da desordem de
personalidade antissocial (Patrick, Venables, & Drislane, 2013; Strickland, Drislane,
Lucy, Krueger, & Patrick, 2013; Venables, Hall, & Patrick, 2014; Wall, Wygant, &
Sellbom, 2014) e de outras condições externalizadoras, tipicamente associadas a
psicopatologias de internalização e à afetividade negativa (Krueger, 1999; Patrick,
Kramer, Krueger, & Markon, 2013).
A avaliação dos traços de ajustamento positivo da psicopatia na infância irá
permitir adquirir conhecimento sobre as manifestações destes traços precocemente,
nomeadamente estudar as manifestações criminais e não criminais da psicopatia, as
distinções entre a psicopatia primária e secundária (Karpman, 1941; Kimonis, Frick,
Cauffman, Goldweber, & Skeem, 2012; Lee & Salekin, 2010; Lykken, 1957, 1995;
Skeem, Johansson, Andershed, Kerr, & Louden, 2007) e de sucesso e de insucesso (Hall
& Benning, 2006) através da realização de estudos longitudinais da infância à idade
adulta. A sua operacionalização também irá permitir estudar o papel dos défices do medo
na formação da consciência na infância (Kochanska, 1997), bem como testar o modelo
dual dos processos etiológicos subjacente às componentes triárquicas da psicopatia
(Patrick et al., 2009), particularmente a influência de fatores genéticos e ambientais no
desenvolvimento da psicopatia. Apesar de a existência de evidência da influência de
fatores ambientais, como a parentalidade, no desenvolvimento da psicopatia, esta
corresponde a uma área de estudo negligenciada, pois a investigação tem-se focado no
estudo de fatores neurobiológicos e individuais. Assim, é relevante investigar o papel de
fatores ambientais que de acordo com modelos como o supracitado podem interagir com
os outros fatores no desenvolvimento da psicopatia (Farrington, Ulrich, & Salekin, 2010).

3. Relação entre a psicopatia e o comportamento antissocial e agressivo na infância

As seguintes questões têm intrigado os psicólogos e criminólogos ao longo do


tempo: Algumas pessoas têm tendência para o crime? Existe uma personalidade criminal?
Quais são as caraterísticas psicológicas que diferenciam as pessoas que praticam
comportamentos criminais das que não os praticam? Na área de Criminologia, a teoria
geral do crime de Gottfredson e Hirshi (1990) destaca o baixo autocontrolo como causa
da delinquência. Posteriormente o estudo da relação entre o autocontrolo e o crime
tornou-se uma área de investigação ressonante e em expansão. Outra teoria que inclui o
autocontrolo como fator de risco do comportamento criminal é a teoria desenvolvimental

49
de Moffitt (1993), que difere da teoria geral do crime, na medida em que destaca a idade
como um fator crucial na explicação do comportamento antissocial. A prevalência do
comportamento antissocial atinge um pico na adolescência e diminui na transição para a
vida adulta. Existem indivíduos cuja prática de comportamento antissocial é limitada à
adolescência. E, existe outro grupo de indivíduos com trajetórias crónicas de
comportamento antissocial, isto é, que praticam de forma persistente o comportamento
persistente ao longo da vida. Relativamente ao outro grupo, estes indivíduos iniciaram o
comportamento antissocial numa idade precoce: na infância. De acordo com a teoria, as
causas, os fatores de risco do comportamento variam consoante a idade que começaram
o envolvimento criminal. Por exemplo, no grupo limitado à adolescência os pares
delinquentes são um fator de risco e no grupo que iniciou na infância para além de outros
fatores, são destacados como fatores de risco fatores individuais como o baixo
autocontrolo (id.). A investigação da relação entre a delinquência e as diferenças
individuais na personalidade ou no temperamento para além do autocontrolo têm sido
escassas na área da criminologia, apesar de existir uma vasta evidência proveniente da
área da Psicologia da relação de outros traços da personalidade com o comportamento
antissocial, designadamente os traços de personalidade associados ao conceito da
psicopatia, a emocionalidade negativa, a baixa consciência e a agradabilidade (e.g.,
Bartuschi, Lynam, Moffitt, & Silva, 1997; Caspi, Harrington, Moffit, Dickson, Langley,
& Silva, 1997; Caspi, Henry, McGee, Moffitt, & Silva, 1995; Caspi, Moffitt, Newman,
& Silva, 1996; Caspi, Moffitt, Silva, & Stouthamer-Loeber, 1994; Forth & Book, 2010;
Henry, Caspi, Moffitt, Harrington, & Silva, 1999; Krueger, Caspi, & Moffitt, 2000;
Miller & Lynam, 2001; Moffitt, Arsenault, Belsky, Dickson, Hancox, Harrington, et al.,
2011). Existe evidência robusta da tendência para a prática de comportamento
delinquente e agressivo em adultos por indivíduos diagnosticados com psicopatia e com
níveis elevados de traços psicopáticos, bem como de que a psicopatia é um bom preditor
da reincidência criminal, particularmente a violenta (e.g., Grann, Langstrom &
Tengstrom, 1999; Hare, Clark, Grann, & Thornton, 2000; Hemphill, Hare, & Wong,
1998; Walters, 2003a/b, 2006). A relação entre os traços psicopáticos e o comportamento
antissocial e violento tem sido investigada maioritariamente em adultos e o seu estudo na
adolescência encontra-se em expansão e crescimento. Os estudos demonstraram que os
traços psicopáticos se relacionam com a delinquência e a violência na adolescência (e.g.,
Asscher, van Vugt, Stams, Dekovic, Eichelsheim, & Yousfi, 2011; Edens, Campbell, &
Weir, 2006; Forth & Book, 2010; Olver, Stockdale, & Wormith, 2009; Walters, 2006).

50
De seguida será realizada uma revisão dos estudos cujo objetivo foi analisar a associação
entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância. Na
Tabela 3 é apresentada uma descrição dos estudos que exploraram esta relação.

Os estudos analisaram a relação entre os traços psicopáticos na infância e o


comportamento antissocial e agressivo recorrendo a distintos instrumentos de avaliação
de traços psicopáticos na infância: o APSD (Frick & Hare, 2001), a CPS (Lynam, 1997),
o YPI-CV (van Baardewijk et al., 2008), o CPTI (Colins et al, 2014), a IC (Pardini et al.,
2006), o ICU (Frick, 2004) e a CUS (Dadds et al, 2005). As medidas mais utilizadas
foram o APSD, a CPS e o ICU. As fontes de informação dos questionários foram de forma
geral os pais e professores, uma vez que são os informantes mais adequados para esta
faixa etária. No caso das crianças com idades superiores aos 9 anos também foram
utilizadas versões de autorrelato dos questionários (a CPS, o ICU, o APSD, a CUS e o
YPI-CV). O comportamento antissocial e agressivo durante a infância foi
operacionalizado pela maior parte dos estudos recorrendo às subescalas de agressão e de
delinquência extraídas de medidas de psicopatologia, que avaliam perturbações de
comportamento de internalização (relacionadas com a ansiedade e a depressão) e de
externalização (a Perturbação da Hiperatividade/Défices de Atenção, a Perturbação de
Oposição e a Perturbação do Comportamento), designadamente: a Child Behavior
Checklist (CBCL; Achenbach, 1991a), cujo relato é fornecido pelos pais; o Teacher
Report Form (TRF; Achenbach, 1991b), cujo relato é fornecido pelos professores. Outros
estudos administraram outros questionários para avaliar a delinquência e agressão, como
por exemplo o Self-Report Delinquency Instrument (SRD; Elliot, Huizinga, & Ageton,
1985). Assim, a maior parte dos estudos utilizou questionários para operacionalizar estas
variáveis. Apenas um estudo utilizou uma tarefa experimental para avaliar a agressão (van
Baardwijk et al., 2009) e alguns estudos utilizaram a metodologia documental para avaliar
o comportamento antissocial (Byrd, Loeber, & Pardini, 2012; Ciucci et al., 2014; Lynam,
et al., 2009a; Pardini et al., 2014; Somma et al., 2016a).

Uma parte dos estudos apenas se centrou na análise de algumas dimensões da


psicopatia, designadamente os traços psicopáticos CU. O autor Benesch e colegas (2014)
estudaram a relação entre os traços psicopáticos CU avaliados pelo ICU e o
comportamento antissocial avaliado por uma subescala de 16 itens derivada do
Fremdbeurteilungsbogen für Störungen des Sozialverhaltens (FBB-SSV; Döpfner,
Görtz-Dorten, & Lehmkuhl, 2008), um questionário alemão sobre Perturbação de

51
Oposição e do Comportamento, as subescalas de agressão e delinquência da CBCL e o
comportamento agressivo (total, a adultos e a pares) a partir de um questionário alemão
(Fragebogen zum aggressiven Verhalten von Kindern, FAVK; Görtz-Dorten & Döpfner,
2010), numa amostra clínica de crianças e adolescentes do género masculino com
diagnóstico de Desordem de Conduta/ Perturbação de Oposição e idades compreendidas
entre os 6 e 12 anos na Alemanha. Os pais foram as fontes de informação de todos os
instrumentos de avaliação. Os autores para além de analisarem as três subdimensões
originais do CU – Cal, Unc e Une – também analisaram outras três subdimensões
Callousness/Lack of Guilt or Remorse, Unconcerned about performance e Une descritas
anteriormente (ver secção 1.8 do Capítulo I). Os traços CU e todas as suas subdimensões
exceto a Une do ICU novo e original relacionaram-se com o comportamento agressivo,
delinquente e antissocial. Após o controlo das subdimensões CU, apenas a subdimensão
Cal do ICU original e a subdimensão Callousness/Lack of Guilt/Remorse do ICU revisto
mantiveram a relação. O padrão de relações da nova escala foi superior relativamente ao
ICU original (Benesch et al., 2014). Numa amostra escolar de crianças com idades
compreendidas entre os 10 e 16 anos em Itália, os autorrelatos de traços psicopáticos CU
e todas as suas subdimensões exceto a Une associaram-se positivamente aos problemas
de conduta na escola independentemente do género. Após o controlo das subdimensões,
os resultados foram iguais na amostra total, mas para os alunos do género feminino apenas
se manteve a relação com a subdimensão Cal e para os alunos do género masculino todas
as relações perderam significância estatística (Ciucci et al., 2014). Numa amostra pré-
escolar de crianças com idades compreendidas entre os 4 e 6 anos nos Estados Unidos, os
traços CU, avaliados pela escala CU do APSD revista (CUS; Dadds, Fraser, Frost, &
Hawes, 2005), relacionaram-se com os problemas de conduta, que foram medidos pela
subescala hostilidade-agressividade do Preschool Behavior Questionnaire (PBQ; Behar
& Stringfield 1974), que captura problemas de conduta da criança marcados pela
agressão, hostilidade, bullying e luta com pares. Os professores foram a fonte de
informação de ambos instrumentos (Assary, Salekin, & Barker, 2015). Dadds e Fraser
(2006a) estudaram a relação entre os traços psicopáticos CU, medidos através de relatos
pelos pais da CUS e a história de comportamentos piromaníacos, designadamente o
interesse pelo fogo e a provocação intencional de incêndios, avaliada através de relatos
pelos pais da Fire History Screen (FHS; Kolko & Kazdin, 1988) numa amostra escolar
de grandes dimensões de crianças com idades compreendidas entre os 4 e 9 anos na
Austrália. Não houve diferenças nos níveis de traços psicopáticos CU entre os grupos

52
com e sem história de comportamentos piromaníacos independentemente do género
(Dadds et al., 2006a).

Os quatro estudos anteriores são transversais. De seguida serão apresentados


estudos longitudinais que analisaram a relação entre algumas dimensões da psicopatia na
infância, designadamente de forma geral os traços psicopáticos CU e e Calosidade
Interpessoal (Interpersonal Callousness; IC), e o comportamento antissocial e agressivo.
Quatro estudos utilizaram uma amostra de comunidade em risco de crianças do género
masculino com idade de média de aproximadamente de 7 anos, que corresponde à cohort
mais nova do estudo longitudinal PYS (Byrd, Loeber, & Pardini, 2012; Byrd, Hawes,
Loeber, & Pardini, 2018; Pardini, Obradović, & Loeber, 2006; Pardini, Raine, Erickson,
& Loeber, 2014) e no caso de um dos estudos para além da cohort mais nova também
utilizou a cohort média e mais velha do PYS (Pardini, Obradović, & Loeber, 2006). O
PYS é um estudo longitudinal sobre as causas e correlações com formas precoces de
delinquência. Este tem três cohorts de rapazes que foram recrutados do 1º (mais nova),
4º (média) e 7º (mais velha) anos escolares de escolas públicas de Pittsburgh, avaliados
inicialmente com medidas do comportamento antissocial utilizando uma combinação de
fontes de informação e selecionados os rapazes com valores mais altos de problemas
comportamentais e dos restantes um número igual de crianças. No estudo realizado por
Byrd e colegas (2018), o relato pelos professores da escala IC (Pardini, Obradović, &
Loeber, 2006) foi avaliada da infância à adolescência (entre os 8 e 15 anos de idade
média) e o comportamento delinquente e agressivo foi avaliado através de relatos pelos
pais da CBCL durante as avaliações do primeiro e segundo follow-up. Foram
identificadas cinco trajetórias dos traços IC da infância à adolescência: crónica com início
precoce, que era constituída por indivíduos que apresentaram níveis altos de IC na
infância, que se mantiveram estáveis ao longo do tempo; limitada à infância, que
consistia nos indivíduos que apresentaram níveis altos de IC na infância que foram
diminuindo ao longo do tempo; início na adolescência, que era composta pelos indivíduos
que apresentaram níveis baixos de IC na infância, que foram aumentando ao longo do
tempo; moderados, que era constituída por indivíduos que apresentaram níveis
moderados de IC ao longo do tempo; e, baixos, que consistia nos indivíduos que
apresentaram níveis baixos de IC ao longo do tempo. Os rapazes com uma trajetória
crónica com início precoce de IC adotaram mais frequentemente comportamentos
delinquentes e agressivos durante a infância relativamente aos rapazes com uma trajetória

53
de níveis baixos de IC e adotaram mais frequentemente comportamentos delinquentes do
que os rapazes com trajetórias de IC limitada à infância e com início na adolescência. Não
houve diferenças entre os grupos de trajetória crónica com início precoce de IC e de níveis
moderados relativamente ao comportamento delinquente e agressivo. Ao ter em
consideração a variância partilhada entre preditores na análise multivariada, apenas as
diferenças no comportamento delinquente entre os grupos de trajetória crónica com início
precoce de IC e trajetória de níveis baixos de IC se mantiveram significativas. Os
problemas de conduta na infância ofereceram utilidade preditiva acima e para além de
caraterísticas sociodemográficas (idade, raça), diferenças individuais das crianças
(destemor e problemas ADHD), fatores de pares (delinquência e rejeição de pares),
fatores parentais (má relação com pais: pobre comunicação e disciplina dura) e maus-
tratos e adversidade (abuso físico, negligência/abuso emocional e adversidade
psicossocial). No estudo realizado por Byrd e colegas (2012), foram avaliados relatos
combinados de pais e professores Da escala IC durante a infância no primeiro follow-up
e a avaliação da delinquência da adolescência à idade adulta resultou da combinação de
informação proveniente de autorrelatos de comportamentos delinquentes através da
aplicação da SRD em avaliações anuais desde o início ao final da adolescência e uma
avaliação na idade adulta e de informação relativa ao número de condenações por crimes
proveniente de registos oficiais da adolescência à idade adulta. Os rapazes foram
classificados em três grupos usando informação relacionada com a prevalência moderada
ou grave de delinquência durante o início da adolescência (entre os 13 a 16 anos de idade
média), o final da adolescência (entre os 17 a 19 anos de idades médias) e o início da
idade adulta (entre os 20 e 25 anos de idades médias): não delinquentes, não adotaram
comportamentos graves ou moderados ao longo do tempo; desistentes, cometeram pelo
menos um ato de delinquência grave ou moderada no início ou final da adolescência e
pararam na idade adulta; persistentes, cometeram pelo menos um ato de delinquência
grave ou moderada no início e/ou final da adolescência e continuaram a cometer pelo
menos um comportamento delinquente grave ou moderado na idade adulta. Os rapazes
que exibiram um padrão de delinquência que persistiu da adolescência à idade adulta
tinham níveis mais elevados de IC na infância do que os grupos de desistentes e não
delinquentes. Após o controlo das caraterísticas sociodemográficas das crianças (a idade,
a raça e o nível socioeconómico familiar), os níveis de IC continuaram a discriminar os
grupos de persistentes e desistentes independentemente de sintomas de psicopatologias
de externalização (a Perturbação da Hiperatividade/Défices de Atenção, a Perturbação de

54
Oposição e a Perturbação do Comportamento). Contudo, o IC deixou de prever a distinção
entre os grupos após o controlo de outros fatores de risco individuais, familiares, pares e
de vizinhança do comportamento criminal (o sucesso académico, a punição física, a
supervisão parental, os pares delinquentes e a impressão de vizinhança). No estudo
realizado por Pardini e colegas (2006), os relatos combinados de pais e professores da
escala IC e dos problemas de conduta (subescalas da CBCL e da TRF que avaliam
comportamentos agressivos e delinquentes) foram aplicados na cohort mais nova (Idade:
M = 6.9, SD = .54, R = 5–9), na cohort média (Idade: M = 10.2, SD = .72, R =8–13) e na
cohort mais velha (Idade: M = 13.3, SD = .78, R = 11–16). A persistência de delinquência
foi avaliada até aos 10 anos através do Self-Report of Antisocial Behavior (SRA; Loeber,
Stouthamer-Loeber, van Kammen, & Farrington, 1989), que corresponde a uma
adaptação ao relato por crianças da SRD através da eliminação de itens desadequados a
esta faixa etária, e a partir dos 10 anos pelo SRD. Foi utilizada uma combinação de
autorrelatos e relatos pelos pais e pelos professores da variedade do comportamento
delinquente praticado ao longo da vida e da sua frequência durante os follow-up. O IC
relacionou-se com os problemas de conduta na infância e na adolescência e previu a
delinquência persistente durante um follow-up de 3 anos de crianças. Contudo, após o
controlo de sintomas de psicopatologias de externalização (Perturbação de Conduta,
Perturbação da Hiperatividade e Défices de Atenção) os traços psicopáticos IC apenas
previram a delinquência persistente durante um follow-up de 3 anos na cohort mais velha,
independentemente da sua história de delinquência e das suas caraterísticas
sociodemográficas (Pardini et al., 2006). Pardini e colegas (2014) realizaram um
subestudo de neuroimagem com a cohort mais nova do PYS, que apesar de ter um
objetivo distinto desta revisão, sendo apresentados na informação complementar (ver
Tabela S1, id.). Relatos pelos professores da escala IC foram recolhidos oito vezes a cada
6 meses ao longo da infância entre os 7 e 11 anos de idade média. Com o intuito de avaliar
o comportamento agressivo foram aplicados diversos questionários desde a infância à
idade adulta, designadamente: relatos pelos professores da subescala agressão da TRF
(durante o follow-up de 4 anos na infância (T1-8); autorrelatos das subescalas agressão:
do Youth Self-Report (YSR; Achenbach, 1991c) aos 16 anos de idade média (T9) e do
Adult Self-Report (ASR; Achenbach, & Rescorla, 2003) aos 26 anos de idade média
(T10); autorrelatos das subescalas de agressão física e verbal do Aggression
Questionnaire-Short Form (AQ-SF; Bryant, & Smith, 2001) aos 26 e 29 anos de idade
média (T10, 11); e, a combinação de autorrelatos do SRD e de registos oficiais de

55
condenações por crimes violentos durante um follow-up de 3 anos na idade adulta (entre
os 26 e 29 anos de idades médias, T10-11) com o intuito de medir o comportamento
criminal violento. Os traços psicopáticos do domínio interpessoal e afetivo avaliados ao
longo da infância relacionaram-se e previram a agressão ao longo da infância (n = 503),
também previram a agressão na adolescência (n = 503), a agressão física e verbal e o
comportamento criminal violento na idade adulta (n = 56). A psicopatia avaliada em
alguns pontos da infância previu a agressão geral (T3-6, 8), física e verbal (T2, 3, 6, 8) na
idade adulta (n = 56; Pardini et al., 2014). Ezpeleta, Osa, Granero, Penelo e Domènech
(2013) estudaram a relação das subdimensões CU, avaliadas através de relatos pelos
professores do ICU, com problemas de conduta, que foram medidos por relatos de pais e
professores da subescala do Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ; Goodman,
1997), e o comportamento agressivo, que foi avaliado por diversos instrumentos – relatos
pelos pais da subescala agressão da CBCL e relatos pelos professores da Children’s
Aggression Scale (CAS; Halperin & McKay, 2008), numa amostra na comunidade
constituída por crianças com 3 anos de idade em Espanha derivada do estudo longitudinal
de problemas comportamentais em crianças pré-escolares desde os 3 anos (Ezpeleta, Osa,
& Domènech, 2014). Os traços CU e todas as suas subdimensões exceto a Une
relacionaram-se com o comportamento agressivo e relatos pelos professores de problemas
de conduta concorrentes e avaliados no follow-up de um ano, com maior intensidade para
a subescala Cal. As subdimensões Cal e Unc previram relatos de professores de
problemas de conduta após um follow-up de um ano independentemente do género, do
temperamento, do funcionamento executivo e das outras subdimensões CU, mas não com
os relatos pelos pais dos problemas de conduta, com maior intensidade para a subescala
Cal (Ezpeleta et al., 2013). O autor Waller e colegas (2015) estudaram a relação entre os
traços CU e o comportamento agressivo e delinquente numa amostra na comunidade de
crianças com 9.5 anos de idade média em risco de problemas de conduta derivada do
estudo Women, Infants, and Children (WIC) Nutritional Supplement Program (Dishion,
Shaw, Connell, Gardner, Weaver, & Wilson, 2008) nos Estados Unidos. Os traços CU
foram avaliados através relatos pelos pais do ICU. Os relatos pelos pais da CBCL e pelos
professores do TRF das subescalas agressão e delinquência foram recolhidos no momento
inicial e no follow-up de um ano. Os traços CU e as suas subdimensões relacionaram-se
com a agressão e a delinquência e previram-nas num follow-up de um ano (, com exceção
da relação entre a subdimensão Une e os relatos pelos professores de agressão no follow-
up), com menor intensidade para a subdimensão Une. Após o controlo das caraterísticas

56
sociodemográficas (o género, a raça, a etnia, o nível de escolaridade dos pais e o
rendimento familiar), do estatuto de intervenção e da localização de projeto e do modelo
bifatorial de três fatores, apenas se mantiveram as relações entre os traços CU e as suas
subdimensões com os relatos pelos pais de agressão e delinquência, mas a relação com a
dimensão Une foi negativa. Após o controlo dessas variáveis e dos problemas
comportamentais de externalização e internalização anteriores, apenas se manteve a
relação entre os traços CU totais e os relatos pelos professores de agressão e os relatos
pelos professores e pais de delinquência no follow-up de um ano (Waller et al., 2015). O
estudo conduzido por Enebrink, Långström e Gumpert (2006) numa amostra clínica de
pequenas dimensões constituída por crianças do género masculino, com idades
compreendidas entre os 6 e 12 anos, na Suécia, centrou-se apenas nas dimensões
interpessoais e comportamentais da psicopatia, avaliadas pelo fator I/C dos relatos
combinados de pais e professores do APSD num follow-up de 3 anos e na sua relação
com o instrumento de avaliação clínico Early Assessment Risk List, Version 2 (EARL-
20B; Augimeri, Koegl, Webster, & Levene, 2001) conduzido no momento incial, que
avalia o risco de comportamento antissocial a curto (6 meses) e longo prazo (> 6 meses).
O risco a curto e longo prazo da prática de comportamento antissocial relacionou-se com
os traços psicopáticos dos domínios interpessoal e comportamental num follow-up de 3
anos, mesmo após o controlo de problemas de conduta iniciais (Enebrink et al., 2006).
Por fim, Dadds, Fraser, Frost e Hawes (2005) estudaram a relação da dimensão CU da
psicopatia com o comportamento antissocial e agressivo numa amostra escolar de
crianças com idades compreendidas entre os 4 e 9 anos, na Austrália. O comportamento
agressivo foi avaliado por relatos pelos professores de uma subescala de questionário
utilizada em estudos anteriores (Dadds, Spence, Holland, Barrett, & Laurens, 1997) no
momento inicial. E, o comportamento antissocial (que reflete um estilo de agressão
interpessoal de manipulação proativo e autocentrado,) e os traços psicopáticos CU foram
avaliados por relatos pelos pais de escalas revistas do APSD e do SDQ no momento inicial
e num follow-up de um ano. A dimensão CU relacionou-se com o comportamento
agressivo e previu o comportamento antissocial no follow-up de um ano, mesmo após o
controlo das caraterísticas sociodemográficas dos pais (o rendimento e o nível de
escolaridade) e do comportamento antissocial inicial. A predição pela dimensão CU
dependeu do género e da idade das crianças, ou seja, esta só teve efeito em crianças do
género masculino mais novos (4-6 anos de idade) e do género feminino mais velhas
(apenas 7-9 anos de idade). Além disso, para os rapazes a contribuição do CU adveio da

57
sua interação com os problemas de conduta, isto é, a interação dos traços CU com os
problemas de conduta na predição do comportamento antissocial foi acima e para além
da predição única pelos traços CU. Os itens da escala CU mais consistentemente
preditivos do comportamento antissocial no follow-up foram: “inconsiderate of other
people’s feelings” e “does not feel guilt” (Dadds et al., 2005).

De seguida serão descritos os estudos transversais que se centram na análise de


todas as dimensões da psicopatia. O estudo realizado por Baker e colegas (2007)
utilizaram a primeira onda de um estudo de gémeos sobre os fatores de risco do
comportamento antissocial - o Southern California Twin Register at the University of
Southern California (USC) Study of Risk Factors for ASB (Baker, Barton, Lozano, Raine,
& Fowler, 2006) -, que corresponde a uma amostra de grandes dimensões de gémeos (n
= 605) e tripletos (n = 9) constituída por 1219 crianças, com idades compreendidas entre
os 9 e 10 anos, nos Estados Unidos. No estudo de Baker e colegas (2007), foram avaliados
através de autorrelatos e de relatos pelos pais dos fatores Fator 1 (Callous–Unemotional)
e Fator 2 (Impulsive– Irresponsible) da CPS e os relatos pelos pais da CBCL e professores
do TRF das subescalas agressão e delinquência. Os fatores da psicopatia relacionaram-se
com a agressão e a delinquência. Numa amostra clínica de pequenas dimensões
constituída por crianças, com idades compreendidas entre os 6 e 13 anos, nos Estados
Unidos, Frick, O’Brien, Wootton e McBurnett (1994) estudaram a relação entre os relatos
combinados de pais e professores dos fatores I/C e CU do APSD e os relatos pelos pais
das subescalas agressão e delinquência da CBCL. Os fatores da psicopatia relacionaram-
se com o comportamento agressivo e delinquente, com uma associação mais intensa para
o fator I/C do que para o fator CU. Dadds, e colegas (2005) também estudaram a relação
da psicopatia e das suas dimensões com o comportamento agressivo numa amostra
escolar de crianças com idades compreendidas entre os 4 e 9 anos, na Austrália. Os traços
psicopáticos foram avaliados através de relatos pelos pais do APSD. O comportamento
agressivo foi avaliado por relatos pelos professores de uma subescala de questionário
utilizada em estudos anteriores (Dadds et al., 1997). A psicopatia e as suas dimensões
relacionaram-se positivamente com o comportamento agressivo, com uma maior
intensidade para a dimensão comportamental da psicopatia (Dadds et al., 2005). Numa
amostra pré-escolar de grandes dimensões composta por crianças, com idades
compreendidas entre os 3 e 5 anos, na Suécia, derivada do projeto de investigação Social
and Physical Development, Interventions and Adaptation (SOFIA), a psicopatia e as suas

58
dimensões (avaliadas por relatos de professores do CPTI) relacionaram-se com uma
maior frequência de problemas de conduta nos últimos 6 meses (avaliados por relatos
pelos pais e professores de uma escala de 10 itens construída no âmbito deste projeto de
investigação (e.g., “Has violated important rules in preschool/at home.” e “Has beaten,
torn, shoved, kicked, or thrown something on others without a reason.”),
independentemente das caraterísticas sociodemográficas das crianças (a idade e o género)
e dos seus pais (a origem e o nível socioeconómico). Após o controlo das dimensões, a
relação diminuiu de intensidade para as dimensões afetiva e comportamental e foi
negligente para a dimensão interpessoal. A interação entre as dimensões da psicopatia foi
o melhor preditor dos problemas de conduta do que cada uma isoladamente (Colins et al.,
2014a). Colins e colegas (2017a) também utilizaram relatos pelos professores do CPTI
para estudar a relação da psicopatia e das suas dimensões com problemas de conduta na
infância, mas avaliaram os problemas de conduta através do TRF e da CBL. Este estudo
foi conduzido numa amostra de grandes dimensões de crianças, com 5 anos de idade, na
Suécia, derivada do estudo longitudinal de gémeos Preschool Twin Study in Sweden
(PETSS), que investiga a influência genética e ambiental no início da infância no
desenvolvimento de problemas comportamentais. A pontuação total e as dimensões da
psicopatia relacionaram-se com os problemas de conduta independentemente do género
das crianças e da origem e do nível socioeconómico dos seus pais. Após o controlo da
variância partilhada das dimensões da psicopatia, as dimensões associaram-se de forma
menos intensa aos problemas de conduta, sugerindo que esta associação advém do efeito
conjunto dos fatores, e a relação entre o relato pelos pais (professores) de problemas de
conduta e a dimensão interpessoal (comportamental) da psicopatia deixou de existir
(Colins et al., 2017a). Colins e colegas (2018) estudaram a relação entre os traços
psicopáticos avaliados pelo CPTI e os problemas de conduta medidos por uma escala de
8 itens derivados do Caregiver-Teacher Report Form (Achenbach & Rescorla, 2000; e.g.,
“Cruel to animals” e “Destroys his/her own things”), numa amostra pré-escolar de
crianças, com idades compreendidas entre os 3 e 7 anos, na Holanda. Os professores
foram os informantes de ambos os instrumentos. A psicopatia e as suas dimensões
relacionaram-se com os problemas de conduta, independentemente das caraterísticas
sociodemográficas das crianças (a idade e o género) e dos seus pais (a origem e o nível
socioeconómico). Quando controlada a variância partilhada das dimensões da psicopatia,
a dimensão afetiva deixou de se relacionar com os problemas de conduta e a dimensão
interpessoal associou-se de forma mais intensa do que a dimensão comportamental aos

59
problemas de conduta (Colins et al., 2018). Numa amostra escolar de crianças, com idades
compreendidas entre os 6 e 12 anos, em Itália, Somma e colegas (2016a) estudaram a
relação entre a psicopatia avaliada por relatos pelos professores, pelas mães e pelos pais
do CPTI e os problemas comportamentais na escola medidos por registos escolares.
Apenas os relatos fornecidos pelas mães e pelos professores da psicopatia discriminaram
crianças com problemas comportamentais na escola de crianças com comportamento
adequado na escola, independentemente da idade e do género das crianças e do nível
socioeconómico dos seus pais. Marsee, Silverthorn e Frick (2005) estudaram a relação
entre os traços psicopáticos, avaliados por autorrelatos (apenas pontuação total) e relatos
pelos professores (pontuação total e dimensões) do APSD, e a frequência do
comportamento delinquente violento e não violento nos últimos 12 meses, medidos pela
SRD, numa amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os 10 e 17 anos
nos Estados Unidos. Apenas os autorrelatos da psicopatia relacionaram-se com a
delinquência independentemente do género. Nenhuma das dimensões dos relatos pelos
professores da psicopatia relacionou-se unicamente à delinquência quando controlada a
variância partilhada entre estas. Van Baardewijk e colegas (2010) estudaram a relação
entre os traços psicopáticos avaliados por autorrelatos das versões completas e reduzidas
YPI-CV e os problemas de conduta avaliados por autorrelatos do SDQ numa amostra
escolar de crianças, com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos, na Suécia. A
psicopatia e as suas dimensões relacionaram-se com os problemas de conduta, com maior
intensidade para a dimensão comportamental, independentemente da versão do YPI-CV.

60
Tabela 3 Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)
Assary et al., 2015 Pré-escolar 102 4–6 Ambos CUS–TR CU PBQ–TR Agressão Transversal
E.U.A.
E.U.A. CPS–SR, PR Agressão
Baker et al., 2007 Comunidade 1219 9–10 Ambos CU e II CAQ–SR, TR Transversal
relacional
Agressão reativa
RPQ–SR, PR, TR
e proativa
Delinquência e
CBCL, TRF
agressão
CU Comportamento
Benesch et al., 2014 Clínica 120–130 6–12 Masculino Alemanha ICU–PRb FBB–SSV PR Transversal
(Cal, Unc e Une)c antissocial
Delinquência e
CBCL
agressão
FAVK–PR Agressão

Bezdjian et al., CPS–RE SR, Agressão reativa


Comunidade 1219 9–10 Ambos E.U.A. PR RPQ–SR, PR Transversal
2011a C/D e M/D e proativa
E.U.A. IC–CPTR SRD–SR, Registos
Byrd et al., 2012 Comunidade 503 7.43a Masculino IC Delinquência Longitudinal
oficiais
E.U.A. IC–TR Delinquência e
Byrd et al., 2018 Comunidade 503 7.98a Masculino IC CBCL–PR Longitudinal
agressão
Notas: n = dimensão da amostra; E.U.A. = Estados Unidos da América; CUS = Escala Revista de Frieza–Insensibilidade Emocional; CPS = Escala de Psicopatia Crianças; CPS–RE = Escala Revista Extendida
de Psicopatia Crianças; ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; IC = Escala de Calosidade Interpessoal; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR
= Teacher Report (Relatos pelos professores); C = Combined (Relatos combinados); CU = Frieza–Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade–Irresponsabilidade; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc
= Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; C/D = Caloso/Desinibido; M/D = Manipulador/Dissimulado; PBQ = Preschool Behavior Questionnaire; CAQ = Childhood Aggression
Questionnaire; RPQ = Reactive-Proactive Aggression; CBCL = Child Behavior Checklist; FAVK = Fragebogen zum aggressiven Verhalten von Kindern; FBB-SSV = Fremdbeurteilungsbogen für Störungen
des Sozialverhaltens; SRD = Self-Reported Delinquency Scale.
a O valor corresponde à idade média aproximada dos participantes, uma vez que estes estudos não forneceram dados relativos à amplitude desta.
b Foi analisado o ICU original e revisto por Benesch e colegas (2014).
c Para além das subescalas do ICU original também foram analisadas as subescalas do modelo de três fatores desenvolvido por Benesch e colegas (2014): Callousness/Lack of Guilt or Remorse, Unconcerned

about performance e a subescala original Une.

61
Tabela 3 (continuação)
Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos
agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)

Itália CU
Ciucci et al., 2014 Escolar 540 10–16 Ambos ICU–SR TBC–SR (Cyber)Bullying Transversal
(Cal, Unc e Une)
Problemas de
Registos escolares conduta
escolares
Bullying direto e
Questionário–PN indireto,
Agressão reativa
Total Questionário–PR, Problemas de
Colins et al., 2014a Pré-escolar 2056 3–5 Ambos Suécia CPTI–TR Transversal
(GM, CU e INS) TR conduta
Total Agressão reativa
Colins et al., 2017a Comunidade 1188 5 Ambos Suécia CPTI–TR ABRS–TR Transversal
(GM, CU e INS) e proativa
Agressão
PSBS–T PR, TR
relacional
Problemas de
TRF, CBCL
conduta
Total Problemas de
Colins et al., 2018 Pré-escolar 287 3–7 Ambos Holanda CPTI–TR C–TRF (TR) Transversal
(GM, CU e INS) conduta
Agressão reativa
IRPA–TR
e proativa
Notas: n = dimensão da amostra; ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; CPTI = Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent
Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos professores); CU = Frieza–Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade
Emocional; GD = Grandioso–Dissimulado; INS = Impulsivo–Necessidade de Estimulação; TBC = Traditional Bullying and Cyberbullying; ABRS = Aggressive Behavior Rating Scale; PSBS-T = Preschool
Social Behavior Scale–Teacher form; TRF = Teacher Report Form; CBCL = Child Behavior Checklist; C-TRF = Caregiver-Teacher Report Form; IRPA = Instrument for Reactive and Proactive Aggression;
PN = Peer Nominations (Nomeações por pares).

62
Tabela 3 (continuação)
Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos
agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)
Total
Dadds et al., 2005 Escolar 1359 4–9 Ambos Austrália APSD–PR Questionário–TR Agressão Transversal
(Nar, CU e Imp)
Comportamento
CUS–PR CU Questionário–PR Longitudinal
450 antissocial
Austrália Comportamentos
Dadds et al., 2006a Escolar 1359 4–9 Ambos CUS–PR CU FHS–PR Transversal
piromaníacos
Comportamento
Dadds et al., 2006b Escolar 131 6–13 Ambos Austrália CAI–SR, PR cruel com os Transversal
APSD–PR CU animais
Risco de
Enebrink et al., 2006 Clínica 66 6–12 Masculino Suécia EARL–20B comportamento Longitudinal
APSD–CPTR I/C antissocial
CU CBCL–PR
Ezpeleta et al., 2013 Comunidade 622 3 Ambos Espanha ICU–TR Agressão Longitudinal
(Cal, Unc e Une) CAS–TR
Agressão
RAS–TR
relacional
Problemas de
SDQ–PR, TR conduta
E.U.A. APSD–CPTR Delinquência e
Frick et al., 1994 Clínica 64 6–13 Ambos I/C e CU CBCL Transversal
agressão

Notas: n = dimensão da amostra; E.U.A. = Estados Unidos da América; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial; CUS = Escala Revista de Frieza–Insensibilidade Emocional; ICU = Inventário
de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade; CU = Frieza–Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une =
Insensibilidade Emocional; I/CP = Impulsividade/Problemas de conduta; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos professores); C =
Combined (Relatos combinados); FHS = Fire History Screen; CAI = Children and Animals Inventory; EARL-20B = Early Assessment Risk List for boys; CBCL = Child Behavior Checklist; CAS = Children’s
Aggression Scale; RAS = Relational Aggression Scale; SDQ = Strengths and Difficulties Questionnaire.

63
Tabela 3 (continuação)
Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos
agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)
E.U.A. APSD–CPTR Agressão total,
Frick et al., 2003a Escolar 98 12.36a Ambos CU ABRS–CSPR Longitudinal
reativa e proativa
SRD Delinquência
Total Problemas de
Frogner et al., 2018 Pré-escolar 1867 3–5 Ambos Suécia CPTI–TR Questionário– TR Longitudinal
(GD, CU e INS) conduta
Kimonis et al., E.U.A. APSD–CPTR ABRS–TR Agressão total,
Pré-escolar 49 2–5 Ambos CU Transversal
2006a (T2) reativa e proativa

Kimonis et al., E.U.A. APSD–SR, ABRS–SR, PR, Agressão total,


Comunidade 50 9.30a Ambos Total Transversal
2006b PR, CSPR CSPR reativa e proativa

Klingzell et al., Questionário–PR, Problemas de


Pré-escolar 2031 3–5 Ambos Longitudinal
2016 Suécia CPTI–TR GD, CU e INS TR conduta
López-Romero et Espanha mCPS–PR Problemas de
Escolar 133–192 6–11 Ambos F1 (A e I) e F2 (C) CBCL Longitudinal
al., 2015b conduta
E.U.A. CPS–PR SRA–CSPTR
Lynam, 1997 Comunidade 389–411 10.2c Masculino Total Delinquência Longitudinal
SRD–CSPTR
YSR Delinquência e
TRF agressão
7, 10 e E.U.A. CPS–SF, PR
Lynam et al., 2009a Comunidade 1500 Masculino Total SRD–CSPTR Delinquência Longitudinal
13a
Notas: n = dimensão da amostra; E.U.A. = Estados Unidos da América; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial; CPTI = Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças; CPS = Escala de
Psicopatia Crianças; mCPS = Versão modificada de CPS; SF = Short Form (Versão reduzida); SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos
professores); C = Combined (Relatos combinados); CU = Frieza–Insensibilidade Emocional; GD = Grandioso–Dissimulado; INS = Impulsivo–Necessidade de Estimulação; F1(A e I) = Fator 1 (Afetivo e
Interpessoal); F2 (C) = Fator 2 (Comportamental); ABRS = Aggressive Behavior Rating Scale; SRD = Self-Reported Delinquency Scale; CBCL = Child Behavior Checklist; SRA = Self-Report of Antisocial
Behavior; SRD = Self-Reported Delinquency Scale; TRF = Teacher Report Form; YSR = Youth Self-Report.
c O valor corresponde à idade média aproximada dos participantes, uma vez que estes estudos não forneceram dados relativos à amplitude desta.

64
Tabela 3 (continuação)
Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos
agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)
E.U.A. Comportamento
Lynam et al., 2009b Comunidade 338 12.5a Masculino CPS–PR Total Registos oficiais Longitudinal
criminal
Agressão
Marsee et al., 2005 Escolar 200 10–17 Ambos APSD–SR RCSB–SR relacional e Transversal
E.U.A. Total direta
Total
APSD–TR SRD Delinquência
(NAR, CU e IMP)

E.U.A. ICU–SR Bullying direto e


Muñoz et al., 2011 Escolar 201 11–12 Ambos CU OBVQ–SR Transversal
indireto
Pardini et al., 2006 Comunidade 2573 5-9, Masculino E.U.A. IC–CPTR IC SRA/SRD–CSPTR Delinquência Longitudinal
8-13 e CBCL Problemas de
11-16 TRF conduta
Pardini et al., 2014 Comunidade 503 7.5a Masculino E.U.A. IC–TR IC TRF Agressão Longitudinal
Agressão reativa
RPQ
e proativa
YSR Agressão

56 ASR Agressão
Agressão física e
AQ–SF
verbal
Agressão
IPAS–SR impulsiva e
premeditada
Notas: n = dimensão da amostra; E.U.A. = Estados Unidos da América; CPS = Escala de Psicopatia Crianças; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial; ICU = Inventário de Traços
Calosos/Insensibilidade Emocional; IC = Escala de Calosidade Interpessoal; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos professores); C =
Combined (Relatos combinados); RCSB = Ratings of Children’s Social Behavior; SRD = Self-Reported Delinquency Scale; SRA = Self-Report of Antisocial Behavior; OBVQ = Revised Olweus Bully/Victim
Questionnaire; CBCL = Child Behavior Checklist; TRF = Teacher Report Form; RPQ = Reactive-Proactive Aggression Questionnaire; YSR = Youth Self-Report; ASR = Adult Self-Report; AQ-SF = Aggression
Questionnaire-Short Form; IPAS = Impulsive- Premeditated Aggression Scale.
a O valor corresponde à idade média aproximada dos participantes, uma vez que estes estudos não forneceram dados relativos à amplitude desta.

65
Tabela 3 (continuação)
Descrição dos estudos sobre a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo na infância
Comportamento antissocial e
Amostra Traços psicopáticos
agressivo
Estudo Desenho
Idade (Sub)escala
Tipo n Género País Medida Medida (Sub)escala
(anos)
Pardini et al., 2014 E.U.A. IC–TR SRD Comportamento
Comunidade 56 7.5a Masculino IC Longitudinal
(continuação) Registos oficiais criminal violento
CPTI–TR, Problemas
Somma et al., 2016a Escolar 406 6–12 Ambos Itália MR, FR Registos escolares comportamentais Transversal
Total na escola
van Baardewijk et Holanda YPI–CV
Escolar 224 9–13 Ambos Total FastKid! Agressão Experimental
al., 2009
van Baardewijk et Total Problemas de
Escolar 360 9–12 Ambos Suécia YPI–C(S)V SDQ–SR Transversal
al., 2010 (GM, CU e II) conduta

van Baardewijk et Total Problemas de


Escolar 360 9–12 Ambos Holanda YPI–CV SDQ–SR Longitudinal
al., 2011 (GM, CU e II) conduta
Agressão reativa
RPQ
e proativa
PBSI–TR Problemas de
PMIEB–PN conduta
CU CBCL Delinquência e
Waller et al., 2015 Comunidade 540 10a Ambos E.U.A. ICU–PR Longitudinal
(Cal, Unc e Une) TRF agressão
Notas: n = dimensão da amostra; IC = Escala de Calosidade Interpessoal; CPTI = Inventário dos Traços Problemáticos em Crianças; YPI–CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças;
ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; GM = Grandiosidade–Manipulação; CU = Frieza–Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade–Irresponsabilidade; Cal = Calosidade/Frieza
Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; FastKid! = Tarefa experimental computorizada de um jogo de tempo reação; SRD = Self-Reported Delinquency Scale; SDQ =
Strengths and Difficulties Questionnaire; RPQ = Reactive-Proactive Aggression Questionnaire; PBSI = Problem Behavior at School Interview; PMIEB = Peer-Report Measure of Internalizing and
Externalizing Behavior; CBCL = Child Behavior Checklist; TRF = Teacher Report Form; SR = Self Report (Autorrelato); PR = Parent Report (Relatos pelos pais); TR = Teacher Report (Relatos pelos
professores); MR = Mother Report (Relatos pelas mães); FR = Father Report (Relatos pelos pais); PN = Peer Nominations (Nomeações por pares).
a O valor corresponde à idade média aproximada dos participantes, uma vez que estes estudos não forneceram dados relativos à amplitude desta.

66
De seguida serão descritos os estudos longitudinais que se centram na análise da
relação de todas as dimensões da psicopatia com o comportamento agressivo e antissocial.
Houve três estudos conduzidos com amostras derivadas do PYS que estudaram a relação
entre a psicopatia, avaliada através de relatos pelos pais da CPS, e a delinquência, que
são apresentados de seguida. O autor Lynam (1997) conduziu o seu estudo na amostra do
meio do PYS constituída por crianças do sexo masculino com 10 anos de idade média.
As subescalas agressão e delinquência foram avaliadas através de autorrelatos do YSR e
relatos pelos professores do TRF no follow-up quando as crianças tinham entre 12 e 13
anos de idade. As crianças preencheram o SRA no momento inicial para avaliar a
variedade de comportamentos delinquentes praticados e o consumo de drogas ao longo
da vida. E, foi aplicado o SRD no follow-up para avaliar a variedade e frequência do
comportamento delinquente e do consumo de drogas nos últimos 6 meses. Os autorrelatos
de delinquência foram complementados com relatos pelos professores e pais de
comportamento delinquente. As crianças foram classificadas em vários níveis de
gravidade de delinquência através do sistema de classificação de Loeber, Stouthamer-
Loeber, van Kammen e Farrington (1989) adaptado das classificações de gravidade de
Wolfgang, Figlio, Tracey e Singer (1985): delinquência geral (T1,2), contra a propriedade
(T1) e violenta (T1). Foi excluído das análises o item versatilidade criminal da CPS por
causa da sobreposição do seu conteúdo com as medidas antissociais. A psicopatia previu
comportamentos de externalização (a agressão e delinquência) no início da adolescência
mesmo após o controlo das psicopatologias e a predição foi superior às psicopatologias
de internalização. A psicopatia relacionou-se com a gravidade de delinquência geral,
contra a propriedade e violenta na infância, e previu a variedade e a gravidade de
delinquência no início da adolescência. A predição da delinquência no início da
adolescência pela psicopatia foi acima e para além de outras variáveis associadas ao crime
(o estatuto socioeconómico, o QI, a impulsividade, a agressão, o temperamento
descontrolado e a delinquência aos 10 anos de idade). A psicopatia também previu a
agressão e a delinquência avaliadas por medidas de psicopatologia no início da
adolescência. Foram comparados três grupos de rapazes: não-delinquentes estáveis, que
eram não delinquentes ou eram delinquentes aos 10 e 12-13 anos; delinquentes graves e
estáveis, que apresentavam os níveis mais elevados de delinquência aos 10 e 12-13 anos
de idade; e, todos os outros delinquentes, que não preencheram o critério de delinquência
grave, estável. O grupo de rapazes com padrões de delinquência estáveis e graves da
infância ao início da adolescência apresentaram níveis superiores de traços psicopáticos

67
na infância relativamente aos grupos de rapazes não delinquentes estáveis e outros
delinquentes independentemente do comportamento agressivo e do temperamento
descontrolado (Lynam, 1997). O estudo longitudinal realizado por Lynam e colegas
(2009a) foi conduzido nas três amostras do PYS: mais nova (idade média de 7 anos até
aos 18 anos), meio (idade média de 10 anos até aos 13 anos) e mais velha (idade média
de 13 anos até aos 18 anos). A delinquência foi avaliada pela aplicação regular,
inicialmente a cada 6 meses e posteriormente todos os anos, da SRD. Foi utilizada uma
versão reduzida da CPS. A psicopatia na infância previu a delinquência na adolescência
acima e para além da delinquência passada e a sua predição não diferiu em função da
idade e do estatuto de risco. No estudo realizado por Lynam e colegas (2009b) na amostra
do meio do PYS constituída por rapazes com idades situadas entre os 10 e 13 anos, a
psicopatia avaliada na pré-adolescência (M = 12.5 anos de idade) previu o número de
prisões e condenações por crime dos 18 aos 26 anos independentemente de outras
variáveis relacionadas com o crime (sociodemográficas, familiares, delinquência de pares
e diferenças individuais). O estudo realizado por López-Romero, Romero e Andershed
(2015) também avaliou a psicopatia através do relato pelos pais da mCPS,
designadamente dos seus fatores 1 (traços psicopáticos dos domínios interpessoais e
afetivos) e 2 (traços psicopáticos do domínio comportamental) numa amostra escolar de
crianças, com idades compreendidas entre os 6 e 11 anos, em Espanha. E, aplicou a versão
de relato pelos pais da subescala de problemas de conduta da CBCL avaliados no
momento inicial e em dois follows-up de 3 e 6 anos. Foram identificados três grupos de
crianças: o grupo baixo estável, que era constituído por crianças com níveis baixos de
problemas de conduta da infância à adolescência; o grupo alto estável, que era composto
por crianças identificados como o grupo com um início precoce de problemas de conduta
e persistente da infância à adolescência; e, o grupo limitado à infância, que era formado
por crianças com um pico de problemas de conduta na infância, mas que depois
diminuíam ao longo da adolescência. Os fatores da psicopatia relacionaram-se
positivamente com os problemas de conduta na infância. Apenas os traços psicopátios do
domínio comportamental discriminaram o grupo baixo estável dos grupos alto estável e
limitado à infância acima e para além de traços psicopáticos dos domínios interpessoais
e afetivos, da impulsividade e da empatia. Os adolescentes do grupo alto estável foram os
que apresentaram maiores níveis dos fatores de psicopatia e de todos os traços CU, com
exceção da subdimensão CU Une, avaliados pelos relatos pelos pais do ICU no follow-
up de 6 anos. Dois estudos realizados por Klingzell e colegas (2016) e Frogner e colegas

68
(2018) estudaram a relação da psicopatia e das suas dimensões com os problemas de
conduta utilizando uma amostra pré-escolar de crianças, com idades compreendidas entre
os 3 e 5 anos, na Suécia, derivada do projeto de investigação longitudinal prospetivo
SOFIA. As crianças foram acompanhadas em dois follows-up de um ano quando tinham
4-6 anos de idade e de dois anos quando tinham 5-7 anos de idade. Os traços psicopáticos
foram avaliados através de relatos pelos professores do CPTI. E, os problemas de conduta
foram medidos através de relatos pelos professores de uma escala desenvolvida para este
projeto no estudo de Frogner e colegas (2018) e no caso do estudo de Klingzell e colegas
(2016) para além dos relatos pelos professores também avaliou o relato pelos pais desta
escala. No estudo conduzido por Frogner e colegas (2018), a psicopatia e as suas
dimensões previram os problemas de conduta após 1 e 2 anos, bem como níveis altos de
problemas de conduta estáveis, independentemente do género das crianças e do nível
sociodemográfico e origem dos seus pais. A dimensão interpessoal da psicopatia foi o
pior preditor dos problemas de conduta. Após o controlo de problemas de conduta
precoces, as três dimensões deixaram de prever ou foram muito baixos preditores dos
problemas de conduta. A combinação de problemas de conduta concorrentes com a
personalidade psicopática (3 dimensões) foi o preditor mais forte de problemas de
conduta contínuos ao longo da infância do que a combinação de problemas de conduta
concorrentes e apenas os traços psicopáticos CU nos rapazes, mas não nas raparigas. No
estudo realizado pelo autor Klingzell e colegas (2016), houve uma tendência para os
traços CU e os problemas de conduta evoluírem em conjunto ao longo da infância, isto é,
as crianças que aumentam ou diminuem os traços CU exibem mudanças semelhantes nos
problemas de conduta. Ao longo da infância, a estabilidade e a mudança de traços
psicopáticos dos domínios interpessoal e comportamental relacionaram-se com a
estabilidade e a mudança de traços CU e dos problemas de conduta. Van Baardewijk e
colegas (2011) realizou um estudo longitudinal numa amostra escolar de crianças, com
idades compreendidas entre os 9 e 12 anos, na Holanda, sobre a relação da psicopatia e
das suas dimensões com problemas de conduta. Os traços psicopáticos foram avaliados
através de autorrelatos do YPI-CV. Os problemas de conduta foram avaliados por
subescalas de autorrelatos do SDQ, de relatos pelos professores da Problem Behavior at
School Interview (PBSI; Erasmus, 2000) e nomeações por colegas de turma do Peer-
Report Measure of Internalizing and Externalizing Behavior (PMIEB; Weiss, Harris, &
Catron, 2002). A psicopatia e as suas dimensões previram os problemas de conduta num
follow-up de 18 meses, mesmo após o controlo dos problemas de conduta iniciais, e

69
também se relacionaram com os problemas de conduta concorrentes. Após o controlo das
dimensões da psicopatia, apenas a dimensão comportamental foi associada unicamente
aos problemas de conduta concorrentes e no follow-up. O grupo de crianças com níveis
mais altos de traços psicopáticos estáveis durante o follow-up de 18 meses apresentaram
níveis superiores de problemas de conduta no follow-up de 18 meses relativamente aos
grupos de crianças com níveis baixos estáveis de psicopatia e níveis instáveis de
psicopatia (van Baardewijk et al., 2011).

Apenas existe um estudo experimental, ao nosso conhecimento, centrado na


relação entre a psicopatia e o comportamento agressivo. Este estudo foi conduzido por
van Baardewijk, Stegg, Bushman e Vermeiren (2009) numa amostra escolar de crianças,
com idades médias compreendidas entre os 9.13 e 12.76 anos, na Holanda. O YPI-CV foi
utilizado para avaliar autorrelatos de psicopatia. A tarefa experimental aplicada foi o
FastKid! (Thomaes, Bushman, Stegge, & Olthof, 2008), que corresponde a um jogo de
computador competitivo de tempo de reação, no qual as crianças jogavam contra um
adversário simulado ao enviar-lhe sons altos com níveis de intensidade de 0 (sem ruído)
a 7 (100 dB de ruído, semelhante a um alarme de incêndio) através de auscultadores. Os
participantes eram informados que os sons de níveis superiores a 7 iriam aleijar os seus
adversários. A saliência da angústia do adversário era aumentada para metade dos
participantes (selecionados aleatoriamente) através de uma mensagem escrita
expressando o seu medo. Foi utilizado como medida de agressão o nível médio do som
aplicado ao adversário. A psicopatia relacionou-se com agressão na tarefa experimental,
bem como as crianças com níveis elevados de traços psicopáticos exibiram níveis mais
altos de agressão nesta relativamente às crianças com níveis mais baixos de traços
psicopáticos. Esta relação apenas se verificou na condição sem sinais de angústia do
adversário, mas não se verificou na condição com sinais de angústia dos outros (van
Baardewijk et al., 2009).

Apesar de os estudos nesta área de investigação na infância serem escassos, são


consistentes na demonstração da relação de traços psicopáticos com o comportamento
antissocial na infância (Baker et al., 2007; Benesch et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Colins
et al., 2014a, 2017a, 2018; Dadds et al., 2005; Frick et al., 1994; Frogner et al., 2018;
Klingzell et al., 2016; López-Romero et al., 2015b; Lynam, 1997; Pardini et al., 2006;
van Baardewijk et al., 2010, 2011; Waller et al., 2015) e o risco da sua prática a curto e
longo prazo (Enebrink et al., 2006), bem como apresentaram evidência da predição pelos

70
traços psicopáticos avaliados na infância do comportamento antissocial na adolescência
(Byrd et al., 2012, 2018; López-Romero et al., 2015b; Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a;
Pardini et al., 2006) e no início da idade adulta (Byrd et al., 2012; Lynam et al., 2009b).
A inexistência de relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial
apenas foi evidenciada em parte dos resultados de dois estudos realizados por Ezpeleta e
colegas (2013) e Marsee e colegas (2005) entre os relatos não correspondentes destas
variáveis, mas houve relação entre os relatos análogos destas, e do estudo realizado por
Somma e colegas (2006a) apenas para os relatos pelos pais da psicopatia, mas os relatos
pelas mães e pelos professores da psicopatia relacionaram-se com os problemas
comportamentais escolares, bem como do estudo realizado por Dadds e Fraser (2006a)
sobre comportamentos piromaníacos. No entanto, a maior parte dos estudos demonstrou
que esta relação era consistente entre fontes de informação distintas (Baker et al., 2007;
Byrd et al., 2018; Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Frick et al., 1994; Klingzell et al.,
2016; Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a; Pardini et al., 2006; van Baardewijk et al., 2011;
Waller et al., 2015) e metodologias distintas (Byrd et al., 2012; Ciucci et al., 2014;
Enebrink et al., 2006; Lynam et al., 2009b; Somma et al., 2006a). Alguns estudos
apresentaram limitações no sentido em que apenas utilizaram as versões de autorrelato
(van Baardewijk et al., 2010), de relato pelos pais (Benesch et al., 2014; Dadds et al.,
2005; López-Romero et al., 2015b) e de relatos pelos professores (Colins et al., 2018;
Frogner et al., 2018) dos questionários que mediram as variáveis, estando, assim, sujeitos
à variância partilhada pelo método. A evidência da relação de traços psicopáticos com o
comportamento antissocial também foi consistente com operacionalizações distintas
destas variáveis, nomeadamente através dos seguintes instrumentos de avaliação de traços
psicopáticos: o APSD (Dadds et al, 2005; Enebrink et al., 2006; Frick et al., 1994; Marsee
et al., 2005), a CPS (Baker et al., 2007; López-Romero et al., 2015b; Lynam, 1997;
Lynam et al., 2009a/b), o CPTI (Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Frogner et al., 2018;
Klingzell et al., 2016; Somma et al., 2016a), a IC (Byrd et al., 2012, 2018; Pardini et al.,
2006), o ICU (Benesch et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013; Waller et
al., 2015), a CUS (Dadds et al, 2005) e o YPI-CV (van Baardewijk et al., 2010, 2011); e,
as seguintes medidas do comportamento antissocial: o SRA (Pardini et al., 2006; Lynam,
1997), o SRD (Byrd et al., 2012; Pardini et al., 2006; Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a;
Marsee et al., 2005; Pardini et al., 2006), a CBCL (Baker et al., 2007; Benesch et al.,
2014; Byrd et al., 2018; Colins et al., 2017a; Frick et al., 1994; López-Romero et al.,
2015b; Pardini et al., 2006; Waller et al., 2015), o TRF (Baker et al., 2007; Colins et al.,

71
2017a; Lynam, 1997; Pardini et al., 2006; Waller et al., 2015), o YSR (Lynam, 1997), o
CTR (Colins et al., 2018), o TBB-SSV (Benesch et al., 2014), o PMIEB (van Baardewijk
et al., 2011), o SDQ (Ezpeleta et al., 2013; van Baardewijk et al., 2010, 2011), o EARL-
20B (Enebrink et al., 2006), a escala revista do comportamento antissocial (Dadds et al.,
2005), os registos oficiais de crime (Byrd et al., 2012; Lynam et al., 2009b), os registos
escolares de problemas comportamentais (Ciucci et al., 2014; Somma et al., 2016a) e um
questionário desenvolvido no âmbito do projeto de investigação (Colins et al., 2014a;
Frogner et al., 2018; Klingzell et al., 2016). Estes estudos foram realizados em diversos
tipos de amostras, designadamente maioritariamente em amostras na comunidade (Baker
et al., 2007; Byrd et al., 2012, 2018; Colins et al., 2017a; Ezpeleta et al., 2013; Lynam,
1997; Lynam et al., 2009a/b; Pardini et al., 2006; Waller et al., 2015) e (pré-)escolares
(Ciucci et al., 2014; Colins et al., 2014a, 2018; Dadds et al., 2005; Frogner et al., 2018;
Klingzell et al., 2016; López-Romero et al., 2015b; Marsee et al., 2005; Somma et al.,
2016a; van Baardewijk et al., 2010, 2011), mas apenas alguns estudos utilizaram amostras
clínicas (Benesch et al., 2014; Enebrink et al. 2006; Frick et al., 1994). Sendo assim, há
a necessidade de a investigação futura replicar os estudos em amostras clínicas. Apesar
de a maior parte dos estudos terem sido realizados nos Estados Unidos (Baker et al., 2007;
Byrd et al., 2012, 2018; Frick et al., 1994; Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a/b; Marsee
et al., 2005; Pardini et al., 2006, 2014; Waller et al., 2015), a relação entre os traços
psicopáticos e o comportamento antissocial também foi demonstrada em contextos
culturais distintos, designadamente na Alemanha (Benesch et al., 2014), na Austrália
(Dadds et al., 2005), em Espanha (Ezpeleta et al., 2013; López-Romero et al., 2015b), na
Holanda (Colins et al., 2018; van Baardewijk et al., 2011), em Itália (Ciucci et al., 2014;
Somma et al., 2016a) e na Suécia (Colins et al., 2014a, 2017a; Enebrink et al., 2006;
Frogner et al., 2018; Klingzell et al., 2016; van Baardewijk et al., 2010). Numa minoria
de estudos as amostras eram compostas por crianças apenas do sexo masculino (Benesch
et al., 2014; Byrd et al., 2012, 2018; Enebrink et al., 2006; Lynam, 1997; Lynam et al.,
2009a/b; Pardini et al., 2006), estando os resultados limitados a este género. Contudo, a
maior parte das amostras destes estudos eram constituídas por crianças de ambos os
géneros (Baker et al., 2007; Ciucci et al., 2014; Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Dadds
et al., 2005; Ezpeleta et al., 213; Frick et al., 1994; Frogner et al., 2018; Klingzell et al.,
2016; López-Romero et al., 2015b; Marsee et al., 2005; Somma et al., 2016a; van
Baardewijk et al., 2010, 2011; Waller et al., 2015), cujos resultados de uma parte destes
foram independentes do género (Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Ciucci et al., 2014;

72
Ezpeleta et al., 2013; Frogner et al., 2018; Marsee et al., 2005). Uma parte dos estudos
forneceu evidência de que a relação entre os traços psicopáticos era independente do
género crianças (Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Ezpeleta et al., 2013; Frogner et al.,
2018; Marsee et al., 2005; Somma et al., 2016a; Waller et al., 2015). Contudo, os estudos
realizados por Dadds e seu colegas (2005) e Ciucci e colegas (2014) evidenciaram
diferenças de género na relação de traços psicopáticos com o comportamento antissocial.
Os estudos foram realizados em amostras de crianças com idades situadas no início da
infância (Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Dadds et al., 2005; Ezpeleta et al., 2013;
Frogner et al., 2018; Klingzell et al., 2016), a meio da infância (Benesch et al., 2014; Byrd
et al., 2012, 2018; Colins et al., 2018; Dadds et al., 2005; Enebrink et al., 2006; Frick et
al., 1994; López-Romero et al., 2015b; Lynam et al., 2009a; Pardini et al., 2006; Somma
et al., 2016a; Waller et al., 2015) e/ou no final da infância (Baker et al., 2007; Benesch et
al., 2014; Enebrink et al., 2006; Frick et al., 1994; López-Romero et al., 2015b; Lynam,
1997; Lynam et al., 2009a/b; Pardini et al., 2006; Somma et al., 2016a; van Baardewijk
et al., 2010, 2011). Marsee e colegas (2015) e Ciucci e colegas (2014) utilizaram amostras
mistas de crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre os 10 e 17 anos, nos
seus estudos, cujas conclusões não podem ser apenas limitadas à infância, uma vez que
não foi controlada a idade nas suas análises. Uma parte dos estudos forneceu evidência
de que a relação entre os traços psicopáticos era independente da idade das crianças (Byrd
et al., 2012, 2018; Colins et al., 2014a, 2018; Lynam, et al., 2009a; Pardini et al., 2006;
Somma et al., 2016a). Contudo, o estudo realizado por Dadds e seu colegas (2005)
evidenciou também diferenças de idade na relação entre os traços psicopáticos e o
comportamento antissocial. Além disso, é importante destacar que alguns estudos revistos
forneceram evidência de que os traços psicopáticos previram o comportamento
antissocial acima e para além de outras variáveis relacionadas com o crime,
nomeadamente outras caraterísticas sociodemográficas das crianças e dos seus pais (e.g.,
a raça e a etnia das crianças, a origem dos pais, nível socioeconómico dos seus pais; Byrd
et al., 2012; Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Dadds et al., 2005; Frogner et al., 2018;
Lynam, 1997; Lynam et al., 2009b; Pardini et al., 2006; Somma et al., 2016a; Waller et
al., 2015), os comportamentos de externalização (os problemas de conduta, a
delinquência, o crime e a agressão; Dadds et al.; 2005; Enebrink et al., 2006; Lynam,
1997; Lynam et al., 2009a; Pardini et al., 2006; van Baardewijk et al., 2011; Waller et al.,
2015), as diferenças individuais (e.g., o temperamento, a empatia, a impulsividade, o
funcionamento executivo, a inteligência e as psicopatologias; Byrd et al., 2012; Ezpeleta

73
et al., 2013; López-Romero et al., 2015b; Lynam, 1997; Lynam et al., 2009b; Pardini et
al., 2006; Waller et al., 2015) e fatores parentais, delinquência de pares (Lynam et al.,
2009b) e o nível socioeconómico da vizinhança (Lynam et al., 2009b; Pardini et al.,
2006). No entanto, o estudo de Frogner e colegas (2018) não demonstrou a predição
incremental de traços psicopáticos relativamente a problemas de conduta precoces. No
estudo realizado por Pardini e colegas (2006), os traços psicopáticos não tiveram utilidade
preditiva do comportamento antissocial após o controlo de psicopatologias de
externalização apenas para a amostra mais jovem e do meio do PYS. E, no estudo
conduzido por Byrd e colegas (2012) os traços psicopáticos deixaram de discriminar o
grupo de delinquentes persistentes do grupo de desistentes após o controlo de outros
fatores de risco do crime (o sucesso académico, a punição física, a supervisão parental,
os pares delinquentes e a impressão de vizinhança). As subdimensões CU Unc e
particularmente a Cal foram as que tiveram uma contribuição mais importante para o
comportamento antissocial (Benesch et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013;
Waller et al., 2015). A subdimensão CU Une de modo geral não se relacionou (Benesch
et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013) ou relacionou-se unicamente de
forma negativa com o comportamento antissocial (Waller et al., 2015). Os estudos que
analisaram a relação de todas as dimensões da psicopatia com o comportamento
antissocial, demonstraram a importância para além da dimensão afetiva das outras
dimensões interpessoal e comportamental neste (Baker et al., 2007; Colins et al., 2014a,
2017a, 2018; Frick et al., 1994; Frogner et al., 2018; Klingzell et al., 2016; López-Romero
et al., 2015b; Marsee et al., 2005; van Baardewijk et al., 2010, 2011). A maior parte dos
estudos não forneceu informação relativamente à relação única das dimensões da
psicopatia com o comportamento antissocial, uma vez que se centraram apenas na análise
da dimensão afetiva da psicopatia (Benesch et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Dadds et al.,
2005; Ezpeleta et al., 2013; Waller et al., 2015), das dimensões afetiva e interpessoal da
psicopatia (Byrd et al., 2012, 2018; Pardini et al., 2006), da dimensão interpessoal e
comportamental da psicopatia (Enebrink et al., 2003), da pontuação total da psicopatia
(Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a/b; Marsee et al., 2005; Somma et al., 2016a) ou não
controlaram a variância partilhada pelas dimensões nas suas análises (Baker et al., 2007;
Frick et al., 1994; Klingzell et al., 2016; van Baardewijk et al., 2010). Relativamente à
contribuição única das dimensões no comportamento antissocial os resultados são
inconsistentes: as dimensões afetiva e comportamental são os preditores mais fortes
(Colins et al., 2014a, 2017a; Frogner et al., 2018), ora é a dimensão interpessoal (Colins

74
et al., 2017a, 2018), ora é apenas a dimensão comportamental (López-Romero et al.,
2015b; van Baardewijk et al., 2011), ora não é nenhuma (Marsee et al., 2005). O único
estudo que também analisou a interação dos fatores da psicopatia demonstrou que este
era o melhor preditor do comportamento antissocial (Colins et al., 2014a). Estes
resultados chamam a atenção para a investigação futura estudar a psicopatia de forma
global, a contribuição única das suas dimensões e a interação entre estas na predição do
comportamento antissocial e não apenas o estudo isolado de algumas dimensões da
psicopatia. Por fim, a evidência relacionada com a utilidade preditiva de traços
psicopáticos é mais escassa. A maior parte dos estudos utilizaram follows-up de curta
duração durante a infância entre 1 e 3 anos (Dadds et al., 2005; Enebrink et al., 2003;
Ezpeleta et al., 2013; Klingzell et al, 2016; van Baardewijk et al., 2011; Waller et al.,
2015). Alguns estudos derivados do PYS forneceram evidência da predição do
comportamento antissocial pelos traços psicopáticos noutras etapas do desenvolvimento,
nomeadamente na adolescência (Byrd et al., 2012, 2018; López-Romero et al., 2015b;
Lynam, 1997; Pardini et al., 2006) e no início da idade adulta (Byrd et al., 2012; Lynam
et al., 2009a/b).

Os estudos revistos forneceram evidência de que crianças com níveis mais


elevados de traços psicopáticos apresentam uma maior predisposição para a prática de
comportamento agressivo em amostras na comunidade (Baker et al., 2007; Byrd et al.,
2018; Ezpeleta et al., 2013; Kimonis et al., 2006b; Lynam, 1997; Pardini et al., 2014;
Waller et al., 2015), (pré-)escolares (Assary et al., 2015; Dadds et al., 2005; Frick et al.,
2003a; Kimonis et al., 2006a; Marsee et al., 2005; van Baardewijk et al., 2009) e clínicas
(Benesch et al., 2014; Frick et al., 1994) constituídas por crianças (e adolescentes apenas
no caso do estudo de Marsee e colegas (2005)) de modo geral de ambos os géneros
(Assary et al., 2015; Baker et al., 2007; Dadds et al., 2005; Frick et al., 1994; Frick et al.,
2003a; Ezpeleta et al., 2013; Kimonis et al., 2006a/b; Marsee et al., 2005; van Baardewijk
et al., 2009; Waller et al., 2015) e em alguns estudos apenas do sexo masculino (Benesch
et al., 2014; Byrd et al., 2018; Lynam, 1997; Pardini et al., 2014). Esta relação foi
independente de informantes distintos, com exceção dos estudos realizados por Benesch
e colegas (2014) e Assary e colegas (2015) que apenas utilizaram os relatos pelos pais e
pelos professores, respetivamente. Os resultados também foram consistentes por diversas
operacionalizações de traços psicopáticos– o APSD (Dadds et al., 2005; Frick et al., 1994;
Frick et al., 2003a; Kimonis et al., 2006a/b; Marsee et al., 2005), a CPS (Baker et al.,

75
2007; Lynam, 1997), a CUS (Assary et al., 2015; Dadds et al., 2005), a IC (Byrd et al.,
2018; Pardini et al., 2014), o ICU (Benesch et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013; Waller et
al., 2015), e o YPI-CV (van Baardwijk et al., 2009) - e do comportamento agressivo
através de (sub)escalas de questionários – a ABRS (Frick et al., 2003a; Kimonis et al.,
2006a/b), o ASR (Pardini et al., 2014), a CAS (Ezpeleta et al., 2013), a CBCL (Baker et
al., 2007; Benesch et al., 2014; Byrd et al., 2018; Ezpeleta et al., 2013; Frick et al., 1994;
Waller et al., 2015), o FAVK (Benesch et al., 2014), o PBQ (Assary et al., 2015), o TRF
(Baker et al., 2007; Lynam, 1997; Pardini et al., 2014; Waller et al., 2015), o SRA
(Lynam, 1997), o SRD (Lynam, 1997; Marsee et al., 2005; Pardini et al., 2014) e o YSR
(Lynam, 1997; Pardini et al., 2014) -, de registos oficiais de crime (Pardini et al., 2014) e
de uma tarefa experimental (van Baardewijk et al., 2009). A maior parte dos estudos
foram realizados nos Estados Unidos (Assary et al., 2015; Baker et al., 2007; Byrd et al.,
2018; Frick et al., 1994, 2003a; Kimonis et al., 2006a/b; Lynam, 1997; Marsee et al.,
2005; Pardini et al., 2014; Waller et al., 2015), existindo uma pequena evidência desta
relação proveniente de investigações conduzidas noutros contextos culturais,
nomeadamente na Alemanha (Benesch et al., 2014), na Austrália (Dadds et al., 2005), em
Espanha (Ezpeleta et al., 2013) e na Holanda (van Baardewijk et al., 2009). Sendo assim,
há a necessidade de replicar estes resultados noutros países distintos dos Estados Unidos.
Os estudos foram realizados em amostras de crianças com idades situadas no início da
infância (Assary et al., 2015; Dadds et al., 2005; Ezpeleta et al., 2013; Kimonis et al.,
2006a), a meio da infância (Benesch et al., 2014; Byrd et al., 2018; Dadds et al., 2005;
Frick et al., 1994; Kimonis et al., 2006b; Pardini et al., 2014; Waller et al., 2015) e/ou no
final da infância (Baker et al., 2007; Benesch et al., 2014; Frick et al., 1994, 2003a;
Lynam, 1997; Marsee et al., 2005; Pardini et al., 2014; van Baardewijk et al., 2009). Uma
pequena parte destes estudos forneceu evidência da utilidade preditiva de traços
psicopáticos para a agressão durante a infância em follows-up de um ano (Ezpeleta et al.,
2013; Waller et al., 2015), bem como na adolescência (Byrd et al., 2018; Lynam, 1997;
Pardini et al., 2014) e na idade adulta (Pardini et al., 2014). Alguns estudos também
demonstraram que os traços psicopáticos previram o comportamento agressivo acima e
para além de outras variáveis relacionadas com o crime, nomeadamente o género
(Kimonis et al., 2006a/b; Waller et al., 2015), o rendimento familiar, a raça e a etnia das
crianças, o nível de escolaridade de seus pais (Waller et al., 2015), a inibição
comportamental (Kimonis et al., 2006a), o uso de punição corporal pelos seus pais
(Kimonis et al., 2006a), as psicopatologias de internalização e de externalização (Lynam,

76
1997; Waller et al., 2015). É de destacar que no estudo conduzido por Waller e colegas
(2015) não houve predição incremental de traços psicopáticos no comportamento
agressivo entre fontes de informação distintas para o estudo conduzido por, apenas houve
entre os informantes correspondentes. De modo semelhante, no estudo realizado por
Marsee e colegas (2005) apenas houve relação entre a psicopatia e agressão entre os
relatos correspondentes. Em conjunto com o estudo realizado por van Baardewijk e
colegas (2009) no qual não se evidenciou a relação na condição com sinais de angústia,
estes foram os únicos estudos que evidenciaram inexistência de relação entre os traços
psicopáticos e a agressão, que foi apenas em parte dos seus resultados. Tal como no estudo
da relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial, muitos estudos
também se centraram apenas na dimensão afetiva (Assary et al., 2015; Benesch et al.,
2014; Ezpeleta et al., 2013; Frick et al., 2003a; Kimonis et al., 2006a; Waller et al., 2015)
ou nas dimensões afetivas e interpessoais (Byrd et al., 2018; Pardini et al., 2014), ora
analisaram apenas a pontuação total da psicopatia (Kimonis et al., 2006b; Lynam, 1997;
Marsee et al., 2005; van Barrdewijk et al., 2009), constituindo uma limitação destes. Uma
parte destes estudos demonstrou a importância de todas as subdimensões CU com
exceção da Une - Unc e particularmente a Cal - no comportamento agressivo (Benesch et
al., 2014; Ezpeleta et al., 2013; Waller et al., 2015). Outros estudaram as dimensões da
psicopatia (Baker et al., 2007; Dadds et al., 2005; Frick et al., 1994), bem como a relação
única destas (Marsee et al., 2005) com o comportamento antissocial, demonstrando a
importância das dimensões interpessoal e comportamental para além da dimensão afetiva
da psicopatia na agressão.

Concluindo, existe evidência escassa de que crianças com níveis mais elevados de
traços psicopáticos apresentam uma maior predisposição para a prática do
comportamento antissocial e agressivo na infância, na adolescência e no início da idade
adulta. Este conhecimento empírico chama a atenção da Criminologia para a necessidade
de incluir na sua investigação e nas suas teorias relacionadas com as causas do crime os
traços psicopáticos, bem como para importância destes traços na prevenção e intervenção
precoce do comportamento antissocial e agressivo. A investigação futura deverá estudar
a relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial utilizando desenhos
longitudinais e metodologias avançadas.

77
3.1. Relação entre a psicopatia e formas específicas de agressão

Enquanto os estudos revistos anteriormente demonstraram que crianças com


níveis mais altos de traços psicopáticos apresentam uma maior tendência para a prática
do comportamento agressivo, apenas alguns estudos analisaram a associação de traços
psicopáticos com tipos específicos de agressão. O comportamento agressivo pode ser
distinguido nos seguintes dois subtipos de agressão tendo como subjacente a motivação
intrínseca ao comportamento e o papel das emoções neste: a agressão reativa (referida
frequentemente como agressão afetiva, hostil, impulsiva ou com raiva) e a agressão
proativa (também denominada como agressão instrumental ou predatória). A agressão
reativa refere-se a uma resposta emocionalmente carregada, defensiva, imediata e
impulsiva a uma situação percecionado como negativa, como uma ameaça ou como uma
provocação (e.g., perigo físico iminente ou insulto; Cima & Raine, 2009). Esta é
geralmente acompanhada por estados emocionais negativos, tais como a ira, a frustração
e a hostilidade. E, a pessoa que a pratica apenas tem o intuito de causar dano à vítima,
isto é, não tem nenhum objetivo secundário além do ato agressivo (Berkowitz, 1993). É
argumentado que este tipo de agressão está associado a uma ativação afetivo-fisiológica
elevada e a um processamento cognitivo mínimo (Chase, O'Leary & Heyman, 2001).
Diferentemente, a agressão proativa é dirigida a um objetivo, sendo motivada por um
reforço ou uma recompensa externa ao ato (e.g., obter um brinquedo ou estatuto social).
Esta é instrumental, controlada, planeada, premeditada, não é precedida por uma reação
emocional forte e é realizada com frieza emocional (Berkowitz, 1993). Durante a
agressão, a ativação autonómica do indivíduo é considerada mínima (Blair, 2003).
Autores, como por exemplo Bushman e Anderson (2001), criticam a distinção destas duas
formas de agressão na medida em que consideram os comportamentos agressivos
complexos, existindo a possibilidade de refletirem motivos mistos. Outros autores Reidy,
Shelley-Tremblay e Lilienfeld (2011) consideram que apesar de forma geral os atos
agressivos não serem puros, estas manifestações puras de agressão reativa e proativa
continuam a existir. Sendo assim, é relevante destacar que a classificação dos
comportamentos e dos indivíduos como reativos ou proativos não é mutuamente
exclusiva, uma vez que um indivíduo pode praticar ambos subtipos de agressão e um
único comportamento agressivo pode conter elementos de ambas formas de agressão
(id.).

78
Existe evidência robusta que apoia a presença destes dois subtipos distintos de
agressão para além da idade adulta (Chase et al., 2001; Raine et al., 1998) na infância e
na adolescência (Kempes, Matthys, de Vries, & van Engeland, 2005; Raine et al., 2006).
De acordo com as definições contemporâneas da psicopatia, esta está associada a uma
maior tendência para a adoção de comportamentos instrumentais, realizados com frieza
emocional, e não reativos, realizados com volatilidade emocional (Blair, Mitchell, &
Blair, 2005; Patrick, Fowles, & Krueger, 2009). A literatura sugere que a associação da
psicopatia à agressão proativa poderá estar na base da distinção dos psicopatas de outros
indivíduos antissociais (Blair et al., 2005; Glenn & Raine, 2009; Porter & Woodworth,
2006). Sugere também que a psicopatia está associada um risco aumentado de agressão
reativa, especificando que não é a sensibilidade à ameaça que está na origem deste tipo
de agressão nos psicopatas, esta é provocada pela frustração, isto é, o estado emocional
decorrente do desempenho de uma ação na expetativa de receber uma determinada
recompensa e isso não acontecer (Blair, 2010). A relação entre a psicopatia e a agressão
instrumental está bem substanciada na literatura. Contudo, a literatura no que concerne à
relação entre a agressão reativa e a psicopatia é mais escassa e a evidência da relação
entre estas é inconsistente (e.g., Cima & Raine, 2009; Reidy et al., 2011). Isto relaciona-
se com o facto de a agressão reativa ser a forma mais prevalente na sociedade e, por sua
vez, a agressão proativa ser a forma mais patológica (Reidy et al., 2011). Na perspetiva
de Reidy et al. (id.), se os indivíduos com altos traços de psicopatia têm predisposição
para adotar atos agressivos instrumentais, também serão predispostos a praticar atos
agressivos mais normativos.

A literatura sugere que indivíduos com níveis elevados de traços psicopáticos


possuem uma maior propensão para a prática da agressão proativa. Existe evidência
robusta da relação entre a psicopatia e agressão instrumental derivada de estudos
realizados em amostras forenses de adultos (Chase et al., 2001; Cima & Raine, 2009;
Cornell, Warren, Hawk, Stafford, Oram, & Pine, 1996; Edens, Poythress, Lilienfeld,
Patrick, & Test, 2008; Porter & Woodworth, 2007; Porter, Woodworth, Earle, Drugge, &
Boer, 2003; Serin, 1991; Walsh, Swogger & Kosson, 2009; Williamson, Hare, & Wong,
1987; Woodworth & Porter, 2002) e de adolescentes (Loper, Hoffschmidt & Ash, 2001;
Flight, & Forth, 2007; Murrie, Cornell, Kaplan, McConville, & Levy-Elkon, 2004;
Vitacco, Newmann, Caldwell, Leistico, & van Rybroek, 2006), e de estudos realizados
na comunidade de adultos (Nouvion, Cherek, Lane, Tcheremissine, & Lieving, 2007;

79
Rilling, Glenn, Jairam, Pagnoni, Goldsmith, & Elfenbein, 2007; Reidy, Zeichner, Miller,
& Martinez, 2007) e de adolescentes (Raine et al., 2006). Existe evidência de que a
psicopatia também está associada a um risco acrescido de agressão reativa em populações
forenses (e.g., Kruh et al., 2005) e em populações não-forenses (e.g., Reidy et al., 2007).
Contrariamente aos estudos anteriores, no qual a psicopatia estava mais relacionada com
a agressão instrumental, os resultados da metanálise realizada por Blais, Solodukhin &
Forth (2014) constataram que a psicopatia não está mais relacionada com um dos tipos
de agressão, mas com ambas. Contudo, esta área de investigação na infância é escassa e
de seguida serão descritos os estudos que analisaram a relação entre os traços psicopáticos
e os subtipos de agressão na infância.

Colins e colegas (2017a) realizaram um estudo numa amostra de grandes


dimensões na comunidade composta por gémeos com 5 anos de idade derivada do
PETSS. O estudo revelou que relatos pelos professores de psicopatia avaliados pelo CPTI
e as suas dimensões relacionaram-se a ambos subtipos de agressão reativa e proativa
avaliados pela Aggressive Behavior Rating Scale (ABRS; Brown, Atkins, Osborne, &
Milnamow, 1996), independentemente do género da criança e da origem e do nível
socioeconómico dos seus pais. Após o controlo da variância partilhada pelas dimensões
da psicopatia, a associação das dimensões interpessoais e comportamentais com os
subtipos de agressão diminuiu de intensidade, sugerindo que a relação entre estas e as
formas de agressão advém do efeito conjunto dos fatores, bem como a dimensão afetiva
da psicopatia deixou de se relacionar com os subtipos de agressão. Os traços psicopáticos
apresentaram relações mais fortes com a agressão proativa do que com a agressão reativa,
exceto para a dimensão comportamental da psicopatia após o controlo das outras
dimensões. Além disso, a dimensão interpessoal da psicopatia foi a que apresentou
relações mais fortes com ambos subtipos de agressão. O estudo conduzido por Colins e
colegas (2018) replicou os resultados do estudo anterior numa amostra pré-escolar de
crianças, com idades compreendidas entre os 3 e 7 anos, na Holanda. Neste estudo para
além da relação positiva da psicopatia e das suas dimensões com ambas formas de
agressão ser independente das caraterísticas sociodemográficas avaliadas no estudo
anterior, também foi independente da idade das crianças. Este também utilizou relatos de
professores para avaliar as variáveis e mediu a psicopatia com o CPTI, mas
diferentemente do estudo anterior utilizou o Instrument for Reactive and Proactive

80
Aggression (IRPA; Polman, de Castro, Thomaes, & van Aken, 2009) para a avaliar os
subtipos da agressão (id.).

Num estudo conduzido numa amostra de pequenas dimensões na comunidade de


crianças, com uma idade média de 9 anos, nos Estados Unidos, a psicopatia avaliada pelo
APSD relacionou-se com a agressão reativa e proativa avaliada pela ABRS
independentemente do género, do outro tipo de agressão e das fontes de informação
(autorrelato, relato pelos pais e relatos combinados), com maior intensidade para a
agressão proativa (Kimonis, Frick, Fazekas, & Loney, 2006). Outro estudo também
utilizou os relatos combinados de pais e professores do APSD, mas apenas avaliou a
versão pré-escolar da dimensão afetiva do APSD e aplicou relatos pelos professores da
ABRS. Os traços psicopáticos CU relacionaram-se com a agressão proativa,
independentemente do género, da inibição comportamental, da punição corporal e da
agressão reativa, mas não se relacionaram com a agressão reativa numa amostra pré-
escolar de pequenas dimensões de crianças com idades compreendidas entre os 2 e 5 anos
(82% com 3 e 4 anos de idade) nos Estados Unidos (Kimonis, Frick, Boris, Smyke,
Cornell, Farrell et al., 2006). Ciucci e colegas (2014) estudaram a relação entre os traços
psicopáticos CU avaliados por autorrelatos do ICU e a frequência de nominações por
colegas de turma de agressão reativa, que foi avaliada por um item que pedia aos alunos
para nomearem até seis colegas de turma que melhor se enquadravam na descrição de
frequentemente “react aggressively when teased” durante os 2-3 meses anteriores, numa
amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os 10 e 16 anos. Os traços
psicopáticos CU e todas as suas dimensões (Cal e Unc) exceto a Une relacionaram-se
com a agressão reativa. Quando analisada a relação consoante o género, os traços CU
deixaram de ser relacionar com a agressão reativa nos alunos do género feminino,
enquanto nos alunos do género masculino apenas se mantiveram as relações da agressão
reativa com os traços CU e a sua dimensão Unc. Após o controlo das dimensões CU,
apenas a dimensão Unc manteve a relação positiva com a agressão reativa
independentemente do género e a dimensão Une relacionou-se negativamente com a
agressão reativa nos indivíduos do género feminino. Bezdjian e colegas (2011a)
estudaram a covariação genética e ambiental entre os traços psicopáticos e a agressão
proativa e reativa na infância numa amostra de grandes dimensões na comunidade
(Estados Unidos) de gémeos (n = 596) e tripletos (n = 9), com idades compreendidas entre
os 9 e 10 anos, derivada da primeira onda do Southern California Twin Register at the

81
USC Study of Risk Factors for ASB (Baker et al., 2006). Os instrumentos de avaliação
administrados foram a versão de relato pelos pais e de autorrelato da CPS-RE e do
Reactive-Proactive Aggression (Raine, Dodge, Loeber, Gatzke-Kopp, Lynam, Reynolds,
Stouthamer-Loeber, & Liu 2006). O estudo revelou uma relação positiva entre os fatores
da psicopatia e os subtipos de agressão. Houve influências genéticas comuns partilhadas
entre os fatores da CPS – Caloso/Desinibido e Manipulador/Dissimulado –, e os
comportamentos agressivos. Foram encontradas influências genéticas e ambientais não
partilhadas específicas aos fatores da psicopatia e aos subtipos de agressão sugerindo
independência etiológica destes fenótipos. A influência genética foi superior entre fatores
de psicopatia e a agressão proativa do que com a agressão reativa para as versões de
autorrelato destes instrumentos (Bezdjian et al., 2011a). Baker e colegas (2007) utilizaram
a mesma amostra do estudo anterior (Bezdjian et al., 2011b). Apesar deste estudo ter
como objetivo a análise das influências genéticas e ambientais no comportamento
agressivo e antissocial na infância, este fornece informação sobre as correlações entre a
psicopatia e a agressão reativa e proativa na infância (ver Tabela 4, p. 31, Baker et al.,
2007). O relato pelos pais e o autorrelato do Fator 1 (CU; Callous–Unemotional) e o Fator
2 (II; Impulsive– Irresponsible) da CPS, ou seja, os traços psicopáticos dos domínios
afetivos e comportamentais, relacionaram-se positivamente com os autorrelatos, os
relatos pelos pais e os relatos pelos professores de agressão reativa e proativa na infância
(Baker et al., 2007).

Os estudos descritos anteriormente (Baker et al., 2007; Bezdjian et al., 2011b;


Colins et al., 2017a, 2018; Kinomis et al., 2006a/b) são transversais. De seguida serão
apresentados três estudos longitudinais que ultrapassam as limitações dos estudos
anteriores no sentido de permitirem estabelecer uma direção causal na relação entre a
psicopatia e os subtipos de agressão reativo e proativo. Frick e colegas (2003a) estudaram
a predição dos subtipos de agressão reativa e proativa (avaliada por relatos combinados
dos pais e dos professores ABRS) pela dimensão afetiva da psicopatia (avaliada por
relatos combinados dos pais e dos professores do APSD) numa amostra escolar de
crianças e adolescentes a frequentarem o 3º ano ao 7º ano, nos Estados Unidos. O grupo
de crianças com valores mais altos de traços psicopáticos CU e de problemas de conduta
foi apresentou uma maior frequência da prática de comportamentos agressivos reativos e
proativos no follow-up de um ano, independentemente dos seus sintomas de ADHD,
relativamente ao grupo de crianças com valores baixos de problemas de conduta e traços

82
CU e dos grupos com níveis baixos ou altos de problemas de conduta ou traços CU. Após
o controlo do nível inicial de problemas de conduta, apenas se manteve a relação deste
grupo com a agressão proativa. Apesar de o grupo de crianças com problemas de conduta
e sem traços CU ser caraterizado por uma maior frequência de agressão no follow-up de
um ano do que o grupo de crianças com níveis baixos de problemas de conduta e de traços
CU, a sua agressão parece ser primariamente reativa. Estes resultados apoiam a
investigação anterior que sugere que a presença de traços CU em crianças com problemas
de conduta pode designar um subgrupo importante de crianças com problemas de conduta
(id.). Num estudo realizado numa amostra escolar de crianças, com idades compreendidas
entre os 9 e 12 anos, na Holanda, a psicopatia e as suas dimensões, avaliadas pelo YPI-
CV, previram os subtipos de agressão reativo e proativo, avaliadas pelo RPQ, num follow-
up de 18 meses. Após o controlo das dimensões da psicopatia, apenas dimensão
comportamental da psicopatia manteve a relação com os subtipos de agressão. Após o
controlo dos subtipos de agressão, a psicopatia e as suas dimensões apenas mantiveram a
relação com a agressão proativa. Além disso, o grupo de crianças com níveis mais altos
de traços psicopáticos estáveis durante o follow-up de 18 meses apresentou apenas níveis
superiores de agressão proativa no follow-up relativamente aos grupos de crianças com
níveis baixos e estáveis de psicopatia e níveis instáveis de psicopatia durante o follow-up
(van Baardewijk et al., 2011). E, por fim, no subestudo de neuroimagem da cohort mais
nova do PYS realizado por Pardini e colegas (2014; ver Tabela S1), os relatos pelos
professores de traços psicopáticos dos domínios interpessoal e afetivo avaliados em
alguns pontos da infância pela escala IC em crianças do sexo masculino (T1-8: avaliados
inicialmente quando as crianças tinham uma idade média de 7 anos e depois avaliados
oito vezes a cada 6 meses) previram a agressão proativa (apenas para o T1, T4, T6 e T8
da IC) e reativa (apenas para o T1-4 e T6 da IC) avaliada pelo RPQ na adolescência (idade
média de 16 anos; n = 503), bem como a agressão premeditada (apenas para o T6 e 8 da
IC) e impulsiva (apenas para o T4 da IC) na idade adulta (idade média de 26 anos; n =
56) avaliada pelo Impulsive-Premeditated Aggression Scale (IPAS; Stanford, Houston,
Mathias, Villemarette-Pittman, Helfritz, & Conklin, 2003). E, de forma geral a relação de
traços psicopáticos dos domínios interpessoal e afetivo com a agressão proativa ou
premeditada foi mais intensa do que com a agressão reativa e impulsiva (Pardini et al.,
2014).

83
Os estudos apresentados anteriormente sugerem que de modo geral as crianças
com níveis mais altos traços psicopáticos apresentam maior predisposição para a prática
quer de agressão proativa quer de agressão reativa na infância (Baker et al., 2007;
Bezdjian et al., 2011a; Colins et al., 2017a, 2018; Kimonis et al., 2006b; Pardini et al.,
2014; van Baardewijk et al., 2011), no início (Frick et al., 2003a) e a meio da adolescência
e na idade adulta (Pardini et al., 2014) independentemente da idade (Colins et al., 2018)
e do género das crianças (Colins et al., 2017a, 2018; Kimonis et al., 2006b), da origem e
do nível socioeconómico dos pais das crianças (Colins et al., 2017a, 2018) e de sintomas
de ADHD (Frick et al., 2003a). Os resultados também foram consistentes por diversas
operacionalizações de traços psicopáticos - o APSD (Kimonis et al., 2006b), a CPS
(Baker et al., 2007; Bezezdjian et al., 2011a), o CPTI (Colins et al., 2017a, 2018) e o YPI-
CV (van Baardewijk et al., 2011) - e dos subtipos de agressão através de (sub)escalas de
questionários - a ABRS (Colins et al., 2017a; Kimonis et al., 2006b), o RPQ (Baker et al.,
2007; Bezezdjian et al., 2011a; Pardini et al., 2014; van Baardewijk et al., 2011), o IRPA
(Colins et al., 2018) e o IPAS (Pardini et al., 2014). Estes resultados também foram
consistentes em amostras na comunidade (Baker et al., 2007; Bezdjian et al., 2011a;
Colins et al., 2017a; Kimonis et al., 2006b; Pardini et al., 2014) e (pré-)escolares (Colis
et al., 2018; Frick et al., 2003a; van Baardewijk et al., 2011) de ambos os géneros (, com
exceção do estudo realizado por Pardini e colegas (2014) que apenas utilizou crianças do
sexo masculino,) com idades situadas no início (Colins et al., 2017a, 2018; Kimonis et
al., 2006a), a meio (Colins et al., 2018; Frick et al., 2003a; Pardini et al., 2014) e no final
(Baker et al., 2007; Bezdjian et al., 2011a; Frick et al., 2003a; Kimonis et al., 2006b; van
Baardewijk et al., 2011) da infância. Assim, a investigação futura necessita de replicar os
resultados em amostras com crianças mais novas e também em amostras clínicas, bem
como noutros contextos culturais para além dos Estados Unidos, uma vez que a maior
parte dos estudos foram conduzidos nos Estados Unidos (Baker et al., 2007; Bezezdjian
et al., 2011a; Frick et al., 2003a; Kimonis et al., 2006a/b; Pardini et al., 2014), com
exceção de três estudos que foram conduzids na Holanda (Colins et al., 2018; van
Baardwejik et al., 2011) e na Suécia (Colins et al., 2017a). O estudo realizado por Frick
e colegas (2003a) utilizou uma amostra mista de crianças e adolescentes a frequentarem
o 3º ao 7º ano de escolaridade, não controlando a idade, sendo assim os resultados não
podem ser aplicados apenas às crianças. E, após o controlo de problemas de conduta
iniciais os traços CU apenas previram a agressão proativa. Apenas o estudo conduzido
por Kimonis e colegas (2006a) evidenciou que os traços psicopáticos CU relacionavam-

84
se positivamente com a agressão proativa, mas não com a agressão reativa, em ambos os
géneros e independentemente de outras variáveis relacionadas com a agressão. Uma parte
destes estudos analisou isoladamente os fatores da psicopatia (Baker et al., 2007; Bezdjian
et al., 2011a) ou apenas avaliou os traços psicopáticos do domínio afetivo (Frick et al.,
2003a; Kimonis et al., 2006a) ou dos domínios afetivos e interpessoal (Pardini et al.,
2014), não permitindo, desta forma, a avaliação da relação destes traços com as formas
de agressão após o controlo da variância partilhada com as outras dimensões da
psicopatia, nem analisar a psicopatia de forma global. O estudo realizado por Kimonis e
colegas (2006b) apresenta limitações no sentido de apenas analisar a psicopatia e não
estudar a relação das dimensões desta com os subtipos de agressão. Outra parte dos
estudos (Colins et al., 2017a, 2018; van Baardewijk et al., 2011) analisaram a relação da
psicopatia e das suas dimensões afetiva, interpessoal e comportamental com os subtipos
de agressão, evidenciando uma relação positiva entre estes. Sendo assim, estes resultados
chamam a atenção para a importância de outras dimensões da psicopatia para além da
afetiva na agressão reativa e proativa. Após o controlo da variância partilhada pelas
dimensões, um estudo evidenciou contribuições únicas da dimensão comportamental (van
Baardewijk et al., 2011) e nos outros dois estudos para além de se manter a relação com
a dimensão comportamental também houve contribuições únicas da dimensão
interpessoal, que foi o preditor mais forte (Colins et al., 2017a, 2018). Estes resultados
sugerem, assim, que as caraterísticas afetivas da psicopatia que estão relacionadas com a
agressão reativa e proativa são as partilhadas com as outras dimensões. Apenas alguns
estudos controlaram a variância partilhada entre a agressão reativa e proativa no estudo
da relação destas com os traços psicopáticos, e conduziram a resultados mistos: a
psicopatia e as suas dimensões (van Baardewijk et al., 2011) ou os traços CU (Kimonis
et al., 2006a) relacionaram-se unicamente com a forma de agressão proativa; e, a
psicopatia continuou a relacionar-se com ambos subtipos de agressão, mas com maior
intensidade para a agressão proativa (Kimonis et al., 2006b). Os outros estudos (Baker et
al., 2007; Bezdjian et al., 2011; Colins et al., 2017a, 2018; Pardini et al., 2014) como não
controlaram as formas de agressão não avaliaram qual o tipo de agressão associado
unicamente com os traços psicopáticos, o que poderia ter conduzido a resultados distintos.
Além destas limitações destes estudos, é importante referir que os resultados de alguns
estudos podem ter sido influenciados pela variância de método partilhada, uma vez que
utilizaram as mesmas fontes de informação (Colins et al., 2017a, 2018; van Baardewijk
et al., 2011). No entanto, a maior parte dos estudos utilizou múltiplos informantes (Baker

85
et al., 2007; Bezdjian et al., 2011a; Frick et al., 2003a; Kimonis et al., 2006a/b; Pardini et
al., 2014). Apenas três estudos são longitudinais, cujos follows-up foram de um ano (Frick
et al., 2003ª), de dezoito meses (van Baardewijk et al., 2011), na adolescência e na idade
adulta (Pardini et al., 2014). A investigação futura terá de replicar estes estudos com
metodologias e desenhos mais complexos.

Outros estudos centraram-se na relação da psicopatia com formas de agressão


específicas, designadamente a agressão relacional (relational agression), a agressão
direta (overt agression), o (cyber)bullying e o comportamento cruel com os animais, na
infância.

Dadds, Whiting e Hawes (2006) estudaram a relação entre a dimensão afetiva da


psicopatia, avaliada pela subescala CU da versão de relato pelos pais do APSD, e o
comportamento cruel com os animais, avaliada pelos autorrelatos e relatos pelos pais do
Children and Animals Inventory (CAI; Dadds,Whiting, Bunn, Fraser, & Charlson, 2004),
numa amostra escolar de crianças, com idades compreendidas entre os 6 e 13 anos, na
Austrália. Os traços psicopáticos CU relacionaram-se com o comportamento cruel com
os animais independentemente dos informantes, da idade, do número de animais de
estimação, do nível de escolaridade dos pais, do conflito familiar e de perturbações
comportamentais de externalização em crianças do sexo feminino. Relativamente às
crianças do sexo masculino apenas a interação de traços psicopáticos e dos
comportamentos de externalização previu o comportamento cruel com animais
independentemente dos fatores supracitados. Além disso, os traços psicopáticos CU
distinguiram crianças cruéis com os animais de crianças não cruéis com os animais
independentemente dos informantes do CAI para os indivíduos do sexo masculino e
apenas para os autorrelatos do CAI para os indivíduos do sexo feminino acima e para
além dos fatores supracitados. O CAI avalia a prática de forma intencional de
comportamentos cruéis em animais graves, crónicos e recentes com ausência de empatia,
sendo assim os autores repetiram as análises excluindo os itens que avaliam o nível de
empatia pelos animais maltratados e os resultados anteriores mantiveram-se e até houve
uma tendência para o aumento da intensidade das associações entre os traços CU e a
crueldade (Dadds et al., 2006b).

A relação entre a dimensão afetiva da psicopatia e o bullying foi avaliado em dois


estudos conduzidos em amostras escolares de crianças e adolescentes, com idades
compreendidas entre os 10 e 16 anos (Ciucci et al., 2014), em Itália, e de pré-adolescentes,
86
com idades compreendidas entre os 11 e 12 anos, nos Estados Unidos (Muñoz et al.,
2011). Ambos os estudos aplicaram a versão de autorrelato do ICU (Ciucci et al., 2014;
Muñoz et al., 2011). O estudo conduzido por Ciucci e colegas administrou a versão de
autorrelato do Traditional Bullying and Cyberbullying (TBC; Menesini, Calussi, &
Nocentini, 2012) para medir a frequência da prática de comportamentos de
(cyber)bullying durante os 2 ou 3 meses anteriores e um questionário desenvolvido no
âmbito deste estudo que avalia o número de nomeações pelos seus colegas de turma da
prática frequente de bullying direto (e.g., bater, roubar pertences e ameaçar) e indireto
(e.g., chamar nomes insultuosos, excluir deliberadamente de jogos e espalhar rumores).
O estudo realizado por Muñoz e colegas (2011) aplicou a versão de autorrelato da segunda
secção do Revised Olweus Bully/Victim Questionnaire (OBVQ; Olweus, 1996) para
avaliar a frequência de bullying direto e indireto. Em ambos estudos os traços psicopáticos
CU e as suas dimensões Cal e Unc associaram-se positivamente a todas as formas de
bullying (Ciucci et al., 2014; Muñoz et al., 2011). Apenas a relação entre a dimensão Cal
e o bullying foi influenciada pelo género dos alunos, designadamente a dimensão Cal
deixou de se relacionar com o cyberlullying e o bullying direto nos alunos do sexo
feminino no estudo de Ciucci e colegas (2014) e no outro estudo após o controlo do
género a dimensão Cal também deixou de se relacionar com o bullying direto (Muñoz et
al., 2011). No estudo de Ciucci e colegas (2014), após o controlo da empatia afetiva e
cognitiva, apenas se manteve a relação com a dimensão Unc e os traços CU foram o
preditor mais importante dos comportamentos de bullying acima e para além da empatia.
Além disso no estudo de Muñoz e colegas (2011), o grupo de crianças com níveis altos
de traços CU praticavam com maior frequência bullying direto do que o grupo de crianças
com níveis baixos de CU em ambos os géneros.

A relação entre os traços psicopáticos e a agressão relacional foi avaliado em


quatro estudos conduzidos numa amostra escolar de crianças e adolescentes, com idades
compreendidas entre os 10 e 17 anos, nos Estados Unidos (Marsee, Silverthorn, & Frick,
2005) e em amostras na comunidade derivada de estudos de gémeos supracitados de
crianças com 5 anos de idade na Suécia (Colins et al., 2017a) e com idades compreendidas
entre os 9 e 10 anos nos Estados Unidos (Baker et al., 2007) e de um estudo longitudinal
de problemas comportamentais em crianças com 3 anos de idade em Espanha (Ezpeleta
et al., 2013). A agressão relacional (também denominada de agressão social) é uma forma
de agressão subtil que não é física que tem como objetivo provocar danos nas relações

87
sociais e nos sentimentos de pertença e de amizade. Esta consiste em comportamentos
como por exemplo excluir outras crianças de um grupo, espalhar rumores e boatos sobre
os outros (e.g., Marsee et al., 2005). No estudo realizado por Colins e colegas (2017a) foi
analisada a relação entre os traços psicopáticos avaliados por relatos de professores do
CPTI e a agressão relacional avaliada por relatos pelos professores e pais de uma escala
do Preschool Social Behavior Scale–Teacher form (PSBS-T; Crick, Casas, & Mosher,
1997). Os resultados revelaram que a psicopatia e as suas dimensões relacionaram-se com
a agressão relacional, independentemente da fonte de informação da agressão e do género
da criança e da origem e nível socioeconómico dos seus pais. Após o controlo da variância
partilhada das dimensões da psicopatia, apenas a sua dimensão comportamental
continuou a relacionar-se com os relatos pelos pais da agressão relacional, mas de forma
menos intensa, e apenas as dimensões comportamentais e interpessoais mantiveram a
relação com os relatos pelos professores da agressão relacional, com maior intensidade
para a dimensão interpessoal. Isto sugere que a relação com a agressão relacional advém
do efeito conjunto das dimensões da psicopatia (Colins et al., 2017a). Baker e colegas
(2007) estudaram a relação entre os fatores 1 (Callous–Unemotional) e 2 (Impulsive–
Irresponsible) da psicopatia, medidos através de relatos pelos pais e de autorrelatos da
CPS, e da agressão relacional, avaliada por autorrelatos e relatos pelos professores de uma
escala de 5 itens construída por - Childhood Aggression Questionnaire (CAQ; Baker et
al., 2007). Neste estudo os fatores da psicopatia relacionaram-se com uma maior
frequência na adoção de comportamentos agressivos a nível social, com exceção da
relação entre os autorrelatos de psicopatia e os relatos pelos professores de agressão
relacional, a relação mais intensa foi entre os autorrelatos. No estudo conduzido por
Ezpeleta e colegas (2013), os relatos pelos professores dos traços CU e todas as suas
subdimensões exceto a Une relacionaram-se com relatos pelos professores do
comportamento agressivo relacional concorrentes e avaliados no follow-up de um ano,
com maior intensidade para a subescala Cal. Após o controlo das subdimensões CU, os
resultados mantiveram-se iguais. O comportamento agressivo relacional foi avaliado por
uma escala de 13 itens Relational Aggression Scale (RAS) construída no âmbito do
estudo, que avalia a frequência de comportamentos agressivos nas relações com os outros
(e.g., chorar para conseguir simpatia, ser malicioso, criticar os outros pelas costas, ser
manipulativo, juntar pessoas para isolar uma criança; Ezpeleta et al., 2013). No estudo
realizado por Marsee e colegas (2005), os traços psicopáticos foram avaliados por
autorrelatos e relatos pelos professores do APSD e através de autorrelatos de duas

88
subescalas do Ratings of Children’s Social Behavior (RCSB; Crick, 1996) mediram a
agressão relacional e a agressão direta. A agressão direta (overt aggression) é uma forma
de agressão física que consiste em comportamentos tais como bater, empurrar e ameaçar.
Enquanto a forma de agressão direta é caraterística dos indivíduos do sexo masculino, a
agressão relacional é caraterística dos indivíduos do sexo feminino. Os autorrelatos e
relatos pelos professores da psicopatia e os relatos pelos professores das suas dimensões
relacionaram-se com uma maior frequência na adoção de comportamentos agressivos
diretos e relacionais em ambos os géneros, com exceção da relação inexistente entre a
dimensão afetiva e a agressão relacional. Após o controlo dos tipos de agressão, a
psicopatia permaneceu relacionada com a agressão direta em ambos os relatos e com a
agressão relacional apenas para os seus autorrelatos. Após o controlo das dimensões da
psicopatia, nenhuma dimensão se relacionou unicamente com ambas as formas de
agressão. Houve uma diferença de género a destacar nesta relação, as associações mais
intensas entre os traços psicopáticos de agressão relacional para as raparigas (Marsee et
al., 2015).

Os estudos apresentados anteriormente sugerem que crianças com níveis mais


elevade traços psicopáticos apresentam maior propensão para a adoção de formas
específicas de comportamentos agressivos, nomeadamente o comportamento cruel com
os animais (Dadds et al., 2006b), a agressão relacional (Baker et al., 2007; Colins et al.,
2017a; Ezpeleta et al., 2013; Marsee et al., 2005), a agressão direta (Marsee et al., 2005),
o cyberbullying (Ciucci et al., 2014) e o bullying direto e indireto (Ciucci et al., 2014;
Muñoz et al., 2011) na infância. Os estudos forneceram evidência da relação da psicopatia
com a agressão relacional de forma consistente por operacionalizações distintas da
agressão relacional (o CAQ, o PBS-T, a RAS e o RCSB) e de traços psicopáticos (o
APSD, o CPTI, a CPS e o ICU; Baker et al., 2007; Colins et al., 2017a; Ezpeleta et al.,
2013; Marsee et al., 2005). Os estudos também forneceram evidência da relação dos
traços CU, avaliados pelo ICU, com operacionalizações distintas de (cyber)bullying
(nomeações por pares, o TBC e o OBVQ; Ciucci et al., 2014; Muñoz et al., 2011). Os
resultados dos estudos realizados por Muñoz e colegas (2011) e por Ezpeleta e seus colegs
(2013) podem ter sido influenciados pela variância de método partilhada, uma vez que
utilizaram os mesmos informantes. Os outros estudos utilizaram fontes de informação
distintas e a relação evidenciada foi independente destas (Baker et al., 2007; Colins et al.,
2017a; Dadds et al, 2005; Marsee et al., 2005), com exceção da inexistência de relação

89
entre autorrelatos de traços psicopáticos e relatos pelos professores de agressão relacional
no estudo conduzido por Baker e colegas (2007). Os estudos realizaram-se em amostras
na comunidade (Baker et al., 2007; Colins et al., 2017a; Ezpeleta et al., 2013) e (pré-
)escolares (Ciucci et al., 2014; Dadds et al., 2006b; Marsee et al., 2005; Muñoz et al.,
2011) constituídas por crianças de ambos os géneros com idades situadas no início da
infância (Colins et al., 2017a; Ezpeleta et al., 2013) e no final da infância (Baker et al.,
2007; Muñoz et al., 2011) ou por crianças e adolescentes de ambos os géneros (Ciucci et
al., 2014; Dadds et al., 2006b; Marsee et al., 2005). Sendo assim, os estudos que
utilizaram amostras mistas de crianças e adolescentes (id.) não puderam generalizar os
resultados apenas para crianças. Será necessário realizar estudos em amostras clínicas,
constituídas por crianças mais novas e em contextos culturais distintos, pois os estudos
foram conduzidos apenas nos Estados Unidos (Baker et al., 2007; Marsee et al., 2005;
Muñoz et al., 2011), na Austrália (Dadds et al., 2006b), em Espanha (Ezpeleta et al.,
2013), em Itália (Ciucci et al., 2014) e na Suécia (Colins et al., 2017a). A maior parte dos
estudos centrou-se apenas nos traços CU, evidenciando uma relação destes (Dadds et al.,
2006b), particularmente das suas subdimensões Cal e Unc, com as formas de agressão,
mas não houve relação com a subdimensão Une (Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013;
Muñoz et al., 2011). Estes estudos negligenciaram a importância do estudo de outras
dimensões da psicopatia, bem como não forneceram informação da relação única dos
traços CU com estas formas de agressão após o controlo das outras dimensões da
psicopatia. De forma diferente, apenas três estudos forneceram informação para além dos
traços CU relativamente a outras dimensões da psicopatia. Nestes estudos todas as
dimensões da psicopatia se relacionaram de modo geral com as formas de agressão (Baker
et al., 2007; Colins et al., 2017a; Marsee et al., 2005), apenas uma exceção para a relação
entre a dimensão afetiva e a agressão relacional no estudo realizado por Marsee e colegas
(2005). Destes estudos, apenas os realizados por Colins e colegas (2017a) e Marsee e
colegas (2005) analisaram as associações únicas das dimensões da psicopatia com as
formas de agressão, evidenciando a inexistência destas (Marsee et al., 2005) e
contribuições únicas das dimensões comportamental e interpessoal (Colins et al., 2017a).
É importante destacar que os estudos que se centraram no bullying direto e indireto
(Ciucci et al., 2014; Muñoz et al., 2011), tal como o estudo realizado por Marsee e colegas
(2005) deveria ter determinado qual os tipos de bullying eram relacionados unicamente e
de forma mais forte com os traços psicopáticos. Apenas houve um estudo longitudinal
(Ezpeleta et al, 2013), que avaliou as crianças dos 3 aos 4 anos de idade. Sendo assim, há

90
necessidade de desenvolver novos estudos que avaliem as variáveis em vários momentos
na infância, mas que também permitam obter conhecimento da predição de formas de
agressão específicas durante a adolescência e a idade adulta por traços psicopáticos de
vários domínios avaliados na infância.

91
Capítulo II – Desenvolvimento e validação de uma medida de traços psicopáticos
do domínio interpessoal de ajustamento positivo (boldness) na infância

1. Objetivo

O presente estudo teve como objetivo desenvolver e validar uma medida de


traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo, denominados
boldness por Patrick, Fowles e Krueger (2009), - Escala Boldness – Versão Crianças
(EB-CV) - em crianças, com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos, de
autopreenchimento e preenchimento pelos seus pais ou guardiões e professores. Este
dividiu-se em duas fases. A primeira fase consistiu na construção da EB-C. A segunda
fase correspondeu à validação deste instrumento através da sua aplicação numa
amostra escolar de crianças, seus pais ou guardiões e professores de modo a avaliar
as suas caraterísticas psicométricas e as associações da boldness e suas
(sub)dimensões com outros instrumentos de avaliação da psicopatia e medidas de
critério externas: traços da personalidade básicos, diferenças individuais à
sensibilidade aos sistemas motivacionais e as dimensões do estado emocional.

2. Construção

O desenvolvimento da Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV) compreendeu


as seguintes etapas nos termos dos procedimentos habituais de construção de
questionários descritos na literatura (e.g., Hill & Hill, 2012), que se encontram
exemplificadas na Figura 2:

a) Revisão da literatura da concetualização e operacionalização da boldness, bem


como da presença destes traços na infância;

d) Pesquisa de questionários de (auto)preenchimento que avaliam as


(sub)dimensões da boldness, dirigidos a esta faixa etária e que apresentam boas
qualidades psicométricas;

93
e) Seleção dos itens (ver Tabela 4) que capturam as (sub)dimensões da boldness
dos questionários, que se encontram no domínio público, designadamente os que
apresentam maiores valores de saturação com o fator que é alvo de avaliação;

f) Elaboração de itens que representam o conteúdo das (sub)dimensões da


boldness, para as quais não existem questionários que preenchem os critérios
anteriormente apresentados. E, alteração e simplificação de alguns itens da versão
portuguesa (Vieira, Almeida, Ferreira-Santos, Moreira, Barbosa, & Marques-Teixeira,
2014) da Triarchic Psychopathy Measure (TriPM; Patrick, 2010a), tendo em
consideração a fase desenvolvimental, designadamente o nível verbal e emocional, bem
como a realidade social da população alvo;

f) Reflexão falada da versão provisória da EB-CV por crianças situadas na faixa


etária alvo, com nacionalidade e língua materna portuguesa, e consulta de especialistas
com experiência profissional com o grupo etário alvo, com o intuito de avaliar se o seu
conteúdo, formato e instruções eram adequados ao nível desenvolvimental e realidade
social destas. Procederam-se a alterações da EB-CV de simplificação de vocabulário que
era desadequado às capacidades linguísticas desta faixa etária e adequação de um item à
sua realidade social. Foi realizada uma nova reflexão falada da nova versão provisória
EB-CV, que conduziu à versão final desta.

Figura 2 Etapas de construção da Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV)

94
2.1. Descrição de itens de EB-CV

Os itens da versão final da versão de autorrelato da EBC-V encontram-se descritos


na Tabela 4, nomeadamente a (sub)dimensão da boldness avaliada, o seu conteúdo,
número e fonte. A EB-CV avalia os traços do domínio interpessoal da psicopatia, isto é,
a boldness, subjacente à conceptualização triárquica da psicopatia de Patrick, Fowles e
Krueger (2009; ver secção 2 de Capítulo I). A boldness corresponde à combinação de
dominância alta, ansiedade baixa e tolerância ao desconhecido e perigo. Esta é a
capacidade de se manter calmo e concentrado e recuperar rapidamente de situações de
tensão (id.). Esta é constituída pelas seguintes três dimensões: a Eficácia Social, a
Estabilidade Emocional e o Destemor (Patrick et al., 2009; Hall, 2009). Cada dimensão é
avaliada em três subescalas constituídas por 5/6 itens. Para cada item é pedido ao sujeito
que indique em que me medida a afirmação apresentada o descreve numa escala de Likert
de 4 valores, que varia de 0 (falso) a 3 (verdadeiro). De seguida é realizada uma descrição
dos itens selecionados e das subdimensões que a boldness avalia.

Eficácia Social

A dimensão Eficácia Social é constituída pelas subescalas persuasão,


autoconfiança social e dominância social. Pontuações elevadas nesta escala descrevem
indivíduos que apresentam uma capacidade elevada em influenciar e manipular os outros,
autoconfiança elevada e ausência de ansiedade no domínio das relações sociais e uma
grande motivação em assumir a liderança, posições de poder e autoridade ao nível das
relações interpessoais, e a necessidade e o prazer em ter atenção de outras pessoas.

Persuasão

A subdimensão persuasão avalia uma capacidade percecionada elevada em


influenciar e manipular os outros.

Os itens da respetiva subescala da versão portuguesa da TriPM foram adaptados


às capacidades linguísticas da faixa etária alvo. A título exemplificativo o item - «Tenho
dificuldade em fazer com que as coisas resultem da forma que eu quero.» - foi alterado
para o seguinte item - “Não sou muito bom/boa em fazer com que as coisas sejam da
minha maneira.”. Além disso, para a subescala persuasão foram elaborados dois itens que
derivaram da supracitada subescala.

95
Tabela 4 Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)dimensões avaliadas, conteúdo, número
e fonte

Dimensão Subdimensão Item Nr. Fonte


(Item fonte/traduzido) / [Item original]
Eficácia Social Persuasão Sou muito bom/boa a convencer as pessoas. 1 TriPM
(Não sou muito bom a influenciar pessoas. [i])
Sou muito bom/boa a fazer com que as coisas 19 TriPM
sejam à minha maneira.
(Tenho dificuldade em fazer com que as coisas
resultem da forma que eu quero. [i])
Sou muito bom/boa a conseguir que as pessoas 37 TriPM
me façam favores.
(Consigo convencer as pessoas a fazerem o que eu
quero.)
Consigo que as pessoas façam o que eu quero. 10 Original
Consigo que as pessoas me deem razão quando 28 Original
pensam de forma diferente.

Autoconfiança Sou tímido(a) quando estou com pessoas que não 4 SAD-New
social conheço. [i] (SASC-R)
(I feel shy around kids I don´t Know.)
É fácil falar com uma pessoa que não conheço. 13 SAD-New
(I get nervous when I talk to new kids.) (SASC-R)
Fico calado(a) quando estou num grupo de 22 SAD-Gen
pessoas. [i] (SASC-R)
(I am quiet when I´m with a group of kids.)
Preocupo-me com o que os outros pensam de mim. 31 FNE
[i] (SASC-R)
(I worry about what other kids think of me.)
Preocupa-me que as outras pessoas me gozem. [i] 40 FNE
(I worry about being teased.) (SASC-R)
Notas: EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; Nr. = Número do item; [i] – invertido; TriPM =
Triarchic Psychopathy Measure (Patrick, 2010; Versão portuguesa: Vieira, Almeida, Ferreira-Santos, Moreira,
Barbosa, & Marques-Teixeira, 2014); SASC-R = Social Anxiety Scale for Children –Revised (LaGreca, & Stone, 1993);
FNE = Fear of Negative Evaluation; SAD-New = Social Avoidance and Distress-New; SAD- Gen = Social Avoidance
and Distress- General.

96
Tabela 4 (continuação)
Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)domínios avaliados, conteúdo, número e fonte

Dimensão Subdimensão Item Nr. Fonte


(Item fonte/traduzido) / [Item original]
Eficácia Social Dominância Gosto de ser o centro das atenções. 7 Original
social
Quero sempre ser o(a) porta-voz ou o(a) 16 Original
líder em atividades de grupo.
No futuro quero ter uma profissão 25 Original
importante e com poder, como por
exemplo ser presidente.
Prefiro observar e assistir do que mandar 34 Original
nos trabalhos de grupo ou nas atividades
em equipa. [i]
Importo-me (ou não gosto) de fazer coisas 43 Original
em que tenha de ser o centro das atenções.
[i]
Estabilidade Resiliência Normalmente sou nervoso(a). [i] 14 Original
emocional
Consigo ficar calmo(a) em situações de 29 ESE
stress ou pressão. (SEQ-C)
(How well can you prevent to become
nervous?)
Fico nervoso(a) com facilidade. [i] 45 Original

Quando não consigo fazer coisas à 2 EPA


primeira, insisto e continuo a tentar até (EAGP)
conseguir.
Sou bom/boa em animar-me depois de me 32 ESE
acontecerem coisas más. (SEQ-C)
(How well do you succeed in cheering
yourself up when an unpleasant event
has happened?)
Estou sempre preocupado(a) com 17 PSWQC
qualquer coisa. [i]
(I am always worrying about something)
Notas: EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; Nr. = Número do item; [i] = invertido; ESE =
Emotional Self-efficacy; SEQ-C = Self-Efficacy Questionnaire for Children (Muris, 2002); EPA = Eficácia Perante A
Adversidade; EAGP = Escala de Autoeficácia Geral Percebida; PSWQ-C = Penn State Worry Questionnaire - Child
Version (Chorpita, Tracey, Brown, Collica, & Barlow, 1997).

97
Tabela 4 (continuação)
Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)domínios avaliados, conteúdo, número e fonte

Dimensão Subdimensão Item Nr. Fonte


(Item fonte/traduzido) / [Item original]
Estabilidade Autoestima Estou bastante satisfeita(o) comigo 44 AE
emocional próprio(a).
(Algumas crianças não estão muitas vezes
satisfeitas consigo próprias. MAS, outras
estão bastante satisfeitas consigo próprias.)
Gosto da vida que tenho. 20 AE
(Algumas crianças não estão gostam da vida
que têm. MAS, outras estão bastante
satisfeitas gostam da vida que têm.)
Estou infeliz ou triste comigo próprio(a). [i] 5 AE
(Algumas crianças estão contentes consigo
próprias. MAS, outras não estão,
normalmente, contentes consigo próprias.)
Gosto do tipo de pessoa que sou. 26 AE
(Algumas crianças gostam do tipo de pessoa
que são. MAS, outras preferiam ser outra
pessoa.)
Gostava de ser uma pessoa diferente. [i] 38 AE
(Algumas crianças estão muito satisfeitas por
ser aquilo que são. MAS, outras preferiam ser
outra pessoa.)
Otimismo Em momentos em que não sei o que vai 8 O (EOV)
acontecer, eu espero sempre o melhor. [O (LOT-
[In uncertain times, I usually expect the best] R)]
Em geral, espero que me aconteçam mais 11 O (EOV)
coisas boas do que más. [O (LOT-
[Overall, I expect more good things to R)]
happen to me than bad.]
Notas: EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; Nr. = Número do item; [i] – invertido; AE = Escala
de Auto-Estima de S. Harter (Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal, & Ferreira, 2010); O = Subescala Optimismo; EOV =
Escala de Orientação para a Vida (Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal, e Ferreira, 2009); LOT-R = Life Orientation Test –
Revised (Scheier, Carver, & Bridges, 1994).

98
Tabela 4 (continuação)
Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)domínios avaliados, conteúdo, número e fonte

Dimensão Subdimensão Item Nr. Fonte


(Item fonte/traduzido) / [Item original]
Estabilidade Otimismo Tenho confiança e esperança de que me 23 O (EOV)
emocional vão acontecer coisas boas no futuro. [O (LOT-R)]
[I´m always optimistic about my future.]
Espero sempre que as coisas vão correr 35 P (EOV)
como eu quero. [O (LOT-R)]
[I hardly ever expect things to go my way.]
Poucas vezes ou nunca espero que me 41 P (EOV)
aconteçam coisas boas. [i] [O (LOT-R)]
[I rarely count on good things happening to
me]
Destemor Coragem É fácil assustar-me. [i] 9 TriPM
(Assusto-me facilmente. [i])
Tenho menos medos do que os outros. 15 TriPM
(Tenho medo de muito menos coisas do
que a maioria das pessoas.)
Quando apanho um susto fico rapidamente 21 Original
calmo(a).
Quando apanho um susto sinto-me mal 30 Original
durante muito tempo. [i]
Sou valente e corajoso(a). 36 Original
Intrepidez Gostaria de andar numa montanha-russa 46 TriPM
muito rápida.
(Não tenho um grande desejo de saltar de
pára-quedas de um avião.)
Gostaria de fazer escalada (subir, trepar) 3 TriPM
numa parede muito alta.
Seria divertido andar de skate. 12 TriPM
Seria fixe fazer surf no mar. 18 TriPM
Sou capaz de entrar em brincadeiras em 24 TriPM
que possa ficar ferido(a).
(Mantenho-me tão longe do perigo físico
quanto posso.)
Notas: EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; Nr. = Número do item; [i] – invertido; O =
Subescala Optimismo; P = Subescala Pessimismo; EOV = Escala de Orientação para a Vida (Gaspar, Ribeiro, Matos,
Leal, e Ferreira, 2009); LOT-R = Life Orientation Test – Revised (Scheier, Carver, & Bridges, 1994); TriPM = Triarchic
Psychopathy Measure (Patrick, 2010; Versão portuguesa: Vieira, Almeida, Ferreira-Santos, Moreira, Barbosa, &
Marques-Teixeira, 2014).

99
Tabela 4 (continuação)
Descrição dos itens da EB-CVA: (sub)domínios avaliados, conteúdo, número e fonte

Dimensão Subdimensão Item Nr. Fonte


(Item fonte/traduzido) / [Item original]
Destemor Tolerância à Fico nervoso(a) em situações novas. [i] 33 TriPM
incerteza (Preocupo-me quando me meto numa
situação que não me é familiar sem conhecer
todos os detalhes. [i])
Faço bem as coisas, mesmo quando não 39 TriPM
estou pronto(a).
(Funciono bem em situações novas, mesmo
quando não estou preparado.)
Sei o que fazer quando me acontece uma 42 Original
coisa nova.
Gosto de fazer atividades novas. 6 Original
Consigo ficar calmo(a) quando não sei o que 27 Original
vai acontecer.
Notas: EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; Nr. = Número do item; [i] – invertido; TriPM =
Triarchic Psychopathy Measure (Patrick, 2010; Versão portuguesa: Vieira, Almeida, Ferreira-Santos, Moreira,
Barbosa, & Marques-Teixeira, 2014).

Autoconfiança social

A subescala autoconfiança social mede uma tendência em ser autoconfiante no


domínio das relações sociais e uma ausência de ansiedade social.

Os itens desta subescala derivam da Social Anxiety Scale for Children –Revised
(SASC-R; LaGreca, & Stone, 1993), que avalia a ansiedade social em três dimensões:
Medo de Avaliações Negativas (Fear of Negative Evaluation – FNE), Mal-estar e
Evitamento Social em Situações Novas (Social Avoidance and Distress - New; SAD-
New) e Mal-estar e Evitamento Social Generalizado (Social Avoidance and Distress –
General; SAD- General). A FNE reflete medos e preocupações relativamente a
avaliações dos pares. A SAD-New avalia o evitamento e a aflição social relativamente a
situações novas ou pares não familiares. A SAD- General mede um mal-estar social mais
generalizado e abrangente, desconforto e inibição. Como a SASC-R mede as pontuações
baixas nesta subdimensão, dois itens foram invertidos, por exemplo: o item - “Sinto-me
nervoso(a) quando falo com crianças que não conheço.” - foi invertido para - “É fácil

100
falar com uma pessoa que não conheço.”. A palavra criança foi substituída por pessoa de
forma a ser mais abrangente da realidade social da população alvo.

Dominância social

A subescala dominância social reflete uma vontade em assumir a liderança e o


domínio ao nível das relações interpessoais, bem como a procura e a ambição por posições
de poder e autoridade, e a necessidade e o prazer em ter atenção de outras pessoas.

Tendo em consideração que os itens da versão portuguesa da TriPM desta


subescala (cf., “Sou um líder nato.” e “Não gosto de assumir a liderança de grupos.”) são
desadequados para esta faixa etária, foram desenvolvidos itens, adaptados à etapa
desenvolvimental e à realidade social de crianças (e.g., “Quero sempre ser o porta-voz ou
o líder em atividades de grupo.”).

Estabilidade emocional

A dimensão estabilidade emocional é constituída pelas subescalas resiliência,


autoestima e otimismo. Pontuações elevadas nesta escala descrevem indivíduos que
apresentam uma capacidade elevada em lidar com o stress, uma adaptação positiva face
à adversidade, uma perceção de si elevada, e uma tendência em ser otimista e esperançoso
relativamente ao futuro.

Resiliência

A subescala resiliência avalia uma menor tendência para se preocupar, a


capacidade de se manter calmo e concentrado e recuperar rapidamente de situações de
tensão, bem como a capacidade de ultrapassar uma situação que poderia ter sido
traumática, isto é, uma adaptação positiva face à adversidade.

Foram elaborados itens que medem uma grande tolerância ao stress e refletem o
conteúdo dos itens da respetiva subescala da versão portuguesa da TriPM e dos itens da
subdimensão Fearlessness do fator Fearless Dominance do Psychopathic Personality
Inventory-Revised (PPI-R; Lilienfeld, & Widows, 2005), bem como derivaram da
subescala autoeficácia emocional do Self-Efficacy Questionnaire for Children (SEQ-C;
Muris, 2002), que mede a capacidade percebida em lidar com emoções negativas (e.g.,
“Sou bom/boa em animar-me depois de me acontecerem coisas más.”).

101
Na versão portuguesa do State-Trait Anxiety Inventory for Children (STAIC;
Spielberger, 1973), adaptada pelos autores Ponciano, Matias, Medeiros, Rodrigues e
Spielberger (1998), a ansiedade é avaliada como um estado emocional transitório
(subescala ansiedade estado; A-State) e como um traço (subescala ansiedade traço; A-
Trait), tendo como subjacente a teoria de ansiedade estado-traço de Spielberger (1966).
Na primeira escala é solicitado à criança para indicar a frequência com que apresenta
sintomas de ansiedade. No presente contexto apenas há interesse na última subescala, que
avalia a ansiedade como um traço de personalidade relativamente estável, isto é, as
diferenças individuais relativamente estáveis relativamente à propensão para reagir com
ansiedade, para perceber um conjunto de circunstâncias como ameaçadoras e para
responder a tais situações com reações de ansiedade mais ou menos elevadas (ibidem).
Nos estudos de Rodrigues (2008), que aplicou o STAIC a 2280 crianças das escolas da
Região Autónoma da Madeira, com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos, e de
Kirisci e Clark (1996), podemos observar que os itens que apresentam maior valor de
saturação com a subescala ansiedade traço avaliam a caraterística de preocupação da
ansiedade (cf., Quadro 17, ibidem, p.160; e.g., “Preocupo-me demasiado”; “Preocupo-
me com coisas que possam vir a acontecer”; “Preocupo-me com o que os outros pensam
de mim”). Sendo assim, foi selecionado o item com maior saturação (“I am always
worrying about something”) de uma escala que avalia apenas a tendência das crianças
para se preocuparem, com estrutura unidimensional, o Penn State Worry Questionnaire-
-Child Version (PSWQ-C; Chorpita, Tracey, Brown, Collica, & Barlow, 1997).

Foi selecionado o item com maior saturação da subescala (“Quando não consigo
fazer coisas à primeira insisto e continuo a tentar até conseguir.”) que avalia o fator de
eficácia perante a adversidade da versão portuguesa (Escala de Auto-eficácia Geral
Percepcionada; EAGP; Ribeiro, 1995) da Self-Efficacy Scale de Sherer, Maddux,
Mercandante, Prentice-Dunn, Jacobs e Rogers (1982). Esta escala avalia a autoeficácia
geral em adultos e já foi aplicada numa amostra de jovens institucionalizados com idades
compreendidas entre os 9 e 22 anos de idade (Costa, 2012).

Autoestima

A subescala autoestima avalia o grau com que os indivíduos têm uma perceção de
si elevada, isto é, apresentam um autoestima elevado.

102
Os itens desta subescala derivaram da Escala de Auto-Estima de S. Harter, que
corresponde a uma adaptação para o contexto português por Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal
e Ferrerira (2010) da subescala da autoestima global (Global Self-Worth subscale) da
Escala de Auto-conceito (Self-Perception Profile for Children, SPPC; Harter, 1985). Esta
avalia o grau com que as crianças e os adolescentes gostam de si mesmos como pessoas,
gostam do modo como corre a sua vida e se sentem felizes, de maneira geral, consigo
mesmos.

Otimismo

A subescala otimismo avalia o grau com que o indivíduo apresenta uma tendência
em ser otimista e esperançoso relativamente ao futuro.

Os itens desta subescala foram extraídos da Escala de Orientação para a Vida, que
corresponde a uma adaptação para crianças e adolescentes no contexto português por
Gaspar, Ribeiro, Matos, Leal e Ferrerira (2009) do Life Orientation Test – Revised (LOT-
R; Scheier, Carver, & Bridges 1994). Esta avalia o otimismo disposicional, sendo
constituída por dois fatores: i) o otimismo, caraterizado por uma forma positiva de encarar
a vida; e, ii) o pessimismo, caraterizado por uma perspetiva negativa da vida.

Destemor

A dimensão destemor é composta pelas subescalas coragem, intrepidez e


tolerância à incerteza. Pontuações elevadas nesta escala descrevem indivíduos com uma
tolerância elevada a sentimentos relacionados com o medo e à incerteza, motivação
elevada em experimentar atividades perigosas, de risco e radicais apenas pelo
divertimento e pela adrenalina, e uma capacidade elevada de adaptação à mudança.

Coragem

A subescala coragem reflete uma tolerância elevada a experiências que as pessoas


normais considerariam tenebrosas e assustadoras, isto é, uma grande capacidade em lidar
e controlar sentimentos relacionados com o medo.

Os dois itens da subescala Coragem da dimensão Destemor da versão portuguesa


da TriPM foram simplificados para a faixa etária das crianças, por exemplo o item -
“Tenho medo de muito menos coisas do que a maioria das pessoas.” - foi alterado para o
item - “Tenho menos medos do que os outros”. Além disso, foram elaborados outros itens

103
que refletissem o conteúdo desta subdimensão e fossem adequados à etapa
desenvolvimental.

Intrepidez

A subescala intrepidez reflete uma motivação e vontade elevada em experimentar


atividades perigosas, de risco e radicais apenas pelo divertimento e pela adrenalina.

Os itens desta subescala foram derivados dos itens da respetiva subescala da


versão portuguesa da TriPM. Estes foram desenvolvidos de forma a serem adequados à
etapa desenvolvimental e à realidade social das crianças. Sendo estes semelhantes aos
itens da subescala Fearlessness do FD do PPI-R (Lilienfeld, & Widows, 2005). Os itens
nas escalas dirigidas a adultos contém atividades perigosas adequadas a estes, mas
desadequadas a crianças, como por exemplo: “(…) saltar de paraquedas de um avião”. Os
itens da escala desenvolvida incluíram atividades perigosas que são suscetíveis de
fazerem parte da realidade social das crianças, tais como andar de skate, entre outras. O
item da versão portuguesa da TriPM - “Mantenho-me tão longe do perigo físico quanto
posso” - foi simplificado à linguagem de uma criança para - “Não entro em brincadeiras
em que possa ficar ferido(a).”.

Tolerância à incerteza

A subescala tolerância à incerteza avalia o grau com que os indivíduos se sentem


confortáveis em papéis e ambientes desconhecidos, refletindo uma tolerância elevada à
incerteza, que é caraterizada pela ausência de medo do desconhecido, por níveis de
ansiedade baixos perante uma situação que não lhes é familiar, bem como pela procura
de experiências novas e uma grande capacidade de adaptação à mudança.

Os dois itens da respetiva subescala da versão portuguesa da TriPM foram


alterados no sentido de melhorar a compreensão das crianças, por exemplo o item -
“Preocupo-me quando me meto numa situação que não me é familiar sem conhecer todos
os detalhes.” - foi simplificado para o item - “Fico nervoso(a) em situações novas”. Foram
elaborados mais três itens para esta subescala.

104
2.2. Reflexão falada

A reflexão falada1 da versão provisória da Escala Boldness – Versão Crianças


(EB-CV), desenvolvida no âmbito do presente projeto de doutoramento com o intuito de
aferir o grau de compreensão das frases e do vocabulário utilizado nesta medida, foi
conduzida numa amostra constituída por 10 crianças com 11 anos de idade média (DP =
.82), de ambos os sexos (50% do sexo feminino), com nacionalidade e língua materna
portuguesa, residentes no Porto, no Agrupamento de Escuteiros 391 - Antas, no dia 27,
de fevereiro, de 2016. No âmbito da reflexão falada foi solicitado às crianças para lerem
as instruções e as afirmações da versão provisória da EB-CV, que as descrevessem por
palavras suas e que justificassem as respostas dadas, enquanto preenchiam o questionário.
Quando as afirmações eram incorretamente interpretadas era fornecida uma alternativa a
estas com o mesmo conteúdo e avaliada a interpretação desta. Ao longo das entrevistas
as investigadoras anotavam numa grelha, que se encontra no Anexo 1, a informação
relevante desta. Para além disso, foram consultados os técnicos do estabelecimento com
o intuito de avaliarem as caraterísticas do instrumento e a sua aplicação nesta faixa etária.
Houve alguma dificuldade na compreensão do conteúdo de alguns itens do EB-CV (e.g.,
otimista). Procederam-se a alterações da EB-CV de simplificação de vocabulário que era
desadequado às capacidades linguísticas desta faixa etária e adequação de um item à sua
realidade social (item 3: “Seria divertido andar em carrinhos de choque.”).

A segunda reflexão falada da nova versão provisória da EB-CV foi conduzida


numa amostra constituída por 7 crianças com 8.43 anos de idade média (DP = 1.27), de
ambos os sexos (57.14% do sexo feminino), com nacionalidade e língua materna
portuguesa, residentes no Porto, no Agrupamento dos Escuteiros 391 - Antas, no dia 5,
de março, de 2016. A má interpretação ou dificuldade em interpretar os itens que foram
alterados na sequência do estudo anterior não se manteve. A reformulação dos itens
conduziu a uma interpretação correta destes. Sendo estabelecida uma versão final da EB-
CV (ver Tabela 4).

1
Para além da autora da presente dissertação, a estudante de Licenciatura em Criminologia Ângela Peixoto
participou na primeira reflexão falada da versão provisória da EB-CV no âmbito do estágio curricular na
Escola de Criminologia da FDUP. As restantes reflexões faladas foram conduzidas apenas pela autora da
presente dissertação.

105
3. Hipóteses

As seguintes hipóteses foram colocadas tendo em consideração a concetualização


da boldness no modelo triárquico da psicopatia (Patrick et al., 2009) e a evidência
empírica da relação da boldness com medidas de traços psicopáticos em jovens e
construtos relevantes na sua rede nomológica:

Hipótese 1. De forma consistente com a incorporação das caraterísticas de


ajustamento positivo do domínio interpessoal da psicopatia no construto boldness e com
os resultados de estudos anteriores (Drislane et al., 2014a; Kyranides et al., 2016; Sellbom
& Phillips, 2013; Somma, Borroni, Drislane, & Fossati, 2016), prevemos que a boldness
irá associar-se preferencialmente e positivamente com as subescalas que avaliam os
traços psicopáticos do domínio interpessoal, designadamente a dimensão Grandiosidade-
Manipulação e as suas subdimensões do Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens –
Versão Crianças (YPI-CV) e a subescala Narcisismo do Dispositivo de Despiste de
Processo Antissocial (APSD). De todos os instrumentos de avaliação de traços
psicopáticos, a pontuação total do YPI-CV será a que terá uma associação mais intensa
com a boldness. E, esta não se irá associar-se ou irá associar-se negligentemente com as
pontuações totais do APSD e do Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional
(ICU) e as (sub)escalas que avaliam os domínios afetivos e comportamentais da
psicopatia do YPI-CV e do APSD.

Hipótese 2. Tendo em consideração a concetualização da boldness, como a


combinação da imunidade ao stress, da procura de adrenalina e aventura, do destemor e
da dominância social, e evidência empírica prévia que demonstra a relação das dimensões
da personalidade do modelo dos cinco fatores (FFM) com a escala boldness da TriPM
(Poy, Segarra, Esteller, López, & Moltó, 2014; Sica, Drislane, Caudek, Angrilli, Bottesi,
Cerea, & Ghisi, 2015; Somma et al., 2016b; Stanley, Wygant, & Sellbom, 2013) e o fator
do Psychopathic Personality Inventory (PPI; Lilienfeld & Andrews, 1996) Fearless
Dominace (FD; Derefinko & Lynam, 2006; Gauhghan, Miller, Pryor, & Lynam, 2009;
Miller & Lynam, 2012; Ross, Benning, Patrick, Thompson, & Thurston, 2009), prevemos
que a escala boldness associar-se-á às seguintes dimensões da personalidade do
Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças (Big Five Questionnaire – Children,
BFQ-C; Barbaranelli, Caprara, Rabasca, & Pastorelli, 2003): a Energia/Extroversão (+),
o Intelecto/Abertura à experiência (+), a Instabilidade Emocional (-) e em menor

106
intensidade à Agradabilidade (-). Além disso, esperamos que os traços psicopáticos CU
(, avaliados pelo ICU, pelo APSD e pelo YPI-CV,) e impulsivos (, avaliados pelo APSD
e pelo YPI-CV,) apresentem padrões convergentes de associação com a boldness
relativamente à Agradabilidade, bem como os traços psicopáticos impulsivos exibam
padrões divergentes de associação com a Instabilidade Emocional.

Hipótese 3. Tendo em consideração a concetualização da boldness como uma


tolerância elevada a sentimentos relacionados com o medo (cf. Lykken, 1995; Patrick et
al., 2009) e a sua origem etiológica subjacente aos défices no medo (Patrick et al., 2009),
esta será associada negativamente ao Sistema de Inibição Comportamental (Behavioral
Inhibition System; BIS) das BIS/BAS-C, que representa um sistema psicobiológico que
está subjacente aos défices no sistema de medo e foi ligado à psicopatia (e.g., Lykken,
1995), bem como à subescala Medo da Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão
Crianças (Positive and Negative Affect Scale for Children, PANAS-C; Laurent,
Catanzaro, Joiner, Rudolph, Potter, Lambert, Osborne, & Gathright, 1999). Assim,
esperamos replicar os resultados dos estudos em adultos (Miller & Lynam, 2012; Ross et
al., 2009; Sellbom e Phillips, 2013) e, para além disso, que os outros traços psicopáticos
CU avaliados pelo ICU, APSD e YPI-CV e impulsivos avaliados pelo APSD e YPI-CV
apresentem padrões convergentes de associação com a boldness relativamente às escalas
BIS, tendo como subjacente que a boldness e a meanness partilham a mesma base
etiológica (Patrick et al., 2009), e BAS, respetivamente.

Hipótese 4. Tendo em consideração a descrição da boldness como o autoestima e


a autoconfiança elevada e a evidência anterior demonstrando a associação positiva de
facetas da personalidade que avaliam uma tendência para a experiência de emoções
positivas com o PPI-FD (Benning, Patrick, Hicks, Blonigen, & Krueger, 2003), a escala
Boldness da TriPM (Drislane et al., 2014a; Poy et al., 2015) e a escala YPI-Tri (Drislane,
Brislin, Kendler, Andershed, Larsson, & Patrick, 2015) prevemos que a boldness irá
associar-se positivamente com a escala Emocionalidade Positiva da PANAS-C.
Consistentemente com incorporação das caraterísticas de ansiedade baixa e destemor na
concetualização da boldness e da evidência das associações divergentes de traços
psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo e de traços psicopáticos de
impulsividade com medidas da emocionalidade negativa (Hicks & Patrick, 2006), as
facetas da personalidade que avaliam uma tendência para a experiência de emoções
negativas (Benning et al., 2003, 2003; Benning, Patrick, Salekin, & Leistico, 2005;

107
Drislane et al., 2014a; Miller & Lynam, 2012; Poy et al., 2014), com problemas e
sintomas de psicopatologias de internalização associadas à emocionalidade negativa
(Drislane, Patrick, Sourander, Sillanmäki, Aggen, Elonheimo et al., 2014; Sica et al.,
2015; Venables, Sellbom, Sourander, Kendler, Joiner, Drislane, et al., 2015), que incluem
a experiência de sentimentos de ansiedade, de irritabilidade, de depressão, de desespero
e de preocupação, e de angústia pessoal – a dimensão afetiva da empatia – o desconforto
pessoal, que avalia a tendência a experienciar sentimentos de ansiedade, de apreensão e
de desconforto em contextos interpessoais tensos (Almeida, Seixas, Ferreira-Santos,
Vieira, Paiva, Moreira, & Costa, 2015).

4. Metodologia

4.1. Amostra

A amostra do presente estudo é constituída por 504 crianças, com idades


compreendidas entre os 8 e 14 anos, a frequentarem o 4º, 5º e 6º anos de escolaridade do
1º e 2º ciclos do ensino básico em sete escolas públicas da região do Grande Porto, pelos
seus professores e pelos seus encarregados de educação. As taxas de participação dos
alunos, dos encarregados de educação e dos professores foram 54.43%, 56.90% e 46.15%,
respetivamente (ver descrição de taxa de participação por escola na Tabela 5).

Tabela 5 Taxa de participação dos alunos, encarregados de educação e professores por


escola

Encarregados
Alunos Professores
Agrupamento Escola Ano de educação

% % %

AE do Cerco EB S. Roque da Lameira 4º 100 100 100

AE do Cerco EBS do Cerco 5º e 6º 33.43 40.35 33.33

AE Alexandre
EB do Sol 4º 100 94.74 100
Herculano

AE Infanta D. Mafalda EB da Boavista-Lourinha 4º 82.50 66.25 50

Notas: AE – Agrupamento de escolas; EB(S) – Escola básica (e secundária); % = Percentagem.

108
Tabela 5 (continuação)
Taxa de participação dos alunos, encarregados de educação e professores por escola

Encarregados
Alunos Professores
Agrupamento Escola Ano de educação

% % %

AE Infanta D. Mafalda EB da Venda Nova 4º 94.37 80.28 100

AE Infanta D. Mafalda EB da Boavista 4º 0 40.43 0

AE Infanta D. Mafalda EB Infanta D. Mafalda 5º 67.54 67.98 50

Notas: AE – Agrupamento de escolas; EB(S) – Escola básica (e secundária); % = Percentagem.

Os dados de 44 participantes foram excluídos pelos seguintes motivos: os alunos


tinham uma doença que influencia os indivíduos ao nível afetivo, interpessoal e/ou
comportamental (e.g., perturbação do espetro do autismo; n = 10); os alunos não se
situavam na faixa etária pré-estabelecida (n = 11); e, o preenchimento incompleto dos
questionários (n = 23). A amostra final é constituída por 460 crianças, com idades
compreendidas entre os 8 e 12 anos (M = 9.97; DP = 1.01), de ambos os géneros (51.74%
do sexo feminino), a frequentarem o 4º (40.22%), o 5º (49.35%) e o 6º (10.43%) anos. Na
Tabela 6 são descritas outras caraterísticas sociodemográficas dos alunos.

Tabela 6 Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos alunos da amostra final


Fr (%) Fa M DP Min Max
Cidade de residência
Porto 30.00 138 - - - -
Gondomar 62.61 288 - - - -
Valongo 2.61 12 - - - -
Maia 2.17 10 - - - -
Vila Nova de Gaia 1.74 8 - - - -
Outra 0.87 4 - - - -
Nacionalidade
Portuguesa 98.04 451 - - - -
Outra 1.96 9 - - - -
Notas: Fr = Frequência relativa; % = Percentagem; Fa = Frequência absoluta; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo.

109
Tabela 6 (continuação)
Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos alunos da amostra final
Fr (%) Fa M DP Min Max
Língua materna
Português (Portugal) 98.91 455 - - - -
Outra 1.09 5 - - - -
País de origem
Portugal 98.70 454 - - - -
Outro 1.30 6 - - - -
Situação familiar
Pais casados ou vivem juntos na mesma casa 74.13 341 - - - -
Pais divorciados ou separados 24.78 114 - - - -
Outra 1.09 5 - - - -
Nível de escolaridade da mãe
1º ciclo do ensino básico 6.09 28 - - - -
2º ciclo do ensino básico 13.91 64 - - - -
3º ciclo do ensino básico 22.83 105 - - - -
Ensino secundário 32.29 149 - - - -
Ensino superior 22.83 105 - - - -
Outra 1.52 7 - - - -
Nível de escolaridade do pai
1º ciclo do ensino básico 8.04 37 - - - -
2º ciclo do ensino básico 15.22 70 - - - -
3º ciclo do ensino básico 30.43 140 - - - -
Ensino secundário 29.78 137 - - - -
Ensino superior 10.43 48 - - - -
Desconhecido/Faleceu 6.09 28 - - - -
Situação profissional da mãe
Desempregada 14.35 66 - - - -
Empregada 77.61 357 - - - -
Doméstica 6.74 31 - - - -
Outra 1.30 6 - - - -
Situação profissional do pai
Desempregado 9.35 43 - - - -
Empregado 81.52 375 - - - -
Doméstico 0.22 1 - - - -
Outra 8.91 41 - - - -
Notas: Fr = Frequência relativa; % = Percentagem; Fa = Frequência absoluta; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo.

110
Tabela 6 (continuação)
Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos alunos da amostra final
Fr (%) Fa M DP Min Max
Quantidade de pessoas do agregado familiar - - 3.88 1.27 2 23
Rendimento mensal do agregado familiar
Até 500 euros 10.22 47 - - - -
Entre 500 e 1000 euros 26.52 122 - - - -
Entre 1000 e 1500 euros 25.00 115 - - - -
Entre 1500 e 2000 euros 15.65 72 - - - -
Mais de 2000 Euros 9.35 43 - - - -
Desconhecido 12.61 58 - - - -
Composição do agregado familiar
Monoparental 11.30 52 - - - -
Dois adultos e uma criança 23.48 108 - - - -
Dois adultos e duas ou mais crianças 51.52 237 - - - -
Três ou mais adultos e uma ou mais crianças 10.87 50 - - - -
Casa de acolhimento 0.22 1 - - - -
Dois agregados familiares (guarda partilhada) 2.61 12 - - - -
Número de irmãos - - 1.08 1.10 0 13
Notas: Fr = Frequência relativa; % = Percentagem; Fa = Frequência absoluta; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo.

Os alunos da amostra final estudavam na EB S. Roque da Lameira (4.35%), na


EBS do Cerco (26.74%), na EB do Sol (4.13%), na EB da Boavista-Lourinha (13.91%),
na EB da Venda Nova (14.35%), na EB da Boavista (3.48%) e na EB Infanta D. Mafalda
(33.04%) Na amostra total os relatos sobre cada aluno eram provenientes apenas destes
(n = 368), dos seus encarregados de educação (n = 400) e dos seus professores (n = 155).
A maior parte dos encarregados de educação são as mães dos alunos (78.75 %), seguido
dos pais (18.25%), das avós (0.75%), das tias (0.75%), das irmãs (0.25%), do avô
(0.25%), da madrinha (0.25%), do padrinho (0.25%), do irmão (0.25%) e do primo
(0.25%). Na Tabela 7 são descritas as caraterísticas sociodemográficas dos encarregados
de educação.

111
Tabela 7 Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos encarregados de educação
da amostra final
Fr (%) Fa M DP Min Max
Idade - - 39.83 6.49 20 65
Género
Feminino 81.00 324 - - - -
Masculino 19.00 76 - - - -
Cidade de residência
Gondomar 62.50 250 - - - -
Porto 30.30 121 - - - -
Outra 7.00 29 - - - -
Nacionalidade
Portuguesa 98.25 393 - - - -
Outra 1.75 7 - - - -
Língua materna
Português (Portugal) 97.00 388 - - - -
Outra 3.00 12
País de origem
Portugal 95.50 382 - - - -
Outra 4.50 18 - - - -
Estado civil
Solteiro 14.00 56 - - - -
Casado ou em união de facto 74.50 298 - - - -
Viúvo 1.00 4 - - - -
Divorciado ou separado 10.50 42 - - - -
Nível de escolaridade
Nenhum .25 1 - - - -
1º ciclo do ensino básico 4.00 16 - - - -
2º ciclo do ensino básico 14.25 57 - - - -
3º ciclo do ensino básico 21.75 87 - - - -
Ensino secundário 35.00 140 - - - -
Ensino superior 24.75 99 - - - -
Situação profissional
Desempregado 11.50 46 - - - -
Empregado 82.50 330 - - - -
Doméstico 5.00 20 - - - -
Reformado 1.00 4 - - - -
Notas: Fr = Frequência relativa; % = Percentagem; Fa = Frequência absoluta; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo.

112
Tabela 7 (continuação)
Descrição das caraterísticas sociodemográficas dos encarregados de educação da
amostra final
Fr (%) Fa M DP Min Max
Quantidade de pessoas do agregado familiar - - 3.79 0.91 2 8
Rendimento mensal do agregado familiar
Até 500 euros 9.75 39 - - - -
Entre 500 e 1000 euros 29.00 116 - - - -
Entre 1000 e 1500 euros 28.25 113 - - - -
Entre 1500 e 2000 euros 17.50 70 - - - -
Mais de 2000 Euros 11.25 45 - - - -
Desconhecido 4.25 17 - - - -
Notas: Fr = Frequência relativa; % = Percentagem; Fa = Frequência absoluta; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo.

A amostra final é constituída por 14 professores, com idades compreendidas entre


os 39 e 57 anos (M = 46.07; DP = 6.35), de ambos os géneros (71.40% do sexo feminino),
com o ensino superior como nível de escolaridade, a nacionalidade e a língua materna
portuguesa. De forma geral o país de origem dos professores é Portugal, com exceção de
um professor cujo país de origem é a Africa do Sul. Os professores residem
maioritariamente no Porto e em Gondomar (78.56%). Uma grande parte dos professores
são casados ou estão em união de facto (42.86%) e os restantes são solteiros (28.57%),
divorciados ou separados (21.43%) e viúvos (7.14%). O seu agregado familiar é
constituído por uma a quatro pessoas (M = 2.64; DP = 1.01). Os professores dos alunos
dos 5º e 6º anos (n = 7) são os diretores de turma dos alunos. Os professores dos alunos
do 4º ano (n = 7) são os professores primários destes.

4.1.1. Subamostra

Um conjunto de 276 alunos (75 % da amostra) preencheram novamente a EB-CV


num intervalo temporal de diferença médio de 31.41 dias (DP = 19.44, A = 6-103). Estes
participantes não apresentaram diferenças significativas relativamente à nacionalidade
(χ2(6) = 2.38, p =.882), à língua materna (χ2(4) = 1.35, p =.853), ao país de origem (χ2(4)
= 4.67, p =.323), à situação familiar (χ2(2) = .58, p =.747), ao nível de escolaridade do pai
(χ2(5) = 7.37, p =.195), à situação profissional do pai (χ2(4) = 8.04, p =.090), ao número

113
de irmãos (t(366) =-1.17, p = .243), à quantidade de pessoas (U = 11705, W = 49931, p
= .115) e à composição do agregado familiar (χ2(5) = 10.49, p = .063) relativamente aos
alunos que não completaram a EB-CV no segundo momento. A subamostra de alunos
apresentou diferenças significativas apenas no ano de escolaridade (χ2 (2) = 144, p =.000),
género (χ2 (1) = 9.11, p =.003), na idade (t(366) =-13.09, p = .000), na cidade onde
residem (χ2 (7) = 96.57, p =.000), no nível de escolaridade da mãe (χ2(6) = 18.38, p =.005),
na situação profissional da mãe (χ2(4) = 13.77, p =.008) e no rendimento do agregado
familiar (U = 7758, W = 11079, p = .010) relativamente aos alunos que não completaram
a EB-CV no segundo momento. Nomeadamente, a subamostra era constituída por alunos
mais novos e tinha uma maior percentagem de alunos do sexo masculino, a frequentarem
o 4º ano, a residir em Gondomar, com um grau de escolaridade mais elevado da mãe, com
um rendimento do agregado familiar superior e a situação profissional da mãe de
empregada ou dona de casa.

A EB-CV foi preenchida novamente por uma subamostra de 201 encarregados de


educação (50.25% da amostra) num intervalo temporal de diferença médio de 51.68 dias
(DP = 32.88, A = 1-373). A subamostra de encarregados de educação que preencheu
novamente a EB-CV diferiu dos encarregados que não a preencheram relativamente às
seguintes caraterísticas sociodemográficas: a) dos encarregados de educação - a cidade
onde residem (χ2(5) = 46.83, p = .000), o estado civil (χ2(3) = 8.14, p = .043), o grau de
escolaridade (χ2(5) = 16.15, p = .006) e o rendimento do agregado familiar (U = 15626,
W = 33581, p =.010), e, b) dos alunos alvo do relato – o ano de escolaridade (χ2(2) =
67.19, p = .000), a idade (U = 11381.50, W = 31682.50, p = .000), a cidade onde residem
(χ2(7) = 52.20, p = .000), o número de irmãos (U = 18778.50, W = 39079.50, p = .250),
o grau de escolaridade da mãe (χ2(6) = 19.12, p = .004) e do pai (χ2(5) = 18.99, p = .002),
o número de pessoas (U = 19030, W = 39331, p = .366) e a composição do agregado
familiar (χ2(4) = 17.86, p = .001). A subamostra era constituída por uma percentagem
maior de encarregados de educação a residirem em Gondomar, casados ou em união de
facto, com um grau de escolaridade e rendimento do agregado familiar superiores. A
subamostra era constituído por uma maior frequência de alunos alvos do relato pelos
encarregados de educação a frequentarem o 4º ano, a residirem em Gondomar, com um
grau de escolaridade dos pais superior, com um agregado de familiar com pelo menos
dois adultos, com idade inferior e com menor número de irmãos. Estes participantes não
apresentaram diferenças significativas relativamente às seguintes caraterísticas

114
sociodemográficas: a) dos encarregados de educação - o familiar que participou (χ2(9) =
11.52, p = .242), o género (χ2(1) = 3.36, p = .067), a idade (U = 19682.50, W = 39383, p
= .918), a nacionalidade (χ2(5) = 4.99, p = .417), a língua materna (χ2(6) = 4.70, p = .583),
o país de origem (χ2(7) = 5.11, p = .646), a situação profissional (χ2(3) = 7.49, p = .058)
e o número de pessoas do agregado familiar (U = 19112, W = 39413, p =.407), e, b) dos
alunos alvos de relato - género (χ2(1) = .25, p = .619), a nacionalidade (χ2(5) = 3.99, p =
.551), a língua materna (χ2(3) = 2.99, p = .393), o país de origem (χ2(3) = 2, p = .572),
situação dos pais (χ2(2) = 5.80, p = .055), situação profissional da mãe (χ2(4) = 9.07, p =
.059) e do pai (χ2(5) = 7.96, p = .158).

A EB-CV foi preenchida novamente por uma subamostra de 3 professores


primários (21.43% da amostra) num intervalo temporal de diferença médio de 74.47 dias
(DP = 60.91, A = 12-200). A subamostra de professores que preencheu novamente a EB-
CV diferiu dos professores que não a preencheram às seguintes caraterísticas
sociodemográficas: a) dos professores - idade (t(12) = -2.77, p = .017), b) e, dos alunos
alvos de relato – cidade onde residem (χ2(6) = 34.97, p = .000), idade (t(126.66) = -2.48,
p = .015) e rendimento do agregado familiar (U = 1486, W = 3026, p = .005). Os
professores que preencheram novamente eram mais novos relativamente aos que não
participaram. A subamostra era constituído por uma maior frequência de alunos alvos do
relato de professores a residirem no Porto, com um rendimento de agregado familiar
menos elevado e idade inferior. Esta não apresentou diferenças significativas
relativamente às seguintes caraterísticas sociodemográficas: a) dos professores - sexo
(χ2(1) = .04, p = .837), cidade onde residem (χ2(6) = 4.79, p = .571), país de origem (χ2(1)
= .29, p = .588), estado civil (χ2(3) = 1.63, p = .653) e à dimensão (t(12) = 1.39, p = .191)
e rendimento do agregado familiar (U = 11.50, W = 56.50, p = .690), b) e, dos alunos
alvos de relato – sexo (χ2(1) = 1.13, p = .287), nacionalidade (χ2(3) = 3.89, p = .274),
língua materna (χ2(2) = 2.24, p = .326), país de origem (χ2(4) = 5.56, p = .235), situação
dos pais (χ2(2) = .42, p = .810), grau de escolaridade da mãe (χ2(5) = 6.17, p = .290) e do
pai (χ2(5) = 1.66, p = .893), situação profissional da mãe (χ2(4) = 7.66, p = .105) e dos pai
(χ2(4) = 5.27, p = .261), a composição (χ2(5) = 7.55, p = .183) e dimensão (U = 2383, W
= 7039, p = .071) do agregado familiar, número de irmãos (U = 2409, W = 7065, p =
.089). Houve diferenças relativamente ao número de anos que eram professores dos
alunos (χ2(3) = 28.04, p = .000).

115
Por fim, houve diferenças significativas entre participantes e não participantes das
subamostras de autorrelato (χ2(5) = 298.42, p = .000), relato pelos encarregados de
educação (χ2(5) = 96.10, p = .000) e relato pelos professores (χ2(6) = 189.80, p = .000)
relativamente ao local de estudo, uma vez que não foi possível aplicar novamente a EB-
CV na EBS do Cerco.

4.2. Instrumentos de avaliação

De seguida serão descritos os instrumentos de avaliação utilizados neste estudo.

4.2.1. Boldness: EB-CV

A Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV), desenvolvida no âmbito do


presente projeto, avalia os traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento
positivo, denominados por Patrick, Fowles e Krueger (2009) boldness. Esta corresponde
à combinação de dominância alta, de ansiedade baixa e de tolerância ao desconhecido e
perigo, sendo a capacidade de se manter calmo e concentrado e recuperar rapidamente de
situações de tensão. A EB-CV é constituída por 46 itens agrupados em três escalas, que
avaliam as três dimensões da boldness: a Eficácia Social (ES), a Estabilidade Emocional
(EE) e o Destemor (De). Cada dimensão é avaliada em três subescalas constituídas por 5
ou 6 itens. Para cada item é pedido ao aluno (ao encarregado de educação ou professor)
que indique em que me medida a afirmação apresentada o descreve (descreve o seu
educando ou aluno) numa escala de Likert de 4 valores (0 = Falso; 1 = Moderamente
falso; 2 = Moderamente verdadeiro; 3 = Verdadeiro). Os itens da versão de autorrelato da
EB-CV encontram-se descritos na Tabela 4 da secção 2.1 deste capítulo. O conteúdo dos
itens das versões de relato pelos encarregados de educação e professores da EB-CV é
igual ao da sua versão de autorrelato, mas formulado na terceira pessoa.

A escala ES é constituída pelas subescalas: Persuasão (P), Autoconfiança Social


(AS) e Dominância Social (DS). Pontuações elevadas nesta escala descrevem indivíduos
que apresentam uma capacidade elevada em influenciar e manipular os outros,
autoconfiança elevada e ausência de ansiedade no domínio das relações sociais e uma
grande motivação em assumir a liderança, posições de poder e autoridade ao nível das
relações interpessoais, e a necessidade e o prazer em ter atenção de outras pessoas.

116
A escala EE é constituída pelas subescalas: Resiliência (R), Autoestima (A) e
Otimismo (O). Pontuações elevadas nesta escala descrevem indivíduos que apresentam
uma capacidade elevada em lidar com o stress, uma adaptação positiva face à adversidade,
uma perceção de si elevada, e uma tendência em ser otimista e esperançoso relativamente
ao futuro.

A escala De é composta pelas subescalas: Coragem (C), Intrepidez (I) e Tolerância


à Incerteza (TI). Pontuações elevadas nesta escala descrevem indivíduos com uma
tolerância elevada a sentimentos relacionados com o medo e à incerteza, motivação
elevada em experimentar atividades perigosas, de risco e radicais apenas pelo
divertimento e pela adrenalina, e uma capacidade elevada de adaptação à mudança.

As pontuações da EB-CV (0, 1, 2 e 3) para os itens das subescalas - P (1, 10, 19,
28 e 37), AS (4, 13, 22, 31 e 40) e DS (7, 16, 25, 34 e 43) - foram somados para formarem
a escala ES. A pontuação da escala EE foi obtida pela soma das pontuações dos itens das
subescalas – R (2, 14, 17, 29, 32 e 45), A (5, 20, 26, 38 e 44) e O (8, 11, 23, 35 e 41). As
pontuações dos itens das subescalas – C (9, 15, 21, 30 e 36), I (3, 12, 18, 24 e 46) e TI (6,
27, 33, 39 e 42) – foram somados para obter a escala De. As pontuações de todos os itens
foram somadas para obter a pontuação total da EB-CV. As cotações dos itens invertidos
(4, 5, 9, 14, 17, 22, 30, 31, 33, 34, 38, 40, 41, 43 e 45) foram alteradas (0 passa a 3 e vice-
versa). As pontuações destas subescalas foram somadas para se obter as pontuações totais
dos traços de frieza emocional, cujas pontuações mais elevadas são indicadoras de níveis
mais elevados destes traços.

4.2.2. Dados sociodemográficos e de saúde

Os dados sociodemográficos dos participantes foram recolhidos através do


preenchimento do Questionário Sociodemográfico (QS) por estes e no caso dos alunos
preenchido por estes e pelos seus encarregados de educação. O QS foi desenvolvido no
âmbito do presente projeto de investigação e as suas versões de autorrelato e de relato
pelos encarregados de educação encontram-se nos Anexos 2 e 3, respetivamente. A
versão de relato pelos professores do QS é igual à secção 1 da versão de relato pelos
encarregados de educação deste. Foram recolhidos os seguintes dados sociodemográficos
dos alunos: a idade, a data de nascimento, o sexo, a nacionalidade, a língua materna, o

117
país e a localidade onde residem, o país de origem, o ano de escolaridade completo e que
frequentam, a situação familiar, a profissão dos seus pais, as habilitações literárias dos
seus pais, o rendimento mensal e a composição do seu agregado familiar, e o número de
irmãos. Foram recolhidos os seguintes dados sociodemográficos dos encarregados de
educação e professores: a idade, a data de nascimento, o sexo, o estado civil, a
nacionalidade, a língua materna, o país e a localidade onde residem, o país de origem, as
habilitações literárias, a profissão principal, o rendimento mensal e a composição do seu
agregado familiar. Os dados de saúde (presença/ausência de doença e no caso de ter
alguma doença especificação da mesma) dos alunos foram recolhidos através do
preenchimento deste questionário por estes e pelos seus encarregados de educação.

4.2.3. Traços psicopáticos

Os traços psicopáticos foram avaliados através da aplicação das seguintes


medidas:

i) Adaptação ao autorrelato por crianças da versão portuguesa (Pechorro,


Ray, Barroso, Marôco, & Gonçalves, 2016a) do Inventory of Callous-
Unemotional Traits (ICU; Frick, 2004), o Inventário de Traços
Calosos/Insensibilidade Emocional, e a sua versão dirigida aos pais e
professores.
ii) Versão portuguesa do Youth Psychopathic Traits Inventory – Child
Version (YPI-CV; van Baardewijk, Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte,
& Vermeiren, 2008), o Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens –
Versão Crianças; e,
iii) Adaptação ao autorrelato por crianças da versão portuguesa (Pechorro,
Marôco, Poiares, & Vieira, 2013) do Antisocial Process Screening Device
(APSD; Frick, & Hare, 2001), o Dispositivo de Despiste de Processo
Antissocial, e a sua versão dirigida aos pais e professores.

Foram utilizadas as versões dos questionários supracitados de autopreenchimento


pelas crianças, de preenchimento pelos seus encarregados de educação e professores.
Com a exceção do YPI-CV, que apenas foi utilizada a primeira versão. Será realiza de
seguida uma breve descrição destes questionários, uma vez que estes foram descritos
pormenorizadamente na primeira secção do Capítulo I.

118
4.2.3.1. ICU

O ICU (Frick, 2004) corresponde a um instrumento de autorrelato ou de relato


pelos pais ou professores que avalia os traços de Frieza-Insensibilidade Emocional (CU)
da infância à adolescência. É constituído por 24 itens agrupados em 3 subescalas: a
Indiferença Emocional (Uncaring, Unc; 8 itens), que avalia a falta de preocupação com
o seu desempenho; a Calosidade/Frieza Emocional (Callousness, Cal; 11 itens), que mede
uma atitude calosa em relação aos outros; e, a Insensibilidade Emocional (Unemotional,
Une; 5 itens), que mede a ausência de expressão emocional. Para cada item é pedido ao
aluno (ao encarregado de educação ou professor) que indique em que medida essa
afirmação o descreve (descreve o seu educando ou o seu aluno) numa escala de Likert de
4 valores (0 = Totalmente falso; 1 = Em parte falso; 2 = Em parte verdade; 3 = Totalmente
verdade). A versão de autorrelato pelos alunos do ICU (ICU-VA) corresponde a uma
adaptação ao autorrelato por crianças da versão portuguesa do ICU (Pechorro et al.,
2016a) realizada no âmbito do presente projeto de investigação. Os seus itens encontram-
se descritos na Tabela 78 do Anexo 4. Os itens utilizados nas versões de preenchimento
pelos professores (ICU-VP) e encarregados de educação (ICU-VE) da versão portuguesa
do ICU (Pechorro et al., 2016a) podem ser consultados na Tabela 5.2 do Capítulo 5 de
Pechorro, Barroso, Marôco e Gonçalves (2017, p.92). Apenas foi modificado o item 3
desta versão excluindo o “trabalho” de modo a adaptar o conteúdo à realidade social da
faixa etária alvo de estudo.

No estudo de validação da versão de autorrelato do ICU, conduzido numa amostra


na comunidade de grandes dimensões constituída por adolescentes, foi obtida uma
estrutura dos três fatores supracitados através da análise fatorial exploratória. A AFC
sugeriu que o modelo com melhor qualidade de ajustamento seria um modelo bifatorial
constituído por um Fator Geral (FG) CU e três fatores não correlacionados, que foi
invariante no género (Essau et al., 2006). Este estudo apoiou a estrutura bifatorial das
versões de autorrelato e de relato pelos pais do ICU, que apresentaram índices de
qualidade de ajustamento significativamente superiores aos modelos unidimensionais e
de três fatores. Tal como noutros estudos (e.g., Kahn et al., 2016; Kimonis et al., 2016;
Muñoz et al., 2008, 2011), os itens 2 e 10 da escala Cal apresentaram problemas
psicométricos, designadamente não saturaram no Fator geral (FG) e no respetivo fator,
apresentaram valores desadequados de CITC e a respetiva (sub)escala aumentaria o seu
coeficiente alfa após a remoção destes. Na VA, houve outros itens que apresentaram

119
problemas semelhantes, designadamente os itens 4 e 12 da subescala Cal e o item 22 da
subescala Une. Sendo assim, estes itens foram removidos do ICU. Os resultados
indicaram a presença de um FG forte e de que a multidimensionalidade não distorceu a
unidimensionalidade do modelo. Na versão de relato pelos professores apenas foi possível
testar o modelo unidimensional e de três fatores, que apresentou uma qualidade de
ajustamento superior. O item 2 foi removido, uma vez que apresentou problemas
psicométricos. Na secção 5.1.1 deste capítulo está descrita de forma mais pormenorizada
a análise da estrutura fatorial de todas as versões de relato do ICU. As intercorrelações
entre as (sub)escalas de cada uma das versões de relato do ICU foram positivas e fortes,
com exceção das intercorrelações moderadas entre a Une e as outras subdimensões CU
(ver Tabela 112 no Anexo 21).

Em ambas as versões as escalas do ICU apresentaram índices de consistência


interna aceitáveis. Na VA, a consistência interna das escalas do ICU avaliada pelos
índices α e ω foi: boa para a escala total; razoável para as subescalas Cal e Unc; e, fraca
para a subescala Une. Na VE, a consistência interna das escalas do ICU avaliada pelo
índice α foi boa para a escala total e razoável para as subescalas. A consistência interna
das escalas do ICU da VE avaliada pelo índice ω foi semelhante aos valores obtidos pelo
α, com exceção da fiabilidade da escala Unc que foi boa. Na VP, a consistência interna
das escalas do ICU avaliada pelo índice α foi: excelente para a escala total; boa para as
subescalas Cal e Unc; e, razoável para a subescala Une. A consistência interna das escalas
do ICU da VP avaliada pelo índice ω foi semelhante aos valores obtidos pelo α, com
exceção da fiabilidade da escala total que foi boa. A escala total e as subescalas
apresentaram valores adequados de MIC e MCITC em todas as versões. De forma
semelhante a estudos anteriores a Une foi a subescala que apresentou valores inferiores
de consistência interna (e.g., Muñoz et al., 2011). Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são
apresentados os índices de consistência interna do ICU.

Na Tabela 84 (Anexo 13) são apresentadas as correlações entre as várias fontes


de informação do ICU. As correlações entre a versão de autorrelato e as outras versões
foram: fracas para as subescalas Cal e Une; e, moderadas para a escala total e a subescala
Unc. As correlações entre as (sub)escalas da VE e da VP do ICU foram moderadas.
Apenas as correlações entre as subescalas Cal e Une da VA e VP não foram
estatisticamente significativas. Na Tabela 84 (Anexo 13) também são apresentados os
coeficientes de correlação intraclasse (ICCs) para a concordância absoluta entre as várias

120
fontes de informação do ICU. Os ICCs sugeriram uma concordância fraca entre os relatos
das várias fontes de informação. Apenas os ICCs das (sub)escalas total, Cal e Une entre
a VA e a VP não foram estatisticamente significativos.

As pontuações de todas as versões do ICU (0, 1, 2 e 3) para os itens das subescalas


- Unc (3, 5, 13, 15, 16, 17, 23 e 24), Cal (2, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 18, 20 e 21) e Une (1,
6, 14, 19 e 22) - foram somados para formarem as respetivas subescalas. As cotações dos
itens invertidos (ICU-VE e ICU-VP: 1, 3, 5, 8, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 23 e 24; ICU-VA:
1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23 e 24) foram alteradas (0 passa
a 3 e vice-versa). As pontuações destas subescalas foram somadas para se obter as
pontuações totais dos traços CU, cujas pontuações mais elevadas são indicadoras de
níveis mais elevados destes traços. Não foram somadas as pontuações dos itens
removidos da VA (2, 4, 10, 12 e 22), da VE (2 e 10) e da VP (10).

4.2.3.2. YPI-CV

O YPI–CV (van Baardewijk et al., 2008) corresponde a um instrumento de


autopreenchimento que avalia os traços de personalidade associados ao constructo de
psicopatia em crianças, com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos, não sendo
constituído por itens com referência ao comportamento antissocial. Este é constituído por
50 itens agrupados em três dimensões: Grandiosidade-Manipulação (Grandiose-
Manipulative, GM; 20 itens), Frieza-Insensibilidade Emocional (Callous-Unemotional,
CU; 15 itens) e Impulsividade-Irresponsabilidade (Impulsive-Irresponsible, II; 15 itens).
A dimensão GM apresenta quatro subescalas: Charme Desonesto (Dishonest Charm,
DC), Grandiosidade (Grandiosity, G), Mentir (Lying, L) e Manipulação (Manipulation,
M). A dimensão CU tem três subescalas: Ausência de Remorso (Remorselessness, Rem),
Insensibilidade Emocional (Unemotionality, Une) e Calosidade/Frieza Emocional
(Calloussness, Cal). A dimensão II é constituída por três subescalas: Procura de Excitação
(Thrill-seeking, TS), Impulsividade (Impulsiveness, Imp) e Irresponsabilidade
(Irresponsibility, Ir). Cada uma das subescalas é constituída por cinco itens, nos quais é
pedido ao aluno que indique em que medida essa afirmação o descreve numa escala de
Likert de 4 valores (1 = Totalmente falso; 2 = Em parte falso; 3 = Em parte verdade; 4 =
Totalmente verdade). Existe evidência de que este instrumento de avaliação possui boas
caraterísticas psicométricas (e.g., van Baardewijk et al., 2008). Os itens do YPI-CV
encontram-se descritos no Anexo 5.

121
Este estudo replicou a estrutura de três fatores com dez subfatores validada por
van Baardewijk e colegas (2008). Tal como no estudo anterior o modelo com a subescala
L removida, como proposto por Poythress e colegas (2006a) tornou o modelo com uma
qualidade de ajustamento superior. Contudo, o modelo bifatorial de três fatores,
constituído por um FG e as subescalas a saturarem nos três fatores não correlacionados,
testado com a versão de autorrelato por adolescentes do YPI (Pihet et al., 2014;
Zwaanswijk et al., 2017), apresentou índices de qualidade ajustamento superiores ao
modelo de três fatores com dez subfatores. Os resultados indicaram a presença de um FG
e que a multidimensionalidade não distorce o modelo unidimensional. Na secção 5.1.2
deste capítulo está descrito de forma mais pormenorizada a análise da estrutura fatorial
do YPI-CV. As intercorrelações entre as (sub)escalas do YPI-CV foram positivas
moderadas a fortes, com exceção das intercorrelações fracas entre as subescalas Une-Imp
e Cal-TS (ver Tabela 114 no Anexo 21).

Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são apresentados os índices de consistência interna


do YPI-CV. A consistência interna avaliada pelo α foi: excelente para a escala total; boa
para as escalas GM e II; razoável para a escala CU e subescalas DC, G, M e Imp; fraca
para as subescalas L e Ir, e, inaceitável para a TS e todas subescalas do CU. Os valores ω
foram semelhantes aos do α, com exceção dos valores das seguintes (sub)escalas que
foram superiores: excelente da escala GM; fracos das subescalas Cal e Rem; e, razoáveis
das subescalas L e Ir. Todas as (sub)escalas apresentaram valores adequados de MIC e
MCITC. Tal como no estudo de validação da YPI-CV (van Baardewijk et al., 2008), as
subescalas do CU foram as que apresentaram índices de consistência interna mais baixos.

As pontuações do YPI-CV (1, 2, 3 e 4) para os itens das subescalas - DC (6, 14,


27, 33 e 38), G (10, 19, 30, 37 e 41), L (7, 24, 43, 47 e 50) e M (11, 15, 20, 31 e 46) -
foram somados para formarem a escala GM. A pontuação da escala CU foi obtida pela
soma das pontuações dos itens das subescalas – Rem (8, 21, 28, 44 e 48), Unem (2, 25,
36, 39 e 45) e Cal (12, 17, 23, 35 e 49). As pontuações dos itens das subescalas – TS (1,
4, 22, 29 e 42), Imp (3, 9, 18, 26 e 32) e Ir (5, 13, 16, 34 e 40) – foram somados para obter
a escala II. As pontuações de todos os itens foram somadas para obter a pontuação total
do YPI-CV.

122
4.2.3.3. APSD

O APSD (Frick & Hare, 2001) corresponde a um instrumento de


autopreenchimento que avalia os traços associados ao construto de psicopatia na infância
e na adolescência. Este é constituído por 20 itens dos quais 18 estão agrupados em três
subescalas: Narcisismo (Narcissism; Nar; 7 itens), que avalia a dimensão interpessoal da
psicopatia (p.e., egocentrismo); Impulsividade (Impulsivity; Imp; 5 itens), que mede a
dimensão comportamental da psicopatia (p.e., autocontrolo baixo); e, Frieza-
Insensibilidade Emocional (Callous-Unemotional; CU; 6 itens), que avalia as dimensões
interpessoais e afetivas da psicopatia (p.e., ausência de culpa e empatia). A versão de
autorrelato pelos alunos do APSD (APSD-VA) corresponde a uma adaptação ao
autorrelato por crianças da versão portuguesa do APSD (Pechorro et al., 2013) realizada
no âmbito do presente projeto de investigação. Os seus itens encontram-se descritos no
Anexo 6. Os itens utilizados nas versões de preenchimento pelos professores (APSD-VP)
e encarregados de educação (APSD-VE) da versão portuguesa do APSD (id.) podem ser
consultados na Tabela 1 do artigo de Pechorro, Vieira e Vieira (2012, p.103). Os itens 2
e 6 não estão incluídos nas subescalas. Para cada item é pedido ao aluno (ao encarregado
de educação ou professor) que indique em que medida essa afirmação o descreve
(descreve o seu educando ou o seu aluno) numa escala de Likert de 3 valores (0 = Falso;
1 = Por vezes verdade; 2 = Muitas vezes verdade). O item 19 foi revertido por Pechorro
e colegas (2013) de forma a todos os itens na dimensão frieza emocional serem invertidos.
Os itens da versão APSD-VA foram modificados de afirmações para questões por
Pechorro e colegas (2013).

De forma semelhante a outros estudos (e.g., Oshukova et al., 2015; Pechorro et


al., 2013), o presente estudo não apoiou as estruturas fatoriais das versões do APSD
através da AFC, apesar de demonstrar a superioridade da estrutura de três fatores
relativamente à estrutura de dois fatores e unidimensional. Apenas na VP o modelo de
três fatores obteve índices de qualidade de ajustamento aceitáveis. A análise fatorial com
o método de máxima verosimilhança e a análise de componentes principais (ACP)
apoiaram o modelo de dois fatores. Os resultados da ACP do APSD-VA foram muito
semelhantes aos resultados do estudo de Pechorro e colegas (2013). Na secção 5.1.3 deste
capítulo está descrito de forma mais pormenorizada a análise da estrutura fatorial do
APSD. As intercorrelações entre as (sub)escalas de cada uma das versões de relato do
APSD foram positivas e de modo geral fortes, com exceção da intercorrelação moderada

123
Nar e CU para APSD-VP e as intercorrelações fracas entre as subescalas CU e Imp para
o APSD-VA e VE (ver Tabela 113 no Anexo 21).

Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são apresentados os índices de consistência interna


do APSD. Nas versões VA e VE, a consistência interna avaliada pelo α foi razoável para
a escala total e fraca para as subescalas, com exceção do valor inaceitável da Nar na VE.
Em ambas as versões os valores ω foram superiores aos do α. Estes foram bons para as
subescalas Nar e razoáveis para as restantes escalas. Na VP, a consistência interna das
escalas do APSD avaliada pelos índices α e ω foi: excelente para a escala total; boa para
a subescala Nar; e, razoável para as subescalas Cal e Imp. A escala total e as subescalas
apresentaram valores adequados de MIC e MCITC, com exceção do valor MIC da escala
total na VA, que foi próximo do valor adequado. Na Tabela 84 (Anexo 13) são
apresentadas as correlações entre as várias fontes de informação do APSD. As correlações
entre a VA e VE foram: moderadas para as (sub)escalas total e Cal; e, fracas para as
subescalas Nar e Imp. As (sub)escalas das VA e VP correlacionaram-se moderadamente,
com exceção da correlação fraca da subescala Cal. Houve correlações fracas entre as
(sub)escalas da VP e VE. Apenas a correlação entre a subescala Nar das VP e VP não foi
estatisticamente significativa. Na Tabela 84 (Anexo 13) também são apresentados os
ICCs para a concordância absoluta entre as várias fontes de informação do APSD. Os
ICCs sugeriram uma concordância fraca entre os relatos das várias fontes de informação,
com exceção da concordância entre os relatos da escala total da VA e a VP que variou
entre fraca e moderada. Apenas o ICC da subescala Nar entre a VE e a VP não foi
estatisticamente significativo.

As pontuações de todas as versões do APSD (0, 1 e 2) para os itens das subescalas2


- Nar (5, 8, 10, 11, 14, 15 e 16), Imp (1, 4, 9, 13 e 17) e CU (3, 7, 12, 18, 19 e 20) - foram
somados para formarem as respetivas subescalas. As cotações dos itens invertidos (3, 7,
12, 18, 19 e 20) foram alteradas (0 passa a 2). As pontuações destas subescalas foram
somadas para se obter as pontuações totais de traços psicopáticos, cujas pontuações mais
elevadas são indicadoras de níveis mais elevados destes traços.

2
De foram a testar o modelo de dois fatores inicialmente proposto por Frick e colegas (2004), foram
somados os itens das subescalas Impulsividade/Problemas de conduta (I/CP) - 1, 2, 4, 8, 9, 11, 13, 15, 16 e
20 – e CU - 3, 5, 12, 14, 18 e 19.

124
4.2.4. Medidas de critério externas da boldness

As medidas de critério externas da boldness utilizadas foram as seguintes:

i) A versão portuguesa da Positive and Negative Affect Scale for Children


(PANAS-C; Laurent, Catanzaro, Joiner, Rudolph, Potter, Lambert,
Osborne, & Gathright, 1999), a Escala da Afetividade Negativa e Positiva
– Versão Crianças;
ii) A versão portuguesa do Big Five Questionnaire - Children (BFQ-C;
Barbaranelli, Caprara, Rabasca, & Pastorelli, 2003), o Questionário dos
Cinco Fatores – Versão Crianças; e,
iii) A versão portuguesa das Behavioral Inhibition System/Behavioral
Activation System Scales for Children (BIS/BAS-C; Muris, Meesters, de
Kanter, & Timmerman, 2005), Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças.

Foram utilizadas as versões dos questionários supracitados de autopreenchimento


pelas crianças e de preenchimento pelos seus encarregados de educação e professores.

4.2.4.1. PANAS-C

A PANAS-C (Laurent et al., 1999) é um instrumento de autopreenchimento que


mede o estado emocional de crianças, com idades compreendidas entre os 8 e 13 anos,
nas últimas semanas. Este corresponde a uma adaptação a crianças do Positive and
Negative Affect Schedule (PANAS; Watson, Clark, & Tellegen, 1988) dirigido a adultos
e é composto por 30 itens divididos em duas subescalas: Emocionalidade Positiva (EP;
15 itens) e Emocionalidade Negativa (EN; 15 itens). A EP avalia em que medida a pessoa
manifesta entusiasmo com a vida. A EN mede em que medida a pessoa se sente indisposta
ou perturbada. Para cada item é pedido ao aluno (ao encarregado de educação ou ao
professor) que indique em que medida essa palavra descreve como se sentiu (como o seu
educando ou o seu aluno se sentiu) durante as últimas semanas numa escala de Likert de
5 valores (1 = Não muito ou nada; 2 = Um pouco; 3 = Algo; 4 = Bastante; 5 = Muito). Os
itens da versão de autorrelato da PANAS-C (PANAS-CVA) encontram-se descritos no
Anexo 7. O conteúdo dos itens das versões de preenchimento pelos professores (PANAS-
CVP) e pelos pais (PANAS-CVE) é igual à sua versão de autorrelato, mas formulado na
terceira pessoa.

125
No estudo inicial de validação do instrumento de autorrelato, Laurent e colegas
(1999) encontraram uma estrutura de dois fatores, EP e EN, independentes. Neste estudo
para além desta estrutura foram testadas outras estruturas que têm sido apoiadas por
evidência desta medida dirigida a adultos. O melhor modelo da PANAS-C consistiu numa
estrutura de três fatores proposta por Mehrabian (1997), na qual os fatores EP e EN se
encontram correlacionados e o fator EN divide-se em dois subfatores - Medo (Afraid;
Me), que parece refletir níveis altos de ansiedade, medo, culpa e vergonha; e, Preocupado
(Upset; Pre), que parece refletir níveis altos de tristeza, rejeição e fúria -, permitindo que
os erros de itens que pertencem à mesma categoria de emoções, definidas por Zevon e
Tellegen (1982), se correlacionem. Na secção 5.1.4 deste capítulo está descrito de forma
mais pormenorizada a análise da estrutura fatorial da PANAS-C.

Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são apresentados os índices de consistência interna


da PANAS-C. Na VA e VE foram removidos dois itens, uma vez que não saturavam nos
respetivos fatores. Na VA, a consistência interna avaliada pelos índices α e ω das
(sub)escalas foi boa, com exceção do valor ω razoável da subescala Me. Na VE, as escalas
apresentaram valores α bons e a subescala Me apresentou um valor razoável. A
consistência interna avaliada pelo ω na VE foi: excelente para a escala EN; boa para a
escala EP e subescala Pre; e, razoável para a subescala Me. Na VP, a consistência interna
das escalas avaliada pelos índices α e ω foi: excelente para as escalas EP e EN; e, boa
para as subescalas Me e Pre. As (sub)escalas apresentaram valores adequados de MIC e
MCITC. Na Tabela 84 (Anexo 13) são apresentadas as correlações entre as várias fontes
de informação da PANAS-C. As correlações entre as (sub)escalas das várias fontes de
informação foram de modo geral fracas, com exceção da correlação moderada entre a
escala EN da VA e da VE. Estas foram estatisticamente significativas, com exceção da
correlação entre a subescala medo da VP e VE e da correlação entre a escala EN da VP e
das outras versões. Na Tabela 84 (Anexo 13) também são apresentados os ICCs para a
concordância absoluta entre as várias fontes de informação da PANAS-C. Os ICCs
sugeriram uma concordância fraca entre os relatos das várias fontes de informação.
Apenas os ICCs das (sub)escalas EP, EN e Me entre a VA e a VE foram estatisticamente
significativos.

A pontuação da escala EP (1, 2, 3, 4 e 5) foi obtida pela soma das pontuações dos
seguintes itens – 1, 4, 5, 8, 9, 12, 14, 17, 18, 19, 21, 24, 26, 28 e 30. As pontuações dos
itens – 2, 3, 6, 7, 10, 11, 13, 15, 16, 20, 22, 23, 25, 27 e 29 - foram somados para se obter

126
a escala EN. As subescalas da EN foram obtidas através da soma dos seguintes itens: 3,
6, 10, 11, 13, 16 e 20 - Me; e, 2, 7, 15, 22, 23, 25, 27 e 29 – Pre. Não foram somadas as
pontuações dos itens removidos da VA (4 e 16), VE (15 e 25) e VP (14, 16 e 25).

4.2.4.2. BFQ-C

O BFQ-C (Barbaranelli et al., 2003) é um instrumento de autopreenchimento e


preenchimento pelos pais e professores, constituído por 65 itens, que avalia os traços de
personalidade básicos subjacentes aos domínios do Modelo de Cinco Fatores (Five
Factor Model, FFM; John & Srivastava, 1999) em crianças. Este é constituído por 65
itens agrupados em cinco escalas, que representam as cinco dimensões (Big Five) da
personalidade: a Energia/Extroversão (Energy/extraversion; E/E), que avalia aspetos tais
como a atividade, o entusiasmo, a assertividade e a autoconfiança, ou seja, a tendência
para emoções positivas e a sociabilidade; a Instabilidade Emocional (Emotional
instability; IE), que mede a instabilidade emocional ou sentimentos de ansiedade,
depressão, descontentamento e raiva; o Intelecto/Abertura à Experiência
(Intellect/openness; I/AE), que avalia a inteligência, especialmente no contexto escolar, a
criatividade e o interesse por pessoas e culturas distintas; a Agradabilidade
(Agreeableness; Ag), que mede a preocupação com e a sensibilidade aos outros e às suas
necessidades, pessoas com valores baixos de agradabilidade são manipuladoras,
arrogantes e com défices de empatia e valores altos são pessoas de confiança, honestas e
empáticas; e, a Conscienciosidade (Conscientiousness; Co), que avalia a capacidade de
planeamento, a disciplina, a organização, o rigor e o cumprimento de compromissos. Para
cada item é pedido ao aluno (ao encarregado de educação ou ao professor) que indique
com que frequência (o seu educando ou o seu aluno) adotou o comportamento descrito
na afirmação numa escala de Likert de 5 valores (1 = Quase nunca; 2 = Poucas vezes; 3
= Às vezes; 4 = Muitas vezes; 5 = Quase sempre). Os itens da versão de autorrelato do
BFQ-C (BFQ-CVA) encontram-se descritos no Anexo 8. O conteúdo dos itens das
versões de preenchimento pelos professores (BFQ-CVP) e pelos pais (BFQ-CVE) é igual
ao da sua versão de autorrelato, mas formulado na terceira pessoa.

O BFQ-C não corresponde a uma mera adaptação do BFQ dirigido a adultos


(Caprara, Barbaranelli, Borgogni, & Perugini, 1993), os itens foram construídos tendo em
consideração a etapa desenvolvimental. No estudo piloto (Barbaranelli, submetido a
publicação), os pais e professores identificaram adjetivos como úteis na avaliação da

127
personalidade de crianças. A partir destes foram construídos itens comportamentais, que
foram aperfeiçoados progressivamente através de estudos piloto até à versão final. No
estudo de validação da BFQ-C, a estrutura de cinco fatores do FFM (John & Srivastava,
1999) foi obtida através do método de Análise de Componentes Principais (ACP) seguida
de uma rotação oblíqua em crianças do 1º e 2º ciclo do ensino básico (4º e 5º anos, n =
432) e do 3º ciclo do ensino básico (6º, 7º e 4º anos, n = 516) e nas versões de autorrelato
e relato pelos pais e pelos professores. Esta estrutura foi suportada pela AFC em todas as
idades e versões. O estudo realizado por Muris, Meesters e Diedren (2005) apoiaram a
estrutura fatorial da VA do BFQ-C avaliada pela ACP seguida de rotação oblíqua numa
amostra escolar de 222 adolescentes. Ambos estudos encontraram problemas com o fator
I/AE, designadamente vários itens não saturaram no fator. Estas dificuldades refletem um
problema geral de heterogeneidade do FFM, no qual este fator parece partilhar
caraterísticas com os fatores E/E e Co, que conduziu ao questionamento desta dimensão
da personalidade. Além disso, existe evidência de boas caraterísticas psicométricas da
BFQ-C: consistência interna boa, validade convergente e construto demonstrada pela
associação com medidas de personalidade, de perturbações comportamentais e
emocionais (Barbaranelli et al., 2003; Muris et al., 2005a) e de desempenho escolar,
convergência entre as versões de autorrelato, de relato pelos pais e de relato pelos
professores (Muris et al., 2005a). Neste estudo a estrutura de cinco fatores
correlacionados apresentou uma qualidade de ajustamento de aceitável a pobre. Tiveram
de ser removidos três itens da E/E e um item da IE na VA e dois itens da E/E, um item da
IE e um item da I/AE na VE, uma vez que não saturaram nos respetivos fatores e
apresentaram problemas de fiabilidade. Apesar destes modelos com os itens removidos
na VA e na VE serem superiores aos anteriores, os índices de qualidade de ajustamento
variaram entre aceitáveis e maus, mas mais próximo do aceitável. Na VP foram excluídos
três itens, uma vez que a análise do padrão de dados omissos demonstrou dificuldade no
preenchimento destes. No estudo de Muris e colegas (2005a) foram obtidos melhores
resultados, mas tem de se ter em consideração que o presente estudo apresenta uma
amostra com uma dimensão mais reduzida. Na secção 5.1.5 deste capítulo está descrito
de forma mais pormenorizada a análise da estrutura fatorial do BFQ-C.

Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são apresentados os índices de consistência interna


do BFQ-C. Na VA, a consistência interna das escalas do BFQ-C avaliada pelos índices α
e ω foi de modo geral boa, com exceção do valor α razoável da escala E/E e do valor ω

128
excelente da Co. Na VE, a consistência interna das escalas do BFQ-C avaliada pelos
índices α e ω foi: excelente para a escala Co; boa para as escalas IE, I/AE e Ag; e, razoável
para a escala E/E. Na VP, a consistência interna das escalas avaliada pelos índices α e ω
foi: excelente para as escalas I/AE, Ag e CO; e, boa para as escalas E/E e IE. As escalas
apresentaram valores adequados de MIC e MCITC. Na Tabela 84 (Anexo 13) são
apresentadas as correlações entre as várias fontes de informação do BFQ-C. As
correlações entre a VE e as outras versões de relato foram: moderadas para as escalas E/E
e Co; e, fracas para as escalas Ag e IE. Relativamente à escala I/AE, a correlação entre a
VA e a VE foi moderada e a correlação entre a VP e a VE foi forte. As correlações entre
a VA e VP foram: fortes para as escalas I/AE e Co; moderadas para as escalas IE e AG;
e, fraca para a escala EE. Todas as correlações foram estatisticamente significativas. Na
Tabela 84 (Anexo 13) também são apresentados os ICCs para a concordância absoluta
entre as várias fontes de informação do BFQ-C. Os ICCs sugeriram uma concordância
fraca entre os relatos das várias fontes de informação, com exceção da concordância entre
os relatos da escala I/AE que variou entre fraca e moderada. Apenas os ICCs entre a VA
e os outros relatos para a escala E/E e entre a VE e a VP para a escala Ag não foram
estatisticamente significativos.

As pontuações do BFQ-C (1, 2, 3, 4 e 5) para os itens das subescalas – E/E (1, 9,


14, 19, 23, 26, 35, 40, 42, 50, 55, 57 e 63), IE (4, 6, 8, 15, 17, 29, 31, 39, 41, 49, 54, 58 e
61), I/AE (5, 10, 12, 18, 24, 30, 33, 36, 43, 46, 52, 59 e 62), Ag (2, 11, 13, 16, 21, 27, 32,
38, 45, 47, 51, 60 e 64) e Co (3, 7, 20, 22, 25, 28, 34, 37, 44, 48, 53, 56 e 65) – foram
somados para formarem as respetivas subescalas. Não foram somadas as pontuações dos
itens removidos da VA (9, 39, 42 e 50), da VE (9, 36, 39 e 42) e da VP (16, 37 E 53).

4.2.4.3. BIS/BAS-C

A versão para crianças, com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos, das


escalas BIS/BAS (BIS/BAS-C; Muris et al., 2005b) é um instrumento de
autopreenchimento, composto por 20 itens, que mede as diferenças individuais quanto à
sensibilidade aos sistemas motivacionais, que estão subjacentes ao comportamento e ao
afeto, propostos por Gray (1981, 1982), posteriormente revisto por Gray e McNaughton
(2000): sistema de inibição comportamental (behavioral inhibition system; BIS; 7 itens),
subjacente à ansiedade, e o sistema de ativação comportamental (behavioral activation
system; BAS; 13 itens), subjacente à impulsividade. As escalas BIS/BAS-C

129
correspondem a uma adaptação dos itens das escalas BIS/BAS dirigidos a adultos
desenvolvidos por Carver e White (1994), que implicou a sua modificação e
simplificação. Este instrumento é constituído por duas escalas que avaliam a sensibilidade
ao BIS e ao BAS. Para cada item é pedido ao aluno (ao encarregado de educação ou
professor) que indique em que medida essa afirmação descreve o seu pensamento e
comportamento (o pensamento e comportamento do seu educando ou aluno) numa escala
de Likert de 4 valores (0 = Falso; 1 = Um pouco verdade; 2 = Verdade; 3 = Muito
verdade). Os itens da versão de autorrelato das BIS/BAS-C (BIS/BAS-CVA) encontram-
se descritos no Anexo 9. O conteúdo dos itens das versões de preenchimento pelos
professores (BIS/BAS-CVP) e pelos encarregados de educação (BIS/BAS-CVE) é igual
ao da sua versão de autorrelato, mas formulado na terceira pessoa.

Existe evidência que o instrumento apresenta boas caraterísticas psicométricas,


designadamente uma boa consistência interna e validade concorrente. Foi obtida uma
estrutura de dois fatores BIS e BAS das BIS/BAS-C através de uma análise de
componentes principais com rotação oblíqua (Muris et al., 2005b). No estudo anterior de
validação das BIS/BAS dirigida a adultos, o mesmo procedimento de análise conduziu a
uma estrutura fatorial de quatro fatores, na qual a escala BAS está dividida em três
subescalas: a Energia (Drive; En), que consiste na perseguição persistente de objetivos
desejados; a Busca de Divertimento (Fun Seeking; BD), que reflete a tendência de
procurar experiências potencialmente recompensadoras ou uma tendência de agir
impulsivamente perante objetivos desejados; e, a Resposta à Recompensa (Reward
Responsiveness; RR), que consiste em respostas positivas à antecipação ou presença de
uma recompensa (Carver & White, 1994). No presente estudo os modelos de quatro
fatores apresentaram ajustamentos superiores aos respetivos modelos de dois fatores. O
melhor modelo foi o de quatro fatores com BIS e BAS correlacionados. Na secção 5.1.6
deste capítulo está descrito de forma mais pormenorizada a análise da estrutura fatorial
das escalas BIS/BAS-C.

Na Tabela 83 (ver Anexo 13) são apresentados os índices de consistência interna


do ICU. Na VA, a consistência interna das escalas das BIS/BAS-C avaliada pelos índices
α e ω foi: boa para a escala BAS e subescala En; razoável para a subescala RR; fraca para
a escala BIS; e, inaceitável para a subescala BD. Na VE, a consistência interna das escalas
das BIS/BAS-C avaliada pelos índices α e ω foi: boa para a escala BAS; razoável para as
subescalas RR e En; fraca para a subescala BD; e, inaceitável para a escala BIS. Na VP,

130
a consistência interna das escalas das BIS/BAS-C avaliada pelos índices α e ω foi: boa
para a escala BAS e subescala En; razoável para as subescalas BD e RR; e, fraca para a
escala BIS. As (sub)escalas apresentaram valores adequados de MIC e MCITC. Na
Tabela 84 (Anexo 13) são apresentadas as correlações entre as várias fontes de
informação das BIS/BAS-C. As correlações entre as (sub)escalas das várias fontes de
informação foram fracas. Apenas foram estatisticamente significativas as correlações
entre a VA e as outras versões para as (sub)escalas BAS. Na Tabela 84 (Anexo 13)
também são apresentados os ICCs para a concordância absoluta entre as várias fontes de
informação das BIS/BAS-C. Os ICCs sugeriram uma concordância fraca entre os relatos
das várias fontes de informação. Apenas os ICCs das (sub)escalas BAS entre os relatos
da VA e das outras fontes de informação foram estatisticamente significativos.

A pontuação da escala BIS (0, 1, 2 e 3) foi obtida pela soma das pontuações dos
seguintes itens – 1, 5, 9, 13, 14, 18 e 20. As pontuações dos itens – 2, 3, 4, 6, 7, 8, 10, 11,
12, 15, 16, 17 e 19 – foram somados para se obter a escala BAS. As subescalas da BAS
foram obtidas através da soma dos seguintes itens: En – 3, 7, 11 e 16; BD – 4, 8, 12 e 17;
RR – 2, 6, 10, 15 e 19. A cotação do item 14 invertido foi alterada (0 passa a 3 e vice-
versa). Não foram somadas as pontuações dos itens removidos na VA (5), na VE e na VP
(5 e 14).

4.2.5. Tradução e adaptação ao contexto português

Os instrumentos de avaliação – YPI-CV, PANAS-C, BFQ-C e BIS/BAS-C –


foram traduzidos e adaptados para o contexto português, entre janeiro e outubro de 2016.
Esta seguiu os procedimentos habituais3 estabelecidos na literatura (e.g., Byrne, 2016;
Hill & Hill, 2012; van Widenfelt, Treffers, de Beurs, Siebelink, & Koudijs, 2005),
designadamente:

a) Autorização: Foram realizados pedidos de autorização de tradução das escalas


aos seus autores principais. Obteve-se a autorização dos autores principais, Yoast van
Baardewijk, Peter Muris e Jeff Laurent do YPI-CV, das BIS/BAS-C e da PANAS-C,
respetivamente. O autor principal do BFQ-C, Claudio Barbaranelli, reencaminhou o
pedido para a sua editora, da qual não foi obtida resposta. Contudo, este instrumento

3
Participaram nos procedimentos de tradução a autora principal da presente dissertação, os investigadores
Pedro Almeida e Fernando Ferreira-Santos, a tradutora Filipa Seixas, a professora e escritora Luzia Fontes
e os autores das medidas.

131
encontras-se no domínio público.

b) Tradução: Os instrumentos foram traduzidos de inglês para português por dois


tradutores independentes. As diferenças entre as versões foram resolvidas por um terceiro
elemento;

c) Reflexão falada4: A versão provisória dos instrumentos foi aplicada a crianças,


com nacionalidade e língua materna portuguesa e residentes na região do Grande Porto,
sendo efetuada uma reflexão falada que avaliou a interpretação e compreensão do
vocabulário utilizado nos itens, nas instruções e nas escalas de resposta e do formato dos
instrumentos. Esta seguiu os procedimentos descritos na secção 2.2 deste capítulo e
também foi acompanhada de uma grelha (ver Anexo 1) para a investigadora anotar a
informação relevante desta. A amostra da reflexão falada do BFQ-C foi constituída por
13 crianças com 9.46 anos de idade média (DP = 1.51), de ambos os sexos (23% do sexo
feminino), no Agrupamento dos Escuteiros - Marquês, na Biblioteca Almeida Garrett,
nos centros de estudos de Matosinhos Lápis Azul e Academia Morangos Matosinhos. A
amostra da reflexão falada da PANAS-C foi constituída por 14 crianças com 9 anos de
idade média (DP = 1.47), de ambos os sexos (57.14 % do sexo feminino). A amostra da
reflexão falada das BIS/BAS-C foi constituída por 10 crianças com 9.70 anos de idade
média (DP = 1.64), de ambos os sexos (40% do sexo feminino). As reflexões faladas da
PANAS-C e das BIS/BAS-C foram conduzidas na Biblioteca Almeida Garrett, nos
centros de estudos de Matosinhos Lápis Azul e Academia Morangos Matosinhos. A
amostra da reflexão falada do YPI-CV foi constituída por 13 crianças com 9.39 anos de
idade média (DP = 1.45), de ambos os sexos (61.54% do sexo feminino), no
Agrupamento dos Escuteiros 6– Bonfim, no Agrupamento dos Escuteiros 229 – Rio
Tinto, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, na Academia Morangos e no centro de
estudos de Matosinhos Lápis. Foi efetuada uma análise estatística descritiva dos dados
demográficos dos participantes e da interpretação dos itens com o IBM SPSS 22. Foram
simplificados e reformulados algumas palavras e itens, identificados como desadequados
às capacidades linguísticas desta faixa etária, de forma a manterem o conteúdo original.
Isto conduziu a novas versões portuguesas das escalas. O formato original do BFQ-C,
que conduzia a um preenchimento incorreto foi alterado de forma a ser mais percetível e
claro;

4
As reflexões faladas foram conduzidas pela autora da presente tese de dissertação.

132
d) Retroversão: Um quarto elemento efetuou as retroversões para inglês das
versões portuguesas dos instrumentos provisórias;

e) Comparação com a versão original: As retroversões foram enviadas aos seus


autores principais com o intuito de compararem-na à versão original. A retroversão das
BIS/BAS-C foi aceite pelo seu autor principal. A versão portuguesa da PANAS-C foi
revista tendo em consideração as observações efetuadas pelo seu autor principal da
respetiva retroversão. Foi realizada uma nova retroversão da versão portuguesa da
PANAS-C que foi aceite pelo seu autor principal. Relativamente ao YPI-CV, que não se
obteve resposta do seu autor original, e ao BFQ-C, foram realizados os procedimentos
habituais de comparação da retroversão à versão original pelos tradutores. Estas foram
consideradas adequadas uma vez que as versões inglesas e originais eram semelhantes. O
processo conduziu às versões finais portuguesas de autorrelato destes instrumentos

e) Desenvolvimento de versões de relato por terceiros: As afirmações formuladas


na primeira pessoa das BIS/BAS-C, da PANAS-C e do BFQ-C foram alteradas para a
terceira pessoa, de modo a possibilitar o relato pelos encarregados de educação e
professores.

Todos os investigadores que participaram no processo de tradução eram bilingues


e tinham experiência em tradução.

4.2.6. Adaptação à faixa etária

A versão portuguesa dos instrumentos de avaliação ICU e APSD foram adaptados,


entre janeiro e abril de 2016, à faixa etária alvo de estudo, crianças com idades
compreendidas entre os 8 e 12 anos, uma vez que estes são dirigidos a adolescentes com
idades superiores a 12 anos. A versão de autorrelato destes instrumentos foi adaptada à
realidade social e às capacidades linguísticas desta faixa etária. Enquanto as versões de
relato pelos pais e professores foram apenas adaptadas à realidade social desta faixa
etária. O processo5 de adaptação dos instrumentos compreendeu os seguintes
procedimentos previamente utilizados na literatura (Benesch et al., 2014; Gao & Zhang,
2016; Houghton et al., 2013a):

a) Autorização: Foi realizado um pedido de utilização e de adaptação das versões

5
Os procedimentos de adaptação, incluindo as reflexões faladas, foram conduzidos pela autora da presente
tese de dissertação.

133
portuguesas do ICU e do APSD ao seu autor principal (Pedro Pechorro);

b) Consulta de especialistas: Especialistas com experiência profissional com o


grupo etário alvo (professores, técnicos de escuteiros e ATLs) de estudo avaliaram se o
conteúdo dos instrumentos era adequado às capacidades linguísticas e à realidade social
do grupo etário alvo;

c) Reflexão falada: Os instrumentos foram aplicados a crianças com


nacionalidade e língua materna portuguesa, residentes na região do Grande Porto, sendo
efetuada uma reflexão falada que avaliou a interpretação e a compreensão do vocabulário
dos itens, das instruções, das escalas e do formato destas. A amostra da reflexão falada
do ICU foi constituída por 13 crianças com 9.62 anos de idade média (DP = 1.39), de
ambos os géneros (61.54% do sexo feminino), no Agrupamento dos Escuteiros 6 –
Bonfim, no Agrupamento dos Escuteiros 229 – Rio Tinto, nos centros de estudos de
Matosinhos Academia Morangos e Lápis Azul. A amostra da reflexão falada do APSD
foi constituída por 10 crianças com 8.90 anos de idade média, de ambos os géneros (30%
do sexo feminino), nos centros de estudos de Matosinhos Lápis Azul e Academia
Morangos, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett e no Agrupamento dos Escuteiros
do Marquês. Esta seguiu os procedimentos descritos na secção 2.2 deste capítulo e
também foi acompanhada de uma grelha (ver Anexo 1) para a investigadora anotar a
informação relevante desta. Foi efetuada uma análise estatística descritiva dos dados
demográficos dos participantes e da interpretação dos itens com o IBM SPSS 22.;

d) Adaptação: Tendo em consideração a reflexão falada e a consulta de


especialistas, foram identificados itens como sendo desadequados ao nível
desenvolvimental e à realidade social do grupo etário alvo. Estes foram reformulados de
forma a a simplificar a linguagem às capacidades linguísticas desta faixa etária e adaptar
o conteúdo à sua realidade social. Nos itens 3 do APSD (“Preocupas-te com o teu
desempenho na escola e no trabalho?”) e do ICU (“Preocupo-me com o meu desempenho
na escolha e no trabalho.”) foi excluído o trabalho, uma vez que as crianças não faz parte
da realidade social geral das crianças. Esta alteração também tinha sido realizada por
estudos anteriores que aplicaram o ICU a esta faixa etária (e.g., Houghton et al., 2013a);

e) Comparação com a versão original: As versões adaptadas dos instrumentos


foram comparadas às versões originais de modo a avaliar se era mantido o conteúdo
original. Este processo conduziu às versões portuguesas adaptadas a crianças do ICU e

134
do APSD.

4.3. Procedimentos

4.3.1. Procedimentos de autorização

A submissão à apreciação do ponto de vista ético do presente projeto de


investigação pela Comissão Ética da Faculdade de Direito da Universidade do Porto
(FDUP), em 29 de setembro de 2016, recebeu um parecer favorável em 17 de outubro de
2016.

Foi submetido um pedido de autorização (n.º 0569000001) para aplicação de


inquéritos em meio escolar dirigido à Direção-Geral da Educação (DGE), através do
sistema de Monitorização de Inquéritos em Meio Escolar (MIME), em 12 de outubro de
2016, nos termos do Despacho n.º 15 847/2007. Este pedido foi rejeitado em 21 de
outubro de 2016, uma vez que a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) não
foi previamente notificada do tratamento/recolha de dados pessoais sensíveis do foro da
saúde e vida privada, nos termos da Lei de Protecção de Dados Pessoais (Lei n.º 67/98 de
26 de outubro). Em 31 de outubro de 2016, foi submetido um pedido de autorização prévia
de recolha/tratamento de dados pessoais dirigido à CNPD, que foi aceite em 7 de março
de 2017 (autorização n.º 2714/2017 do processo n.º 17691/2016) pela CNPD. Foi
submetido um novo registo de pedido de autorização de inquérito em meio escolar
dirigido à DGE, em 8 de março de 2017, que foi aprovado em 11 de abril de 2017.

Os procedimentos de autorização dos Diretores dos Agrupamentos de Escolas


realizaram-se entre 19 abril de 2017 e 31 de outubro de 2017. Foram selecionadas
aleatoriamente6 cinco escolas públicas do 1º ciclo e cinco escolas públicas do 2º ciclo do
ensino básico do conjunto total de escolas dos respetivos ciclos da cidade do Porto da
região do Grande Porto. Foram realizadas sucessivas seleções aleatórias do conjunto de
escolas excluídas da seleção inicial e cujos Diretores de AE não recusaram a recolha de
dados até saturar população. Os Diretores dos quinze Agrupamentos de Escolas (AEs) e
da Escola não agrupada, Escola Artística do Conservatório de Música do Porto, foram
contactados por via telefónica e eletrónica com o intuito de autorizarem a recolha de
dados nas respetivas escolas. A recolha de dados foi recusada em cinco AEs - AE

6
A seleção aleatória das escolas foi efetuada com o auxílio do da utilização do: www.randomizer.org
(Urbaniak, Plous, & Lestik, 2003).

135
Rodrigues de Freitas, AE Clara de Resende, AE Manoel de Oliveira, AE Leonardo
Coimbra-Filho e AE Pêro Vaz de Caminha -, devido à ausência de disponibilidade
temporal para realizar a investigação. Houve ausência de resposta de nove AEs (AE
António Nobre, AE Carolina Michaelis, AE Garcia da Horta, AE do Viso, AE Fontes
Pereira de Melo, AE Eugénio Andrade, AE Infante D. Henrique, AE Aurélia de Sousa e
Escola Artística do Conservatório de Música do Porto). A recolha de dados foi aceite em
dois AEs - AE do Cerco (Escola Básica S. Roque da Lameira e na Escola Básica e
Secundária do Cerco) e AE Alexandre Herculano (Escola Básica do Sol) – em 22 de abril
de 2017 e 29 de setembro de 2017, respetivamente. Foi realizado o mesmo procedimento
na população de nove AEs da cidade de Gondomar da região do Grande Porto. O estudo
foi recusado no AE n.º 3 de Rio Tinto, uma vez que já existiam outros projetos de
investigação a decorrer. Houve ausência de resposta de sete AEs (AE À Beira Douro, AE
Santa Bárbara, AE Júlio Dinis, AE de Valbom, AE n.º 1 de Gondomar, AE Rio Tinto e
AE São Pedro da Cova). A recolha de dados foi autorizada pelo Diretor do AE Infanta D.
Mafalda em 17 de outubro de 2017.

4.3.2. Procedimentos de recolha de dados

A recolha de dados decorreu entre 26 de abril de 2017 e 24 de julho de 2018. Após


a obtenção da autorização da recolha de dados em meio escolar pelos Diretores dos AEs,
foram realizadas reuniões com os coordenadores das escolas com o intuito de fornecer
informações sobre a investigação e planear os procedimentos de recolha de dados. Os
professores primários e diretores de turma dos 5os anos também foram informados sobre
o estudo, foi solicitada a sua colaboração e foram agendadas as sessões de recolha de
dados.

Num primeiro momento da recolha de dados, o estudo foi desenvolvido em várias


sessões em contexto de sala de aula, em cada turma, com a colaboração do professor
primário ou diretor de turma e a presença da investigadora, com a duração de
aproximadamente uma hora. Na primeira sessão, os alunos foram informados sobre o
estudo, foi solicitada a sua colaboração neste e pedido para entregarem aos seus
encarregados de educação um envelope que continha o formulário do consentimento
informado - o qual visa o estudo e solicita a sua participação neste bem como a
autorização da participação do respetivo educando -, em conjunto com os questionários
que avaliam os dados sociodemográficos dos encarregados de educação e dos seus

136
educandos e as outras variáveis sob estudo - a EB-CVE, o ICU-VE, o APSD-VE, a
PANAS-CVE, o BFQ-CVE e a BIS/BAS-CVE – que são alvo de análise deste capítulo
bem como de outros questionários que avaliam o comportamento antissocial (a adaptação
a crianças da Self Reported of Offending (SRO; Earls, Brooks-Gunn, Raudenbush, &
Sampson, 2005), Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial (QCA)) e a
agressão reativa e proativa – a ABRS - , que serão alvos de análise do capítulo seguinte
. Na EB de S. Roque da Lameira os encarregados de educação foram informados sobre o
estudo pela investigadora, solicitada a sua colaboração neste e entregue o formulário de
consentimento informado durante a reunião de pais. Após a reunião, também foi realizada
a primeira sessão supracitada. Os envelopes com os formulários de consentimento
informado e os questionários dirigidos aos encarregados de educação foram entregues
pelos seus educandos aos professores primários ou diretores de turma na sala de aula. Nas
três sessões seguintes, os alunos preencheram os questionários - o QS, a EB-CVA, o ICU-
VA, o YPI-CV, o APSD-VA, a PANAS-CVA, o BFQ-CVA e a BIS/BAS-CVA - após o
fornecimento das instruções e respetivo esclarecimento de dúvidas. Após o
preenchimento do consentimento pelos professores, estes completaram os questionários
que avaliam os seus dados sociodemográficos e os estudantes - a EB-CVP, o ICU-VP, o
APSD-VP, a PANAS-CVP, o BFQ-CVP e a BIS/BAS-CVP - que participaram no estudo.
A exceção a estes procedimentos de recolha de dados foi para a EBS do Cerco, no qual
foi colocada a imposição de que os questionários fossem aplicados pelos diretores de
turma dos 5os e 6os anos, à qual foram dadas instruções para o efeito pela investigadora.

Num segundo momento da recolha de dados, os participantes preencheram


novamente a EB-CV, de modo a avaliar a estabilidade temporal deste instrumento. A
recolha de dados dos alunos foi realizada em contexto de sala de aula, em cada turma,
numa sessão com duração de aproximadamente vinte minutos. Foi fornecido um envelope
aos alunos com o questionário para entregarem aos seus encarregados de educação. Foi
solicitado aos professores para preencherem novamente o questionário. Na EBS do Cerco
não houve a possibilidade deste segundo momento de recolha de dados.

Os questionários foram distribuídos aleatoriamente7 aos alunos por turma, aos


encarregados de educação e aos professores por cada indivíduo, com exceção do QS e do

7 A ordem dos questionários de todos os participantes foi aleatorizada através da utilização do www.random.org.

137
segundo momento de aplicação da EB-CV, que eram preenchidos em primeiro e último
lugar, respetivamente.

4.3.3. Procedimentos éticos

O estudo respeitou o código ético da investigação científica e a Lei de Protecção


de Dados Pessoais (Lei n.º 67/98 de 26 de outubro - LPDP). Em todos os formulários do
consentimento informado, foram descritos os objetivos e procedimentos do estudo,
informando que este era confidencial e que a sua participação (e no caso do formulário
dos encarregados de educação: a participação do seu educando) era de caráter voluntário,
destacando que a não participação não resultaria em qualquer penalização, podendo
desistir a qualquer momento do estudo (ver Anexo 12). Os estudantes também foram
informados da confidencialidade e caráter voluntário do estudo previamente à sua
participação neste, prestando a sua anuência à recolha de dados. O estudo teve sempre em
conta o superior interesse dos menores. Os participantes entregaram os questionários
preenchidos num envelope lacrado, de forma a garantir o seu anonimato. Para além de ter
sido recolhido o consentimento expresso dos participantes e representantes legais dos
menores, nos termos do n.º 2 do artigo 7.º e do artigo 10.º da LPDD, também foi solicitada
a autorização prévia para a realização do estudo às Direções das escolas.

Foi atribuído a cada sujeito um código de forma a identificar os participantes e


associar os dados recolhidos através das diversas fontes (alunos, encarregados de
educação e professores) e várias sessões de recolha de dados. O código atribuído aos
participantes foi um número sem qualquer elemento associativo à identidade destes que
foi escrito nos questionários. Foram implementadas as medidas de segurança lógica
previstas no artigo 14.º a 17.º da LPDD, designadamente houve a separação lógica entre
os dados referentes à saúde dos restantes dados pessoais. Além disso, também houve a
separação lógica entre a identificação dos participantes dos restantes dados pessoais e de
saúde. Sendo assim, os dados foram codificados em três bases de dados. Os elementos
identificativos associados ao código dos alunos foram o nome, o estabelecimento de
ensino e a turma e no caso dos encarregados de educação e dos professores apenas foram
identificados como encarregados de educação e professores dos respetivos educandos e
alunos, respetivamente. Apenas a investigadora responsável teve acesso à chave deste
código

138
4.4. Análise estatística

Nesta secção serão descritos os procedimentos realizados de análise estatística dos


dados. Previamente ao tratamento estatístico dos dados, estes foram inseridos no Excel
2017. Posteriormente à inserção de dados foi revisto cada questionário de forma a detetar
e corrigir erros de inserção.

O padrão dos dados omissos foi analisado através da técnica estatística Little´s
Missing Completely at Random test (Little´s MCAR test; Little, 1988). Se o Little´s
MCAR test for estatisticamente significativo (p ≤ .05) existe um padrão na distribuição
dos dados omissos. Caso contrário (p > .05) os dados omissos distribuíssem de forma
completamente aleatória. Na versão relato pelos professore do BFQ-C, existia um padrão
nos dados omissos nas escalas Conscienciosidade (Co; χ2(113) = 169.73, p = .000) e
Agradabilidade (Ag; χ2(72) = 104.11, p = .008). Os itens 16 (n = 16), 37 (n = 45) e 53 (n
= 8) eram os que apresentavam maior frequência de dados omissos. Estes resultados
demonstraram dificuldade no preenchimento destes itens. O padrão de dados omissos foi
aleatório após a remoção destes itens das escalas Ag (χ2(55) = 68.10, p = .110) e Co
(χ2(49) = 43.22, p = .706). Sendo assim, estes itens foram excluídos deste instrumento e
os dados omissos foram estimados por escala utilizando o tratamento de dados omissos
Expectation/maximization (EM) algorithm (Dempster, Laird, & Rubin, 1977).
Relativamente aos outros instrumentos, uma vez que os dados omissos estavam
distribuídos de forma completamente aleatória, estes foram estimados por escala
utilizando o tratamento de dados omissos EM algorithm.

Foram realizados procedimentos de análise de estatística descritiva das


caraterísticas sociodemográficas dos participantes e das (sub)escalas dos questionários.
Foram calculados a média, o desvio-padrão e a amplitude dos valores das variáveis
escalares. Foram calculadas a frequência relativa e a frequência absoluta das variáveis
nominais e ordinais. Para avaliar se há diferenças nas variáveis nominais
sociodemográficas entre os indivíduos que completaram e não completaram num segundo
momento a EB-CV recorreu-se ao Teste do Qui-Quadrado de independência. As
diferenças entre os indivíduos relativamente às variáveis contínuas sociodemográficas
foram avaliadas pelo teste t-Student para amostras independentes. Este teste é robusto à
violação da normalidade quando os valores de assimetria (sk < |3|) e curtose (ku < |7-10|)
não são muito elevados. No caso de violações severas ao pressuposto da normalidade da

139
distribuição da variável dependente contínua e das variáveis serem ordinais foi utilizado
o teste de Wilcoxon-Mann-Whitney. As caraterísticas são consideradas idênticas nos
grupos se p-value > α = .05 (Marôco, 2011).

De modo a estudar o efeito de cada uma das variáveis sociodemográficas e o efeito


da interação entre estas em cada uma das versões da EB-CV recorreu-se a Análises de
Variância (ANOVAs) fatoriais. O pressuposto de normalidade das varáveis dependentes,
cada uma das versões da EB-CV, nos diferentes grupos definidos pelos cruzamentos nos
fatores foi avaliado pelos testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov (n ≥ 30) e Shapiro-
Wilk (n < 30). O pressuposto de homogeneidade de variância foi validado com o teste de
Levene baseado na mediana, uma vez que em alguns grupos a pontuação total das versões
da EB-CV não seguiam uma distribuição normal, nas versões de autorrelato completa (F
(20,27) = 1.44; p = .188) e reduzida (F (20,27) = 1.88; p = .063) da EB-CV, e nas versões
de relato pelos professores completa (F (8,11) = 1.35; p = .316) e reduzida (F (8,11) =
1.75; p = .193) da EB-CV. O pressuposto de homogeneidade de variância não foi validado
com o teste de Levene nas versões de relato pelos encarregados de educação completa (F
(31,41) = 2.01; p = .018) e reduzida (F (31,41) = 2.81; p = .001) da EB-CV. Optou-se
pela utilização de testes paramétricos em detrimento dos testes não paramétricos, pois
estes são menos potentes que os correspondentes paramétricos e a ANOVA é um teste
bastante robusto às violações dos seus pressupostos (Marôco, 2011). A classificação da
dimensão do efeito foi feita de acordo com Marôco (2011): muito elevada - ηp2 (Eta2
parcial) > 0.50; elevada - ηp2 = ]0.25;0.50]; média - ηp2 = ]0.05;0.25]; pequena - ηp2 ≤
0.05. Quando a ANOVA detetou efeitos estatisticamente significativos procedeu-se ao
teste Post-hoc HSD Tukey. Relativamente às variáveis sociodemográficas contínuas
foram estudadas as associações entre estas e a pontuação total de cada uma das versões
da EB-CV através do cálculo de correlações entre estas e de regressões lineares múltiplas,
nos quais as variáveis sociodemográficas são preditores da EB-C.

A validade fatorial da EB-CV e dos outros instrumentos foram avaliadas por


intermédio de uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC), utilizando o método de
estimação por máxima verosimilhança (ML). As AFCs conduzidas foram baseadas em
correlações de Pearson, com exceção do APSD8 no qual a associação entre as variáveis

8
As variáveis manifestas ordinais foram tratadas como contínuas. A utilização de variáveis ordinais com
uma escala de resposta igual ou superior a quatro valores não constitui um problema grave, sendo a
diferença entre resultados irrelevante e reduzida (e.g., Byrne, 2008; Marôco, 2014).

140
foi estimada pelo coeficiente de correlação policórica. A qualidade de ajustamento global
dos modelos fatoriais foi analisada de acordo com os seguintes índices e respetivos
valores de referência descritos na Tabela 4.1 de Marôco (2014, p.55): o chi-
square/degrees of freedom ratio (χ2/DF), o Comparative Fit Index (CFI), o Goodness of
Fit Index (GFI), o Root Mean-Square Error of Approximation (RMSEA), p-value de
RMSEA, os intervalos de confiança a 90% para RMSEA, Akaike Information Criterion
(AIC) e Modified Expected Cross-Validation Index (MECVI). Os seguintes valores dos
índices indicam um ajustamento: a) mau - χ2/DF < 5, CFI/GFI < .8, e RMSEA > .10; b)
sofrível - χ2/DF = ]2;5], CFI/GFI = [.8;.9[; c) bom - χ2/DF = ]1;2], CFI/GFI = [.9;.95[, e
RMSEA = ].05;.10]; d) muito bom - χ2 ~ 1, CFI/GFI ≥ .95, e RMSEA ≤ .05. Valores não
significativos de RMSEA indicam um ajustamento adequado. Valores menores de AIC e
MECVI indicam um ajustamento superior relativamente aos outros modelos. O teste de
diferença Qui-quadrado (ΔX2) foi utilizado para avaliar se um ajustamento de modelo é
significativamente superior. A qualidade de ajustamento global do modelo fatorial, que
melhor se adequou aos dados, foi avaliada pelos pesos fatoriais estandardizados (λ) e pela
fiabilidade individual dos itens (R2). Foram estabelecidos os valores mínimos de
saturação dos itens nos fatores de .30 (Nunnally & Bernstein, 1994) e de fiabilidade
individual de itens de .25. A validade discriminante dos fatores foi avaliada pela
comparação da variância extraída média (VEM) com os quadrados da correlação entre
fatores. A validade convergente dos fatores foi analisada pela VEM (adequada se VEM
≥ .50). A consistência interna dos fatores foi avaliada pela fiabilidade compósita (FC;
adequada = FC ≥ .70; Marôco, 2014). A fiabilidade compósita e a VEM por cada fator
foram avaliadas como descrito em Fornell e Larcker (1981). O ajustamento do modelo, a
existência de outliers e a normalidade das variáveis foram avaliados pelos índices de
modificação, a distância quadrada de Mahalanobis (D2) e os coeficientes de assimetria
(sk) e curtose (ku) uni- e multivariada, respetivamente. Os valores absolutos de sk > |3| ku
> |10| são indicadores de violação extrema da normalidade (Kline, 2011). O método de
estimação de modelo ML exige o pressuposto que as variáveis apresentem distribuição
normal multivariada. As variáveis apresentaram valores sk e ku considerados adequados
para o pressuposto da normalidade. Nos modelos bifatoriais, o índice de força do Fator
Geral (FG) em modelos bifatoriais - explained common variance (ECV) – e a percent of
uncontaminated correlations (PUC) - foram avaliados como descrito por Rodriguez,
Reise e Haviland (2016) com o intuito de testar a (uni)dimensionalidade do modelo.
Valores superiores de ECV indicam um FG forte. Valores superiores de PUC indicam
141
uma menor tendência de as estimativas dos parâmetros do modelo unidimensional serem
enviesadas. Valores de ECV e PUC superiores a .70 permitem a interpretação do
instrumento como primariamente unidimensional (ib.). Foram comparados os λ: a) do
modelo unidimensional com os do FG no modelo bifatorial (valores inferiores de λ no
FG são indicadores de multidimensionalidade); b) dos (sub)fatores do modelo bifatorial
com os do modelo de três ou nove fatores (valores inferiores de λ no modelo bifatorial
são indicadores de unidimensionalidade).

Foi conduzida uma análise dos itens com o intuito de identificar os itens que
fornecem uma discriminação fraca através do índice de discriminação correlação item-
total corrigida (corrected item-to-total correlation, CITC). Foi estabelecido o valor
mínimo de .20 de CITC como discriminação moderada. Valores inferiores a este indicam
que os itens são candidatos a remoção (Nunnally & Bernstein, 1994). Também foram
analisados os valores do coeficiente alfa (α) de Cronbach após a remoção de cada um os
itens.

Previamente à realização da análise fatorial são verificados os seus pressupostos.


Em primeiro lugar, as variáveis devem estar correlacionadas entre si. Ou seja, serão
avaliadas as correlações entre os vários fatores e se estas foram significativas (p ≤ .001)
é cumprido o pressuposto para realizar a análise fatorial. Em segundo lugar, utilizou-se o
teste de Esfericidade de Bartlett (Bartlett´s Test of Sphericity) e o índice de adequação da
amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy;
KMO), proposto por Kaiser (1970) e Kaiser e Rice (1974) para avaliar a adequabilidade
dos dados aos procedimentos de análise fatorial. É legítimo fazer uma análise fatorial
quando o valor de KMO é superior a 0.5 (ver e.g., Sharma, 1996)9. No teste de
Esfericidade de Bartlett, as correlações entre as variáveis são adequadas para fazer uma
análise fatorial apenas quando o valor de estatística do Qui-quadrado é significativo (p ≤
.001). Na extração dos fatores foram considerados os seguintes critérios: Critério de
Kaiser ou regra do eigenvalue superior a 1; Critério do Scree plot; e, a variância extraída
no mínimo por cada fator de 5% e a variância extraída total no mínimo de 50% (Marôco,

9
Relativamente às recomendações para realização de uma análise fatorial um valor de KMO: inferior a 0.5
é inaceitável; situado entre 0.5 e 0.6 é mau mas ainda é aceitável; situado entre 0.6 e 0.7 é medíocro; situado
entre 0.7 e 0.8 é médio; situado entre 0.8 e 0.9 é bom; e, situado entre 0.9 e 1.0 é excelente (ver e.g., Sharma,
1996).

142
2011). Estabeleceu-se o valor mínimo de saturação 0.30 como critério de saturação dos
itens nos fatores (Nunnally & Bernstein, 1994).

A técnica Item Response Theory (IRT) foi utilizada na seleção dos itens da EB-
CV que melhor avaliam o construto latente boldness. Este método fornece informação
sobre a relação entre as respostas dos itens e o nível de um traço num construto latente de
um indivíduo (Embreston & Reise, 2000). Um dos pressupostos da IRT é a
unidimensionalidade do instrumento. Contudo este pressuposto é alvo de debate pela
comunidade científica. A unidimensionalidade é rara na maior parte das medidas, a regra
é que a AFE deve produzir uma solução fatorial não rotativa com o eigenvalue ratio do
primeiro ao segundo fator superior ou igual a 3 (Morizot, Ainsworth, & Reise, 2007).
Foram cumpridos os pressupostos da análise fatorial (KMOVA/VE/VP = .73/.78/.78; p (teste
de Esfericidade de Bartlett) VA/VE/VP = .000/.000/.000). As Análises Fatoriais
Exploratórias com o método de extração pelo eixo principal produziram uma solução sem
rotação de fatores com a soma dos eigenvalues do primeiro fator e do segundo fator
superior a 3 nas várias versões de relato da EB-CV (Fator1VA/VE/VP = 4.70/6.01/10.04;
Fator2VA/VE/VP = 3.96/4.55/5.94). Recorreu-se ao modelo IRT de resposta classificada
(graded response IRT model) de Samejima (1967), que é uma extensão do 2-Parameter
Logistic (2-PL) IRT model, uma vez que é o modelo adequado aos objetivos do estudo e
ao tipo de resposta ordinal. Este modelo estima dois parâmetros para cada item -
parâmetro da discriminação do item (ou slope; a) e o parâmetro da dificuldade do item
(ou treshold; b) – bem como a relação entre os dois. O parâmetro da discriminação do
item descreve a força da relação entre as categorias de resposta do item e o traço latente.
Itens com valores elevados neste parâmetro discriminam efetivamente entre os indivíduos
que diferem em termos do seu nível no traço latente. O parâmetro de dificuldade do item
indica o nível do traço latente no qual a próxima categoria de resposta tem maior
probabilidade de ser selecionada. Itens com valores mais elevados neste parâmetro
necessitam de níveis mais elevados do traço latente para selecionar a categoria de resposta
superior (Embreston & Reise, 2000). Foram analisadas as curvas caraterísticas dos itens
(item characteristics curves; ICCs) para cada um dos itens relativamente a estes dois
critérios. Os itens foram considerados candidatos a remoção nas seguintes condições:
fornecerem uma má discriminação, isto é., a < .9 (de Ayala, 2009). O modelo 2-PL foi
estimado após remoção dos itens. Na comparação dos modelos recorreu-se aos índices
AIC e Bayesian information criterion (BIC; Rupp & Templey, 2010), cujos valores

143
inferiores são indicadores de um modelo superior. A estrutura da EB-CV final foi
avaliada pela AFC. As propriedades psicométricas da versão final foram comparadas com
a EB-CV original.

A consistência interna das (sub)escalas foi avaliada por intermédio dos seguintes
índices de fiabilidade: o coeficiente alfa (α) de Cronbach, a correlação média entre itens
(mean interitem correlation, MIC), a correlação média item-total corrigida (mean
corrected item-to-total correlation, MCITC), o coeficiente omega (ω) e o coeficiente
omega hierárquico (ωh). Os seguintes valores de α indicam uma consistência: a)
inaceitável – α < .60; b) fraca: α = [.60; .70[; c) razoável – α = [.70; .80[; d) boa – α =
[.80; .90[; c) excelente – α ≥ .90 (Hill & Hill, 2012). Adotaram-se os valores
recomendados como adequados de MIC (= [.15; .50]; Clark & Watson, 1995), MCITC
(> .30; Nunnally & Bernstein, 1994) e ω (> .70). Contrariamente ao MIC e ω, o α é
dependente do número de itens da escala (Cortina, 1993). O ω e o ωh são índices de
fiabilidade derivados do modelo, que diferentemente do α não assumem valores iguais
dos pesos fatoriais entre os itens e a variável latente nem que os dados são
unidimensionais. O ω reflete a variância sistemática atribuída a fatores comuns múltiplos.
Enquanto o ωh reflete a variância sistemática a atribuída ao fator (Rodriguez, Reise, &
Haviland, 2016). A fiabilidade do tipo estabilidade temporal (test-retest reliability) das
(sub)escalas das várias versões de relato da EB-CV foi avaliada pelo coeficiente de
correlação intraclasse (intraclass correlation coefficient, ICC) e os seus intervalos de
confiança a 95%, utilizando um modelo misto de dois fatores, concordância absoluta e
medidas únicas. O coeficiente ICC e os seus intervalos de confiança a 95% para a
concordância absoluta baseado num modelo aleatório de uma via foi utilizado para avaliar
a consistência dos instrumentos de avaliação pelas várias fontes de informação (alunos,
encarregados de educação e professores; inter-rater reliability). Os seguintes valores de
ICC indicam uma fiabilidade: a) fraca: ICC < .50; c) razoável – ICC = [.50; .75[; d) boa
– α = [.75; .90[; c) excelente – α ≥ .90. Para além do ICC foi utilizado o coeficiente de
correlação de Pearson ou de Spearman para calcular as correlações entre as escalas das
várias fontes de informação da EB-CV e dos outros instrumentos de avaliação. O ICC
apresenta a seguinte vantagem relativamente ao coeficiente de correlação: além de avaliar
a correlação entre as medidas, avalia a concordância entre estas (Koo & Li, 2015).

As associações da pontuação total da EB-CV com as medidas de critério externas


(BIS/BAS-C, BFQ-C e PANAS-C) e as medidas de psicopatia (ICU, APSD e YPI – CV)

144
foram analisadas através do cálculo de correlações bivariadas de Pearson ou de Spearman
entre estas e de regressões lineares simples, nas quais a pontuação total da EB-CV é
preditora das restantes variáveis. As associações das medidas de psicopatia (ICU, APSD
e YPI – CV) com as medidas de critério externas da boldness (BIS/BAS-C, BFQ-C e
PANAS-C) foram analisadas através do cálculo de correlações bivariadas de Pearson ou
de Spearman entre estas e de regressões lineares simples e múltiplas, nas quais a
pontuação total e as (sub)dimensões da das medidas como preditores das restantes
variáveis. A multicolinariedade foi avaliada em todos os modelos de regressão e a
Variance Inflation Factors nunca ultrapassou o valor 3 estabelecido como recomendável
(Marôco, 2011). A intensidade das associações entre variáveis foi interpretada pelos
valores absolutos dos coeficientes de correlação estabelecidos por Cohen (1988) da
seguinte forma: fraca – r < |.30|; moderada – r = [|.30|;|50|[; e forte – r ≥ |.50|. A direção
das associações entre as variáveis foi interpretada da seguinte forma: negativa – r < 0; e,
positiva – r > 0.

De modo a tomar uma decisão entre a utilização de métodos estatísticos


paramétricos (coeficiente de correlação de Pearson; teste t-student) ou de métodos
estatítiscos não paramétricos (coeficiente de Spearman; teste de Wilcoxon-Mann-
Whitney) foi realizado um teste estatístico de normalidade às variáveis contínuas uma vez
que um dos requisitos dos métodos paramétricos é a distribuição da amostra ser normal.
Este teste também foi utilizado para validar abusivamente o pressuposto de normalidade
multivariada da MANOVA, uma vez que não foi possível realizar teste à Normalidade
multivariada no SPSS. Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov, pois a dimensão da
amostra é superior a 50 observações (ver os resultados do teste na Tabela 8). Foi realizado
o teste de Levene para avaliar a homogeneidade de variâncias nos grupos, baseado na
média ou na mediana no caso de a variável dependente seguir ou não uma distribuição
normal, respetivamente. As variáveis seguem uma distribuição normal e as variâncias nos
grupos são homogéneas quando p-value > .05.

Relativamente às subescalas da EB-CV não são reportadas as análises


relativamente aos efeitos de cada uma das variáveis sociodemográficas nestas, da
consistência entre fontes de informação e da associação destas com os instrumentos de
avaliação de traços psicopáticos e as medidas de critério externas da boldness, porque o
objetivo deste estudo consiste na validação e desenvolvimento de um instrumento que
avalie a boldness e apenas há interesse na análise dos resultados relativos à sua pontuação

145
total. Contudo, estas análises podem ser fornecidas mediante um pedido dirigido à autora
do estudo.

As análises foram realizadas utilizando o IBM Statistical Package for the Social
Sciences Statistics (v. 24/25, IBM SPSS Inc, Chicago, IL), utilizando-se ocasionalmente
o plugin para o software R (Team, 2010). A extensão SPSSINC Hector foi utilizada no
cálculo do coeficiente de correlação policórica. A extensão STATS GRM (Graded
Response Model) foi utilizada para a análise IRT. As AFCs foram realizadas utilizando o
IBM SPSS AMOS (v. 24/25, IBM SPSS Inc, Chicago, IL). As matrizes de correlações
policóricas foram construídas no Microsoft Excel 2017. Os valores de VEM, CR, FC e
ECV foram calculados no Microsoft Excel 2017. O ω e o ωh foram obtidos através do
software Omega (Watkins, 2013). Considerou-se para todas as análises uma
probabilidade de erro tipo I (α) de .05, uma vez que é o nivel de significância mais
commumente utilizado nas ciências sociais (e.g., Marôco, 2011)

146
5. Resultados

5.1. Validação da estrutura fatorial dos instrumentos

5.1.1. ICU

Foram avaliados os modelos do ICU pela AFC: a) Modelo unidimensional, no


qual todos os itens saturam num fator que representa a dimensão CU); b) Modelo de três
fatores correlacionados, no qual os itens saturam nos respetivos fatores Uncaring (Unc),
Callousness (Cal)e Unemotional (Unem); c) Modelo bifatorial com três fatores proposto
por Essau e colegas (2006), no qual os itens saturam num FG CU bem como nas três
dimensões não correlacionadas. Na versão de relato pelos professores não foi possível
testar o modelo bifatorial, uma vez que foi atingido o limite de iterações. Na tabela 85
(Anexo 14) apresentam-se os índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos
modelos testados do ICU. Este estudo apoiou a estrutura bifatorial, constituída por um
fator geral CU e três fatores não correlacionados, das versões de autorrelato e relato pelos
pais do ICU, que apresentou índices de qualidade de ajustamento significativamente
superiores aos modelos unidimensionais e de três fatores. Os valores destes últimos
modelos variaram entre mau a aceitável, enquanto os valores do modelo bifatorial
variaram entre aceitável e bom. O modelo unidimensional foi o que apresentou uma
qualidade de ajustamento inferior. No modelo de três fatores estes correlacionaram-se
positiva e entre moderada a fortemente (rCal,Unc = .76/.88; rCal,Unem = .41/.48; rUnem,Unc =
.33/.38 na VE e VA, respetivamente) e apenas não existiu validade descriminante entre
os fatores Cal e Unc. Os valores de ECV indicam que o FG explica uma grande parte da
proporção da variância. As diferenças dos pesos fatoriais (λ) dos modelos bifatoriais
relativamente aos modelos unidimensionais foram irrelevantes (MVA/VE = -.02/-.04). Os
modelos bifatoriais apresentaram valores inferiores dos λ dos itens nas dimensões
comparado com o modelo de três fatores (MVA/VE = -.45/-.29). Estes resultados são
indicadores da presença de um FG forte e de que a multidimensionalidade não distorce a
unidimensionalidade. As estimativas dos parâmetros dos modelos testados do ICU, os
CITCs dos itens e o valor α da (sub)escala total e com a remoção de cada item são
apresentados Anexo 14.

Na VA, de modo geral os itens saturaram nos respetivos fatores e no FG. Os itens
2, 4, 10 e 12 para além de não saturarem no seu fator Cal e no FG, apresentaram valores
desadequados de CITC em ambas escalas e os coeficientes alfa da Cal e do FG

147
aumentariam se os itens fossem excluídos. O item 22 não saturou no FG, bem como
apresentou valores desadequados de CITC na escala total e as escalas da Unem e total,
cujos coeficientes alfa aumentariam após a sua remoção (ver Tabela 86, Anexo 14). Os
modelos testados anteriormente com a remoção dos itens 2, 4, 10, 12 e 22 foram avaliados
pela AFC. Os modelos com os itens removidos apresentaram uma qualidade de
ajustamento superior, bem como estimativas de parâmetros mais elevadas. O modelo
bifatorial apresentou uma qualidade de ajustamento entre aceitável e boa. As estimativas
dos parâmetros dos modelos testados do ICU com os itens removidos, os CITCs dos itens
e o valor α da (sub)escala total e com a remoção de cada item são apresentados na Tabela
87 (Anexo 14).

Na VE, de modo geral os itens saturaram nos respetivos fatores e no FG. O item
10 mostrou-se problemático, designadamente apresentou níveis quase nulos de CITC e
de fiabilidade individual, não saturou no FG nem na Cal, cujos coeficientes alfa
aumentariam após a sua remoção. O item 2 também não saturou no FG e Cal, apesar de
apresentar níveis adequados de CITC e o coeficiente alfa da (sub)escala não alterar após
a sua remoção (ver Tabela 88, Anexo 14). Os modelos testados anteriormente com a
remoção dos itens 2 e 10 foram avaliados pela AFC. Os modelos com os itens removidos
apresentaram uma qualidade de ajustamento superior, bem como estimativas de
parâmetros mais elevadas. O modelo bifatorial apresentou uma qualidade de ajustamento
entre aceitável e boa. As estimativas dos parâmetros dos modelos testados do ICU com
os itens removidos, os CITCs dos itens e o valor α da (sub)escala total e com a remoção
de cada item são apresentados na Tabela 89 (Anexo 14).

Na VP, o modelo de três fatores apresentou uma qualidade de ajustamento


superior ao modelo unidimensional. Contudo, ambos os modelos apresentaram índices de
qualidade de ajustamento maus, com exceção do valor sofrível do χ2/df. As estimativas
dos parâmetros dos modelos testados do ICU, os CITCs dos itens e o valor α da
(sub)escala total e com a remoção de cada item são apresentados na Tabela 90 (Anexo
14). Em ambos os modelos, os itens apresentaram de modo geral valores adequados de
pesos fatoriais estandardizados nos fatores, de fiabilidade individual e de CITCs. O item
10 apresentou valores desadequados de CITC e de fiabilidade construto bem como não
saturou nos fatores. Os modelos unidimensional e de três fatores foram avaliados com o
item 10 removido. Apesar destes modelos apresentarem uma qualidade superior aos
modelos anteriores, os índices de qualidade de ajustamento mantiveram-se maus, com

148
exceção do valor sofrível do χ2/df. A consistência interna avaliada pelo α da Cal aumentou
de .83 para .85. Todos os itens saturaram nos respetivos fatores e apresentaram valores
adequados de CITC.

Os itens 2 e 10 da escala Cal também apresentaram problemas psicométricos


noutros estudos (e.g., Kahn et al., 2016; Kimonis et al., 2016; Muñoz et al., 2008, 2011).
Tal como noutros estudos (e.g., id.), os itens 2 e 10 foram removidos da escala Cal, porque
apresentaram valores reduzidos de correlações item-total corrigida na (sub)escala, cujo
coeficiente alfa aumentaria se os itens fossem excluídos. Os modelos bifatoriais das
versões do ICU constituídas por 22 itens apresentaram uma qualidade de ajustamento
superior aos de 24 itens, bem como estimativas de parâmetros mais elevadas.

5.1.2. YPI-CV

Foram analisados cinco modelos da YPI-CV ao nível de subescala pela AFC: a)


Modelo unidimensional, no qual todas as 10 escalas saturam num fator geral (Modelo1);
b) Modelo de dois fatores proposto por Harpur, Hakstian e Hare (1988), no qual as
subescalas da Grandiose-Manipulative (GM) e Callous-Unemotional (CU) saturam num
fator e as subescalas da Impulsive-Irresponsible (II) no outro (Modelo2); c) Modelo de
três fatores proposto por Cooke e Michie (2001), no qual todas as 10 subescalas saturam
em três fatores – GM, CU e II - correlacionados (Modelo 3); d) Modelo de três fatores
com a escala Mentir (Lying; L) removida, proposto por Poythress e colegas
(2006a;Modelo 4); e) Modelo bifatorial de três fatores, todas as subescalas saturam nos
três fatores, bem como num FG, testado com a versão de autorrelato por adolescentes do
YPI (Pihet et al., 2014; Zwaanswijk et al., 2017; Modelo 5). Não foi possível testar o
modelo bifatorial de três fatores sem a subescala L, uma vez que foi atingido o limite
máximo de iterações.

Neste estudo os modelos unidimensional e de dois fatores apresentaram o


ajustamento pior aos dados. O modelo de três fatores, o modelo de três fatores com a
escala L removida e o modelo bifatorial apresentaram um ajustamento bom aos dados. O
modelo que apresentou um ajustamento superior foi o modelo de três fatores com a escala
L removida seguido do modelo bifatorial. Na tabela 91 (Anexo 15) apresentam-se os
índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos cinco modelos testados do YPI-CV.
Todas as subescalas apresentaram valores dos pesos fatoriais (λ) e fiabilidade individual
adequados nos modelos bifatoriais e de três fatores, com exceção dos λ das subescalas L,

149
Rem e Ir no modelo bifatorial. Na tabela 92 (Anexo 15) são apresentadas as estimativas
dos parâmetros dos modelos testados do YPI-CV, com exceção do modelo de dois fatores.
O modelo bifatorial apresentou valores inferiores de λ nas dimensões relativamente ao
modelo de três fatores (M = -.43). A diferença dos valores de λ entre os modelos
unidimensional e bifatorial foi irrelevante (M = -.02). Os valores de ECV indicam que o
FG explica uma grande proporção da variância comum. Estes dados são indicadores de
um FG forte e de que a multidimensionalidade não distorce o modelo unidimensional.

Foram analisados os modelos da YPI-CV ao nível de itens: a) Modelo


unidimensional; b) Modelo de dois fatores: com as subescalas Rem, Unem e Cal a
saturarem num fator e as outras subescalas no outro; c) Modelos de três fatores
correlacionados; d) Modelo de três fatores com a escala Lying removida; e) Modelo
bifatorial de três fatores; f) Modelo bifatorial de três fatores sem a escala L; g) Modelo
de dez fatores (correlacionados); h) Modelo de 3 fatores correlacionados com 10
subfatores; e, i) o modelo bifatorial com 10 fatores. Não foi possível testar o modelo
bifatorial com 3 fatores e 10 subfatores, uma vez que foi atingido o limite máximo de
iterações. Na tabela 91 (Anexo 15) apresentam-se os índices e estatísticas de qualidade
de ajustamento modelos testados do YPI-CV.

Os modelos unidimensional e de dois fatores apresentaram o ajustamento pior aos


dados. O modelo bifatorial de três fatores apresentou um ajustamento superior aos dados.
Contudo, este modelo com a escala L removida apresentou um ajustamento superior.
Neste modelo, a VEM/FC da FG, GM, CU e Ir foram .22/.93, .08/.50, .07/.41 e .09/.50,
respetivamente. De modo geral os valores da VEM e FC revelaram-se inferiores aos
adequado. Na tabela 93 (Anexo 15) são apresentadas as estimativas dos parâmetros dos
modelos do YPI-CV avaliados pelo AFC ao nível de itens. O modelo bifatorial apresentou
valores inferiores de λ nas dimensões relativamente ao modelo de três fatores (M = -.30).
A diferença dos valores de λ entre os modelos unidimensional e bifatorial foi irrelevante
(M = -.01). Os valores de ECV indicam que o FG explica uma grande proporção da
variância comum. Estes dados são indicadores de um FG forte e de que a
multidimensionalidade não distorce o modelo unidimensional. No modelo de três fatores
estes apresentaram correlações fortes entre si (rCU,GM = .82; rII,GM = .78; rII,CU = .71). Os
dez fatores também se intercorrelacionaram de maneira forte.

150
5.1.3. APSD

Os seguintes modelos fatoriais do APSD foram avaliados através da AFC: a)


Modelo unidimensional; b) Modelo de dois fatores correlacionados proposto por Frick e
colegas (1994); e, c) Modelo de três fatores correlacionados proposto por Frick, Barry e
colegas (2000). Na tabela 94 (Anexo 16) apresentam-se os índices e estatísticas de
qualidade de ajustamento dos modelos testados das versões do APSD.

NA VA e na VE do APSD, a estrutura de três fatores apresentou uma qualidade


de ajustamento superior à estrutura de dois fatores. Os itens saturaram nos respetivos três
fatores. A estrutura unidimensional foi a que apresentou a pior qualidade de ajustamento.
Todos os modelos apresentaram má qualidade de ajustamento. Os presentes resultados da
AFC foram semelhantes a outros estudos (e.g., Oshukova et al., 2015; Pechorro et al.,
2013). Similarmente na VP da APSD, a estrutura unidimensional foi a que apresentou
pior qualidade de ajustamento, cujos índices foram maus, com exceção do valor aceitável
do χ2/df. O modelo de três fatores apresentou índices de qualidade de ajustamento
aceitáveis. Enquanto o modelo de dois fatores obteve índices que variaram entre
aceitáveis (χ2/df, GFI) e maus (RMSEA e CFI). Apesar de os índices de qualidade de
ajustamento do modelo de três fatores serem superiores aos índices do modelo de dois
fatores, este apresentou valores superiores de AIC e MECVI, que indicam um
ajustamento superior. Contudo, o teste de diferença Qui-quadrado indicou que o
ajustamento do modelo de dois fatores não era significativamente superior. As estimativas
dos parâmetros do modelo de três fatores do APSD são apresentadas na Tabela 95 (Anexo
16) em conjunto com os CITCs dos itens e o valor α da (sub)escala total e com a remoção
de cada item. Os itens saturaram nos respetivos três fatores. No modelo de três fatores da
VA (VE) [VP], a VEM/FC do Nar, do CU e do Imp foram .40/.82 (.37/.80) [.49/.87],
.33/.74 (.38/.78) [.32/.74] e .36/.73 (.40/.77) [.43/.78], respetivamente. Os valores de FC
dos fatores indicaram que estes apresentam uma fiabilidade de construto apropriada.
Contudo, os valores VEM são desadequados não apoiando a validade convergente destes.
Houve validade discriminante entre os fatores, com exceção dos fatores Nar e Imp na VA.
Por fim, os seguintes itens apresentaram valores desadequados de CITCs na escala total:
o item 19 em todas as versões; e, os itens 3, 9 e 12 na VA. Em todas as versões o valor
do α da escala total apenas aumentaria com a remoção do item 19 desta. Os itens
apresentaram valores adequados de CITCs nas subescalas Nar, CU e IMP, com exceção
do item 5 na subescala Nar da VE, cujo α aumentaria com a sua remoção.

151
Como a estrutura fatorial do APSD não foi validada através da AFC na VA e na
VE e os índices de qualidade de ajustamento da VP foram baixos, foi replicado o
procedimento utilizado por Frick, Bodin e Barry (2000). Os autores excluíram da análise
o item 2 (“Envolve-se em atividades ilegais/Envolves-te em atividades contra a lei ou
proibidas”). Foi conduzida uma Análise Fatorial Exploratória (AFE), com o método de
factoração pelo eixo principal. Foram cumpridos os pressupostos da AF (KMOVA/VE/VP =
.83/.80/.90; p (teste de Esfericidade de Bartlett) = .00). Diferentemente da solução de três
fatores obtida por Frick e colegas (2000), foi obtida uma solução de dois fatores. Sendo
assim foi conduzido uma AF, com o método de extração de dois fatores de máxima
verosimilhança (ML) com rotação Promax. Os dois fatores explicam 24.39% na VE,
26.06% na VA e 42.55% na VE da variabilidade total. Estes correlacionaram-se
fortemente na VP (r = .66), moderadamente (r = .41) na VE e fracamente na VA (r = .10).
No fator 1 saturaram os itens do fator I/CP. No fator 2 saturaram os itens do fator CU. De
modo geral, os itens saturaram apenas no respetivo fator em ambas as versões. Na VE, o
item 1 (“Culpa os outros pelos erros dele”) não saturou em nenhum fator e apresentou
valores superiores no fator 2. Na VA, o item 9 não saturou em nenhum fator, mas
apresentou valores próximos de saturação e distintos do outro fator. Na VP, o item 2
saturou apenas no fator oposto e o item 19 saturou em ambos os fatores, apesar de
apresentar pesos fatoriais com valores negativos e substancialmente inferiores
relativamente ao outro. Todos os itens apresentaram valores adequados de CITC, com
exceção do item 5 na VE que apresentou um valor muito próximo do adequado. A
exclusão de cada um dos itens conduziria a uma diminuição ou manteria o α da respetiva
subescala, com exceção do item 9 na VA.

Também foi replicado o procedimento de Frick e colegas (1994), que conduziram


uma análise de componentes principais (ACP) sobre os vinte itens. Foram cumpridos os
pressupostos da AF (KMO = .83/.80/.88; p (teste de Esfericidade de Bartlett) = .00).
Igualmente a Frick e colegas (1994), foi obtida uma solução de dois fatores. Sendo assim,
foi conduzido uma ACP, com o método de extração de dois fatores com rotação Promax.
Os dois fatores explicam 30.79% na VE, 33.05% na VA e 46.11% na VP da variabilidade
total. Estes correlacionam-se fortemente na VP (r = .53), moderadamente na VE (r = .31)
e fracamente na VA (r = .07). No fator 1 saturaram os itens do I/CP. No fator 2 saturaram
os itens do CU. De modo geral, os itens saturaram apenas no respetivo fator e
apresentaram valores adequados de CITC. Na VE, o item 5 saturou no outro fator e

152
apresentou um valor CITC muito próximo do adequado. Na VP, o item 17 saturou no
outro fator e houve saturação cruzada dos itens 4, 8 e 10, apesar de apresentaram pesos
fatoriais superiores no respetivo fator. A exclusão de cada um dos itens conduziria a uma
diminuição ou manteria o α da respetiva subescala, com exceção do item 9 na VA. Os
resultados da ACP da VA foram muito semelhantes aos resultados do estudo realizado
por Pechorro e colegas (2013). Nas tabelas 96, 97 e 98 do Anexo 16 encontram-se os
resultados das AFs e das ACPs e da análise dos itens das versões VA, VE e VP do APSD,
respetivamente.

5.1.4. PANAS-C

Na tabela 99 (Anexos 17) apresentam-se os índices e estatísticas de qualidade de


ajustamento dos modelos testados das versões VA, VE e VP da PANAS-C,
respetivamente. Foi testada a relação entre a EN e EP: o modelo de dois fatores ortogonais
proposto por Watson e Tellegen (1985), no qual a EP e EN são duas dimensões
independentes; e, o modelo bipolar de afeto defendido por outros autores (Green &
Salovey, 1999; Russel & Carroll, 1999), no qual os dois fatores são dependentes,
apresentando correlações negativas e moderadas. O ajustamento do modelo de dois
fatores dependentes foi significativamente superior ao modelo independente. Assim, as
dimensões EP e EN, são pelo menos moderadamente interdependentes. Deve ser realçado
que as correlações entre os fatores (rVE = -.41; rVA = -.38; rVP = -.49) foram superiores às
correlações entre as escalas (rVE = -.32, p = .000; rVA = -.17, p = .001; rVP = -.30, p =
.000), uma vez que na AFC estas são estimadas sem erro.

A evidência desta medida dirigida a adultos forneceu apoio a estruturas de três


fatores, na qual o fator EN divide-se em dois subfatores: Medo (Afraid; Me), que parece
refletir níveis altos de ansiedade, medo, culpa e vergonha; e, Preocupado (Upset; Pre). Na
estrutura de três fatores proposta por Mehrabian (1997)10, o fator Me é composto por
emoções de ansiedade, culpa, vergonha e medo e o fator Pre é constituído por emoções
de tristeza, rejeição e fúria. A estrutura de três fatores posteriormente proposta por

10
No modelo de três fatores de Mehrabian (1997): os itens do subfator Medo eram - scared, nervous, afraid,
guilty, ashamed, and jittery -; e os itens do subfactor Perturbado eram - distressed, irritated, hostile, and
upset. Na PANAS-C correspondem os itens 3, 6, 10, 11, 13, 16 e 20 correspondem aos itens do Medo e os
itens 2, 7, 15, 22, 23, 25, 27 e 29 correspondem aos itens do Preocupado.

153
Killgore (2000)11 difere apenas da anterior nas emoções de ansiedade, vergonha e culpa
que pertencem ao fator Pre. Então, foi testado qual dos modelos dois fatores ou três fatores
apresenta melhor qualidade de ajustamento. De modo a identificar o modelo, nos modelos
de três fatores foi necessário fixar o erro de variância do subfactor Preocupado em zero
com o intuito de evitar variâncias de erro negativas. Os modelos de três fatores
apresentaram um ajustamento superior ao modelo de dois fatores. E, os modelos de três
fatores com EP e EN dependentes foram superiores aos modelos independentes.

Por fim, foram testados todos os modelos anteriores, mas permitindo que os erros
de itens que pertencem à mesma categoria de emoções, definidas por Zevon e Tellegen,
(1982), se correlacionem (procedimento realizado em estudos da medida para adultos,
p.e.: Crawford & Henry, 2004; Tucitto, Giacobbi, & Leite 2010)12. Estes modelos
apresentaram um ajustamento superior aos respetivos modelos em que a correlação de
erros não é permitida. O modelo que apresentou melhor ajustamento foi o modelo de três
fatores proposto por Mehrabian (1997), no qual EP e EN estão correlacionados bem como
os erros de itens que pertencem à mesma categoria.

O presente estudo suportou a estrutura de dois fatores ortogonais proposta por


Laurent e colegas (1999) e replicada no estudo realizado por Borelli, Sbarra, Crowley e
Mayes (2011) quando é permitido que se correlacionem os erros de itens que pertencem
à mesma categoria de emoções. Contudo, o estudo replicou evidência desta área em
adultos de que os fatores são dependentes. Para além disso, o fator EN parece dividir-se
em dois subfatores: Medo (Afraid; Me), que parece refletir níveis altos de ansiedade,
medo, culpa e vergonha; e, Preocupado (Upset; Pre), que parece refletir níveis altos de
tristeza, rejeição, repulsa e fúria. Sendo assim, neste estudo serão utilizadas as escalas e
(sub)escalas EN. As estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores, proposto por
Mehrabian (1997) e do modelo de dois fatores, com EP, EN e erros correlacionados, são
apresentados nas Tabelas 100, 101 e 102 (Anexo 17) em conjunto com os CITC dos itens
e o valor α da (sub)escala total e com a remoção de cada item para a PANAS-CVA, a
PANAS-VE e a PANAS-VP, respetivamente.

11
No modelo de três fatores de Killgore (2000): os itens do subfator Medo eram - scared, nervous, afraid,
and jittery -; e os itens do subfactor Perturbado eram - guilty, ashamed, distressed, irritated, hostile, and
upset. Na PANAS-C correspondem os itens 3, 10, 13, 16 e 20 correspondem aos itens do Medo e os itens
2, 6, 7, 11, 15, 22, 23, 25, 27 e 29 correspondem aos itens do Preocupado.
12
Foram correlacionados os erros de itens das seguintes categorias de emoções: atento (itens 1 e 4), forte
(itens 9 e 18), divertido (8, 17, 21, 26 e 30), desanimado (itens 2, 15, 27 e 29), amedrontado (itens 3, 13 e
20), culpado (itens 6 e 11) e agitado (10 e 16).

154
Na versão de autorrelato, os subfatores saturaram no fator EN. Os itens saturaram
nos respetivos (sub)fatores, com exceção dos itens 4 e 16, bem como os subfatores
saturaram no fator EN. Apenas os itens 1, 4, 5, 8, 12, 14, 15, 16 e 25 não apresentaram os
valores adequados de fiabilidade individual, apesar de estarem próximos do limite, com
exceção dos itens 4 e 16. Apenas o item 16 não apresentou valores adequados de CITC,
bem como a sua remoção aumentaria a consistência interna da Me. A remoção do item 4
manteria a consistência interna da EP. Assim, os itens 4 e 16 foram removidos da
PANAS-CA. Foi conduzida uma nova CFA sobre o modelo final e o modelo de dois
fatores com os itens 4 e 16 removidos, que apresentou uma qualidade de ajustamento
superior ao anterior (ver Tabela 99, Anexo 17). Nestes modelos, todos os itens saturaram
nos respetivos fatores e a consistência interna da subescala Me e das escalas EN e EP
aumentaram. No modelo de três fatores, a VEM/FC da EP, Me e Pre foram .30/.85, .39/.79
e .36/.82, respetivamente. No modelo de dois fatores, a VEM/FC da EP e EN foram
.30/.85 e .33/.87, respetivamente. Os (sub)fatores apesar de apresentarem valores
adequados de FC, os valores das VEMs foram desadequados.

Na versão de relato pelos encarregados de educação, os subfatores saturaram no


fator EN. Os itens saturaram nos respetivos (sub)fatores, com exceção dos itens 15 e 25
(Pre/EN), e apresentaram valores adequados de fiabilidade individual, com exceção dos
itens 4, 14, 19 (EP), 6, 16 (Me/EN), 15 e 25. Os itens 15 e 25 foram os únicos que
apresentaram valores desadequados de CITC na (sub)escala, cuja remoção aumentaria a
consistência interna da subescala Pre. Sendo assim, estes itens foram removidos da
PANAS-CVE. Foi conduzida uma nova CFA sobre o modelo final e o modelo de dois
fatores com os itens 15 e 25 removidos, que apresentaram uma qualidade de ajustamento
superior aos anteriores (ver Tabela 99, Anexo 17). Nestes modelos, todos os itens
saturaram nos respetivos fatores e a consistência interna da subescala Me e escala EN
aumentaram. No modelo de três fatores, a VEM/FC da EP, Me e Pre foram .34/.88, .33/.77
e .43/.82, respetivamente. No modelo de dois fatores, a VEM/FC da EP e EN foram
.34/.88 e .34/.87, respetivamente. Os (sub)fatores apesar de apresentarem valores
adequados de FC, com exceção do Pre os valores das VEMs foram desadequados.

Na versão de relato pelos professores, os subfatores saturaram no fator EN. Os


itens apresentaram de modo geral valores adequados dos pesos fatoriais estandardizados,
da fiabilidade individual e de CITC. Os itens 14, 16 e 25 não saturaram no respetivo
(sub)fator, apresentaram valores muito reduzidos de fiabilidade individual e a

155
consistência interna das respetivas (sub)escalas aumentaria após a sua remoção. Apenas
o item 16 apresentou valores desadequados de CITC, apesar de os valores dos outros itens
serem inferiores relativamente aos outros. Sendo assim, estes itens foram removidos da
PANAS-CVP. Foi conduzida uma nova CFA sobre o modelo final e o modelo de dois
fatores com estes itens removidos, que apresentaram uma qualidade de ajustamento
superior aos anteriores. Os índices de qualidade de ajustamento dos modelos foram
aceitáveis, com exceção dos valores maus do CFI em ambos os modelos e da RMSEA no
modelo de dois fatores. Nestes modelos, todos os itens saturaram nos respetivos fatores e
a consistência interna das (sub)escalas aumentaram. No modelo de três fatores, a
VEM/FC da EP, Me e Pre foram .45/.92, .56/.88 e .50/.87, respetivamente. No modelo de
dois fatores, a VEM/FC da EP e EN foram .45/.92 e .46/.92, respetivamente. Assim, os
(sub)fatores apresentaram valores adequados de FC e validade convergente, apesar de as
VEMs dos fatores estar apenas próximo do adequado.

5.1.5. BFQ-C

A estrutura fatorial de cinco fatores - a Energia/Extroversão (E/E), a Instabilidade


Emocional (IE), o Intelecto/Abertura à Experiência (I/AE), a Agradabilidade (Ag) e a
Conscienciosidade (Co) – do FFM (John & Srivastava, 1999), de cada versão da BFQ-C,
foi avaliada pela AFC. Foram estudados dois modelos, nos quais os fatores estão
correlacionados e independentes. Na tabela 103 (Anexo 18) apresentam-se os índices e
estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos testados da BFQ-C. Os índices de
qualidade de ajustamento destes modelos variaram entre aceitáveis (χ2/df e RMSEA) e
maus (CFI e GFI). O modelo de cinco fatores dependentes apresentou uma qualidade
ajustamento superior. As correlações entre os fatores ‘I/AE e EE’ (rVA = .69; rVE = .53;
rVP = .55), ‘I/AE e Co’ (rVA = .86; rVE = .75; rVP = .78) e ‘Ag e CO’ (rVA = .85; rVE = .58;
rVP = .75) foram fortes e positivas. As correlações entre os fatores ‘I/AE e IE’ (rVA = -.22;
rVE = -.17; rVP = -.18) e ‘EE e IE’ (rVA = -.17; rVE = -.18; rVP = -.00) foram negativas e
fracas. As correlações entre os fatores ‘EE e Ag’ (rVA = .84; rVE = .74; rVP = .48), ‘EE e
CO’ (rVA = .73; rVE = .48; rVP = .45) e ‘Ag e I/AE’ (rVA = .71; rVE = .54; rVP = .47) foram
positivas e variaram de moderada a forte. As correlações entre os fatores ‘CO e IE’ foram
negativas e variaram de moderada a forte (rVA = -.33; rVE = -.40; rVP = .53). Os fatores
‘Ag e IE’ correlacionaram-se negativamente e de fraca a fortemente (rVA = -.25; rVE = -
.44; rVP = -.73)

156
Na VA, os itens saturaram nos respetivos fatores, com exceção dos itens 9, 42, 50
(E/E) e 39 (IE), cujos valores de fiabilidade individual foram muito baixos e
desadequados. Destes itens o 9 e o 42 não apresentaram valores adequados de CITCs e
os valores α das respetivas escalas manter-se-ia com a sua remoção ou no caso do item 9
aumentaria. Os modelos (in)dependentes com os itens 9, 39, 42 e 50 removidos das
escalas foram analisados pela AFC e apresentaram uma qualidade de ajustamento
superior. O modelo melhor para a VA foi o modelo de cinco fatores dependentes com os
itens supracitados excluídos, cujos índices de qualidade de ajustamento variaram entre
aceitáveis (χ2/df e RMSEA) e maus (CFI e GFI), apesar de próximo do limite do aceitável.
Neste modelo, a VEM/FC da E/E, Ag, Co, I/AE e IE foram .29/.79, .31/.85, .38/.89,
.31/.84 e .29/.82, respetivamente. A fiabilidade compósita dos fatores revelou-se
adequada. Os valores da VEM revelaram-se inferiores ao adequado. Houve validade
discriminante da IE relativamente aos outros fatores. As estimativas dos parâmetros dos
modelos de cinco fatores dependentes são apresentadas na Tabela 104 (Anexo 18) em
conjunto com os CITC dos itens e o valor α da (sub)escala total e com a remoção de cada
item para o BFQ-CVA.

Na VE, os únicos itens que não saturaram nos respetivos fatores foram: 9, 42
(E/E), 39 (I/E) e 36 (I/AE). Os valores de fiabilidade individual destes itens foram
desadequados e muito baixos. Estes foram os únicos itens cuja remoção aumentaria os
valores do α das respetivas escalas e no caso do item 42 com valores CITC desadequados.
Sendo assim, os modelos de cinco fatores foram avaliados pela AFC com os itens 9, 36,
39 e 42 excluídos. Estes modelos apresentaram um ajustamento superior aos anteriores.
O melhor modelo foi o de cinco fatores dependentes com os itens supracitados removidos,
cujos índices de qualidade ajustamento variaram entre aceitáveis (χ2/df e RMSEA) e maus
(CFI e GFI). Neste modelo, a VEM/FC da E/E, Ag, Co, I/AE e IE foram .27/.79, .30/.85,
.42/.90, .38/.87 e .38/.88, respetivamente. A fiabilidade compósita dos fatores revelou-se
adequada. Os valores da VEM revelaram-se inferiores ao adequado. Apenas não foi
demonstrada a validade discriminante entre os fatores ‘Co e I/AE’, ‘EE e Ag’ e ‘Ag e
I/AE’. As estimativas dos parâmetros dos modelos de cinco fatores dependentes são
apresentadas na Tabela 105 (Anexo 18) em conjunto com os CITC dos itens e o valor α
da (sub)escala total e com a remoção de cada item para o BFQ-CVE.

Na VP todos os itens saturaram nos respetivos fatores e apresentaram valores


adequados de CITCs. Apenas os seguintes itens apresentaram valores desadequados de

157
fiabilidade individual: 9, 35, 42, 55, 63 (Ag), 36, 43, 59 (I/AE), 4, 31, 58 e 61 (IE). Neste
modelo, a VEM/FC da E/E, Ag, Co, I/AE e IE foram .28/.69, .44/.90, .67/.96, .56/.94 e
.41/.89, respetivamente. A fiabilidade compósita dos fatores revelou-se adequada. Os
fatores Co e I/AE apresentaram validade convergente. Os valores da VEM dos outros
fatores revelaram-se inferiores ao adequado. Foi demonstrada validade discriminante
entre os fatores, com exceção dos fatores ‘Ag e IE’. As estimativas dos parâmetros dos
modelos de cinco fatores dependentes são apresentadas na Tabela 106 (Anexo 18) em
conjunto com os CITC dos itens e o valor α da (sub)escala total para o BFQ-CVP.

5.1.6. BIS/BAS-C

Foi testada a estrutura fatorial de quatro fatores proposta por Carver e White
(1994), na qual existem dois fatores BIS e BAS. O fator BAS corresponde a um fator de
segunda ordem, que está dividido em três subfatores: Energia (Drive), Busca de
Divertimento (Fun Seeking) e Resposta à Recompensa (Reward Reponsiveness). Foi
testada a estrutura fatorial de dois fatores BIS e BAS validada por Muris e colegas
(2005b). De acordo com o modelo original proposto por Gray (1987, 1991) os dois fatores
BIS e BAS são ortogonais. No estudo de validação da BIS-BAS-C foi encontrada uma
associação positiva e moderada entre as escalas. Sendo assim, será testada a relação de
independência entre a BIS e BAS, através da avaliação dos modelos anteriores com estes
fatores (não) correlacionados. Na tabela 107 (Anexo 19) apresentam-se os índices e
estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos testados das BIS/BAS-C. Os
modelos de quatro fatores e dois fatores com a BIS e BAS correlacionados apresentaram
um ajustamento superior aos modelos ortogonais. Os fatores BIS e BAS apresentaram
correlações positivas moderadas a fortes nos modelos de dois (rVA = .63; rVE = .50; rVP =
.36) e quatro fatores (rVA = .72; rVE = .47; rVP = .30). As escalas BIS e BAS apresentaram
correlações positivas e moderadas na VA (r = .38, p = .000) e VE (r = .31, p = .000) e
fraca na VP (r = .17, p = .034). Contrariamente à proposta de Gray, estes fatores parecem
ser dependentes. Os modelos de quatro fatores apresentaram ajustamentos superiores aos
respetivos modelos de dois fatores. O melhor modelo foi o de quatro fatores com BIS e
BAS correlacionados.

As estimativas dos parâmetros do modelo de quatro fatores e dois fatores, com


BIS e BAS correlacionados são apresentados nas Tabelas 108, 109 e 110 (Anexo 19) em
conjunto com os CITC dos itens e o valor α da (sub)escala total e com a remoção de cada

158
item para as escalas BIS/BAS-CVA, BIS/BAS-CVE e BIS/BAS-CVP, respetivamente.
Os itens saturaram nos respetivos (sub)fatores, com exceção do item 14 na VA e dos itens
5 e 14 na VE e VP, bem como os subfatores da BAS saturaram no fator geral BAS. Estes
itens apresentaram valores desadequados de fiabilidade individual e CITC, cuja remoção
aumentaria a consistência interna da escala BIS. Com exceção do item 14 na VP que
apresentou valores adequados de CITC e a sua remoção diminuiria a consistência interna
da escala BIS. Na reflexão falada das BIS/BAS-CVA, as crianças tiveram dificuldades
em responder ao item 14 (“Não fico com medo ou nervoso(a), mesmo quando me
acontece alguma coisa má”) por estar formulado pela negativa. Poderá ser esta dificuldade
em conjunto em ser o único item da BIS invertido que origina problemas psicométricos.
Foram analisados através da AFC os modelos de quatro fatores, com os fatores BIS e
BAS correlacionados, com o item 14 removido na VA e os itens 5 e 14 removidos na VE
e na VP. Estes apresentaram uma qualidade de ajustamento ligeiramente superior ao
anterior. Os itens e subfatores saturaram nos respetivos fatores, a consistência interna da
escala BIS aumentou e os itens apresentaram valores adequados de CITCs.

Na VA, todos os modelos apresentaram índices de qualidade de ajustamento


aceitáveis, com exceção dos valores do CFI dos modelos de dois fatores que estiveram
próximos do aceitável. Diferentemente na VE e na VP, apenas os modelos de quatro
fatores, com os dois fatores dependentes e os itens 5 e 14 removidos apresentaram uma
qualidade de ajustamento aceitável, apesar de o valor mau CFI na VE estar no limite do
aceitável. No modelo final de quatro fatores da VA (VE) [VP], a VEM/FC da BIS, da
Energia, da Busca de Divertimento e da Resposta à Recompensa foram .22/.62 (.23/.59)
[.26/.64], .38/.75 (.36/.74) [.43/.79], .56/.84 (.50/.79) [.63/.87] e .24/.55 (.31/.64)
[.43/.74], respetivamente. No modelo final de dois fatores da VA(VE) [VP], a VEM/FC
da BIS e BAS foram .22/.62 (.23/.59) [.26/.64] e .31/.85 (.30/.84) [.38/.88],
respetivamente. Houve validade discriminante entre os fatores apenas na VP e na VE.

5.2. Convergência dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos

No Anexo 22 são apresentadas as associações entre os instrumentos de avaliação


de traços psicopáticos. As pontuações totais e as dimensões correspondentes do YPI-CV
e das várias versões de relato do APSD e do ICU associaram-se positivamente entre si,
apoiando a validade convergente dos instrumentos. Contudo, não houve associações de

159
modo geral estatisticamente significativas entre a subdimensão Insensibilidade
Emocional do ICU-VA/VE e a(s) (sub)dimensão(ões) CU do YPI-CV. Além disso, de
modo geral as dimensões afetivas, interpessoais e comportamentais do APSD e do YPI-
CV e as dimensões do ICU associaram-se mais fortemente às dimensões correspondentes
dos outros instrumentos do que às dimensões não correspondentes destes. Apesar destas
diferenças nas associações terem sido de modo geral estatisticamente não significativas.
Este é o primeiro estudo, ao nosso conhecimento, que analisa a convergência do YPI-CV
com outros instrumentos de avaliação da psicopatia em crianças. Os presentes resultados
foram congruentes com outros estudos que forneceram apoio à convergência das escalas
do ICU com a subescala CU do APSD realizados em amostras de jovens escolares (Roose
et al., 2010), de risco (Ansel et al., 2015; López-Romero et al., 2015a), clínicas (Sharp &
Vanwoerden, 2014) e forenses (Fink et al., 2012; Kahn et al., 2016; ; Kimonis et al., 2008;
López-Romero et al., 2015a; Ray et al., 2016b;) em Espanha (López-Romero et al.,
2015a), Portugal (Ray et al., 2016b), Bélgica (Roose et al., 2010) e sobretudo nos Estados
Unidos (Ansel et al., 2015; Fink et al., 2012; Kahn et al., 2016; Kimonis et al., 2008;
Sharp & Vanwoerden, 2014). No entanto, estes estudos focaram-se em jovens com idades
superiores à amostra do presente estudo, cuja idade variou entre os 12 e 21 anos e eram
sobretudo adolescentes. Sendo assim, o presente estudo é um contributo para a análise da
convergência do APSD e do ICU nesta faixa etária. Todos os outros estudos aplicaram as
versões de autorrelato destes instrumentos (Ansel et al., 2015; Fink et al., 2012; Kahn et
al., 2016; Kimonis et al., 2008; López-Romero et al., 2015a; Ray et al., 2016b; Roose et
al., 2010; Sharp & Vanwoerden, 2014) e apenas dois aplicaram outras versões dos
instrumentos, designamente Fink e colegas (2012) para além das versões de autorrelato
administraram as versões de relato pelos pais do APSD e do ICU e demonstrarm validade
convergente entre as versões de relato correspondentes, mas não entre as versões de relato
diferentes. Também Roose e colegas (2010) aplicaram uma versão combinada de relato
pelos pais e pelos professores do ICU, cujas escalas com exceção da Insensibilidade
Emocional foram convergentes com a subescala CU da versão de autorrelato do APSD.
No estudo realizado Feilhauer e colegas (2012) numa amostra mista (forense, clínica e
escolar) de jovens na Holanda, a pontuação total do ICU não teve associações
estatisticamente significativas com a subescala CU do APSD, mas sim com a subescala
Imp deste. Contudo a dimensão da amostra deste estudo era reduzida (n = 76).

160
5.3. Desenvolvimento de versões reduzidas da EB-CV

Versões reduzidas das várias versões de relato da EB-CV, a Escala Boldness –


Versão Reduzida Crianças (EB-CVR), foram desenvolvidas através da análise IRT das
medidas. Na Tabela 8 são apresentados os parâmetros de discriminação e de dificuldade
dos itens das várias versões da EB-CV. Os itens que apresentavam valores baixos de
discriminação foram excluídos das medidas. Foram identificados 11 itens na versão de
autorrelato, 14 itens na versão de relato dos encarregados de educação e 26 itens na versão
de relato pelos professores que discriminam bem ao longo do contínuo do traço latente
da boldness. Estes itens foram selecionados para as versões reduzidas de autorrelato e de
relato pelos encarregados de educação. Na versão de relato pelos professores foi realizada
uma nova análise IRT sobre os 26 itens e selecionados os 14 itens com valores superiores
de discriminação. Os modelos das versões reduzidas da EB-CV de autorrelato e de relato
pelos encarregados de educação (AICVA/VE = 9424.54/10130.29; BICVA/VE =
9596.49/10353.81) foram superiores relativamente aos modelos iniciais com todos os
itens (AICVA/VE = 39672.34/41703.39; BICVA/VE = 40391.42/42437.82). O modelo da
versão reduzida de relato dos professores (AICVP = 4492.77; BICVP = 4663.20) foi inferior
ao modelo inicial com todos os itens (AICVP = 15692.33; BICVP = 16243.19). Por fim,
houve correlações positivas e fortes entre as pontuações totais das versões reduzidas e das
versões completas da EB-CV de autorrelato (r =.70, p =.000), de relato pelos
encarregados de educação (r =.67, p =.000) e de relato pelos professores (r =.81, p =.000).
Os itens selecionados encontram-se a negrito na Tabela 8. O seu conteúdo poderá ser
consultado no Anexo 1.

161
Tabela 8 Parâmetros de discriminação e de dificuldade dos itens da EB-CV
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b)
36 1.37 -2.22 -1.19 .22 -1.07 26 2.77 -3.06 -2.12 -.60 -1.93 30 2.33 -1.79 .13 1.56 -.03
21 1.22 -1.19 -.44 .67 -.32 44 2.50 -2.98 -1.83 -.14 -1.65 36 1.93 -1.91 -.33 1.62 -.21
42 1.12 -2.05 -1.10 .39 -.92 23 1.96 -3.39 -2.79 -.41 -2.20 9 1.92 -1.33 .23 1.83 .24
15 1.03 -.94 .48 1.63 .39 5 1.77 -2.80 -1.86 -1.01 -1.89 45 1.84 -1.19 .16 1.76 .24
29 1.00 -.65 .37 1.63 .45 20 1.74 -4.40 -2.99 -.84 -2.74 32 1.61 -2.27 .15 2.09 -.01
39 .96 -2.07 -.60 1.28 -.46 11 1.42 -3.22 -2.06 -.14 -1.80 33 1.54 -1.41 .74 2.45 .60
32 .95 -1.85 -1.12 .37 -.87 41 1.30 -2.85 -1.45 .00 -1.43 22 1.45 -1.43 .12 1.20 -.04
27 .94 -1.42 -.33 1.20 -.18 45 1.20 -1.51 -.04 1.68 .04 38 1.37 -2.53 -.70 1.53 -.56
37 .90 -.89 .54 2.22 .62 36 1.19 -3.70 -1.13 1.04 -1.26 40 1.36 -.98 1.43 2.09 .85
26 .89 -4.59 -3.59 -1.71 -3.30 42 1.13 -4.05 -1.89 1.49 -1.48 5 1.34 -2.95 -1.33 .79 -1.16
44 .87 -3.84 -2.75 -1.23 -2.61 8 1.00 -4.04 -1.91 1.05 -1.63 14 1.30 -2.22 -.34 1.49 -.36
23 .83 -3.93 -3.19 -1.37 -2.83 32 .98 -3.28 -1.25 1.69 -.95 43 1.29 -1.51 .01 1.34 -.05
35 .80 -2.00 -.38 1.19 -.40 21 .91 -2.62 -.84 2.03 -.48 21 1.26 -2.08 .23 2.37 .17
24 .70 .24 1.28 2.47 1.33 38 .91 -3.24 -1.69 -.34 -1.76 8 1.22 -3.58 -1.14 1.50 -1.07
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; a = Parâmetro de discriminação; b = Parâmetro de dificuldade; M = Média; n = dimensão da amostra.
Os itens são apresentados por ordem decrescente dos seus valores no parâmetro de discriminação para cada uma das versões da EB-CV.
A negrito encontram-se os itens incluídos em cada uma das versões da EB-CV.

162
Tabela 8 (continuação)
Parâmetros de discriminação e de dificuldade dos itens da EB-CV
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b)
20 .68 -6.61 -4.29 -2.55 -4.48 6 .85 -4.60 -3.31 -.99 -2.97 27 1.21 -2.45 .18 2.37 .03
46 .67 -1.53 -.83 .00 -.79 30 .83 -3.27 -1.17 1.13 -1.10 34 1.17 -.72 .46 1.86 .53
13 .64 -.86 1.33 3.14 1.20 14 .78 -2.31 -.05 1.63 -.24 11 1.02 -1.96 1.44 NA -.26
11 .63 -6.78 -4.60 -2.73 -4.70 27 .77 -3.10 -.68 2.98 -.27 20 1.00 -2.66 .79 NA -.93
16 .63 -.86 .49 2.11 .58 2 .76 -4.63 -2.20 .70 -2.04 6 .95 -5.81 -2.19 .80 -2.40
7 .63 -.64 .88 2.95 1.07 29 .72 -1.95 .59 4.17 .94 41 .94 -3.28 -1.21 1.74 -.92
1 .59 -2.38 -.96 2.13 -.40 39 .70 -5.05 -1.90 2.81 -1.38 29 .94 -1.88 .60 3.59 .77
3 .53 -1.51 -.33 1.02 -.27 33 .67 -1.94 1.86 4.45 1.46 42 .93 -3.96 -1.15 2.37 -.91
10 .52 -.60 1.63 4.80 1.94 35 .59 -5.85 -2.44 2.04 -2.08 46 .92 -1.93 -.15 1.82 -.09
19 .52 -1.39 .79 2.93 .78 9 .45 -2.46 1.48 4.91 1.31 2 .91 -3.40 -1.44 1.35 -1.16
18 .50 -2.52 -1.57 .01 -1.36 17 .42 -4.68 -.35 3.66 -.46 4 .91 -1.60 .93 2.53 .62
6 .46 -1.72 -7.27 -3.82 -7.27 40 .41 -.90 3.48 5.70 2.76 26 .88 -5.45 -3.05 .81 -2.57
28 .45 -1.05 1.25 3.60 1.27 1 .38 -6.91 -3.64 3.62 -2.31 17 .84 -2.76 .06 2.54 -.05
8 .44 -7.69 -5.47 -1.99 -5.05 28 .36 -4.29 .33 6.76 .93 16 .83 -1.06 .59 2.20 .57
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; a = Parâmetro de discriminação; b = Parâmetro de dificuldade; M = Média; n = dimensão da amostra.
Os itens são apresentados por ordem decrescente dos seus valores no parâmetro de discriminação para cada uma das versões da EB-CV.
A negrito encontram-se os itens incluídos em cada uma das versões da EB-CV.

163
Tabela 8 (continuação)
Parâmetros de discriminação e de dificuldade dos itens da EB-CV
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b)
12 .44 -3.28 -1.88 .04 -1.71 46 .34 -2.30 -.18 2.36 -.04 18 .76 -2.76 -.72 1.25 -.74
2 .41 -6.85 -5.09 -.96 -4.30 25 .33 -1.75 1.44 4.60 1.43 44 .76 -5.59 -2.78 1.96 -2.14
25 .35 -1.83 .11 2.26 .18 12 .33 -5.56 -3.04 .60 -2.67 12 .74 -3.09 -1.26 1.30 -1.01
31 -.07 13.04 5.24 -6.45 3.94 18 .32 -3.72 -1.76 1.54 -1.31 23 .72 -4.38 .95 NA -1.72
22 -.07 2.48 3.58 -12.97 3.69 43 .32 -5.81 -.72 4.60 -.64 31 .71 -2.14 2.18 3.97 1.34
40 -.07 16.68 9.39 -1.07 8.33 3 .29 -2.48 .07 3.81 .46 1 .69 -2.23 -.32 4.04 .50
41 -.08 -5.75 -13.06 -19.86 -12.89 15 .26 -5.18 2.41 9.44 2.22 13 .64 -4.10 -.67 2.94 -.61
17 -.10 12.20 1.61 -9.27 1.51 37 .25 -8.30 -1.96 7.90 -.79 3 .60 -2.70 .01 2.76 .02
43 -.12 6.27 -.15 -6.75 -.21 22 .25 -8.54 -.96 5.84 -1.22 15 .59 -2.87 1.98 5.11 1.41
38 -.13 -2.78 -6.80 -1.96 -6.85 4 .15 -3.97 6.18 13.71 5.31 7 .55 -1.64 1.22 3.54 1.04
34 -.15 6.35 2.39 -3.83 1.63 34 .12 -9.44 3.28 14.87 2.91 28 .52 -3.48 .69 5.25 .82
33 -.37 3.49 1.73 -1.66 1.19 16 .12 -1.38 2.16 14.34 2.04 25 .50 -2.73 -.39 2.85 -.09
14 -.40 1.94 -.17 -2.91 -.38 19 .10 -18.70 -6.30 13.14 -3.95 35 .48 -6.38 -2.78 3.86 -1.77
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; a = Parâmetro de discriminação; b = Parâmetro de dificuldade; M = Média; n = dimensão da amostra.
Os itens são apresentados por ordem decrescente dos seus valores no parâmetro de discriminação para cada uma das versões da EB-CV.
A negrito encontram-se os itens incluídos em cada uma das versões da EB-CV.

164
Tabela 8 (continuação)
Parâmetros de discriminação e de dificuldade dos itens da EB-CV
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b) Item a b1 b2 b3 M(b)
5 -.43 -1.64 -3.44 -5.78 -3.62 31 .09 -1.22 11.93 24.55 8.75 39 .42 -6.13 -1.22 4.29 -1.02
45 -.48 1.37 -.52 -2.61 -.59 10 .08 -18.52 .63 34.10 5.41 24 .42 -1.53 1.71 5.81 2.00
4 -.57 2.85 1.45 -.48 1.27 13 .08 -16.61 1.08 2.27 1.58 37 .31 -4.47 .70 8.98 1.74
30 -.61 .23 -1.89 -3.14 -1.60 7 -.12 1.94 2.35 -9.80 1.16 19 .30 -4.37 .38 6.71 .91
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; a = Parâmetro de discriminação; b = Parâmetro de dificuldade; M = Média; n = dimensão da amostra.
Os itens são apresentados por ordem decrescente dos seus valores no parâmetro de discriminação para cada uma das versões da EB-CV.
A negrito encontram-se os itens incluídos em cada uma das versões da EB-

165
Tabela 9 Estatísticas descritivas e resultados dos testes de normalidade das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação na amostra final
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
M DP Min Max Est. M DP Min Max Est. M DP Min Max Est.
EB-CV
Total 79.87 14.97 38 116 .04 79.74 13.39 23 109 .04 71.43 17.42 25 125 .08*
Eficácia Social 18.80 6.96 2 39 .04 21.08 6.44 1 36 .06** 19.35 8.55 3 41 .08*
Persuasão 6.23 3.70 0 15 .07*** 8 3.11 0 15 .11*** 6.54 3.43 0 15 .09**
Autoconfiança Social 5.87 3.17 0 15 .09*** 6.03 2.71 0 15 .11*** 6.31 2.98 1 14 .11***
Dominância Social 6.70 3.45 0 15 .08*** 7.05 3.20 0 15 .07*** 6.50 3.85 0 15 .07*
Estabilidade Emocional 34.59 6.47 7 48 .09*** 33.86 6.18 7 48 .09*** 29.28 6.49 11 47 .05
*** ***
Resiliência 10.30 3.48 1 18 .07 9.85 3.14 2 18 .09 9.03 3.22 0 17 .08**
Autoestima 12.52 2.82 2 15 .19*** 12.70 2.40 3 15 .18*** 10.28 2.65 3 15 .14***
Otimismo 11.76 2.34 3 15 .16*** 11.31 2.40 1 15 .12*** 9.97 2.31 3 15 .15***
Destemor 26.49 7.55 6 42 .06** 24.80 6.02 6 39 .04 22.81 6.71 6 41 .06
*** ***
Coragem 8.84 3.53 0 15 .09 7.99 2.63 1 15 .10 6.86 2.73 0 13 .09**
Intrepidez 8.30 4.12 0 15 .11*** 7.66 3.96 0 15 .09*** 7.74 3.92 0 15 .11***
Tolerância à Incerteza 9.35 2.80 2 15 .08*** 9.14 1.98 3 15 .13*** 8.21 2.14 3 14 .10***
EB-CVR
Total 20.16 5.87 0 33 .05* 31.06 5.57 8 42 .09*** 20.46 7.74 1 41 .05
Notas: EB–CV = Escala Boldness – Versão Crianças; EB–CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; n = Dimensão da amostra; M = Média; DP = Desvio–padrão; Min = Valor mínimo;
Max = Valor máximo; Est. = Estatísticas do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

166
Tabela 9 (continuação)
Estatísticas descritivas das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação na amostra final
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
M DP Min Max Est. M DP Min Max Est. M DP Min Max Est.
ICU
Total 11.86 7.61 0 54 .10*** 13.85 8 0 39 .08*** 21.35 10.18 1 45 .08*
Calosidade/Frieza emocional 3.46 3.38 0 20 .17*** 4.15 3.98 0 19 .16*** 7.98 5.54 0 22 .14***
Indiferença Emocional 3.52 3.40 0 24 .15*** 5.02 3.40 0 18 .11*** 6.84 4.17 0 16 .09**
Insensibilidade Emocional 4.88 2.76 0 12 .11*** 4.69 2.93 0 14 .08*** 6.53 2.95 0 15 .11***
YPI-CV
Total 89.24 22.90 53 171 .07*** - - - - - - - -
***
Grandiosidade-Manipulação 33.95 10.73 20 72 .10 - - - - - - - -
Charme Desonesto 8.97 3.55 5 19 .14*** - - - - - - - -
***
Grandiosidade 8.62 3.18 5 19 .15 - - - - - - - -
***
Mentir 8.35 3.10 5 20 .15 - - - - - - - -
Manipulação 8.01 2.97 5 20 .16*** - - - - - - - -
Frieza/Insensibilidade Emocional 25.46 7.10 15 54 .12*** - - - - - - - -
***
Calosidade/Frieza emocional 7.63 2.59 5 18 .16 - - - - - - - -
Insensibilidade Emocional 9.20 2.90 5 18 .14*** - - - - - - - -
Ausência de Remorsos 8.63 3.06 5 19 .18*** - - - - - - - -
Notas ICU = Inventário de Traços Calosos/Não–emocionais; YPI–CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças; n = Dimensão da amostra; M = Média; DP = Desvio–padrão;
Min = Valor mínimo; Max = Valor máximo; Est. = Estatísticas do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

167
Tabela 9 (continuação)
Estatísticas descritivas das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação na amostra final
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
M DP Min Max Est. M DP Min Max Est. M DP Min Max Est.
YPI-CV
Impulsividade/Irresponsabilidade 29.82 8.08 15 54 .07*** - - - - - - - -
Impulsidade 9.76 3.57 5 20 .10*** - - - - - - - -
***
Procura de Excitação 12.29 3.22 5 20 .08 - - - - - - - -
***
Irresponsabilidade 7.77 2.95 5 17 .17 - - - - - - - -
APSD
Total 7.82 4.58 0 23 .12*** 8.19 4.25 0 20 .10*** 10.09 6.47 0 31 .12***
Narcisismo 2.66 2.39 0 11 .17*** 2.65 1.86 0 9 .17*** 3.15 2.91 0 13 .17***
Frieza/Insensibilidade Emocional 2.64 2.17 0 12 .17*** 2.54 1.94 0 10 .15*** 3.92 2.34 0 11 .10***
Impulsividade 2.53 2.05 0 9 .17*** 3 1.87 0 9 .13*** 3.02 2.33 0 10 .12***
PANAS-C .12***
Emocionalidade Positiva 56.54 9.62 18 70 .11*** 57.43 8.70 20 75 .06** 47.93 9.83 24 70 .17***
Emocionalidade Negativa 22.73 8.97 14 68 .17*** 21.80 7.34 13 55 .12*** 22.22 8.34 13 46 .10***
Medo 10.54 4.69 6 30 .19*** 12.82 4.70 7 33 .11*** 11.30 4.88 6 26 .12***
Preocupado 12.19 5.28 8 40 .21*** 8.98 3.42 6 28 .20*** 10.92 4.21 7 22 .12***
Notas: YPI–CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; PANAS–C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva
– Versão Crianças; n = Dimensão da amostra; M = Média; DP = Desvio–padrão; Min = Valor mínimo; Max = Valor máximo; Est. = Estatísticas do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

168
Tabela 9 (continuação)
Estatísticas descritivas das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação na amostra final
Alunos Encarregados de educação Professores
(n/T2 = 368/276) (n/T2 = 400/201) (n/T2 = 155/59)
M DP Min Max Est. M DP Min Max Est. M DP Min Max Est.
BFQ-C
Energia/Extroversão 37.98 6.22 14 50 .06** 42.72 5.37 24 54 .06** 43.26 6.99 23 65 .08*
Instabilidade Emocional 27.26 8.29 12 52 .05* 29.23 8.18 12 51 .05* 30.71 8.83 14 55 .07*
Intelecto/Abertura 46.31 8.29 19 65 .05* 44.50 7.40 21 60 .08*** 44.46 9.52 18 64 .07
* ***
Agradabilidade 48.13 8.17 19 65 .05 51.11 6.40 29 65 .07 43.89 6.58 29 58 .08*
Conscienciosidade 49.82 8.60 19 65 .06** 47.01 8.63 16 65 .08*** 39.01 9.60 15 55 .07
BIS/BAS-C
Sistema de Inibição Comportamental 9.70 3.43 0 18 .07*** 8.37 2.46 1 15 .10*** 8.03 2.61 2 14 .10**
Sistema de Ativação Comportamental 25.48 7.25 0 39 .06** 24.46 5.94 6 39 .06** 22.97 6.65 6 39 .07*
Energia 6.99 3.49 0 12 .11*** 6.51 2.70 0 12 .09*** 6.34 2.91 0 12 .15***
Busca de Divertimento 6.57 2.52 0 12 .10*** 6.11 2.31 0 12 .11*** 5.78 2.59 0 12 .10**
Resposta à Recompensa 11.92 2.80 0 15 .14*** 11.84 2.25 2 15 .13*** 10.85 2.51 5 15 .12***
EB-CV T2
Total 80.98 15.80 45 123 .04 79.43 15.28 32 121 .06 76.99 16.43 42 114 .07
EB-CVR T2
Total 20.82 5.95 0 33 .06* 30.98 5.93 7 42 .09* 20.82 5.73 11 32 .12*
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; T2 = Segundo momento temporal BFQ–C = Questionário dos Cinco Fatores;
BIS/BAS–C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; n = Dimensão da amostra; M = Média; DP = Desvio–padrão; Min =
Valor mínimo; Max = Valor máximo; Est. = Estatísticas do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

169
5.4. Estatísticas descritivas

As estatísticas descritivas e os resultados do teste de normalidade das (sub)escalas


dos instrumentos de avaliação na amostra final por fontes de informação são apresentados
na Tabela 9.

5.4.1. Diferenças nas variáveis sociodemográficas

Efetuaram-se Análises de Variância (ANOVAs) fatorial com o intuído de avaliar


se as variáveis sociodemográficas dos alunos tiveram um efeito estatisticamente
significativo sobre cada uma das versões de relato da EB-CV e da EB-CVR. Os resultados
são apresentados de seguida.

5.4.1.1. Versão completa

Efetuaram-se Análises de Variância (ANOVAs) fatorial para avaliar se as


variáveis sociodemográficas dos alunos tiveram um um efeito estatisticamente
significativo sobre cada uma das versões de relato da EB-CV.

A ANOVA revelou que o género teve um efeito estatisticamente significativo e


de elevada dimensão sobre a pontuação total da versão de autorrelato da EB-CV (F (1,27)
= 9.65; p = .004; ηp2 = .26; π = .85). Os alunos do género masculino (M = 83.27, DP =
13.92; n = 170) apresentaram valores médios superiores da pontuação total da versão
reduzida de autorrelato da EB-CV relativamente aos alunos do género feminino (M =
76.96, DP = 15.25; n = 198). A pontuação total da versão de autorrelato da EB-CV não
foi afetada pelas restantes variáveis sociodemográficas dos alunos: o ano de escolaridade
(F (2,27) = .03; p = .966.; ηp2 = .00.; π = .05); a nacionalidade (F (3,27) = .68; p = .574;
ηp2 = .07; π = .17); o país de origem (F (2,27) = .88; p = .426; ηp2 = .06; π = .19); a cidade
onde residem (F (7,27) = .1.33; p = .274; ηp2 = .26; π = .46); a situação dos pais (F (1,27)
= .19; p = .664; ηp2 = .01; π = .07); as situações profissionais da mãe (F (4,27) = 1.82; p
= .153; ηp2 = .21; π = .48) e do pai (F (3,27) = .60; p = .624; ηp2 = .06; π = .16); o
rendimento mensal (F (9,27) = .81; p = .608; ηp2 = .21; π = .31) e a composição do
agregado familiar (F (4,27) = .30; p = .873; ηp2 = .04; π = .11); e, os níveis de escolaridade
da mãe (F (6,27) = 1.70; p = .158; ηp2 = .27; π = .54) e do pai (F (5,27) = .57; p = .720;
ηp2 = .10; π = .18). Finalmente, a interação entre os fatores sociodemográficos não teve

170
um efeito estatisticamente significativo sobre a boldness (F (239,27) = .77; p = .844; ηp2
= .87; π = .59).

A ANOVA revelou que a pontuação total da versão de relato pelos encarregados


de educação da EB-CV não foi afetada pelas variáveis sociodemográficas dos alunos: o
ano de escolaridade (F (2,41) = .02; p = .976; ηp2 = .00; π = .05); o género (F (1,41) =
2.21; p = .145; ηp2 = .05; π = .31); a nacionalidade (F (4,41) = 1.13; p = .356; ηp2 = .10; π
= .32); o país de origem (F (2,41) = .22; p = .803; ηp2 = .01; π = .08); a cidade onde
residem (F (7,41) = 2.21; p = .053; ηp2 = .27; π = .76); a situação dos pais (F (1,41) =
1.46; p = .234; ηp2 = .03; π = .22); as situações profissionais da mãe F (4,41) = 1.15; p =
.349; ηp2 = .10; π = .33) e do pai (F (4,41) = .07; p = .990; ηp2 = .01; π = .06); o rendimento
mensal (F (9,41) = 1.43; p = .208; ηp2 = .24; π = .59) e a composição do agregado familiar
(F (4,41) = 1.29; p = .291; ηp2 = .11; π = .37); e, os níveis de escolaridade da mãe (F
(6,41) = .32; p = .921; ηp2 = .05; π = .13) e do pai (F (5,41) = 1.56; p = .193; ηp2 = .16; π
= .49). Finalmente, a interação entre os fatores sociodemográficos não teve um efeito
estatisticamente significativo sobre a boldness (F (289,41) = 1.05; p = .449; ηp2 = .88; π
= .91).

A ANOVA revelou que a situação dos pais dos alunos teve um efeito de elevada
dimensão e significativo sobre a pontuação total da versão de relato pelos professores da
EB-CV (F (1,11) = 9.37; p = .011; ηp2 = .46; π = .80). Os alunos com pais divorciados ou
separados (M = 74.39, DP = 19.55; n = 41) apresentaram os maiores valores de boldness,
seguido dos alunos com Pais casados/vivem juntos na mesma casa (M = 70.67, DP =
16.42; n = 112) e dos alunos cujo pai faleceu (M = 53.50, DP = 21.92; n = 2). De acordo
com o teste post-hoc HSD de Tukey as diferenças observadas entre estes grupos não são
estatisticamente significativas (todos os p >.05). De acordo com a ANOVA, a pontuação
total da versão de relato pelos professores da EB-CV não foi afetada pelas restantes
variáveis sociodemográficas dos alunos: o ano de escolaridade (F (2,11) = .24; p = .791;
ηp2 = .04; π = .08); o género (F (1,11) = .08; p = .779; ηp2 = .01; π = .06); o país de origem
(F (2,11) = .50; p = .620; ηp2 = .08; π = .11); a cidade onde residem (F (6,11) = 2.94; p =
.058; ηp2 = .62; π = .67); as situações profissionais da mãe (F (3,11) = .34; p = .799; ηp2
= .08; π = .10) e do pai (F (3,11) = 1.50; p = .268; ηp2 = .29; π = .29); o rendimento mensal
(F (9,11) = .30; p = .959; ηp2 = .20; π = .10) e a composição do agregado familiar (F (4,11)
= .04; p = .996; ηp2 = .02; π = .06); e, os níveis de escolaridade da mãe (F (5,11) = .61; p
= .695; ηp2 = .22; π = .15) e do pai (F (5,11) = .59; p = .708; ηp2 = .21; π = .15). Finalmente,

171
a interação entre os fatores sociodemográficos não teve um efeito estatisticamente
significativo sobre a boldness (F (75,11) = 1.18; p = .408; ηp2 = .89; π = .44).

Não houve associações estatisticamente significativas entre as variáveis


sociodemográficas contínuas (a idade, a quantidade de pessoas do agregado familiar e o
número de irmãos dos alunos) e as pontuações totais de cada uma das versões de relato
da EB-CV (ver Tabela 10).

Tabela 10 Relação entre a pontuação total da EB-CV e as variáveis sociodemográficas


contínuas: Correlações e análises de regressão múltipla
Idade QPAF Número de irmãos
R2
r β r β r β
EB-CVA (n = 368)
Total -.04 -.02 -.02 .00 -.08 -.08 .01
EB-CVE (n = 400)
Total -.05 -.05 -.03 -.03 -.05 -.01 .00
EB-CVP (n = 155)
Total -.15 -.13 .05 .03 .00 .07 .02
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; VE = Versão de relato pelos encarregados de educação; VP =
Versão de relato pelos professores; QPAF = Quantidade de pessoas do agregado familiar; n = dimensão da amostra; r
= coeficiente de correlação de Spearman; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

5.4.1.2. Versão reduzida

A ANOVA revelou que o género dos alunos teve um efeito de média dimensão e
significativo sobre a pontuação total da versão reduzida de autorrelato da EB-CV (F
(1,27) = 7.26; p = .012; ηp2 = .21; π = .74). Os alunos do género masculino (M = 21.32,
DP = 5.92; n = 170) apresentaram valores médios superiores da pontuação total da versão
reduzida de autorrelato da EB-CV relativamente aos alunos do género feminino (M =
19.16, DP = 5.67; n = 198). A pontuação total da versão reduzida de autorrelato da EB-
CV não foi afetada pelas restantes variáveis sociodemográficas dos alunos: o ano de
escolaridade (F (2,27) = .28; p = .758; ηp2 = .20; π = .09); a nacionalidade (F (3,27) =
1.03; p = .; ηp2 = .10; π = .25); o país de origem (F (2,27) = .14; p = .871; ηp2 = .01; π =
.07); a cidade onde residem (F (7,27) = 1.35; p = .264; ηp2 = .26; π = .47); a situação dos
pais (F (1,27) = 1.24; p = .275; ηp2 = .04; π = .19); as situações profissionais da mãe (F
(4,27) = 2.64; p = .056; ηp2 = .28; π = .66) e do pai (F (3,27) = .77; p = .524; ηp2 = .08; π

172
= .19); o rendimento mensal (F (9,27) = .65; p = .744; ηp2 = .18; π = .25) e a composição
do agregado familiar (F (4,27) = .38; p = .824; ηp2 = .05; π = .12); e, os níveis de
escolaridade da mãe (F (6,27) = .56; p = .760; ηp2 = .11; π = .19) e do pai (F (5,27) = .99;
p = .443; ηp2 = .15; π = .30). Finalmente, a interação entre os fatores sociodemográficos
não teve um efeito estatisticamente significativo sobre a boldness (F (239,27) = .95; p =
.606; ηp2 = .89; π = .71).

A ANOVA revelou que o nível de escolaridade do pai teve um efeito de média


dimensão e significativo sobre a pontuação total da versão reduzida de relato pelos
encarregados de educação da EB-CV (F (5,41) = 2.88; p = .026; ηp2 = .26; π = .79). Os
alunos cujo nível de escolaridade do pai é o 3º ciclo do ensino básico (M = 32.14, DP =
5.24; n = 118) apresentaram valores superiores de boldness, seguido dos alunos cujo pais
possuíam o ensino superior (M =30.93, DP = 6.61; n = 41), o ensino secundário (M =
30.91, DP = 5.72; n = 129), o 2º ciclo do ensino básico (M = 30.43, DP = 5.21; n = 62),
o 1º ciclo do ensino básico (M = 30.34, DP = 4.79; n = 29) e cujo nível de escolaridade
era desconhecido ou o pai tinha falecido (M = 28.96, DP = 5.98; n = 20). De acordo com
o teste post-hoc HSD de Tukey as diferenças observadas entre estes grupos não são
estatisticamente significativas (todos os p >.05). De acordo com a ANOVA, a pontuação
total da versão reduzida de relato pelos encarregados de educação não foi afetada pelas
seguintes variáveis sociodemográficas dos alunos: o ano de escolaridade (F (2,41) = .16;
p = .853; ηp2 = .01; π = .07); o género (F (1,41) = 1.13; p = .293; ηp2 = .03; π = .18); a
nacionalidade (F (4,41) = 2.09; p = .100; ηp2 = .17; π = .57); o país de origem (F (2,41) =
.06; p = .938; ηp2 = .00; π = .06); a cidade onde residem (F (7,41) = 1.02; p = 431.; ηp2 =
.15; π = .38); a situação dos pais (F (1,41) = .00; p = .962; ηp2 = .00; π = .05); as situações
profissionais da mãe (F (4,41) = 1.73; p = .162; ηp2 = .14; π = .48) e do pai (F (4,41) =
1.87; p = .135; ηp2 = .15; π = .52); o rendimento mensal (F (9,41) = .72; p = .692; ηp2 =
.14; π = .30) e a composição do agregado familiar (F (4,41) = .63; p = .643; ηp2 = .06; π
= .19); e, o nível de escolaridade da mãe (F (6,41) = 1.88; p = .108; ηp2 = .22; π = .63).
Finalmente, a interação entre os fatores sociodemográficos não teve um efeito
estatisticamente significativo sobre a boldness (F (289,41) = 1.26; p = .188; ηp2 = .90; π
= .97).

A ANOVA revelou que a cidade onde residem os alunos teve um efeito de muito
elevada dimensão e significativo sobre a pontuação total da versão reduzida de relato
pelos professores da EB-CV (F (6,11) = 3.13; p = .048; ηp2 = .63; π = .70). O aluno que

173
residia no Porto e em Vila Nova de Gaia (M = 25.80; n = 1) foi o que apresentou os
valores superiores de boldness, seguido pelos alunos que residiam em Vila Nova de Gaia
(M = 25.80, DP = 10.13; n = 5), no Porto (M = 23.66, DP = 8.78; n = 38), em Matosinhos
e Vila Nova de Gaia (M = 20; n = 1), em Gondomar (M = 19.13, DP = 6.84; n = 107), em
Valongo (M = 18.32, DP = 9.14; n = 2) e em Paredes (M = 10; n = 1). O teste post-hoc
HSD de Tukey não foi possível executar relativamente à cidade de residência uma vez
que três grupos possuíam menos de dois casos. De acordo com a ANOVA, a pontuação
total da versão reduzida de relato pelos professores da EB-CV não foi afetada pelas
restantes variáveis sociodemográficas dos alunos: o ano de escolaridade (F (2,11) = .39;
p = .687; ηp2 = .07; π = .10); o género (F (1,11) = .71; p = .413; ηp2 = .06; π = .12); o país
de origem (F (2,11) = .39; p = .687; ηp2 = .07; π = .10); a situação dos pais (F (1,11) =
1.16; p = .304; ηp2 = .10; π = .17); as situações profissionais da mãe (F (3,11) = 3.06; p =
.073; ηp2 = .45; π = .55) e do pai (F (3,11) = 2.47; p = .116; ηp2 = .40; π = .46); o
rendimento mensal (F (9,11) = 1.09; p = .440; ηp2 = .47; π = .30) e a composição do
agregado familiar (F (4,11) = .72; p = .596; ηp2 = .21; π = .17); e, os níveis de escolaridade
da mãe (F (5,11) = 2.76; p = .074; ηp2 = .56; π = .60) e do pai (F (5,11) = .52; p = .755;
ηp2 = .19; π = .14). Finalmente, a interação entre os fatores sociodemográficos não teve
um efeito estatisticamente significativo sobre a boldness (F (75,11) = 1.99; p = .104; ηp2
= .93; π = .71).

Tabela 11 Relação entre a pontuação total da EB-CVR e as variáveis sociodemográficas


contínuas: Correlações e análises de regressão múltipla
Idade QPAF Número de irmãos
R2
r β r β r β
EB-CVRA (n = 368)
Total -.05 -.02 -.07 -.03 -.11* -.10 .01
EB-CVRE (n = 400)
Total -.04 -.04 .01 .05 -.08 -.04 .00
EB-CVRP (n = 155)
Total -.15 -.20* .10 .03 .05 .14 .04
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão de relato pelos
encarregados de educação; VP = Versão de relato pelos professores; QPAF = Quantidade de pessoas do agregado
familiar; n = dimensão da amostra; r = coeficiente de correlação de Spearman; β = coeficiente beta padronizado; R2 =
coeficiente de determinação
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

174
As associações entre as variáveis sociodemográficas contínuas (a idade, a
quantidade de pessoas do agregado familiar e o número de irmãos dos alunos) e as
pontuações totais de cada uma das versões reduzidas de relato da EB-CVR são
apresentadas na Tabela 11. Apenas foi encontrada uma correlação estatisticamente
significativa entre estas variáveis, nomeadamente a correlação negativa e fraca entre a
EB-CVRA e o número de irmãos das crianças, cuja significância era perdida após o
controlo do efeito da idade e da quantidade de pessoas do agregado familiar na EB-
CVRA. Ao nível das regressões múltiplas das variáveis sociodemográficas como
preditores das pontuações totais da EB-CVR, apenas houve uma associação negativa
estatisticamente significativa entre a idade e a EB-CVRP.

5.5. Validação da estrutura fatorial da EB-CV

5.5.1. Versão completa

A validade fatorial da EB-CV foi avaliada por intermédio de uma Análise Fatorial
Confirmatória (AFC), utilizando o método de estimação por Máxima Verosimilhança
(ML). Foram analisados seis modelos ao nível de itens: a) Modelo unidimensional, no
qual todos os itens saturaram num único fator: boldness (Modelo 1); b) Modelo de três
fatores em que os itens saturaram em três fatores latentes distintos, mas correlacionados
(Modelo 2); c) Modelo bifatorial, com cada item a saturar num dos três fatores (não
correlacionados) bem como no Fator Geral (FG; Modelo 3); d) Modelo de nove fatores,
com cada item a saturar na sua subescala, permitindo que as subescalas se correlacionem
(Modelo 4); e) Modelo hierárquico de três fatores e nove subfatores (Modelo 5); f)
Modelo hierárquico de fator Boldness, três fatores e nove subfatores (Modelo 6); g)
Modelo bifatorial, com cada item a saturar nos nove subfatores que por sua vez saturam
no respetivo fator (não correlacionados) bem com cada item a saturar no fator geral
(Modelo 7). A Tabela 12 apresenta os índices de qualidade de ajustamento dos modelos
testados. Não foi possível testar a estrutura fatorial da EB-CV - bifatorial com três fatores
e nove subfatores – o Modelo 7 – na sua versão de relato pelos professores, uma vez que
foi alcançado o número limite de iterações permitidas.

175
Tabela 12 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados da EB-CV
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
EB-CVA
Modelo 1 3200.21 989 3.24 .08***(.08-.08) .29 .65 3384.21 9.30 1475.84***
Modelo 2 2816.20 988 2.85 .07***(.07-.07) .42 .71 3002.20 8.26 1091.83***
Modelo 3 2057.64 943 2.18 .06**(.05-.06) .64 .79 2333.64 6.47 333.27***
Modelo 4 2050.08 953 2.15 .06**(.05-.06) .65 .79 2306.08 6.39 325.71***
Modelo 5 2173.69 977 2.23 .06***(.06-.06) .62 .78 2381.69 6.57 449.32***
Modelo 6 2559.19 986 2.60 .07***(.06-.07) .50 .73 2749.19 7.57 834.82***
Modelo 7 1724.371 934 1.85 .05 (.04-.05) .75 .83 2018.37 5.62
EB-CVAR
Modelo 1 151.73*** 44 3.45 .08***(.07-.10) .80 .93 195.73 .54 3048.48***
EB-CVE
Modelo 1 4131.343 989 4.18 .09***(.09-.09) .31 .59 4315.34 10.88 1942.19***
Modelo 2 3334.90 986 3.38 .07***(.07-.08) .49 .68 3524.90 8.90 1145.75***
Modelo 3 2533.37 943 2.69 .07***(.06-.07) .65 .77 2809.37 7.13 344.22***
Modelo 4 2484.48 953 2.61 .06***(.06-.07) .67 .76 2740.48 6.95 295.33***
Notas: EB-C = Escala Boldness – Versão Crianças ; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos Encarregados de Educação; VP = Versão relato pelos professores; R = Reduzida;; χ2 =
chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI =
Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado: do modelo 7 relativamente aos outros na VA e na VE, do modelo 3 relativamente aos outros na VP e do modelo
1 relativamente ao respetivo modelo das versões reduzidas,; Modelo 1 = Modelo unidimensional; Modelo 2 = Modelo de três fatores correlacionados; Modelo 3 = Modelo bifatorial com três
fatores; Modelo 4 = Modelo de nove fatores correlacionados; Modelo 5 = Modelo hierárquico de três fatores e nove subfatores; Modelo 6 = Modelo hierárquico de fator boldness, três fatores e
nove subfatores; Modelo 7 = Modelo bifatorial com três fatores e nove subfatores Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão
realçados a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

176
Tabela 12 (continuação)
Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados da EB-CV
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
EB-CVE
Modelo 6 3334.90 986 3.38 .08***(.07-.08) .49 .68 3524.90 8.90 1145.75***
Modelo 7 2170.06 934 2.32 .06***(.05-.06) .73 .80 2464.05 6.27
EB-CVER
Modelo 1 273.54*** 77 3.55 .08***(.07-.09) .84 .90 329.54 .83 3857.80***
EB-CVP
Modelo 1 3908.14*** 989 3.95 .14***(.13-.14) .28 .36 4092.14 27.10 1565.44***
Modelo 2 3199.27*** 986 3.25 .12***(.12-.13) .46 .42 3389.27 22.55 856.57***
Modelo 3 2342.70*** 943 2.48 .10***(.09-.10) .66 .60 2618.70 17.79
Modelo 4 2445.02*** 954 2.56 .10***(.10-.11) .63 .59 2699.02 18.25 102.32***
Modelo 5 2604.74*** 977 2.67 .10***(.10-.11) .60 .55 2812.74 18.86 262.04***
Modelo 6 2604.74*** 977 2.67 .10***(.10-.11) .60 .55 2812.74 18.86 262.04***
EB-CVPR
Modelo 1 253.43*** 77 3.29 .12***(.11-.14) .81 .82 309.43 2.05 3654.71***
Notas: EB-C = Escala Boldness – Versão Crianças ; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos Encarregados de Educação; VP = Versão relato pelos professores; R = Reduzida;; χ2 =
chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI =
Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado: do modelo 7 relativamente aos outros na VA e na VE, do modelo 3 relativamente aos outros na VP e do modelo
1 relativamente ao respetivo modelo das versões reduzidas,; Modelo 1 = Modelo unidimensional; Modelo 2 = Modelo de três fatores correlacionados; Modelo 3 = Modelo bifatorial com três
fatores; Modelo 4 = Modelo de nove fatores correlacionados; Modelo 5 = Modelo hierárquico de três fatores e nove subfatores; Modelo 6 = Modelo hierárquico de fator boldness, três fatores e
nove subfatores; Modelo 7 = Modelo bifatorial com três fatores e nove subfatores Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão
realçados a itálico e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

177
Tabela 13 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC
ao nível de itens
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Total .78
Eficácia Social .64
Persuasão .65 .42 .73
1 .24 .48 .29 .52 .27 .38 .60 .53 .28 .45 .69 .34 .12 .25 .77
10 .29 .67 .54 .69 .47 .46 .59 .72 .52 .58 .65 .35 .12 .23 .78
19 .37 .40 .29 .54 .29 .38 .60 .54 .29 .45 .69 .28 .10 .21 .78
28 .37 .29 .22 .45 .21 .30 .62 .44 .20 .38 .72 .25 .08 .15 .78
37 .38 .64 .55 .71 .51 .47 .59 .74 .54 .58 .64 .31 .22 .34 .77
Autoconfiança Social .34 .11 .42
4 -.07 .70 .50 .14 .02 .21 .63 .76 .58 .23 .36 .04 .06 .28 .77
13 .22 .49 .29 .25 .06 .22 .63 .41 .17 .13 .42 .02 .10 .26 .77
22 -.12 .15 .04 .07 .00 .11 .64 .14 .02 .10 .45 .07 .00 .10 .78
31 -.26 .12 .08 -.13 .02 .03 .66 .15 .02 .31 .29 .34 .00 .13 .78
40 -.15 .12 .03 -.04 .00 .08 .65 .15 .02 .31 .29 .36 .00 .13 .78
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

178
Tabela 13 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC ao nível
de itens
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Eficácia Social .64
Dominância Social .91 .82 .49
7 .36 .47 .36 .54 .29 .42 .60 .61 .37 .30 .42 .19 .12 .24 .77
16 .44 .51 .45 .55 .30 .42 .59 .70 .49 .39 .35 .08 .13 .25 .77
25 .31 .09 .10 .17 .03 .08 .65 .26 .07 .15 .52 .07 .04 .09 .78
34 -.20 .51 .29 .17 .03 .20 .63 .22 .05 .28 .43 .21 .01 .15 .78
43 -.19 .44 .23 .14 .02 .23 .63 .18 .03 .23 .46 .13 .01 .14 .78
Estabilidade Emocional .68
Resiliência .42 .18 .48
2 .14 .14 .04 .20 .04 .16 .68 .06 .00 .07 .50 .01 .05 .19 .78
14 -.33 .71 .61 .27 .07 .38 .65 .75 .56 .43 .32 .42 .02 .26 .77
17 -.30 .34 .21 .19 .04 .23 .67 .45 .20 .24 .43 .41 .00 .11 .78
29 .27 .35 .19 .20 .04 .20 .68 .25 .06 .24 .43 .17 .18 .35 .77
32 .36 .19 .17 .32 .10 .23 .67 .04 .00 .08 .52 .18 .17 .31 .77
45 -.29 .61 .45 .23 .05 .31 .66 .69 .48 .39 .34 .26 .03 .28 .77
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;
λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

179
Tabela 13 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC ao nível
de itens
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Estabilidade Emocional .68
Autoestima .88 .77 .65
5 -.14 .49 .26 .46 .21 .39 .65 .45 .20 .37 .62 .02 .03 .25 .77
20 .10 .63 .41 .61 .37 .43 .66 .65 .42 .47 .59 .33 .07 .26 .78
26 .18 .64 .44 .63 .39 .42 .65 .66 .43 .48 .58 .36 .11 .32 .77
38 -.32 .48 .33 .40 .16 .32 .66 .40 .16 .36 .65 .20 .00 .11 .78
44 .20 .63 .43 .62 .39 .45 .65 .64 .41 .48 .56 .21 .13 .33 .77
Otimismo .89 .80 .30
8 .15 .43 .21 .37 .14 .27 .67 .44 .20 .25 .18 .30 .04 .16 .78
11 .15 .54 .32 .46 .21 .32 .66 .57 .32 .28 .18 .40 .04 .18 .78
23 .26 .39 .22 .38 .14 .25 .67 .46 .21 .25 .18 -.01 .09 .25 .77
35 .42 .07 .18 .16 .03 .09 .69 .21 .04 .03 .38 .47 .16 .28 .77
41 -.29 .36 .21 .29 .08 .28 .66 .21 .05 .05 .37 .42 .00 .08 .78
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

180
Tabela 13 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC ao nível
de itens
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Destemor .72
Coragem 1.13 1.27 .66
9 -.10 .59 .35 .40 .16 .34 .71 .57 .32 .48 .57 .13 .08 .31 .77
15 .27 .37 .21 .46 .21 .35 .71 .45 .20 .32 .65 .42 .20 .37 .77
21 .15 .67 .48 .51 .26 .46 .69 .61 .38 .49 .56 .15 .23 .43 .77
30 -.20 .55 .35 .29 .09 .25 .72 .45 .20 .38 .62 .30 .05 .27 .77
36 .22 .47 .27 .61 .37 .50 .69 .55 .30 .38 .62 .36 .27 .47 .77
Intrepidez .29 .08 .69
3 .07 .60 .37 .44 .19 .41 .70 .60 .36 .48 .63 .25 .07 .24 .77
12 .12 .54 .31 .32 .10 .27 .72 .56 .31 .45 .64 .21 .04 .18 .78
18 .07 .71 .51 .41 .17 .38 .70 .70 .49 .55 .59 .26 .06 .25 .77
24 .32 .30 .19 .40 .16 .33 .71 .37 .13 .29 .70 .52 .13 .26 .77
46 .19 .55 .33 .45 .20 .40 .70 .58 .33 .46 .63 .23 .09 .25 .77
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

181
Tabela 13 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional da EBC-CVA avaliados pela AFC ao nível
de itens
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Destemor .72
Tolerância à Incerteza .55 .30 .46
6 .08 .13 .02 .23 .05 .19 .72 .19 .04 .08 .48 .48 .02 .14 .78
27 .28 .47 .29 .33 .11 .25 .72 .49 .24 .33 .33 .45 .18 .33 .77
33 -.27 .41 .24 .15 .02 .15 .73 .22 .05 .16 .48 .29 .02 .24 .77
39 .31 .38 .24 .37 .14 .28 .71 .46 .21 .26 .39 .47 .18 .29 .77
42 .28 .49 .32 .43 .18 .33 .71 .60 .37 .39 .29 .32 .22 .37 .77
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;
λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVA = Escala Boldness – Versão Crianças Autorrelato; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

182
Tabela 14 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de
itens e análise dos itens da EBC-CVE
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Total .81
Eficácia Social .72
Persuasão .58 .33 .76
1 -.11 .57 .34 .54 .29 .37 .70 .58 .34 .51 .73 .19 .03 .25 .81
10 -.20 .67 .49 .65 .42 .40 .70 .68 .47 .59 .70 .07 .01 .21 .81
19 -.34 .59 .47 .67 .44 .47 .69 .68 .46 .55 .71 .21 .01 .26 .81
28 -.04 .47 .22 .44 .20 .35 .70 .45 .21 .39 .77 .13 .05 .31 .81
37 -.27 .70 .57 .70 .49 .47 .69 .75 .57 .63 .69 .06 .02 .29 .81
Autoconfiança Social .46 .21 .47
4 .18 .77 .63 .22 .05 .34 .70 .78 .60 .41 .29 .14 .02 .29 .81
13 -.06 .60 .37 .28 .08 .29 .71 .59 .35 .23 .43 .10 .00 .23 .81
22 .11 .38 .16 .19 .04 .24 .71 .38 .15 .24 .42 .26 .02 .20 .81
31 .22 -.01 .05 -.12 .01 .00 .74 .05 .00 .18 .46 -.03 .01 .10 .81
40 .32 .02 .10 -.04 .00 .09 .73 .09 .01 .19 .45 .11 .07 .24 .81
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVE = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; FG = Fator geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

183
Tabela 14 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e
análisedos itens da EBC-CVE
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Eficácia Social .72
Dominância Social .99 .98 .60
7 -.33 .60 .47 .61 .37 .45 .69 .67 .45 .39 .52 .20 .00 .16 .81
16 -.16 .68 .48 .51 .26 .47 .69 .69 .47 .51 .45 .12 .01 .29 .81
25 -.01 .22 .05 .21 .04 .21 .72 .23 .05 .18 .64 .18 .04 .26 .81
34 .12 .50 .27 .25 .06 .33 .70 .43 .18 .37 .53 .32 .02 .24 .81
43 .05 .46 .21 .31 .10 .38 .70 .42 .17 .35 .55 .35 .03 .30 .81
Estabilidade Emocional .79
Resiliência 1.12 .65 .61
2 .04 .43 .19 .32 .11 .23 .79 .13 .02 .07 .66 .20 .11 .19 .81
14 .45 .05 .54 .32 .11 .40 .77 .72 .51 .53 .47 .36 .12 .19 .81
17 -.08 -.07 .27 .21 .04 .26 .79 .45 .21 .31 .58 .42 .04 .10 .81
29 .35 .22 .17 .26 .07 .29 .78 .45 .21 .34 .56 .47 .13 .33 .81
32 .49 .44 .21 .38 .15 .34 .78 .27 .07 .22 .60 .50 .18 .36 .81
45 .12 .23 .52 .41 .17 .46 .77 .77 .59 .57 .45 .53 .22 .34 .81
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;
λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVE = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; FG = Fator geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

184
Tabela 14 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e análise
dos itens da EBC-CVE
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Estabilidade Emocional .79
Autoestima .43 .54 .72
5 .12 .48 .33 .54 .30 .47 .77 .57 .32 .49 .66 .34 .25 .31 .81
20 .02 .62 .41 .59 .34 .46 .77 .63 .40 .53 .66 .66 .28 .30 .81
26 -.09 .77 .64 .72 .52 .56 .77 .77 .60 .60 .63 .67 .44 .44 .81
38 -.06 .32 .19 .41 .17 .36 .78 .41 .17 .36 .76 .41 .12 .13 .81
44 -.32 .65 .50 .68 .46 .56 .76 .72 .52 .55 .64 .50 .45 .44 .81
Otimismo .53 .89 .66
8 .69 .53 .28 .41 .17 .34 .78 .51 .26 .41 .61 .59 .17 .29 .81
11 .05 .68 .47 .53 .28 .46 .77 .67 .45 .57 .53 .28 .25 .35 .81
23 .34 .72 .53 .63 .40 .53 .77 .73 .54 .55 .57 .49 .35 .41 .81
35 .52 .41 .20 .27 .07 .16 .79 .36 .13 .28 .67 .44 .08 .28 .81
41 .02 .44 .31 .52 .27 .49 .77 .50 .25 .34 .66 .26 .24 .32 .81
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVE = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; FG = Fator geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

185
Tabela 14 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e análise
dos itens da EBC-CVE
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Destemor .69
Coragem .81 1.26 .56
9 .01 .25 .27 .10 .01 .19 .69 .47 .22 .36 .47 .33 .05 .17 .81
15 .73 .45 .21 .32 .10 .30 .67 .20 .04 .22 .56 .31 .03 .24 .81
21 .52 .31 .22 .20 .04 .31 .67 .57 .32 .37 .47 .34 .14 .29 .81
30 .35 .13 .26 .07 .01 .15 .69 .54 .29 .33 .50 .21 .12 .24 .81
36 .15 .64 .42 .44 .20 .42 .66 .43 .18 .32 .50 -.08 .24 .48 .80
Intrepidez .73 .19 .74
3 .33 .65 .43 .63 .39 .45 .65 .64 .41 .54 .68 .18 .03 .33 .81
12 .16 .60 .37 .56 .32 .38 .66 .61 .37 .52 .69 .16 .03 .25 .81
18 .19 .68 .46 .64 .41 .44 .65 .70 .49 .56 .67 .18 .03 .35 .81
24 .29 .39 .26 .34 .12 .17 .69 .41 .17 .35 .74 .49 .01 .12 .81
46 .28 .67 .45 .64 .41 .49 .64 .65 .42 .54 .68 .35 .05 .37 .81
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVE = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; FG = Fator geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

186
Tabela 14 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e análise
dos itens da EBC-CVE
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F
λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Destemor .69
Tolerância à Incerteza .94 .28 .40
6 .04 .26 .07 .39 .15 .30 .67 .29 .08 .12 .41 .38 .12 .33 .81
27 .08 .20 .15 .14 .02 .19 .69 .40 .16 .22 .33 .18 .10 .25 .81
33 .13 .14 .28 .17 .03 .23 .68 .49 .24 .20 .34 .21 .11 .34 .81
39 -.19 .39 .16 .08 .01 .08 .69 .18 .03 .14 .39 .13 .07 .15 .81
42 .34 .64 .42 .23 .05 .24 .68 .36 .13 .34 .25 .08 .19 .35 .81
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;
λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVE = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; FG = Fator geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

187
Tabela 15 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de
itens e análise dos itens da EBC-CVP
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
λ λ λ2
Total .91
Eficácia Social .88
Persuasão .85
1 -.03 .68 .49 .70 .49 .64 .87 .68 .46 .61 .84 .38 .14 .45 .91
10 .08 .73 .54 .68 .46 .58 .87 .78 .60 .71 .81 .22 .05 .32 .91
19 -.07 .79 .63 .73 .53 .62 .87 .82 .67 .74 .80 .31 .06 .36 .91
28 -.03 .60 .37 .59 .35 .54 .87 .64 .41 .61 .84 .48 .10 .39 .91
37 .17 .73 .53 .67 .45 .55 .87 .75 .57 .67 .82 .34 .06 .35 .91
Autoconfiança Social .69
4 .62 .43 .35 .53 .28 .55 .87 .71 .51 .52 .61 .65 .23 .48 .91
13 .43 .40 .20 .45 .20 .45 .88 .52 .27 .40 .66 .35 .12 .37 .91
22 .51 .46 .47 .59 .35 .61 .87 .74 .55 .53 .61 .52 .42 .62 .91
31 .21 -.09 .20 .04 .00 .13 .89 .28 .08 .35 .68 .36 .12 .26 .91
40 .42 -.09 .39 .09 .01 .20 .89 .39 .16 .44 .65 .49 .27 .41 .91
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVP = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos professores; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

188
Tabela 15 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e
análise dos itens da EBC-CVP
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
λ λ λ2
Eficácia Social .88
40 .42 -.09 .39 .09 .01 .20 .89 .39 .16 .44 .65 .49 .27 .41 .91
Dominância Social .80
7 .48 .72 .52 .71 .51 .63 .87 .71 .50 .57 .76 .31 .13 .44 .91
16 .43 .80 .69 .84 .71 .76 .86 .85 .72 .74 .70 .57 .24 .56 .91
25 .19 .49 .27 .51 .26 .49 .87 .50 .25 .41 .81 .56 .10 .36 .91
34 .22 .64 .59 .73 .53 .68 .87 .77 .59 .69 .72 .40 .32 .58 .91
43 .08 .36 .37 .49 .24 .53 .87 .55 .30 .50 .78 .51 .31 .53 .91
Estabilidade Emocional .83
Resiliência .71
2 .79 .26 .18 .37 .13 .34 .83 .35 .12 .21 .73 .37 .16 .36 .91
14 .53 .03 .48 .34 .12 .54 .82 .73 .53 .63 .60 .39 .26 .39 .91
17 .35 -.05 .23 .21 .05 .38 .83 .49 .24 .39 .68 .56 .14 .31 .91
29 .48 .09 .13 .26 .07 .33 .83 .39 .15 .35 .69 .62 .15 .40 .91
32 .69 .17 .31 .37 .14 .40 .83 .56 .31 .39 .68 .51 .31 .47 .91
45 .33 .04 .63 .36 .13 .54 .82 .86 .73 .68 .58 .42 .39 .49 .91
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVP = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos professores; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

189
Tabela 15 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e
análise dos itens da EBC-CVP
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
λ λ λ2
Total .91
Estabilidade Emocional .83
Autoestima .80
5 .17 .17 .38 .45 .21 .57 .82 .61 .38 .61 .76 .53 .26 .41 .91
20 .62 .64 .49 .72 .51 .59 .82 .71 .51 .55 .77 .37 .17 .37 .91
26 .19 .66 .48 .72 .52 .57 .82 .77 .59 .66 .74 .31 .14 .35 .91
38 .29 .20 .42 .48 .23 .60 .82 .61 .37 .60 .76 .49 .28 .43 .91
44 .59 .56 .34 .59 .35 .46 .82 .63 .40 .53 .78 .43 .09 .29 .91
Otimismo .69
8 .38 .68 .52 .70 .49 .50 .82 .77 .59 .59 .58 .31 .24 .47 .91
11 -.09 .80 .66 .74 .55 .47 .82 .88 .77 .65 .56 .18 .18 .44 .91
23 .07 .79 .63 .70 .49 .46 .83 .74 .55 .59 .60 .36 .09 .31 .91
35 .13 .44 .20 .33 .11 .15 .84 .46 .21 .45 .64 .38 .03 .24 .91
41 .23 .09 .15 .26 .07 .34 .83 .13 .02 .11 .80 .19 .13 .34 .91
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVP = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos professores; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

190
Tabela 15 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e
análise dos itens da EBC-CVP
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
λ λ λ2
Destemor .82
Coragem .71
9 .55 .10 .57 .24 .06 .49 .80 .73 .54 .61 .59 .57 .41 .55 .91
15 .77 .07 .08 .12 .02 .25 .82 .29 .09 .25 .74 .44 .12 .37 .91
21 .45 .11 .21 .20 .04 .42 .81 .51 .26 .43 .68 .44 .21 .40 .91
30 .27 .17 .62 .31 .09 .53 .80 .78 .61 .59 .61 .42 .45 .54 .91
36 .75 .26 .37 .36 .13 .53 .80 .59 .35 .46 .66 .27 .47 .64 .91
Intrepidez .87
3 .17 .73 .54 .73 .53 .49 .80 .73 .54 .70 .85 .37 .11 .38 .91
12 .08 .89 .81 .89 .80 .57 .80 .90 .81 .79 .83 .36 .13 .36 .91
18 .07 .93 .87 .92 .84 .58 .79 .93 .87 .83 .81 .33 .14 .38 .91
24 .10 .39 .16 .39 .16 .38 .81 .39 .15 .39 .92 .68 .07 .29 .91
46 .04 .84 .73 .86 .74 .65 .79 .86 .74 .83 .81 .67 .17 .43 .91
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVP = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos professores; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

191
Tabela 15 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível de itens e
análise dos itens da EBC-CVP
(Sub)fatores/Itens Modelo Bifatorial Modelo de três fatores Modelo de nove fatores Modelo Unidimensional
FG F λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
λ λ λ2
Destemor .82
Tolerância à Incerteza .48
6 .25 .61 .40 .65 .42 .50 .80 .37 .14 .11 .51 .46 .19 .43 .91
27 .17 -.02 .27 .09 .01 .34 .81 .43 .18 .35 .35 .35 .19 .37 .91
33 .66 .03 .44 .15 .02 .43 .81 .58 .33 .26 .42 .64 .33 .49 .91
39 .52 -.19 .06 -.14 .02 -.01 .83 .11 .01 .18 .48 .25 .04 .19 .91
42 .17 .02 .06 .08 .01 .28 .81 .28 .08 .40 .33 .25 .15 .40 .91
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; EB-CVP = Escala Boldness – Versão Crianças de relato pelos professores; FG = Fator geral; F = Fatores. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

192
Nas versões de autorrelato (VA) e relato pelos encarregados de educação (VE), o
modelo fatorial da EB-CV – o modelo bifatorial, com um FG e nove subfatores a
saturarem em três fatores - apresentou índices de qualidade de ajustamento adequados
que variaram entre sofríveis (VA: GFI; VE: χ2/df e GFI), aceitáveis (VE: RMSEA), bons
(VA: χ2/df) e muito bons (VA: RMSEA), com exceção dos valores maus do CFI. Na
versão de relato pelos professores, o modelo bifatorial constituído por um fator geral e
três fatores apresentou índices de qualidade de ajustamento maus (CFI e GFI), aceitável
(RMSEA) e sofrível (χ2/df). Os modelos bifatoriais das várias versões de relato da EB-
CV apresentarem melhores índices de qualidade ajustamento bem como uma qualidade
superior (menores valores de AIC e MECVI) relativamente aos outros modelos testados.
A qualidade destes modelos diferiu significativamente dos outros (ver valores de ΔX2 na
Tabela 17). O modelo unidimensional foi o que apresentou um ajustamento pior. No
modelo de três fatores, as correlações entre os fatores variaram entre fracas e fortes na
VA (rES,De = .32; rES,EE = .01; rEE/De = .40), na VE (rES,De = .33; rES,EE = .30; rEE/De = .09) e
na VP (rES,De = .15; rES,EE = .17; rEE/De = .57).

As Tabelas 13, 14 e 15 apresentam as estimativas dos parâmetros dos modelos


bifatorial, de três fatores, de nove fatores e unidimensional avaliados pela AFC ao nível
de itens e a análise dos itens das versões de autorrelato, de relato pelos encarregados de
educação e de relato pelos professores da EB-CV, respetivamente.

No modelo bifatorial da versão de autorrelato, de forma geral os itens


apresentaram pesos fatoriais estandardizados satisfatórios nos respetivos subfatores, com
exceção dos itens 28 (P), 22, 31, 40 (AS), 25 (DS), 2, 32 (R), 35 (O), 6 (TI). Estes itens
em conjunto com os itens 8, 15, 17, 23, 24, 29, 32, 33, 39, 41 e 43 apresentaram valores
de fiabilidade individual inferiores ao estabelecido. Os subfatores saturaram nos
respetivos fatores, com exceção do subfator I que apresentou um valor próximo do limite
(.29). Os subfatores apresentaram valores de fiabilidade individual adequados, com
exceção dos seguintes: AS, R E I. Os valores de VEM dos subfatores P, AS, DS, R, A,
O, C, I e TI foram .28, .16, .19, .19, .33, .15, .29, .31 e .16. Os valores da FC dos subfatores
P, AS, DS, R, A, O, C, I e TI foram .63, .37, .50, .53, .71, .43, .66, .68 e .45. Os valores
de VEM e FC dos subfatores foram inferiores ao estabelecido, com exceção da FC da A.
Os valores da VEM/FC dos fatores ES, EE e De foram .45/.69, .58/.79 e .55/.74. Estes
encontram-se dentro dos valores estabelecidos, com exceção do VEM da ES. Houve
vários itens que apresentaram valores desadequados de CITC na escala total. Destes, os

193
itens 25 e 41 foram os que apresentaram os valores desadequados de CITC mais baixos.
Contudo, o valor do alfa (α) de Cronbach da escala total diminuiria ou manter-se-ia igual
no caso de cada um dos itens fosse excluído desta. De modo geral os itens apresentaram
valores adequados de CITC nas respetivas escalas ES, EE e De. Os itens 22, 25, 31, 34 e
40 apresentaram valores desadequados de CITC na escala ES. Destes itens, apenas a
remoção dos itens 25, 31 e 40 aumentava o valor do alfa α da escala ES. Os itens 2, 29 e
35 apresentaram valores desadequados de CITC na escala EE, cujo valor α aumentava
apenas com a remoção do item 35. Os itens 6 e 33 apresentaram valores desadequados de
CITC na escala De, cujo valor α aumentava apenas com a remoção do item 33. Os itens
das subescalas P, A, C e I apresentaram valores adequados de CITC. Apenas os seguintes
itens apresentaram valores desadequados de CITC nas respetivas subescalas: os itens 13
e 22 na subescala AS, o item 25 na subescala DS; os itens 2 e 32 na subescala R; os itens
35 e 41 na subescala O; e, os itens 6 e 33 na subescala TI. Os valores α destas subescalas
de modo geral aumentaria após a exclusão destes itens, com exceção do item 13.

No modelo bifatorial da versão de relato pelos encarregados de educação, de


forma geral todos os itens apresentaram pesos fatoriais satisfatórios nos respetivos
subfatores, com exceção dos seguintes itens: 31 e 40 no subfator AS; o item 25 no subfator
DS; os itens 14, 17, 29 e 45 no subfator R; os itens 9 e 30 no subfator C; e, os itens 6, 27
e 33 no subfator TI. Apenas os seguintes itens não apresentaram valores adequados de
fiabilidade individual: os itens 22, 31 e 40 do subfator AS; os itens 25 e 43 do subfator
DS; os itens 2, 17, 29 e 32 do subfator R; o item 38 do subfator A; o item 35 do subfator
O; os itens 15 e 21 do subfator C; os itens 6, 27 e 39 do subfator TI. Os subfatores
saturaram nos respetivos fatores ES, EE e De. Estes apresentaram valores adequados de
fiabilidade individual, com exceção dos subfatores AS e I. Os fatores ES, EE e De
apresentaram valores VEM/FC adequados (.51/.73, .69/.87 e .58/.78, respetivamente). Os
valores de VEM/FC dos subfatores P, AS, DS, R, A, O, C, I e TI foram .37/.74, .22/.44,
.27/.62, .08/.23, .35/.71, .32/.69, .16/.43, .37/.74 e .14/.38, respetivamente. Deste modo,
os subfatores apresentaram geralmente valores desadequados de VEM e de FC, com
exceção dos valores de FC adequados dos subfatores P, A, O e I. O VEM/FC do FG foi
.08/.42. Houve vários itens (2, 7, 9, 14, 17, 24, 31, 38 e 39) que apresentaram valores
desadequados de CITC na escala total. Contudo, o valor α da escala total manter-se-ia
igual no caso de cada um dos itens fosse excluído desta. Os itens 31 e 40 apresentaram
valores desadequados de CITC na escala ES, cujo valor do α aumentaria após a remoção

194
destes. Na escala EE apenas o item 35 apresentou valores desadequados de CITC. Apenas
os itens 9, 24, 27, 30 e 30 apresentaram valores desadequados de CITC na escala De. Os
valores α das escalas EE e De manter-se-ia igual após a exclusão destes itens. Apenas os
seguintes itens apresentaram valores desadequados de CITC nas respetivas subescalas: os
itens 31 e 40 na subescala AS; o item 25 na subescala DS; o item 2 na subescala R; e, os
itens 6 e 39 na subescala TI. Os valores α das subescalas AS e TI diminuiria após a
remoção dos itens 31, 40 e 39. Os valores α das subescalas DS, R e TI aumentaria após
a remoção dos itens 25, 2 e 39.

No modelo bifatorial da versão de relato pelos professores, de forma geral todos


os itens saturaram no fator ES, com exceção dos itens 31 e 40. Relativamente ao fator EE
os itens do subfator R (2, 14, 17, 29, 32 e 45) não saturaram neste, bem como os itens 5,
38 e 41. Os itens do subfator C (9, 15, 21, 30 e 36) e TI (27, 33, 39 e 42), com exceção
do item 6, não saturaram no fator De. Os restantes itens saturaram nos fatores EE e De.
Apenas os seguintes itens não apresentaram valores adequados de fiabilidade individual:
os itens 13 e 31 do fator ES; os itens 2, 17, 29, 35 e 41 do fator EE; e, os itens 15, 21, 24,
39 e 42 do fator De. Os fatores ES, EE e De apresentaram valores VEM/FC desadequados
(.33/.85, .20/.71 e .24/.68, respetivamente), com exceção do valor FC do fator ES.

Em ambas versões os itens do modelo bifatorial apresentaram valores dos pesos


fatoriais no FG inferiores relativamente aos valores dos pesos fatoriais no fator do modelo
unidimensional (MVA/VE/VP = -.17/-.16/-.11). Os modelos bifatorial e de nove subfatores,
no caso da VA e da VE, e dos três fatores no caso da VP, não apresentaram diferenças
relevantes dos pesos fatoriais dos itens nos subfatores (MVA/VE/VP = -.01/-.05/-.08). O ECV
do FG foi .22 na VA, .24 na VE e .34 na VP. Sendo assim o FG explica 22%, 24% e 34%
da variância comum extraída com .78%, .76% e 66% da variância comum partilhada pelos
(sub)fatores, respetivamente. Apesar de os valores de ECV não serem indicadores de um
FG muito forte, os valores PUC (.91, .91, .68) indicam que o instrumento pode ser
interpretado como unidimensional com pouco enviesamento dos dados. Contrariamente
aos subfatores, os valores do coeficiente omega são reduzidos substancialmente ao
controlar a variância atribuída aos subfatores (ver valores de ω e ωh em Tabela 83, Anexo
13). Os valores do omega relativo do FG nos modelos bifatoriais das versões da EB-CV
(.28/.38/.65) indicam que 72%, 62% e 35% da variância fiável nas pontuações totais pode
ser atribuída à multidimensionalidade causada pelos subfatores. Os valores do omega
relativo dos fatores ES (.97/1/.81), EE (.90/.44/.49) e De (.83/.70/.49) nos modelos

195
bifatoriais das versões da EB-CV (.28/.38/.65) indicam a proporção da variância relativa
no compósito dos fatores que é independente do FG. Estes resultados são indicadores de
dados multidimensionais.

5.5.2 Versão reduzida

A estrutura unidimensional das versões reduzidas da EB-CV foi avaliada pela


AFC, com o método de análise por ML. Os índices de qualidade de ajustamento dos
modelos unidimensionais das versões reduzidas de autorrelato e de relato pelos
encarregados de educação variaram entre sofríveis (χ2/df e CFI), aceitáveis (RMSEA) e
bom (GFI). O modelo unidimensional da versão reduzida de relato pelos professores
apresentou índices de qualidade de ajustamento de modo geral sofríveis (χ2/df, CFI e
GFI), com exceção do índice RMSEA que foi inaceitável (ver Tabela 11). Os modelos
unidimensionais das versões reduzidas da EB-CV apresentaram melhores índices de
qualidade ajustamento bem como uma qualidade superior (menores valores de AIC e
MECVI) relativamente aos modelos unidimensionais das respetivas versões de relato
completas da EB-CV, com exceção dos valores muito semelhantes de RMSEA e do χ2/df
das versões de autorrelato. A qualidade destes modelos diferiu significativamente dos
outros (ver valores de ΔX2 ver Tabela 12).

A Tabela 16 apresenta para cada um dos itens as estimativas dos parâmetros modelos
unidimensionais das versões reduzidas da EB-CV, as CITCs dos itens e o valor α da escala
com a remoção de cada item. Todos os itens saturaram no fator boldness e apresentaram
valores de CITCs adequados. Os itens saturaram no fator boldness, apresentaram valores
adequados de CITCs e a consistência interna da escala total diminuiria ou manter-se-ia
igual após a remoção de cada um dos itens. Em termos de fiabilidade individual apenas
os seguintes itens apresentaram valores desadequados: os itens 15, 26, 32, 36, 37, 39 e 44
para a versão reduzida de autorrelato da EB-CV; os itens 8, 21, 32, 36, 38, 42 e 45 para a
versão reduzida de relato pelos encarregados de educação da EB-CV; e, os itens 21 e 43
para a versão reduzida de relato pelos professores da EB-CV.

196
Tabela 16 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensionais das versões reduzidas da EB-CV avaliados pela AFC ao nível de itens
EB-CVR
VA VE VP
Itens λ λ2 CITC α αTotal Itens λ λ2 CITC α αTotal Itens λ λ2 CITC α αTotal
15 .39 .15 .34 .72 .73 5 .52 .27 .44 .79 .80 5 .57 .32 .54 .89 .89
21 .51 .27 .44 .70 8 .41 .17 .35 .80 9 .75 .56 .70 .88
26 .34 .11 .28 .72 11 .52 .27 .48 .79 14 .68 .46 .61 .88
27 .52 .27 .42 .70 20 .58 .34 .48 .79 21 .47 .22 .42 .89
29 .50 .25 .42 .70 21 .31 .09 .32 .80 22 .51 .26 .51 .89
32 .44 .19 .37 .71 23 .63 .39 .56 .78 27 .52 .27 .49 .89
36 .48 .23 .42 .71 26 .72 .52 .60 .78 30 .80 .64 .74 .88
37 .30 .09 .27 .73 32 .40 .16 .38 .79 32 .58 .33 .56 .89
39 .47 .22 .40 .71 36 .44 .19 .39 .79 33 .64 .41 .61 .88
42 .55 .30 .45 .70 38 .39 .15 .32 .80 36 .59 .34 .58 .89
44 .39 .15 .32 .72 41 .51 .26 .49 .78 38 .61 .37 .57 .89
42 .41 .17 .37 .79 40 .61 .37 .57 .89
44 .71 .50 .61 .78 43 .48 .23 .48 .89
45 .38 .14 .37 .80 45 .80 .64 .73 .88
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; AFC =
Análise Fatorial Confirmatória; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da escala no caso do item ser excluído;
αTotal = alfa de Cronbach da escala Boldness. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

197
5.6. Fiabilidade da EB-CV

5.6.1. Consistência interna

5.6.1.1. Versão completa

Os índices de consistência interna da pontuação total das versões de relato da EB-


CV são apresentados na Tabela 17. A consistência interna da pontuação total da EB-CV
avaliada pelo índice α foi: razoável para a versão de autorrelato; bom para a versão de
relato pelos encarregados de educação; e, excelente para a versão de relato pelos
professores. Os valores de MIC e de MCITC foram apenas adequados para a versão de
relato pelos professores da EB-CV. A consistência interna da pontuação total da EB-CV
avaliada pelo índice ω foi: fraco para a sua versão de autorrelato; razoável para a sua
versão de relato pelos encarregados de educação: e, excelente para a sua versão de relato
pelos professores.

5.6.1.2. Versão reduzida

A consistência interna da versão reduzida da EB-CV (EB-CVR) avaliada pelo


índice α foi: razoável para a versão de autorrelato; e, boa para as versões de relato pelos
encarregados de educação e pelos professores. Os valores de MIC e de MCITC foram
adequados para todas as versões (ver Tabela 17).

Tabela 17 Índices de consistência interna da EB-CV


Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC ω(h) α MIC ω(h) α MIC ω(h)
(MCITC) (MCITC) (MCITC)

VC .78 .08(.24) .67(.19) .81 .09(.28) .72(.27) .91 .18(.41) .92(.60)

VR .73 .20(.38) - .80 .25(.44) - .89 .38(.58) -


Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; VC = Versão Completa; VR = Versão Reduzida Crianças; α -
Alfa de Cronbach; MIC = Correlação média entre itens; MCITC = Correlação média item-total corrigida; ω = Omega;
ωh = Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os valores α ≥ .70, MIC = [.15; .50], MCITC > .30 e ω ≥ .70.

198
5.6.2. Estabilidade temporal

5.6.2.1. Versão completa

Ao nível da estabilidade temporal, a fiabilidade da pontuação total da EB-CV


avaliada pelo coeficiente de correlação intraclasse (ICC) variou: entre razoável e boa para
a sua versão de autorrelato e para a sua versão de relato pelos encarregados de educação
após períodos de follow-up médios de 31.41 e de 51.68 dias, respetivamente; e entre fraca
e razoável para a sua versão de de relato pelos professores após um período de follow-up
médio 74.47 dias (ver Tabela 18). A estabilidade temporal de todas as versões de relato
da EB-CV avaliada pelos coeficientes de correlação foi forte (ver Tabela 18). Apesar de
a pontuação total da versão de relato pelos professores apresentar valores superiores nos
índices de consistência interna relativamente às outras versões, as versões de autorrelato
e dos encarregados de educação apresentaram maior fiabilidade ao nível temporal
relativamente à versão de relato pelos professores.

Tabela 18 Estabilidade temporal da EB-CV: correlações entre escalas e coeficientes de


correlação intraclasse
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 276) (n = 201) (n = 59)
r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.)
EB-CV .62a*** .71***(.64-.76) .73a*** .73***(.65-.79) .68a*** .68***(.52-.80)
EB-CVR .55*** .54***(.45-.62) .68*** .69***(.61-.75) .29* .23*(-.07-.45)
Notas: EB-C = Escala Boldness – Versão Crianças; EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; I.C. =
Intervalo de confiança; n = dimensão da subamostra; r = coeficiente de correlação; ICC = Coeficiente de correlação
intraclasse utilizando um modelo misto de dois fatores e concordância absoluta.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

5.6.2.2. Versão reduzida

A fiabilidade do tipo estabilidade temporal, avaliada pelo coeficiente de


correlação intraclasse, foi: fraca a razoável para a versão de autorrelato após um período
médio de 31.41; razoável a boa para a versão de relato pelos encarregados de educação
da EB-CVR após um período médio de 51.68 dias; e, fraca para a versão de relato pelos
professores após um período médio de 74.47 dias (ver Tabela 18). A estabilidade temporal
da EB-CVR avaliada pelos coeficientes de correlação foi: forte para as versões reduzidas

199
de autorrelato e de relato pelos pais; e, fraca para a versão reduzida de relato pelos
professores (ver Tabela 18).

5.7. Consistência entre as fontes de informação

5.7.1. Versão completa

Na Tabela 18 apresentam-se as correlações entre as várias fontes de informação


da EB-CV e os coeficientes de correlação intraclasse (ICCs) para a concordância absoluta
entre as várias fontes de informação da EB-C. Houve associações positivas
estatisticamente significativas entre as várias fontes de informação da EB-CV, cuja
intensidade foi: moderada entre as versões de autorrelato e de relato pelos encarregados
de educação; e, fraca entre a versão de relato pelos professores e as outras versões de
relato. Os ICCs sugeriram uma concordância fraca entre as várias fontes de informação
da EB-CV, cujos valores foram próximos do razoável e superiores para a concordância
entre os relatos de autorrelato e pelos encarregados de educação.

5.7.2 Versão reduzida

Relativamente às correlações entre as várias fontes de informação para as versões


reduzidas da EB-CV estas foram positivas e fracas (ver Tabela 19). Contudo, apenas a
correlação entre as versões reduzidas de autorrelato e de relato pelos encarregados de
educação foi estatisticamente significativa. Não foram calculados ICCs, uma vez que os
itens da EB-CVR variam consoante a fonte de informação (ver Tabela 19).

Tabela 19 Consistência entre as fontes de informação da EB-CV: correlações entre


escalas e coeficientes de correlação intraclasse
A vs. E A vs. P P vs. E
(n = 309) (n = 148) (n = 130)
r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.)
EB-CV .40a*** .40***(.30-.49) .27a** .18* (.02-.33) .26** .18* (.01-.34)
EB-CVR .22*** - .11 - .15 -
Notas: EB-CV - Escala Boldness – Versão Crianças; A = Autorrelato; E = Relato pelos encarregados de educação; P =
Relato pelos professores; VR = Versão Reduzida; r = coeficiente de correlação; I.C. = Intervalo de confiança; ICC =
Coeficiente de correlação intraclasse para concordância absoluta entre as várias fontes de informação baseado num
modelo aleatório de uma via; n = dimensão da subamostra.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

200
5.8. Relação entre a boldness e os traços psicopáticos

5.8.1. Versão completa

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato da EB-CV e as


escalas dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos são apresentadas nas Tabelas
20, 21 e 22 para o APSD, o ICU e o YPI-CV, respetivamente. Não houve nenhuma
associação estatisticamente significativa entre as pontuações totais da EB-CV e do APSD
para todas as versões de relato. A pontuação total da versão de autorrelato da EB-CV
associou-se positivamente com a pontuação total do YPI-CV. Relativamente às restantes
versões de relato da EB-CV as associações com a pontuação total do YPI-CV não foram
estatisticamente significativas.

Relativamente à associação da EB-CV com os traços psicopáticos do domínio


interpessoal apenas foram encontradas as seguintes associações estatisticamente
significativas, que foram positivas e fracas: a pontuação total da EB-CVA e a(s)
dimensão(ões) Grandiosidade-Manipulação do YPI-CV; a pontuação total da EB-CVE e
a subdimensão Grandiosidade do YPI-CV (apenas ao nível de regressões); a pontuação
total da EB-CVP e a subdimensão Grandiosidade do YPI-CV (apenas ao nível de
regressões); entre as versões de relato pelos encarregados de educação da EB-CV e da
dimensão Narcisismo do APSD (apenas a nível de correlações); entre as versões de relato
pelos professores da EB-CV e da dimensão Narcisismo do APSD; entre a pontuação total
da EB-CVA e a dimensão Narcisismo do APSD-VE; e, entre a pontuação total da EB-
CVA e a dimensão Narcisismo do APSD-VP (ao nível de regressões).

Relativamente à associação da EB-CV com os traços de Frieza-Insensibilidade


Emocional apenas foram encontradas as seguintes associações estatisticamente
significativas: a pontuação total da EB-CVA associou-se positivamente e de forma fraca
com a dimensão Frieza-Insensibilidade Emocional (CU; apenas ao nível de correlações)
do YPI-CV e as suas subescalas Insensibilidade Emocional (Une) e Frieza Emocional
(Cal; apenas ao nível de correlações); a pontuação total da EB-CVA associou-se
negativamente e de forma fraca com a dimensão CU do APSD-VA e (apenas ao nível de
regressões com ) a subdimensão Une do ICU-VA; a pontuação total do EB-CVE
associou-se negativamente e de forma fraca com a dimensão CU do APSD-VE, a
dimensão CU do APSD-VA (apenas a nível de correlações), a pontuação total e a
subescala Une do ICU-VE; a pontuação total da EB-CVP associou-se negativamente e de

201
forma fraca com a subescala Une do ICU-VP, a pontuação total e a subescala Une do
ICU-VA, a subescala Cal do YPI-CV (apenas ao nível de correlações) e a dimensão CU
do APSD-VE (apenas a nível de regressões com); a pontuação total da EB-CVP associou-
se positivamente com a subescala Cal do ICU-VP.

De modo geral não houve associações estatisticamente significativas entre as


pontuações totais da EB-CV e os traços psicopáticos do domínio comportamental, com
exceção: da associação negativa e fraca entre a EB-CVE e a dimensão Impulsividade do
APSD-VE; da associação positiva e fraca entre a EB-CVA e a subdimensão Procura de
Excitação do YPI-CV; da associação positiva e fraca entre a EB-CVP e a subdimensão
Procura de Excitação do YPI-CV apenas ao nível de regressões; e, da associação positiva
e fraca entre a EB-CVE e a subdimensão Irresponsabilidade do YPI-CV apenas ao nível
de regressões.

202
Tabela 20 Relação entre as escalas da EB-CV e do APSD: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
APSD-VA
Total -.01 -.01 .02 -.02 .00 -.09 -.02 .02 -.05 .00 .00 .01 .02 .04 .00
Narcisismo .05 .01 .01 .06 .00 -.01 .01 .01 .03 .00 .02 .01 .01 .08 .01
Frieza/Insensibilidade Emocional -.15** -.02 .01 -.15** .02 -.14* -.02 .01 -.11 .01 -.16 -.02 .01 -.14 .02
Impulsividade .01 .01 .01 .04 .00 -.06 .00 .01 -.03 .00 .11 .02 .01 .16 .02
APSD-VE
Total -.01 .00 .02 .01 .00 -.10 -.03 .02 -.09 .01 -.13 -.01 .02 -.04 .00
Narcisismo .13* .02 .01 .13* .02 .13** .01 .01 .09 .01 -.02 .01 .01 .09 .01
* * ** ** *
Frieza/Insensibilidade Emocional -.13 -.02 .01 -.13 .02 -.17 -.02 .01 -.16 .02 -.05 -.02 .01 -.17 .03
** ** *
Impulsividade .03 .00 .01 .04 .00 -.13 -.02 .01 -.14 .02 -.18 .00 .01 -.01 .00
APSD-VP
Total .15 .07 .04 .15 .02 .05 .04 .04 .10 .01 .11 .05 .03 .14 .02
* ** **
Narcisismo .16 .03 .02 .17 .03 .02 .01 .02 .06 .00 .23 .04 .01 .27 .07
Frieza/Insensibilidade Emocional .07 .01 .01 .05 .00 .04 .02 .02 .09 .01 -.01 .00 .01 .00 .00
Impulsividade .16 .02 .01 .15 .02 .10 .02 .01 .10 .01 .03 .01 .01 .04 .00
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP =
Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β
= coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

203
Tabela 21 Relação entre as escalas da EB-CV e do ICU: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R 2
r B EP β R2
r B EP β R2
ICU-VA
Total -.06 -.03 .03 -.06 .00 -.08 -.03 .03 -.05 .00 -.25** -.13 .04 -.27** .07
* **
Calosidade/Frieza emocional .01 .00 .01 -.01 .00 -.09 -.01 .01 -.06 .00 -.17 -.05 .02 -.22 .05
Indiferença Emocional -.06 -.01 .01 -.05 .00 -.05 -.01 .01 -.04 .00 -.19* -.05 .02 -.23** .05
Insensibilidade Emocional -.06 -.02 .01 -.10* .01 -.04 .00 .01 -.01 .00 -.20* -.03 .01 -.18* .03
ICU-VE
Total -.05 -.04 .03 -.08 .01 -.14** -.09 .03 -.15** .02 -.13 -.05 .04 -.12 .02
Calosidade/Frieza emocional -.01 -.01 .01 -.05 .00 -.05 -.02 .01 -.06 .00 -.02 -.02 .02 -.08 .01
Indiferença Emocional -.05 -.02 .01 -.08 .01 -.09 -.02 .01 -.08 .01 -.05 -.01 .02 -.04 .00
*** *** *
Insensibilidade Emocional -.06 -.01 .01 -.06 .00 -.22 -.05 .01 -.23 .05 -.18 -.03 .01 -.17 .03
ICU-VP
Total .10 .07 .06 .10 .01 .05 .06 .07 .08 .01 .00 .02 .05 .03 .00
a a * *
Calosidade/Frieza emocional .06 .03 .03 .08 .01 .12 .05 .04 .11 .01 .16 .06 .03 .19 .04
Indiferença Emocional .08a .05 .02 .16 .02 -.09a .04 .03 .12 .02 .02 .00 .02 .00 .00
** **
Insensibilidade Emocional .16 -.01 .02 -.04 .00 -.12 -.02 .02 -.09 .01 -.24 -.04 .01 -.25 .06
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; ICU
= Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

204
Tabela 22 Relação entre as escalas da EB-CV e do YPI-CV: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
(n = 368) (n = 309) (n = 148)
r B EP β R2 r B EP β R2 r B EP β R2
YPI-CV
Total .17** .25 .08 .16** .03 .00 .09 .09 .05 .00 .06 .13 .11 .09 .01
Grandiosidade-Manipulação .23*** .17 .04 .23*** .05 .03 .05 .04 .07 .00 .14 .10 .05 .16 .03
Charme Desonesto .17** .04 .01 .16** .02 .07 .02 .01 .08 .01 .10 .02 .02 .09 .01
*** *** * *
Grandiosidade .28 .06 .01 .28 .08 .09 .03 .01 .12 .01 .15 .03 .02 .18 .03
Mentir .10* .02 .01 .12* .01 -.08 -.01 .01 -.05 .00 .10 .03 .02 .13 .02
Manipulação .24*** .05 .01 .23*** .05 .04 .01 .01 .07 .00 .08 .03 .02 .14 .02
**
Frieza/Insensibilidade Emocional .14 .05 .02 .10 .01 -.02 .02 .03 .03 .00 -.10 -.03 .04 -.07 .01
* *
Calosidade/Frieza emocional .12 .01 .01 .06 .00 -.03 .00 .01 .00 .00 -.18 -.02 .01 -.13 .02
Insensibilidade Emocional .23*** .04 .01 .19*** .04 .06 .01 .01 .06 .00 -.09 -.01 .01 -.08 .01
Ausência de Remorsos .01 .00 .01 .00 .00 -.04 .00 .01 .01 .00 .03 .00 .02 .02 .00
Impulsividade/Irresponsabilidade .06 .04 .03 .07 .00 .01 .02 .03 .04 .00 .09 .05 .04 .11 .01
Impulsidade -.02 .00 .01 -.01 .00 -.04 -.01 .01 -.04 .00 .08 .02 .02 .09 .01
** * *
Procura de Excitação .14 .03 .01 .12 .02 .03 .01 .01 .03 .00 .14 .03 .02 .17 .03
*
Irresponsabilidade .03 .01 .01 .06 .00 .07 .03 .01 .13 .02 -.03 .00 .01 .01 .00
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não
padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

205
5.8.2. Versão reduzida

As associações entre a pontuação total das várias versões relato da EB-CVR e as


escalas dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos são apresentadas nas Tabelas
23, 24 e 25 para o APSD, o ICU e o YPI-CV, respetivamente.

Relativamente às associações entre as pontuações totais da EB-CVR e do APSD,


apenas a versão de relato pelos encarregados de educação da EB-CVR associou-se de
forma estatisticamente significativa com a pontuação total das versões de autorrelato
(fraca e negativa), de relato pelos encarregados de educação (moderada e negativa) e de
relato pelos professores (apenas a nível de correlações, fraca e negativa) do APSD.

Houve associações fracas entre as versões de autorrelato e de relato pelos


encarregados de educação da EB-CVR e a pontuação total do YPI-CV. A associação com
a versão de autorrelato foi positiva. E, a associação com a versão de relato pelos
encarregados de educação foi negativa.

Relativamente à associação da EB-CVR com os traços psicopáticos do domínio


interpessoal apenas foram encontradas as seguintes associações estatisticamente
significativas: a pontuação total da versão de relato pelos encarregados de educação da
EB-CVR associou-se negativamente e de forma fraca com a dimensão Narcisismo das
versões de autorrelato e de relato pelos encarregados de educação do APSD, com a
dimensão Grandiosidade-Manipulação do YPI-CV e todas as suas subdimensões, com
exceção da Grandiosidade; e, a versão de autorrelato da EB-CVR associou-se
positivamente e de forma fraca com a dimensão Grandiosidade-Manipulação do YPI-CV
e as suas subdimensões.

Relativamente à associação entre a pontuação total da EB-CVR e os traços de


Frieza-Insensibilidade Emocional foram encontradas as seguintes associações
estatisticamente significativas: a versão de reduzida de autorrelato associou-se
positivamente e de forma fraca com a dimensão Frieza-Insensibilidade Emocional (CU)
do YPI-CV e a sua subdimensão Insensibilidade Emocional; a versão reduzida de relato
pelos encarregados de educação associou-se negativamente e de forma fraca com a
dimensão CU do YPI-CV e as suas subdimensões Frieza Emocional e Ausência de
Remorsos; a versão reduzida de relato pelos professores associou-se negativamente e de
forma fraca com a dimensão CU do YPI-CV (apenas ao nível de regressões) e a sua

206
subdimensão Frieza Emocional; a versão reduzida de autorrelato associou-se
negativamente e de forma fraca com a dimensão CU da versão de autorrelato do APSD;
a versão de relato pelos encarregados de educação associou-se negativamente e de forma
moderada com a dimensão CU das versões de autorrelato e de relato pelos encarregados
de educação APSD; as versões reduzidas de autorrelato e de relato pelos encarregados de
educação da EB-CV associaram-se negativamente e de forma fraca com a dimensão
Insensibilidade emocional do ICU; a versão reduzida de relato pelos encarregado de
educação associou-se de forma negativa com a pontuação total e as dimensões
Indiferença Emocional e Calosidade/Frieza Emocional das versões de autorrelato (fraca)
e de relato pelos encarregados de educação (moderada) do ICU; a versão reduzida de
autorrelato associou-se negativamente e de forma fraca com a dimensão Indiferença
Emocional da versão de relato pelos encarregados de educação do ICU; a versão reduzida
de relato pelos professores associou-se negativamente e de forma fraca com a pontuação
total e a dimensão Indiferença Emocional da versão de autorrelato do ICU (apenas a nível
de regressões).

Relativamente à associação entre a pontuação total da EB-CVR com os traços


psicopáticos do domínio comportamental apenas foram encontradas as seguintes
associações estatisticamente significativas: a versão reduzida de relatos pelos
encarregados de educação associou-se negativamente com a dimensão Impulsividade do
APSD, cuja intensidade foi moderada para a respetiva versão de relato e fraca para as
outras; uma associação negativa e fraca entre as versão reduzida de relatos pelos
encarregados de educação e de relato pelos professores e a dimensão Impulsividade da
respetiva versão de relato do APSD (apenas a nível de regressões); uma associação
positiva e fraca entre a versão reduzida de autorrelato e a subdimensão Procura de
Excitação do YPI-CV; e, por fim, a versão reduzida de relato pelos encarregados de
educação associou-se de forma negativa e fraca com a dimensão Impulsividade-
Irresponsabilidade do YPI-CV e a sua subdimensão Impulsividade.

207
Tabela 23 Relação entre as escalas da EB-CVR e do APSD: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R 2
r B EP β R2
r B EP β R2
APSD-VA
Total .00 .00 .04 .00 .00 -.27*** -.18 .04 -.23*** .05 -.09 -.04 .05 -.07 .00
** *
Narcisismo .03 .02 .02 .04 .00 -.15 -.05 .02 -.12 .01 -.12 -.02 .03 -.07 .01
Frieza/Insensibilidade Emocional -.14** -.06 .02 -.15** .02 -.23*** -.07 .02 -.17** .03 -.08 -.03 .03 -.10 .01
Impulsividade .09 .04 .02 .10 .01 -.22*** -.07 .02 -.20*** .04 -.01 .01 .02 .04 .00
APSD-VE
Total -.01 -.01 .04 -.01 .00 -.41*** -.30 .04 -.40*** .16 -.01 .00 .05 -.01 .00
Narcisismo .08 .02 .02 .08 .01 -.18*** -.07 .02 -.20*** .04 .00 .01 .02 .04 .00
*** ***
Frieza/Insensibilidade Emocional -.07 -.03 .02 -.09 .01 -.31 -.10 .02 -.29 .08 -.08 -.02 .02 -.08 .01
*** ***
Impulsividade -.02 -.01 .02 -.02 .00 -.39 -.14 .02 -.41 .17 .04 .01 .02 .02 .00
APSD-VP
Total .08 .09 .09 .08 .01 -.20* -.14 .10 -.13 .02 -.08 -.09 .07 -.11 .01
Narcisismo .07 .05 .04 .10 .01 -.10 -.02 .04 -.04 .00 -.07 -.03 .03 -.09 .01
Frieza/Insensibilidade Emocional .06 .02 .03 .04 .00 -.16 -.05 .04 -.12 .01 -.05 -.01 .02 -.04 .00
* * *
Impulsividade .07 .02 .03 .06 .00 -.22 -.07 .03 -.18 .03 -.11 -.05 .02 -.16 .03
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação;
VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

208
Tabela 24 Relação entre as escalas da EB-CVR e do ICU: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
ICU-VA
Total -.06 -.11 .07 -.08 .01 -.23*** -.25 .07 -.19** .04 -.18* -.21 .09 -.20* .04
*** ***
Calosidade/Frieza emocional .04 .01 .03 .02 .00 -.25 -.12 .03 -.20 .04 -.11 -.07 .04 -.14 .02
Indiferença Emocional -.06 -.04 .03 -.07 .00 -.19** -.10 .03 -.18** .03 -.14 -.09 .04 -.18* .03
* **
Insensibilidade Emocional -.10 -.08 .02 -.16 .03 -.07 -.03 .03 -.06 .00 -.16 -.05 .03 -.14 .02
ICU-VE
Total -.09 -.17 .08 -.12* .01 -.42*** -.59 .07 -.41*** .17 -.02 -.07 .09 -.07 .00
*** ***
Calosidade/Frieza emocional -.04 -.05 .04 -.08 .01 -.31 -.22 .03 -.30 .09 -.01 -.05 .04 -.09 .01
* ** *** ***
Indiferença Emocional -.11 -.08 .03 -.15 .02 -.40 -.23 .03 -.37 .14 .03 .00 .04 .01 .00
Insensibilidade Emocional -.04 -.03 .03 -.06 .00 -.28*** -.14 .03 -.28*** .08 -.03 -.02 .03 -.06 .00
ICU-VP
Total .09 .13 .14 .08 .01 -.13 -.19 .16 -.10 .01 -.08 .11 .11 -.08 .01
Calosidade/Frieza emocional .03 .04 .08 .04 .00 -.12 -.08 .09 -.08 .01 .01 .00 .06 .00 .00
Indiferença Emocional .13 .08 .06 .12 .01 -.13 -.07 .06 -.10 .01 -.09 -.05 .04 -.09 .01
Insensibilidade Emocional .03 .01 .04 .01 .00 -.15 -.03 .05 -.06 .00 -.13 -.05 .03 -.14 .02
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação;
VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

209
Tabela 25 Relação entre as escalas da EB-CVR e do YPI-CV: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
(n = 368) (n = 309) (n = 148)
r B EP β R2 r B EP β R2 r B EP β R2
YPI-CV
Total .17** .69 .20 .18** .03 -.22*** -.62 .22 -.16** .02 -.03 -.13 .25 -.04 .00
Grandiosidade-Manipulação .22*** .43 .09 .23*** .05 -.19** -.26 .10 -.14* .02 .06 .05 .12 .03 .00
Charme Desonesto .17** .10 .03 .17** .03 -.15** -.07 .04 -.12* .01 -.01 -.01 .04 -.02 .00
*** ***
Grandiosidade .24 .13 .03 .24 .06 -.10 -.04 .03 -.07 .00 .09 .04 .04 .10 .01
Mentir .11* .06 .03 .12* .01 -.22*** -.09 .03 -.18** .03 .00 .01 .04 .01 .00
Manipulação .25*** .13 .03 .26*** .07 -.14* -.06 .03 -.11 .01 .04 .01 .03 .03 .00
** * *** * *
Frieza/Insensibilidade Emocional .15 .14 .06 .12 .01 -.20 -.18 .07 -.14 .02 -.16 -.16 .08 -.16 .03
* ** **
Calosidade/Frieza emocional .07 .02 .02 .04 .00 -.14 -.05 .03 -.11 .01 -.24 -.08 .03 -.22 .05
Insensibilidade Emocional .25*** .11 .03 .22*** .05 -.08 -.04 .03 -.07 .01 -.09 -.04 .03 -.11 .01
*** **
Ausência de Remorsos .05 .02 .03 .04 .00 -.24 -.09 .03 -.17 .03 -.05 -.04 .03 -.08 .01
** *
Impulsividade/Irresponsabilidade .07 .12 .07 .09 .01 -.15 -.18 .08 -.13 .02 -.03 -.02 .09 -.02 .00
Impulsidade .04 .03 .03 .05 .00 -.21*** -.12 .04 -.19** .04 -.03 -.01 .04 -.02 .00
** *
Procura de Excitação .14 .07 .03 .13 .02 -.09 -.05 .03 -.10 .01 .02 .01 .04 .03 .00
Irresponsabilidade .00 .02 .03 .04 .00 -.05 .00 .03 -.01 .00 -.10 -.03 .03 -.08 .01
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados
de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta
não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

210
5.9. Relação entre a boldness e as medidas de critério externas

5.9.1. Versão completa

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato da EB-CV e as


medidas de critério externas são apresentadas nas Tabelas 26, 27 e 28 para a PANAS-C,
o BFQ-C e as BIS/BAS-C, respetivamente.

Relativamente à relação entre a boldness e o estado emocional dos sujeitos, por


um lado, as pontuações totais das versões da EB-CV associaram-se positivamente à escala
Emocionalidade Positiva (EP) da PANAS-C, com exceção das associações positivas não
significativas da versão de relato pelos professores da PANAS-C com as outras versões
de relato da EB-CV, e das associações positivas apenas não significativas da EB-CVP
com a VA e a VE da PANAS-C apenas a nível de regressões e de correlações,
respetivamente. E, por outro lado, associaram-se negativamente à Emocionalidade
Negativa (EN) da PANAS-C , com exceção das associações não significativas da versão
de relato pelos professores PANAS-C com as outras versões de relato da EB-CV, da
versão de relato pelos professores da EB-CV com a versão de autorrelato e apenas a nível
correlacional da versão de relato pelos encarregados de educação da PANAS-C, bem
como ás suas subescalas Medo e Preocupado, com exceção das associações não
significativas da versão de relato pelos professores PANAS-C com as outras versões de
relato da EB-CV, da versão de relato pelos professores da EB-CV com a versão de
autorrelato e apenas entre a subescala Preocupado da versão de relato pelos encarregados
de educação da PANAS-C, e apenas a nível regressional entre a EB-CVE e o PANAS-
CVE. A intensidade das associações entre a EB-CV e a EP foi moderada para as versões
de relato pelos encarregados de educação e forte para as versões de relato pelos
professores. A intensidade das associações entre as respetivas versões de relato da EB-
CV e a EN foi moderada. A intensidade das associações entre a EB-CV e a subescala
Medo foi moderada entre as versões de autorrelato, entre as versões de relato pelos
encarregados de educação e entre a EB-CVA e a PANAS-CVE. E, a versão de relato
pelos professores da EB-CV associou-se moderadamente e fortemente às subescalas
Preocupado e Medo, respetivamente. As restantes associações entre a EB-CV e as escalas
da PANAS-C foram fracas. Relativamente às associações negativas estatisticamente
significativas da EB-CVR com as subescalas Medo e Preocupado, a intensidade das
associações foi superior com a subescala Medo.

211
Relativamente à relação entre a boldness e as dimensões da personalidade, as
pontuações totais das versões de relato da EB-CV associaram-se positivamente com as
dimensões Energia/Extroversão (E/E; entre todas as versões de relato) e
Intelecto/Abertura à Experiência (I/AE; com exceção da associação positiva
estatisticamente não significativa entre a EB-CVE e o BFQ-CVP), cuja intensidade das
associações foi de modo geral moderada entre as respetivas versões de relato e fraca entre
diferentes versões de relato. Houve associações negativas e fracas estatisticamente
significativas entre a escala total EB-CV e a Instabilidade Emocional entre as versões de
autorrelato, entre as versões de relato pelos encarregados de educação e entre a EB-CVE
e o BFQ-CVA. Houve associações positivas e fracas estatisticamente significativas da
BFQ-CVA com todas as versões de relato da EB-CV e entre as versões de relato pelos
encarregados de educação da BFQ-CV e da EB-CV. A escala total da versão de relato
pelos encarregados de educação da EB-CV associou-se fraca e positivamente com a
Agradabilidade da VA e da VE do BFQ-C.

Relativamente à relação entre a boldness e as diferenças individuais quanto à


sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao comportamento e ao afeto, por
um lado, a pontuação total da EB-CV associou-se negativamente com a escala de Sistema
de Inibição Comportamental (BIS; entre as respetivas versões de relato). E, por outro
lado, a escala total da EB-CV associou-se positivamente com a escala Sistema de
Ativação Comportamental (BAS; com exceção das associação positiva não
estatisticamente significativa das BIS/BAS-CVE com a VP e apenas a nível correlacional
a VA da EB-CV) e as suas subescalas Energia (En) com exceção das associações não
estatisticamente significativas das BIS/BAS-CVA com as outras versões de relato da EB-
CV, entre a EB-CVP e a BIS/BAS-CVE e apenas a nível correlacional entre a EB-CVA
e a BIS/BAS-CVE), a Busca de Divertimento (BD; entre as respetivas versões de relato,
apenas a nível regressional entre a EB-CVP e a BIS/BAS-CVA, apenas a nível
correlacional entre a EB-CVE e a BISBAS-CVP e entre a EB-CVA e a BIS/BAS-CVP)
e a Resposta à Recompensa (RR; entre a BIS/BAS-CVA e todas as versões de relato da
EB-CV, da BISBAS-CVE com a VE e apenas a nível regressional das BIS/BAS-CVE e
entre as versões de relato pelos professores). A intensidade das associações entre a EB-
CV e as escalas das BIS/BAS-C foi fraca, com a exceção da versão de relato pelos
professores da EB-CV que se associou moderadamente com a respetiva versão de relato
do BIS, do BAS, do En e a da BD.

212
Tabela 26 Relação entre a escalas da EB-CV e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
PANAS-CVA
Emocionalidade Positiva .25*** .19 .03 .30*** .09 .15** .10 .04 .14* .02 .16* .09 .05 .16 .03
*** *** ** *
Emocionalidade Negativa -.30 -.18 .03 -.31 .09 -.16 -.07 .03 -.12 .01 -.05 -.04 .04 -.07 .01
Medo -.33*** -.09 .02 -.30*** .09 -.15** -.03 .02 -.10 .01 -.10 -.02 .02 -.09 .01
*** *** *
Preocupado -.19 -.09 .02 -.26 .07 -.13 -.04 .02 -.10 .01 .03 -.01 .03 -.04 .00
PANAS-CVE
Emocionalidade Positiva .15** .10 .03 .18** .03 .39*** .25 .03 .39*** .15 .15 .09 .04 .19* .03
*** *** *** *** *
Emocionalidade Negativa -.26 -.12 .03 -.24 .06 -.35 -.23 .02 -.43 .18 -.17 -.07 .03 -.18 .03
*** *** *** *** * *
Medo -.31 -.09 .02 -.28 .08 -.37 -.15 .02 -.43 .19 -.19 -.05 .02 -.21 .05
Preocupado -.11* -.03 .01 -.13* .02 -.23*** -.08 .01 -.32*** .10 -.07 -.02 .02 -.10 .01
PANAS-CVP
Emocionalidade Positiva .13a .09 .06 .13 .02 .16a .11 .06 .16 .03 .53*** .30 .04 .52*** .27
Emocionalidade Negativa -.03 -.04 .05 -.08 .01 -.04 -.02 .05 -.04 .00 -.49*** -.23 .03 -.49*** .24
Medo -.04 -.03 .03 -.08 .01 -.06 -.02 .03 -.06 .00 -.53*** -.15 .02 -.53*** .28
*** ***
Preocupado -.01 -.02 .02 -.06 .00 -.03 .00 .03 -.02 .00 -.35 -.09 .02 -.36 .13
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professores; r = Coeficiente de correlação; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta
padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman
* p < .05; ** p < .01; *** p < .00

213
Tabela 27 Relação entre as escalas da EB-CV e do BFQ-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
BFQ-CVA
Energia/Extroversão .30*** .14 .02 .33*** .11 .25*** .11 .03 .23*** .05 .24** .09 .03 .25** .06
*** *** * *
Instabilidade Emocional -.18 -.11 .03 -.19 .04 -.15 -.09 .03 -.14 .02 .09 .05 .04 .10 .01
Intelecto/Abertura .30*** .17 .03 .31*** .10 .28*** .15 .03 .24*** .06 .41*** .19 .04 .38*** .14
Agradabilidade .06 .05 .03 .09 .01 .18** .10 .03 .17** .03 .17* .07 .04 .14 .02
** *** ** * * *
Conscienciosidade .15 .11 .03 .18 .03 .15 .09 .04 .14 .02 .20 .09 .04 .19 .04
BFQ-CVE
Energia/Extroversão .23*** .08 .02 .22*** .05 .46*** .19 .02 .47*** .22 .19* .06 .03 .20* .04
*** ***
Instabilidade Emocional -.09 -.05 .03 -.09 .01 -.22 -.15 .03 -.24 .06 .01 -.01 .04 -.02 .00
*** *** *** *** * *
Intelecto/Abertura .22 .11 .03 .23 .05 .30 .17 .03 .31 .09 .22 .09 .04 .22 .05
Agradabilidade .07 .03 .02 .08 .01 .11* .06 .02 .12* .01 -.01 -.01 .03 -.04 .00
* *
Conscienciosidade .04 .03 .03 .06 .00 .12 .08 .03 .12 .01 .01 .02 .04 .03 .00
BFQ-CVP
Energia/Extroversão .21* .11 .04 .23** .05 .30*** .14 .04 .27** .07 .69*** .27 .02 .68*** .47
Instabilidade Emocional .10 .06 .05 .10 .01 .09 .04 .06 .06 .00 .02 .01 .04 .01 .00
a** ** a *** ***
Intelecto/Abertura .21 .14 .05 .21 .05 .12 .08 .06 .12 .01 .41 .23 .04 .42 .17
Agradabilidade -.04 -.02 .04 -.05 .00 -.01 -.02 .04 -.04 .00 .06 .02 .03 .05 .00
a a
Conscienciosidade .00 .00 .05 .00 .00 -.08 -.05 .06 -.08 .01 .16 .08 .04 .15 .02
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP
= Versão relato professores; r = Coeficiente de correlação; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 =
coeficiente de determinação. a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

214
Tabela 28 Relação entre as escalas da EB-CV e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
BIS/BAS-CVA
Sistema de Inibição Comportamental -.19*** -.05 .01 -.23*** .05 .04 .00 .01 .02 .00 .07 .01 .02 .06 .00
** ** * * * *
Sistema de Ativação Comportamental .18 .08 .02 .17 .03 .14 .06 .03 .12 .01 .20 .08 .03 .19 .03
Energia .15** .03 .01 .13* .02 .08 .01 .01 .05 .00 .09 .02 .02 .08 .01
Busca de Divertimento .16** .03 .01 .15** .02 .09 .02 .01 .11 .01 .16 .03 .01 .19* .04
** * ** * ** *
Resposta à Recompensa .14 .02 .01 .13 .02 .15 .03 .01 .14 .02 .23 .03 .01 .20 .04
BIS/BAS-CVE
Sistema de Inibição Comportamental -.09 -.01 .01 -.07 .00 -.26*** -.05 .01 -.28*** .08 .06 .01 .01 .05 .00
* *** ***
Sistema de Ativação Comportamental .10 .05 .02 .13 .02 .24 .11 .02 .25 .06 .07 .02 .03 .07 .00
* *** ***
Energia .11 .02 .01 .12 .01 .25 .05 .01 .26 .07 .09 .01 .01 .06 .00
Busca de Divertimento .06 .01 .01 .07 .00 .19*** .03 .01 .17** .03 .05 .01 .01 .04 .00
* ** **
Resposta à Recompensa .10 .02 .01 .12 .01 .17 .03 .01 .16 .03 .05 .01 .01 .06 .00
BIS/BAS-CVP
Sistema de Inibição Comportamental -.06 -.01 .01 -.08 .01 -.05 -.01 .02 -.04 .00 -.44*** -.06 .01 -.43*** .18
* * * * *** ***
Sistema de Ativação Comportamental .17 .08 .04 .17 .03 .21 .10 .04 .21 .04 .48 .17 .03 .46 .21
** * * * *** ***
Energia .23 .04 .02 .21 .04 .20 .04 .02 .20 .04 .44 .07 .01 .43 .18
Busca de Divertimento .18* .03 .01 .19* .03 .18* .03 .02 .15 .02 .46*** .07 .01 .44*** .19
** **
Resposta à Recompensa .04 .00 .01 .02 .00 .17 .03 .02 .16 .03 .26 .04 .01 .26 .07
Notas: EB-C = Escala Boldness – Versão Crianças; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; VA = Versão
autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não
padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

215
5.9.2. Versão reduzida

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato da EB-CVR e


as medidas de critério externas são apresentadas nas Tabelas 29, 30 e 31 para a PANAS-
C, o BFQ-C e as BIS/BAS-C, respetivamente.

Relativamente à relação entre as versões reduzidas da EB-CV e o estado


emocional dos sujeitos avaliado pela PANAS-C, por um lado, as pontuações totais da EB-
CVR associaram-se positivamente à escala Emocionalidade Positiva (, com exceção das
associações positivas não estatisticamente significativas entre a EB-CVRA e a PANAS-
CVP e apenas a nível correlacional entre a EB-CVRP e a PANAS-CVE) e, por outro lado,
estas associaram-se negativamente à(s) (sub)escala(s) Emocionalidade Negativa (entre as
respetivas versões de relato, entre a EB-CVRE e a PANAS-CVA e da EBCR-VA com as
escalas Emocionalidade Negativa e a subescala Medo da PANAS-CVE). A intensidade
destas associações foi de modo geral fraca, com exceção das associações de moderadas a
fortes entre as versões de relato pelos encarregados de educação e entre as versões de
relato pelos professores. Relativamente às associações negativas estatisticamente
significativas da EB-CVR com as subescalas Medo e Preocupado, a intensidade das
associações foi superior com a subescala Medo, com exceção da associação entre a EB-
CVRE e a PANAS-CVA.

Relativamente à relação entre as versões reduzidas da EB-CV e as dimensões da


personalidade avaliadas pelo BFQ-C, por um lado, estas associaram-se positivamente
com as dimensões Energia/Extroversão(, com exceção da associação não estatisticamente
significativa entre a EB-CVP e o BFQ-CVE), Intelecto/Abertura à Experiência (, com
exceção das associações não estatisticamente significativas das versões de relato pelos
encarregados de educação com as versões de relato pelos professores) e
Conscienciosidade (, com exceção das associações não estatisticamente significativas das
versões de relato pelos encarregados de educação com as versões de relato pelos
professores e entre a EB-CVRA e o BFQ-CVP), e, por outro lado associaram-se
negativamente com a dimensão Instabilidade Emocional (entre as respetivas versões de
relato e a EB-CVRE e o BFQ-CVA). A intensidade destas associações foi de modo geral
fraca, com exceção das associações moderadas entre as versões de relato pelos
encarregados de educação destes instrumentos, da EB-CVRP com a dimensão
Energia/Extroversão do BFQ-CVP e a dimensão Intelecto/Abertura á Experiência do

216
BFQ-CVA/VP e entre a EB-CVRE e a dimensão Conscienciosidade da BFQ-CVA. A
EB-CVR também se associou positiva e fracamente com a dimensão Agradabilidade
entre as versões reduzidas de relato pelos encarregados de educação, entre as versões
relato pelos professores apenas a nível regressional e entre a EB-CVRE e a BFQ-CVA.

Relativamente à relação entre as versões reduzidas da EB-CV e as diferenças


individuais quanto à sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao
comportamento e ao afeto avaliadas pela BIS/BAS-C, por um lado, houve associações
negativas com as respetivas versões de relato da escala de Sistema de Inibição
Comportamental (BIS), cuja intensidade foi fraca para a versão de autorrelato e de relato
pelos encarregados de educação e forte para a versão de relato pelos professores. E, por
outro lado, as pontuações totais das versões da EB-CVR associaram-se positiva e de
forma fraca com o Sistema de Ativação Comportamental e as suas subescalas - Resposta
à Recompensa (entre as versões de relato pelos professores e EB-CVRA com todas as
versões de relato das BIS/BAS-C), Busca de Divertimento e Energia (entre as versões de
autorrelato, entre as versões de relato pelos professores e apenas a nível regressional entre
a EB-CVRP e a BIS/BAS-CVA).

5.9.3. Comparação da relação entre a boldness e os traços psicopáticos


de impulsividade e frieza emocional com as medidas de critério externas

Nas Tabelas 32 à 52 são apresentadas as associações entre a(s) (sub)escala(s) das


medidas de avaliação da psicopatia e as medidas de critério externas da EB-CV para as
versões de autorrelato, relato pelos encarregados de educação e relato pelos professores,
respetivamente. Existiram os seguintes padrões divergentes de associações entre os traços
psicopáticos e os traços de personalidade básicos. A boldness exibiu os seguintes padrões
divergentes de associação: com a Agradabilidade relativamente aos traços psicopáticos
de impulsividade (YPI II e APSD Imp) e de frieza emocional (ICU, YPI CU e APSD
CU); e com a Instabilidade Emocional e a Emocionalidade Negativa relativamente aos
traços psicopáticos de impulsividade (YPI II e APSD Imp). Os traços psicopáticos de
frieza emocional (ICU, YPI CU e APSD CU) e a boldness apresentaram padrões
convergentes de associação com a escala BIS. Tal como a boldness os traços psicopáticos
de impulsividade (YPI II e APSD Imp) também se associaram positivamente à escala
BAS e às subescalas Energia e Busca de Divertimento.

217
Tabela 29 Relação entre as escalas da EB-CVR e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
PANAS-CVA
Emocionalidade Positiva .23*** .38 .08 .23*** .05 .20*** .34 .09 .20*** .04 .21* .26 .10 .21* .04
*** *** *** ***
Emocionalidade Negativa -.26 -.40 .08 -.26 .07 -.25 -.34 .08 -.23 .05 -.11 -.14 .10 -.12 .01
Medo -.27*** -.19 .04 -.24*** .06 -.15** -.11 .04 -.14* .02 -.14 -.09 .05 -.14 .02
** *** *** ***
Preocupado -.18 -.21 .05 -.23 .05 -.29 -.23 .05 -.26 .07 -.03 -.05 .06 -.07 .01
PANAS-CVE
Emocionalidade Positiva .22*** .35 .08 .24*** .06 .50*** .80 .07 .51*** .26 .15 .25 .10 .22* .05
*** ** *** ***
Emocionalidade Negativa -.21 -.24 .07 -.19 .04 -.51 -.75 .05 -.57 .33 -.08 -.08 .08 -.08 .01
*** *** *** ***
Medo -.25 -.18 .05 -.22 .05 -.47 -.44 .04 -.53 .28 -.09 -.06 .05 -.11 .01
Preocupado -.11 -.07 .03 -.11 .01 -.45*** -.31 .03 -.51*** .26 -.03 -.01 .04 -.03 .00
PANAS-CVP
Emocionalidade Positiva .14 .23 .14 .14 .02 .22* .36 .14 .22* .05 .48a*** .61 .09 .48*** .23
Emocionalidade Negativa -.02 -.06 .12 -.04 .00 -.16 -.19 .12 -.13 .02 -.59*** -.64 .07 -.60*** .36
Medo -.03 -.05 .07 -.05 .00 -.05 -.06 .07 -.07 .01 -.60*** -.38 .04 -.60*** .36
** * *** ***
Preocupado -.01 -.02 .06 -.03 .00 -.23 -.13 .06 -.18 .03 -.49 -.27 .04 -.49 .24
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato
encarregados de educação; VP = Versão relato professores; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

218
Tabela 30 Relação entre as escalas da EB-CVR e do BFQ-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
BFQ-CVA
Energia/Extroversão .26*** .30 .05 .28*** .08 .28*** .29 .06 .25*** .06 .20* .17 .06 .22** .05
* * *** ***
Instabilidade Emocional -.13 -.18 .07 -.13 .02 -.29 -.41 .08 -.28 .08 -.06 -.06 .09 -.05 .00
Intelecto/Abertura .26*** .38 .07 .27*** .07 .30*** .39 .08 .26*** .07 .37*** .38 .09 .35*** .12
Agradabilidade .08 .14 .07 .10 .01 .27*** .38 .08 .26*** .07 .09 .11 .09 .09 .01
* ** *** *** * *
Conscienciosidade .10 .23 .08 .16 .02 .31 .45 .09 .29 .08 .18 .19 .09 .17 .03
BFQ-CVE
Energia/Extroversão .20*** .17 .05 .19** .04 .45*** .44 .04 .46*** .21 .06 .06 .06 .08 .01
*** ***
Instabilidade Emocional -.10 -.14 .08 -.10 .01 -.47 -.72 .06 -.49 .24 -.01 .00 .09 .00 .00
** *** *** ***
Intelecto/Abertura .19 .25 .07 .20 .04 .34 .47 .06 .36 .13 .13 .13 .09 .14 .02
Agradabilidade .06 .08 .06 .08 .01 .27*** .31 .06 .27*** .07 -.08 -.08 .07 -.09 .01
* * *** ***
Conscienciosidade .13 .20 .08 .14 .02 .36 .54 .07 .35 .12 -.08 -.06 .09 -.06 .00
BFQ-CVP
Energia/Extroversão .20* .24 .10 .20* .04 .23** .22 .11 .18* .03 .45*** .42 .06 .46*** .22
* * **
Instabilidade Emocional .04 .03 .12 .02 .00 -.17 -.27 .13 -.18 .03 -.19 -.28 .09 -.25 .06
* * a*** ***
Intelecto/Abertura .18 .30 .13 .18 .03 .13 .17 .15 .10 .01 .30 .37 .09 .30 .09
Agradabilidade .05 .07 .09 .06 .00 .13 .11 .10 .10 .01 .12 .13 .07 .16* .03
a** **
Conscienciosidade .03 .08 .13 .05 .00 .16 .18 .14 .11 .01 .23 .29 .10 .23 .05
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professores; r = Coeficiente de correlação; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta
padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

219
Tabela 31 Relação entre as escalas da EB-CVR e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
BIS/BAS-CVA
Sistema de Inibição Comportamental -.15** -.09 .03 -.16** .03 .06 .02 .03 .04 .00 -.02 -.01 .04 -.02 .00
** ** * *
Sistema de Ativação Comportamental .16 .20 .06 .16 .03 .05 .05 .07 .04 .00 .16 .17 .08 .18 .03
Energia .14** .07 .03 .12* .01 -.04 -.03 .04 -.05 .00 .10 .04 .04 .10 .01
Busca de Divertimento .13* .06 .02 .14** .02 -.03 .00 .03 .00 .00 .16 .06 .03 .18* .03
** ** ** ** *
Resposta à Recompensa .15 .07 .02 .15 .02 .17 .08 .03 .16 .03 .15 .06 .03 .17 .03
BIS/BAS-CVE
Sistema de Inibição Comportamental -.03 -.02 .02 -.04 .00 -.16** -.09 .02 -.21*** .04 .00 .00 .03 -.01 .00
* *
Sistema de Ativação Comportamental .13 .11 .06 .12 .01 .06 .06 .05 .05 .00 .04 .02 .07 .02 .00
* *
Energia .14 .06 .03 .13 .02 .09 .04 .02 .08 .01 .04 .00 .03 -.01 .00
Busca de Divertimento .06 .02 .02 .04 .00 -.11* -.04 .02 -.11* .01 .06 .01 .03 .04 .00
*** **
Resposta à Recompensa .11 .04 .02 .10 .01 .19 .06 .02 .15 .02 .03 .01 .03 .03 .00
BIS/BAS-CVP
Sistema de Inibição Comportamental -.01 .00 .04 .00 .00 .01 .00 .04 .00 .00 -.59*** -.20 .02 -.60*** .35
* * * *
Sistema de Ativação Comportamental .19 .19 .09 .16 .03 .00 .02 .10 .02 .00 .19 .15 .07 .18 .03
** * * *
Energia .22 .10 .04 .20 .04 .05 .02 .05 .05 .00 .18 .06 .03 .16 .03
Busca de Divertimento .13 .06 .04 .13 .02 -.06 -.03 .04 -.08 .01 .21* .06 .03 .18* .03
Resposta à Recompensa .10 .03 .04 .08 .01 .05 .03 .04 .06 .00 .08 .03 .03 .10 .01
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças; VA =
Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro
Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

220
Tabela 32 Relação entre as escalas do APSD-VA e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VA
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 368)
Emocionalidade Positiva -.26*** -.52 .11 -.25*** .06 -.14** -.08 .25 -.02 -.28*** -1,27 .22 -.29*** -.11* -.54 .29 -.12 .10
Emocionalidade Negativa .35*** .67 .10 .34*** .12 .36*** .95 .23 .25*** .05 .09 .20 .02 .35*** .72 .26 .16** .14
*** *** *** ** *** *
Medo .25 .24 .05 .23 .05 .28 .34 .12 .18 -.02 -.06 .11 -.03 .27 .31 .14 .14 .08
*** *** *** *** *** **
Preocupado .37 .43 .06 .38 .14 .36 .60 .13 .27 .08 .16 .12 .06 .34 .41 .15 .16 .16
PANAS-CVE (n = 309)
Emocionalidade Positiva -.21*** -.41 .11 -.21*** .04 -.15** -.33 .26 -.09 -.15** -.61 .23 -.15** -.12* -.35 .30 -.08 .05
*** ** ** *** **
Emocionalidade Negativa .20 .25 .10 .15 .02 .18 -.07 .22 -.02 .04 .21 .20 .06 .22 .72 .26 .19 .03
Medo .19** .17 .06 .15** .02 .17** .02 .14 .01 .06 .11 .13 .05 .19** .40 .17 .17* .03
Preocupado .17** .09 .04 .11* .01 .13* -.09 .10 -.06 .02 .10 .09 .06 .22*** .31 .12 .18** .03
PANAS-CVP (n = 148)
Emocionalidade Positiva -.09 -.21 .16 -.10 .01 -.02 -.23 .43 -.06 -.20* -.91 .33 -.23** .04 .36 .49 .08 .06
Emocionalidade Negativa .20* .33 .14 .20* .04 .20* .86 .36 .26* .11 .31 .28 .09 .15 -.35 .42 -.09 .06
Medo .10 .08 .08 .08 .01 .12 .34 .22 .18 .05 .11 .17 .05 .06 -.30 .25 -.13 .02
*** *** ** ** * *
Preocupado .29 .26 .07 .31 .09 .25 .52 .18 .32 .17 .20 .14 .12 .21 -.05 .20 -.03 .11
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e
Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de
Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001

221
Tabela 33 Relação entre as escalas do APSD-VE e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VE
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 309)
Emocionalidade Positiva -.14* -.31 .13 -.14* .02 -.02 .17 .35 .03 -.20** -1.21 .29 -.24*** -.06 .01 .37 .00 .06
Emocionalidade Negativa .17** .37 .11 .18** .03 .11 .29 .31 .06 .11* .30 .26 .07 .17** .51 .33 .11 .03
Medo .08 .10 .06 .09 .01 .03 .07 .17 .03 .07 .04 .14 .02 .08 .19 .18 .07 .01
*** *** ** ** ***
Preocupado .23 .27 .07 .22 .05 .15 .22 .18 .08 .15 .26 .15 .10 .24 .32 .20 .12 .05
PANAS-CVE (n = 400)
Emocionalidade Positiva -.35*** -.69 .10 -.34*** .11 -.12* .52 .26 .11* -.35*** -1.28 .21 -.29*** -.31*** -1.34 .26 -.29*** .17
*** *** *** *** *** ***
Emocionalidade Negativa .43 .68 .08 .39 .15 .28 .10 .22 .02 .22 .24 .18 .06 .45 1.59 .22 .41 .19
Medo .33*** .36 .05 .32*** .11 .20*** -.01 .14 .00 .19*** .14 .12 .06 .36*** .89 .15 .35*** .14
Preocupado .47*** .32 .04 .39*** .15 .34*** .10 .10 .06 .20*** .10 .08 .05 .49*** .70 .10 .38*** .19
PANAS-CVP (n = 130)
Emocionalidade Positiva -.18* -.45 .20 -.19* .04 -.11 -.02 .52 .00 -.19* -1.06 .46 -.21* -.12 -.37 .54 -.07 .06
Emocionalidade Negativa .14 .18 .17 .09 .01 .12 -.10 .44 -.02 .06 .36 .39 .08 .13 .30 .46 .07 .01
Medo .06 .00 .10 .00 .00 .05 -.22 .26 -.09 -.01 .03 .23 .01 .07 .21 .27 .08 .01
* * *
Preocupado .20 .17 .09 .17 .03 .18 .13 .22 .06 .09 .33 .20 .15 .16 .09 .23 .04 .04
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e
Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de
Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001

222
Tabela 34 Relação entre as escalas do APSD-VP e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VP
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 148)
Emocionalidade Positiva -.24** -.36 .13 -.23** .05 -.16 .23 .38 .07 -.32*** -1.73 .40 -.40*** -.15 .13 .49 .03 .13
Emocionalidade Negativa .24** .31 .12 .21* .04 .16 -.09 .37 -.03 .17* .57 .39 .14 .24** .58 .48 .14 .05
Medo .13 .08 .06 .11 .01 .08 .01 .19 .01 .06 .07 .20 .03 .14 .19 .25 .09 .01
Preocupado .28** .23 .07 .26** .07 .20* -.09 .22 -.05 .22** .50 .23 .21* .27** .39 .28 .16 .08
PANAS-CVE (n = 130)
Emocionalidade Positiva -.22* -.29 .12 -.21* .04 -.13 .34 .38 .11 -.20* -.40 .40 -.11 -.26** -.97 .49 -.25 .07
Emocionalidade Negativa .12 .09 .09 .08 .01 .08 -.27 .30 -.11 .07 -.11 .31 -.04 .16 .74 .39 .24 .03
Medo .07 .03 .06 .04 .00 .09 -.06 .20 -.04 -.01 -.20 .21 -.11 .12 .37 .26 .19 .02
* *
Preocupado .16 .06 .04 .12 .02 .06 -.20 .14 -.18 .15 .08 .14 .06 .18 .37 .18 .26 .05
PANAS-CVP (n = 155)
Emocionalidade Positiva -.27** -.40 .12 -.26** .07 -.10 .65 .37 .19 -.35*** -1.39 .39 -.33*** -.24** -.83 .47 -.20 .14
*** *** *** *** *** **
Emocionalidade Negativa .38 .56 .09 .43 .19 .35 .22 .30 .08 .28 .38 .32 .11 .38 1.16 .39 .32 .20
** ** * ** **
Medo .23 .20 .06 .27 .07 .20 .01 .19 .00 .14 -.06 .20 -.03 .27 .68 .24 .33 .10
Preocupado .52*** .36 .04 .55*** .30 .49*** .21 .14 .15 .41*** .44 .15 .24** .47*** .47 .18 .26* .31
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e
Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de
Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001

223
Tabela 35 Relação entre as escalas do ICU-VA e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VA
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 368)
Emocionalidade Positiva -.31*** -.33 .06 -.26*** .07 -.23*** -.38 .20 -.13 -.25*** -.21 .19 -.07 -.23*** -.43 .19 -.12* .07
Emocionalidade Negativa .09 .09 .06 .07 .01 .06 -.07 .19 -.03 .14** .31 .19 .12 -.01 -.03 .18 -.01 .01
*
Medo .04 .00 .03 -.01 .00 .00 -.16 .10 -.11 .12 .18 .10 .13 -.05 -.06 .09 -.03 .01
Preocupado .11* .09 .04 .13* .02 .10* .08 .11 .05 .12* .13 .11 .09 .02 .03 .11 .02 .02
PANAS-CVE (n = 309)
Emocionalidade Positiva -.26*** -.28 .07 -.23*** .05 -.21*** -.18 .19 -.07 -.23*** -.39 .20 -.15* -.13* -.25 .19 -.08 .05
** * * **
Emocionalidade Negativa .17 .12 .06 .11 .01 .15 .12 .17 .05 .19 .32 .17 .14 .02 -.21 .16 -.08 .03
Medo .14* .07 .04 .10 .01 .14* .11 .11 .08 .16** .18 .11 .12 .01 -.18 .10 -.10 .03
** * **
Preocupado .16 .05 .03 .11 .01 .14 .01 .08 .01 .17 .14 .08 .13 .03 -.03 .08 -.02 .02
PANAS-CVP (n = 148)
Emocionalidade Positiva -.15 -.30 .09 -.25** .06 -.06 .07 .26 .03 -.23** -.76 .27 -.29** -.09 -.21 .30 -.06 .09
* ** *
Emocionalidade Negativa .16 .23 .08 .23 .05 .16 .36 .22 .17 .19 .28 .24 .12 .06 -.14 .25 -.05 .07
*
Medo .11 .10 .05 .18 .03 .10 .13 .13 .11 .15 .15 .14 .11 .05 -.03 .15 -.02 .04
Preocupado .17* .12 .04 .24** .06 .20* .23 .11 .22* .20* .13 .12 .12 .01 -.11 .13 -.07 .08
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; PANAS-C = Escala
da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professore; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de
determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

224
Tabela 36 Relação entre as escalas do ICU-VE e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VE
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 309)
Emocionalidade Positiva -.19** -.25 .07 -.22*** .05 -.11 -.38 .20 -.13 -.18** -.21 .19 -.07 -.16** -.43 .19 -.12* .07
Emocionalidade Negativa .21*** .21 .06 .20*** .04 .22*** -.07 .19 -.03 .19** .31 .19 .12 .07 -.03 .18 -.01 .01
* * *
Medo .11 .05 .03 .09 .01 .13 -.16 .10 -.11 .13 .18 .10 .13 .00 -.06 .09 -.03 .01
Preocupado .25*** .16 .03 .26*** .07 .25*** .08 .11 .05 .21*** .13 .11 .09 .11 .03 .11 .02 .02
PANAS-CVE (n = 400)
Emocionalidade Positiva -.38*** -.44 .05 -.40*** .16 -.29*** -.18 .19 -.07 -.40*** -.39 .20 -.15* -.20*** -.25 .19 -.08 .05
*** *** *** *** **
Emocionalidade Negativa .31 .26 .04 .28 .08 .28 .12 .17 .05 .28 .32 .17 .14 .17 -.21 .16 -.08 .03
Medo .24*** .14 .03 .24*** .06 .23*** .11 .11 .08 .22*** .18 .11 .12 .13** -.18 .10 -.10 .03
*** *** *** *** ***
Preocupado .34 .12 .02 .28 .08 .31 .01 .08 .01 .31 .14 .08 .13 .17 -.03 .08 -.02 .02
PANAS-CVP (n = 130)
Emocionalidade Positiva -.35*** -.48 .10 -.38*** .15 -.29** .07 .26 .03 -.22* -.76 .27 -.29** -.28** -.21 .30 -.06 .09
Emocionalidade Negativa .11 .15 .09 .15 .02 .05 .36 .22 .17 .14 .28 .24 .12 .03 -.14 .25 -.05 .07
Medo .00 .02 .05 .03 .00 -.06 .13 .13 .11 .06 .15 .14 .11 -.06 -.03 .15 -.02 .04
Preocupado .20* .13 .05 .25** .06 .16 .23 .11 .22* .20* .13 .12 .12 .06 -.11 .13 -.07 .08
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; PANAS-C = Escala
da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professore; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de
determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

225
Tabela 37 Relação entre as escalas do ICU-VP e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VP
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 148)
Emocionalidade Positiva -.25** -.24 .08 -.25** .06 -.15 .14 .21 .08 -.29*** -.69 .28 -.29* -.19* -.42 .28 -.12 .09
Emocionalidade Negativa .15 .13 .07 .14 .02 .20* .06 .20 .03 .15 .32 .27 .15 -.03 -.11 .27 -.03 .03
Medo .04 .02 .04 .04 .00 .08 .01 .10 .02 .05 .06 .14 .06 -.06 -.09 .14 -.06 .01
Preocupado .19* .11 .04 .21* .04 .24** .04 .12 .04 .19* .26 .16 .20 .00 -.02 .16 -.01 .05
PANAS-CVE (n = 130)
Emocionalidade Positiva -.15 -.13 .08 -.15 .02 -.17 -.20 .20 -.13 -.13 -.10 .27 -.05 -.08 .03 .27 .01 .03
Emocionalidade Negativa .07 .03 .06 .04 .00 .05 -.13 .16 -.11 .10 .23 .21 .14 .11 .06 .21 .03 .01
Medo .03 .00 .04 .01 .00 .00 -.12 .10 -.14 .06 .13 .14 .12 .11 .09 .14 .06 .01
Preocupado .12 .02 .03 .08 .01 .11 -.01 .07 -.02 .12 .10 .10 .13 .08 -.03 .10 -.03 .01
PANAS-CVP (n = 155)
Emocionalidade Positiva -.38*** -.37 .07 -.38*** .14 -.22** .43 .18 .24* -.43*** -1,35 .25 -.57*** -.27** -.62 .24 -.19* .25
*** *** *** *** *** **
Emocionalidade Negativa .39 .34 .06 .42 .18 .29 .22 .16 .14 .34 .39 .22 .19 .31 .66 .21 .23 .19
** ** ** ** **
Medo .24 .12 .04 .25 .06 .12 .01 .10 .01 .21 .17 .14 .15 .26 .37 .13 .22 .09
Preocupado .53*** .22 .03 .54*** .29 .45*** .21 .08 .28** .46*** .22 .10 .21* .34*** .29 .10 .20** .30
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; PANAS-C = Escala
da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professore; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de
determinação.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

226
Tabela 38 Relação entre as escalas do YPI-CV e da PANAS-C: Correlações e análises de regressão
YPI-CV
Total GM CU II
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
PANAS-CVA (n = 368)
Emocionalidade Positiva -.08 -.04 .02 -.10 .01 -.03 .09 .07 .11 -.10 -.18 .10 -.14 -.12* -.11 .09 -.09 .02
Emocionalidade Negativa .30*** .12 .02 .30*** .09 .22*** -.02 .07 -.02 .25*** .21 .09 .17* .30*** .23 .08 .20** .10
*** *** ** * *** **
Medo .20 .04 .01 .21 .05 .16 .00 .04 .01 .13 .03 .05 .04 .23 .12 .04 .20 .05
*** *** *** *** *** *** *
Preocupado .32 .07 .01 .32 .10 .23 -.02 .04 -.04 .30 .19 .05 .25 .31 .11 .04 .17 .12
PANAS-CVE (n = 309)
Emocionalidade Positiva -.14* -.06 .02 -.16** .02 -.08 .05 .07 .06 -.19** -.20 .10 -.15 -.12* -.10 .09 -.09 .03
** * ** *
Emocionalidade Negativa .17 .03 .02 .10 .01 .13 -.02 .06 -.02 .10 -.02 .09 -.02 .17 .15 .07 .16 .02
Medo .13* .02 .01 .10 .01 .09 -.03 .04 -.07 .08 .01 .06 .01 .15** .11 .05 .19* .02
Preocupado .18** .01 .01 .08 .01 .16** .02 .03 .05 .10 -.03 .04 -.05 .17** .04 .03 .08 .01
PANAS-CVP (n = 148)
Emocionalidade Positiva -.06 -.04 .03 -.09 .01 -.02 .06 .11 .07 -.20* -.43 .14 -.33** .00 .17 .13 .14 .07
Emocionalidade Negativa .24** .08 .03 .24** .06 .14 -.14 .09 -.19 .34*** .45 .12 .41*** .22** .09 .11 .09 .12
* **
Medo .12 .02 .02 .10 .01 .04 -.10 .06 -.24 .19 .19 .07 .30 .15 .05 .07 .09 .06
*** *** ** *** *** **
Preocupado .33 .06 .01 .37 .13 .23 -.03 .04 -.09 .44 .26 .06 .47 .26 .04 .05 .08 .20
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade-
Irresponsabilidade; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato
professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente
beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação;.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

227
Tabela 39 Relação entre as escalas do APSD-VA e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
APSD-VA
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 368)
E/E -.31*** -.40 .07 -.30*** .09 -.19*** -.18 .16 -.07 -.37*** -.99 .14 -.35*** -.16** -.27 .18 -.09 .14
IE .44*** .79 .09 .43*** .19 .46*** .82 .19 .24*** -.01 -.09 .17 -.02 .49*** 1.39 .22 .35*** .27
I/AE -.27*** -.44 .09 -.24*** .06 -.18** -.36 .22 -.10 -.29*** -1.05 .19 -.27*** -.11* -.11 .25 -.03 .09
*** *** *** * *** *** *** **
Ag -.43 -.75 .08 -.42 .18 -.30 -.49 .20 -.14 -.38 -1.39 .18 -.37 -.23 -.64 .23 -.16 .21
*** ** *** * *** *** *** ***
Co -.41 -.77 .09 -.41 .17 -.31 -.48 .21 -.13 -.23 -.97 .19 -.24 -.33 -1.01 .25 -.24 .17
BFQ-CVE (n = 309)
E/E -.22*** -.21 .07 -.18** .03 -.16** -.16 .15 -.07 -.22*** -.43 .14 -.18** -.09 -.10 .18 -.04 .04
*** ** *** *** **
IE .21 .35 .10 .19 .04 .20 .25 .24 .07 .02 .00 .21 .00 .24 .79 .28 .19 .06
*** ** * *** ***
I/AE -.21 -.31 .09 -.19 .04 -.12 -.37 .21 -.12 -.23 -.68 .19 -.20 -.04 .08 .25 .02 .06
*** *** ** ** ** *** **
Ag -.28 -.40 .08 -.29 .08 -.18 -.20 .18 -.08 -.19 -.55 .16 -.19 -.20 -.55 .20 -.18 .09
*** *** ** * * *** **
Co -.27 -.47 .10 -.25 .06 -.19 -.20 .24 -.06 -.12 -.45 .21 -.12 -.21 -.85 .28 -.20 .07
BFQ-CVP (n = 148)
E/E -.11 -.12 .12 -.09 .01 -.03 -.21 .30 -.07 -.28** -.74 .23 -.26** .08 .46 .35 .14 .09
IE .45*** .75 .13 .42*** .18 .40*** 1.04 .36 .30** .20* .48 .28 .13 .31*** .55 .41 .14 .19
*** *** * **
I/AE -.13 -.23 .16 -.12 .01 -.03 -.73 .39 -.19 -.38 -1.25 .30 -.32 .17 1.21 .45 .28 .17
*** *** *** ** ** ***
Ag -.36 -.52 .10 -.39 .15 -.29 -.78 .27 -.30 -.28 -.76 .21 -.28 -.16 .03 .31 .01 .18
*** *** ** *** ***
Co -.34 -.63 .15 -.34 .11 -.21 -.77 .39 -.21 -.32 -1.17 .30 -.31 -.11 -.04 .45 -.01 .15
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão
Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professor; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação;.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

228
Tabela 40 Relação entre as escalas do APSD-VE e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
APSD-VE
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 309)
E/E -.19** -.25 .09 -.16** .02 -.10 -.13 .24 -.04 -.21*** -.54 .20 -.16** -.11 -.10 .25 -.03 .03
IE .22*** .46 .11 .23*** .05 .18** .23 .30 .05 .10 .00 .25 .00 .25*** 1.09 .31 .24** .07
I/AE -.23*** -.38 .12 -.19** .03 -.08 .19 .31 .04 -.26*** -.95 .26 -.21*** -.15** -.44 .33 -.09 .06
*** *** * *** ** **
Ag -.23 -.47 .11 -.23 .05 -.12 -.02 .30 .00 -.22 -.80 .25 -.18 -.17 -.63 .32 -.13 .07
*** *** * *** ** *** **
Co -.27 -.55 .12 -.26 .07 -.14 .14 .32 .03 -.22 -.79 .27 -.17 -.24 -1.01 .34 -.20 .08
BFQ-CVE (n = 400)
E/E -.31*** -.40 .06 -.32*** .10 -.01 .37 .16 .13* -.46*** -1.20 .13 -.43*** -.20*** -.47 .16 -.16** .22
*** *** *** *** *** *** ***
IE .60 1.14 .08 .59 .35 .48 .77 .20 .17 .22 .19 .17 .04 .65 2.29 .21 .52 .43
*** *** * *** *** *** ***
I/AE -.34 -.63 .08 -.36 .13 -.11 .27 .22 .07 -.42 -1.45 .18 -.38 -.23 -.80 .22 -.20 .21
*** *** *** *** *** *** ***
Ag -.49 -.81 .06 -.54 .29 -.28 -.72 .17 -.21 -.50 -1.52 .14 -.46 -.30 -.30 .17 -.09 .34
*** *** *** *** *** *** ***
Co -.56 -1.17 .08 -.58 .33 -.27 .17 .22 .04 -.44 -1.40 .18 -.32 -.54 -2.25 .22 -.49 .40
BFQ-CVP (n = 130)
E/E -.20* -.22 .15 -.13 .02 -.03 .44 .38 .12 -.27** -.91 .34 -.24** -.07 -.30 .39 -.08 .07
IE .23** .51 .18 .24** .06 .18* .69 .47 .15 .15 .75 .42 .16 .14 .11 .49 .02 .06
** ***
I/AE -.13 -.34 .20 -.15 .02 -.01 .24 .50 .05 -.27 -1.70 .45 -.33 .02 .21 .52 .04 .10
** ** * ** **
Ag -.28 -.46 .14 -.29 .08 -.21 -.63 .35 -.18 -.24 -.83 .31 -.24 -.12 .02 .36 .01 .10
** ** ** **
Co -.29 -.63 .19 -.28 .08 -.16 -.48 .49 -.10 -.30 -1.46 .44 -.29 -.14 -.10 .51 -.02 .11
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão
Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professor; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação;.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .0

229
Tabela 41 Relação entre as escalas do APSD-VP e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
APSD-VP
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 148)
E/E -.23** -.18 .08 -.18* .03 -.13 .32 .24 .15 -.23** -.42 .26 -.16 -.25** -.60 .31 -.22 .06
IE .31*** .36 .11 .27** .07 .31*** .46 .33 .16 .17* .20 .35 .06 .28** .38 .43 .10 .08
I/AE -.24** -.28 .11 -.21* .04 -.12 .60 .34 .20 -.24** -.73 .36 -.19* -.27** -1.02 .44 -.27* .09
*** *** ** * *** ** *** ***
Ag -.40 -.50 .11 -.36 .13 -.21 .72 .32 .23 -.35 -.96 .34 -.25 -.45 -1.68 .42 -.43 .21
*** *** ** *** * *** **
Co -.41 -.48 .11 -.35 .13 -.28 .45 .32 .15 -.33 -.79 .34 -.21 -.43 -1.42 .42 -.37 .18
BFQ-CVE (n = 130)
E/E -.05 -.02 .07 -.02 .00 .06 .47 .23 .25* -.14 -.47 .24 -.22* -.06 -.18 .30 -.08 .05
* *
IE .17 .18 .11 .15 .02 .10 -.47 .34 -.17 .13 .30 .35 .09 .20 .89 .43 .26 .05
** ** **
I/AE -.12 -.09 .10 -.08 .01 .02 .95 .31 .36 -.10 -.11 .32 -.04 -.23 -1.40 .40 -.43 .11
** ** ** * **
Ag -.25 -.23 .09 -.23 .05 -.12 .30 .27 .13 -.27 -.60 .28 -.22 -.27 -.53 .35 -.19 .09
** ** * *** **
Co -.25 -.30 .11 -.24 .06 -.16 .60 .33 .21 -.19 -.30 .34 -.09 -.34 -1.43 .43 -.41 .12
BFQ-CVP (n = 155)
E/E -.11 -.10 .09 -.09 .01 .11 1.08 .25 .45*** -.33*** -1.56 .26 -.52*** -.07 -.28 .32 -.09 .24
IE .78*** 1.08 .07 .79*** .63 .69*** .97 .21 .32*** .51*** .29 .21 .08 .78*** 1.94 .26 .51*** .67
*** *** *** *** *** *** ***
I/AE -.34 -.44 .11 -.30 .09 -.12 1.23 .34 .37 -.39 -1.41 .35 -.35 -.36 -1.67 .43 -.41 .23
*** *** *** ** *** *** *** **
Ag -.79 -.79 .05 -.77 .60 -.62 -.45 .16 -.20 -.72 -1.34 .17 -.48 -.67 -.71 .21 -.25 .63
*** *** *** *** *** *** ***
Co -.73 -1.09 .08 -.74 .54 -.51 .17 .24 .05 -.61 -1.37 .25 -.34 -.73 -2.44 .31 -.59 .62
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão
Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professor; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado;
β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação;.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

230
Tabela 42 Relação entre as escalas do ICU-VA e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
ICU-VA
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 368)
E/E -.40*** -.32 .04 -.40*** .16 -.26*** .03 .12 .02 -.37*** -.58 .12 -.32*** -.32*** -.49 .11 -.22*** .18
IE .06 .05 .06 .05 .00 .09 .01 .17 .01 .16** .42 .17 .17* -.11* -.49 .16 -.16** .04
I/AE -.32*** -.37 .05 -.34*** .12 -.22*** .19 .16 .08 -.40*** -1.04 .16 -.43*** -.17** -.20 .15 -.07 .16
*** *** *** *** *** ***
Ag -.46 -.52 .05 -.48 .23 -.37 -.11 .15 -.05 -.51 -1.15 .14 -.48 -.23 -.17 .14 -.06 .28
*** *** *** *** *** *
Co -.39 -.49 .05 -.43 .19 -.35 -.14 .16 -.05 -.49 -1.19 .15 -.47 -.12 .08 .15 .03 .25
BFQ-CVE (n = 309)
E/E -.28*** -.19 .04 -.27*** .07 -.21*** -.14 .11 -.09 -.21*** -.19 .11 -.12 -.20*** -.27 .11 -.14* .07
IE .02 .01 .06 .01 .00 .05 -.06 .18 -.03 .02 .16 .19 .06 -.02 -.08 .18 -.03 .00
** *** ** *** ***
I/AE -.19 -.21 .06 -.21 .05 -.18 .00 .16 .00 -.21 -.63 .16 -.28 -.04 .11 .15 .04 .08
*** *** *** ***
Ag -.24 -.20 .05 -.24 .06 -.22 -.21 .13 -.11 -.20 -.25 .14 -.13 -.10 -.10 .13 -.05 .06
*** *** *** *** ***
Co -.25 -.30 .06 -.26 .07 -.20 .06 .18 .02 -.30 -.83 .18 -.33 -.08 -.04 .17 -.01 .10
BFQ-CVP (n = 148)
E/E -.26** -.26 .07 -.30*** .09 -.20* -.12 .18 -.07 -.24** -.39 .19 -.21* -.16 -.29 .21 -.11 .10
IE .20* .23 .09 .22** .05 .15 -.03 .23 -.02 .29*** .67 .25 .28** .04 -.04 .27 -.01 .07
** *** *** ***
I/AE -.27 -.36 .09 -.31 .10 -.15 .09 .24 .04 -.33 -1.03 .26 -.40 -.13 -.03 .28 -.01 .14
*** *** ** *** **
Ag -.29 -.25 .06 -.32 .10 -.22 -.08 .17 -.05 -.34 -.48 .18 -.27 -.15 -.17 .20 -.07 .11
*** *** ** *** ***
Co -.35 -.41 .09 -.36 .13 -.22 .09 .23 .04 -.44 -1.16 .25 -.46 -.14 -.06 .26 -.02 .19
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BFQ-C = Questionário dos
Cinco Fatores – Versão Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão
relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

231
Tabela 43 Relação entre as escalas do ICU-VE e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
ICU-VE
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 309)
E/E -.23*** -.20 .04 -.24*** .06 -.15** -.07 .12 -.04 -.22*** -.24 .14 -.13 -.19** -.36 .13 -.17** .07
IE .14* .17 .06 .16** .03 .14* .27 .15 .13 .15** .21 .18 .09 .04 -.08 .16 -.03 .04
I/AE -.22*** -.23 .06 -.22*** .05 -.19** -.13 .15 -.06 -.26*** -.53 .18 -.21** -.07 .01 .17 .00 .06
*** *** *** *** * *
Ag -.27 -.30 .06 -.29 .09 -.23 -.26 .15 -.13 -.25 -.39 .17 -.16 -.14 -.24 .16 -.09 .09
*** *** *** *** ** *
Co -.25 -.32 .06 -.29 .09 -.23 -.15 .16 -.07 -.26 -.64 .18 -.24 -.11 -.16 .17 -.06 .10
BFQ-CVE (n = 400)
E/E -.49*** -.33 .03 -.50*** .25 -.30*** -.09 .07 -.07 -.40*** -.39 .08 -.25*** -.46*** -.69 .08 -.38*** .29
*** *** *** *** *** *** *
IE .36 .38 .05 .37 .13 .39 .48 .12 .24 .35 .49 .14 .20 .11 .01 .14 .00 .15
*** *** *** *** *** **
I/AE -.41 -.40 .04 -.43 .19 -.32 -.14 .10 -.08 -.47 -.92 .12 -.42 -.17 -.11 .12 -.04 .23
*** *** *** *** *** *** *** ***
Ag -.56 -.46 .03 -.58 .34 -.45 -.44 .08 -.27 -.50 -.58 .09 -.31 -.32 -.35 .09 -.16 .34
*** *** *** ** *** *** **
Co -.52 -.58 .05 -.54 .29 -.47 -.30 .11 -.14 -.62 -1.32 .12 -.52 -.16 .00 .12 .00 .37
BFQ-CVP (n = 130)
E/E -.29** -.18 .08 -.20* .04 -.11 .06 .20 .03 -.22* -.30 .23 -.14 -.27** -.46 .22 -.19* .06
IE .21* .26 .10 .23** .05 .22* .30 .24 .13 .19* .37 .28 .14 .06 .02 .27 .01 .06
** ** * ** *
I/AE -.25 -.31 .11 -.25 .06 -.18 -.05 .26 -.02 -.24 -.67 .31 -.23 -.10 -.25 .29 -.08 .07
** *** ** *** *
Ag -.30 -.27 .07 -.31 .10 -.29 -.26 .18 -.15 -.31 -.49 .21 -.24 -.06 .04 .20 .02 .12
*** ** ** *** **
Co -.30 -.36 .10 -.29 .09 -.28 -.15 .25 -.06 -.34 -.96 .29 -.34 -.03 .16 .28 .05 .13
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BFQ-C = Questionário dos
Cinco Fatores – Versão Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão
relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

232
Tabela 44 Relação entre as escalas do ICU-VP e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
ICU-VP
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 148)
E/E -.27** -.14 .05 -.23** .05 -.19* .07 .13 .06 -.26** -.34 .17 -.23 -.20* -.35 .17 -.17* .08
IE .11 .10 .07 .12 .01 .14 -.02 .18 -.01 .19* .39 .24 .19 -.05 -.24 .24 -.09 .03
I/AE -.28*** -.23 .07 -.27** .07 -.22** .08 .18 .05 -.33*** -.65 .24 -.32** -.12 -.21 .24 -.07 .09
*** *** *** *** *** *
Ag -.40 -.33 .07 -.37 .14 -.30 .14 .18 .09 -.45 -.99 .24 -.47 -.17 -.25 .24 -.08 .19
*** *** *** *** ***
Co -.41 -.33 .07 -.38 .15 -.35 .08 .17 .05 -.50 -1.04 .23 -.50 -.06 .07 .23 .02 .21
BFQ-CVE (n = 130)
E/E -.13 -.06 .05 -.11 .01 -.05 -.10 .11 -.10 -.01 .23 .15 .18 -.32*** -.58 .15 -.33*** .11
*
IE .10 .11 .07 .14 .02 .18 .24 .17 .17 .12 .06 .23 .03 -.02 -.21 .24 -.08 .04
I/AE -.10 -.05 .06 -.07 .01 -.12 -.06 .17 -.04 -.11 -.11 .23 -.06 -.02 .08 .23 .03 .01
** ** ** * *
Ag -.25 -.15 .05 -.25 .06 -.26 -.28 .14 -.24 -.19 .01 .19 .00 -.15 -.11 .19 -.05 .07
* * ** *
Co -.18 -.13 .07 -.17 .03 -.18 .06 .17 .04 -.27 -.60 .23 -.32 .00 .32 .24 .12 .08
BFQ-CVP (n = 155)
E/E -.30*** -.22 .05 -.32*** .10 -.08 .40 .12 .32** -.26** -.65 .16 -.39*** -.50*** -1.22 .16 -.52*** .37
IE .55*** .49 .06 .57*** .32 .56*** .44 .14 .27** .64*** .97 .19 .46*** .02 -.52 .19 -.17** .44
*** *** *** *** ***
I/AE -.41 -.35 .07 -.37 .14 -.31 .33 .18 .19 -.51 -1.46 .24 -.64 -.10 .09 .23 .03 .26
*** *** *** * *** *** **
Ag -.77 -.50 .03 -.78 .61 -.67 -.20 .08 -.17 -.81 -1.04 .11 -.66 -.27 -.20 .11 -.09 .67
*** *** *** *** *** **
Co -.69 -.66 .05 -.70 .49 -.63 -.19 .12 -.11 -.82 -1.76 .16 -.76 -.07 .46 .15 .14 .68
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BFQ-C = Questionário dos
Cinco Fatores – Versão Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co = Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão
relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

233
Tabela 45 Relação entre as escalas do YPI-CV e do BFQ-CV: Correlações e análises de regressão
YPI-CV
Total GM CU II
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BFQ-CVA (n = 368)
E/E -.12* -.02 .01 -.09 .01 -.08 .09 .05 .15 -.18** -.25 .06 -.29*** -.09 .02 .06 .02 .04
IE .42*** .16 .02 .44*** .19 .32*** .04 .05 .05 .26*** -.07 .08 -.06 .50*** .53 .06 .52*** .27
I/AE -.15** -.04 .02 -.11* .01 -.05 .22 .06 .29*** -.18*** -.25 .09 -.22** -.21*** -.23 .07 -.22** .06
*** *** *** *** *** ***
Ag -.29 -.09 .02 -.26 .07 -.22 .04 .06 .05 -.34 -.36 .08 -.32 -.24 -.04 .07 -.04 .09
*** *** *** *** *** ***
Co -.30 -.10 .02 -.27 .07 -.22 .08 .06 .10 -.25 -.16 .09 -.13 -.35 -.31 .07 -.29 .10
BFQ-CVE (n = 309)
E/E -.09 -.01 .01 -.06 .00 -.05 .06 .04 .12 -.14* -.13 .06 -.18* -.07 -.01 .05 -.02 .02
*** *** *** ** *** **
IE .27 .08 .02 .23 .05 .22 .06 .07 .08 .17 -.04 .09 -.04 .27 .22 .08 .21 .06
* ** *
I/AE -.11 -.03 .02 -.09 .01 -.05 .11 .06 .16 -.16 -.19 .08 -.18 -.11 -.09 .07 -.10 .03
** *** * ** * **
Ag -.17 -.06 .02 -.20 .04 -.13 .02 .05 .04 -.18 -.16 .07 -.19 -.17 -.07 .06 -.09 .05
*** *** ** *** *** **
Co -.24 -.08 .02 -.21 .05 -.17 .06 .07 .07 -.21 -.10 .09 -.08 -.26 -.26 .08 -.25 .06
BFQ-CVP (n = 148)
E/E -.05 .00 .02 .01 .00 .05 .23 .08 .37** -.20* -.37 .10 -.41*** -.01 .00 .09 .00 .10
IE .33*** .13 .03 .35*** .13 .23** -.03 .09 -.03 .41*** .34 .12 .29** .31*** .17 .11 .16 .15
** * ***
I/AE -.01 .00 .03 -.01 .00 .09 .32 .11 .39 -.21 -.53 .14 -.42 .00 -.02 .13 -.02 .10
** ** ** * **
Ag -.23 -.07 .02 -.25 .06 -.13 .09 .07 .16 -.27 -.22 .09 -.25 -.25 -.17 .09 -.22 .10
** ** *** ** **
Co -.24 -.10 .03 -.25 .06 -.15 .15 .10 .18 -.34 -.44 .13 -.36 -.22 -.15 .12 -.13 .11
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; n =
dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 =
coeficiente de determinação; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças; E/E = Energia/Extroversão; IE = Instabilidade Emocional; I/AE = Intelecto/Abertura; Ag = Agradabilidade; Co =
Conscienciosidade; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

234
Tabela 46 Relação entre as escalas do APSD-VA e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VA
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 368)
BIS -.01 .00 .04 .00 .00 .19*** .40 .09 .28*** -.27*** -.47 .08 -.30*** .07 -.19 .10 -.11 .12
BAS .12* .20 .08 .12* .02 .27*** .84 .18 .28*** -.25*** -.99 .16 -.29*** .20*** .21 .21 .06 .17
En .16** .13 .04 .18** .03 .28*** .44 .09 .30*** -.15** -.27 .08 -.17** .17** .03 .10 .02 .11
*** *** *** *** * ** *** **
BD .25 .14 .03 .25 .06 .31 .23 .06 .22 -.12 -.17 .06 -.14 .30 .23 .07 .19 .15
* * * *** ***
RR -.13 -.07 .03 -.12 .01 .05 .18 .07 .15 -.35 -.55 .06 -.43 .04 -.05 .08 -.04 .19
BIS/BAS-CVE (n = 309)
BIS -.05 -.04 .03 -.07 .01 .00 -.10 .07 -.10 -.12* -.12 .06 -.11 .04 .11 .08 .09 .02
*
BAS .09 .09 .07 .07 .01 .11 .19 .17 .08 -.07 -.27 .15 -.10 .12 .26 .20 .09 .03
* * *
En .13 .06 .03 .11 .01 .13 .10 .08 .09 -.03 -.05 .07 -.04 .12 .10 .09 .08 .02
** * ** **
BD .15 .06 .03 .12 .01 .17 .10 .07 .10 -.07 -.09 .06 -.09 .17 .14 .08 .12 .04
* *
RR -.08 -.03 .03 -.06 .00 -.04 -.01 .06 -.01 -.12 -.13 .06 -.13 .00 .02 .07 .02 .02
BIS/BAS-CVP (n = 148)
BIS .09 .03 .04 .06 .00 .14 .12 .12 .12 -.01 -.05 .09 -.04 .12 -.02 .14 -.02 .01
BAS .18* .27 .11 .20* .04 .24** .44 .28 .16 -.16 -.50 .22 -.18* .29*** .62 .32 .20 .14
** * * **
En .13 .09 .05 .16 .02 .23 .22 .12 .19 -.21 -.24 .10 -.20 .25 .18 .14 .13 .13
*** *** ** *** **
BD .29 .16 .04 .31 .10 .25 .12 .11 .12 .03 .00 .08 .00 .28 .34 .12 .29 .14
** ** *
RR .03 .01 .04 .03 .00 .14 .10 .11 .10 -.22 -.25 .08 -.24 .17 .10 .13 .09 .09
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca de
divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001

235
Tabela 47 Relação entre as escalas do APSD-VE e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VE
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 309)
BIS -.08 -.07 .05 -.09 .01 .04 .11 .13 .06 -.11 -.22 .11 -.12* -.07 -.12 .13 -.06 .02
BAS .04 .05 .10 .03 .00 .11 .18 .27 .04 -.07 -.41 .22 -.11 .08 .35 .28 .09 .02
En .05 .04 .05 .05 .00 .07 .02 .13 .01 -.01 -.04 .11 -.02 .06 .14 .14 .07 .01
* * ** ** *
BD .14 .09 .04 .15 .02 .18 .10 .09 .07 .00 -.07 .08 -.05 .18 .23 .10 .16 .04
* ** **
RR -.11 -.08 .04 -.12 .01 .02 .06 .10 .04 -.20 -.30 .09 -.21 -.05 -.02 .11 -.01 .04
BIS/BAS-CVE (n = 400)
BIS .01 .01 .03 .01 .00 .12* .12 .08 .09 -.21*** -.37 .06 -.29*** .13* .21 .08 .16** .10
*** *** *** *** * *** *** **
BAS .23 .33 .07 .23 .05 .39 1.09 .18 .34 -.11 -.72 .14 -.24 .28 .48 .18 .15 .20
*** *** *** *** ** ***
En .23 .15 .03 .24 .06 .39 .56 .08 .39 -.04 -.18 .07 -.13 .21 .04 .08 .03 .16
*** *** *** *** * *** ***
BD .41 .23 .02 .43 .18 .46 .37 .07 .30 .04 -.11 .05 -.09 .45 .39 .07 .31 .28
*** ***
RR -.09 -.06 .03 -.11 .01 .11 .16 .07 .13 -.28 -.43 .06 -.37 .03 .05 .07 .04 .14
BIS/BAS-CVP (n = 130)
BIS .00 -.03 .06 -.04 .00 -.02 -.09 .14 -.07 .00 .01 .13 .00 -.01 .01 .15 .01 .00
BAS .08 .10 .14 .06 .00 .16 .67 .36 .19 -.13 -.52 .32 -.14 .09 .05 .38 .01 .05
En .03 -.01 .06 -.02 .00 .12 .24 .16 .16 -.15 -.27 .14 -.17 .06 -.05 .17 -.03 .04
BD .11 .10 .05 .16 .02 .13 .26 .14 .19 -.01 -.04 .12 -.03 .10 .05 .14 .04 .04
RR .04 .02 .05 .03 .00 .10 .17 .14 .12 -.14 -.20 .12 -.15 .08 .05 .14 .04 .03
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca de
divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

236
Tabela 48 Relação entre as escalas do APSD-VP e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
APSD-VP
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 148)
BIS -.04 -.02 .04 -.03 .00 -.01 .07 .14 .06 .01 .13 .15 .09 -.08 -.27 .18 -.18 .02
BAS .03 .02 .10 .02 .00 .05 .02 .30 .01 .01 .02 .32 .01 .05 .01 .39 .00 .00
En .04 .01 .04 .01 .00 .01 -.16 .14 -.14 .01 .02 .15 .02 .11 .21 .18 .14 .01
BD .13 .04 .03 .10 .01 .12 .05 .11 .05 .09 .05 .11 .04 .12 .03 .14 .03 .01
RR -.09 -.03 .04 -.07 .00 -.03 .13 .12 .13 -.11 -.05 .13 -.04 -.08 -.23 .15 -.18 .02
BIS/BAS-CVE (n = 130)
BIS -.15 -.05 .03 -.14 .02 -.05 .11 .10 .13 -.21* -.20 .11 -.21 -.16 -.11 .13 -.10 .05
BAS .17 .11 .08 .12 .01 .08 -.09 .26 -.04 .11 .06 .27 .03 .17 .39 .33 .15 .02
*
En .18 .05 .04 .12 .02 .10 -.06 .12 -.07 .15 .09 .12 .08 .17 .16 .15 .14 .02
* *
BD .18 .04 .03 .11 .01 .07 -.14 .10 -.17 .15 .08 .10 .08 .21 .22 .13 .22 .04
RR .05 .02 .03 .05 .00 .07 .11 .10 .14 -.02 -.10 .10 -.11 .03 .02 .13 .02 .02
BIS/BAS-CVP (n = 155)
BIS .02 .03 .03 .08 .01 .14 .25 .10 .28* -.06 -.21 .11 -.19* .01 -.03 .13 -.03 .06
BAS .30*** .33 .08 .32*** .10 .43*** 1.28 .24 .56*** .07 -.64 .25 -.23* .26** .00 .30 .00 .24
*** *** ** *
En .11 .07 .04 .15 .02 .29 .61 .11 .61 -.05 -.31 .11 -.25 .04 -.28 .14 -.22 .20
*** *** *** *** *** *** ***
BD .58 .23 .03 .58 .34 .58 .32 .08 .36 .29 -.14 .08 -.13 .59 .46 .10 .42 .42
* ***
RR .06 .03 .03 .08 .01 .19 .35 .10 .41 -.05 -.19 .10 -.18 .01 -.18 .12 -.17 .09
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca de
divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

237
Tabela 49 Relação entre as escalas do ICU-VA e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VA
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 368)
BIS -.30*** -.14 .02 -.31*** .10 -.28*** -.16 .07 -.15* -.23*** -.11 .07 -.11 -.22*** -.16 .07 -.13* .10
BAS -.20*** -.22 .05 -.23*** .05 -.10 .09 .15 .04 -.17 -.31 .14 -.15* -.21*** -.58 .14 -.22*** .08
En -.12* -.05 .02 -.12* .01 -.04 .08 .07 .08 -.08 -.06 .07 -.05 -.18** -.27 .07 -.21*** .05
** ***
BD -.08 -.03 .02 -.09 .01 .01 .06 .05 .08 -.02 -.02 .05 -.02 -.17 -.20 .05 -.21 .04
*** *** *** *** *** *** *
RR -.32 -.13 .02 -.37 .13 -.24 -.04 .05 -.05 -.34 -.24 .05 -.29 -.18 -.12 .05 -.11 .14
BIS/BAS-CVE (n = 309)
BIS -.10 -.03 .02 -.09 .01 -.11* -.10 .05 -.14 -.05 .05 .05 .06 -.06 -.03 .05 -.03 .02
BAS -.04 -.01 .04 -.01 .00 -.04 -.17 .13 -.10 .03 .25 .13 .14 -.07 -.16 .12 -.08 .02
*
En -.03 .00 .02 .01 .00 -.04 -.08 .06 -.10 .03 .12 .06 .15 -.04 -.04 .06 -.04 .01
*
BD .00 .01 .02 .03 .00 .05 .02 .05 .03 .08 .08 .05 .11 -.11 -.11 .05 -.14 .03
*
RR -.11 -.03 .02 -.09 .01 -.11 -.11 .05 -.17 -.09 .05 .05 .08 -.04 -.01 .05 -.01 .02
BIS/BAS-CVP (n = 148)
BIS .05 .02 .03 .07 .00 .05 .01 .07 .01 .08 .06 .08 .09 .01 -.03 .08 -.03 .01
BAS -.10 -.08 .07 -.10 .01 -.01 .06 .18 .03 -.04 -.05 .19 -.03 -.18* -.40 .21 -.17 .03
*
En -.17 -.05 .03 -.15 .02 -.09 .00 .08 .01 -.12 -.08 .08 -.10 -.13 -.11 .09 -.11 .03
*
BD .06 .01 .03 .03 .00 .09 .03 .07 .05 .11 .08 .07 .12 -.12 -.17 .08 -.18 .04
*
RR -.09 -.04 .02 -.12 .01 -.02 .02 .07 .04 -.05 -.05 .07 -.08 -.18 -.13 .08 -.14 .03
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema
de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca
de divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

238
Tabela 50 Relação entre as escalas do ICU-VE e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VE
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 309)
BIS -.12* -.04 .02 -.10 .01 -.03 .10 .06 .12 -.12* -.14 .07 -.14 -.14* -.15 .07 -.13* .03
BAS -.02 .00 .05 .00 .00 .00 .14 .13 .08 -.03 -.14 .16 -.07 -.03 -.05 .14 -.02 .00
En .04 .02 .02 .04 .00 .04 .06 .06 .07 .01 -.03 .08 -.03 .03 .03 .07 .02 .00
BD .06 .03 .02 .09 .01 .08 .05 .05 .07 .08 .05 .06 .06 .00 -.03 .05 -.03 .01
** * ** **
RR -.16 -.05 .02 -.14 .02 -.11 .04 .05 .06 -.18 -.16 .06 -.19 -.09 -.05 .06 -.05 .03
BIS/BAS-CVE (n = 400)
BIS -.12* -.04 .02 -.13* .02 -.06 .04 .04 .07 -.15** -.15 .04 -.21** -.07 -.03 .04 -.03 .03
**
BAS .02 .02 .04 .02 .00 .08 .24 .09 .16 -.01 -.18 .11 -.10 -.03 -.11 .11 -.05 .02
* **
En .07 .03 .02 .08 .01 .12 .14 .04 .21 .00 -.09 .05 -.12 .02 .00 .05 .00 .03
*** *** *** *** **
BD .18 .05 .01 .18 .03 .25 .14 .04 .23 .17 .04 .04 .06 -.01 -.08 .04 -.10 .07
*** *** ** *** ** *
RR -.19 -.06 .01 -.23 .05 -.15 -.03 .03 -.06 -.20 -.13 .04 -.19 -.10 -.03 .04 -.04 .06
BIS/BAS-CVP (n = 130)
BIS -.15 -.04 .03 -.13 .02 -.12 .01 .07 .02 -.14 -.08 .09 -.10 -.11 -.09 .08 -.11 .02
BAS -.08 -.05 .08 -.05 .00 .07 .14 .18 .08 .02 .11 .22 .05 -.26** -.62 .21 -.27** .07
* *
En -.14 -.04 .03 -.11 .01 -.04 .01 .08 .02 -.05 -.01 .10 -.01 -.22 -.20 .09 -.20 .04
* * *
BD .11 .05 .03 .14 .02 .21 .09 .07 .13 .19 .13 .08 .17 -.15 -.16 .08 -.18 .08
** **
RR -.15 -.05 .03 -.15 .02 -.02 .04 .07 .06 -.06 -.02 .08 -.03 -.25 -.26 .08 -.29 .08
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema
de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca
de divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

239
Tabela 51 Relação entre as escalas do ICU-VP e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
ICU-VP
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 148)
BIS -.08 -.02 .03 -.07 .00 .00 .08 .07 .14 -.09 -.13 .10 -.16 -.10 -.12 .10 -.10 .03
BAS -.04 -.02 .06 -.03 .00 .03 .17 .16 .13 -.07 -.30 .21 -.17 .00 .01 .21 .00 .01
En .00 .00 .03 .01 .00 .05 .05 .07 .09 -.01 -.06 .10 -.07 -.01 -.01 .10 -.01 .00
BD .07 .01 .02 .05 .00 .10 .05 .06 .11 .06 -.04 .08 -.06 .01 .00 .08 .00 .01
* ** *
RR -.16 -.04 .02 -.14 .02 -.09 .06 .06 .11 -.21 -.20 .08 -.29 -.03 .02 .08 .02 .05
BIS/BAS-CVE (n = 130)
BIS -.15 -.03 .02 -.14 .02 -.14 -.06 .05 -.13 -.12 .00 .07 .01 -.07 -.03 .07 -.04 .02
** **
BAS .14 .08 .05 .14 .02 .10 -.12 .13 -.11 .23 .47 .17 .34 -.01 -.20 .17 -.10 .07
*
En .15 .03 .02 .13 .02 .11 -.02 .06 -.05 .20 .16 .08 .25 .01 -.07 .08 -.08 .04
** * *
BD .15 .03 .02 .13 .02 .16 -.01 .05 -.03 .24 .16 .07 .29 -.06 -.13 .07 -.18 .08
*
RR .07 .02 .02 .08 .01 .01 -.09 .05 -.21 .14 .16 .07 .31 .03 .01 .07 .01 .05
BIS/BAS-CVP (n = 155)
BIS -.06 .00 .02 -.02 .00 -.08 .04 .06 .09 -.09 -.10 .08 -.16 .05 .06 .07 .07 .01
BAS .09 .07 .05 .10 .01 .24** .61 .13 .51*** .08 -.38 .17 -.24* -.23** -.67 .17 -.30*** .20
** * * *
En -.05 -.01 .02 -.04 .00 .06 .16 .06 .31 -.07 -.17 .08 -.24 -.20 -.20 .08 -.21 .08
*** *** *** *** *** ** ***
BD .37 .10 .02 .38 .14 .53 .27 .04 .57 .40 .03 .06 .05 -.23 -.33 .06 -.37 .41
** ** *
RR -.09 -.02 .02 -.07 .01 .04 .18 .05 .40 -.13 -.24 .07 -.40 -.15 -.13 .07 -.16 .12
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema
de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca
de divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação
de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 = Coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

240
Tabela 52 Relação entre as escalas do YPI-CV e BIS/BAS-C: Correlações e análises de regressão
YPI-CV
Total GM CU II
r B EP β R 2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
BIS/BAS-CVA (n = 368)
BIS .14** .02 .01 .13* .02 .11* .01 .03 .02 .08 -.02 .04 -.05 .16** .07 .03 .18* .03
BAS .35*** .11 .02 .36*** .13 .31*** .10 .05 .14 .21*** -.08 .07 -.08 .36*** .31 .06 .35*** .16
En .31*** .05 .01 .33*** .11 .26*** .02 .03 .07 .20*** -.01 .03 -.02 .34*** .14 .03 .32*** .13
*** *** *** * *** *** ***
BD .44 .05 .01 .44 .20 .39 .04 .02 .17 .29 -.02 .02 -.05 .45 .12 .02 .39 .23
* * * *
RR .11 .01 .01 .12 .01 .12 .03 .02 .12 .03 -.06 .03 -.14 .10 .05 .02 .15 .03
BIS/BAS-CVE (n = 309)
BIS .06 .00 .01 .02 .00 .09 .03 .02 .12 -.02 -.05 .03 -.13 .04 .01 .02 .03 .01
* * ** **
BAS .14 .04 .01 .14 .02 .15 .07 .05 .13 .04 -.09 .07 -.12 .15 .10 .06 .14 .03
* * * *
En .13 .02 .01 .14 .02 .14 .03 .02 .12 .05 -.02 .03 -.04 .13 .03 .03 .08 .02
*** *** *** *** **
BD .24 .02 .01 .21 .04 .23 .02 .02 .11 .11 -.04 .03 -.12 .26 .07 .02 .25 .07
RR -.02 .00 .01 -.02 .00 .03 .02 .02 .09 -.07 -.04 .02 -.13 -.03 .00 .02 .01 .01
BIS/BAS-CVP (n = 148)
BIS .11 .01 .01 .11 .01 .03 -.04 .03 -.18 .14 .07 .04 .20 .12 .04 .04 .14 .04
BAS .23** .07 .02 .25** .06 .24** .13 .07 .21 .12 -.14 .10 -.15 .25** .17 .09 .21 .10
* * ** ** *
En .17 .02 .01 .20 .04 .24 .10 .03 .40 .02 -.09 .04 -.23 .15 .01 .04 .02 .10
** *** * ** *** **
BD .28 .03 .01 .30 .09 .21 .00 .03 .01 .22 .00 .04 .01 .31 .10 .03 .33 .12
*
RR .14 .01 .01 .13 .02 .12 .02 .03 .08 .05 -.05 .04 -.15 .18 .06 .03 .21 .05
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; n =
dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = Coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do Coeficiente beta não padronizado; β = Coeficiente beta padronizado; R2 =
Coeficiente de determinação; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS =
Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia; BD = Busca de divertimento; RR = Resposta à recompensa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato
professores. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

241
6. Discussão

A avaliação de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento


positivo na infância e na adolescência é nula ou limitada. De forma a preencher esta
lacuna, o presente estudo teve como objetivo desenvolver e validar um novo instrumento
de avaliação de autorrelato, de relato pelos encarregados de educação e de relato pelos
professores destes traços na infância – a Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV) –
tendo como subjacente a concetualização de boldness no modelo triárquico da psicopatia
(Patrick et al., 2009). A boldness corresponde à combinação de dominância alta,
ansiedade baixa e tolerância ao desconhecido e perigo, sendo a capacidade de se manter
calmo e concentrado e recuperar rapidamente de situações de tensão. O presente estudo
avalia as caraterísticas psicométricas deste instrumento, designadamente a sua estrutura
fatorial, consistência interna, a fiabilidade do tipo estabilidade temporal, a consistência
entre fontes de informação, estrutura fatorial e a sua relação com instrumentos de
avaliação de traços psicopáticos e de variáveis teoricamente relevantes para o conceito de
boldness. De seguida será apresentada a discussão dos resultados principais obtidos neste
estudo e uma reflexão das vantagens e limitações inerentes a este, delineando linhas
orientadoras para a investigação futura.

6.1. Resumo dos resultados principais

6.1.1. Versão completa

As versões de autorrelato e de relato pelos encarregados de educação da EB-CV


exibiram uma validade fatorial boa, consistindo numa estrutura bifatorial com os itens a
saturarem num fator geral – boldness – bem como em nove subfatores que saturaram em
três fatores - Eficácia Social (ES), Estabilidade Emocional (EE) e Destemor (De). No
caso da versão de relato pelos professores não foi possível testar essa estrutura fatorial,
mas foi validada a estrutura bifatorial com os itens a saturarem num fator geral – boldness
– bem como nos três fatores supracitados. Este modelo bifatorial teve um ajustamento
adequado aos dados e superior a outros modelos inclusive o modelo unidimensional.

As pontuações totais das versões de autorrelato, relato pelos encarregados de


educação e de relato pelos professores da EB-CV exibiram uma fiabilidade adequada, ao
nível da consistência interna avaliada pelo índice α (razoável, boa e excelente,
respetivamente) e do tipo estabilidade temporal num período de follow-up médio de

242
aproximadamente 31, 52 e 74 dias, respetivamente (, que foi inferior na versão de relato
pelos professores relativamente ás outras versões de relato). Ao nível da consistência
interna avaliada pelo ω, as versões de relato pelos encarregados de educação e dos
professores apresentaram uma consistência interna razoável e excelentes, enquanto a
consistência da versão de autorrelato foi fraca. Apenas a versão de relato pelos
professores apresentou valores adequados de MIC e de MCITC.

Relativamente à consistência interna entre as fontes de informação da EB-CV, por


um lado, houve uma associação positiva e moderada entre a pontuação total das versões
de autorrelato e de relato pelos encarregados de educação, e, por outro lado, a pontuação
total da versão de relato de professores associou-se positivamente e de forma fraca às
outras versões de relato. Os ICCs sugeriram uma concordância fraca entre os relatos das
várias fontes de informação. Os valores dos coeficientes de correlação e dos ICCs para a
concordância entre os autorrelatos e os relatos pelos encarregados de educação foram
significativamente superiores aos valores dos coeficientes de correlação e dos ICCs para
a concordância dos relatos pelos professores com os relatos das outras fontes de
informação.

De modo geral, a EB-CV demonstrou padrões de validade convergente e


discriminante consistente com a teoria e os resultados da evidência empírica na TriPM.
Consistente com a hipótese da relação entre a boldness e os instrumentos de avaliação de
traços psicopáticos ser restringida principalmente à(s) (sub)escala(s) que avaliam as
caraterísticas do domínio interpessoal da psicopatia, a pontuação total da versão de
autorrelato associou-se positivamente com a dimensão Grandiosidade-Manipulação do
YPI-CV e as suas subdimensões Charme Desonesto, Grandiosidade, Mentira e
Manipulação. As pontuações totais das versões de relato pelos encarregados de educação
e pelos professores da EB-CV associaram-se positivamente, apenas ao nível da análise de
regressões, à subdimensão Grandiosidade. Estes resultados replicaram em parte os
resultados do estudo realizado por Drislane, Patrick e Arsal (2014), numa amostra
universitária de jovens adultos de ambos os géneros, que estudou a relação da escala
boldness avaliada pela TriPM com medidas de autorrelato de traços psicopáticos em
jovens – o YPI, o APSD, o ICU e a CPS. A escala boldness também se associou
positivamente com a escala Grandiosidade-Manipulação e as suas subescalas Charme
Desonesto, Grandiosidade e Manipulação. A hipótese da relação da EB-CV com os traços
do domínio interpessoal do APSD foi apoiada pelos seguintes resultados: os relatos dos

243
encarregados de educação da subescala Narcisismo associaram-se positivamente com as
pontuações totais da versão de relato pelos encarregados de educação (apenas ao nível
das correlações) e da versão de autorrelato da EB-CV; e, os relatos dos professores da
subescala Narcisismo associaram-se positivamente com as pontuações totais da versão de
relato pelos professores e da versão de autorrelato da EB-CV. Contudo, os autorrelatos
de Narcisismo não se associaram a nenhuma versão da EB-CV, bem como as versões de
relato pelos encarregados de educação e de professores das medidas não foram
convergentes. Nos estudos anteriores não se tinham evidenciado relações entre as
dimensões interpessoais da TriPM e do APSD (Drislane et al., 2014a; Sellbom & Phillips,
2013), com exceção do estudo longitudinal com um follow-up de aproximadamente 4
anos realizado por Kyranides, Fanti, Sikki e Patrick (2016) numa amostra escolar de
adolescentes, no qual o Narcisismo do APSD associou-se positivamente à Boldness, mas
não a previa no modelo de regressão que inclui as outras escalas da TriPM.

A hipótese de que as subescalas que avaliam os traços psicopáticos dos domínios


comportamental e afetivo do YPI-CV e do APSD não estariam associadas ou
apresentariam uma associação negligente com a pontuação total da EB-CV foi apoiada
pelos resultados, com exceção: das associações positivas das versões de autorrelato e de
relato pelos professores com a subescala Procura de Excitação do YPI-CV; e também da
associação positiva entre a versão de autorrelato da EB-CV e a subescala Insensibilidade
Emocional do YPI-CV; da associação positiva apenas a nível correlacional entre a versão
de relato pelos encarregados de educação e a subescala Irresponsabilidade do YPI-CV;
da associação negativa entre a EBC-VE e a subescala Impulsividade do APSD-VE; das
associações negativas entre as versões da EB-CV e a versão de relato pelos encarregados
de educação da Frieza-Insensibilidade Emocional do APSD; da associação negativa entre
as versões de autorrelato da EB-CV e do APSD. Sendo assim, de forma geral foram
replicados os resultados de estudos anteriores realizados em amostras universitárias de
adultos de ambos os géneros que estudaram a relação da escala boldness da TriPM com
o YPI (Drislane et al., 2014a) e a versão de autorrelato do APSD (Drislane et al., 2014a;
Sellbom & Phillips, 2013), bem como de um estudo longitudinal numa amostra escolar
de adolescentes apenas relativamente à subescala Impulsividade da versão de autorrelato
do APSD (Kyranides et al., 2016). Nestes estudos também não foram encontradas
associações significativas entre a boldness e os os traços psicopáticos dos domínios
comportamental e afetivo (Drislane et al., 2014a; Kyranides et al., 2016; Sellbom &

244
Phillips, 2013), com exceção da associação positiva entre esta e as subescalas
Insensibilidade Emocional e Procura de Excitação do YPI (Drislane et al., 2014a). A
intrepidez é uma das caraterísticas da boldness, que corresponde à motivação elevada em
experimentar atividades perigosas, de risco e radicais apenas pelo divertimento e pela
adrenalina. Sendo assim, esta sobrepõe-se concetualmente à subescala Procura de
Excitação do YPI-CV designadamente com os seus itens indicativos de procura de
emoções fortes (“1. Gosto de entrar em situações que me dão excitação ou emoção.”, “22.
Gosto de fazer coisas apenas porque são fixes ou excitantes/emocionantes.”, “42. Gosto
de fazer coisas perigosas e excitantes ou emocionantes, mesmo que sejam proibidas.”),
mas não se sobrepõe com os seus itens indicativos de propensão para o tédio (“4.
Aborreço-me rapidamente quando tudo continua na mesma.” “29. Aborreço-me
rapidamente se fizer sempre a mesma coisa.”). Apesar de a subescala Insensibilidade
Emocional (Une) pertencer à dimensão de Frieza-Insensibilidade Emocional da
psicopatia, esta apresenta três itens (“2. Normalmente sinto-me calmo(a) quando outras
pessoas estão assustadas.”, “25. Os(As) fracos(as) é que se sentem nervosos(as) ou
preocupados(as).” e “36. O que assusta os outros normalmente não me assusta.”) cujo
conteúdo está relacionado com a descrição de boldness de ansiedade baixa e de tolerância
ao desconhecido e perigo, sendo a capacidade de se manter calmo e concentrado e
recuperar rapidamente de situações de tensão avaliado pelas subescalas Resiliência e
Coragem. No estudo realizado por Drislane, e colegas (2015) numa amostra universitária
os itens 2 e 36 da subescala Insensibilidade Emocional e os itens 1 e 22 da subescala
Procura da Excitação foram selecionados do YPI-CV para compor a subescala boldness
das escalas triárquicas. Além disso, no estudo realizado por Sellbom e Phillips (2013) a
boldness avaliada pela TriPM associou-se positivamente com a escala de procura de
sensações fortes e, especificamente, com a sua subescala procura de adrenalina e
aventura, da Emotionality-Activity-Sociability-Impulsivity Scale (Buss & Plomin, 1984)
numa amostra forense de indivíduos do género feminino, bem como noutros estudos a
boldness avaliada pela TriPM (Drislane et al., 2014a) e pela escala YPI-Tri (Drislane et
al., 2015) associou-se negativamente á faceta Evitação de Perigo (o sujeito evita
adrenalina e perigo e prefere atividades seguras, mesmo que sejam aborrecidas) da
dimensão Controlo do Modelo da Personalidade de Tellegen (Tellegen, 1982).

Os resultados do presente estudo apoiaram parcialmente a hipótese de que


relativamente às pontuações totais dos instrumentos de avaliação da psicopatia o YPI-CV

245
seria o único que iria associar-se à boldness. De forma consistente a escala total da versão
de autorrelato da EB-CV associou-se positivamente à pontuação total do YPI-CV,
replicando os resultados de estudos realizados com a TriPM e o YPI-CV numa amostra
universitária de jovens adultos nos Estados Unidos (Drislane et al., 2014a) e numa
amostra escolar de adolescentes em Itália (Somma et al., 2016b). Contudo, não houve
associações positivas estatisticamente significativas com as outras versões de relato da
EB-CV. As pontuações totais das várias versões de relato da EB-CV de modo geral não
se associaram às pontuações totais das várias versões de relato do APSD e do ICU.
Contudo, houve uma relação negativa entre as versões de relato pelos encarregados de
educação da EB-CV e do ICU e entre a EB-CVP e o ICU-VA. Sendo assim, estes
resultados foram semelhantes aos estudos anteriores no qual a boldness não se associou
com as pontuações totais do ICU e do APSD (Drislane et al., 2014a; Kyranides et al.,
2016; Sellbom & Phillips, 2013). Estes resultados também apoiam a teoria e a evidência
de que os instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância avaliam de forma
limitada (YPI-CV) ou nula (APSD e ICU) a boldness. O APSD e o ICU foram construídos
para emular o conteúdo da PCL-R e tal como este abrangem primariamente os construtos
da psicopatia relacionados com a desinibição/impulsividade e frieza/insensibilidade
(Patrick et al., 2009; Patrick, 2010a/b; Patrick & Drislane, 2014).

Relativamente à relação entre os traços psicopáticos e os traços de personalidade


básicos do modelo de cinco fatores (FFM), os resultados do presente estudo foram
consistentes com a concetualização da boldness e com a evidência empírica da relação do
FFM com a escala boldness da TriPM (Poy et al., 2014; Sica et al., 2015; Somma et al.,
2016b; Stanley et al., 2013) e com o fator PPI FD (Derefinko & Lynam, 2006; Gauhghan
et al., 2009; Miller & Lynam, 2012; Ross et al., 2009) em adultos. Consistentemente com
a descrição dos traços boldness como a combinação de imunidade ao stress, de procura
de adrenalina e de aventura, de destemor e de dominância social, a boldness associou-se
positivamente às dimensões da personalidade Energia/Extroversão (entre todas as versões
de relato) e Intelecto/Abertura à Experiência (entre todas as versões de relato, com
exceção da associação positiva e não estatisticamente significativa entre a EB-CVE e o
BFQ-CVP). E, associou-se negativamente à Instabilidade Emocional (apenas entre as
versões de autorrelato, entre as versões de relato pelos encarregados de educação e entre
a EB-CVE e o BFQ-CVA). Estes resultados replicaram a associação da escala boldness
da TriPM com as dimensões da personalidade Extroversão (+), Abertura (+) e

246
Neuroticismo (-) em amostras de adultos de ambos os géneros derivados da população
geral em Itália (Sica et al., 2015), população universitária em Espanha (Poy et al., 2014)
e da população forense nos Estados Unidos (Stanley et al., 2013), numa amostra escolar
de adolescentes de ambos os géneros (Somma et al., 2016b). Também replicaram os
resultados de investigações da relação entre o PPI-FD e as dimensões da personalidade
do modelo FFM em adultos PPI FD (Derefinko & Lynam, 2006; Gauhghan et al., 2009;
Miller & Lynam, 2012; Ross et al., 2009). Contudo, não foi encontrada a relação negativa
entre a boldness e a dimensão da personalidade Agradabilidade, que de modo geral foi
negligente e não estatisticamente significativa. Contrariamente ao esperado, houve uma
relação positiva entre a boldness e a Agradabilidade entre a EB-CVP e BFQ-CVA (apenas
a nível de correlações), entre as versões de relato pelos encarregados de educação e entre
a EB-CVE e a BFQ-CVA. Estes resultados são contrários a evidência empírica anterior
da associação negativa entre a escala Boldness avaliada pela TriPM e a Agradabilidade
ao nível da análise de regressões múltiplas que mostram a associação única desta faceta
da TriPM com a Agradabilidade controlando as outras facetas (Poy et al., 2014; Sica et
al., 2015; Somma et al., 2016b; Stanley et al., 2013), independentemente do género (Poy
et al., 2014; Somma et al., 2016b) e apenas no género masculino (Sica et al., 2015). Ao
nível correlacional, destes estudos apenas houve uma correlação negativa estatisticamente
significativa na amostra total do estudo realizado por Sica e colegas (2015). O estudo
realizado por Somma e colegas (2016b) não apresentou os resultados das correlações
entre a TriPM e os fatores do FFM. Os resultados deste estudo replicaram os resultados
da metanálisa conduzida por Miller e Lynam (2012) e apenas ao nível correlacional dos
estudos realizados por Poy e colegas (2014) e por Stanley e colegas (2013), bem como
pelo estudo realizado por Drislane, Patrick e Arsal (2014) numa amostra universitária de
adultos de ambos os géneros nos Estados Unidos no qual inverteu os itens da escala
Agradabilidade para indicar superior Antagonismo, cuja associação positiva com a escala
boldness da TriPM não foi estatisticamente significativa quer a nível correlacionar quer
ao nível regressional. A ausência da relação negativa entre a Boldness e a Agradabilidade
poderá conduzir ao reforço da posição de alguns autores (cf. Marcus, Fulton, & Edens,
2013; Lynam & Miller, 2012; Miller & Lynam, 2012) no debate atual do papel das
denominadas “caraterísticas de ajustamento positivo” do domínio interpessoal da
psicopatia, que questionam a relevância destas características na concetualização e
operacionalização da psicopatia tendo em consideração a sua associação (neste caso do
PPI-FD) apenas com índices do funcionamento adaptativo e a ausência de relação com

247
indicadores mal-adaptativos da psicopatia. Também houve uma relação positiva
inesperada entre a boldness e a Conscienciosidade entre as versões de relato pelos
encarregados de educação e entre a BFQ-CVA e as várias versões de relato da EB-CV.
Este resultado inesperado replica evidência anterior em adultos da relação entre a escala
boldness da TriPM e o fator Conscienciosidade do FFM apenas estatisticamente
significativo ao nível correlacional (Sica et al., 2015) e ao nível regressional (Stanley et
al., 2013). Além disso, de modo geral o ICU e os traços do domínio comportamental e
afetivo do APSD e do YPI-CV associaram-se divergentemente da boldness à
Conscienciosidade. Os padrões de associação divergentes da boldnness e dos outros
traços psicopáticos neste estudo parecem apoiar o papel das caraterísticas mais
adaptativas da psicopatia na definição de importantes subtipos de psicopatas,
designadamente na distinção da psicopatia de sucesso e de insucesso (cf., Lilienfield et
al., 2012; Lynam & Miller, 2012), tendo em consideração que níveis superiores nos traços
de Conscienciosidade primariamente distinguem psicopatas de sucesso de criminais (cf.
Mullins-Sweatt, Glover, Derefinko, Miller, & Widiger, 2010). Além disso, os resultados
apoiaram uma divergência boa entre os traços psicopáticos relativamente ao FFM, de
acordo com os resultados os traços psicopáticos do domínio comportamental do APSD –
os traços de impulsividade - e do YPI-CV – a(s) dimensão(ões) Impulsividade-
Irresponsabilidade -, diferentemente da boldness, correlacionaram-se positivamente à
dimensão da personalidade Instabilidade Emocional (entre todas as versões de relato, com
exceção da relação entre o APSD-CVE e o BFQ-CVP). Mesmo após o controlo de traços
psicopáticos do domínio interpessoal e afetivo houve uma associação positiva entre estes
(com exceção da associação positiva e não estatisticamente significativa entre o APSD-
VP e o BFQ-CVA, o APSD-VA e o BFQ-CVP, o YPI-CV e o BFQ-CVP).

Relativamente à relação entre a boldness e o estado emocional dos alunos durante


as últimas semanas, verificou-se a hipótese colocada de que os níveis superiores de
boldness estarem relacionados com níveis superiores de emocionalidade positiva, por um
lado, e níveis inferiores de emocionalidade negativa e dos seus subfatores Medo e
Preocupado (entre todas as versões de relato, com exceção das associações negativas não
estatisticamente significativas entre as versões de relato pelos professores e as outras
versões de relato), por outro lado. Tendo sido a associação negativa entre a boldness e o
subfator Medo mais intensa do que a sua associação negativa com o subfator Preocupado
de forma consistente com a concetualização da boldness como a experiência de níveis

248
inferiores de ansiedade, de medo, de culpa e de vergonha. O presente estudo replicou os
resultados de estudos anteriores da relação positiva entre os traços psicopáticos do
domínio interpessoal de ajustamento positivo e as facetas de personalidade que avaliam
uma disposição para experienciar emoções positivas, designadamente a faceta Emoções
Positivas da dimensão da Extroversão do FFM (Benning et al., 2003; Poy et al., 2014) e
a faceta Bem-Estar da dimensão Emocionalidade Positiva do Modelo de Personalidade
de Tellegen (Benning et al., 2003; Drislane et al., 2014a, 2015). Os resultados também
apoiaram a hipótese colocada de padrões divergentes de associação da boldness e de
traços psicopáticos do domínio comportamental com a Emocionalidade Negativa.
Contrariamente à boldness, a dimensão Impulsividade do APSD e a dimensão
Impulsividade-Irresponsabilidade do YPI-CV, correlacionaram-se de modo geral
positivamente à Emocionalidade Negativa (entre todas as versões de relato, com exceção
da associação positiva e não estatisticamente significativa entre a PANAS-CVE e o
APSD-VP e da PANAS-CVP com o APSD-VA e o APSD-VE). Mesmo após o controlo
de traços psicopáticos do domínio interpessoal e afetivo houve uma associação positiva
entre estes (, com exceção da associação positiva e não estatisticamente significativa entre
a PANAS-CVA e as outras versões de relato do APSD e entre o YPI-CV e a PANAS-
CV). Estes resultados replicaram a evidência das associações divergentes de traços
psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo e de traços psicopáticos de
impulsividade com: medidas da emocionalidade negativa (Hicks & Patrick, 2006); a
faceta Reação ao Stress da dimensão Emocionalidade Negativa do Modelo de
Personalidade de Tellegen, que avalia uma disposição para experienciar emoções
negativas como a ansiedade, o stress e a preocupação (Drislane et al., 2014a, 2015);
problemas e sintomas de psicopatologias de internalização associadas à emocionalidade
negativa, que incluem a experiência de ansiedade, de irritabilidade, de preocupação, de
desespero e de depressão, (Drislane et al., 2014b; Sica et al., 2015; Venables et al., 2015);
e, a angústia pessoal – a dimensão afetiva da empatia, que avalia a tendência a
experienciar sentimentos de ansiedade, de apreensão e de desconforto em contextos
interpessoais tensos (Almeida et al., 2015).

Os presentes resultados apoiaram a concetualização da boldness como uma


reduzida atividade do medo (cf. Lykken, 1995; Patrick et al., 2009) e replicaram evidência
anterior (Miller e Lynam (2012); Ross et al., 2009; Selbom & Philips, 2013) da relação
entre a escala boldness da TriPM e o PPI-FD com com o BIS e BAS em adultos, na

249
medida em que a escala total da EB-CV associou-se negativamente apenas com as
respetivas versões de relato da escala BIS das BIS/BAS-CV, que representa um sistema
de motivação psicobiológico que está subjacente aos défices no sistema de medo.
Também replicaram evidência proveniente de amostras de adultos da relação do PPI-FD
com as escalas BIS/BAS (ver metanálise de Miller e Lynam, 2012). Contudo, esta
associação negativa foi estatisticamente não significativa entre versões de relato distintas.
Além disso, uma parte dos resultados evidenciaram uma convergência boa entre a
boldness e os traços CU - avaliados pelo ICU e pela subescala CU do APSD -
relativamente ao BIS (apenas entre as versões de autorrelato e entre as versões de relato
pelos encarregados de educação). Tal como postulado por Patrick e colegas (2009) o
temperamento de défices no medo corresponde à origem etiológica das componentes
boldness e meanness. Sendo assim, os presentes resultados também têm implicações
teóricas relativamente à etiologia das componentes da psicopatia. As relações positivas
de modo geral inesperadas entre a boldness e as (sub)escala(s) BAS também encontradas
no estudo supracitado podem ser explicadas pela forte correlação entre a boldness e a
emocionalidade positiva, que está ligada aos sistemas de abordagem psicobiológicos.
Uma parte dos resultados também evidenciou uma convergência boa ao nível
correlacional entre a boldness e os traços psicopáticos do domínio comportamental do
APSD – os traços de impulsividade (, designadamente a associação positiva entre o
APSD-VA e todas as versões de relato das BIS/BAS e entre as versões de relato pelos
encarregados de educação) - e do YPI-CV – a dimensão Impulsividade-
Irresponsabilidade (entre todas as versões de relato) – relativamente à escala BAS.
Contudo, quando controladas as outras dimensões de traços psicopáticos apenas se
mantiveram estatisticamente significativas as associações positivas entre o APSD-VE e
as BIS/BAS-CVE e entre o YPI-CV e as BIS/BAS-CVA.

A baixa ansiedade é uma caraterística importante na distinção da psicopatia de


outras desordens da psicopatologia de externalização. A associação divergente da
boldness e dos traços de impulsividade com a Instabilidade Emocional e a
Emocionalidade Negativa vêm esclarecer os resultados inconsistentes no estudo da
relação da psicopatia com a ansiedade (e.g., Hicks & Patrick, 2006), bem como fornecem
apoio teórico ao modelo triárquico da psicopatia proposto por Patrick, Fowles e Krueger
(2009), no qual a componente da psicopatia desinibição, que incorpora as caraterísticas
do domínio comportamental, apresenta uma base etiológica distinta da boldness, que é a

250
vulnerabilidade para a externalização, que não está relacionada com o processo etiológico
de défices no sistema de medo. Além disso, os resultados do presente estudo destacam a
importância de avaliar as dimensões distintas da psicopatia.

6.1.2. Versão reduzida

Neste estudo através da técnica IRT foram desenvolvidas versões reduzidas da


EB-CV (EB-CVR), que apresentaram características psicométricas robustas,
designadamente ao nível da validade fatorial (apenas nas versões de autorrelato e de relato
pelos encarregados de educação), da consistência interna (em todas as versões de relato),
da fiabilidade do tipo estabilidade temporal, associação com as respetivas versões de
relato das versões longas e consistência entre fontes de informação (apenas nas versões
de autorrelato e de relato pelos encarregados de educação). E, as versões de relato da EB-
CVR de modo geral exibiram as associações convergentes e discriminantes esperadas
com a(s) subescala(s) das medidas de traços psicopáticos, dos fatores FFM da
personalidade, da emocionalidade negativa e positiva e às diferenças individuais quanto
à sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao comportamento e ao afeto, que
foram de modo geral em conformidade com as associações entre a versão longa da EB-
CV e estas variáveis.

Relativamente à associação positiva esperada entre a pontuação total das EB-CVR


e as dimensões interpessoais da psicopatia, apenas houve uma associação positiva entre
a versão de autorrelato da EB-CVR e a(s) subescala(s) da dimensão GM do YPI-CV. De
modo geral, foi apoiada a hipótese da inexistência de relações entre as versões de relato
da EB-CVR e os traços psicopáticos afetivos e comportamentais. Os resultados apoiaram
a hipótese de que o APSD e o ICU têm uma representação nula dos traços interpessoais
de ajustamento positivo e apenas o YPI-CV representa estes traços ainda que de forma
limitada, através da ausência de associações de modo geral da EB-CVR com as
pontuações totais do APSD e do ICU, bem como da associação positiva e fraca entre a
versão de autorrelato da EB-CVR e a pontuação total do YPI-CV. Contrariamente ao
esperado a versão de relato pelos encarregados de educação da EB-CVR associou-se
negativamente com: a pontuação total e a subescala Impulsividade das várias versões de
relato do APSD; com a pontuação total e subescalas Cal e Unc do ICU-VA e do ICU-VE;
com as subescalas Narcisismo e CU do APSD-VA e do APSD-VE; e, a pontuação total e
(sub)dimensões GM (todas as subescalas exceto a L) , CU (as subescalas Cal e Rem) e II

251
(apenas a subescalas Imp) do YPI-CV. Relativamente às outras versões de relato apenas
existiram as seguintes associações inesperadas: a versão de autorrelato da EB-CVR
associou-se negativamente à dimensão CU do APSD-VA, à subdimensão Unc do ICU-
VE e subdimensão Une do ICU-VA; a versão de autorrelato da EB-CVR associou-se
positivamente com a a dimensão CU e as subdimensões Une e TS do YPI-CV; a versão
de relato pelos professores da EB-CVR associou-se negativamente à subdminesão Unc
do ICU-VA, à subdimensão CU do YPI-CV e à dimensão IMP do APSD-VP (apenas ao
nível de regressões), à pontuação total do ICU-VA e à subdimensão Cal do YPI-CV.

Relativamente à associação com as subescalas da PANAS-CV, do BFQ-CV e das


BIS/BAS-CV em conformidade com as hipóteses colocadas a EB-CVR associou-se
positivamente com a Emocionalidade Positiva (, com a exceção das associações
estatisticamente não significativas entre a EB-CVRA e PANAS-CVP e apenas ao nível
correlacional entre a EB-CVRP e a PANAS-CVE), a Energia/Extroversão (, com exceção
da associação entre a EB-CVRP e o BFQ-CVE), o Intelecto/Abertura à Experiência (,
com exceção das associações positivas estatisticamente significativas entre as versões de
relato pelos encarregados de educação e as versões de relato pelos professores) e o
Sistema de Ativação Comportamental (, com exceção da associação da EB-CVRE com a
VA e VE das BIS/BAS-C). E, associou-se negativamente com: a Emocionalidade
Negativa (, com exceção da associação da versões de relato pelos professores com as
outras versões de relato), o Medo (, com exceção da associação da versões de relato pelos
professores com as outras versões de relato), o Preocupado (, com exceção das
associações da EB-CVRA com as outras versões de relato do BFQ-C e das associações
da EB-CVRP com as outras versões de relato da BFQ-C), a Instabilidade Emocional
(apenas entre as versões respetivas de relato e no caso da EB-CVRE com todas as versões
de relato da BFQ-C) e o Sistema de Inibição Comportamental (apenas entre as versões
respetivas de relato). Contrariamente ao esperado não houve associações negativas entre
a EB-CVR e a Agradabilidade. E, a versão de relato pelos encarregados de educação da
EBC-CVR associou-se positivamente à Agradabilidade da VA e VE do BFQ-C. Além
disso, de modo geral houve associações positivas entre a EB-CVR e a Conscienciosidade
(com exceção das associações entre: a EB-CVRA e a BFQ-CVP; a EB-CVRE e a BFQ-
CVP: e a EB-CVRP e o BFQ-VE).

252
6.2. Vantagens e limitações do presente estudo e direções futuras da investigação

Algumas limitações do presente estudo terão de ser ultrapassadas em estudos


futuros. Outros estudos devem procurar aprofundar o processo de validação da EB-CV
ao estudar a sua relação com outros conceitos importantes na rede nomológica da
boldness, tais como as psicopatologias de internalização (a ansiedade, a depressão, o
stress, as fobias, o desespero), o narcisismo, a procura de sensações fortes e de aventura
e a dominância social. Foram utilizados instrumentos de avaliação de traços psicopáticos
(o APSD, o ICU e o YPI-CV) aplicados extensivamente na investigação e com evidência
empírica das suas caraterísticas psicométricas (e.g., Kotler & McMahon, 2010). Apesar
destes serem os instrumentos mais adequados a aplicar seria interessente no futuro estudar
a relação entre a EB-CV e outras medidas de traços psicopáticos, designadamente com a
CPS, a escala IC e o CPTI. Outra limitação do estudo foi a utilização de medidas validadas
pela primeira vez para o contexto português. Apesar disso os resultados da avaliação das
suas caraterísticas psicométricas estão em conformidade com evidência empírica anterior
destas e relacionaram-se do modo esperado entre si (e.g., Barbaranelli et al., 2003; Kotler
& McMahon, 2010; Laurent et al., 1999; Muris et al., 2005a/b). Em segundo lugar, a
variação elevada dos valores de traços psicopáticos e das outras medidas na amostra, que
estão de acordo com evidência empírica anterior (e.g., Barbaranelli et al., 2003; Pechorro
et al., 2012, 2013, 2016a; Laurent et al., 1999; Muris et al., 2005a/b; van Baardewijk et
al., 2008, 2011) constitui outra vantagem deste estudo. O presente estudo apenas utilizou
questionários como medidas de avaliação das variáveis alvo de estudo. Uma vantagem
importante do presente estudo é que a EB-CV foi validada utilizando várias fontes de
informação no preenchimento dos questionários – próprio, encarregados de educação e
professores -, mas a validação futura da EB-CV iria beneficiar da utilização de outras
medidas de avaliação para além dos questionários, designadamente a entrevista, a análise
documental, a observação natural e paradigmas experimentais em combinação com
medidas de critério objetivas, independentes das caraterísticas dos avaliados e dos
avaliadores, nomeadamente medidas neuropsicofisiológicas (ritmo cardíaco, condutância
elétrica da pele, atividade facial eletromiográfica, pestanejo dos olhos e potenciais
relacionados com eventos), como por exemplo um paradigma experimental de
condicionamento aversivo adaptado a crianças ou uma tarefa laboratorial de
processamento de estímulos afetivos, que utilizaria como índices de respostas fisiológicas
a condutância elétrica da pele e reflexos modulares oculares. Uma vantagem deste estudo

253
concerne com a aleatorização da ordem de administração dos questionários. Assim,
diminuiu a possibilidade de a fatiga influenciar o preenchimento dos questionários que
estivessem distribuídos em último no protocolo. A desajabilidade social não foi
controlada no presente estudo. Um follow-up desta amostra para avaliar os resultados a
longo prazo é claramente necessário. A EB-CV foi validade numa amostra escolar
portuguesa de crianças com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos. Ser um estudo
realizado numa população escolar possibilita o estudo do desenvolvimento normal destes
traços, bem como permite a avaliação destes traços precocemente em crianças. É
necessário a investigação futura analisar as caraterísticas psicométricas da EB-CV em
amostras clínicas, de risco elevado e noutros países e contextos culturais, bem como
adaptar o instrumento a outras faixas etárias na infância e na adolescência. Uma parte da
população alvo deste estudo não participou. É possível que estas crianças difiram da
presente amostra nas variáveis alvo de estudo, ou que se encontrariam resultados
diferentes se estas estivessem presentes. Também há a possibilidade de as crianças com
valores elevados de traços psicopáticos estejam sobrepresentadas nos não participantes.
É também provável que a sua inclusão no estudo o fortalecesse em vez de enfraquecer os
resultados. Todos os dados provêm da aplicação da forma longa da EB-CV. Tornasse,
assim, importante que os estudos futuros apliquem ambas as versões para conhecer a
verdadeira sobreposição entre ambas e a relação com as variáveis de interesse. Uma
versão reduzida da EB-CV poderá ser útil em investigações futuras com amostras de
grandes dimensões e multivariadas ou com recursos financeiros limitados.

7. Conclusão

Concluindo, a EB-CV tem um caráter inovador na medida em que é o primeiro


instrumento a ser desenvolvido originalmente com o objetivo de avaliar a boldness na
infância. O presente estudo forneceu apoio à fiabilidade e à validade das versões de
autorrelato, relato pelos encarregados de educação e relato pelos professores da EB-CV
numa amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos. Mais
especificamente, os resultados apoiaram uma convergência e uma divergência de forma
consistente ao nível teórico e empírico da EB-CV em relação aos traços psicopáticos, às
dimensões da personalidade, à emocionalidade positiva e negativa e às diferenças
individuais quanto à sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao
comportamento e ao afeto. O estudo para além de evidenciar a presença de traços de
ajustamento positivo do domínio interpessoal da psicopatia em crianças, demonstrou que

254
estes traços manifestam-se e relacionam-se de forma semelhante na infância e na idade
adulta. O que corrobora a evidência crescente decorrente de estudos que avaliaram outros
traços psicopáticos na infância e na adolescência que espelharam os resultados da
avaliação destes na idade adulta (e.g., Andershed et al., 2002). Além disso, o presente
estudo apoiou o modelo dual dos processos etiológicos subjacente às componentes
triárquicas da psicopatia (Patrick et al., 2009) e replicou a evidência da psicopatia como
um conceito de natureza dimensional ao invés de uma entidade taxonomicamente
delimitada (Edens, Marcus, Lilienfeld, & Poythress, 2006; Hare, 2003). Assim,
destacando a necesidade de serem avaliadas as distintas dimensões desta na investigação
da psicopatia, incluindo os seus traços interpessoais de ajustamento positivo. Os
resultados foram consistentes com a hipótese de que a representação da boldness nos
instrumentos que avaliam os traços psicopáticos em crianças é nula (o APSD e o ICU) ou
limitada (o YPI-CV). O desenvolvimento de um instrumento de avaliação da boldness
como a EB-CV ultrapassa esta lacuna na operacionalização deste tipo de traços
psicopáticos na infância. O desenvolvimento de medidas de boldness na infância é crucial
tendo em consideração debates atuais relativamente à importância da boldness na
concetualização da psicopatia (Lilienfeld et al., 2012; Marcus et al., 2013; Miller &
Lynam, 2012; Patrick & Drislane, 2014) e o papel desta na distinção da psicopatia do
diagnóstico de personalidade antissocial (Venables, Hall, & Patrick, 2014) e de
psicopatologias de externalização (Krueger, 1999; Patrick et al., 2013), que estão
associadas frequentemente à emocionalidade negativa e a psicopatologias de
internalização comórbidas (Krueger, 1999; Patrick, Kramer, Krueger, & Markon, 2013).
Este estudo apoiou a associação destas caraterísticas a índices do funcionamento
adaptativo, que é consistente com a definição de Cleckley (1950) da psicopatia como a
presença de uma desviância comportamental mascarada com a aparência de saúde mental
robusta. A avaliação dos traços de ajustamento positivo da psicopatia na infância irá
permitir adquirir conhecimento sobre as manifestações precoces e a etiologia destes
traços, bem como testar teorias sobre os processos etiológicos distintos subjacentes ao
desenvolvimento destes e dos outros traços psicopáticos (e.g, Patrick et al., 2009),
designadamente a interação entre fatores genéticos e ambientais neste, estudar as
manifestações criminais e não criminais da psicopatia, as distinções entre a psicopatia
primária e secundária (Karpman, 1941; Kimonis, Frick, Cauffman, Goldweber, & Skeem,
2012; Lee & Salekin, 2010; Lykken, 1957, 1995; Skeem, Johansson, Andershed, Kerr, &
Louden, 2007) e de sucesso e de insucesso (Hall & Benning, 2006), a investigação

255
desenvolvimental do papel dos défices do medo na formação da consciência na infância
(Kochanska, 1997) e, por fim, estudar o papel destes traços psicopáticos isoladamente e
em interação com os traços de outros domínios da psicopatia no comportamento
antissocial. Na investigação que aborda este tipo de questões a EB-CV poderá
desempenhar um papel fundamental como medida de traços psicopáticos de ajustamento
positivo em crianças. Esta investigação será uma etapa necessária ao desenvolvimento de
intervenções eficientes.

256
Capítulo III – Associação entre os traços psicopáticos e o comportamento
antissocial e agressivo na infância

1. Objetivos

Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre os traços psicopáticos e o
comportamento antissocial e agressivo na infância.

2. Hipóteses

Tendo em consideração o estado de arte da área de estudo e a concetualização da


psicopatia são colocadas as seguintes hipóteses:

Hipótese 1. Prevemos que os traços psicopáticos irão associar-se positivamente


ao comportamento agressivo na infância, particularmente irão associar-se de forma mais
intensa com a agressão proativa do que com a agressão reativa.

Hipótese 2. Prevemos que valores altos em todos os traços psicopáticos serão


associados à adoção de uma maior variedade de comportamentos antissociais ao longo da
vida e nos últimos 12 meses, a uma maior frequência de prática de comportamentos
antissociais nos últimos 12 meses e a um início mais precoce da prática do
comportamento antissocial na infância.

3. Metodologia

3.1. Amostra

O presente estudo utilizou a mesma amostra do estudo anterior, que se encontra


descrita na secção 4.1 do Capítulo II.

257
3.2. Instrumentos de avaliação

Os traços psicopáticos foram avaliados através da aplicação das seguintes


medidas: o YPI-CV, o APSD, o ICU e a EB-CV. Com exceção do YPI-CV que foi
preenchido apenas pelas crianças, os restantes instrumentos de avaliação foram
preenchidos pelas crianças, pelos seus professores e pelos seus encarregados de educação.
Os dados sociodemográficos dos participantes foram recolhidos através do
preenchimento do Questionário Sociodemográfico (QS) por estes e no caso dos alunos
preenchido por estes e pelos seus encarregados de educação. Estes instrumentos de
avaliação encontram-se descritos na secção 4.2. do Capítulo II.

3.2.1. Comportamento antissocial e agressivo

O comportamento agressivo e antissocial praticado pelas crianças foi avaliado


através dos seguintes questionários:

i) Adaptação a crianças da Self Reported of Offending (SRO; Earls, Brooks-


Gunn, Raudenbush, & Sampson, 2005), Questionário de Avaliação do
Comportamento Antissocial (QCA); e,
ii) Versão portuguesa da Aggressive Behavior Rating Scale (ABRS; Brown,
Atkins, Osborne, & Milnamow, 1996), Escala de Avaliação do
Comportamento Agressivo.

Foram utilizadas as versões dos questionários supracitados de autopreenchimento


pelas crianças, de preenchimento pelos seus encarregados de educação e professores.

3.2.1.1. QCA

O Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial (QCA) corresponde


a uma adaptação do SRO13 (Earls et al., 2005) à realidade social e capacidades linguísticas
desta faixa etária. Este é um instrumento de avaliação que mede o envolvimento de
crianças na adoção de comportamentos antissociais. Este pode ser preenchido pelo
próprio, pelos seus pais/guardiões e professores. Relativamente a cada um dos
comportamentos os alunos (os encarregados de educação ou os professores) são

13
O SRO avalia o envolvimento na adoção de comportamentos antissociais e as consequências legais deste através de
entrevistas realizadas pessoalmente ou por telefone dos pais/guardões e das crianças/adolescentes. Este foi adaptado a
partir do Self-Report of Delinquency Questionnaire (Huizinga, Esbenson, & Weihar, 1991) e do Self-Report of
Antisocial Behavior Questionnaire (Loeber, Stouthamer-Loeber, Van Kammen, & Farrington, 1989) de modo a incluir
as idades a partir dos sete anos até à idade adulta, no âmbito do Project on Human Development in Chicago
Neighborhoods (PHDCN).

258
questionados se já o praticaram alguma vez (se o educando ou aluno já o praticou alguma
vez; 1ª questão). No caso de o terem praticado é solicitado aos alunos (aos encarregados
de educação ou aos professores) para indicarem a idade que tinham quando o praticaram
pela primeira vez (2ª questão), se o praticaram este ano (3ª questão), e quantas vezes o
fizeram este ano (4ª questão). Além destas questões, relativamente à agressão física (item
22) é pedido para indicarem quem agrediram (pai, mãe, irmão, professor(a), colega ou
amigo ou indicar outra pessoa). Nos maus tratos a animais (item 34) é pedido para
indicarem que tipo de animal maltrataram ou feriram, de forma a excluir respostas que
incluam animais como insetos ou aranhas. No furto (item 37) é solicitado para indicarem
o lugar onde furtaram (casa, carro, escola ou indicar outro lugar). Os itens da versão de
autorrelato do QCA(-VA) encontram-se descritos no Anexo 11. O conteúdo dos itens das
suas versões de relato pelos professores (QCA-VP) e de relato pelos encarregados de
educação (QCA-VE) é igual ao da sua versão de autorrelato, mas formulado na terceira
pessoa. O questionário é composto por quatro escalas:
a) Escala de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, que mede o número de
comportamentos antissociais praticados pelas crianças ao longo da vida. As
pontuações (0 = Não praticou o ato delinquente; 1 = Praticou o ato delinquente)
da primeira questão dos itens foram somadas para obter a pontuação total desta
escala;
b) Idade de Início do Comportamento Antissocial, que avalia a idade menor relatada
da prática de qualquer comportamento antissocial. Esta escala é obtida pela
inclusão da idade menor relatada à segunda questão14 aos itens, no caso de terem
praticado algum dos comportamentos;
c) Escala de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses, que mede o número
de comportamentos antissociais praticados pelas crianças nos últimos 12 meses.
As pontuações (0 = Não praticou o ato delinquente; 1 = Praticou o ato delinquente)
da terceira questão15 dos itens foram somadas para obter a pontuação total desta
escala;
d) Escala de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses, que
avalia a frequência com que as crianças praticaram os vários comportamentos

14
Relativamente aos itens 22, 34 e 37 a idade é avaliada na terceira questão.
15
Relativamente aos itens 22, 34 e 37 o número de comportamentos antissociais praticados nos últimos 12
meses é avaliado na quarta questão.

259
antissociais nos últimos 12 meses. A pontuação desta escala foi obtida pela soma
das respostas dadas à quarta questão16 dos itens.

Os índices de consistência interna das escalas das versões de relato do QCA são
apresentados na Tabela 83 (ver Anexo 13). A consistência interna das escalas do QCA-
VA avaliada pelo índice α foi: boa para as escalas de Comportamento Antissocial ao
Longo da Vida e nos Últimos 12 meses; e, inaceitável para a Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses. Todas as escalas do QCA-VA
apresentaram valores desadequados de MCITC e de MIC em todas as versões. A
consistência interna das escalas do QCA-VE avaliada pelo índice α foi: boa para a escala
de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; razoável para a escala de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; e, inaceitável para a Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses. Os valores de MCIT foram
desadequados para todas as escalas do QCA-VE. Apenas a escala Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VE apresentou valores
adequados de MIC. A consistência interna das escalas do QCA-VP avaliada pelo índice
α foi: excelente para as escalas de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida e nos
Últimos 12 meses; e, razoável para a escala de Frequência de Comportamento Antissocial
nos Últimos 12 meses. As escalas do QCA-VP apresentaram valores adequados de MIC
e de MCITC, com exceção da escala de Frequência de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses. Na Tabelas 116 (ver Anexo 21) são apresentadas as intercorrelações
das (sub)escalas do QCA-VA, do QCA-VE e do QCA-VP, respetivamente. As escalas de
Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses e a sua Frequência
nos Últimos 12 meses intercorrelacionaram-se positivamente e de forma forte. A
correlações entre as escalas Idade de Início do Comportamento Antissocial e
Comportamento Antissocial ao Longo da Vida foram negativas, cuja intensidade foi
moderada para os autorrelatos e relatos pelos encarregados de educação e fraca para os
relatos pelos professores. A escala Idade de Início do Comportamento Antissocial não se
correlacionou com as outras escalas para as várias versões de relato do QCA, com exceção
da correlação negativa e fraca entre esta e a Frequência de Comportamento Antissocial
nos Últimos 12 meses do QCA-VE. Na Tabela 84 (Anexo 13) são apresentadas as
correlações entre as várias fontes de informação do QCA. Relativamente às correlações

16
Relativamente aos itens 22, 34 e 37 a frequência de comportamentos antissociais praticados nos últimos
12 meses é avaliado na quinta questão.

260
entre as versões de autorrelato e de relato pelos encarregados de educação do QCA, as
correlações entre as escalas foram positivas e de modo geral moderadas e apenas para as
escalas de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida foram fortes. As correlações
entre as escalas das versões de autorrelato e de relato pelos professores do QCA foram:
estatisticamente não significativas entre as escalas de Idade de Início do Comportamento
Antissocial; positivas e moderadas entre as escalas de Comportamento Antissocial ao
Longo da Vida e nos Últimos 12 meses; e, positivas e fracas entre as escalas de Frequência
de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses. Relativamente às correlações entre
as versões de de relato pelos encarregados e pelos professores, apenas houve correlações
estatisticamente significativas e positivas entre as escalas Comportamento Antissocial ao
Longo da Vida (moderada) e nos Últimos 12 meses (fraca). NaTabela 84 (Anexo 13)
também são apresentados os ICCs para a concordância absoluta entre as várias fontes de
informação do QCA. Os ICCs sugerem uma concordância: fraca a razoável entre os
autorrelatos e os relatos pelos encarregados de educação das escalas do Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12 meses, e entre os relatos pelos
encarregados de educação e pelos professores da escala Frequência de Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses; e, fraca entre os relatos pelos professores e os outros
relatos das escalas de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12
meses, e entre os autorrelatos e os relatos pelos encarregados de educação da escala de
Idade de Início de Comportamento Antissocial. E, não houve concordância entre os
autorrelatos e os outros relatos da escala Frequência de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses, bem como entre os relatos pelos professores e os outros relatos da
escala Idade de Início de Comportamento Antissocial.

3.2.1.2. ABRS

A ABRS (Brown et al., 1996) corresponde a um questionário que avalia a


frequência da prática do comportamento agressivo, particularmente os seus dois subtipos:
a agressão reativa e a agressão proactiva, por crianças, a frequentarem o 3º ao 5º anos de
escolaridade. É composto por 16 itens agrupados em duas subescalas: a escala da
Agressão Reativa (Reactive Agrression; AR; seis itens); e, a escala da Agressão Proativa
(Proactive Agrression; AP; dez itens). Para cada item é pedido ao aluno (ao encarregado
de educação ou professor) que indique com que frequência adotou o comportamento (o
seu educando ou o seu aluno adotou o comportamento) descrito na afirmação numa escala
de Likert de 3 valores (0 = Nunca; 1 = Às vezes; 2 = Muitas vezes). O questionário original

261
foi construído para ser preenchido pelos professores das crianças. De forma semelhante
a outros estudos (e.g., Frick et al., 2003a) as afirmações formuladas na terceira pessoa
foram alteradas para a primeira pessoa, de modo a permitir o autorrelato. Os itens da
versão de autorrelato (ABRS-VA) encontram-se descritos no Anexo 10. O conteúdo dos
itens das versões de relato pelos encarregados de educação (ABRS-VE) e de relato pelos
professores (ABRS-VP) da ABRS é igual ao da sua versão de autorrelato, mas formulado
na terceira pessoa.

A ABRS-VP foi desenvolvida por Brown e colegas (1996) numa amostra escolar
de crianças do género masculino que frequentavam o 3º ao 5º anos nos Estados Unidos a
partir de itens antissociais derivados de uma revisão de escalas existentes (Dodge & Coie,
1987; Loeber & Schmaling, 1985; Stott, McDermott, & Marston, 1987). A Análise de
Componentes Principais com rotação oblíqua (Promax) destes itens revelou uma estrutura
de dois fatores independentes – AR e AP e a exclusão de 5 itens. As subescalas AR e AP
apresentaram uma excelente consistência interna avaliada pelo índice α (.92 e .94,
respetivamente) e intercorrelações fortes. E, associaram-se ao estatuto social avaliado
pelos pares negativo e detenções escolares por comportamento antissocial, quando
controlado o ano escolar e a outra subescala de agressão apenas se manteve
estatisticamente significativa a associação da subescala AR com as detenções escolares.
Estes resultados de acordo com os autores apoiam a independência das subescalas (Brown
et al., 1996). Existe evidência da fiabilidade e validade do instrumento (Colins et al.,
2017a; Frick et al., 2003a).

No presente estudo o modelo de dois fatores independentes da ABRS proposto


por Brown e colegas (1996) apresentou má qualidade de ajustamento aos dados. Na
secção 4.1 deste capítulo está descrito de forma mais pormenorizada a análise da estrutura
fatorial da ABRS. Os índices de consistência interna das escalas das versões de relato da
ABRS são apresentados na Tabela 83 (ver Anexo 13). Na ABRS-VA, a consistência
interna avaliada pelo índice α foi: fraca para a escala total e a subescala AP; e, inaceitável
para a escala AR. A consistência interna avaliada pelo índice ω da ABRS-VA foi: bom
para a escala total e a subescala AP; e, razoável para a escala AR. Na ABRS-VE, a
consistência interna avaliada pelo índice α foi: bom para a escala total; e, razoável para
as subescalas AP e AR. Na ABRS-VP, a consistência interna avaliada pelo índice α foi:
excelente para as escala total e subescala AP; e, bom para a subescala AR. A escala total
e as subescalas apresentaram valores adequados de MCITC em todas as versões, com

262
exceção da subescala AR do ABRS-VA e da ABRS-VP. As intercorrelações entre as
(sub)escalas de cada uma das versões de relato da ABRS foram positivas e fortes, com
exceção da intercorrelação entre as subescalas AP e AR da ABRS-VA que foi moderada
(ver Tabela 115 no Anexo 21). Na Tabela 84 (Anexo 13) são apresentadas as correlações
entre as várias fontes de informação da ABRS. As correlações entre a escala total e as
subescalas foram positivas e fracas, com exceção da correlação positiva e moderada entre
as escalas totais da ABRS-VE e da ABRS-VP. A correlação entre as subescalas AR da
ABRS-VA e da ABRS-VA foi a única correlação estatisticamente não significativa. Na
Tabela 84 (Anexo 13) também são apresentados os ICCs para a concordância absoluta
entre as várias fontes de informação da ABRS. Os ICCs não sugerem concordância entre
os relatos das várias fontes de informação, com exceção da concordância fraca entre as
escalas totais da ABRS-VE e ABRS-VP. Por fim, as escalas da ABRS associaram-se, por
um lado, positivamente e de forma fraca a forte às respetivas versões de relato das
(sub)escala(s) de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, nos Últimos 12 meses
e a sua Frequência nos Últimos 12 meses do QCA e, por outro lado, negativamente e de
forma fraca à Idade de Início do Comportamento Antissocial apenas entre as versões de
autorrelato e de relato pelos encarregados de educação. As associações positivas das
escalas da ABRS com as escalas de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, nos
Últimos 12 meses e a sua Frequência nos Últimos 12 meses do QCA também se
evidenciaram de modo geral entre versões de relato distintas, mas não houve associações
de modo geral entre as escalas da ABRS e a Idade de Início do Comportamento
Antissocial entre versões de relato distintas (ver Tabela Tabela 123, Anexo 23).

A subescala AR foi obtida através da soma das pontuações (0, 1 e 2) dos seguintes
itens - 1, 4, 7, 9, 12 e 14. A subescala AP foi formada pela soma das pontuações dos
seguintes itens - 2, 3, 5, 6, 8, 10, 11, 13, 15 e 16. As pontuações destas subescalas foram
somadas para se obter as pontuações totais da prática do comportamento agressivo, cujas
pontuações mais elevadas são indicadores de uma maior frequência da prática deste tipo
de comportamento.

3.2.2. Tradução e adaptação ao contexto português

Foi traduzido e adaptado para o contexto português, entre julho de 2016 e outubro
de 2016, a ABRS (Brown et al., 1996), com o intuito de ser utilizada como medida de
autopreenchimento por crianças, pelos seus encarregados de educação e pelos seus

263
professores da agressão reativa e proativa praticada por crianças. A tradução e adaptação
para o contexto português da escala seguiu os procedimentos habituais 17 (e.g., Byrne,
2016; Hill & Hill, 2012; van Widenfelt et al., 2005), designadamente:

a) Tradução: Foi realizado um pedido de autorização de tradução do instrumento


de avaliação ao seu autor principal, Mark S. Aktins, em 3 de julho de 2016. Os
instrumentos foram traduzidos de inglês para português por dois tradutores
independentes. As diferenças entre as versões foram resolvidas por um terceiro
elemento. O questionário original foi construído para ser preenchido pelos
professores das crianças. De forma semelhante a outros estudos (e.g., Frick,
Cornell, Barry, Bodin, & Dane, 2003) as afirmações formuladas na terceira
pessoa foram alteradas para a primeira pessoa, de modo a possibilitar o
autorrelato pelas crianças;
b) Reflexão falada18: A versão provisória da ABRS foi aplicada a 10 crianças com
8.90 anos de idade média (DP = 1.37), de ambos os sexos (70% do sexo
masculino), com nacionalidade e língua materna portuguesa, residentes na
região do Grande Porto, nos centros de estudos de Matosinhos Lápis Azul e
Academia Morangos de Matosinhos. Sendo efetuada uma reflexão falada que
avaliou a interpretação dos itens, das instruções, da escala de resposta e do
formato dos instrumentos. Esta seguiu os procedimentos descritos na secção 2.2
do Capítulo II e também foi acompanhada de uma grelha (ver Anexo 1) para a
investigadora anotar a informação relevante desta. Foi efetuada uma análise
estatística descritiva dos dados demográficos dos participantes e da
interpretação dos itens com o IBM SPSS 22. Foram identificados alguns itens
desadequados às capacidades linguísticas desta faixa etária. Estes foram
simplificados e reformulados de forma a manterem o conteúdo original e
adequarem-se às capacidades linguísticas desta faixa etária. Isto conduziu a uma
nova versão portuguesa da escala;

17
Participaram nos procedimentos de tradução a autora principal da presente dissertação, os investigadores
Pedro Almeida e Fernando Ferreira-Santos, a tradutora Filipa Seixas, a professora e escritora Luzia Fontes
e os autores das medidas.
18
As reflexões faladas foram conduzidas pela autora da presente tese de dissertação.

264
c) Retroversão: Foi efetuada uma retroversão para inglês da versão portuguesa da
ABRS por um quarto elemento;
d) A retroversão da versão portuguesa da ABRS foi enviada para o seu autor
principal, que indicou algumas alterações. A retroversão da revisão da versão
portuguesa, que foi realizada tendo em consideração as alterações sugeridas, foi
aceite pelo autor principal.

O processo conduziu à versão final portuguesa da ABRS: a Escala de Avaliação


do Comportamento Agressivo.

3.2.3. Adaptação à faixa etária

O SRO (Earls et al., 2005) foi adaptado às capacidades linguísticas e à realidade


social de crianças com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos, entre julho e agosto de
2016, compreendendo as seguintes etapas:

a) Seleção das variáveis que são alvo de estudo;


b) Exclusão de comportamentos inadequados à idade: Os itens que abrangiam este
tipo de comportamentos foram identificados pela investigadora, familiares e
indivíduos com experiência profissional com esta faixa etária;
c) Tradução de itens seguindo procedimentos supracitados e formulação de
afirmações na terceira pessoa, de modo a possibilitar o relato pelos
encarregados de educação e professores;
d) Inclusão de outros comportamentos antissociais adequados à realidade social
atual das crianças através do procedimento supracitado;
e) Reflexão falada19: A versão provisória do SRO foi aplicada a crianças de modo
a avaliar se o conteúdo e formato do questionário era adequado às capacidades
linguísticas da faixa etária alvo. Esta foi conduzida numa amostra de 13 crianças
com 9.20 anos de idade média (DP = 1.47), de ambos os sexos (50% do sexo
masculino), com nacionalidade e língua materna portuguesa, residentes na
região do Grande Porto, na comunidade e nos centros de estudos de Matosinhos
Lápis Azul e Academia Morangos de Matosinhos. Esta seguiu os procedimentos
descritos na secção 2.2 do Capítulo II e também foi acompanhada de uma grelha

19
Os procedimentos de adaptação, incluindo as reflexões faladas, foram conduzidos pela autora da presente
tese de dissertação.

265
(ver Anexo 1) para a investigadora anotar a informação relevante desta. Foi
efetuada uma análise estatística descritiva dos dados demográficos dos
participantes e da interpretação dos itens com o Excel 2015. O formato do
questionário e o vocabulário de alguns itens foram alterados e simplificados,
conduzindo a uma versão final do SRO adaptada ao nível desenvolvimental e
ao contexto social da faixa etária alvo de estudo.

O processo conduziu à versão final portuguesa do SRO: o Questionário de


Avaliação do Comportamento Antissocial (QCA).

3.3. Procedimentos

Os procedimentos do presente estudo encontram-se descritos na secção 4.3. do


Capítulo II.

3.4. Análise estatística

Nesta secção serão descritos os procedimentos realizados de análise estatística dos


dados. Previamente ao tratamento estatístico dos dados, estes foram inseridos no Excel
2017. Posteriormente à inserção de dados foi revisto cada questionário de forma a detetar
e corrigir erros de inserção.

O padrão dos dados omissos foi analisado através da técnica estatística Little´s
Missing Completely at Random test (Little´s MCAR test; Little, 1988) em cada versão de
relato das escalas da ABRS. Se o Little´s MCAR test for estatisticamente significativo (p
≤ .05) existe um padrão na distribuição dos dados omissos. Caso contrário (p > .05) os
dados omissos distribuíssem de forma completamente aleatória. Apenas foram
identificados dados omissos nas escalas das versões de autorrelato (n = 8; χ2(4) = .158, p
= .997) e de relato pelos encarregados de educação (n = 12; χ2(20) = 12.27, p = .907). Os
dados omissos estavam distribuídos de forma completamente aleatória. Sendo assim,
estes foram estimados por escala utilizando o tratamento de dados omissos EM algorithm
(Dempster et al., 1977). Relativamente ao QCA, não havia dados omissos nas escalas de
Escala de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12 meses. Foram
excluídos indivíduos da análise dos autorrelatos (n = 18), relatos pelos encarregados de

266
educação (n = 114) e relatos pelos professores (n = 19) da escala de Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses por não terem respondido pelo menos
uma vez a esta pergunta e/ou por terem respondido incorretamente com os seguintes
rótulos: “muitas”, “várias”, “algumas”, “sem conta”, “sempre”, “poucas”, “demasiadas
vezes” “1+”, “3+” e “5+”. Também foram excluídos análise dos autorrelatos (n = 27),
relatos pelos encarregados de educação (n = 65) e relatos pelos professores (n = 11) da
escala Idade de Início do Comportamento Antissocial, uma vez que não responderam pelo
menos uma vez a esta pergunta.

Foram realizados procedimentos de análise de estatística descritiva das


caraterísticas sociodemográficas dos participantes e das (sub)escalas dos questionários.
Foram calculados a média, o desvio-padrão, a amplitude dos valores, a curtose e a
assimetria das variáveis escalares. Foram calculadas a frequência relativa e a frequência
absoluta das variáveis nominais e ordinais. As variáveis escalares foram submetidas a um
teste estatístico de normalidade Kolmogorov-Smirnov (n ≥ 30) e Shapiro-Wilk (n < 30) e
também foram observados os histogramas e gráficos de normalidade. As variáveis
seguem uma distribuição normal quando p-value > .05. As distribuições de todas as
variáveis de comportamento antissocial do QCA, com exceção da idade de início,
apresentavam enviesamento positivo ou eram assimétricas à direita, isto é, as
distribuições destas variáveis concentravam-se no lado esquerdo com longa cauda à
direita. Este tipo de distribuição é comum em amostras derivadas da população geral que
são caraterizadas de modo geral por níveis baixos de sintomas de problemas de
externalização (van Baardewijk et al., 2011). Sendo assim, foram conduzidas
transformações square root e Log 1020 (logarithm 10) destas variáveis. Foram escolhidas
as transformações square root, uma vez que independentemente destas não terem
produzido a distribuição normal das variáveis e estas ainda serem enviesadas, foi a função
que adequou melhor as distribuições das variáveis às assunções de normalidade para a
realização dos testes paramétricos, nos quais os seguintes valores de coeficientes de
achatamento ou de curtse – sk > 3 ou ku > 10 – são problemáticos em análises de modelos
lineares (regressão linear). Então, antes de realizar as seguintes análises estatísticas foram
realizadas transformações square root a todas as escalas de comportamento antissocial
do QCA exceto à idade de início. A análise estatística descritiva e de fiabilidade destas

20
Na transformação de variáveis Log 10 não se pode ter valores negativos ou zeros na distribuição. Sendo
assim, como as variáveis de comportamento antissocial assumiam valores iguais a zero, foi adicionado uma
constante (um valor) a todas as variáveis.

267
escalas foram realizadas com as variáveis não transformadas.

A validade fatorial da ABRS foi avaliada por intermédio de uma Análise Fatorial
Confirmatória (AFC) recorrendo à matriz de correlações policóricas com estimação por
máxima verosimilhança (ML). Esta foi baseada nas correlações policóricas, uma vez que
a escala de resposta é inferior a quatro valores. A qualidade de ajustamento global dos
modelos fatoriais foi analisada de acordo com os seguintes índices e respetivos valores
de referência descritos na Tabela 4.1 de Marôco (2014, p.55): o chi-square/degrees of
freedom ratio (χ2/DF), o Comparative Fit Index (CFI), o Goodness of Fit Index (GFI), o
Root Mean-Square Error of Approximation (RMSEA), p-value de RMSEA, os intervalos
de confiança a 90% para RMSEA, Akaike Information Criterion (AIC) e Modified
Expected Cross-Validation Index (MECVI). Os seguintes valores dos índices indicam um
ajustamento: a) mau - χ2/DF < 5, CFI/GFI < .8, e RMSEA > .10; b) sofrível - χ2/DF =
]2;5], CFI/GFI = [.8;.9[; c) bom - χ2/DF = ]1;2], CFI/GFI = [.9;.95[, e RMSEA = ].05;.10];
d) muito bom - χ2 ~ 1, CFI/GFI ≥ .95, e RMSEA ≤ .05. Valores não significativos de
RMSEA indicam um ajustamento adequado. A qualidade de ajustamento global do
modelo fatorial, que melhor se adequou aos dados, foi avaliada pelos pesos fatoriais
estandardizados (λ) e pela fiabilidade individual dos itens (R2). Foram estabelecidos os
valores mínimos de saturação dos itens nos fatores de .30 (Nunnally & Bernstein, 1994)
e de fiabilidade individual de itens de .25. A validade discriminante dos fatores foi
avaliada pela comparação da variância extraída média (VEM) com os quadrados da
correlação entre fatores. A validade convergente dos fatores foi analisada pela VEM
(adequada se VEM ≥ .50). A consistência interna dos fatores foi avaliada pela fiabilidade
compósita (FC; adequada = FC ≥ .70; Marôco, 2014). A fiabilidade compósita e a VEM
por cada fator foram avaliadas como descrito em Fornell e Larcker (1981). O ajustamento
do modelo, a existência de outliers e a normalidade das variáveis foram avaliados pelos
índices de modificação, a distância quadrada de Mahalanobis (D2) e os coeficientes de
assimetria (sk) e curtose (ku) uni- e multivariada, respetivamente. Os valores absolutos
de sk > |3| e ku > |10| são indicadores de violação extrema da normalidade (Kline, 2011).
O método de estimação de modelo ML exige o pressuposto que as variáveis apresentem
distribuição normal multivariada. As variáveis apresentaram valores sk e ku considerados
adequados para o pressuposto da normalidade.

A consistência interna das (sub)escalas da ABRS e do QCA foi avaliada por


intermédio dos seguintes índices de fiabilidade: o coeficiente alfa (α) de Cronbach, a

268
correlação média entre itens (mean interitem correlation, MIC), a correlação média item-
total corrigida (mean corrected item-to-total correlation, MCITC), e, apenas para a
ABRS o coeficiente omega (ω). Os seguintes valores de α indicam uma consistência: a)
inaceitável – α < .60; b) fraca: α = [.60; .70[; c) razoável – α = [.70; .80[; d) boa – α =
[.80; .90[; c) excelente – α ≥ .90 (Hill & Hill, 2012). Adotaram-se os valores
recomendados como adequados de MIC (= [.15; .50]; Clark & Watson, 1995), MCITC
(> .30; Nunnally & Bernstein, 1994) e ω (> .70). Contrariamente ao MIC e ω, o α é
dependente do número de itens da escala (Cortina, 1993). O ω são índices de fiabilidade
derivados do modelo, que diferentemente do α não assumem valores iguais dos pesos
fatoriais entre os itens e a variável latente nem que os dados são unidimensionais. O ω
reflete a variância sistemática atribuída a fatores comuns múltiplos (Rodriguez et al.,
2016). O coeficiente de correlação intraclasse (intraclass correlation coefficient, ICC) e
os seus intervalos de confiança a 95% para a concordância absoluta baseado num modelo
aleatório de uma via foi utilizado para avaliar a consistência das várias fontes de
informação (alunos, encarregados de educação e professores; inter-rater reliability) da
ABRS e do QCA. Os seguintes valores de ICC indicam uma fiabilidade: a) fraca: ICC <
.50; c) razoável – ICC = [.50; .75[; d) boa – α = [.75; .90[; c) excelente – α ≥ .90. Para
além do ICC foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson ou de Spearman para
calcular as correlações entre as escalas das várias fontes de informação dos outros
instrumentos de avaliação. O ICC apresenta a seguinte vantagem relativamente ao
coeficiente de correlação: além de avaliar a correlação entre as medidas, avalia a
concordância entre estas (Koo & Li, 2015).

Foram calculadas as intercorrelações entre as escalas da ABRS e do QCA, bem


como as associações entre as escalas provenientes das várias fontes de informação destes
instrumentos de avaliação, através do cálculo de correlações bivariadas de Spearman. As
associações entre as escalas da ABRS, do QCA e das medidas de psicopatia (EB–CV,
ICU, APSD e YPI–CV) foram analisadas através do cálculo de correlações bivariadas de
Spearman entre estas e de regressões lineares simples, nas quais a pontuação total da
psicopatia (EB–CV, APSD e YPI–CV) ou da sua dimensão CU (ICU) eram preditores
das escalas da ABRS e do QCA, bem como através de regressões lineares múltiplas, nas
quais as dimensões da psicopatia (EB–CV, APSD e YPI–CV) ou as suas subdimensões
CU (ICU) eram preditores das escalas da ABRS e do QCA, de modo a avaliar as
associações únicas das dimensões da psicopatia e subdimensões CU com o

269
comportamento agressivo e antissocial. Nas regressões lineares de traços psicopáticos
como preditores da agressão reativa ou proativa, foi introduzido como preditor a outra
forma de agressão com o intuito de controlar a variância partilhada entre as formas de
agressão e, assim, avaliar qual o tipo de agressão associado unicamente e mais
intensamente com os traços psicopáticos. A multicolinariedade foi avaliada em todos os
modelos de regressão e a Variance Inflation Factors nunca ultrapassou o valor 3
estabelecido como recomendável (Marôco, 2011). A intensidade das associações entre
variáveis foi interpretada pelos valores absolutos dos coeficientes de correlação
estabelecidos por Cohen (1988) da seguinte forma: fraca – r < |.30|; moderada – r =
[|.30|;|50|[; e forte – r ≥ |.50|. A direção das associações entre as variáveis foi interpretada
da seguinte forma: negativa – r < 0; e, positiva – r > 0.

As análises foram realizadas utilizando o IBM Statistical Package for the Social
Sciences Statistics (v. 24/25, IBM SPSS Inc, Chicago, IL), utilizando-se ocasionalmente
o plugin para o software R (Team, 2010). A extensão SPSSINC Hector foi utilizada no
cálculo do coeficiente de correlação policórica. As AFCs foram realizadas utilizando o
IBM SPSS AMOS (v. 24/25, IBM SPSS Inc, Chicago, IL). As matrizes de correlações
policóricas foram construídas no Microsoft Excel 2017. O ω foi obtido através do
software Omega (Watkins, 2013). Considerou-se para todas as análises uma
probabilidade de erro tipo I (α) de .05, uma vez que é o nivel de significância mais
commumente utilizado nas ciências sociais (e.g., Marôco, 2011).

270
4. Resultados

4.1. Validação da estrutura fatorial da ABRS

O modelo de dois fatores independentes da ABRS proposto por Brown e colegas


(1996) foi avaliado através da AFC para cada uma das versões de relato. As estimativas
dos parâmetros do modelo de dois fatores independentes das versões de relato da ABRS
são apresentadas na Tabela 111 (Anexo 20) em conjunto com os CITCs dos itens e o valor
α das escalas total e com a remoção de cada item.

Na ABRS-VA, o modelo estrutural apresentou má qualidade de ajustamento aos


dados (χ2 = 1660.47, p = .000; df = 104,; χ2/df = 15.97; RMSEA (90% I.C.) = .20 (.19 -
.21), p = .000; CFI = .63; GFI = .70). Os itens saturaram nos respetivos fatores e
apresentaram uma fiabilidade individual adequada. Os valores de FC dos fatores
Agressão Reativa (.77) e Agressão Proativa (.92) indicaram que estes apresentam uma
fiabilidade de construto apropriada. A validade convergente do fator Agressão Proativa
foi apoiada pelo seu valor VEM (.55). Contudo, o valor VEM do fator Agressão Reativa
(.37) foi desadequado não apoiando a validade convergente deste. Os itens apresentaram
de modo geral valores adequados de CITCs na escala total e nas subescalas de Agressão
Reativa e de Agressão Proativa, cujo α diminuiria ou manter-se-ia após a sua remoção
destas. Os seguintes itens apresentaram valores desadequados de CITCs: os itens 4 e 14
na escala da Agressão Reativa; os itens 3 e 10 na escala da Agressão Proativa; e, os itens
4 e 10 na escala total. Apenas a remoção dos itens 4 e 10 aumentaria o α da escala de
Agressão Reativa e da escala de Agressão Proativa, respetivamente, e no caso do item 10
também aumentaria o α da escala total.

Na ABRS-VE, o modelo estrutural apresentou má qualidade de ajustamento aos


dados (χ2 = 4565.23, p = .000; df = 104; χ2/df = 43.90; RMSEA (90% I.C.) = .33 (.32-
.34), p = .000; CFI = .39; GFI = .63). Os itens saturaram nos fatores Agressão Reativa e
Agressão Proativa. A fiabilidade individual dos itens foi adequada, com exceção do item
14 do fator Agressão Reativa. Os fatores Agressão Reativa (FC = .85) e Agressão Proativa
(FC = .90) apresentaram uma fiabilidade de construto adequada. Os valores VEMs dos
fatores foram muito próximos do adequado (.49). Todos os itens apresentaram valores
adequados de CITCs na escala total e nas subescalas de Agressão Reativa e de Agressão
Proativa, cujo α diminuiria ou manter-se-ia após a sua remoção destas.

271
Na ABRS-VP, o modelo estrutural apresentou má qualidade de ajustamento aos
dados (χ2 = 539.23, p = .000; df = 104; χ2/df = 5.19; RMSEA (90% I.C.) = .17 (.15-.17),
p = .000; CFI = .77; GFI = .74). Os itens saturaram nos respetivos fatores e apresentaram
uma fiabilidade individual adequada. Os fatores Agressão Reativa (FC = .89; VEM = .59)
e Agressão Proativa (FC = .93; VEM = .58) apresentaram uma fiabilidade de construto e
validade convergente adequadas. Todos os itens apresentaram valores adequados de
CITCs na escala total e nas subescalas de Agressão Reativa e de Agressão Proativa, cujo
α diminuiria ou manter-se-ia após a sua remoção destas.

4.2. Estatísticas descritivas

As estatísticas descritivas e os resultados do teste de normalidade das (sub)escalas


das medidas de traços psicopáticos e do comportamento agressivo e antissocial na
amostra final por fontes de informação são apresentados nas Tabelas 9 e 53,
respetivamente.

272
Tabela 53 Estatísticas descritivas das (sub)escalas da ABRS e do QCA na amostra final
Alunos Encarregados de educação Professores

M DP Min Max Est. n M DP Min Max Est. n M DP Min Max Est. n


ABRS
Total .52 1.17 0 8 .40*** 368 5.25 3.74 0 19 .11*** 397 6.09 6.53 0 29 .18*** 155
*** *** ***
Agressão Reativa .36 .78 0 4 .45 368 3.72 2.32 0 11 .11 397 3.25 2.90 0 11 .13 155
*** *** ***
Agressão Proativa .16 .65 0 5 .51 368 1.53 1.90 0 12 .22 397 2.85 3.90 0 18 .23 155
QCA
CA ao Longo da Vida 4.49 4.23 0 25 .16*** 368 3.53 3.51 0 22 .17*** 398 2.84 4.37 0 33 .26*** 155
*** *** ***
CA nos Últimos 12 meses 2.55 3.10 0 23 .23 368 2.36 2.87 0 22 .21 398 2.10 3.79 0 33 .29 155
Frequência de CA nos Últimos 1.31 27.51 0 395 .35*** 350 4.79 1.84 0 102 .33*** 284 4.74 9.10 0 43 .30*** 136
12 meses
Início do CA 7.14 2.12 1 12 .14*** 297 6.84 2.32 1 11 .10*** 263 7.48 1.77 3 10 .20*** 79
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; CA = Comportamento Antissocial; n = Dimensão da
amostra; M = Média; DP = Desvio-padrão; Min = Valor mínimo; Max = Valor máximo; Est. = Estatísticas do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov.

273
4.3. Relação entre os traços de personalidade psicopáticos e o comportamento
agressivo

4.3.1. APSD

As associações entre as escalas do APSD e da ABRS são apresentadas nas Tabelas


54, 55 e 56 para o APSD-VA, o APSD-VE e o APSD-VP, respetivamente.

As pontuações totais das várias versões de relato do APSD associaram-se


positivamente com as escalas de todas as versões de relato da ABRS. A intensidade das
associações entre a pontuação total do APSD-VA e as escalas da ABRS foi moderada,
com exceção das associações fracas com a escala AR do ABRS-VA e VE. As pontuações
totais do APSD-VE e VP associaram-se fortemente com as escalas das respetivas versões
de relato da ABRS, enquanto as restantes associações foram de modo geral fracas. As
pontuações totais das várias versões de relato do APSD associaram-se mais fortemente à
subescala AP do que à subescala AR, com exceção da associação entre o APSD-VE e o
ABRS-VE e o APSD-VP e o ABRS-VA. Após o controlo do outro subtipo de agressão,
as seguintes associações deixaram de ser estatisticamente significativas: entre o APSD-
VA/VE e as subescalas AR e AP do ABRS-VP; entre o APSD-VE e a subescala AR do
ABRS-VA; do APSD-VP com as subescalas do ABRS-VE e a subescala AP do ABRS-
VA.

Relativamente às associações entre o APSD-VA e a ABRS-VA, as dimensões Nar


e Imp associaram-se de forma moderada a fraca às escalas da ABRS-VA, mas apenas
houve a contribuição da dimensão Nar na predição destas escalas independentemente das
formas de agressão. Ambas as dimensões Nar e Imp associaram-se positivamente e de
forma fraca às escalas da ABRS-VE, mesmo após o controlo da variância comum
partilhada pelas dimensões da psicopatia. Contudo após o controlo das respetivas formas
de agressão, apenas se manteve a associação da dimensão Imp com a subescala AP da
ABRS-VE. Ao nível da relação entre o APSD-VA e a ABRS-VP, as dimensões Nar e
Imp correlacionaram-se positivamente e de forma moderada com todas as escalas da
ABRS-VP e a dimensão CU apenas de correlacionou positivamente e de forma fraca com
a escala AP da ABRS-VE. Após o controlo da variância partilhada entre as dimensões da
psicopatia, a dimensão Nar associou-se unicamente à pontuação total e à escala AR da
ABRS-VP, enquanto a dimensão CU associou-se unicamente à escala AP da ABRS-VP
mesmo após o controlo do subtipo de agressão reativo. Estas associações foram positivas

274
e fracas. Após o controlo do subtipo de agressão proativo, a dimensão Nar deixou de estar
associada à escala AR da ABRS-VP.

Ao nível da relação entre o APSD-VE e a ABRS-VE, todas as dimensões


associaram-se positivamente com as escalas da ABRS-VE, com associações fortes para
as dimensões Nar e Imp e associações fracas a moderadas para a dimensão CU. Após o
controlo da variância partilhada das dimensões da psicopatia, a dimensão CU deixou de
estar associada à escala AR e a associação com as outras escalas da ABRS diminuiu
substancialmente de intensidade, enquanto as dimensões Nar e Imp associaram-se de
forma moderada a forte com as escalas da ABRS, com maior contribuição da dimensão
Nar, mesmo após o controlo dos subtipos de agressão respetivos. Ao nível da relação
entre o APSD-VE e a ABRS-VA, as dimensões Nar e Imp também se associaram
positivamente às escalas da ABRS, mas de forma fraca, e a dimensão CU associou-se
apenas de forma fraca à subescala AP. Relativamente à relação do APSD-VE com a
ABRS-VP, a dimensão Nar associou-se positivamente e de forma fraca a todas as escalas
e a dimensão CU associou-se positivamente e de forma fraca à escala AP. Contudo,
nenhuma das dimensões do APSD-VE contribuiu unicamente para a predição das escalas
da ABRS-VA e VP, com exceção da associação única positiva e fraca da dimensão CU
do APSD-VE com a subescala AP da ABRS-VA, que deixou de ser estatisticamente
significativa após o controlo da agressão reativa.

Relativamente às associações entre o APSD-VP e a ABRS-VP, todas as


dimensões se associaram positivamente e de forma forte com as escalas da ABRS, com
maior intensidade para a dimensão Nar. Após o controlo da variância comum entre as
dimensões da psicopatia, as dimensões Nar e Imp associaram-se positivamente e de forma
moderada a estas escalas, mesmo após o controlo das respetivas formas de agressão, com
maior contribuição para a dimensão Nar. Enquanto a dimensão CU deixou de estar
associada à escala AR e a sua associação com as outras escalas da ABRS foi fraca. A
dimensão CU continuou a associar-se com a subescala AP mesmo após o controlo da
agressão reativa. Relativamente às associações entre o APSD-VP e a ABRS-VA, todas
as dimensões associaram-se à pontuação total, as dimensões CU e Imp associaram-se à
escala AR e as dimensões Nar e dimensão Imp associou-se com a escala AP. Estas
associações foram positivas e fracas. Contudo, nenhuma das dimensões contribuiu
unicamente para a predição das escalas da ABRS-VA. Ao nível da relação do APSD-VP
com a ABRS-VE, todas as dimensões associaram-se positivamente às escalas da ABRS,

275
com exceção da associação não estatisticamente significativa entre a dimensão CU e a
escala AP. A intensidade das associações foi fraca para as dimensões CU e Nar, enquanto
a dimensão Imp associou-se moderadamente à pontuação total e à escala AP e de forma
fraca à escala AR. Após o controlo da variância partilhada entre as dimensões, apenas se
mantiveram estatisticamente significativas as associações da dimensão Imp com a
pontuação total e a escala AP, mesmo após o controlo da agressão reativa.

276
Tabela 54 Relação entre as escalas do APSD-VA e da ABRS: Correlações e análises de regressão
APSD-VA
Total Nar CU Imp
r B EP β β1 R 2
r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .33*** .09 .01 .37*** .13 .39*** .19 .03 .40*** .01 .00 .03 .00 .29*** .03 .03 .05 .18
AR .25*** .05 .01 .29*** .20*** .08 .31*** .12 .02 .35*** .28*** .01 .00 .02 -.01 -.01 .20*** .00 .02 .00 -.02 .13
*** *** *** *** *** ** ***
AP .33 .04 .01 .31 .23 .10 .37 .08 .02 .29 .20 .02 .00 .01 .01 .01 .31 .03 .02 .10 .10 .13
ABRS-VE
(n = 306)
Total .34*** .28 .04 .35*** .12 .29*** .27 .10 .17** .12* .16 .09 .10 .25*** .40 .12 .22** .13
*** *** * *** * *** **
AR .29 .15 .03 .28 .11 .08 .26 .16 .07 .16 .09 .08 .05 .06 .05 -.02 .25 .21 .08 .18 .07 .09
*** *** *** *** * ** * * *** ** *
AP .33 .14 .02 .33 .19 .11 .25 .11 .05 .14 .06 .16 .11 .05 .13 .11 .22 .20 .06 .22 .13 .12
ABRS-VP
(n = 148)
Total .41*** .49 .10 .38*** .15 .34*** .57 .26 .23* .13 .33 .20 .13 .37*** .50 .30 .17 .15
AR .36*** .21 .04 .36*** .06 .13 .30*** .26 .12 .23* .07 .07 .06 .09 .06 -.08 .37*** .24 .14 .18 .06 .15
AP .44*** .28 .06 .37*** .09 .14 .35*** .30 .16 .20 .01 .20* .27 .12 .17* .13** .32*** .27 .18 .16 .01 .14
Notas: APSD-VA = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão autorrelato; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da
regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão
proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professor.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

277
Tabela 55 Relação entre as escalas do APSD-VE e da ABRS: Correlações e análises de regressão
APSD-VE
Total Nar CU Imp
r B EP β R 2
β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .16** .06 .02 .19** .04 .13* .07 .04 .10 .08 .05 .04 .09 .16** .05 .05 .07 .04
AR .13* .03 .01 .15* .02 .08 .12* .03 .03 .08 .05 .05 .01 .02 .03 -.01 .12* .03 .03 .08 .06 .02
** ** * * * *
AP .16 .03 .01 .18 .03 .13 .14 .03 .02 .09 .06 .10 .04 .02 .12 .11 .14 .01 .03 .04 .01 .03
ABRS-VE
(n = 306)
Total .62*** .58 .03 .66*** .43 .53*** .62 .09 .31*** .00 .25*** .18 .07 .09* .63*** .87 .09 .44*** .48
*** *** *** *** *** *** *** *** *** ***
AR .59 .33 .02 .60 .36 .41 .51 .33 .06 .26 .18 .23 .08 .05 .06 .03 .59 .53 .06 .43 .33 .41
*** *** *** *** *** *** *** * * *** *** ***
AP .50 .25 .02 .57 .32 .35 .42 .29 .05 .28 .20 .23 .10 .04 .10 .08 .50 .34 .05 .34 .20 .35
ABRS-VP
(n = 148)
Total .24** .23 .13 .16 .03 .21* .46 .33 .14 .16 .32 .29 .10 .15 -.06 .34 -.02 .03
AR .20* .12 .06 .18* .03 .06 .19* .27 .15 .18 .09 .11 .10 .14 .07 -.03 .14 -.01 .16 -.01 .02 .04
AP .25** .11 .07 .13 .02 -.01 .21* .19 .19 .10 -.05 .18* .22 .17 .12 .06 .16 -.05 .20 -.03 -.02 .03
Notas: APSD-VE = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão relato pelos encarregados de educação; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; n =
dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 =
coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR =
Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professor.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

278
Tabela 56 Relação entre as escalas do APSD-VP e da ABRS: Correlações e análises de regressão
APSD-VP
Total Nar CU Imp
r B EP β R2
β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .23** .05 .02 .25** .06 .19* .02 .05 .05 .21* .07 .05 .13 .19* .07 .06 .12 .07
* ** * * *
AR .20 .03 .01 .25 .06 .20 .15 .02 .03 .06 .01 .18 .06 .03 .17 -.02 .17 .03 .04 .08 .09 .07
AP .19* .02 .01 .15 .02 .08 .17* .01 .03 .03 .04 .15 .01 .03 .03 .14 .21* .04 .04 .12 -.05 .03
ABRS-VE
(n = 306)
Total .30** .12 .05 .21* .05 .22* -.05 .16 -.04 .21* .01 .16 .01 .30** .45 .20 .28* .07
** * * * *
AR .24 .07 .03 .20 .04 .11 .19 .00 .10 .00 .04 .20 .09 .11 .09 .14 .21 .16 .13 .15 -.05 .04
** * *** ** **
AP .28 .05 .02 .17 .03 .07 .20 -.05 .08 -.08 -.08 .16 -.08 .08 -.11 -.15 .33 .30 .10 .37 .30 .08
ABRS-VP
(n = 148)
Total .86*** .90 .04 .89*** .80 .82*** 1.30 .11 .58*** .60*** .39 .11 .14** .77*** .86 .14 .31*** .83
AR .78*** .37 .02 .82*** .67 .34*** .77*** .55 .06 .55*** .29*** .51*** .11 .07 .09 .01 .71*** .37 .08 .30*** .17* .70
*** *** *** *** *** *** *** *** ** *** *** ***
AP .86 .54 .02 .89 .78 .60 .80 .75 .07 .56 .40 .65 .28 .07 .17 .14 .77 .49 .09 .29 .21 .81
Notas: APSD-VP = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão relato pelos professores; Nar = Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de
correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de
agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de
educação; VP = Versão relato professor.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

279
4.3.2. EB-CV

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato da EB-CV


e as escalas da ABRS são apresentadas nas Tabelas 57 e 58 para a versão completa e
reduzida da EB-CV, respetivamente. De modo geral não foram encontradas associações
estatisticamente significativas entre as escalas destes instrumentos, com exceção das
associações positivas e fracas entre: a subescala PR da ABRS-VA e a pontuação total das
versões completas e reduzidas da EB-CVA; e, as escalas da ABRS-VP e a pontuação total
das versões completas da EB-CVA e VP. Além disso, também foram encontradas
associações negativas e estatisticamente significativas entre a escalas da ABRS-VE e a
pontuação total da versão reduzida da EB-CVE. Após o controlo do respetivo subtipo de
agressão, apenas se mantiveram significativas as seguintes associações: a associação
positiva fraca entre as versões completas e reduzidas da EB-CVA e a subescala PR da
ABRS-VA; e, a associação positiva e negativa entre a versão reduzida da EB-CVE e a
subescala AR da ABRS-VP.

280
Tabela 57 Relação entre as escalas da EB-CV e da ABRS: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R2 β1 r B EP β R 2 β1 r B EP β R2 β1
ABRS-VA
Total .01 .00 .00 .04 .00 -.06 .00 .00 -.02 .00 .07 .00 .01 .05 .00
Agressão Reativa -.03 .00 .00 -.03 .00 -.07 -.08 .00 .00 -.05 .00 -.06 .03 .00 .00 .05 .00 .03
Agressão Proativa .11* .00 .00 .11* .01 .12* .06 .00 .00 .03 .00 .05 .10 .00 .00 .04 .00 .02
ABRS-VE
Total .08 .02 .01 .08 .01 .02 -.01 .01 -.03 .00 .16 .03 .02 .15 .02
Agressão Reativa .05 .01 .01 .06 .00 .02 -.03 -.01 .01 -.08 .01 -.09* .13 .02 .01 .13 .02 .07
Agressão Proativa .09 .01 .01 .08 .01 .05 .04 .00 .01 .03 .00 .07 .14 .01 .01 .12 .02 .06
ABRS-VP
Total .20* .09 .04 .21* .04 .11 .05 .04 .12 .01 .18* .08 .03 .20* .04
Agressão Reativa .21** .04 .02 .20* .04 .04 .13 .03 .02 .13 .02 .06 .18* .03 .01 .18* .03 .01
* * * *
Agressão Proativa .18 .05 .02 .20 .04 .03 .07 .02 .02 .09 .01 -.02 .18 .05 .02 .20 .04 .06
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r =
Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta
padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

281
Tabela 58 Relação entre as escalas da versão reduzida da EB-CV e da ABRS: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2 β1 r B EP β R2 β1 r B EP β R2 β1
ABRS-VA
Total .04 .01 .01 .04 .00 -.09 -.01 .01 -.07 .00 . .03 -.01 .01 -.06 .00
Agressão Reativa .02 .00 .01 -.03 .00 -.07 -.09 -.01 .01 -.09 .01 -.08 .00 .00 .01 -.03 .00 -.01
* * *
Agressão Proativa .13 .01 .01 .11 .01 .12 -.02 .00 .01 -.02 .00 .01 .03 -.01 .01 -.06 .00 -.05
ABRS-VE
Total .01 .00 .04 .00 .00 -.29*** -.22 .03 -.33*** .11 .10 .05 .04 .10 .01
*** *** ***
Agressão Reativa .01 .00 .02 .01 .00 .02 -.28 -.13 .02 -.32 .10 -.19 .06 .02 .03 .06 .00 -.01
*** ***
Agressão Proativa .00 .00 .02 -.01 .00 -.02 -.25 -.09 .02 -.25 .06 -.08 .12 .03 .02 .13 .02 .10
ABRS-VP
Total .12 .14 .09 .13 .02 -.12 -.07 .09 -.06 .00 -.03 -.06 .07 -.07 .01
Agressão Reativa .12 .06 .04 .13 .02 .03 -.09 -.03 .04 -.06 .00 -.01 -.04 -.03 .03 -.08 .01 -.03
Agressão Proativa .12 .08 .05 .12 .01 .02 -.14 -.04 .05 -.06 .00 -.01 -.01 -.03 .04 -.06 .00 .00
Notas: EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra;
r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta
padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

282
4.3.3. ICU

As associações entre as escalas do ICU e da ABRS são apresentadas nas Tabelas


59, 60 e 61 para o ICU-VA, o ICU-VE e o ICU-VP, respetivamente.

A pontuação total do ICU-VA associou-se positivamente e de forma fraca a todas


as escalas da ABRS-VE e à pontuação total da ABRS-VP. Contudo, a pontuação total do
ICU-VA apenas se associou à subescala AP da ABRS-VE após o controlo dos respetivos
subtipos de agressão. A pontuação total do ICU-VE associou-se a todas as escalas das
várias versões de relato da ABRS, com exceção da escala AR do ABRS-VP. Após o
controlo do outro subtipo de agressão, a pontuação total do ICU-VE deixou de estar
associada: à subescala AR do ABRS-VA e à subescala AP do ABRS-VP. A pontuação
total do ICU-VP associou-se à pontuação total e à escala AR da ABRS-VA, bem como a
todas as escalas da ABRS-VP, que após o controlo da agressão proativa deixou de estar
associada à subescala AR do ABRS-VP. A intensidade das associações entre as respetivas
versões de relato pelos encarregados de educação e dos professores do ICU e da ABRS
foi forte. As restantes associações do ICU-VE e VP com as escalas das outras versões de
relato da ABRS foram fracas.

Relativamente à relação das subdimensões do ICU-VA com as escalas da ABRS-


VA, apenas a dimensão Cal se associou positivamente à pontuação total e escala AP da
ABRS-VA. Após o controlo da variância comum das subdimensões CU, a subdimensão
Cal continuou a estar associada à pontuação total da ABRS-VA, mas a associação com a
escala AP perdeu a significância estatística. E, a subdimensão Une apresentou
associações únicas negativas e fracas com a pontuação total da ABRS-VA, a sua
subescala AP, mesmo após o controlo da agressão reativa, e com a sua subescala AR, cuja
associação deixou de ser estatisticamente significativa após o controlo da agressão
proativa. Ao nível da relação entre as subdimensões do ICU-VA e as escalas da ABRS-
VE, todas as subdimensões com exceção da Une associaram-se positivamente e de forma
fraca com as escalas da ABRS-VE. Após o controlo da variância partilhada pelas
subdimensões, a dimensão Unc associou-se unicamente à pontuação total e à escala AP
da ABRS-VE, mesmo após o controlo da agressão reativa. Apenas a subdimensão Unc se
associou às escalas da ABRS-VP independentemente das outras dimensões da psicopatia,
mas após o controlo dos subtipos de agressão as associações com as subescalas AR e AP
da ABRS-VP deixaram de ser significativas. Todas as associações referidas foram fracas.

283
Relativamente ao ICU-VE, as subdimensões Cal e Unc correlacionaram-se
positivamente com as escalas de todas as versões de relato da ABRS, com exceção das
correlações positivas não estatisticamente significativas: da sua subdimensão Unc com as
subescalas AR e AP da ABRS-VA; e, entre a sua pontuação total e a subescala AR do
ABRS-VP. Ao nível de regressões múltiplas, apenas se mantiveram estatisticamente
significativas as associações entre as escalas das respetivas versões de relato, bem como
entre a pontuação total do ICU-VE e as escalas da ABRS-VA e entre a subdimensão do
ICU-VE e a pontuação total e subescala PR do ABRS-VA. A sudimensão Une do ICU-
VE apenas se associou positivamente e de forma fraca com a pontuação total e subescala
AR da ABRS-VE, que após o controlo da variância partilhada com as outras
subdimensões CU perdeu significância estatística. A intensidade das associações entre as
escalas da ABRS-VE e do ICU-VE variou de moderada a forte. A intensidade da
corralção entre a sudimensão Cal do ICU-VE e a subescala AP do ICU-VP foi moderada.
E, as restantes associações foram fracas. Após o controlo dos respetivos subtipos de
agressão, todas as associações das subdimensões do ICU-VE com as subescalas AR e AP
mantiveram-se estatisticamentesignificativas, com exceção da associação entre a
subdimensão Cal e a subescala AR da ABRS-VE.

Relativamente ao ICU-VP, apenas as sudimensões Cal e Unc associaram-se


positivamente e de forma forte com as escalas da respetiva versão de relato da ABRS.
Após o controlo da variância partilhada pelas subdimensões CU, mantiveram-se as
associações das subdimensões Cal e Unc com as escalas da ABRS-VP, mas com
intensidade moderada, e a subdimensão Une associou-se negativamente e de forma fraca
à escala AP da ABRS-VP. Após o controlo das respetivas formas de agressão, apenas a
associação das dimensões Cal e Unc com a subescala AR deixou de ser estatisticamente
significativa. As subdimensões do ICU-VP não se associaram de modo geral às escalas
das outras versões de relato da ABRS, com exceção das seguintes associações positivas
e fracas, que deixaram de ser estatisticamente significativas após o controlo da variância
comum partilhada pelas subdimensões: entre a subdimensão Cal e a pontuação total da
ABRS-VA; e, da subdimensão Unc com a pontuação total e a escala da ABRS-VE.

284
Tabela 59 Relação entre as escalas do ICU-VA e da ABRS: Correlações e análises de regressão
ICU-VA
Total Cal Unc Une
r B EP β R 2
β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .05 .01 .01 .04 .00 .10* .05 .02 .14* .06 .01 .02 .04 -.07 -.07 .02 -.17** .04
AR .02 .00 .01 .02 .00 .01 .07 .03 .02 .11 .08 .03 .00 .02 .01 -.02 -.06 -.04 .02 -.12* -.07 .02
* ** *
AP .07 .00 .00 .05 .00 .04 .11 .02 .01 .11 .08 .09 .01 .01 .07 .07 -.06 -.04 .01 -.17 -.13 .04
ABRS-VE
(n = 306)
Total .22*** .09 .03 .18** .03 .22*** .07 .08 .06 .23*** .20 .08 .18* .05 -.04 .08 -.03 .05
* * ** **
AR .15 .04 .02 .13 .02 .01 .18 .04 .05 .06 .03 .16 .08 .05 .12 .01 .00 -.03 .05 -.04 -.04 .02
*** *** ** *** *** ** * *
AP .26 .05 .01 .21 .04 .14 .21 .03 .04 .05 .02 .25 .11 .04 .20 .14 .12 .00 .04 .00 .02 .05
ABRS-VP
(n = 148)
Total .16* .13 .06 .16* .03 .12 -.16 .17 -.10 .24** .44 .18 .26* .06 .12 .19 .06 .05
AR .13 .05 .03 .14 .02 .00 .08 -.07 .08 -.09 -.01 .19* .17 .08 .22* .00 .08 .06 .09 .06 .01 .04
AP .16 .08 .04 .17* .03 .06 .12 -.10 .10 -.10 -.03 .25** .27 .11 .27* .09 .02 .07 .11 .05 .01 .06
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE =
Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do
coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

285
Tabela 60 Relação entre as escalas do ICU-VE e da ABRS: Correlações e análises de regressão
ICU-VE
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .15** .03 .01 .20** .04 .15** .07 .02 .22** .13* .02 .03 .06 .03 -.03 .02 -.07 .06
AR .12* .01 .01 .15** .02 .09 .12* .02 .01 .13 .04 .10 .03 .02 .11 .13 .01 -.02 .02 -.08 -.08 .04
AP .14* .01 .00 .18** .03 .12* .16** .04 .01 .25*** .21** .10 -.01 .01 -.03 -.07 .04 .00 .01 -.02 .01 .05
ABRS-VE
(n = 306)
Total .49*** .25 .02 .53*** .28 .51*** .31 .05 .33*** .50*** .37 .06 .34*** .13** -.05 .06 -.04 .33
AR .44*** .13 .01 .44*** .20 .22*** .43*** .14 .03 .24*** .09 .44*** .21 .04 .30*** .17** .14** -.01 .04 -.01 .02 .23
AP .44*** .12 .01 .49*** .24 .30*** .48*** .16 .02 .34*** .25*** .45*** .17 .03 .30*** .18*** .09 -.04 .03 -.07 -.06 .31
ABRS-VP
(n = 148)
Total .24** .12 .07 .15 .02 .29** .12 .17 .08 .26** .32 .20 .17 -.02 -.19 .19 -.09 .05
AR .16 .05 .03 .13 .02 .00 .22* .07 .08 .10 .05 .20* .12 .09 .14 -.02 -.05 -.10 .09 -.10 -.04 .04
AP .27** .07 .04 .15 .02 .05 .30** .05 .10 .05 -.03 .28** .20 .11 .19 .08 .01 -.09 .11 -.07 .01 .05
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato
encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não
padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

286
Tabela 61 Relação entre as escalas do ICU-VP e da ABRS: Correlações e análises de regressão
ICU-VP
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .18* .02 .01 .19* .04 .16* .05 .03 .20 .15 .00 .04 .00 .13 .01 .04 .02 .04
AR .17* .02 .01 .20* .04 .16* .15 .02 .02 .15 .09 .15 .01 .02 .05 .06 .14 .01 .02 .04 .05 .04
AP .13 .01 .01 .11 .01 .05 .16 .02 .02 .18 .14 .11 -.01 .02 -.06 -.07 .04 .00 .02 -.02 -.03 .02
ABRS-VE
(n = 306)
Total .11 .04 .03 .11 .01 .15 .02 .08 .03 .21* .16 .11 .19 -.07 -.18 .11 -.15 .05
AR .08 .02 .02 .09 .01 .05 .10 .00 .05 .00 -.04 .15 .10 .07 .18 .10 -.04 -.08 .07 -.10 -.01 .03
AP .15 .02 .02 .09 .01 .04 .17 .02 .04 .07 .07 .22* .06 .05 .15 .06 -.02 -.10 .06 -.17 -.12 .05
ABRS-VP
(n = 148)
Total .67*** .45 .04 .71*** .50 .66*** .52 .09 .44*** .71*** .64 .12 .41*** .15 -.22 .12 -.10 .60
AR .60*** .18 .02 .64*** .41 .09 .59*** .19 .05 .37*** .01 .64*** .27 .06 .39*** .10 .13 -.08 .06 -.08 .01 .48
AP .71*** .27 .02 .71*** .50 .29*** .69*** .33 .05 .47*** .25*** .76*** .36 .07 .39*** .16* .13 -.15 .07 -.11* -.07 .60
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato
encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não
padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

287
4.3.4. YPI-CV

As associações entre as escalas do YPI-CV e as várias versões de relato da ABRS


são apresentadas na Tabela 62 para a pontuação total e as dimensões do YPI-CV e nas
Tabelas 63, 64 e 65 para as suas subdimensões GM, CU e II, respetivamente.

A pontuação total do YPI-CV associou-se positivamente e de modo geral


moderadamente com as escalas de todas as versões de relato da ABRS. A pontuação total
do YPI-CV associou-se com maior intensidade à subescalas AP do ABRS do que à
subescala AR, com exceção para o ABRS-VE cuja intensidade de associação do YPI-CV
com as subescalas foi igual. Mesmo após o controlo dos respetivos subtipos de agressão,
a pontuação total do YPI-CV continuou a associar-se positivamente às subescalas AR e
AP de todas as versões de relato da ABRS, com exceção da associação positiva e fraca
não estatisticamente significativa entre o YPI-CV e a subescala AP da ABRS-VP. E, a
associação do YPI-CV com a subescala AP do ABRS-VA continuou mais intensa do que
com a subescala AR do ABRS-VA, bem como a intensidade da associação do YPI-CV
com ambas as subescalas do ABRS-VE manteve-se igual.

As dimensões do YPI-CV correlacionaram-se positivamente de forma fraca a


moderada com as escalas de todas as versões de relato da ABRS. Após o controlo da
variância comum das três dimensões do YPI-CV: todas as dimensões deixaram de estar
associadas às escalas da ABRS-VP; apenas a dimensão GM associou-se unicamente às
escalas da ABRS-VE; todas as dimensões associaram-se à escala total da ABRS-VA, com
maior contribuição da dimensão GM; apenas a dimensão CU associou-se unicamente à
escala AR da ABRS-VA; e, as dimensões GM e II associaram-se à escala AP da ABRS-
VA, com maior contribuição da dimensão GM. Estas associações foram positivas e de
modo geral fracas, com exceção das associações moderadas da dimensão GM do YPI-
CV com a pontuação total e a subescala AR do ABRS-VE. Após o controlo das respetivas
formas de agressão, apenas as seguintes associações deixaram de ser estatisticamente
significativas entre: a dimensão II do YPI-CV e a subescala AP do ABRS-VA; e, entre a
dimensão GM do YPI-CV e a subescala AP do ABRS-VE.

As subdimensões do YPI-CV correlacionaram-se positivamente de forma fraca a


moderada com as escalas de todas as versões de relato da ABRS, com exceção da
correlação positiva não estatisticamente significativa entre a subdimensão G do YPI-CV
e a subescala AR da ABRS-VA. Após o controlo da variância comum das quatro

288
subdimensões GM do YPI-CV, a subdimensão G deixou de se relacionar com as escalas
da ABRS e apenas houve as seguintes associações positivas e de modo geral fracas: das
subdimensões M e L com a pontuação total e subescala AP da ABRS-VA; da
subdimensão DC com as subescalas AR da ABRS-VA e VE; e, das subdimensões DC e
L com a pontuação total e subescala AP da ABRS-VE. Após o controlo das formas de
agressão, apenas deixaram de ser estatisticamente significativas as seguintes associações:
da subdimensão DC com as subescalas AP e AR da ABRS-VE; e, entre a subescala L e a
subescala AR do ABRS-VE. Após o controlo da variância comum das três subdimensões
CU do YPI-CV, apenas foram encontradas as seguintes associações positivas
estatisticamente significativas e fracas: das subdimensões Une e Rem com a pontuação
total e a subescala AP da ABRS-VA, mesmo após o controlo da agressão reativa; da
subdimensão Rem com a subescala AR do ABRS-VA, mesmo após o controlo da
agressão proativa, e a pontuação total e a subescala AP do ABRS-VE, que deixou de ser
significativa após o controlo da agressão reativa; entre as subdimensão Cal e a subescala
AR da ABRS-VE, mesmo após o controlo da agressão proativa. Por fim, após o controlo
da variância comum das quatro subdimensões II do YPI-CV, as subdimensões Imp e TS
deixaram de se associar às escalas da ABRS e a subdimensão Ir associou-se positivamente
e de forma fraca a moderada com as escalas da ABRS-VA e da ABRS-VE. Após o
controlo das formas de agressão, a subdimensão Ir apenas continuou associada à
subescala AP da ABRS-VA e VP e à subescala AR da ABRS-VE e VP.

289
Tabela 62 Relação entre as escalas do YPI-CV e da ABRS: Correlações e análises de regressão
YPI-CV
Total GM CU II
r B EP β R 2
β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .33*** .02 .00 .45*** .20 .28*** .02 .01 .19* .28*** .03 .01 .19** .31*** .02 .01 .13* .20
AR .26*** .01 .00 .33*** .11 .22*** .22*** .01 .01 .10 .04 .23*** .02 .01 .19** .16* .23*** .01 .01 .09 .05 .11
*** *** *** *** ** ** *** *** *
AP .32 .01 .00 .42 .18 .35 .29 .01 .00 .22 .20 .26 .01 .01 .12 .08 .32 .01 .01 .14 .12 .18
ABRS-VE
(n = 306)
Total .30*** .05 .01 .30*** .09 .31*** .11 .03 .31*** . .20*** -.04 .04 -.08 .26*** .04 .03 .10 .11
*** *** ** *** *** * ** ***
AR .28 .03 .01 .27 .07 .13 .30 .07 .02 .30 .18 .17 -.04 .03 -.11 -.09 .24 .03 .02 .09 .05 .09
*** *** * *** ** *** ***
AP .28 .02 .00 .27 .07 .13 .27 .04 .01 .24 .08 .22 -.01 .02 -.03 .03 .22 .02 .02 .08 .03 .08
ABRS-VP
(n = 148)
Total .37*** .09 .02 .33*** .11 .30*** .04 .07 .07 .37*** .15 .09 .19 .34*** .09 .08 .12 .11
AR .34*** .04 .01 .34*** .11 .11* .27** .02 .03 .09 .05 .34*** .06 .04 .17 .02 .30*** .04 .04 .13 .05 .12
AP .41*** .05 .01 .29*** .09 .01 .34*** .02 .04 .05 -.03 .41*** .09 .05 .19 .05 .37*** .05 .05 .11 .00 .09
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; ABRS
= Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores;
n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como
preditor; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

290
Tabela 63 Relação entre as subescalas da dimensão GM do YPI-CV e as escalas da ABRS: Correlações e análises de regressão
YPI-CV GM
DC G L M
r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .24*** .04 .02 .11 .15** -.03 .02 -.08 .29*** .08 .02 .20** .26*** .10 .03 .24** .20
AR .20*** .04 .02 .17* .18* .10 -.02 .02 -.08 -.06 .22*** .02 .02 .07 .00 .20*** .04 .02 .16 .09 .10
*** *** *** *** *** *** ** **
AP .25 .00 .01 -.01 -.05 .18 -.01 .01 -.05 -.03 .31 .06 .01 .28 .27 .27 .05 .02 .25 .21 .20
ABRS-VE
(n = 306)
Total .34*** .30 .09 .29** .14* -.13 .08 -.11 .27*** .19 .09 .15* .27*** .03 .11 .03 .14
*** ** * *** ***
AR .32 .17 .06 .26 .12 .13 -.06 .05 -.08 -.03 .25 .08 .06 .10 .02 .26 .04 .07 .05 .06 .11
*** ** * *** * ***
AP .29 .13 .04 .26 .13 .13 -.06 .04 -.11 -.07 .24 .11 .05 .18 .12 .22 -.01 .06 -.01 -.04 .11
ABRS-VP
(n = 148)
Total .27** .07 .19 .04 .22** .16 .19 .09 .28** .32 .21 .17 .23** .09 .26 .05 .08
AR .25** .02 .09 .03 .00 .23** .12 .09 .15 .12 .23** .11 .09 .13 -.02 .21** .05 .11 .06 .03 .09
AP .29*** .05 .12 .04 .02 .24** .04 .12 .04 -.09 .33*** .21 .12 .19 .08 .26** .04 .15 .04 -.01 .07
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; VA = Versão
autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP
= Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente
de determinação; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

291
Tabela 64 Relação entre as subescalas da dimensão CU do YPI-CV e as escalas da ABRS: Correlações e análises de regressão
YPI-CV CU
Cal Une Rem
r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .18*** .01 .03 .03 .25*** .07 .02 .17** .25*** .11 .02 .28*** .17
* *** *** *** **
Agressão Reativa .13 .01 .02 .03 .03 .20 .03 .02 .10 .05 .22 .06 .02 .24 .18 .10
*** *** ** ** *** *** **
Agressão Proativa .21 .00 .02 .02 .01 .26 .04 .01 .19 .17 .22 .05 .01 .22 .16 .14
ABRS-VE
(n = 306)
Total .16** .08 .10 .06 .15** .04 .09 .03 .19** .17 .08 .14* .04
Agressão Reativa .12* .05 .06 .05 .03 .14* .02 .06 .02 .01 .17** .08 .05 .11 .03 .02
*** * ** *
Agressão Proativa .21 .03 .05 .05 .02 .14 .02 .05 .03 .02 .19 .09 .04 .14 .08 .04
ABRS-VP
(n = 148)
Total .32*** .38 .24 .17 .25** .10 .23 .05 .33*** .27 .19 .14 .09
*** * * * **
Agressão Reativa .31 .23 .11 .23 .14 .21 -.01 .11 -.01 -.08 .28 .12 .08 .14 .04 .10
*** *** ***
Agressão Proativa .30 .15 .14 .11 -.08 .30 .11 .14 .09 .10 .38 .15 .11 .13 .01 .08
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; VA = Versão
autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP
= Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente
de determinação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Une = Insensibilidade Emocional.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

292
Tabela 65 Relação entre as subescalas da dimensão II do YPI-CV e as escalas do ABRS: Correlações e análises de regressão
YPI-CV II
Imp TS Ir
r B EP β β1 r B EP β β1 r B EP β β1 R2
ABRS-VA
(n = 368)
Total .29*** .04 .02 .11 .22*** .02 .02 .04 .24*** .12 .02 .30*** .16
Agressão Reativa .22*** .02 .01 .10 .08 .17** .01 .02 .06 .06 .16** .04 .02 .16** .06 .07
*** *** *** *** ***
Agressão Proativa .29 .01 .01 .08 .06 .23 .00 .01 .01 -.01 .29 .08 .01 .35 .31 .17
ABRS-VE
(n = 306)
Total .21*** .04 .07 .04 .18** .07 .08 .06 .26*** .27 .08 .22** .08
** ** *** ** *
Agressão Reativa .18 .02 .05 .02 -.01 .17 .04 .05 .05 .03 .26 .17 .05 .21 .12 .07
** ** *** *
Agressão Proativa .18 .03 .04 .06 .04 .16 .03 .04 .05 .02 .21 .10 .04 .17 .05 .06
ABRS-VP
(n = 148)
Total .24** .05 .17 .03 .30*** .30 .18 .16 .29*** .31 .20 .15 .08
Agressão Reativa .20* .04 .07 .06 .05 .29*** .15 .08 .18 .07 .26** .11 .09 .12 -.01 .09
Agressão Proativa .26** .01 .10 .01 -.04 .34*** .15 .11 .14 -.01 .31*** .19 .12 .16 .06 .07
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão reativa; AP = Agressão proativa; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; VA = Versão
autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP
= Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; β1 = coeficiente beta padronizado da regressão múltipla com a outra forma de agressão como preditor; R2 = coeficiente
de determinação; II = Irresponsabilidade-Impulsividade; Imp = Impulsividade; TS = Procura de Excitação; Ir = Irresponsabilidade.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

293
4.4. Relação entre os traços de personalidade psicopáticos e o comportamento
antissocial

4.4.1. APSD

As associações entre as escalas do APSD e do QCA são apresentadas nas Tabelas


66, 67 e 68 para o APSD-VA, o APSD-VE e o APSD-VP, respetivamente. A pontuação
total das várias versões de relato do APSD associaram-se positivamente às escalas de
Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
das várias versões de relato do QCA, com exceção da associação positiva não
estatisticamente significativa entre o APSD-VP e a Frequência do Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VE. Relativamente às subescalas do APSD-
VA, apenas a subescala CU não se correlacionou com escalas de Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses e de
Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses das várias versões de
relato do QCA. Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Nar, Cu e Imp
do APSD-VA como preditores destas escalas do QCA, ambas as subescalas Nar e Imp
associaram-se a estas escalas do QCA-VA, o Imp foi a única subescala associada a estas
escalas do QCA-VE e ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VP, as
subescalas Imp e CU associaram-se ao Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
do QCA-VP e apenas a subescala Nar se associou à Frequência de Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VP.

As subescalas do APSD-VE correlacionaram-se de modo geral com as escalas de


Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
das várias versões de relato do QCA. Apenas as seguintes correlações não foram
estatisticamente significativas: entre o Nar do APSD-VE e a Frequência de
Comportamento Antissocial do QCA-VP; entre o CU do APSD-VE e o Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA; e, entre o Imp e todas as escalas do QCA-
VP. Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Nar, Cu e Imp do APSD-
VE como preditores destas escalas do QCA, apenas as subescalas Nar e Imp se associaram
ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA e ao Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VE, a Nar foi a única subescala associada ao

294
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA, todas as subescalas
associaram-se ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VE, apenas a
subescala Imp associou-se à Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12
meses, as subescalas Nar e CU associaram-se ao Comportamento Antissocial ao Longo
da Vida e nos Últimos 12 meses do QCA-VP e a subescala Cu foi a única associada à
Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VP.

Relativamente às subescalas do APSD-VP, houve correlações positivas entre as


subescalas deste e as escalas do QCA, com exceção das correlações entre as subescalas
do APSD-VP e a Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do
QCA-VE bem como entre o Nar do ASPD-VP e o Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses do QCA-VE. Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões
Nar, Cu e Imp do APSD-VP como preditores destas escalas do QCA, o CU foi a única
subescala associada às escalas do QCA-VA e do Comportamento Antissocial nos Últimos
12 meses do QCA-VE, as subescalas CU e Imp associaram-se ao Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VE e QCA-VP e nos Últimos 12 meses do QCA-
VP e todas as escalas associaram-se à Frequência de Comportamentos Antissociais nos
Últimos 12 meses do QCA-VP.

As associações entre as subescalas do APSD e as escalas do QCA Comportamento


Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses e de
Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses foram positivas e mais
intensas entre as respetivas versões de relato. De modo geral as escalas das várias versões
de relato não se associaram à Idade de Início do Comportamento Antissocial. Apenas
houve associações negativas entre as versões de autorrelato (apenas a nível regressional)
e de encarregados de educação da pontuação total do APSD e desta escala. As subescalas
Nar e Imp do APSD-VA e do APSD-VE correlacionaram-se negativamente às respetivas
versões de relato da Idade de Início do comportamento Antissocial do QCA. Contudo, ao
nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Nar, Cu e Imp do APSD como
preditores desta escala do QCA, por um lado, entre as versões de autorrelato o Nar foi a
única subescala associada negativamente a esta escala do QCA, e, por outro lado, entre
as versões de relato pelos encarregados de educação o Imp foi a única subescala associada
a esta escala do QCA. Por fim, houve associações negativas entre o CU do APSD-VE e
(apenas a nível regressional) do APSD-VP e esta escala do QCA-VP. A intensidade das
associações descritas anteriormente foi de modo geral fraca.

295
Tabela 66 Relação entre as escalas do APSD-VA e do QCA: Correlações e análises de regressão
APSD-VA
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .47*** .11 .01 .49*** .24 .45*** .13 .02 .30*** .05 .01 .02 .01 .49*** .17 .03 .32*** .31
12 meses .40*** .09 .01 .43*** .18 .39*** .11 .02 .27*** .07 .02 .02 .04 .41*** .12 .03 .26*** .22
*** *** *** *** *** ***
Freq .39 .22 .03 .41 .17 .42 .30 .06 .30 .03 -.01 .05 -.01 .40 .29 .07 .24 .23
* ** * *
Início -.11 -.06 .03 -.13 .02 -.16 -.16 .06 -.18 .06 .07 .06 .07 -.13 -.02 .07 -.02 .04
QCA-VE
Vida .31*** .08 .01 .34*** .11 .22*** .02 .03 .04 .09 .05 .02 .10 .34*** .17 .03 .34*** .15
*** *** ** * *** **
12 meses .26 .06 .01 .29 .09 .19 .04 .03 .09 .09 .05 .02 .11 .25 .10 .03 .22 .09
Freq .16* .09 .03 .24*** .06 .16* .02 .06 .03 .01 .07 .05 .09 .21** .21 .07 .24** .07
Início -.07 -.04 .04 -.08 .01 -.06 -.04 .08 -.04 .02 .02 .08 .02 -.12 -.09 .09 -.08 .01
QCA-VP
Vida .32*** .09 .02 .38*** .14 .22** .06 .05 .12 .15 .07 .04 .15 .28** .14 .06 .27* .15
12 meses .37*** .09 .02 .41*** .17 .28** .06 .04 .13 .13 .06 .03 .15* .30*** .14 .05 .30** .18
*** *** *** ** **
Freq .35 .15 .03 .41 .17 .31 .24 .08 .34 .13 .04 .06 .06 .24 .10 .10 .12 .20
Início -.14 -.04 .04 -.11 .01 -.14 -.11 .10 -.17 -.21 -.14 .09 -.18 .02 .10 .12 .13 .05
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU
= Traços calosos/não-emocionais; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do
coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato;
VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12
meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente
beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001

296
Tabela 67 Relação entre as escalas do APSD-VE e do QCA: Correlações e análises de regressão
APSD-VE
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .27*** .07 .01 .29*** .09 .24*** .09 .04 .16* .10 .01 .03 .02 .29*** .11 .04 .19** .10
12 meses .24*** .06 .01 .27*** .07 .20*** .08 .04 .15* .12* .05 .03 .09 .23*** .06 .04 .11 .07
*** ** ** * ***
Freq .22 .11 .03 .19 .04 .18 .10 .09 .07 .12 .08 .08 .06 .22 .15 .10 .12 .04
Início -.10 -.04 .03 -.07 .01 -.12 -.08 .09 -.07 .03 .05 .08 .05 -.11 -.08 .10 -.06 .01
QCA-VE
Vida .50*** .12 .01 .51*** .26 .41*** .10 .03 .18*** .24*** .05 .02 .10* .51*** .20 .03 .37*** .29
*** *** *** * *** *** ***
12 meses .42 .06 .01 .27 .19 .34 .06 .03 .11 .20 .04 .02 .08 .46 .19 .03 .37 .22
Freq .27*** .14 .02 .31*** .10 .17** .07 .07 .08 .14* .05 .05 .05 .33*** .28 .07 .28*** .12
Início -.25*** -.12 .03 -.22*** .05 -.23*** -.09 .09 -.07 -.02 .08 .07 .07 -.31*** -.33 .09 -.26** .09
QCA-VP
Vida .31*** .09 .02 .31*** .10 .22* .13 .06 .20* .32*** .19 .05 .31*** .13 -.04 .06 -.06 .14
12 meses .28** .07 .02 .27** .08 .21* .13 .06 .23* .26** .11 .05 .20* .15 -.02 .06 -.04 .10
* ** ** **
Freq .23 .13 .04 .31 .09 .14 .18 .10 .19 .28 .23 .08 .26 .12 -.01 .10 -.02 .12
* **
Início -.05 -.02 .05 -.04 .00 .04 .04 .11 .05 -.27 -.29 .11 -.35 .10 .16 .14 .17 .13
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU
= Traços calosos/não-emocionais; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do
coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato;
VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12
meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente
beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

297
Tabela 68 Relação entre as escalas do APSD-VP e do QCA: Correlações e análises de regressão
APSD-VP
Total Nar CU Imp
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .50*** .08 .01 .47*** .22 .40*** .02 .04 .06 .46*** .19 .04 .39*** .42*** .07 .05 .14 .26
12 meses .41*** .06 .01 .38*** .14 .30*** -.02 .04 -.04 .43*** .19 .04 .41*** .35*** .05 .05 .11 .20
*** *** ** *** *** ***
Freq .38 .13 .03 .34 .12 .27 -.04 .09 -.05 .39 .36 .10 .35 .33 .15 .12 .15 .17
Início .04 .00 .03 .01 .00 -.02 -.09 .09 -.14 .03 .06 .09 .07 .05 .08 .12 .09 .01
QCA-VE
Vida .39*** .06 .01 .39*** .15 .24** -.01 .04 -.02 .35*** .09 .04 .21* .41*** .13 .06 .28* .17
** *** *** ** **
12 meses .27 .05 .01 .32 .10 .17 -.01 .04 -.03 .32 .13 .04 .31 .26 .05 .05 .11 .13
Freq .14 .04 .03 .18 .03 .17 .07 .08 .13 .15 .09 .09 .14 .11 -.03 .10 -.05 .04
Início .07 .01 .03 .03 .00 -.01 .02 .11 .04 .12 .10 .12 .12 .01 -.10 .14 -.12 .01
QCA-VP
Vida .64*** .13 .01 .70*** .49 .46*** .01 .03 .02 .52*** .15 .04 .29*** .66*** .27 .04 .52*** .53
12 meses .64*** .12 .01 .72*** .52 .49*** .04 .03 .11 .50*** .11 .03 .22** .67*** .24 .04 .51*** .55
*** *** *** * *** * *** ***
Freq .59 .20 .02 .69 .47 .44 .12 .06 .18 .47 .13 .06 .16 .63 .39 .08 .46 .50
*
Início .04 .02 .03 .07 .01 .09 .12 .10 .20 -.14 -.21 .10 -.28 .10 .11 .15 .12 .08
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU
= Traços calosos/não-emocionais; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do
coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato;
VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12
meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente
beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

298
4.4.2. EB-CV

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato da EB-CV e as


(sub)escalas do QCA são apresentadas nas Tabelas 69 e 70 para a versão completa e
reduzida da EB-CV, respetivamente.

As associações entre a pontuação total das várias versões de relato completas e


reduzidas da EB-CV e as escalas do QCA não foram de modo geral estatisticamente
significativas. Apenas houve as seguintes associações positivas e fracas: das versões
reduzida e completa da EB-CVP com as escalas Comportamento Antissocial ao Longo
da Vida e nos Últimos 12 meses do QCA-VE; e, da versão completa da EB-CVA com as
escalas Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses e (apenas ao nível
regressional) Frequência do Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-
VP. A versão reduzida da EB-CVE associou-se negativamente e de forma fraca a todas
as escalas de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses de todas as versões de relato do QCA, exceto à Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VP. Por fim, houve uma
associação positiva e fraca entre a versão reduzida da EB-CVE e a Idade de Início do
Comportamento Antissocial do QCA-VE.

299
Tabela 69 Relação entre as escalas da EB-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
EB-CVA EB-CVE EB-CVP
r B EP β R 2
r B EP β R2
r B EP β R2
QCA-VA
Vida .08 .00 .00 .04 .00 -.01 .00 .00 .01 .00 .09 .01 .01 .09 .01
12 meses .02 .00 .00 -.01 .00 -.03 .00 .00 -.01 .00 -.05 .00 .01 -.04 .00
Freq -.01 -.01 .01 -.03 .00 -.04 .00 .01 .01 .00 -.05 .00 .01 .01 .00
Início -.07 -.01 .01 -.06 .00 -.04 .00 .01 -.03 .00 -.08 .00 .01 -.04 .00
QCA-VE
Vida .10 .01 .00 .08 .01 .05 .00 .00 .05 .00 .19* .01 .01 .24** .06
12 meses .11 .01 .00 .11 .01 .09 .01 .00 .10 .01 .18* .01 .00 .20* .04
Freq -.02 .00 .01 -.03 .00 -.02 .00 .01 .00 .00 .12 .01 .01 .11 .01
Início .01 .00 .01 .01 .00 .01 .00 .01 .01 .00 .03 .01 .01 .11 .01
QCA-VP
Vida .12 .01 .01 .11 .01 -.02 .00 .01 .04 .00 .09 .01 .01 .09 .01
* *
12 meses .20 .01 .01 .20 .04 .02 .01 .01 .08 .01 .10 .01 .01 .11 .01
Freq .17 .02 .01 .19* .03 .03 .01 .01 .12 .01 .07 .01 .01 .10 .01
Início .15 .02 .01 .14 .02 .13 .02 .02 .11 .01 .07 .00 .01 .03 .00
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; r = Coeficiente de correlação de
Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário
de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao
Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento
Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

300
Tabela 70 Relação entre as escalas da versão reduzida da EB-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
EB-CVRA EB-CVRE EB-CVRP
r B EP β R2
r B EP β R2
r B EP β R2
QCA-VA
Vida .09 .01 .01 .06 .00 -.20*** -.03 .01 -.19** .04 .04 .00 .01 .03 .00
*** **
12 meses .04 .00 .01 .02 .00 -.21 -.03 .01 -.19 .04 -.06 .00 .01 -.02 .00
Freq .01 -.01 .02 -.02 .00 -.19** -.06 .02 -.14* .02 -.03 .01 .03 .03 .00
Início -.01 -.01 .02 -.02 .00 .00 .00 .02 -.01 .00 -.04 -.01 .02 -.03 .00
QCA-VE
Vida .06 .01 .01 .05 .00 -.23*** -.04 .01 -.24*** .06 .19* .02 .01 .18* .03
12 meses .06 .01 .01 .05 .00 -.17** -.03 .01 -.16** .03 .22* .03 .01 .21* .04
** **
Freq -.02 -.01 .02 -.03 .00 -.19 -.06 .02 -.19 .03 .10 .02 .02 .11 .01
* *
Início .02 .00 .03 .00 .00 .13 .05 .03 .13 .02 .02 .01 .03 .03 .00
QCA-VP
Vida .12 .02 .02 .08 .01 -.25** -.04 .02 -.18* .03 -.01 .00 .01 -.03 .00
*
12 meses .14 .02 .01 .13 .02 -.18 -.02 .02 -.13 .02 -.03 -.01 .01 -.05 .00
Freq .13 .04 .03 .14 .02 -.13 -.03 .03 -.09 .01 -.02 -.01 .02 -.04 .00
Início .03 .02 .03 .08 .01 .08 .03 .04 .07 .01 -.05 -.02 .02 -.08 .01
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; r = Coeficiente de
correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA
= Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de
Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

301
4.4.3. ICU

As associações entre as escalas do ICU e do QCA são apresentadas nas Tabelas


71, 72 e 73 para o ICU-VA, o ICU-VE e o ICU-VP, respetivamente.

Não houve associações entre as escalas do ICU e a Idade de Início do


Comportamento Antissocial, com exceção da associação positiva e fraca entre o Une do
ICU-VA e esta escala do QCA-VA.

A pontuação total do ICU associou-se de modo geral positivamente às escalas de


Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
do QCA, com exceção da associação não estatisticamente significativa entre a pontuação
total do ICU-VA e a (Frequência de) Comportamento Antissocial nos últimos 12 meses
do QCA-VP.

As subescalas Cal e Unc correlacionaram-se positivamente às escalas de


Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
do QCA, com exceção das correlações positivas não estatisticamente significativas entre
Cal do ICU-VA e todas estas escalas do QCA-VP e o Unc do ICU-VE e a Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VP. A subescala Une do ICU
não se correlacionou de modo geral com as escalas do QCA. Apenas houve as seguintes
correlações positivas: do Une do ICU-VE e do ICU-VP com o Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA; e, do Une do ICU-VE com o
Comportamento Antissocial ao Longo da Vida o QCA-VE e a Frequência de
Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA.

Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Cal, Unc e Une do ICU-
VA como preditores destas escalas do QCA: apenas a subescala Unc associou-se
positivamente a todas estas escalas exceto a Frequência de Comportamento Antissocial
nos Últimos 12 meses; e, a subescala Une associou-se negativamente ao Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA.

Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Cal, Unc e Une do ICU-
VE como preditores destas escalas do QCA: a subescala Unc foi a única que se associou
positivamente à Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do

302
QCA-VA e ao Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses e ao Longo da Vida do
QCA-VP; e, as subescalas Cal e Unc associaram-se positivamente ao Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12 meses do QCA-VA e do QCA-VE e à
Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VE.

Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões Cal, Unc e Une do ICU-
VP como preditores destas escalas do QCA: a subescala Unc foi a única que se associou
positivamente às escalas do QCA-VA e ao Comportamento Antissocial nos Últimos 12
meses do QCA-VE; as subescalas Cal e Unc associaram-se positivamente às escalas do
QCA-VP e ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VE; e, a subescala
Une apenas se associou e negativamente ao (à Frequência de) Comportamento
Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VP. A intensidade destas associações foi
superior entre as respetivas versões de relato das escalas destes instrumentos.

303
Tabela 71 Relação entre as escalas do ICU-VA e do QCA: Correlações e análises de regressão
ICU-VA
Total Cal Unc Une
r B EP β R2 r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .25*** .03 .01 .24*** .06 .26*** .03 .02 .10 .33*** .08 .02 .27*** -.02 -.05 .02 -.13* .11
12 meses .21*** .03 .01 .23*** .05 .21*** .02 .02 .05 .29*** .09 .02 .30*** .00 -.04 .02 -.10 .10
*** *** *** *** ***
Freq .21 .06 .02 .20 .04 .19 .05 .05 .07 .30 .17 .05 .25 .00 -.09 .05 -.10 .08
* **
Início .03 .01 .02 .04 .00 -.04 -.06 .05 -.09 -.01 .01 .05 .01 .13 .13 .05 .16 .03
QCA-VE
Vida .14* .02 .01 .13* .02 .14* .00 .02 -.01 .18** .07 .02 .21** -.01 -.02 .02 -.06 .04
** *** ** *** **
12 meses .18 .03 .01 .21 .04 .17 .01 .02 .05 .20 .06 .02 .21 .04 -.01 .02 -.02 .06
Freq .16* .04 .02 .18** .03 .14* .01 .04 .03 .24*** .13 .04 .25** -.04 -.04 .04 -.06 .06
Início .00 .00 .02 .01 .00 -.05 -.04 .07 -.05 -.03 -.02 .06 -.03 .08 .10 .06 .13 .02
QCA-VP
Vida .17* .03 .01 .19* .04 .13 .01 .03 .03 .21* .08 .03 .25* -.01 -.03 .04 -.08 .07
12 meses .12 .02 .01 .16 .02 .11 .00 .03 -.01 .18* .07 .03 .26* -.04 -.03 .03 -.09 .06
*
Freq .14 .03 .02 .13 .02 .12 -.02 .05 -.04 .17 .11 .06 .21 -.01 -.01 .06 -.01 .03
Início -.07 -.02 .02 -.08 .01 -.12 -.08 .06 -.18 -.06 .01 .07 .03 -.01 .06 .07 .09 .03
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; Cal = Calosidade/Frieza
Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE =
Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses;
Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta
não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

304
Tabela 72 Relação entre as escalas do ICU-VE e do QCA: Correlações e análises de regressão
ICU-VE
Total Cal Unc Une
r B EP β R2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .26*** .04 .01 .30*** .09 .27*** .05 .02 .21** .26*** .05 .02 .16* .10 .00 .02 -.01 .10
*** *** *** ** *** * **
12 meses .28 .04 .01 .32 .10 .25 .05 .02 .20 .24 .04 .02 .14 .15 .02 .02 .06 .11
Freq .27*** .08 .02 .26*** .07 .23*** .04 .04 .07 .25*** .15 .05 .22** .14* .02 .05 .03 .08
Início -.03 -.01 .02 -.02 .00 -.08 -.03 .04 -.05 -.06 -.03 .05 -.04 .05 .07 .05 .09 .01
QCA-VE
Vida .40*** .05 .01 .42*** .18 .41*** .06 .01 .24*** .41*** .08 .02 .27*** .12* .00 .02 .00 .21
12 meses .35*** .04 .01 .37*** .13 .37*** .05 .01 .22*** .37*** .07 .02 .26*** .08 -.01 .02 -.04 .17
*** *** *** ** *** **
Freq .28 .07 .01 .30 .09 .30 .09 .03 .20 .28 .10 .03 .19 .08 -.01 .03 -.02 .11
Início -.06 -.02 .02 -.05 .00 -.10 -.03 .04 -.04 -.09 -.05 .05 -.07 .03 .05 .05 .07 .01
QCA-VP
Vida .27** .04 .01 .29** .08 .30*** .06 .03 .18 .30** .09 .04 .25* .00 -.05 .03 -.11 .14
* * ** ** *
12 meses .23 .03 .01 .21 .04 .23 .02 .03 .08 .27 .08 .03 .26 -.02 -.04 .03 -.12 .09
Freq .15 .05 .02 .21* .04 .19* .06 .05 .15 .18 .09 .06 .18 -.08 -.06 .06 -.10 .08
Início .05 .00 .03 .02 .00 .14 .01 .06 .03 -.04 -.05 .07 -.11 .07 .07 .08 .12 .02
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; Cal = Calosidade/Frieza
Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE =
Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses;
Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta
não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

305
Tabela 73 Relação entre as escalas do ICU-VP e do QCA: Correlações e análises de regressão
ICU-VP
Total Cal Unc Une
r B EP β R2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .43*** .05 .01 .43*** .19 .38*** .01 .02 .06 .48*** .12 .03 .44*** .14 -.01 .03 -.03 .23
*** *** *** *** *** *
12 meses .40 .04 .01 .39 .15 .33 -.01 .02 -.03 .45 .12 .03 .46 .18 .01 .03 .04 .20
Freq .39*** .09 .02 .36*** .13 .32*** .00 .05 -.01 .44*** .23 .07 .40** .16 .03 .06 .03 .17
Início .03 .00 .02 .02 .00 .04 -.05 .05 -.13 .12 .11 .06 .25 -.15 -.09 .06 -.14 .04
QCA-VE
Vida .37*** .04 .01 .38*** .14 .38*** .05 .02 .24* .40*** .06 .03 .24* .09 -.04 .03 -.10 .19
12 meses .34*** .04 .01 .37*** .14 .32*** .03 .02 .16 .35*** .06 .03 .28* .15 -.01 .03 -.02 .16
* * *
Freq .21 .04 .02 .25 .06 .25 .04 .04 .14 .23 .06 .06 .16 .09 -.02 .06 -.03 .08
Início .17 .03 .02 .14 .02 .18 .02 .07 .07 .14 .05 .08 .12 -.01 -.03 .08 -.05 .03
QCA-VP
Vida .55*** .07 .01 .59*** .35 .61*** .11 .02 .49*** .54*** .06 .03 .22* .08 -.03 .03 -.08 .43
*** *** *** *** *** *** *
12 meses .54 .06 .01 .59 .34 .57 .08 .02 .38 .58 .09 .02 .36 .03 -.06 .02 -.15 .45
Freq .50*** .10 .01 .56*** .31 .54*** .15 .03 .45*** .52*** .12 .04 .28** .05 -.11 .04 -.18** .44
Início -.01 .01 .02 .03 .00 .06 .05 .05 .15 .00 .01 .06 .02 -.19 -.13 .07 -.21 .05
Nota: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; Cal = Calosidade/Frieza
Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente
beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE =
Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses;
Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta
não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

306
4.4.4. YPI-CV

As associações entre as escalas do YPI-CV e as várias versões de relato da ABRS


são apresentadas na Tabela 74 para a pontuação total e as dimensões do YPI-CV e nas
Tabelas 75, 76 e 77 para as suas subdimensões GM, CU e II APSD, respetivamente.

A pontuação total do YPI-CV associou-se positivamente às escalas de


Comportamento Antissocial ao Longo da Vida, de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses e de Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses
das várias versões de relato do QCA, cuja intensidade foi superior entre as versões de
autorrelato das escalas (moderado a forte) relativamente às outras versões de relato das
escalas (fraco a moderado). As (sub)dimensões do YPI-CV correlacionaram-se
positivamente com as escalas supracitadas das várias versões de relato do QCA. Apenas
as seguintes correlações positivas não foram estatisticamente significativas: entre a
Frequência de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VE e a
subdimensão Cal; e do Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VP com
as subdimensões G e M. Ao nível das regressões lineares múltiplas das dimensões GM,
CU e II do YPI-CV como preditores destas escalas do QCA: apenas o CU não associou-
se ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA e a associação positiva
com o II foi mais intensa (moderada) do que com o GM (fraca); o II foi a única dimensão
do YPI-CV que associou-se positivamente e de forma fraca a moderada com as escalas
de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA e do QCA-VE e de
Frequência do Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA e do
QCA-VP; e, o CU foi a única dimensão do YPI-CV que associou-se positivamente e de
forma fraca com o Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VP. Ao nível
das regressões lineares múltiplas das subdimensões GM como preditores destas escalas
do QCA: a L foi a única subdimensão que se associou com as escalas de Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA e do QCA-VE; apenas as subdimensões L e
M associaram-se às escalas de Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses e de
Frequência do Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses do QCA-VA. Ao nível
das regressões lineares múltiplas das subdimensões CU como preditores destas escalas
do QCA: apenas as subdimensões Cal e Rem associaram-se ao Comportamento
Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12 meses do QCA-VA; a Rem foi a única
subdimensão que se associou às escalas Frequência de Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses do QCA-VA e do QCA-VP, de Comportamento Antissocial nos

307
Últimos 12 meses do QCA-VE e de Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do
QCA-VP; a Cal foi a única dimensão que não se associou ao Comportamento Antissocial
ao Longo da Vida do QCA-VE. Ao nível das regressões lineares múltiplas das
subdimensões II como preditores destas escalas do QCA: a Ir foi a única dimensão
associada ao Comportamento Antissocial ao Longo da Vida e nos Últimos 12 meses do
QCA-VE; todas as subdimensões associaram-se ao Comportamento Antissocial ao Longo
da Vida do QCA-VA, tendo sido a associação menos intensa com a TS; e, por fim, a TS
foi a única subdimensão não associada à (Frequência de) Comportamento Antissocial nos
Últimos 12 meses do QCA-VA. Todas as associações referidas foram positivas e fracas,
com exceção das associações moderadas das subdimensões L e Rem com o
Comportamento Antissocial ao Longo da Vida do QCA-VA e do QCA-VP,
respetivamente.

Houve correlações negativas e fracas a moderadas entre a Idade de Início do


Comportamento Antissocial do QCA-VA e as (sub)escalas do YPI-CV. Apenas a
dimensão GM e as subdimensões L, Une, Rem e Ir mantiveram as associações positivas
com esta escala ao nível das regressões lineares múltiplas das respetivas (sub)dimensões
do YPI-CV como preditores da Idade de Início do Comportamento Antissocial do QCA-
VA. A Idade de Início do Comportamento Antissocial do QCA-VE apenas associou-se
negativamente e de forma fraca à pontuação total, à dimensão GM e às subdimensões DC
e (apenas a nível correlacional) G. De modo geral não houve associações entre as escalas
do YPI-CV e a Idade de Início do Comportamento Antissocial do QCA-VP para além das
associações moderadas apenas ao nível regressional com as subdimensões Rem
(negativa) e M (positiva) do YPI-CV do YPI-CV.

308
Tabela 74 Relação entre as escalas do YPI-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
Total GM CU II
r B EP β R2
r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .50*** .02 .00 .50*** .25 .42*** .02 .01 .16* .38*** .00 .01 .03 .50*** .05 .01 .38*** .27
*** *** *** *** *** ***
12 meses .35 .02 .00 .37 .14 .27 .00 .01 .01 .28 .01 .01 .08 .38 .04 .01 .34 .16
Freq .36*** .04 .01 .36*** .13 .29*** .01 .02 .05 .29*** .01 .02 .03 .37*** .10 .02 .34*** .16
Início -.32*** -.03 .01 -.33*** .11 -.33*** -.05 .02 -.27** -.24*** -.02 .02 -.08 -.23*** .00 .02 -.01 .11
QCA-VE
Vida .32*** .01 .00 .33*** .11 .30*** .02 .01 .21* .24*** .01 .01 .05 .29*** .01 .01 .11 .11
12 meses .26*** .01 .00 .29*** .08 .23*** .01 .01 .13 .19** .01 .01 .05 .26*** .02 .01 .15* .08
*** *** *** * ***
Freq .26 .02 .00 .29 .08 .25 .02 .02 .15 .17 .01 .02 .05 .27 .03 .02 .13 .08
* * * *
Início -.15 -.01 .01 -.14 .02 -.21 -.06 .02 -.27 .01 .05 .03 .15 -.11 .00 .03 -.02 .04
QCA-VP
Vida .27** .02 .00 .32*** .10 .21** .00 .01 -.01 .31*** .04 .02 .25* .23** .02 .02 .14 .12
*** *** ** *** ***
12 meses .31 .01 .00 .34 .11 .27 .00 .01 .05 .29 .02 .01 .16 .28 .02 .01 .18 .12
Freq .32*** .03 .01 .38*** .14 .29** .02 .02 .14 .27** .01 .03 .04 .31*** .05 .03 .24* .15
Início -.01 .00 .01 .02 .00 .00 .02 .03 .17 .04 .01 .03 .06 -.13 -.04 .03 -.22 .02
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; II = Impulsividade-
Irresponsabilidade; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2
= coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato
professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12
meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

309
Tabela 75 Relação entre as subescalas da dimensão GM do YPI-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
YPI-CV GM
DC G L M
r B EP β r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .35*** .00 .02 .01 .25*** .00 .02 .01 .44*** .13 .02 .38*** .36*** .05 .03 .13 .24
*** ** *** *** *** *
12 meses .21 -.03 .02 -.10 .17 .00 .02 .01 .26 .08 .02 .24 .26 .07 .03 .20 .12
Freq .23*** -.02 .05 -.03 .19*** -.03 .05 -.05 .29*** .19 .05 .25*** .28*** .15 .07 .19* .12
*** *** *** ** ***
Início -.26 -.06 .05 -.10 -.25 -.09 .05 -.13 -.34 -.14 .05 -.21 -.27 .03 .06 .04 .12
QCA-VE
Vida .28*** .02 .02 .07 .22*** .03 .02 .09 .22*** .05 .03 .15* .26*** .03 .03 .07 .10
12 meses .22*** .01 .02 .03 .21*** .03 .02 .11 .15* .03 .02 .10 .20*** .02 .03 .07 .07
** ** ** **
Freq .21 -.01 .05 -.03 .19 .07 .04 .13 .22 .09 .05 .15 .20 .05 .06 .08 .08
** * *
Início -.23 -.16 .07 -.26 -.15 -.02 .06 -.02 -.13 .00 .07 .00 -.14 .07 .09 .09 .05
QCA-VP
Vida .23** .06 .04 .21 .15 .02 .04 .06 .18* .06 .04 .17 .11 -.04 .05 -.11 .09
*** * * *
12 meses .29 .06 .03 .22 .19 .01 .03 .04 .20 .04 .03 .12 .18 -.01 .04 -.02 .09
Freq .34*** .11 .06 .22 .23** .08 .06 .15 .22* .02 .06 .04 .19* .00 .07 .00 .13
*
Início -.01 -.02 .07 -.05 .03 -.02 .07 -.05 -.12 -.15 .08 -.30 .10 .19 .09 .42 .08
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação;
r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de
determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida
= Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início =
Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

310
Tabela 76 Relação entre as subescalas da dimensão CU do YPI-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
YPI-CV CU
Cal Une Rem
r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .27*** .05 .02 .12* .28*** .01 .02 .03 .37*** .10 .02 .29*** .15
12 meses .20*** .05 .02 .13* .23*** .02 .02 .06 .24*** .05 .02 .17** .09
*** *** *** **
Freq .20 .08 .06 .08 .25 .04 .06 .05 .26 .15 .05 .19 .08
* *** * *** ***
Início -.12 .06 .06 .07 -.22 -.12 .05 -.16 -.25 -.17 .05 -.24 .10
QCA-VE
Vida .12* -.01 .03 -.02 .20*** .05 .02 .14* .26*** .06 .02 .18** .07
* ** ** *
12 meses .11 .01 .02 .02 .17 .04 .02 .11 .20 .04 .02 .14 .05
Freq .09 .06 .06 .09 .14* .04 .05 .06 .19** .07 .04 .13 .05
Início .00 .00 .08 .00 -.04 -.03 .07 -.04 -.01 -.02 .06 -.02 .00
QCA-VP
Vida .20* .00 .04 .00 .22** .04 .04 .09 .34*** .10 .03 .30** .12
12 meses .20* .02 .04 .07 .23** .05 .04 .12 .29*** .05 .03 .16 .09
* * *** *
Freq .17 .05 .07 .08 .21 .01 .07 .01 .31 .13 .06 .25 .10
*
Início .15 .13 .09 .23 .09 .11 .10 .18 -.13 -.17 .07 -.35 .11
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Une
= Insensibilidade Emocional; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta
padronizado; R2 = coeficiente de determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP =
Versão relato professores; Vida = Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial
Últimos 12 meses; Início = Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

311
Tabela 77 Relação entre as subescalas da dimensão II do YPI-CV e do QCA: Correlações e análises de regressão
YPI-CV II
Imp TS Ir
r B EP β r B EP β r B EP β R2
QCA-VA
Vida .46*** .07 .02 .25*** .38*** .04 .02 .13* .43*** .08 .02 .22*** .26
12 meses .35*** .06 .02 .22*** .27*** .02 .02 .05 .36*** .07 .02 .21*** .17
*** ** *** *** **
Freq .33 .11 .04 .17 .26 .08 .05 .10 .34 .17 .05 .21 .16
** ** *** **
Início -.16 .00 .04 -.01 -.19 -.07 .05 -.11 -.22 -.13 .05 -.18 .07
QCA-VE
Vida .23*** .02 .02 .07 .23*** .04 .02 .12 .24*** .05 .02 .15* .08
*** ** *** **
12 meses .21 .01 .02 .05 .19 .02 .02 .07 .26 .07 .02 .21 .08
Freq .24*** .07 .04 .16 .21** .03 .04 .05 .23*** .06 .05 .10 .07
Início -.09 .00 .06 .00 -.08 -.04 .06 -.06 -.12 -.07 .07 -.08 .01
QCA-VP
Vida .21* .03 .03 .11 .21** .03 .03 .09 .18* .05 .04 .14 .08
12 meses .23** .02 .03 .09 .27** .05 .03 .17 .21** .04 .03 .11 .10
** *** **
Freq .23 .05 .05 .11 .30 .10 .05 .19 .23 .09 .06 .16 .14
Início -.21 -.12 .06 -.28 -.08 -.02 .07 -.04 .10 .14 .08 .26 .07
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos em Jovens - Versão Crianças; II = Irresponsabilidade-Impulsividade; Imp = Impulsividade; TS = Procura de Excitação; Ir = Irresponsabilidade;
r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado; EP = Erro Padrão do coeficiente beta não padronizado; β = coeficiente beta padronizado; R2 = coeficiente de
determinação; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Vida
= Comportamento Antissocial ao Longo da Vida; 12meses = Comportamento Antissocial nos Últimos 12 meses; Freq = Frequência de Comportamento Antissocial Últimos 12 meses; Início =
Idade de Início do de Comportamento Antissocial; r = Coeficiente de correlação de Spearman; B = coeficiente beta não padronizado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

312
5. Discussão

O presente estudo analisou a relação da psicopatia e das suas dimensões com o


comportamento antissocial e agressivo, especificamente com os subtipos de agressão
reativa e proativa numa amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os
8 e 12 anos. De seguida será apresentada a discussão dos resultados principais obtidos
neste estudo e uma reflexão das vantagens e limitações inerentes a este, delineando linhas
orientadoras para a investigação futura.

5.1. Resumo dos resultados principais

Os resultados relacionados com a associação entre a psicopatia e a agressão foram


de modo geral consistentes com a hipótese colocada de valores mais altos de traços
psicopáticos estarem associados a uma adoção mais frequente de comportamentos
agressivos. Estes resultados foram consistentes independentemente das fontes de
informação das medidas de psicopatia e de agressão, bem como do instrumento de
avaliação de psicopatia utilizado (APSD e YPI-CV). Estes resultados fornecem apoio à
evidência da relação entre traços psicopáticos e o comportamento agressivo na infância
proveniente de estudos conduzidos em amostras na comunidade constituídas por crianças
com 9 anos de idade (Kimonis et al., 2016b) e crianças do sexo masculino com 10 anos
de idade derivadas do PYS (Lynam, 1997), e em amostras escolares compostas por
crianças com 9 a 13 anos de idade (van Baardewijk et al., 2009) e por crianças e
adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e 17 anos (Marsee et al., 2005).
Todos os estudos foram conduzidos nos Estados Unidos e utilizaram questionários, com
exceção do estudo realizado pelo autor van Baardewijk e colegas (2009), que foi
conduzido na Holanda e utilizou como instrumento de avaliação do comportamento
agressivo uma tarefa experimental. Estes utilizaram várias medidas da psicopatia,
designadamente a versão de relato pelos pais da CPS (Lynam, 1997), o YPI-CV (van
Baardewijk et al., 2009), as versões de autorrelato, de relato pelos professores (Marsee et
al., 2005) e combinada de autorrelatos e relatos pelos pais do APSD (Kimonis et al.,
2006b). Os questionários que utilizaram para avaliar o comportamento agressivo foram o
YSR, o TRF (Lynam, 1997), o SRD e/ou SRA (Lynam, 1997; Marsee et al., 2005) e as
versões de autorrelato e relato pelos professores da ABRS (Kimonis et al., 2006b).

A psicopatia relacionou-se positivamente com ambos os subtipos de agressão.


Este resultado é consistente com a reduzida evidência da relação entre a psicopatia com

313
ambos subtipos de agressão reativa e proativa na infância oriunda de estudos realizados
em amostras (pré-)escolares na Holanda constituídas por crianças com 9 a 12 anos de
idade (van Baardewijk et al., 2011) e com 3 a 7 anos de idade (Colins et al., 2018), e na
comunidade de gémeos com 5 anos de idade na Suécia (Colins et al., 2017a) e de crianças
com 9 anos de idade nos estados Unidos (Kimonis et al., 2006b). Estes utilizaram várias
medidas da psicopatia, designadamente o YPI-CV (van Baardewijk et al., 2011), a versão
combinada de autorrelatos e relatos pelos pais do APSD (Kimonis et al., 2006b) e a versão
de relato pelos professores do CPTI (Colins et al., 2017a, 2018). E, utilizaram os seguintes
questionários com o intuito de avaliar a agressão reativa e proativa: o RPQ (van
Baardewijk et al., 2011), o IRPA (Colins et al., 2018) e as versões de autorrelato, relato
pelos pais (Kimonis et al., 2006b) e relato pelos professores da ABRS (Colins et al.,
2017a). Estes estudos, exceto os realizados por Colins e colegas (2017a, 2018), estudaram
a relação entre estas variáveis após o controlo dos subtipos de agressão, de modo a
determinar qual a forma de agressão associada unicamente e mais intensamente aos traços
psicopáticos. No presente estudo após o controlo das formas de agressão, a psicopatia
apenas continuou a relacionar-se com ambos tipos de agressão em metade das associações
(entre as versões correspondentes de relato do APSD e da ABRS, entre as versões de
autorrelato e de relato pelos encarregados de educação do APSD e da ABRS e entre o
YPI-CV e a ABRS-VA). Esta parte dos resultados são consistentes com o estudo
conduzido por Kimonis e colegas (2006b). As outras associações entre a psicopatia e os
subtipos de agressão perderam significância estatística (, designadamente entre as versões
de autorrelato e relato pelos encarregados de educação do APSD e a versão de relato pelos
professores da ABRS, e entre a versão de relato pelos professores do APSD e a versão de
relato pelos encarregados de educação da ABRS), sugerindo que a psicopatia está
associada à variância partilhada entre os tipos de agressão, bem como a psicopatia
associou-se apenas a uma das formas de agressão (à agressão reativa entre o APSD-VP e
a ABRS-VA e entre o YPI-CV e o ABRS-VP e à agressão proativa entre o APSD-VE e
o APSD-VA). Apenas um resultado esteve de acordo com o estudo conduzido pelo autor
van Baardewijk e colegas (2011), no qual a psicopatia associou-se unicamente à agressão
proativa. Assim, os resultados do presente estudo de modo geral sugerem que o
comportamento agressivo praticado pelas crianças com valores mais altos de psicopatia
pode decorrer de motivos diferentes, isto é, instrumentais ou reativos, bem como pode ter
como subjacentes processos emocionais distintos, ou seja, ser caraterizado pela frieza
emocional ou precedido por uma reação emocional forte. Uma parte dos resultados

314
também forneceu apoio à hipótese colocada anteriormente de uma relação mais forte da
psicopatia com agressão proativa relativamente à agressão reativa. Ao nível das
correlações bivariada entre a psicopatia e os subtipos de agressão, as associações foram
mais intensas com a agressão proativa do que com a agressão reativa, com exceção da
relação entre o APSD-VE e a ABRS-VE, entre o APSD-VP e o ABRS-VA, e entre o YPI-
CV e o ABRS-VE. Replicando, assim, os resultados dos estudos anteriores (Colins et al.,
2017a; Kimonis et al., 2006b; van Baardewijk et al., 2011). Após o controlo do respetivo
outro subtipo de agressão, os seguintes resultados continuaram a apoiar a hipótese: entre
as versões de relato de todos os instrumentos, com exceção do APSD-VE, replicando o
resultado do estudo conduzido por Kimonis e colegas (2006b). E, apenas os autorrelatos
de agressão proativa se associaram unicamente ao APSD-VE, de forma consistente com
os resultados do estudo realizado pelo autor van Baardewijk e colegas (2011).

O presente estudo replicou os resultados dos estudos realizados por Colins e


colegas (2017a, 2018) e por van Baardewijk e colegas (2011), uma vez que os traços
psicopáticos dos domínios interpessoais, afetivos e comportamentais, avaliados pelo YPI-
CV e APSD, relacionaram-se com ambas as formas de agressão ao nível das correlações
bivariadas, independentemente das fontes de informação e das medidas de psicopatia
utilizadas, com exceção dos traços CU avaliados pelo APSD. Contudo, após o controlo
da variância partilhada com as dimensões da psicopatia e a outra forma de agressão, estas
contribuíram diferenciadamente para a agressão reativa e proativa e os resultados
variaram consoante as fontes de informação e as medidas de psicopatia utilizadas.
Relativamente ao YPI-CV, a sua dimensão afetiva relacionou-se unicamente com
autorrelatos da agressão reativa, a sua dimensão comportamental relacionou-se
unicamente com os relatos pelos encarregados de educação da agressão proativa e a sua
dimensão interpessoal relacionou-se unicamente com os relatos pelos encarregados de
educação da agressão reativa e nenhuma dimensão da psicopatia se relacionou com os
relatos pelos professores da agressão reativa e proativa, sugerindo que a relação entre as
dimensões e as formas de agressão advém da variância comum às dimensões.
Relativamente à relação entre as dimensões do APSD e as formas de agressão após o
controlo da variância partilhada com as outras dimensões e o outro tipo de agressão,
muitas das associações que existiam entre as dimensões afetivas, interpessoais e
comportamentais do APSD e as formas de agressão deixaram de ser significativas. A
dimensão CU associou-se à agressão proativa (entre versões de relato pelos encarregados

315
de educação, entre versões de relato pelos encarregados de educação, entre APSD-VE e
ABRS-VA e entre APSD-VA e ABRS-VP). A dimensão comportamental do APSD
associou-se unicamente à agressão proativa (entre o APSD-VA e a ABRS-VE e entre o
APSD-VP e a ABRS-VE), a ambos tipos de agressão (dos respetivos relatos pelos
encarregados de educação e pelos professores). A dimensão interpessoal associou-se a
ambos tipos de agressão (entre as versões de relato correspondentes). Assim, os resultados
em parte apoiam uma associação particular com a agressão proativa para a dimensão CU
do APSD e a dimensão comportamental do YPI-CV e do APSD que se relacionaram
unicamente apenas com a agressão proativa. Nos estudos realizados por Colins e colegas
(2017a, 2018) apenas as dimensões interpessoal e comportamental da psicopatia se
relacionaram com a agressão reativa e proativa após o controlo das dimensões da
psicopatia, com maior contributo da dimensão interpessoal e uma maior intensidade para
a agressão proativa. No estudo realizado pelo autor van Baardewijk e colegas (2011),
apenas a dimensão comportamental do YPI-CV se associou unicamente a ambos os tipos
de agressão e após o controlo da outra forma de agressão apenas à agressão proativa.

Houve alguns estudos que se centraram apenas na análise da relação de traços


psicopáticos CU com o comportamento agressivo na infância. Destes estudos três também
utilizaram o ICU, nomeadamente a sua versão de relato pelos pais (Benesch et al., 2014;
Waller et al., 2015) e de relato pelos professores (Ezpeleta et al., 2013), mas nenhum
utilizou a versão de autorrelato como o presente estudo. Outros dois estudos utilizaram a
subescala CU dos relatos combinados de pais e professores do APSD (Kimonis et al.,
2006a; Frick et al, 2003a). Estes foram conduzidos numa amostra clínica com crianças
do sexo masculino com idades compreendidas entre 6 e 12 anos na Alemanha (Benesch
et al., 2014), em amostras na comunidade constituídas por crianças com 3 a 4 anos de
idade em Espanha (Ezpeleta et al., 2013) e com 9 a 11 anos de idade em risco de
problemas de conduta nos Estados Unidos (Waller et al., 2015) e em amostras (pré-
)escolares de crianças com idades compreendidas entre os 2 e 5 anos (Kimonis et al.,
2006a) e com idade média de 12 anos nos Estados Unidos (Frick et al, 2003a). Foram
utilizados como instrumentos de avaliação do comportamento agressivo: os relatos pelos
pais do FAVK (Benesch et al., 2014), a CBCL (Benesch et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013;
Waller et al., 2015), o TRF (Waller et al., 2015), os relatos pelos professores do CAS
(Ezpeleta et al., 2013) e relatos pelos professores (Kimonis et al., 2006a) e combinados
de professores e pais da ABRS (Frick et al, 2003a). Uma parte dos resultados do presente

316
estudo replicou os resultados dos estudos mencionados, nos quais os traços CU e
particularmente as suas subdimensões Calosidade/Frieza Emocional (Cal) e Indiferença
Emocional (Unc) relacionaram-se com o comportamento agressivo (entre o ICU-VA e a
ABRS-VE, entre o ICU-VE e a ABRS-VA/VE, entre o ICU-VP e a ABRS-VA/VP). A
dimensão Insensibilidade Emocional de modo geral não se relacionou com o
comportamento agressivo e após o controlo da variância partilhada com as outras
subdimensões CU as associações com o comportamento agressivo deixaram de ser
significativas e até foram negativas. Estes resultados sugerem que são as caraterísticas
afetivas da psicopatia relacionadas com calosidade em relação aos outros e a falta de
preocupação com o seu desempenho e não a ausência de expressão emocional que estão
relacionadas com uma predisposição para a prática do comportamento agressivo. Estes
resultados replicaram a evidência proveniente do reduzido número de estudos conduzidos
na infância (Benesch et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013; Waller et al., 2015), bem como a
evidência de um maior número de estudos realizados na adolescência (Ansel et al., 2015;
Charles et al., 2012; Colins et al., 2016; Pihet et al., 2015; Kimonis et al., 2008, 2013b;
Hawes et al., 2014b; Hougton et al, 2013b; López-Romero et al., 2015a; Ray et al.,
2016b). Há evidência de um padrão de relações divergentes da subdimensão Une
relativamente às subdimensões Cal e Unc com traços de personalidade básicos (e.g.,
Decuyper et al., 2011; Romero & Alonso, 2017), outras medidas de comportamento
antissocial e de psicopatologias de internalização e de externalização (e.g., Colins et al.,
2015; Essau et al., 2006), sugerindo que esta subescala captura a timidez e a
vulnerabilidade. Esta evidência conduziu ao questionamento do papel desta escala na
avaliação dos traços CU. Segundo a opinião de vários autores a subescala Une do ICU
deveria ser removida (e.g., Hawes et al., 2014a) ou revista (e.g., Colins et al., 2016).
Contudo, os comportamentos antissociais e agressivos constituem uma importante
medida de critério externa de validação do ICU, mas não são as únicas. E, a subescala
Une está relacionada negativamente com a empatia e o comportamento pró-social
(Ezpleta et al., 2003; Kimonis et al., 2016). É importante destacar que os presentes
resultados em conjunto com esta evidência podem ser consequência do conteúdo inerente
aos itens da subescala Une do ICU estar a avaliar uma ausência ou défice de expressão
emocional (e.g., “Escondo os meus sentimentos dos outros”), que não é caraterística da
psicopatia, ao invés de uma ausência ou défice de responsividade emocional ou de
respostas emocionais (e.g., sentir simpatia pela angústia do outros e medo de punição),
para além de não incluir no seu conteúdo a caraterística afetiva da psicopatia de expressar

317
emoção de forma instrumental e manipuladora. E, deste modo a subescala Une captura
com insucesso as caraterísticas essenciais à concetualização da psicopatia de défices ou
superficialidade a nível afetivo (e.g., Frick & Moffitt, 2010, Kimonis et al., 2013a). Além
disso, no presente estudo, o ICU forneceu dados mistos à hipótese, nos quais, por um
lado, os seguintes resultados apoiam a hipótese colocada: os traços CU associaram-se
unicamente à agressão proativa mesmo após o controlo da agressão reativa (entre as
versões de relato pelos professores e entre o ICU-VA e o ABRS-VE), replicando os
resultados do estudo realizado por Kimonis e colegas (2006a), e a ambos subtipos de
agressão, mas com maior intensidade para a agressão proativa (entre o ICU-VE e a
ABRS-VE). E, por outro lado, outros resultados contrariam a hipótese colocada,
designadamente após o controlo do outro tipo de agressão, os relatos pelos professores
dos traços CU relacionaram-se unicamente com autorrelatos de agressão reativa e os
traços CU deixaram de ser relacionar com ambos os tipos de agressão (entre o ICU-VA
e a ABRS-VA/VP e entre o ICU-VP e a ABRS-VE), replicando o resultado do estudo
realizado por Frick e colegas (2003a).

Os resultados contrariam a hipótese colocada de traços psicopáticos do domínio


interpessoal de ajustamento positivo, avaliados pela EB-CV, estarem relacionados com
uma maior predisposição para a prática do comportamento agressivo na infância. No
presente estudo não houve de modo geral relação entre a boldness e os subtipos de
agressão, com exceção da relação positiva entre os autorrelatos de boldness e a agressão
proativa que apoiou a hipótese, e da relação negativa dos relatos pelos encarregados de
educação da boldness avaliados pela versão reduzida e a agressão reativa. Este
corresponde ao primeiro estudo a avaliar a relação entre a boldness e o comportamento
agressivo na infância, uma vez que não existem instrumentos de avaliação destes traços
psicopáticos na infância e adolescência apenas podemos comparar os resultados do
presente estudo com evidência proveniente de estudos realizados em amostras de adultos.
Estes resultados são consistentes com a evidência produzida pela metanálise realizada por
Miller e Lynam (2012) da baixa convergência do fator PPI-FD, avaliado quer por
estimativas deste derivadas de medidas de personalidade (Multidimensional Personality
Questionnaire (MPQ; Benning, Patrick, Blonigen, Hicks, & Iacono, 2005), o Revised
NEO Personality Questionnaire (NEO PI-R; Witt, Hopwood, Morey, Markowitz,
McGlashan, Grilo, & Donnellan, 2010) e o International Personality Item
Pool Representation of the NEO (PI-R IPIP-NEO; Witt, Donnellan, & Blonigen, 2009)

318
quer pelo instrumento original e versões do PPI, com comportamentos de externalização
(o comportamento antissocial, a agressão e o consumo de substâncias). Por outro lado, os
resultados foram de modo geral contrários à evidência da relação positiva entre
comportamentos de externalização e traços psicopáticos do domínio interpessoal de
ajustamento positivo em adolescentes e adultos, avaliados pela escala Boldness da TriPM
(Almeida et al., 2015; Drislane et al., 2014b; Somma et al., 2016b; Seixas, 2014; Wall et
al., 2014), bem como pelo fator FD do PPI (Cima & Raine, 2009; Ostrov & Houston,
2008; Selbom, Benporath, Lilienfield, Patrick, & Graham, 2005; Stanford, Houston, &
Baldrige, 2008). Esta ausência de relação de traços psicopáticos do domínio interpessoal
de ajustamento positivo poderá reforçar o posicionamento de alguns autores que
questionam o papel destes traços na concetualização e operacionalização da psicopatia
(cf. Marcus et al., 2013; Lynam & Miller, 2012; Miller & Lynam, 2012), afirmando que
a boldness «(…)is largely assessing psychological adjustment and adaptive functioning
in a manner that is distinct from how the psychopathy construct has been conceived of
and studied over the past 30 years. (…)» (p.318, Miller & Lynam, 2012). Contudo, o
comportamento agressivo e antissocial não são as únicas medidas de critério externas
relevantes na rede nomológica da psicopatia. E, apesar de traços psicopáticos do domínio
interpessoal de ajustamento positivo não se relacionaram com estes indicadores mal-
adaptativos da psicopatia em adultos e no presente estudo na infância, estes relacionaram-
se com outros conceitos teoricamente relevantes para a psicopatia, designadamente a
inibição comportamental (-; Miller & Lynam, 2012), a procura de sensações fortes (-;
Miller & Lynam, 2012; Marcus et al., 2013; Lilienfeld et al., 2012) e o narcisismo (+;
Benning, Patrick, Blonigen, Hicks, & Iacono, 2005; Miller & Lynam, 2012; Lilienfeld et
al., 2012; Patrick & Drislane, 2014), o medo (-) e indicadores psicofisiológicos de
resposta ao medo (-; Lilienfeld et al., 2012; Patrick & Drislane, 2014). Além disso, as
conclusões destes autores negligencia as concetualizações clássicas da psicopatia
(Cleckley, 1950; Karpman, 1941; Lykken, 1995) e atuais (Patrick et al., 2009) que
incluem de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo na
definição da psicopatia, bem como a associação da psicopatia a certas caraterísticas
clínicas de funcionamento saudável também está incluído em autores que se focaram mais
nos traços mal-adaptativos da psicopatia, designadamente McCord e McCord (1964) e
Hare (1993).

319
Os resultados relacionados com a associação entre a psicopatia e o comportamento
antissocial foram consistentes com a hipótese colocada de valores mais altos de traços
psicopáticos estarem associados a uma adoção de uma maior variedade de
comportamentos antissociais ao longo da vida e nos últimos 12 meses, e a uma maior
frequência de prática de comportamentos antissociais nos últimos 12 meses (, com
exceção da associação não significativa entre relatos pelos professores do APSD e relatos
pelos encarregados de educação da frequência de comportamentos antissociais nos
últimos 12 meses). A relação positiva entre a psicopatia e estas escalas de comportamento
antissocial foi independente do instrumento de avaliação da psicopatia (YPI-CV e APSD)
e das fontes de informação das medidas utilizadas para avaliar a psicopatia e o
comportamento antissocial, apesar de a intensidade das associações ser superior entre
relatos provenientes da mesma fonte de informação. O presente estudo apoia a evidência
proveniente de estudos que demonstraram uma relação positiva entre a psicopatia e o
comportamento antissocial em amostras pré-escolares de crianças com idades
compreendidas entre os 3 a 5 anos na Suécia (Colins et al., 2014a; Frogner et al., 2018) e
entre os 3 a 7 anos na Holanda (Colins et al., 2018), em amostras escolares de crianças
com idades compreendidas entre 6 e 12 anos em Itália (Somma et al., 2016a) e entre os 9
e 12 anos na Suécia (van Baardewijk et al., 2010) e na Holanda (van Baardewijk et al.,
2011) de crianças e adolescentes com 10 a 17 anos de idade nos Estados Unidos (Marsee
et al., 2005), e em amostras na comunidade derivadas do estudo de gémeos de ambos os
géneros com 5 anos de idade PETSS na Suécia (Colins et al., 2017a) e com crianças do
género masculino com 7, 10 e 13 anos de idade nos Estados Unidos do estudo PYS
(Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a/b). Estes estudos utilizaram várias medidas da
psicopatia, designadamente relatos pelos professores (Colins et al. 2014a, 2017, 2018;
Frogner et al., 2018), mães e pais do CPTI (Somma et al., 2016a), relatos pelos pais da
CPS (Lynam, 1997; Lynam, et al. 2009a/b), autorrelatos e relatos pelos professores do
APSD (Marsee et al., 2005) e autorrelatos do YPI-CV (van Baardewijk et al., 2010, 2011).
As seguintes medidas de comportamento antissocial foram utilizadas por estes estudo: o
SRA (Lynam, 1997), o SRD (Lynam, 1997; Lynam et al., 2009a; Marsee et al., 2005), o
o TRF (Colins et al., 2017a; Lynam, 1997), a CBCL (Colins et al., 2017), o YSR (Lynam,
1997), o CTRF (Colins et al., 2018), autorrelatos do SDQ (van Baardewijk et al., 2010,
2011), relatos pelos pares do PBSI, nominações pelos pares do PMIEB (van Baardewijk
et al., 2011), relatos pelos pais (Colins et al., 2014a) e pelos professores (Frogner et al.,
2018) de questionários elaborados para avaliar problemas de conduta no âmbito do

320
projeto de investigação. Outros estudos utilizaram registos oficiais de crime (Lynam et
al., 2009b) e registos escolares de problemas comportamentais (Somma et al., 2016a). É
importante destacar que o estudo realizado por Marsee e colegas (2005) apenas
evidenciou uma relação positiva dos autorrelatos de comportamento delinquente com os
autorrelatos da pontuação total do APSD e não com os relatos pelos professores do APSD.
E, no estudo conduzido por Somma e colegas (2016a) os problemas comportamentais
escolares apenas não se relacionaram com os relatos pelos pais da pontuação total do
CPT.

De acordo com a hipótese colocada, os traços psicopáticos dos domínios


interpessoal, afetivo e comportamental do APSD e do YPI-CV de modo geral
relacionaram-se positivamente com a prática de comportamentos antissociais ao longo da
vida e nos últimos 12 meses, e a a sua frequência nos últimos 12 meses ao nível de
correlações bivariada, com algumas exceções para as subescalas do APSD. Estes
resultados replicam os de estudos realizados na infância referidos anteriormente que
analisaram as dimensões da psicopatia (Colins et al., 2014a, 2017a, 2018; Frogner et al.,
2018; van Baardewijk et al., 2010, 2011). Relativamente à relação única entre cada uma
das dimensões do YPI-CV com o comportamento antissocial após o controlo da variância
partilhada com as outras dimensões da psicopatia, de modo geral as associações entre
estes perderam a significância estatística. A dimensão interpessoal do YPI-CV associou-
se unicamente a autorrelatos e relatos pelos encarregados de educação de comportamento
antissocial praticado ao longo da vida. A dimensão afetiva do YPI-CV associou-se
unicamente a relatos pelos professores de comportamento antissocial praticado ao longo
da vida. A dimensão comportamental do YPI-CV associou-se unicamente a todos
autorrelatos da prática de comportamento antissocial, aos relatos pelos encarregados de
educação da prática de comportamento antissocial nos últimos 12 meses e a relatos pelos
professores da frequência da prática de comportamento antissocial nos últimos 12 meses.
Relativamente à relação única entre cada uma das dimensões do APSD com o
comportamento antissocial após o controlo da variância partilhada com as outras
dimensões da psicopatia, também deixaram de existir relações presentes ao nível de
correlações bivariada. A dimensão interpessoal do APSD associou-se unicamente à
prática de comportamentos antissociais ao longo da vida (entre autorrelatos, entre o
APSD-VE e todos os relatos do QCA), à prática de comportamentos antissociais nos
últimos 12 meses (entre autorrelatos, entre APSD-VE e todos os relatos do QCA) e à sua

321
frequência nos últimos 12 meses (entre autorrelatos, entre relatos pelos professores e entre
APSD-VA e QCA-VP). A dimensão afetiva do APSD associou-se unicamente à prática
de comportamentos antissociais ao longo da vida (entre relatos pelos encarregados de
educação, entre o APSD-VE e o QCA-VP e entre o APSD-VP e todos os relatos do QCA),
à prática de comportamentos antissociais nos últimos 12 meses (entre APSD-VA e QCA-
VE/VP; entre o APSD-VE e o QCA-VP e entre o APSD-VP e todos os relatos do QCA)
e à sua frequência nos últimos 12 meses (entre o APSD-VE e o QCA-VP, e e entre o
APSD-VP e o QCA-VA/VP). A dimensão comportamental do APSD associou-se
unicamente à prática de comportamentos antissociais ao longo da vida (entre o APSD-
VA e todos os relatos do QCA, entre relatos pelos encarregados de educação, entre o
APSD-VE e o QCA-VA, entre relatos pelos professores, e entre o APSD-VP e o QCA-
VE), à prática de comportamentos antissociais nos últimos 12 meses (entre o APSD-VA
e todos os relatos do QCA, entre relatos pelos encarregados de educação, e entre relatos
pelos professores) e à sua frequência nos últimos 12 meses (entre o APSD-VA e o QCA-
VA/VE, entre relatos pelos encarregados de educação, entre relatos pelos professores).
De acordo com a hipótese colocada e apoiando uma parte dos estudos anteriores (Colins
et al., 2014a; Frogner et al., 2018; van Baardewijk et al., 2010), uma parte dos resultados
evidenciou que o preditor mais forte do comportamento antissocial foi a dimensão
comportamental do YPI-CV e do APSD. Contudo, a outra parte dos resultados
demonstrou uma contribuição maior da dimensão afetiva (, designadamente nas relações
entre o: YPI-CV e o comportamento antissocial ao longo da vida do QCA-VP, APSD-
VP(VE) e todas as escalas do QCA-VA(VP)), replicando os resultados do estudo
realizado por Colins e colegas (2017a) relativamente aos relatos pelos pais da psicopatia,
ou da dimensão interpessoal (, nomeadamente nas relações entre o: YPI-CV e o
comportamento antissocial ao longo da vida do QCA-VE, o APSD-VA e a frequência de
comportamento antissocial nos últimos 12 meses do QCA-VP, o APSD-VE e o
comportamento antissocial nos últimos 12 meses do QCA-VA), replicando o estudo
realizado por Colins e colegas (2018), ou de nenhuma (, designadamente nas relações
entre o: YPIC-V e o (a frequência de) comportamento antissocial nos últimos 12 meses
do QCA-VP (VE), APSD-VE(VP) e a frequência de comportamento antissocial nos
últimos 12 meses do QCA-VA(VE)).

Este foi o primeiro estudo a analisar a relação entre os traços psicopáticos e a idade
de início de comportamento antissocial na infância, ao nosso conhecimento. Uma parte

322
dos resultados forneceu evidência de que valores altos de traços psicopáticos estavam
relacionados com um início mais precoce da prática do comportamento antissocial na
infância (, designadamente entre as versões de autorrelato para o YPI-CV e o APSD, entre
o YPI-CV e o QCA-VE e entre as versões de relatos pelos encarregados de educação do
APSD). Estes resultados replicaram os estudos realizados na adolescência que analisaram
a relação entre os traços psicopáticos e a idade de início do comportamento antissocial
em amostras forenses constituídas por adolescentes do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 13 e 20 anos em Portugal (Pechorro et al., 2015) e os 11 e 18
anos nos Estados Unidos (Poythress et al., 2006a), numa amostra mista escolar e forense
constituída por adolescentes do sexo feminino com idades compreendidas entre os 13 e
18 anos em Portugal (Pechorro, Gonçalves, Marôco, Nunes, & Jesus, 2014). Estes estudos
utilizaram o YPI (Pechorro et al., 2015; Poythress et al., 2006a), o YPI-SV (Pechorro et
al., 2015) e a versão de autorrelato do APSD (Poythress et al., 2006a; Pechorro et al.,
2014) para avaliar a psicopatia. E, utilizaram autorrelatos (Pechorro et al., 2015) e relatos
dos técnicos (Pechorro et al., 2015; Poythress et al., 2006a), bem como a combinação de
registos oficiais e de autorrelatos (Pechorro et al., 2014) da idade de início da prática de
comportamento delinquente. Relativamente ao contributo das dimensões da psicopatia
para a idade de início de comportamento antissocial no presente estudo, a dimensão
interpessoal foi o único preditor desta entre o YPI-CV e o QCA-VA/VE e entre as versões
de autorrelato do APSD e do QCA, enquanto a dimensão comportamental foi o único
preditor deste apenas entre as versões de autorrelato do APSD e do QCA. Deste modo,
estes resultados de modo geral contrariam as previsões iniciais de um maior contributo
da dimensão comportamental para esta relação.

Vários estudos estudaram a relação de traços psicopáticos com o comportamento


antissocial analisando as dimensões da psicopatia de forma isolada (Baker et al., 2007;
Frick et al., 1994; Klingzell et al., 2016; López-Romero et al., 2015b) e até só se focando
em determinados domínios de traços psicopáticos, designadamente o afetivo e/ou
interpessoal (Assary et al., 2015; Benesch et al., 2014; Byrd et al., 2012, 2018; Ciucci et
al., 2014; Dadds et al., 2005; Ezpeleta et al., 2013; Frick et al, 2003a; Pardini et al., 2006;
Waller et al., 2015; Willoughby et al., 2015) e as dimensões interpessoal e
comportamental (Enebrink et al., 2006). Sendo assim, o presente estudo ultrapassa as
limitações destes estudos uma vez que permitiu fornecer evidencia da relação de todas as
dimensões da psicopatia com o comportamento antissocial. O presente estudo também

323
forneceu evidência da relação isolada de traços psicopáticos do domínio interpessoal de
ajustamento positivo e CU com o comportamento antissocial, que será discutida de
seguida.

Os valores mais altos dos traços CU e todas as suas dimensões exceto a


Insensibilidade Emocional (Une) avaliados pelo ICU estiveram de modo geral
relacionados com uma maior predisposição para a adoção de uma maior variedade de
comportamentos antissociais ao longo da vida e nos últimos 12 meses, e a uma maior
frequência de prática de comportamentos antissociais nos últimos 12 meses na infância
independentemente das fontes de informação. Estes resultados replicaram os estudos
conduzidos na infância que utilizaram apenas o ICU, designadamente as suas versões de
autorrelato (Ciucci et al., 2014), de relatos pelos pais (Benesch et al., 2014), pré-escolar
de relato pelos professores (Ezpeleta et al., 2013) e combinada de relatos pelos pais e
professores (Waller et al., 2015), com exceção do estudo conduzido pelo autor Waller e
colegas (2015), no qual a subdimensão Une também se relacionou com o comportamento
antissocial, apesar de forma menos intensa do que as outras dimensões. Estes estudos
foram conduzidos numa amostra clínica de crianças do sexo masculino com idades
compreendidas entre os 6 e 12 anos na Alemanha (Benesch et al., 2014), numa amostra
escolar de crianças e adolescentes com 10 a 17 anos de idade em Itália (Ciucci et al.,
2014) e na comunidade constituído por crianças com 3 a 4 anos de idade em Espanha
(Ezpeleta et al., 2013). E, avaliaram o comportamento antissocial através da CBCL
(Benesch et al., 2014; Waller et al., 2015), do TRF (Waller et al., 2015), de relatos pelos
pais e professores do SDQ 3-4 (Ezpeleta et al., 2013), de relatos pelos pais do FBB-SSV
(Benesch et al., 2014) e de registos escolares (Ciucci et al., 2014). No presente estudo
após o controlo das respetivas subdimensões CU, a subdimensão Indiferença emocional
relacionou-se unicamente ao comportamento antissocial, replicando o resultado do estudo
conduzido por Benesch e colegas (2014), e em alguns casos em conjunto com a
subdimensão Calosidade/Frieza Emocional, replicando o resultado de estudos anteriores
(Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013; Waller et al., 2015) e , mas a subdimensão
Insensibilidade Emocional de modo geral continuou a não se relacionar com o
comportamento antissocial (Benesch et al., 2014; Ciucci et al., 2014; Ezpeleta et al., 2013)
e quando se relacionou com este foi negativamente (Waller et al., 2015). Contrariamente
ao previsto, os traços CU e as suas subdimensões não se relacionaram com a idade de
início da prática do comportamento antissocial na infância independentemente das fontes

324
de informação e valores mais altos da subdimensão Insensibilidade emocional
relacionaram-se com um início mais tardio da prática do comportamento antissocial na
infância entre as versões de autorrelato independentemente das outras subdimensões CU.
Estes resultados não estão de acordo com a evidência produzida da relação negativa entre
os autorrelatos de traços CU avaliados pelo ICU e a idade de início de comportamento
delinquente por estudos conduzidos em amostras forenses constituídas por adolescentes
em Portugal (Pechorro et al., 2016a), em Espanha (López-Romero et al., 2015a) e nos
Estados Unidos (Muñoz et al., 2008; White et al., 2013). Estes estudos utilizaram de modo
geral registos oficiais de crime (López-Romero et al., 2015a; Muñoz et al., 2008; White
et al., 2013) e um estudo avaliou através de autorrelatos (Pechorro et al., 2016a). Estes
resultados sugerem que crianças com níveis mais altos das caraterísticas afetivas da
psicopatia de uma atitude calosa em relação aos outros, mas particularmente a falta de
preocupação com o desempenho estão mais predispostas à prática do comportamento
antissocial.

De modo geral, os resultados não apoiaram a hipótese colocada de traços


psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo avaliados pela EB-CV de
modo geral relacionaram-se positivamente com o comportamento antissocial, com
exceção da relação positiva entre a pontuação total da EB-CVA e a prática de
comportamento antissocial nos últimos 12 meses. E, contrariamente ao previsto a versão
reduzida de relatos pelos encarregados de educação da EB-CV relacionou-se
negativamente de modo geral com a prática de comportamento antissocial. Estes
resultados, por um lado, são consistentes com a evidência produzida pela metanálise
referida anteriormente realizada por Miller e Lynam (2012) em adultos, e, por outro lado,
são contrários à evidência mais escassa em adultos da relação positiva entre
comportamentos de externalização e traços psicopáticos do domínio interpessoal de
ajustamento positivo, avaliados pela escala Boldness da TriPM (Almeida et al., 2015;
Drislane et al., 2014b; Venables et al., 2014; Wall, Wygant, & Sellbom 2014). Esta
ausência de relação de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento
positivo com o comportamento antissocial bem como com o comportamento agressivo na
infância evidenciada pelo presente estudo poderá reforçar o posicionamento de alguns
autores que questionam o papel destes traços na concetualização e operacionalização da
psicopatia (cf. Marcus et al., 2013; Lynam & Miller, 2012; Miller & Lynam, 2012), tal
como foi referido anteriormente.

325
5.2. Vantagens e limitações do presente estudo e direções futuras da investigação

O presente estudo apresenta várias vantagens que serão inumeradas de seguida.


Em primeiro, lugar, o presente estudo constitui uma contribuição original e relevante para
a presente área de investigação, uma vez que a investigação da relação entre os traços
psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo com o comportamento
antissocial e agressivo na infância é inexistente, bem como para esta área de investigação
no contexto português na medida em que é o primeiro estudo, ao nosso conhecimento, a
estudar a relação de traços psicopáticos dos domínios interpessoal, afetivo e
comportamental com o comportamento antissocial e agressivo numa amostra escolar de
crianças com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos em Portugal. Desta forma,
esperamos promover a investigação de traços psicopáticos e do comportamento
antissocial e agressivo na infância no contexto português. Além disso, o presente estudo
analisa pela primeira vez, ao nosso conhecimento, esta relação utilizando múltiplos
instrumentos de avaliação de traços psicopáticos na infância, designadamente o APSD, o
ICU e o YPI-CV, e recorrendo a diversas fontes de informação destas medidas e também
dos instrumentos de avaliação do comportamento antissocial e agressivo, nomeadamente
autorrelatos, relatos pelos encarregados de educação e relatos pelos professores,
respondendo assim à necessidade de utilização de múltiplas medidas e fontes de
informação no estudo da psicopatia delineada anteriormente (e.g., Spain et al., 2004). A
utilização de várias fontes de informação permitiu avaliar diferentes perspetivas do
comportamento e personalidade da criança, fornecendo, assim, a oportunidade de
comparar os resultados pelas diferentes fontes de informação e evitar o enviesamento dos
resultados pela variância partilhada pelo método. Os professores observam as crianças
em várias situações (e.g., em contexto de sala de aula, em contexto de recreio, em
contexto de atividades estruturas, e de brincadeira livre) enquanto interagem com pares e
adultos, e devido à sua educação e experiência com crianças podem distinguir melhor
entre traços e comportamentos inapropriados ou normativos relativamente à sua faixa
etária do que os seus pais (e.g., Abikoff, Courtney, Pelham, & Koplewicz, 1993; Colins
et al., 2014a). Por outro lado, os pais das crianças têm oportunidade de observá-las
noutros contextos e oportunidade de observar comportamentos que os professore podem
não ter acesso, apesar de estarem mais sujeitos à desejabilidade social. As crianças são
capazes de fornecer autorrelatos de traços psicopáticos com esta idade (e.g., van
Baardewijk et al., 2011). Apesar de as desvantagens inerentes aos autorrelatos (i.e,

326
distorção de resposta, défices de autoconhecimento, desejabilidade social, competências
de leitura e de compreensão; e.g., Dadds, Perrin, & Yule, 1998; Matt, Vázquez, &
Campbell, 1992; Lyons, True, Eisen, Goldberg, Meyer, Faraone, Eaves, & Tsuang,
1995), e de a utilização de informantes como os pais e professores ser mais fiável na
avaliação de psicopatologia em crianças mais pequenas, a adequacidade dos autorrelatos
aumenta na adolescência (Frick, Barry, & Kamphaus, 2010), particularmente
relativamente aos traços psicopáticos e comportamentos desviantes. A utilização de
autorrelatos constitui um dos melhores métodos na avaliação de atitudes e de estados
emocionais internos (e.g., grandiosidade, ausência de remorsos, e empatia; e.g., van
Baardewijk et al., 2011) e das motivações inerentes ao comportamento agressivo (e.g.,
Baker et al., 2008; Raine et al., 2006) que podem ser difíceis de observar e avaliar por
terceiros, tais como os seus pais e os seus professores, bem como as crianças são as únicas
que estão em posição de relatar vários comportamentos por vários contextos (e.g., casa,
sala de aula e recreio) os terceiros podem não ter conhecimento de comportamentos
antissociais. Estes também permitem aceder à perspetiva do próprio. Em segundo lugar,
foi utilizada uma amostra escolar de dimensões relativamente grandes de crianças (com
proporções iguais de rapazes e de raparigas) para os autorrelatos e relatos pelos
encarregados de educação. Em terceiro lugar, foram aplicados instrumentos de avaliação
com boas caraterísticas psicométricas e frequentemente utilizados na infância. Em quarto
lugar, a utilização de instrumentos de avaliação que avaliam os vários domínios de traços
psicopáticos permitiu estudar a psicopatia de forma global, bem os domínios específicos
desta após o controlo da variância partilhada com as outras dimensões. Ultrapassando,
assim, a limitação de estudos que se focam apenas num domínio da psicopatia. Em quinto
lugar, a aleatorização da ordem de administração dos questionários diminuiu a
possibilidade de a fatiga influenciar o preenchimento dos questionários que estivessem
distribuídos em último no protocolo. Por fim, a escolha de administração de um
questionário que avalia o comportamento antissocial em detrimento de escolha de
metodologias documentais, como por exemplo, registos escolares de problemas
comportamentais ou registos oficiais de delinquência, permitiu ultrapassar as cifras
negras de comportamentos antissociais, isto é, apenas uma pequena parte dos
comportamentos antissociais e agressivos praticados pelos alunos é conhecido e registado
pelo sistema escolar e de justiça. Os relatos de delinquência permitem aceder a
comportamentos antissociais e agressivos que nunca foram alvos de intervenção e registo

327
pelo sistema escolar e de justiça (e.g., Krueger et al., 1994) e permitem distinguir as
formas de agressão.

Os resultados devem ser interpretados tendo em consideração um conjunto de


limitações do presente estudo que será necessário ultrapassar pela investigação futura.
Em primeiro lugar, o estudo é transversal e não permite estabelecer uma direção causal
na relação entre os traços psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo. Em
segundo lugar, os resultados apoiam a validade dos instrumentos de psicopatia, o APSD,
o YPI-CV e o ICU, como medidas de investigação, mas nenhuma conclusão pode ser
estabelecida sobre a aplicação destes como instrumentos clínicos. Em terceiro lugar, a
amostra dos professores apresentou uma dimensão relativamente pequena, que poderá ter
reduzido o poder estatístico para encontrar associações significativas entre os traços
psicopáticos e o comportamento antissocial e agressivo. Em quarto lugar, não foi avaliada
a desejabilidade social, que seria importante medir na medida em que os resultados
poderão ter sido influenciados pela motivação dos informantes em não reportarem traços
psicopáticos e comportamentos que não são socialmente aceites. Em quinto lugar, tendo
em consideração o alto atrito entre a população alvo e a amostra final não é possível fazer
conclusões firmes sobre a generalização dos nossos resultados à população. Em sexto
lugar, problemas encontrados na validade do modelo fatorial de dois fatores – a agressão
reativa e a agressão proativa – das várias versões de relato da ABRS podem ter
contribuído para uma má diferenciação entre as duas formas de agressão e,
consequentemente, para os resultados do presente estudo. Em sétimo lugar, houve
dificuldades no preenchimento das questões de frequência do comportamento antissocial
nos últimos 12 meses e da idade de início por parte de todos os informantes no
questionário que avaliou o comportamento antissocial, o que reduziu a amostra
relativamente a esta análise, e, consequentemente o poder estatístico.

A investigação futura deverá continuar a estudar a relação de traços psicopáticos


com o comportamento antissocial e agressivo recorrendo a desenhos e metodologias de
investigação mais avançados do que o presente estudo, cujo desenho e metodologia foram
adequados perante os recursos disponíveis para a concretização do projeto de
investigação, nomeadamente deverá realizar estudos longitudinais com o intuito de
avaliar o papel de traços psicopáticos, incluindo os vários domínios destes, na predição
de delinquência e agressão ao longo da vida, com múltiplas medições destes em vários
momentos desde o início da infância ao longo da vida. Os estudos também deverão ser

328
desenhados de modo a avaliar o contributo de traços psicopáticos na explicação do
comportamento antissocial e agressivo relativamente a outros fatores de risco destes,
incluindo medidas destes (e.g., caraterísticas sociodemográficas, atitudes criminais, pares
desviantes, membros familiares criminosos, baixo autocontrolo, psicopatologias de
externalização, maus-tratos e baixa supervisão parental) e de modo a perceber o papel de
traços psicopáticos em diferentes trajetórias de comportamento antissocial (e.g., limitadas
à adolescência e crónicas). Os estudos deverão incluir diversas medidas da psicopatia e
fontes de informação destas. Além disso, a investigação futura também deverá replicar os
presentes resultados através da utilização quer de metodologias distintas de avaliação de
comportamento agressivo e antissocial, tais como observações de crianças a interagir
socialmente (e.g., a brincarem no recreio), tarefas experimentais e registos oficiais e
escolares, quer através da aplicação da mesma metodologia mas com fontes de
informação distintas, como por exemplo questionários relatados pelos pares ou colegas
das crianças, e no caso da agressão reativa e proativa recorrendo a outros questionários
que distingam melhor as formas de agressão (e.g., o RPQ). É recomendado aos
investigadores que utilizarem o questionário que avaliou o comportamento antissocial
incluírem escalas de Likert para avaliar a frequência deste (e.g., de nunca a 20 vezes ou
mais), como outros investigadores fizeram (e.g., Fossati et al., 2016; Krueger et al., 1994),
e a idade de início, de modo a reduzir a dificuldade de resposta destas questões. Os nossos
resultados também requerem replicações em amostras escolares de maiores dimensões
para os professores, bem como noutros tipos de amostras, designadamente em amostras
clínicas constituídas por crianças em risco da prática de comportamento antissocial por
possuírem psicopatologias de externalização ou amostras de crianças sinalizadas ou alvos
de intervenção da CPCJ. Em Portugal, não é possível o recurso a amostras forenses
constituídos por crianças alvo de sanções ou institucionalizadas em centros educativos
pela prática de comportamentos antissociais, só a partir dos 12 anos de idade, nos termos
da Lei Tutelar Educativa.

6. Conclusão

Existe evidência robusta de que os traços psicopáticos estão relacionados com a


delinquência e a violência em adultos. A replicação desta evidência na adolescência
encontra-se em expansão e crescimento. Contudo, a investigação nesta área de estudo na
infância é escassa e não existem estudos, ao nosso conhecimento, da relação entre os
traços psicopáticos e a idade de início do comportamento antissocial, bem como da

329
relação entre os traços psicopáticos interpessoais de ajustamento positivo e o
comportamento antissocial e a agressão. O presente estudo vem acrescentar evidência de
que valores mais elevados de traços psicopáticos estão relacionados com uma maior
adoção de comportamentos antissociais e agressivos reativos ou proativos na infância,
bem como fornecer nova evidência de que valores mais elevados de traços psicopáticos
estão relacionados com um início mais precoce da prática do comportamento antissocial
na infância. Contudo, estes resultados apenas se aplicam aos traços psicopáticos avaliados
pelo ICU, YPI-CV e APSD, uma vez que os traços psicopáticos do domínio interpessoal
de ajustamento positivo (boldness) avaliados pela EB-CV de modo geral não se
relacionaram com o comportamento antissocial e agressivo proativo e reativo. A área de
Criminologia tem-se focado apenas no baixo autocontrolo como fator de risco da
delinquência. O presente estudo reclama a necessidade de a investigação futura estudar
outras diferenças individuais, designadamente os traços psicopáticos, como fatores de
risco da delinquência até agora negligenciadas pela área de Criminologia. Sendo
importante destacar que não é colocado em causa a existência outros fatores para além de
traços psicopáticos, quer a nível individual, social, familiar, genético e neurobiológico
que influenciam a prática do comportamento criminal. Assim, incluir apenas um fator de
risco na explicação do desenvolvimento do comportamento agressivo e antissocial iria
limitá-la. A investigação nesta área é da maior relevância no desenvolvimento de
estratégias de prevenção e intervenção precoces de prática do comportamento antissocial
e agressivo, tendo em consideração a estabilidade do comportamento antissocial e
agressivo da infância ao longo da vida e a maior plasticidade associada a esta faixa etária,
e consequentemente, na redução dos custos destes associados à sociedade. O presente
estudo não analisou a estabilidade de traços psicopáticos nem a sua utilidade preditiva do
comportamento antissocial e agressivo na adolescência e na idade adulta. No entanto, os
resultados sugerem que os traços psicopáticos podem desempenhar um papel importante
na explicação do comportamento antissocial e agressivo mesmo na infância. Assim, os
traços psicopáticos poderão ser um alvo crítico de intervenção com o intuito de reduzir
ou prevenir o comportamento agressivo e antissocial na infância, bem a eficiência de
intervenções sobre o comportamento antissocial e agressivo poderá ser melhorada se
tiverem como alvo crianças que podem estar em risco de problemas comportamentais
devido a predisposições para traços psicopáticos.

330
Capítulo IV: Conclusão

A presente dissertação enquadra-se no âmbito do tema de traços psicopáticos na


infância. Foi desenvolvida uma investigação constituída por dois objetivos principais: o
desenvolvimento e a validação de uma medida de traços psicopáticos do domínio
interpessoal de ajustamento positivo em crianças, denominados boldness por Patrick,
Fowles e Krueger (2009) - Escala Boldness – Versão Crianças (EB-CV) -; e, a
investigação das associações de traços psicopáticos com o comportamento antissocial e
agressivo reativo e proativo na infância.

No âmbito do primeiro objetivo, foi desenvolvido um instrumento de avaliação de


autorrelato, relato pelos encarregados de educação e de relato pelos professores de traços
psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo na infância, tendo como
subjacente a concetualização de boldness no modelo triárquico da psicopatia (Patrick et
al., 2009). A EB-CV é inovadora na medida em que é o primeiro instrumento a ser
desenvolvido originalmente com o objetivo de avaliar a boldness na infância. Sendo
assim, este é o primeiro estudo da relação da boldness com o comportamento antissocial,
a agressão reativa e proativa, medidas de avaliação de traços psicopáticos e outros
construtos relevantes na sua rede nomológica na infância. Os resultados demonstraram
que a representação da boldness nos instrumentos que avaliam os traços psicopáticos na
infância é nula (o APSD e o ICU) ou limitada (o YPI-CV). A EB-CV ultrapassa esta
lacuna na operacionalização deste tipo de traços psicopáticos na infância. Os resultados
forneceram apoio à fiabilidade e à validade das várias versões de relato da EB-CV numa
amostra escolar de crianças com idades compreendidas entre os 9 e 12 anos,
nomeadamente ao nível da sua estrutura fatorial, consistência interna, fiabilidade do tipo
estabilidade temporal e validade convergente e discriminante com medidas de traços
psicopáticos (o APSD, o ICU e o YPI-CV), traços de personalidade básicos subjacentes
aos domínios do Modelo de Cinco Fatores (o BFQ-C), diferenças individuais quanto à
sensibilidade aos sistemas motivacionais - os sistemas de inibição e de ativação
comportamental -, que estão subjacentes ao comportamento e ao afeto (as BIS/BAS-C) e
a emocionalidade positiva e negativa (a PANAS-C). Foram desenvolvidas versões
reduzidas da EB-CV que apresentaram caraterísticas psicométricas boas e poderão ser
uma opção adequada para investigações com poucos recursos disponíveis. É necessário a
investigação futura analisar as caraterísticas psicométricas da EB-CV e da sua versão
reduzida de forma isolada da versão completa em amostras clínicas, de risco elevado e

331
noutros países e contextos culturais, bem como adaptar o instrumento a outras faixas
etárias na infância e na adolescência.

A boldness não se relacionou com a dimensão da personalidade Agradabilidade


nem com o comportamento antissocial ou agressivo. A associação destes traços com
indicadores do funcionamento positivo e a ausência de relação destes traços do domínio
interpessoal da psicopatia com indicadores mal-adaptativos desta em adultos conduziu
alguns autores a questionarem o papel destes traços na concetualização e
operacionalização da psicopatia (cf. Marcus et al., 2013; Lynam & Miller, 2012; Miller
& Lynam, 2012). O comportamento agressivo e antissocial não são as únicas medidas de
critério externas relevantes na rede nomológica da psicopatia. Apesar de traços
psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo não se terem relacionado
com estes indicadores mal-adaptativos da psicopatia, estes relacionaram-se com outros
conceitos teoricamente relevantes para a psicopatia. De forma consistente com a
concetualização dos traços boldness como a combinação de imunidade ao stress, de
procura de adrenalina e de aventura, de destemor e de dominância social, a boldness
relacionou-se com as dimensões da personalidade Energia/Extroversão (+),
Intelecto/Abertura à Experiência (+) e Instabilidade Emocional (-), com os sistemas de
inibição (-) e de ativação comportamental (+), e com a emocionalidade negativa (-) e
positiva (+). Assim, o estudo replicou os resultados de estudos anteriores relativos à
relação de traços psicopáticos do domínio interpessoal de ajustamento positivo com
construtos relevantes na sua rede nomológica em adultos e adolescentes (Drislane et al.,
2014a, 2015; Benning et al., 2003; Derefinko & Lynam, 2006; Gauhghan et al., 2009;
Kyranides et al., 2016; Miller & Lynam, 2012; Poy et al., 2014; Sica et al., 2015; Somma
et al., 2016b; Sellbom e Phillips, 2013; Stanley et al., 2013; Ross et al., 2009),
demonstrando que estes traços manifestam-se e relacionam-se de forma semelhante na
infância e na idade adulta. Ademais, a conclusão dos autores (cf. Marcus et al., 2013;
Lynam & Miller, 2012; Miller & Lynam, 2012) negligenciou que as caraterísticas de
ajustamento positivo do domínio interpessoal ao longo da história da concetualização da
psicopatia foram incorporadas em várias definições desta, sendo enfatizadas por autores
clássicos, designadamente Cleckley (1950), Lykken (1957, 1995) e Karpman (1941), e
autores contemporâneos como Patrick, Fowles e Krueger (1993), bem como a associação
da psicopatia a certas caraterísticas clínicas de funcionamento saudável também está
incluída em autores que se centraram mais nos traços mal-adaptativos da psicopatia,

332
designadamente Hare (1993), McCord e McCord (1964). Os autores também
negligenciaram a operacionalização das caraterísticas de ajustamento positivo do domínio
interpessoal por instrumentos de avaliação da psicopatia em adultos, nomeadamente a
TriPM e o PPI. Os autores (cf. Marcus et al., 2013; Lynam & Miller, 2012; Miller &
Lynam, 2012) também excluíram da sua análise evidência do relacionamento destas
caraterísticas com constructos relevantes na rede nomológica da psicopatia indicadores
mal-adaptativos desta (e.g., Lilienfeld et al., 2012). Os traços interpessoais do domínio
de ajustamento positivo da psicopatia relacionaram-se com comportamentos de
externalização (+, Almeida, Seixas, Ferreira-Santos, Vieira, Paiva, Moreira, & Costa,
2015; Cima & Raine, 2009; Drislane, Patrick, Sourander, Sillanmäki, Aggen, Elonheimo,
et al. 2014; Ostrov & Houston, 2008; Selbom, Benporath, Lilienfield, Patrick, & Graham,
2005; Somma et al., 2016b; Seixas, 2014; Stanford, Houston, & Baldrige, 2008), atitudes
positivas sobre táticas predadoras sexuais de manipulação (Marcus & Norris, 2014), o
sistema de inibição comportamental (-; Miller & Lynam, 2012; Selbom & Philips, 2013),
a procura de sensações fortes (-; Miller & Lynam, 2012; Marcus, Fulton, & Edens, 2013;
Lilienfeld et al., 2012), o narcisismo (+; Benning, Patrick, Blonigen, Hicks, & Iacono,
2005; Miller & Lynam, 2012; Lilienfeld et al., 2012; Patrick & Drislane, 2014), relatos e
indicadores psicofisiológicos de resposta ao medo (-; Lilienfeld et al., 2012; Patrick &
Drislane, 2014), a baixa agradabilidade ou antagonismo (Poy et al., 2014; Sica, Drislane,
Caudek, Angrilli, Bottesi, Cerea, & Ghisi, 2015; Somma et al., 2016b; Stanley et al.,
2013). A investigação futura deverá avaliar outros indicadores mal-adaptativos da
psicopatia para além dos avaliados na presente investigação ou os mesmos utilizando
metodologias distintas e estudar a sua relação com a EB-CV, bem como de outros
indicadores adaptativos desta. É importante destacar o papel destes traços na distinção da
psicopatia do diagnóstico de personalidade antissocial (Patrick et al., 2013; Strickland et
al., 2013; Venables et al., 2014; Wall et al., 2014) e de psicopatologias de externalização
(Krueger, 1999; Patrick et al., 2013), que estão associadas frequentemente à
emocionalidade negativa e a psicopatologias de internalização comórbidas (Krueger,
1999; Patrick, Kramer, Krueger, & Markon, 2013). Este estudo apoiou a associação
destas caraterísticas a índices do funcionamento adaptativo, que é consistente com a
definição de Cleckley (1950) da psicopatia como a presença de uma desviância
comportamental mascarada com a aparência de saúde mental robusta.

333
A existência de um instrumento de avaliação da boldness é imperativo, como a
EB-CV, uma vez que a avaliação de traços interpessoais de ajustamento positivo da
psicopatia na infância irá permitir adquirir conhecimento sobre as manifestações precoces
e a etiologia destes traços, designadamente o modelo dual dos processos etiológicos
subjacente às componentes triárquicas da psicopatia (Patrick et al., 2009), as
manifestações criminais e não criminais da psicopatia, as distinções entre a psicopatia
primária e secundária (Karpman, 1941; Kimonis, Frick, Cauffman, Goldweber, & Skeem,
2012; Lee & Salekin, 2010; Lykken, 1957, 1995; Skeem, Johansson, Andershed, Kerr, &
Louden, 2007) e de sucesso e de insucesso (Hall & Benning, 2006), a investigação
desenvolvimental do papel dos défices do medo na formação da consciência na infância
(Kochanska, 1997). Na investigação que aborda este tipo de questões a EB-CV poderá
desempenhar um papel fundamental como medida de traços psicopáticos de ajustamento
positivo em crianças. Os resultados relativos aos padrões divergentes de associação da
boldness e de traços psicopáticos do domínio comportamental com a Emocionalidade
Negativa, bem como aos padrões convergentes de associação da boldness e dos traços
CU com o sistema de inibição comportamental, fornecem apoio ao modelo dual dos
processos etiológicos subjacente às componentes triárquicas da psicopatia (Patrick et al.,
2009), no qual a base etiológica das componentes da psicopatia boldness e meanness, que
incorpora as caraterísticas do domínio afetivo da psicopatia, está relacionada com o
processo etiológico de défices no sistema de medo. A disinhibition, que incorpora as
caraterísticas do domínio comportamental da psicopatia apresenta uma base etiológica
distinta da boldness, que é a vulnerabilidade para a externalização. A investigação futura
deverá testar particularmente a base etiológica défices no sistema de medo do modelo
dual dos processos etiológicos subjacente às componentes triárquicas da psicopatia
(Patrick et al., 2009), no qual a interação de uma predisposição genética para baixo medo
com fatores ambientais (e.g., maus tratos parentais na infância) resulta nas expressões
fenotípicas adaptativa (boldness) e mal-adaptativa (meanness). Apesar de a existência de
evidência da influência de fatores ambientais, como a parentalidade, no desenvolvimento
da psicopatia, esta corresponde a uma área de estudo negligenciada, pois a investigação
tem-se focado no estudo de fatores neurobiológicos e individuais. Assim, é relevante
investigar o papel de fatores ambientais que de acordo com modelos como o supracitado
podem interagir com os outros fatores no desenvolvimento da psicopatia (Farrington,
Ulrich, & Salekin, 2010).

334
Relativamente aos traços psicopáticos dos domínios comportamental e afetivo e a
outras caraterísticas do domínio interpessoal da psicopatia, o presente estudo acrescentou
evidência de que valores mais elevados de traços psicopáticos estão relacionados com
uma maior adoção de comportamentos antissociais e agressivos reativos ou proativos na
infância, bem como forneceu nova evidência de que valores mais elevados de traços
psicopáticos estão relacionados com um início mais precoce da prática do comportamento
antissocial na infância. Estes resultados para além de demonstrarem a importância de
traços psicopáticos no comportamento antissocial na infância, demonstram que estes
traços manifestam-se e relacionam-se de forma semelhante na infância e na idade adulta.
A área de Criminologia tem-se focado apenas no baixo autocontrolo como fator de risco
da delinquência na área de investigação da relação entre a delinquência e diferenças
individuais na personalidade ou temperamento. O presente estudo reclama a necessidade
de a investigação futura estudar outras diferenças individuais, designadamente os traços
psicopáticos, como fatores de risco da delinquência até agora negligenciadas pela área de
Criminologia, recorrendo a desenhos e metodologias de investigação mais avançados.
Esse conhecimento será essencial para o desenvolvimento de programas de prevenção e
tratamento precoces eficientes dirigidos a fases do desenvolvimento mais maleáveis do
que a idade adulta; e, assim, na redução dos custos sociais associados ao comportamento
antissocial.

335
Referências bibliográficas

Abikoff, H., Courtney, M., Pelham, W. E., Jr., & Koplewicz, H. S. (1993). Teacher´s
ratings of disruptive behaviors: The influence of halo effects. Journal of Abnormal
Child Psychology, 21, 5, 519-533. https://doi.org/10.1007/bf00916317

Achenbach, T.M. (1991a). Manual for the Child Behavior Checklist and 1991 Profile.
Burlington, Vermont, United States: University of Vermont, Department of
Psychiatry.

Achenbach, T. M. (1991b). Manual for the Teacher's Report Form and 1991 Profile.
Burlington, Vermont, United States: University of Vermont, Department of
Psychiatry.

Achenbach, T. M. (1991c). Manual for the Youth Self-Report and 1991 Profile.
Burlington, Vermont, United States: University of Vermont, Department of
Psychiatry.

Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2000). Manual for the ASEBA school-age forms &
profiles: An integrated system of multi-informant assessment. Burlington, Vermont,
United States: University of Vermont, Research Center for Children, Youth, &
Families.

Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2003). Manual for the ASEBA Adult Forms &
Profiles. Burlington, Vermont, United States: University of Vermont, Research
Center for Children, Youth, and Families.

Almeida, P. R., Seixas, M. J., Ferreira-Santos, F., Vieira, J. B., Paiva, T. O., Moreira, P.
S., & Costa, P. (2015). Empathic, moral and antisocial outcomes associated with
distinct components of psychopathy in healthy individuals: A Triarchic model
approach. Personality & Individual Differences, 85, 205−211.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2015.05.012

Andershed, H. (2010). Stability and change of psychopathic traits: What do we know? In


R. T. Salekin, & D. R. Lynam (Ed.), Handbook of child and adolescent psychopathy
(pp.251-283). New York, United States: Guilford Press.

Andershed, H., Hodgins, S., & Tengström, A. (2007). Convergent validity of the Youth
Psychopathic Traits Inventory (YPI): Association with the Psychopathy Checklist:
337
Youth Version (PCL:YV). Assessment, 14, 2, 144−154. https://doi.org/
10.1177/1073191106298286

Andershed, H., Kerr, M., Stattin, H., & Levander, S. (2002). Psychopathic traits in non-
referred youths: Initial test of a new assessment tool. In E. Blaauw, J.M. Philippa,
K. C. M. P. Ferenschild, & B. van Lodensteijn (Eds.), Psychopaths: Current
international perspectives (pp. 131−158). The Hague, Netherlands: Elsevier

Ansel, L. L., Barry, C. T., Gillen, C. T., & Harrington, L. L. (2015). An analysis of four
self-report measures of adolescent callous-unemotional traits: Exploring unique
prediction of delinquency, aggression, and conduct problems. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 37, 1, 207−216.
https://doi.org/10.1007/s10862-014-9460-z

Assary, E., Salekin, R. T., & Barker, E. D. (2015). Big-five and callous-unemotional traits
in preschoolers. Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment, 37, 3,
371−379. https://doi.org/10.1007/s10862-014-9471-9

Asscher, J. J., van Vugt, E. S., Stams, G. J., Dekovic, M., Eichelsheim, I. V., & Yousfi,
S. (2011). The relationship between juvenile psychopathic traits, delinquency and
(violent) recidivism: A meta-analysis. Journal of Child Psychology and Psychiatry,
52, 11, 1134−1143. https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.2011.02412.x.

Augimeri, L. K., Koegl, C. J., Webster, C. D., & Levene, K. S. (2001). Early Assessment
Risk List for boys (EARL-20B): Version 2. Toronto, Canada: Earlscourt Child and
Family Centre.

Baker, L. A., Barton, M., Lozano, D. I., Raine, A., Fowler, J. H. (2006). The Southern
California twin register at the University of Southern California: II. Twin Research
and Human Genetics, 9, 6, 933–40. https://doi.org/10.1375/183242706779462912

Baker, L. A., Jacobson, K. C., Raine, A., Lozano, D. I., & Bezdjian, S. (2007). Genetic
and environmental bases of childhood antisocial behaviour: A multi-informant twin
study. Journal of Abnormal Psychology, 116, 2, 219–235. http://dx.doi.org/
10.1037/0021-843X.116.2.219

Baker, L. A., Tuvblad, C., Reynolds, C., Zheng, M., Lozano, L. I., & Raine, A. (2009).
Resting heart rate and the development of antisocial behavior from age 9 to 14:
Genetic and environmental influences. Development and Psychopathology, 21, 3,
939–960. https://doi.org/10.1017/S0954579409000509

338
Barbaranelli, C. (submitted for publication). Measuring the Big Five in late childhood:
evidence from parent and teacher ratings.

Barbaranelli, C., Caprara, G. V., Rabasca, A., & Pastorelli, C. (2003). A questionnaire for
measuring the Big Five in late childhood. Personality and Individual Differences,
34, 4, 645–664. http://dx.doi.org/10.1016/S0191-8869(02)00051-X

Bartuschi, D. R., Lynam, D. R., Moffitt, T. E., & Silva, P. A. (1997). Is age important?
Testing a general versus a developmental theory of antisocial behavior.
Criminology, 35, 1, 13−48. https://doi.org/10.1111/j.1745-9125.1997.tb00869.x

Bauer, D. L., Whitman, L. A. & Kosson, D. S. (2011). Reliability and construct validity
of Psychopathy checklist: Youth Version scores among incarcerated adolescent
girls. Criminal Justice and Behavior, 38, 10, 965−987. https://doi.org/
10.1177/0093854811418048

Behar, L., & Stringfield, S. (1974). A behavior rating scale for the preschool child.
Developmental Psychology, 10, 5, 601. http://dx.doi.org/10.1037/h0037058

Benesch, C., Görtz-Dorten, A., Breuer, D., & Döpfner, M. (2014). Assessment of
Callous-Unemotional Traits in 6 to 12 year-old children with Oppositional Defiant
Disorder/Conduct Disorder by parent ratings. Journal of Psychopathology and
Behavioral Assessment, 36, 4, 519−529. https://doi.org/10.1007/s10862-014-9420-
7

Benjamini, Y., & Hochberg, Y. (1995). Controlling the false discovery rate: A practical
and powerful approach to multiple testing. Journal of the Royal Statistical Society.
Series B (Methodological), 57, 1, 289−300. http://dx.doi.org/10.2307/2346101

Benning, S. D., Patrick, C. J., Blonigen, D. M., Hicks, B. M., & Iacono, W. G. (2005a).
Estimating facets of psychopathy from normal personality traits: A step toward
community epidemiological investigations. Assessment, 12, 1, 3−18.
https://doi.org/10.1177/1073191104271223

Benning, S. D., Patrick, C. J., Hicks, B. M., Blonigen, D. M., & Krueger, R. F. (2003).
Factor structure of the Psychopathic Personality Inventory: Validity and
complications for clinical assessment. Psychological Assessment, 15, 3, 340−350.
https://doi.org/10.1037/1040-3590.15.3.340

339
Benning, S. D., Patrick, C. J., Salekin, R. T., & Leistico, A. M. R. (2005b). Convergent
and discriminant validity of psychopathy factors assessed via self-report.
Assessment, 12, 3, 270–289. http://dx.doi.org/10.1177/1073191105277110

Berg, J. M., Lilienfeld, S. O., Reddy, S. D., Latzman, R. D., Roose, A., Craighead, L.
W., Pace, T. W., & Raison, C. L. (2013). The Inventory of Callous and
Unemotional Traits: A construct-validational analysis in an at-risk sample.
Assessment, 20, 5, 532-544. https://doi.org/10.1177/1073191112474338

Berkowitz, L. (1993). Aggression: Its causes, consequences, and control. Philadelphia:


Temple University Press.

Bezdjian, S., Tuvblad, C., Raine, A., & Baker, L. A. (2011a). The genetic and
environmental covariation among psychopathic personality traits, and reactive
proactive aggression in childhood. Child Development, 82, 4, 1267–1281.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-8624.2011.01598.x

Bezdjian, S., Raine, A., Baker, L. A., & Lynam, D. R. (2011b). Psychopathic personality
in children: genetic and environmental contributions. Psychological Medicine, 41,
3, 589–600. https://doi.org/10.1017/S0033291710000966

Bijttebier, P., & Decoene, S. (2009). Assessment of psychopathic traits in children and
adolescents: Further validation of the Antisocial Process Screening Device and the
Childhood Psychopathy Scale. European Journal of Psychological Assessment, 25,
3, 157–163. https://doi.org/10.1027/1015-5759.25.3.157

Blair, R. J. R. (2003). Neurobiological basis of psychopathy. British Journal of


Psychiatry, 182, 1, 5−7. https://doi.org/10.1192/bjp.182.1.5

Blair, R. J. R. (2010). Psychopathy, frustration, and reactive aggression: The role of


ventromedial prefrontal cortex. British Journal of Psychology, 101, 3, 383–399.
https://doi.org/10.1348/000712609X418480

Blair, R. J. R., Mitchell, D., & Blair, K. (2005). The psychopath: Emotion and the brain.
Malden, Massachusetts, United States: Blackwell.

Blais, J., Solodukhin, E., & Forth, A. E. (2014). A meta-analysis exploring the
relationship between psychopathy and instrumental versus reactive violence.
Criminal Justice & Behavior, 20, 10, 1−25.
https://doi.org/10.1177/0093854813519629

340
Boccaccini, M. T., Epstein, M., Poythress, N., Douglas, K. S., Campbell, J., Gardner, G.,
& Falkenbach, D. (2007). Self-report measures of child and adolescent psychopathy
as predictors of offending in four samples of justice-involved youth. Assessment,
14, 4, 361−374. https://doi.org/10.1177/1073191107303569

Borelli, J. L., Sbarra, D. A., Crowley, M. J., & Mayes, L. C. (2011). Mood Symptoms
and Emotional Responsiveness to Threat in School-aged Children. Journal of
Clinical Child & Adolescent Psychology, 40, 2, 220–232.
https://doi.org/10.1080/15374416.2011.546047

Borroni, S., Somma, A., Andershed, H., Maffei, C., & Fossati, A. (2014). Psychopathy
dimensions, Big Five traits, and dispositional aggression in adolescence: Issues of
gender consistency. Personality and Individual Differences, 66, 199–203.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2014.03.019

Brandt, J. R., Kennedy, W. A., Patrick, C. J., & Curtin, J. J. (1997). Assessment of
psychopathy in a population of incarcerated adolescent offenders. Psychological
Assessment, 9, 4, 429−435. http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.9.4.429

Brown, K., Atkins, M. S., Osborne, M. L., & Milnamow, M. (1996). A revised teacher
rating scale for reactive and proactive aggression. Journal of Abnormal Child
Psychology, 24, 4, 473–480. http://dx.doi.org/10.1007/BF01441569

Bryant, F. B., & Smith B. D. (2001). Refining the architecture of aggression: A


measurement model for the Buss- Perry aggression questionnaire. Journal of
Research in Personality, 35, 2, 138–167. https://doi.org/10.1006/jrpe.2000.2302

Bushman, B. J., & Anderson, C. A. (2001). Is it time to pull the plug on the hostile versus
instrumental aggression dichotomy? Psychological Review, 108, 1, 273–279.
https://doi.org/10.1037/0033-295x.108.1.273

Byrd, A. L., Hawes, S. W., Loeber, R., & Pardini, D. A. (2018). Interpersonal Callousness
from childhood to adolescence: Developmental trajectories and early risk factors.
Journal of Clinical Child & Adolescent Psychology, 47, 3, 1–16.
http://dx.doi.org/10.1080/15374416.2016.1144190

Byrd, A. L., Kahn, R. E., & Pardini, D. A. (2013). A validation of the Inventory of
Callous- Unemotional Traits in a community sample of young adult males. Journal
of Psychopathology & Behavioral Assessment, 35, 1, 20−34.
https://doi.org/10.1007/s10862-012-9315-4

341
Byrd, A. L., Loeber, R., & Pardini, D. A. (2012). Understanding desisting and persisting
forms of delinquency: The unique contributions of disruptive behavior disorders
and interpersonal callousness. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 53, 4,
467−482. http://dx.doi.org/0.1080/15374416.2016.1144190

Byrne, B. B. (2016). Adaptation of assessment scales in cross-national research: Issues,


guidelines, and caveats. International Perspectives in Psychology: Research,
Practice, Consultation, 5, 1, 51−65. http://dx.doi.org/10.1037/ipp0000042

Campbell, M. A., Doucette, N. L, & French, S. (2009). Validity and stability of the Youth
Psychopathic Traits Inventory in a nonforensic sample of young adults. Journal of
Personality Assessment, 91, 6, 584−92.
https://doi.org/10.1080/00223890903228679

Caprara, G. V., Barbaranelli, C., Borgogni, L., & Perugini, M. (1993). The Big Five
Questionnaire: A new questionnaire for the measurement of the five factor model.
Personality and Individual Differences, 15, 3, 281–288.
http://dx.doi.org/10.1016/0191-8869(93)90218-R

Caputo, A.A., Frick, P. J., & Brodsky, S. L. (1999). Family violence and juvenile sex
offending: Potential mediating roles of psychopathic traits and negative attitudes
toward women. Criminal Justice and Behavior, 26, 3, 338–356.
https://doi.org/10.1177/0093854899026003004

Carver, C. S., & White, T. L. (1994). Behavioral inhibition, behavioral activation, and
affective responses to impending reward and punishment: The BIS/BAS Scales.
Journal of Personality and Social Psychology, 67, 2, 319–333.
http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.67.2.319

Caspi, A., Block, J. H., Klopp, B., Lynam, D., Moffitt, T. E., & Stouthamer-Loeber, M.
(1992). A “common language” version of the California Child Q-Set (CCQ) for
personality assessment. Psychological Assessment, 4, 4, 512−523.
http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.4.4.512

Caspi, A., Henry, B., McGee, R. O., & Moffitt, T. E. (1995). Temperamental origins of
child and adolescent behavior problems: From age three to age fifteen. Child
Development, 66, 1, 55–68. https://doi.org/10.1111/j.1467-8624.1995.tb00855.x

342
Caspi, A., Moffitt, T. E., Newman, D. L., & Silva, P. A. (1996). Behavioral observations
at age 3 years predict adult psychiatric disorders. Archives of General Psychiatry,
53, 11, 1033−1039. https://doi.org/10.1001/archpsyc.1996.01830110071009

Caspi, A., Moffitt, T. E., Silva, P. A., & Stouthamer-Loeber, M. (1994). Are some people
crime-prone? Replications of the personality-crime relationship across countries,
genders, races, and methods. Criminology, 32, 2, 163−196.
https://doi.org/10.1111/j.1745-9125.1994.tb01151.x

Cauffman, E., Kimonis, E. R., Dmitrieva, J., & Monahan, K. C. (2009). A multimethod
assessment of juvenile psychopathy: Comparing the predictive utility of the
PCL:YV, YPI, and NEO PRI. Psychological Assessment, 21, 4, 528−542.
https://doi.org/10.1037/a0017367

Centifanti, L. C., Fanti, K. A., Thomson, N. D., Demetriou, V. & Anastassiou-


Hadjicharalambous, X. (2015). Types of relational aggression in girls are
differentiated by callous-unemotional traits, peers and parental overcontrol.
Behavioral Science, 5, 4, 518−536. https://doi.org/10.3390/bs5040518

Charles, N. E., Acheson, A., Mathias, C. W., Furr, M., & Dougherty, D. M. (2012).
Psychopathic traits and their association with adjustment problems in girls.
Behavioral Science Law, 30, 5, 631–642. https://doi.org/10.1002/bsl.2029

Chase, K. A., O'Leary, K. D., & Heyman, R. E. (2001). Categorizing partner-violent men
within the reactive–proactive typology model. Journal of Consulting & Clinical
Psychology, 69, 3, 567–572. https://doi.org/10.1037//0022-006x.69.3.567

Chauhan, P, Ragbeer, S. N., Burnette, M. L., Oudekerk, B., Reppucci, N. D., & Moretti,
M. M. (2014). Comparing the Youth Psychopathic Traits Inventory (YPI) and the
Psychopathy Checklist–Youth Version (PCL-YV) among offending girls.
Assessment, 21, 12, 181−194. https://doi.org/10.1177/1073191112460271

Chorpita, B. F., Tracey, S. A., Brown, T. A., Collica, T. J., & Barlow, D. H. (1997).
Assessment of worry in children and adolescents: An adaptation of the Penn State
Worry Questionnaire. Behaviour Research and Therapy, 35, 6, 569-581.
http://dx.doi.org/10.1016/s0005-7967(96)00116-7

343
Cima, M. & Raine, A. (2009). Distinct characteristics of psychopathy relate to different
subtypes of aggression. Personality and Individual Differences, 47, 8, 835–840.
https://doi.org/10.1016/j.paid.2009.06.031

Ciucci, E., Baroncelli, A., Franchi, M., Golmaryami, F. N., & Frick, P. J. (2014). The
association between callous-unemotional traits and behavioral and academic
adjustment in children: Further validation of the Inventory of Callous-Unemotional
Traits. Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment, 36, 2, 189−200.
http://dx.doi.org/10.1007/s10862-013-9384-z

Ciucci, E., Baroncelli, A., Golmaryami, F. N., & Frick, P. J. (2015). The emotional
correlates to callous-unemotional traits in children. Journal of Child and Family
Studies, 24, 8, 2374–2387. https://doi.org/10.1007/s10826-014-0040-3

Clark, L., A. & Watson, D. (1995). Constructing validity: Basic issues in objective scale
development. Psychological Assessment, 7, 3, 309−319.
http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.7.3.309

Cleckley, H. (1950). The mask of sanity: An attempt to reinterpret the so-called


psychopath (2nd Ed.). St. Louis, Missouri, United States: The C.V. Mosby
Company.

Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd Ed.).
Hillsdale, New Jersey, United States.: Lawrence Erlbaum Associates.

Colins, O. F., Andershed, H., Frogner, L., Lopez-Romero, L., Veen, V. & Andershed, A.
(2014a). A new measure to assess psychopathic personality in children: The Child
Problematic Traits Inventory. Journal of Psychopathology Behavioral Assessment,
36, 1, 4−21. http://dx.doi.org/10.1007/s10862-013-9385-y

Colins, O. F., Andershed, H., Hawes, S. W., Bijttebier, P. & Pardini, D. A. (2016).
Psychometric properties of the original and short form of the Inventory of Callous-
Unemotional Traits in detained female adolescents. Child Psychiatry and Human
Development, 47, 5, 679–690. https://doi.org/ 10.1007/s10578-015-0601-8

Colins, O. F., Andershed, H., & Pardini, D. A. (2015). Psychopathic traits as predictors
of future criminality, intimate partner aggression, and substance use in young adult
men. Law Human Behavior, 39, 6, 547−58. https://doi.org/10.1037/lhb0000148

344
Colins, O.F., Bijttebier, P., Broekaert, E., & Andershed, H. (2014b). Psychopathic-like
traits among detained female adolescents: Reliability and validity of the Antisocial
Process Screening Device and the Youth Psychopathic Traits Inventory.
Assessment, 21, 2, 195–209. https://doi.org/10.1177/1073191113481997

Colins, O. F., Fanti, K., Larsson, H., & Andershed, H. (2017a). Psychopathic traits in
early childhood: Further validation of the Child Problematic Traits Inventory.
Assessment, 24, 5, 602−614. http://dx.doi.org/10.1177/1073191115624544

Colins, O. F., Fanti, K. A., Salekin, R. T., & Andershed, H. (2017b). Psychopathic
personality in the general population: Differences and similarities across gender.
Journal of Personality Disorders, 31, 1, 49−74.
https://doi.org/10.1521/pedi_2016_30_237

Colins, O. F., Noom, M., & Vanderplasschen, W. (2012). Youth Psychopathic Traits
Inventory-Short Version: A further test of the internal consistency and criterion
validity. Journal of Psychopathology Behaviour Assessment, 34, 4, 476486.
https://doi.org/10.1007/s10862-012-9299-0

Colins, O. F., Veen, V., Veenstra, M., Frogner, L., & Andershed, H. (2018). The Child
Problematic Traits Inventory in a Dutch general population sample of 3- to 7-year-
old children. European Journal of Psychological Assessment, 34, 5, 336−343.
http://dx.doi.org/10.1027/1015-5759/a000347

Cooke, D. J., & Michie, C. (2001). Refining the construct of psychopathy: Towards a
hierarchical model. Psychological Assessment, 13, 2, 171–188.
http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.13.2.171

Cornell, D. G., Warren, J., Hawk, G., Stafford, E., Oram. G., & Pine, D. (1996).
Psychopathy in instrumental and reactive violent offenders. Journal of Consulting
and Clinical Psychology, 64, 4, 783−790. https://doi.org/10.1037//0022-
006x.64.4.783

Corrado, R. R., Vincent, G. M., Hart, S. D. & Cohen, I. M. (2004). Predictive Validity of
the Psychopathy Checklist: Youth Version for General and Violent Recidivism.
Behavioral Sciences and the Law, 22, 1, 5–22. https://doi.org/10.1002/bsl.574

Cortina, J. M. (1993). What is coefficient alpha? An examination of theory and


applications. Journal of Applied Psychology, 79, 1, 98−104.
http://dx.doi.org/10.1037/0021-9010.78.1.98

345
Costa, A. M. (2012). Auto-conceito e auto-eficácia em crianças/jovens
institucionalizados. Dissertação ao Grau de Mestre em Psicologia Jurídica.
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Fernando Pessoa.
Instituto Superior de Ciências Biomédicas de Abel Salazar – Universidade do Porto.
Acedido em: <http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3314/3/TM_16617.pdf>.

Costa, P. T., & McCrae, R. R. (1992). Professional manual: Revised NEO Personality
Inventory (NEO-PI-R) and NEO Five-Factor Inventory (NEO-FFI). Odessa,
Florida, United States: Psychological Assessment Resources.

Crawford, J. R., & Henry, J. D. (2004). The Positive and Negative Affect Schedule
(PANAS): Construct validity, measurement properties and normative data in a large
non-clinical sample. British Journal of Clinical Psychology, 43, 3, 245−265.
https://doi.org/10.1348/0144665031752934

Crick, N. R. (1996). The role of overt aggression, relational aggression, and prosocial
behavior in the prediction of children’s future social adjustment. Child
Development, 67, 5, 2317–2327. https://doi.org/10.1111/j.1467-
8624.1996.tb01859.x

Crick, N. R., Casas, J. F., & Mosher, M. (1997). Relational and overt aggression in
preschool. Developmental Psychology, 33, 4, 579−588.
http://dx.doi.org/10.1037/0012-1649.33.4.579

Dadds, M. R., & Fraser, J. (2006a). Fire interest, fire setting and psychopathology in
Australian children: a normative study. Australian and New Zealand Journal of
Psychiatry, 40, 6-7, 581–586. https://doi.org/10.1080/j.1440-1614.2006.01842.x

Dadds, M. R., Fraser, J., Frost, A., & Hawes, D. (2005). Disentangling the underlying
dimensions of psychopathy and conduct problems in childhood: A community
study. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 73, 3, 400–410.
http://dx.doi.org/10.1037/0022-006X.73.3.400

Dadds, M. R., Perrin, S., & Yule, W. (1998). Social desirability and self-report anxiety in
children: an analysis of the RCMAS lie scale. Journal of Abnormal Child
Psychology, 26, 4, 311–317.

Dadds, M. R., Spence, S., Holland, D., Barrett, P. M., & Laurens, K. (1997). Prevention
and early intervention for anxiety disorders in children: A controlled trial. Journal

346
of Consulting and Clinical Psychology, 65, 4, 627–635.
https://doi.org/10.1037//0022-006x.65.4.627

Dadds, M. R., Whiting, C., Bunn, P., Fraser, J., & Charlson, J. (2004). Measurement of
cruelty in children: The Cruelty to Animals Inventory. Journal of Abnormal Child
Psychology, 32, 3, 321-334. https://doi.org/10.1023/b:jacp.0000026145.69556.d9

Dadds, M. R., Whiting, C., & Hawes, D. J. (2006b). Associations among cruelty to
animals, family conflict, and psychopathic traits in childhood. Journal of
Interpersonal Violence, 21, 3, 411–429.
http://dx.doi.org/10.1177/0886260505283341

Das, J., Ruiter, C. Doreleijers, T. & Hillege, S. (2008). Reliability and construct validity
of the Dutch Psychopathy Checklist: Youth Version. Findings from a sample of
male adolescents in a juvenile justice treatment institution. Assessment, 16, 1,
88−102. https://doi.org/10.1177/1073191108321999

Declercq, F., Markey, S., Vandist, K., & Verhaeghe, P. (2009). The Youth Psychopathic
Trait Inventory: Factor structure and antisocial behaviour in non-referred 12–17-
year-olds. The Journal of Forensic Psychiatry & Psychology, 20, 4, 577–594.
https://doi.org/10.1080/14789940802651757

De Ayala, R. J. (2009). Theory and practice of item response theory. New York, United
States: Guilford Press.

Decuyper, M., de Bolle, M., de Fruyt, F. & de Clercq, B. (2011). General and maladaptive
personality dimensions and the assessment of callous-emotional traits in
adolescence. Journal of Personality Disorders, 25, 5, 681−701.
https://doi.org/10.1521/pedi.2011.25.5.681.

Decuyper, M., de Caluwé, E., de Clercq, B., & de Fruyt, F. (2014). Callous-unemotional
traits in youth from a DSM-5 trait perspective. Journal of Personality Disorders,
28, 3, 334–357. https://doi.org/10.1521/pedi_2013_27_120

DeLisi, M., Vaughn, M., Beaver, K. M., Wexler, J., Barth, A. E., & Fletcher, M. (2011).
Fledgling psychopathy in the classroom: ADHD subtypes psychopathy, and reading
comprehension in a community sample of adolescents. Youth Violence Juvenile
Justice, 9, 1, 43–58. https://doi.org/10.1177/1541204010371932

347
Dembo, R., Jainchill, N., Turner, C., Fong, C., Farkas, S., & Childs, K. (2007). Levels of
psychopathy and its correlates: A study of incarcerated youths in three states.
Behavioral Sciences and the Law, 25, 5, 717–738. https://doi.org/10.1002/bsl.784

Dempster, A.P., Laird, N.M., & Rubin, D.B. (1977) Maximum likelihood from
incomplete data via the EM algorithm. Journal of the Royal Statistical Society.
Series B (Methodological), 39, 1, 1−38. Retrieved from:
«https://www.jstor.org/stable/2984875».

Derefinko, K. J., & Lynam, D. R. (2006). Convergence and divergence among self-report
psychopathy measures: A personality-based approach. Journal of Personality
Disorders, 20, 3, 261−280. https://doi.org/10.1521/pedi.2006.20.3.261

Dishion, T., Shaw, D., Connell, A., Gardner, F., Weaver, C., & Wilson, M. (2008). The
Family Check-Up with high-risk indigent families: Preventing problem behavior
by increasing parents’ positive behavior support in early childhood. Child
Development, 79, 5, 1395–1414. https://doi.org/10.1111/j.1467-
8624.2008.01195.x

Dodge, K. A., & Coie, J. D. (1987). Social-information processing factors in reactive and
proactive aggression in children's peer groups. Journal of Personality and Social
Psychology, 53, 6, 1146−1158. http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.53.6.1146

Dolan, M. C., & Rennie, C. E. (2006a). Psychopathy Checklist: Youth Version and Youth
Psychopathic Traits Inventory: A comparison study. Personality and Individual
Differences, 41, 4, 779−789. http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2006.03.021

Dolan, M. C., & Rennie, C. E. (2006b). Reliability, validity, and factor structure of the
Swedish Youth Psychopathic Traits Inventory in a UK sample of conduct
disordered boys. Journal of Forensic Psychiatry & Psychology, 17, 2, 217−229.
http://dx.doi.org/10.1080/14789940500497784

Dolan, M. C., & Rennie, C. E. (2007). The relationship between psychopathic traits
measured by the Youth Psychopathic trait Inventory and psychopathology in a UK
sample of conduct disordered boys. Journal of Adolescence, 30, 4, 601–611.
https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2006.07.002

Döpfner, M., Görtz-Dorten, A., & Lehmkuhl, G. (2008). Diagnostic-System für


psychische Störungen nach ICD-10 und DSM-IV fürKinder und Jugendliche
(DISYPS II). Bern, Germany: Huber.

348
Douglas, K. S., Epstein, M., & Poythress, N. G., (2008). Criminal recidivism among
juvenile offenders: Testing the incremental and predictive validity of three
measures of psychopathic features. Law and Human Behavior, 32, 5, 423–438.
https://doi.org/10.1007/s10979-007-9114-8

Drislane, L. E., Brislin, S. J., Kendler, K. S., Andershed, H., Larsson, H., & Patrick, C. J.
(2015). A triarchic model analysis of the Youth Psychopathic Traits Inventory.
Journal of Personality Disorders, 29, 1, 15−41.
https://doi.org/10.1521/pedi_2014_28_144

Drislane, L. E., Patrick, C. J., & Arsal, G. (2014a). Clarifying the content coverage of
differing psychopathy inventories through reference to the Triarchic Psychopathy
Measure. Psychological Assessment, 26, 2, 360−362.
http://dx.doi.org/10.1037/a0035152

Drislane, L. E., Patrick, C. J., Sourander, A., Sillanmäki, L., Aggen, S., Elonheimo, H.,
et al., (2014b). Distinct variants of extreme psychopathic individuals in society at
and associated with similar correlates in community and inmate large: Evidence
from a population-based sample. Personality Disorders: Theory, Research and
Treatment, 5, 2, 154–163. http://dx.doi.org/10.1037/per0000060

Earls, F. J., Brooks-Gunn, J., Raudenbush, S. W., & Sampson, R. J. (2005). Project on
Human Development in Chicago Neighborhoods (PHDCN): Self Report of
Offending, Onda 1, 1994-1997. Ann Arbor, Michigan: Inter-university Consortium
for Political and Social Research. http://doi.org/10.3886/ICPSR13601.v1

Edens, J. F., Campbell, J. S., & Weir, M. J. (2006). Youth psychopathy and criminal
recidivism: A meta-analysis of the psychopathy checklist measures. Law Human
Beahaviour, 31, 1, 53−75. http://dx.doi.org/10.1007/s10979-006-9019-y77777

Edens, J. F., Hart, S. D., Johnson, D. W., Johnson, J. K., & Olver, M. E (2000). Use of
the Personality Assessment Inventory to assess psychopathy in offender
populations. Psychological Assessment, 12, 132−139.
http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.12.2.132

Edens, J. F., Marcus, D. K., Lilienfeld, S. O., & Poythress, N. G. (2006). Psychopathic,
not psychopath: Taxometric evidence for the dimensional structure of psychopathy.
Journal of Abnormal Psychology, 115, 1, 131–144. https://doi.org/10.1037/0021-
843X.115.1.131

349
Edens, J. F., Poythress, N. G., Lilienfeld, S. O., Patrick, C. J., & Test, A. (2008). Further
evidence of the divergent correlates of the psychopathic personality inventory
factors: Prediction of institutional misconduct among male prisoners.
Psychological Assessment, 20, 1, 86−91. https://doi.org/10.1037/1040-
3590.20.1.86.

Edens, J. F., Skeem, J. L., Cruise, K. R., & Cauffman, E. (2001). Assessment of “juvenile
psychopathy'” and its association with violence: A critical review. Behavioral
Sciences and the Law, 19, 1, 53−80. https://doi.org/10.1002/bsl.425

Elliot, D. Z., Huizinga, D., & Ageton, S. S. (1985). Explaining delinquency and drug-
use. Beverly Hills, California, United States: Sage.

Embretson, S. E., & Reise, S. (2000). Item response theory for psychologists. Mahwah,
New Jersey, United States: Erlbaum.

Enebrink, P., Långström, N., & Gumpert, C. H. (2006). Predicting aggressive and
disruptive behavior in referred 6– to 12-year-old boys: Prospective validation of the
EARL-20B risk/needs checklist. Assessment, 13, 3, 356−367.
https://doi.org/10.1177/1073191106290649

Erasmus, M. C. (2000). Problem behavior at school interview. Rotterdam, Netherlands:


Department of Child and Adolescent Psychiatry.

Essau, C., Sasagawa, S., & Frick, P. (2006). Callous-unemotional traits in community
sample of adolescents. Assessment, 13, 4, 454-469. http://dx.doi.org/
10.1177/1073191106287354

Eysenck, S. B. G., Easting, G., & Pearson, P. R. (1984) Age norms for impulsiveness,
venturesomeness and empathy in children. Personality and Individual Differences,
5, 3, 315–321. https://doi.org/10.1016/0191-8869(84)90070-9

Ezpeleta, L., Osa, N. d. l., & Domènech, J. M. (2014). Prevalence of DSM–IV disorders,
comorbidity and impairment in 3-year-old Spanish preschoolers. Social Psychiatry
and Psychiatric Epidemiology, 49, 1, 145-155. https://doi.org/10.1007/s00127-013-
0683-1

Ezpeleta, L., Osa, N. d. l., Granero, R., Penelo, E., & Domènech, J. M. (2013). Inventory
of Callous-unemotional Traits in a community sample of preschoolers. Journal of

350
Clinical Child and Adolescent Psychology, 42, 1, 91-105.
http://dx.doi.org/10.1080/15374416.2012.734221

Falkenbach, D. M., Poythress, N. G., & Heide, K. M. (2003). Psychopathic features in a


juvenile diversion population: Reliability and predictive validity of two self-report
measures. Behavioral Sciences and the Law, 21, 6, 787–805.
https://doi.org/10.1002/bsl.562

Fanti, K. A., Colins, O. F., Andershed, H. & Sikki, M. (2016a). Stability and change in
callous-unemotional traits: Longitudinal associations with potential individual and
contextual risk and protective factors. American Journal of Orthopsychiatry, 87, 1,
62–75. http://dx.doi.org/10.1037/ort0000143

Fanti, K. A., Frick, P. J., & Georgiou, S. (2009). Linking Callous-Unemotional traits to
instrumental and non-instrumental forms of aggression. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 31, 4, 285−298.
https://doi.org/10.1007/s10862-008-9111-3

Fanti, K. A., Kyranides, M. N. & Panayiotou, G. (2016b). Facial reactions to violent and
comedy films: Association with callous–unemotional traits and impulsive
aggression. Cognition and Emotion, 31, 2, 209-224,
https://doi.org/10.1080/02699931.2015.1090958

Fanti, K. A., Panayiotou, G., Kyranides, M. N. & Avraamides, M. N. (2016c). Startle


modulation during violent films: Association with callous– unemotional traits and
aggressive behavior. Motivation and Emotion, 40, 2, 321–333.
https://doi.org/10.1007/s11031-015-9517-7

Farrington, D. P., Ulrich, S., & Salekin, R. T. (2010). Environmental influences on child
and adolescent psychopathy. In R. T. Salekin, & D. Lynam (Ed.), Handbook of
child and adolescent psychopathy (pp.202-230). New York: Guilford Press.

Feilhauer, J., Cima, M., & Arnts, A. (2012). Assessing Callous-Unemotional traits across
different groups of youths: Further cross-cultural validation of the Inventory of
Callous-Unemotional Traits. International Journal of Law and Psychiatry, 35, 4,
251−262. https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2012.04.002

Feilhauer, J., Cima, M., Benjamins, C., & Muris, P. (2013). Knowing right from wrong,
but just not always feeling it: Relations among callous-unemotional traits,
psychopathological symptoms, and cognitive and affective morality judgments in

351
8- to 12-year-old boys. Child Psychiatry and Human Development, 44, 6, 709–716.
https://doi.org/10.1007/s10578-013-0363-0

Fink, B. C., Tant, A. S., Tremba, K., & Kiehl, K. A. (2012). Assessment of psychopathic
traits in an incarcerated adolescent sample: A methodological comparison. Journal
of Abnormal Child Psychology, 40, 6, 971−86. https://doi.org/10.1007/s10802-012-
9614-y

Flight, J. I., & Forth, A. E. (2007). Instrumentally violent youths: The roles of
psychopathic traits, empathy, and attachment. Criminal Justice and Behavior, 34,
6, 739–751. https://doi.org/10.1177/0093854807299462

Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Evaluating Structural Equations Models with
unobservable variables and measurement error. Journal of Marketing Research, 18,
1, 39−50. http://dx.doi.org/10.2307/3151312

Forsman, M., Larsson, H., Andershed, & Lichtenstein, P. (2007). The association
between persistent disruptive childhood behaviour and the psychopathic personality
constellation in adolescence: A twin study. British Journal of Developmental
Psychology, 25, 3, 383−398. https://doi.org/10.1348/026151006X158799

Forsman, M., Lichtenstein, P., Larsson, H., & Andershed, H. (2008). Genetic effects
explain the stability of psychopathic personality from mid- to late adolescence.
Journal of Abnormal Psychology, 117, 3, 606–617. https://doi.org/10.1037/0021-
843X.117.3.606

Forth, A. E., & Book, A. S. (2010). Psychopathic traits in children and adolescents: The
relationship with antisocial behaviors and aggression. In R. T. Salekin, & D. R.
Lynam (Ed.), Handbook of child and adolescent psychopathy (pp.251-283). New
York, United States: Guilford Press.

Forth, A. E., Kosson, D. S., & Hare, R. D. (2003). The Psychopathy Checklist: Youth
Version manual. Toronto, Canada: Multi-Health Multi-Health Systems.

Fossati, A., Somma, A., Borroni, S., Frera, F., Maffei, C., & Andershed, H. (2016). The
factor structure and construct validity of the Short Version of the Youth
Psychopathic Traits Inventory in two independent samples of nonreferred
adolescents. Assessment, 23, 6, 1−15. https://doi.org/10.1177/1073191115593628

352
Frick, P. J. (2004). The Inventory of Callous–Unemotional Traits. Unpublished rating
scale: The University of New Orleans.

Frick, P. J., Barry, C. T., & Kamphaus, R. W. (2010). Clinical assessment of child and
adolescent personality and behavior (3 rd Ed.). New York, United States:
Springer Science + Business Media. http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4419-0641-0

Frick, P., Bodin, S., & Barry, C. (2000). Psychopathic traits and conduct problems in
community and clinic-referred samples of children: Further development of the
psychopathy screening device. Psychological Assessment, 12, 4, 382-393.
http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.12.4.382

Frick, P. J., Cornell, A. H., Barry, C. T., Bodin, S. D., & Dane, H. E. (2003a). Callous-
Unemotional traits and Conduct Problems in the prediction of Conduct Problem
severity, aggression, and self-report of delinquency. Journal of Abnormal Child
Psychology, 31, 4, 457–470. http://dx.doi.org/ 10.1023/A:1023899703866

Frick, P., & Hare, R. (2001). The Antisocial Process Screening Device. Toronto, Canada:
Multi-Health System.

Frick, P. J., Kimonis, E. R., Dandreux, M. S., & Farrell, J. M. (2003b). The 4 year stability
of psychopathic traits in non-referred youth. Behavioral Sciences and the Law, 21,
6, 713–736. https://doi.org/10.1002/bsl.568

Frick, P. J., & Moffitt, T. E. (2010). A proposal to the DSM-V childhood disorders and
the ADHD and disruptive behavior disorders workgroups to include a specifier to
the diagnosis of conduct disorder based on the presence of callous-unemotional
traits. Washington, United States: American Psychiatric Association.

Frick, P. J., O’Brien, B. S., Wootton, J. M., & McBurnett, K. (1994). Psychopathy and
conduct problems in children. Journal of Abnormal Psychology, 103, 4, 700–707.
https://doi.org/10.1037//0021-843x.103.4.700

Frick, P.J., & Ray, J. V. (2015). Evaluating callous-unemotional traits as a personality


construct. Journal of Personality, 83, 6, 710–722.
https://doi.org/10.1111/jopy.12114

Frogner, L., Gibson, C. L., Andershed, A.-K., & Andershed, H. (2018). Childhood
psychopathic personality and callous–unemotional traits in the prediction of

353
conduct problems. American Journal of Orthopsychiatry, 88, 2, 211–225.
http://dx.doi.org/10.1037/ort0000205

Fung, M. T., Raine, A., Loeber, R., Lynam, D. R., Steinhauer, S. R., Venables, P. H., &
Stouthamer-Loeber, M. (2005). Reduced electrodermal activity in psychopathy-
prone adolescents. Journal of Abnormal Psychology, 114, 2, 187–96.
https://doi.org/10.1037/0021-843X.114.2.187

Gao, Y. & Zhang, W. (2016). Confirmatory Factor Analyses of Self- and Parent- Report
Inventory of Callous-Unemotional Traits in 8- to 10-Year-Olds. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 38, 3, 331–340. http://dx.doi.org/
10.1007/s10862-015-9527-5

Gaspar, T., Ribeiro, J. L. P., Matos, M. G., Leal, I., & Ferreira, A. (2009) Optimismo em
crianças e adolescentes: Adaptação e validação do LOT-R. Psicologia: Reflexão e
Crítica, 22, 3. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722009000300015
Gaspar, T., Ribeiro, J. L. P., Matos, M. G., Leal, I., & Ferreira, A. (2010). Estudo da auto-
estima em crianças e adolescentes portugueses: Impacto de fatores sociais e
pessoais. Revista AMAzónica, V, 2, 57-83. Retrieved from:
«https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=2a
hUKEwiC-
L_mqITlAhXr6OAKHfTDAWkQFjAAegQIABAC&url=https%3A%2F%2Frepo
sitorio-
aberto.up.pt%2Fbitstream%2F10216%2F63881%2F2%2F86778.pdf&usg=AOvV
aw0iLQOAwixG5MjnGIsmYnoh».
Gaudreau, P., Sanchez, X., & Blondin, J.-P. (2006). Positive and negative affective states
in a performance-related setting: Testing the factorial structure of the PANAS
across two samples of French-Canadian participants. European Journal of
Psychological Assessment, 22, 4, 240–249.
http://psycnet.apa.org/doi/10.1027/1015-5759.22.4.240

Gaughan, E. T., Miller, J. D., Pryor, L. R., & Lynam, D. R. (2009). Comparing two
alternative models of general personality in the assessment of psychopathy: A test
of the NEO PI-R and the MPQ. Journal of Personality, 77, 4, 965–996.
https://doi.org/10.1111/j.1467-6494.2009.00571.x

Glenn, A. L., & Raine, A. (2009). Psychopathy and instrumental aggression:

354
Evolutionary, neurobiological, and legal perspectives. International Journal of Law
and Psychiatry, 32, 4, 253–258. https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2009.04.002

Goodman, R. (1997). The Strengths and Difficulties Questionnaire: A research note.


Journal of Child Psychology and Psychiatry, 38, 581–586.
https://doi.org/10.1111/j.1469-7610.1997.tb01545.x

Görtz-Dorten, A., & Döpfner, M. (2010). Fragbogenzum aggressive Verhalten von


Kindern (FAVK). Göttingen, Germany: Hogrefe.

Gottfredson, M., & Hirschi, T. (1990). A general theory of crime. Stanford, California,
United States: Stanford University Press.

Grann, M., Langstrom, N., & Tengstrom, A. (1999). Psychopathy (PCL-R) predicts
violent recidivism among criminal offenders with personality disorders in Sweden.
Law and Human Behavior, 23, 2, 205–217.
https://doi.org/10.1023/A:1022372902241

Gray, J. A. (1981). A critique of Eysenck's theory of personality. In H. J. Eysenck (Ed.),


A model for personality (pp. 246-276). Berlin, German: Springer-Verlag.

Gray, J. A. (1982). The neuropsychology of anxiety: An enquiry into the functions of the
septo-hippocampal system (1st Ed.). New York, United States: Oxford University
Press.

Gray, J. A., & McNaughton, N. (2000). The neuropsychology of anxiety: An enquiry into
the functions of the septo-hippocampal system (2nd Ed.). New York, United States:
Oxford University Press.

Green, D. P., & Salovey, P. (1999). In what sense are positive and negative affect
independent? A reply to Tellegen, Watson, and Clark. Psychological Science, 10,
4, 304–306. https://doi.org/10.1111%2F1467-9280.00158

Gretton, H. M., Hare, R. D. & Catchpole, R. E. H. (2004). Psychopathy and offending


from adolescence to adulthood: A 10-year follow-up. Journal of Consulting and
Clinical Psychology, 72, 4, 636–645. https://doi.org/10.1037/0022-006X.72.4.636

Hall, J. R. (2009). Interview Assessment of Boldness: Construct Validity and Empirical


Links to Psychopathy and Fearlessness. A dissertation for the degree of doctor of
philosophy Submitted to the faculty of the graduate school of the university of
Minnesota.134 pp.

355
Hall, J., & Benning, S.S. (2006). The “successful” psychopath: Adaptive and subclinical
manifestations of psychopathy in the general population. In C. J. Patrick (Ed.),
Handbook of psychopathy (1st Ed., pp. 459–478). New York, United States:
Guilford Press.

Halperin, J. M., & McKay, K. E. (2008). Children’s Aggression Scale. Lutz, Florida,
United States: Psychological Assessment Resources.

Hare, R. D. (1991). The Hare Psychopathy Checklist—Revised. Toronto, Canada: Multi-


Health Systems.

Hare, R. D. (2003). The Hare Psychopathy Checklist—Revised, second edition (PCL-R).


Toronto, Canada: Multi-Health Systems.

Hare, R. D., Clark, D., Grann, M., & Thornton, D. (2000). Psychopathy and the predictive
validity of the PCL-R: An international perspective. Behavioral Sciences & the
Law, 18, 5, 623-645. http://dx.doi.org/10.1002/1099-
0798(200010)18:5<623::AID-BSL409>3.0.CO;2-W

Harenski, C.L., Harenski, K. A. & Kiehl, K. A. (2014). Neural processing of moral


violations among incarcerated adolescents with psychopathic traits. Developmental
Cognitive Neuroscience, 10, 181–189. https://doi.org/10.1016/j.dcn.2014.09.002

Hare, R. D., & Neumann, C. S. (2005). Structural models of psychopathy. Current


Psychiatry Report, 7, 1, 57–64. https://doi.org/10.1007/ s11920-005-0026-3

Harpur, T. J., Hakstian, A. R., & Hare, R. D. (1988). Factor structure of the Psychopathy
Checklist. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 56, 5, 741–747.
https://doi.org/10.1037//0022-006x.56.5.741

Hart, S. D., Cox, D. N., & Hare, R. D. (1995). Manual for the Psychopathy Checklist:
Screening version. Toronto, Canada: Multi-Health Systems.

Hart, S. D., Watt, K. A., & Vincent, G. M. (2002). Commentary on Seagrave and Grisso:
Impressions of the state of the art. Law and Human Behavior, 26, 2, 241–245.
https://doi.org/10.1023/A:1014648227688

Harter, S. (1985). Manual for the Self-Perception Profile for Children. Denver, Colorado,
United States: University of Denver.
Hawes, S. W., Crane, C. A., Henderson, C. E., Mulvey, E. P., Schubert, C. A., & Pardini,
D. A. (2015). Co-Development of Psychopathic Features and Alcohol Use during

356
Emerging Adulthood: Disaggregating Between- and Within-Person Change.
Journal of Abnormal Psychology, 124, 3, 729–739.
https://doi.org/10.1037/abn0000075

Hawes, S. M., Byrd, A. L., Henderson, C. E., Gazda, R. L., Burke, J. D., Loeber, R., &
Pardini, D. A. (2014a). Refining the parent-reported Inventory of Callous-
Unemotional Traits in boys with conduct problems. Psychological Assessment, 26,
1, 256–266. https://doi.org/10.1037/a0034718

Hawes, S. W., Mulvey, E. P., Schubert, C. A., & Pardini, D. A. (2014b). Structural
coherence and temporal stability of psychopathic personality features during
emerging adulthood. Journal of Abnormal Psychology, 123, 3, 623–633.
http://dx.doi.org/10.1037/a0037078

Hemphill, J. F., Hare, R. D., & Wong, S. (1998). Psychopathy and recidivism: A review.
Legal & Criminological Psychology, 3, 1, 139–170. https://doi.org/10.1111/j.2044-
8333.1998.tb00355.x

Henry, B., Caspi, A., Moffitt, T. E., Harrington, H., & Silva, P. A. (1999). Staying in
school protects boys with poor self-regulation in childhood from later crime: A
longitudinal study. International Journal of Behavioral Development, 23, 4, 1049–
1073. https://doi.org/10.1080/016502599383667

Henry, J., Pingault, J.-B., Boivin, M., Rijsdijk, F., & Viding, E. (2016). Genetic and
environmental aetiology of the dimensions of Callous-Unemotional traits.
Psychological Medicine, 46, 2, 405–414.
https://doi.org/10.1017/S0033291715001919

Hicks, B. M., & Patrick, C. J. (2006). Psychopathy and negative emotionality: Analyses
of suppressor effects reveal distinct relations with emotional distress, fearfulness,
and anger-hostility. Journal of Abnormal Psychology, 115, 2, 276–287.
http://dx.doi.org/10.1037/0021-843X.115.2.276.

Hill, M. & Hill, A. (2012). Investigação por questionário (2ª Ed.). Lisboa, Portugal:
Edições Sílabo.

Hillege, S., Das, J., & Ruiter, C. (2010). The Youth Psychopathic Traits Inventory:
Psychometric properties and its relation to substance use and interpersonal style in
a Dutch sample of non-referred adolescents. Journal of Adolescence, 33, 1, 83–91.
https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2009.05.006~

357
Horan, J. M., Brown, J. L., Jones, S. M., & Aber, J. L. (2015). Assessing invariance
across sex and race/ethnicity in measures of youth psychopathic characteristics.
Psychological Assessment, 27, 2, 657–668. http://dx.doi.org/10.1037/pas0000043

Houghton S, Cordin R, Hopkins S (2009) Psychopathic-like traits and aggression in


Australian adolescents suspended from school. In: Sahin O, Maier J (eds)
Delinquency: causes, reduction and prevention (pp 177–196). New York, United
States: Nova Science.

Houghton, S., Hunter, S. C., & Crow, J. (2013a). Assessing callous unemotional traits in
children aged 7-to 12-years: a confirmatory factor analysis of the Inventory of
Callous Unemotional traits. Journal of Psychopathology and Behavioral
Assessment, 35, 2, 215–222. https://doi.org/10.1007/s10862-012-9324-3

Houghton, S., Hunter, S. C., Khan, U., & Tan, C. (2013b). Interpersonal and affective
dimensions of psychopathic traits in adolescents: Development and validation of a
self-report instrument. Child Psychiatry & Human Development, 44, 1, 51–69.
https://doi.org/10.1007/s10578-012-0311-4

Huizinga, D., Esbenson, F. & Weihar, A. W. (1991). Are there multiple paths to
delinquency? The Journal of Criminal Law and Criminology, 82, 1, 83-118.
http://dx.doi.org/10.2307/1143790

Isen, J., Raine, A., Baker, L., Dawson, M., Bezdjian, S., & Lozano, D. I. (2010). Sex-
specific association between psychopathic traits and electrodermal reactivity in
children. Journal of Abnormal Psychology, 119, 1, 216–225.
http://dx.doi.org/10.1037/a0017777

Johnson, M. M., Dismukes, A. R., Vitacco, M. J., Breiman, C., Fleury, D., & Shirtcliff,
E. A. (2014). Psychopathy’s influence on the coupling between hypothalamic–
pituitary–adrenal and -gonadal axes among incarcerated adolescents.
Developmental Psychobiology, 56, 3, 448–458.
http://dx.doi.org/10.1002/dev.21111

Jones, S., Cauffman, E., Miller, J. D., & Mulvey, E. (2006). Investigating different factor
structures of the Psychopathy Checklist: Youth Version: Confirmatory factor
analytic findings. Psychological Assessment, 18, 1, 33–48.
https://doi.org/10.1037/1040-3590.18.1.33

358
John, O. P., & Srivastava, S. (1999). The Big Five trait taxonomy: History, measurement,
and theoretical perspectives. In L. A. Pervin & O. P. John (2nd Ed.), Handbook of
personality: Theory and research (pp. 102–138). New York, United States:
Guilford.

Jusyte, A., Mayer, S. V., Künzel, E., Hautzinger, M. & Schönenberg, M. (2015).
Unemotional traits predict early processing deficit for fearful expressions in young
violent offenders: An investigation using continuous flash suppression.
Psychological Medicine, 45, 5, 285–297.
https://doi.org/10.1017/S0033291714001287

Kahn, R. E., Ermer, E., Salovey, P., & Kiehl, K. A. (2016). Emotional Intelligence and
Callous–Unemotional Traits in Incarcerated Adolescents. Child Psychiatry and
Human Development, 47, 6, 903–917. https://doi.org/10.1007/s10578-015-0621-4

Kaiser, H. F. (1970). A second generation little Jiffy. Psychometrika, 35, 4, 401–415.


https://doi.org/10.1007/BF02291817

Kaiser, H. F. & Rice, J. (1974). Little Jiffy, Mark Iv. Educational and Psychological
Measurement, 34, 1, 111–117. https://doi.org/10.1177/001316447403400115

Kane, J. S. (2013). An Excel Tool for Testing Differences between Correlations. Retrieved
from: «https://www.prostatservices.com/blog/an-excel-tool-for-testing-
differences-between-correlations».

Kansi, J. (2003). The Narcissistic Personality Inventory: Applicability in a Swedish


population sample. Scandinavian Journal of Psychology, 44, 5, 441–448.
https://doi.org/10.1046/j.1467-9450.2003.00365.x

Karpman, B. (1941). On the need for separating psychopathy into two distinct clinical
types: Symptomatic and idiopathic. Journal of Criminology and Psychopathology,
3, 112-137. Retrieved from: « https://psycnet.apa.org/record/1942-00202-001».

Karpman, B. (1949). The psychopathic delinquent child. American Journal of


Orthopsychiatry, 20, 2, 223–265. https://doi.org/10.1111/j.1939-
0025.1950.tb06037.x

Karpman, B. (1950). Psychopathic behavior in infants and children: A critical survey of


existing concepts. American Journal of Orthopsychiatry, 21, 2, 223–272.
https://doi.org/10.1111/j.1939-0025.1951.tb06100.x

359
Kempes, M., Matthys, W., de Vries, H., & van Engeland, H. (2005). Reactive and
proactive aggression in children: A review of theory, findings and the relevance for
child and adolescent psychiatry. European Child & Adolescent Psychiatry, 14, 1,
11–19. https://doi.org/10.1007/s00787-005-0432-4

Killgore, W. D. (2000). Evidence for a third factor on the Positive and Negative Affect
Schedule in a college student sample. Perceptual and Motor Skills, 90, 1, 147–152.
https://doi.org/10.2466/pms.2000.90.1.147

Kimonis, E. R., Branch, J., Hagman, B., Graham, N., & Miller, C. (2013a). The
psychometric properties of the Inventory of Callous-Unemotional Traits in an
undergraduate sample. Psychological Assessment, 25, 1, 84–93.
https://doi.org/10.1037/a0029024

Kimonis, E. R., Cross, B., Howard, A., & Donoghue, K. (2013b). Maternal care,
maltreatment and callous-unemotional traits among urban male juvenile offenders.
Journal of Youth and Adolescence, 42, 2, 165–177. https://doi.org/10.1007/s10964-
012-9820-5

Kimonis, E. R., Fanti, K. A., Goulter, N., & Hall, J. (2017). Affective startle potentiation
differentiates primary and secondary variants of juvenile psychopathy.
Development and Psychopathology, 29, 4, 1149–1160,
https://doi.org/10.1017/S0954579416001206

Kimonis, E. R., Frick, P. J., Boris, N. W., Smyke, A. T., Cornell, A. H., Farrell, J. M., et
al. (2006a). Callous–unemotional features, behavioral inhibition, and parenting:
Independent predictors of aggression in a high-risk preschool sample. Journal of
Child and Family Studies, 15, 6, 741–752. https://doi.org/10.1007/s10826-006-
9047-8

Kimonis, E. R., Frick, P. J., Cauffman, E., Goldweber, A., & Skeem, J. L (2012). Primary
and secondary variants of juvenile psychopathy differ in emotional processing.
Development and Psychopathology, 24, 3, 1091–1103.
https://doi.org/10.1017/S0954579412000557

Kimonis, E. R., Frick, P. J., Fazekas, H., & Loney, B. R. (2006b). Psychopathy,
aggression and the processing of emotional stimuli in non-referred girls and boys.
Behavioral Sciences and the Law, 24, 1, 21–37. http://dx.doi.org/10.1002/bsl.668

Kimonis, E. R., Frick, P. J., Skeem, J. L., Marsee, M. A., Cruise, K., Muñoz, L. C.,

360
Aucoin, K. J., & Morris, A. (2008). Assessing callous-unemotional traits in
adolescent offenders: Validation of the Inventory of Callous-Unemotional Traits.
International Journal of Law and Psychiatry, 31, 3, 241–252.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijlp.2008.04.002

Kimonis, E. R., Kennealy, P. J. & Goulter, N. (2016). Does the Self-Report Inventory of
Callous-Unemotional Traits Predict Recidivism? Psychological Assessment, 28, 12,
1616–1624. http://dx.doi.org/10.1037/pas0000292

Kirisci, L. & Clark, D. B. (1996). Reliability and Validity of the State-Trait Anxiety
Inventory for Children in an Adolescent Sample: Confirmatory Factor Analysis and
Item ResponseTheory. Annual Meeting of the American Educational Research
Association, 2-11.
Kline, R. B. (2011). Principles and practice of Structural and Equation Modeling (3rd
Ed.). NewYork, United States: Guilford Press.

Klingzell, I., Fanti, K. A., Colins, O. F., Frogner, L., Andershed, A. K., & Andershed, H.
(2016). Early childhood trajectories of conduct problems and callous-unemotional
traits: The role of fearlessness and psychopathic personality dimensions. Child
Psychiatry and Human Development, 47, 2, 236–247.
http://dx.doi.org/10.1007/s10578-015-0560-0

Kochanska, G. (1997). Multiple pathways to conscience for children with different


temperaments: From toddlerhood to age 5. Developmental Psychology, 33, 2, 228–
240. http://dx.doi.org/10.1037/0012-1649.33.2.228

Kochanska, G., Kim, S., Boldt, L. J., & Yoon, J. E. (2013). Children's callous-
unemotional traits moderate links between their positive relationships with parents
at preschool age and externalizing behavior problems at early school age. Journal
of Child Psychology and Psychiatry, 54, 11, 1251–1260.
https://doi.org/10.1111/jcpp.12084.

Kolko, D. J., & Kazdin, A. E. (1988). Prevalence of fire setting and related behaviors
among child psychiatric patients. Journal of Consulting and Clinical Psychology,
56, 4, 628–630. https://doi.org/10.1037//0022-006x.56.4.628

Kongerslev, M. T., Bo, S., Forth, A. E., & Simonsen, E. (2015). Assessment of the
affective dimensions of psychopathy with the Danish version of the Inventory of
Callous-Unemotional Traits among incarcerated boys: A study of reliability,

361
criterion validity, and construct validity. Scandinavian Journal of Child and
Adolescent Psychiatry and Psychology, 3, 1, 80–96.
https://doi.org/10.21307/sjcapp-2015-008

Koo, T. K., & Li, M. Y. (2015). A guideline of selecting and reporting intraclass
correlation coefficients for reliability research. Journal of Chiropractic Medicine,
15, 2, 155–163. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcm.2016.02.012

Kosson, D. S., Cyterski, T. D., Steuerwald, B. L., Neumann, C., & Walker-Matthews, S.
(2002). The reliability and validity of the Psychopathy Checklist: Youth Version in
non-incarcerated adolescent males. Psychological Assessment, 14, 1, 97–109.
https://doi.org/10.1037//1040-3590.14.1.97

Kosson, D. S., Neumann, C. S., Forth, A. E., Salekin, R. T., Hare, R. D., Krischer, M. K.,
& Seveche, K. (2013). Factor Structure of the Hare Psychopathy Checklist: Youth
Version (PCL: YV) in Adolescent Females. Psychological Assessment, 25, 1, 71–
83. https://doi.org/10.1037/a0028986

Kotler, J. S., & McMahon, R. J. (2010). Assessment of child and adolescent psychopathy.
In R. T. Salekin & D. R. Lynam (Eds.), Handbook of child and adolescent
psychopathy (pp. 79–109). New York, United States: Guilford Press.

Krueger, R. F (1999). The structure of common mental disorders. Archives of General


Psychiatry, 56, 10, 921–926. https://doi.org/10.1001/archpsyc.56.10.921

Krueger, R. F., Caspi, A., & Moffitt, T. E. (2000). Epidemiological personology: The
unifying role of personality in population-based research on problem behaviors.
Journal of Personality, 68, 6, 967–998. https://doi.org/10.1111/1467-6494.00123

Krueger, R. F., Schmutte, P. S., Caspi, A., Moffitt, T. E., Campbell, K., & Silva, P. A.
(1994). Personality traits are linked to crime among men and women: Evidence
from a birth cohort. Journal of Abnormal Child Psychology, 103, 328–338.

Kruh, I. P., Frick, P. J., & Clements, C. B. (2005). Historical and personality correlates
to the violence patterns of juveniles tried as adults. Criminal Justice and Behavior,
32, 1, 69–96. https://doi.org/10.1177/0093854804270629

Kumsta, R., Sonuga-Barke, E., & Rutter, M. (2012). adolescent callous–unemotional


traits and conduct disorder in adoptees exposed to severe early deprivation. The

362
British Journal of Psychiatry, 200, 3, 197–201.
https://doi.org/10.1192/bjp.bp.110.089441

Kyranides, M. N., Fanti, K. A., Sikki, M. & Patrick, C. J. (2016). Triarchic dimensions
of psychopathy in young adulthood: Associations with clinical and physiological
measures after accounting for adolescent psychopathic traits. Personality
Disorders: Theory, Research, and Treatment, 8, 2, 140–149.
http://dx.doi.org/10.1037/per0000193

La Greca, A. M., & Stone, W. L. (1993). Social Anxiety Scale for Children-Revised:
Factor structure and concurrent validity. Journal of Clinical Child Psychology, 22,
1, 117-127. http://dx.doi.org/10.1007/s10578-012-0285-2.
https://doi.org/10.1207/s15374424jccp2201_2
Lahey, B. B. (2014). What we need to know about Callous-Unemotional traits: Comment
on Frick, Ray, Thornton, and Kahn (2014). Psychological Bulletin, 140, 1, 58–63.
https://doi.org/10.1037/a0033387

Larsson, H., Andershed, H., & Lichtenstein, P. (2006). A genetic factor explains most of
the variation in the psychopathic personality. Journal of Abnormal Psychology,
115, 2, 221–230. https://doi.org/10.1037/0021-843X.115.2.221

Larsson, H., Tuvblad, C., Rijsdijk, F. V., Andershed, H., Grann, M., & Lichtenstein, P.
(2007). A common genetic factor explains the association between psychopathic
personality and antisocial behavior. Psychological Medicine, 37, 1, 15–26.
https://doi.org/10.1017/S003329170600907X

Laurent, J., Catanzaro, S. J., Joiner, T. E., Rudolph, K. D., Potter, K. I., Lambert, S.,
Osborne, L., & Gathright, T. (1999). A measure of positive and negative affect for
children: Scale development and preliminary validation. Psychological
Assessment, 11, 3, 326–338. http://dx.doi.org/10.1037/1040-3590.11.3.326

Lee, Z., & Salekin, R. T. (2010). Psychopathic traits in youth: Is there evidence for
primary and secondary subtypes? Journal of Abnormal Child Psychology, 38, 3,
381–393. https://doi.org/10.1007/s10802-009-9372-7

Lilienfeld, S. O., & Andrews, B. P. (1996). Development and preliminary validation of a


self-report measure of psychopathic personality traits in noncriminal populations.
Journal of Personality Assessment, 66, 3, 488–524.
https://doi.org/10.1207/s15327752jpa6603_3

363
Lilienfeld, S. O., Patrick, C. J., Benning, S. D., Berg, J., Sellbom, M., & Edens, J. F.
(2012). The role of fearless dominance in psychopathy: Confusions, controversies,
and clarifications. Personality Disorders: Theory, Research, and Treatment, 3, 3,
327–340. http://dx.doi.org/10.1037/a0026987

Lilienfeld, S.O., & Widows, M. (2005). Professional Manual for the Psychopathic
Personality Inventory-Revised (PPI-R). Lutz, Florida: Psychological Assessment
Resources.
Little, R. J. A. (1988). A test of missing completely at random for multivariate data with
missing values. Journal of the American Statistical Association, 83, 404, 1198–
1202. https://doi.org/10.2307/2290157

Loeber, R., & Schmaling, K. (1985). Empirical evidence for overt and covert patterns of
antisocial conduct problems: A metaanalysis. Journal of Abnormal Child
Psychology, 13, 2, 337–352. http://dx.doi.org/10.1007/BF00910652

Loeber, R., Stouthamer-Loeber, M., van Kammen, W., & Farrington, D. (1989).
Development of a new measure of self-reported antisocial behavior in young
children: Prevalence and reliability. In M. W. Klein (Ed.), Cross-national research
in self-reported crime and delinquency (pp. 203–225). Dodrecht, Netherlands:
Kluwer.

Loona, M. I., & Kamal, A. (2013). Role of callous-unemotional traits in prediction of


childhood behavior problems. FWU Journal of Social Sciences, 7, 2, 175–180.
Retrieved from: «
http://sbbwu.edu.pk/journal/FWU%20Journal%20Vol.7,%20No.2/10.%20Role%2
0of%20Callous%20Unemotional%20Traits.pdf».

Loper, A. B., Hoffschmidt, S. J., & Ash, E. (2001). Personality features and
characteristics of violent events committed by juvenile offenders. Behavioral
Sciences & the Law, 19, 1, 81–96. https://doi.org/10.1002/bsl.424

López-Romero, L., Gómez-Fraguela, J. A., & Romero, E. (2015a). Assessing Callous-


Unemotional Traits in a Spanish sample of institutionalized youths: The Inventory
of Callous-Unemotional Traits. Journal of Psychopathology and Behavioral
Assessment, 37, 3, 392–406. https://doi.org/10.1007/s10862-014-9469-3

López-Romero, L., Romero, E. & Andershed, H. (2015b). Conduct problems in


childhood and adolescence: Developmental trajectories, predictors and outcomes in

364
a six-year follow-up. Child Psychiatry and Human Development, 46, 5, 762–773.
http://dx.doi.org/10.1007/s10578-014-0518-7

Lyken, D. T. (1957). A study of anxiety in the sociopathic personality. Journal of


Abnormal and Clinical Psychology, 55, 1, 6-10.
http://dx.doi.org/10.1037/h0047232

Lykken, D. T. (1995). The antisocial personalities. Hillsdale, New Jersey, United States:
Erlbaum.

Lynam, D. R. (1996). Early Identification of Chronic Offenders: Who Is the Fledgling


Psychopath? Psychological Bulletin, 120, 2, 209–234.
https://doi.org/10.1037/0033-2909.120.2.209.

Lynam, D. R. (1997). Pursuing the psychopath: Capturing the fledgling psychopath in a


nomological net. Journal of Abnormal Psychology, 106, 2, 425–438.
http://dx.doi.org/10.1023/A:1014652328596

Lynam, D. R. (1998). Early identification of the fledgling psychopath: Locating the


psychopathic child in the current nomenclature. Journal of Abnormal Psychology,
107, 4, 566–575. http://dx.doi.org/10.1037/0021-843X.107.4.566

Lynam, D. R., Caspi, A., Moffitt, T. E., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber, M. (2007).
Longitudinal evidence that psychopathy scores in early adolescence predict adult
psychopathy. Journal of Abnormal Psychology, 116, 1, 155–165.
https://doi.org/10.1037/0021-843X.116.1.155.

Lynam, D.R., Caspi, A., Moffitt, T.E., Raine, A., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber, M.
(2005a). Adolescent psychopathy and the Big Five: Results from two samples.
Journal of Abnormal Child Psychology, 33, 4, 431–443.
https://doi.org/10.1007/s10648-005-5724-0

Lynam, D. R., Charnigo, R., Moffitt, T. E., Raine, A., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber,
M. (2009a). The stability of psychopathy across adolescence. Developmental
Psychopathology, 21, 4, 1133–1153.
http://dx.doi.org/10.1017/S0954579409990083

Lynam, D. R., Derefinko, K. J., Caspi, A., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber, M. (2007).
The content validity of juvenile psychopathy: An empirical examination.

365
Psychological Assessment, 19, 3, 363–367. https://doi.org/10.1037/1040-
3590.19.3.363

Lynam, D. R., & Gudonis, L. (2005b). The development of psychopathy. Annual Review
of Clinical Psychology, 1, 381–407.
https://doi.org/10.1146/annurev.clinpsy.1.102803.144019

Lynam, D. R., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber, M. (2008). The stability of psychopathy
from adolescence into adulthood: The search for moderators. Criminal Justice and
Behavior, 35, 2, 228–243. https://doi.org/10.1177/0093854807310153

Lynam, D. R., & Miller, D. J. (2012). Fearless dominance and psychopathy: A response
to Lilienfeld et al. Personality Disorders: Theory, Research, and Treatment, 3,
341–353. http://dx.doi.org/10.1037/a0028296

Lynam, D. R., Miller, D. J., Vachon, D. D., Loeber, R., & Stouthamer-Loeber, M.
(2009b). Psychopathy in adolescence predicts official reports of offending in
adulthood. Youth Violence and Juvenile Justice, 7, 3, 189–207.
http://dx.doi.org/10.1177/1541204009333797

Lyons, M. J., True, W. R., Eisen, S. A., Goldberg, J., Meyer, J. M., Faraone, SV, Eaves
LJ, Tsuang MT. (1995). Differential heritability of adult and juvenile antisocial
traits. Archives of General Psychiatry, 52, 11, 906–915.
https://doi.org/10.1001/archpsyc.1995.03950230020005

Manders, W. A., Dekovic, M., Asscher, J. J., van der Laan, P. H., & Prins, P. J. (2013).
Psychopathy as a predictor and moderator of multisystemic therapy outcomes
among adolescents treated for antisocial behavior. Journal of Abnormal Child
Psychology, 41, 1121–1132. https://doi.org/10.1007/s10802-013-9749-5

Marcus, D. K., Fulton, J. J., & Edens, J. F. (2013). The two-factor model of psychopathic
personality: Evidence from the Psychopathic Personality Inventory. Personality
Disorders: Theory, Research, and Treatment, 4, 1, 67–76.
http://dx.doi.org/10.1037//a0025282

Marini, V. A. & Stickle, T. R. (2010). Evidence for deficits in reward responsivity in


antisocial youth with callous-unemotional traits. Personality Disorders: Theory,
Research, and Treatment, 1, 4, 218–229. https://doi.org/10.1037/a0017675

366
Marcus, D. K., & Norris, A. L. (2014). A new measure of attitudes toward sexually
predatory tactics and its relation to the Triarchic model of psychopathy. Journal of
Personality Disorders, 28, 2, 247–261. http://dx.doi.org/
10.1521/pedi_2013_27_118

Marôco, J. (2011). Análise estatística com SPSS Statistics (5ª Ed.). Lisboa, Portugal:
ReportNumber.

Marôco, J. (2014). Análise de equações estruturais (2ª Ed.). Lisboa, Portugal:


ReportNumber.

Marsee, M. A., Silverthorn, P., & Frick, P. J. (2005). The association of psychopathic
traits with aggression and delinquency in non-referred boys and girls. Behavioral
Sciences and the Law, 23, 803–817. http://dx.doi.org/10.1002/bsl.662

Masi, G., Manfredi, A., Milone, A., Muratori, P., Polidori, L., Ruglioni, L., & Muratori,
F. (2011). Predictors of nonresponse to psychosocial treatment of children and
adolescents with disruptive behavior disorders. Journal of Child and Adolescent
Psychopharmacology, 21, 1, 51-55. https://doi.org/10.1089/cap.2010.0039

Matt, G. E., Vázquez, C., & Campbell, W. K. (1992). Mood-congruent recall of


affectively toned stimuli: A meta-analytic review. Clinical Psychology Review, 12,
2, 227-255. https://doi.org/10.1016/0272-7358(92)90116-P

McCord, W., & McCord, J. (1964). The psychopath: An essay on the criminal mind.
Oxford, United Kingdom: D. Van Nostrand.

McMahon, R. J., Witkiewitz, K., & Kotler, J. S. (2010). Predictive validity of callous-
unemotional traits measured in early adolescence with respect to multiple antisocial
outcomes. Journal of Abnormal Psychology, 119, 4, 752–763.
https://doi.org/10.1037/a0020796.

Mehrabian, A. (1997). Comparison of the PAD and PANAS as models for describing
emotions and for differentiating anxiety from depression. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 19, 4, 331–357.
https://doi.org/10.1007/BF02229025

Menesini, E., Calussi, P., & Nocentini, A. (2012). Cyberbullying and Traditional
bullying: Unique, additive and synergistic effects on psychological health
symptoms. In Q. Li, D. Cross, & P. K.Smith (Eds.), Cyberbullying in the global

367
playground: Research from international perspectives (pp. 245–262). London,
United Kingdom: Wiley-Blackwell.

Miller, J. D. & Lynam, D. R. (2001). Structural models of personality and their relation
to antisocial behavior: A meta-analytic review. Criminology, 39, 4, 765–790.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1745-9125.2001.tb00940.x

Miller, J. D, & Lynam, D. R. (2012). An examination of the Psychopathic Personality


Inventory’s nomological network: A meta-analytic review. Personality Disorders:
Theory, Research, and Treatment, 3, 3, 305–326.
http://dx.doi.org/10.1037/a0024567

Moffitt, T. E. (1993). Adolescence-limited and life-course-persistent antisocial behavior:


A developmental taxonomy. Psychological Review, 100, 4, 674–701.
http://dx.doi.org/10.1037/0033-295X.100.4.674

Moffitt, T. E., Arseneault, L., Belsky, D., Dickson, N., Hancox, R. J., Harrington, H. et
al. (2011). A gradient of childhood self-control predicts health, wealth, and public
safety. Proceedings of the National Academy of Sciences, 108, 7, 2693–2698.
https://doi.org/10.1073/pnas.1010076108

Morizot, J., Ainsworth, A. T., & Reise, S. P. (2007). Toward modern psychometrics:
Application of item response theory models in personality research. In R. W.
Robins, R. C. Fraley, & R. F. Krueger (Eds.), Handbook of research methods in
personality psychology (pp. 407– 421). New York, United States: Guilford Press.

Morrell, L. M., & Burton, D. L. (2014). An exploration of psychopathy in self-report


measures among juvenile sex offenders. International Journal of Offender Therapy
and Comparative Criminology, 58, 5, 550–566.
https://doi.org/10.1177/0306624X13479186

Mullins-Sweatt, S. N., Glover, N.G., Derefinko, K. J., Miller, J. D., & Widiger, T. A.
(2010). The search for successful psychopath. Journal of Research in Personality,
44, 554-558. http://dx.doi.org/10.1016/j.jrp.2010.05.010

Muñoz, L. C., & Frick, P. J. (2007). The reliability, stability, and predictive utility of the
self-report version of the Antisocial Process Screening Device. Scandinavian
Journal of Psychology, 48, 4, 299–312. https://doi.org/10.1111/j.1467-
9450.2007.00560.x

368
Muñoz, L.C., Frick, P.J., Kimonis, E.R., & Aucoin, K.J. (2008). Verbal ability and
delinquency: Testing the moderating role of psychopathic traits. Journal of Child
Psychology and Psychiatry, 49, 4, 414–421. https://doi.org/10.1111/j.1469-
7610.2007.01847.x

Muñoz, L. C., Qualter, P., & Padgett, G. (2011). Empathy and bullying: Exploring the
influence of Callous-Unemotional traits. Child Psychiatry and Human
Development, 42, 2, 183–196. http://dx.doi.org/10.1007/s10578-010-0206-1

Muris, P. (2002). Relationships between self-efficacy and symptoms of anxiety disorders


and depression in a normal adolescent sample. Personality and Individual
Differences, 32, 337-348. https://doi.org/10.1016/S0191-8869(01)00027-7
Muris, P., Meesters, C., & Diederen, R. (2005a). Psychometric properties of the Big Five
Questionnaire for Children (BFQ-C) in a Dutch sample of young adolescents.
Personality and Individual Differences, 38, 8, 1757–1769.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2004.11.018

Muris, P., Meesters, C., de Kanter, E., & Timmerman, P. E. (2005b). Behavioural
inhibition and behavioural activation system scales for children: Relationships with
Eysenck’s personality traits and psychopathological symptoms. Personality and
Individual Differences, 38, 4, 831–841.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2004.06.007

Murrie, D. C., Cornell, D. G., Kaplan, S., McConville, D., & Levy-Elkon, A. (2004).
Psychopathy scores and violence among juvenile offenders: A multi-measure study.
Behavioral Sciences & the Law, 22, 1, 49–67. https://doi.org/10.1002/bsl.573

Neumann, C. S., Kosson, D. S., Forth, A. E. & Hare, R. D. (2006). Factor structure of the
Hare Psychopathy Checklist: Youth Version (PCL:YV) in incarcerated adolescents.
Psychological Assessment, 18, 2, 142–154. https://doi.org/10.1037/1040-
3590.18.2.142

Neumann, C.S., & Pardini, D. (2014). Factor structure and construct validity of the Self-
Report Psychopathy (SRP) Scale and the Youth Psychopathic Traits Inventory
(YPI) in young men. Journal of Personality Disorders, 28, 3, 419–433.
https://doi.org/10.1521/pedi_2012_26_063

Nijhof, K. S., Vermulst, A., Scholte, R. H., van Dam, C., Veerman, J. W., Engels, R. C.
(2011). Psychopathic traits of Dutch adolescents in residential care: identifying

369
subgroups. Journal of Abnormal Child Psychology, 39, 1, 59–70.
https://doi.org/10.1007/s10802-010-9445-7

Nouvion, S. O., Cherek, D. R., Lane, S. D., Tcheremissine, O. V., & Lieving, L. M.
(2007). Human proactive aggression: Association with personality disorders and
psychopathy. Aggressive Behavior, 33, 6, 552–562.
https://doi.org/10.1002/ab.20220

Nunnally, J. C., & Bernstein, I. H. (1994). Psychometric theory (3rd Ed.). New York,
United States: McGraw-Hill Series in Psychology.

Olver, M. E., Stockdale, K. C., & Wormith, J. S. (2009). Risk assessment with young
offenders: A meta-analysis of three assessment measures. Criminal Justice and
Behavior, 36, 4, 329–353. https://doi.org/10.1177/0093854809331457

Olweus, D. (1996). The revised Olweus Bully/Victim Questionnaire. Bergen, Norway:


Research Center for Health Promotion (HEMIL Center), University of Bergen

O’Neill, M. L., Lidz, V., & Heilbrun, K. (2003). Adolescents with psychopathic
characteristics in a substance abusing cohort: Treatment process and outcomes. Law
and Human Behavior, 27, 3, 299–313. https://doi.org/10.1023/A:1023435924569

Orue, I. & Andershed, H. (2015). The Youth Psychopathic Traits Inventory-Short Version
in Spanish Adolescents—Factor Structure, Reliability, and Relation with
Aggression, Bullying, and Cyber Bullying. Journal of Psychopathology Behaviour
Assessment, 37, 4, 563–575. https://doi.org/10.1007/s10862-015-9489-7

Oshukova, S., Kaltiala-Heino R., Hillege, S., de Ruiter, C., Joffe, G., Miettunen, J.,
Marttila, R., Marttunen, M., Kaivosoja, M., & Lindberg, N. (2016). Short report:
self-reported psychopathic traits in Finnish and Dutch samples of non-referred
adolescents: Exploration of cultural differences. Child and Adolescent Psychiatry
and Mental Health, 10, 3, 1-6. https://doi.org/10.1186/s13034-015-0090-3

Oshukova, S., Kaltiala-Heino, R., Miettunen, J., Marttila, R., Tani, P., Aronen, E. T.,
Marttunen, M., Kaivosoja, M., & Lindberg, N. (2015). Self-reported psychopathic
traits among non-referred Finnish adolescents: psychometric properties of the
Youth Psychopathic traits Inventory and the Antisocial Process Screening Device.
Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health 9, 15, 2–11.
https://doi.org/10.1186/s13034-015-0047-6

370
Ostrov, J. M., & Houston, R. J. (2008). The utility of forms and functions of aggressio in
emerging adulthood: Association with personality disorder symptomatology.
Journal of Youth and Adolescence, 37, 9, 1147–1158. http://dx.doi.org/10.1007/
s10964-008-9289-4.

Pardini, D. A., Obradović, J., & Loeber, R. (2006). Interpersonal callousness,


hyperactivity/ impulsivity, inattention and conduct problems as precursors to
delinquency persistence in boys: A comparison of three grade-based cohorts.
Journal of Clinical Child and Adolescent Psychology, 35, 1, 46–59.
http://dx.doi.org/10.1207/s15374424jccp3501_5

Pardini, D. A., Raine, A., Erickson, K., & Loeber, R. (2014). Lower amygdala volume in
men is associated with childhood aggression, early psychopathic traits and future
violence. Biological Psychiatry, 75, 1, 73–80.
http://dx.doi.org/10.1016/j.biopsych.2013.04.003

Patrick, C. J. (2010a). Operationalizing the Triarchic Conceptualization of Psychopathy:


Preliminary Description of Brief Scales for Assessment of Boldness, Meanness, and
Disinhibition. Unpublished manual. Retrieved from: «
https://pdfs.semanticscholar.org/fb4c/c0fdae0840553500ee091579ae76a6477e8e.
pdf».

Patrick, C. J. (2010b). Conceptualizing the psychopathic personality: Disinhibited,


bold,… or just plain mean? In R. T. Salekin, & D. Lynam (Ed.), Handbook of child
and adolescent psychopathy (pp.251–283). New York, United States: Guilford
Press.

Patrick, C. J., & Drislane, L. E. (2014). Triarchic Model of Psychopathy: Origins,


operationalizations, and observed linkages with personality and general
psychopathology. Journal of Personality, 83, 6, 627–643.
http://dx.doi.org/10.1111/jopy.12119

Patrick, C. J., Fowles, D. C., & Krueger, R. F. (2009). Triarchic conceptualization of


psychopathy: Developmental origins of disinhibition, boldness, and meanness.
Development and Psychopathology, 21, 3, 913–938.
http://dx.doi.org/10.1017/S0954579409000492

Patrick, C. J., Kramer, M. D., Krueger, R. F., & Markon, K. E. (2013). Optimizing
Efficiency of Psychopathology Assessment Through Quantitative Modeling:

371
Development of a Brief Form of the Externalizing Spectrum Inventory.
Psychological Assessment, 25, 4, 1332–1348. https://doi.org/10.1037/a0034864

Patrick, C. J., Venables, N. C., & Drislane, L. E. (2013). The role of Fearless Dominance
in differentiating psychopathy from Antisocial Personality Disorder: Comment on
Marcus, Fulton, and Edens. Personality Disorders: Theory, Research, and
Treatment, 4, 1, 80–82. https://doi.org/10.1037/a0027173

Paulhus, D. L., Neumann, C. S., & Hare, R. D. (in press). Manual for the Hare Self-Report
Psychopathy scale. Toronto, Ontario, Canada: Multi-Health Systems

Pechorro, P., Andershed, H., Ray, J., Marôco, J., & Gonçalves, R. (2015). Validation of
the Youth Psychopathic Traits Inventory and Youth Psychopathic Traits
Inventory—Short among incarcerated juvenile delinquents. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 37, 4, 576–586.
http://dx.doi.org/10.1007/s10862-015-9490-1

Pechorro, P., Barroso, R., Marôco, J. & Gonçalves, R. A. (2017). Inventário de Traços
Calosos/Insensibilidade Emocional (ICU). In M. R. Simões, L. S. Almeida, & M.
M. Gonçalves (Ed.). Psicologia forense: Instrumentos de avaliação (1a Ed., pp.87–
97). Lisboa, Portugal: PACTOR.

Pechorro, P., Gonçalves, R. A., Marôco, J., Nunes, C., & Jesus, S. N. (2014). Age of
crime onset and psychopathic traits in female juvenile delinquents. International
Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, 58, 9, 1101-1119.
http://dx.doi.org/10.1177/0306624X13489864

Pechorro, P., Marôco, J., Poiares, C., & Vieira, R. X. (2013). Validation of the Portuguese
Version of the Antisocial Process Screening Device–Self-Report with a focus on
delinquent behavior and behavior problems. International Journal of Offender
Therapy and Comparative Criminology, 57, 1, 112–126.
http://dx.doi.org/10.1177/0306624X11427174

Pechorro, P., Ray, J. V., Barroso, R., Marôco, J., & Gonçalves, R. A. (2016a). Validation
of the Inventory of Callous-Unemotional Traits among a Portuguese sample of
detained juvenile offenders. International Journal of Offender Therapy and
Comparative Criminology, 60, 3, 349–365.
http://dx.doi.org/10.1177/0306624X14551256

372
Pechorro, P., Silva, D. R., Andershed, H., Rijo, D., & Gonçalves, R. A. (2016b). The
Youth Psychopathic Traits Inventory: Measurement invariance and psychometric
properties among Portuguese youths. International Journal of Environmental
Research and Public Health, 13, 9, 852–868.
https://doi.org/10.3390/ijerph13090852

Pechorro, P., Vieira, R. X., & Vieira, D. N. (2012). Adaptação e validação preliminar
duma versão portuguesa do Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social.
Laboratório de Psicologia, 10, 1, 97–110. http://dx.doi.org/10.14417/lp.626

Pihet, S., Etter S., Schmid, M., & Kimonis, E. R. (2015). Assessing callous-unemotional
traits in adolescents: Validity of the Inventory of Callous-Unemotional Traits across
gender, age, and community/institutionalized status. Journal of Psychopathology
and Behavioral Assessment, 37, 3, 407–421. https://doi.org/10.1007/s10862-014-
9472-8

Pihet, S., Suter, M., Meylan, N., & Schmid, M. (2014). Factor structure of the Youth
Psychopathic Traits Inventory using the total score, three scale scores, and/or 10
subscale scores. Criminal Justice Behavior, 41, 10, 1214–
1231.https://doi.org/10.1177/0093854814540287

Polman, H., de Castro, B. O., Thomaes, S., & van Aken, M. (2009). New directions in
measuring reactive and proactive aggression: Validation of a teacher questionnaire.
Journal of Abnormal Child Psychology, 37, 2, 183–193.
https://doi.org/10.1007/s10802-008-9266-0

Ponciano E., Matias, C., Medeiros, T., Rodrigues, M.J. & Spielberger, C. (1998). The
constrution and validation of an experimental portuguese form of the state-trait
anxiety inventory for children – Portugal Continental Data (Online). Disponível
em: http://ponciano.ibili.uc.pt/uip.web/psicomet/

Porter, S., & Woodworth, M. (2006). Psychopathy and aggression. In C. J. Patrick (Ed.),
Handbook of psychopathy (1st Ed., pp. 481–494). New York, United States:
Guilford Press.

Porter, S., & Woodworth, M. (2007). “I'm sorry I did it…but he started it”: A comparison
of the official and self-reported homicide descriptions of psychopaths and non-
psychopaths. Law & Human Behavior, 31, 1, 91–107.
https://doi.org/10.1007/s10979-006-9033-0

373
Porter, S., Woodworth, M., Earle, J., Drugge, J., & Boer, D. (2003). Characteristics of
sexual homicides committed by psychopathic and nonpsychopathic offenders. Law
& Human Behavior, 27, 5, 459–470. https://doi.org/10.1023/A:1025461421791

Poy, R., Segarra, P., Esteller, À., López, R., & Moltó, J. (2014). FFM description of the
triarchic conceptualization of psychopathy in men and women. Psychological
Assessment, 26, 1, 69–76. http://dx.doi.org/ 10.1037/a0034642

Poythress, N., Dembo, R., Wareham., J., & Greenbaum, P. E. (2006a). Construct validity
of the Youth Psychopathic Traits Inventory (YPI) and the Antisocial Process
Screening Device (APSD) with justice-involved adolescents. Criminal Justice and
Behavior, 33, 1, 26–55. https://doi.org/10.1177/0093854805282518

Poythress, N. G., Douglas, K. S., Falkenbach, D., Cruise, K., Lee, Z., Murrie, D. C., &
Vitacco, M. (2006b). Internal consistency reliability of the Self-Report Antisocial
Process Screening Device. Assessment, 13, 1, 107–113.
https://doi.org/10.1177/1073191105284279

Raine, A., Dodge, K., Loeber, R., Gatzke-Kopp, L., Lynam, D., Reynolds, C.,
Stouthamer-Loeber, M. & Liu, J. (2006). The Reactive–Proactive Aggression
Questionnaire: Differential correlates of reactive and proactive aggression in
adolescent boys. Aggressive Behavior, 32, 2, 159–171.
https://doi.org/10.1002/ab.20115

Ray, J. V, Frick, P. J., Thornton, L. C., Steinberg L., & Cauffman, E. (2016a). Positive
and negative item wording and its influence of the assessment of Callous-
Unemotional traits. Psychological Assessment, 28, 4, 394–404.
https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1037/ pas0000183

Ray, J. V, Pechorro, P., & Gonçalves, R. A. (2016b). A comparison of self-report


measures of callous-unemotional traits among incarcerated youth: Associations
with aggression, conduct disorder, and offending behavior. Criminal Justice and
Behavior, 43, 10, 1293–1309. https://doi.org/10.1177/0093854815628027

Reidy, D. E., Shelley-Tremblay, J. F., & Lilienfeld, S. O. (2011). Psychopathy, reactive


aggression, and precarious proclamations: A review of behavioral, cognitive, and
biological research. Aggression and Violent Behavior, 16, 6, 512–524.
http://dx.doi.org/10.1016/j.avb.2011.06.002

374
Reidy, D. E., Zeichner, A., Miller, J. D., & Martinez, M. A. (2007). Psychopathy and
aggression: Examining the role of psychopathy factors in predicting laboratory
aggression under hostile and instrumental conditions. Journal of Research in
Personality, 41, 6, 1244–1251. https://doi.org/10.1016/j.jrp.2007.03.001

Reise, S. P., Moore, T. M., & Haviland, M. G. (2010). Bifactor models and rotations:
Exploring the extent to which multidimensional data yield univocal scale scores.
Journal of Personality Assessment, 92, 6, 544–559.
http://dx.doi.org/10.1080/00223891.2010.496477

Ribeiro, J. L. P. (1995). Adaptação de uma escala de avaliação da auto-eficácia geral.


(Online). Disponível em:
http://www.fpce.up.pt/docentes/paisribeiro/testes/EFICACIA.htm.

Rilling, J. K., Glenn, A. L., Jairam, M. R., Pagnoni, G., Goldsmith, D. R., Elfenbein, H.
A., & Lilienfeld, S. O. (2007). Neural Correlates of Social Cooperation and Non-
Cooperation as a Function of Psychopathy. Biological Psychiatry, 61, 11, 1260–
1271. https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2006.07.021

Rodrigues, M. J. B. (2008). Reacções emocionais e percepções da criança ao conflito


parental. Dissertação ao Grau de Doutor em Saúde Mental. Instituto Superior de
Ciências Biomédicas de Abel Salazar – Universidade do Porto. Acedido em:
<https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/19395/2/ReacesEmocionaisPercepoCrianaConflitoP
arental.pdf>.
Rodriguez, A., Reise, S. P., & Haviland, M. G. (2016). Evaluating bifactor models:
Calculating and interpreting statistical indices. Psychological Methods, 21, 2, 137–
150. http://dx.doi.org/10.1037/met0000045

Romero, E., & Alonso, C. (2017). Callous-unemotional traits and the five factor model in
adolescents. Personality and Individual Differences, 106, 268–274.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2016.10.056

Ross, S. R., Benning, S. D., Patrick, C. J., Thompson, A., & Thurston, A. (2009). Factors
of the Psychopathic Personality Inventory: Criterion-related validity and
relationship to the BIS/BAS and five-factor models of personality. Assessment, 16,
1, 71–87. https://doi.org/10.1177/1073191108322207

Roose, A., Bijttebier, P., Decoene, S., Claes, L., & Frick, P. J. (2010). Assessing the

375
affective features of psychopathy in adolescence: A further validation of the
inventory of callous and unemotional traits. Assessment, 17, 1, 44–57.
https://doi.org/10.1177/1073191109344153

Rucević, S. (2010). Psychopathic personality traits and delinquent and risky sexual
behaviors in Croatian sample of non-referred boys and girls. Law and Human
Behavior, 34, 5, 379–391. https://doi.org/10.1007/s10979-009-9196-6

Rupp, A., & Templin, J. (2010). Diagnostic measurement: Theory, methods, and
applications. New York, United States: Guilford Press.

Russell, J. A., & Carroll, J. M. (1999). On the bipolarity of positive and negative affect.
Psychological Bullettin, 125, 1, 3–30. http://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0033-
2909.125.1.3

Sakai, J. T., Dalwani, M. S., Gelhorn, H. L., Mikulich-Gilbertson, S. K., & Crowley, T.
J. (2012). A behavioral test of accepting benefits that cost others: Associations
with conduct problems and unemotionality. PLoS One, 7, 4, 1–12.
http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0036158

Salekin, R. T., Brannen, D. N., Zalot, A. A., Leistico, A.-M., & Neumann, C. S. (2006).
Factor Structure of Psychopathy in Youth: Testing the Applicability of the New
Four-Factor Model. Criminal Justice and Behavior, 33, 2, 135–157.
https://doi.org/10.1177/0093854805284416

Salekin, R. T., Leistico, A. M., Neumann, C. S., DiCicco, T. M., & Duros, R. L. (2004).
Psychopathy and comorbidity in a young offender sample: taking a closer look at
psychopathy's potential importance over disruptive behavior disorders. Journal of
Abnormal Psychology, 113, 3, 416–427. https://doi.org/10.1037/0021-
843X.113.3.416

Salekin, R. T., Leistico, A. R., Trobst, K. K., Schrum, C. L., & Lochman, J. E. (2005).
Adolescent psychopathy and personality theory – the interpersonal circumplex:
Expanding evidence of a nomological net. Journal of Abnormal Child Psychology,
33, 4, 445–460. https://doi.org/10.1007/s10802-005-5726-Y

Salekin, R. T., & Lynam, D. R. (2010). Child and adolescent psychopathy: An


introduction. In R. T. Salekin, & D. Lynam (Ed.), Handbook of child and adolescent
psychopathy (pp.1–15). New York, United States: Guilford Press.

376
Samejima, F. (1997). Graded response model. In W. J. van der Linden & R. K. Hambleton
(Eds.), Handbook of modern item response theory (pp. 85–100). New York, United
States: Springer-Verlag.

Scheier, M. F., Carver, C. S., & Bridges, M. W. (1994). Distinguishing optimism from
neuroticism (and trait anxiety, self-mastery, and self-esteem) – a reevaluation of the
Life Orientation Test. Journal of Personality and Social Psychology, 67, 6, 1063-
1078. http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.67.6.1063
Seagrave, D., & Grisso, T. (2002). Adolescent development and the measurement of
juvenile psychopathy. Law and Human Behavior, 26, 2, 219–39.
https://doi.org/10.1023/A:1014696110850

Seals, R. W., Sharp, C., Ha, C., & Michonski, J. D. (2012). The relationship between the
Youth Psychopathic Traits Inventory and psychopathology in a U.S. community
sample of male youth. Journal of Personality Assessment, 94, 3, 232–243,
https://doi.org/10.1080/00223891.2011.650303

Seixas, M. J. (2014). Associações entre o modelo triárquico da psicopatia, as emoções,


a moralidade e a delinquência em jovens adultos. Dissertação ao grau de mestre
em Criminologia. Faculdade de Direito da Universidade do Porto.

Selbom, M., Ben-Porath, Y. S., Lilienfeld, S. O., Patrick, C. J., & Graham, J. R. (2005).
Assessing psychopathic personality traits with MMPI-2. Journal of Personality
Assessment, 85, 3, 334-343. https://doi.org/10.1207/s15327752jpa8503_10

Sellbom, M., & Phillips, T. R. (2013). An examination of the triarchic conceptualization


of psychopathy in incarcerated and non-incarcerated samples. Journal of Abnormal
Psychology, 122, 1, 208–214. http://dx.doi.org/10.1037/a0029306

Serin, R. C. (1991). Psychopathy and violence in criminals. Journal of Interpersonal


Violence, 6, 4, 423–431. https://doi.org/10.1177/088626091006004002

Sharma, S. (1996). Applied Multivariate Techniques. New York, United States: John &
Wiley Sons.

Sharp, C. & Vanwoerden, S. (2014). The developmental building blocks of psychopathic


traits: Revisiting the role of theory of mind. Journal of Personality Disorders, 28,
1, 78–95. https://doi.org/10.1521/pedi.2014.28.1.78

Sharp, C., Vanwoerden, S., van Baardewijk, Y., Tackett, J. L., & Stegge, S. (2015).

377
Callous-unemotional traits are associated with deficits in recognizing complex
emotions in preadolescent children. Journal of Personality Disorders, 29, 3, 347–
59. https://doi.org/10.1521/pedi_2014_28_161.

Shepherd, S. M., & Strand, S. (2016). The utility of the Psychopathy Checklist: Youth
Version (PCL:YV) and the Youth Psychopathic Trait Inventory (YPI)-Is it
meaningful to measure psychopathy in young offenders? Psychological
Assessment, 28, 4, 405–15. https://doi.org/10.1037/pas0000182.

Sherman, E. D., Lynam, D. R., & Heyde, B. (2014). Agreeableness accounts for the factor
structure of the Youth Psychopathic Traits Inventory. Journal of Personality
Disorders, 28, 2, 262–280. https://doi.org/10.1521/pedi_2013_27_124

Sherer, M., Madux, J.E., Mercandante, B., Prentice-Dunn, S., Jacobs, B., & Rogers, R.W.
(1982). The self-efficacy scale; construction and validation. Psychological Reports,
51, 2, 663-671. http://dx.doi.org/10.2466/pr0.1982.51.2.663
Sica, C., Drislane, L., Caudek, C., Angrilli, A., Bottesi, G., Cerea, S. & Ghisi, M. (2015).
A test of the construct validity of the Triarchic Psychopathy Measure in an Italian
community sample. Personality and Individual Differences, 82, 163–168.
http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2015.03.015

Silverthorn, P., Frick, P. J., & Reynolds, R. (2001). Timing of onset and correlates of
severe Conduct Problems in adjudicated girls and boys. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 23, 3, 171–181.
https://doi.org/10.1023/A:1010917304587

Simões, M., Lopes, J., & Gonçalves, R. A. (2016). International note: Confirmatory factor
analysis and psychometric properties of the Youth Psychopathic Traits Inventory in
a sample of Portuguese adolescents. Journal of Adolescence, 47, 100–103.
https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2015.12.004

Skeem, J. L., & Cauffman, E. (2003). Views of the downward extension: Comparing the
Youth Version of the Psychopathy Checklist with the Youth Psychopathic traits
Inventory. Behavioral Sciences and the Law, 21, 6, 737–770.
https://doi.org/10.1002/bsl.563

Skeem, J. L., & Cooke, D. J. (2010). Is criminal behavior a central component of


psychopathy? Conceptual directions for resolving the debate. Psychological
Assessment, 22, 2, 433–445. https://doi.org/10.1037/a0008512

378
Skeem, J. L., Johansson, P., Andershed, H., Kerr, M., & Louden, J. E. (2007). Two
subtypes of psychopathic violent offenders that parallel primary and secondary
variants. Journal of Abnormal Psychology, 116, 2, 395–409.
https://doi.org/10.1037/0021-843X.116.2.395

Somma, A., Andershed, H., Borroni, S., & Fossati, A. (2016a). The validity of the Child
Problematic Trait Inventory in 6–12 year old Italian children: Further support and
issues of consistency across different sources of information and different samples.
Journal of Psychopathology and Behavioral Assessment, 38, 3, 350–372.
http://dx.doi.org/10.1007/s10862-015-9528-4

Somma, A., Borroni, S., Drislane, L. E., & Fossati, A. (2016b). Assessing the Triarchic
Model of Psychopathy in adolescence: Reliability and validity of the Triarchic
Psychopathy Measure (TriPM) in three samples of Italian community-dwelling
adolescents. Psychological Assessment, 28, 4, e36–e348.
http://dx.doi.org/10.1037/pas0000184

Spain, S. E., Douglas, K. S., Poythress, N. G., & Epstein, M. (2004). The relationship
between psychopathic features, violence and treatment outcome: The comparison
of three youth measures of psychopathic features. Behavioral Sciences & the Law,
22, 1, 85–102. https://doi.org/10.1002/bsl.576

Spielberger, C. D. (1966). Theory and research on anxiety. In C. D. Spielberger (Ed.).


Anxiety and behaviour. (pp. 3-21). New York, United States: Academic Press.

Stanford, M. S., Houston, R. J., & Baldridge, R. M. (2008). Comparison of impulsive and
premeditated perpetrators of intimate partner violence. Behavioral Sciences & the
Law, 26, 6, 709–722

Stanford, M. S., Houston, R. J., Mathias, C. W., Villemarette-Pittman, N. R., Helfritz, L.


E., & Conklin, S. M. (2003). Characterizing aggressive behavior. Assessment, 10,
2, 183–190. https://doi.org/10.1177/1073191103010002009

Stanley, J. H., Wygant, D. B., & Sellbom, M. (2013). Elaborating of the construct validity
of the Triarchic Psychopathy Measure in a criminal offender sample. Journal of
Personality Assessment, 95, 4, 343–350.
http://dx.doi.org/10.1080/00223891.2012.735302

Steiger, J. H. (1980). Tests for comparing elements of a correlation matrix. Psychological


Bulletin, 87, 2, 245–251. http://dx.doi.org/10.1037/0033-2909.87.2.245

379
Stickle, T. R., Marini, V. A., & Thomas, J. N. (2012). Gender differences in psychopathic
traits, types, and correlates of aggression among adjudicated youth. Journal of
Abnormal Child Psychology, 40, 4, 513–525. https://doi.org/10.1007/s10802-011-
9588-1

Stott, D. H., McDermott, P. A., & Marston, N. (1987). Adjustment scales for children and
adolescents. New York, United States: The Psychological Corporation.

Strickland, C. M., Drislane, L. E., Lucy, M., Krueger, R. F., & Patrick, C. J. (2013).
Characterizing psychopathy using DSM-5 personality traits. Assessment, 20, 3,
https://doi.org/10.1177/1073191113486691

Team, R. D. C. (2010). R: A language and environment for statistical computing. Vienna,


Austria: R Foundation for Statistical Computing. Retrieved from: «http://www.R-
project.org».

Tellegen, A. (1982). Brief manual for the Multidimensional Personality Questionnaire.


Minneapolis, Minnesota, United States: University of Minnesota.

Thomaes, S., Bushman, B.J., Stegge, H., & Olthof, T. (2008). Trumping shame by blasts
of noise: Narcissism, self-esteem, shame, and aggression in earl adolescence. Child
Development, 79, 6, 1792–180. https://doi.org/10.1111/j.1467-8624.2008.01226.x.

Tuccitto, D. E., Giacobbi, P. R., Jr., & Leite, W. L. (2010). The internal structure of
positive and negative affect: A Confirmatory Factor Analysis of the PANAS.
Educational and Psychological Measurement, 70, 1, 125–141.
https://doi.org/10.1177%2F0013164409344522

Tuvblad, C., Bezdjian, S., Raine, A., & Baker, L. A (2013). Psychopathic personality and
negative parent-to-child affect: A longitudinal cross-lag twin study. Journal of
Criminal Justice, 41, 331–341. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcrimjus.2013.07.001

Tuvblad, C., Bezdjian, S., Raine, A., & Baker, L. A (2014). The heritability of
psychopathic personality in 14 to 15 year old twins: A multi-rater, multi-measure
approach. Psychological Assessment, 26, 3, 704–716. https://doi.org/
10.1037/a0036711

Tuvblad, C., Wang, P., Bezdjian, S., Raine, A., & Baker, L. A. (2016). Psychopathic
personality development from ages 9 to 18: Genes and environment. Development
and Psychopathology, 28, 1, 27–44. https://doi.org/10.1017/S0954579415000267

380
Urbaniak, G. C., Plous, S., & Lestik, M. (2003). Disponível em:
http://www.randomizer.org/. Acedido em abril de 2017.

Vachon, D. D., Lynam, D. R., & Stouthamer-Loeber, M. (2012). Generalizing the


Nomological Network of Psychopathy across Populations Differing on Race and
Conviction Status. Journal of Abnormal Psychology, 121, 1, 263–269.
https://doi.org/10.1037/a0024683

Vahl, P., Colins, O. F., Lodewijks, H. P. B., Markus, M. T., Doreleijers, T. A. H., &
Vermeiren, R. R. J. M. (2014). Psychopathic-like traits in detained adolescents:
clinical usefulness of self-report. European Child & Adolescent Psychiatry, 23, 8,
691–699. https://doi.org/10.1007/s00787-013-0497-4

Van Baardewijk, Y., Andershed, H., Stegge, H., Nilsson, K. W., Scholte, E., &
Vermeiren, R. (2010). Development and tests of short versions of the Youth
Psychopathic Traits Inventory and the Youth Psychopathic Traits Inventory–Child
Version. European Journal of Psychological Assessment, 26, 2, 122–128.
http://dx.doi.org/10.1027/1015-5759/a000017

Van Baardewijk, Y., Stegge, H., Andershed, H., Thomaes, S., Scholte, E., & Vermeiren,
R. (2008). Measuring psychopathic traits in children through self-report. The
development of the Youth Psychopathic Traits Inventory–Child Version.
International Journal of Law and Psychiatry, 31, 3, 199–209.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijlp.2008.04.004

Van Baardewijk, Y., Stegge, H., Bushman, B. J., & Vermeiren, R. (2009). Psychopathic
traits, victim distress and aggression in children. Journal of Child Psychology and
Psychiatry, 50, 6, 718–725. http://dx.doi.org/10.1111/j.1469-7610.2008.02023.x

Van Baardewijk, Y., Vermeiren, R., Stegge, H., & Doreleijers, T. (2011). Self-reported
psychopathic traits in children: Their stability and concurrent and prospective
association with conduct problems and aggression. Journal of Psychopathology and
Behavioral Assessment, 33, 2, 236–245. http://dx.doi.org/10.1007/s10862-010-
9215-4

Van Widenfelt, B. M., Treffers, P. D. A., de Beurs, E., Siebelink, B. M., & Koudijs, E.
(2005). Translation and cross-cultural adaptation of assessment instruments used in
psychological research with children and families. Clinical Child and Family
Psychology Review, 8, 2, 135–147. http://dx.doi.org/10.1007/s10567-005-4752-1

381
Vaughn, M. G., DeLisi, M., Beaver, K. M., Wexler, J., Barth, A., & Fletcher, J. (2011).
Juvenile psychopathic personality traits are associated with poor reading
achievement. Psychiatric Quarterly, 82, 3, 177–190.
https://doi.org/10.1007/s11126-010-9162-y

Veen, V. C., Stevens, G. W., Andershed, H., Raaijmakers, Q. A., Doreleijers, T. A., &
Vollebergh, W.A. (2011). Cross-ethnic generalizability of the three-factor model of
psychopathy: The Youth Psychopathic Traits Inventory in an incarcerated sample
of native Dutch and Moroccan immigrant boys. International Journal of Law and
Psychiatry, 34, 2, 127–130. https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2011.02.007

Venables, N. C., Hall, J. R., & Patrick, C. J. (2014). Differentiating psychopathy from
antisocial personality disorder: A Triarchic model perspective. Psychological
Medicine, 44, 1005–1013. http://dx.doi.org/10.1017/S003329171300161X

Venables, N. C., Sellbom, M., Sourander, A., Kendler, K. S., Joiner, T. E., Drislane, L.
E., Sillanmäk, L., Elonheimo, H., Joiner, T. E., Parkkola, K., Multimaki, P., &
Patrick, C (2015). Separate and interactive contributions of weak inhibitory control
and threat sensitivity to prediction of suicide risk. Psychiatry Research, 226, 2,
461–466. http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2015.01.018

Veroude, K., von Rhein, D., Chauvin, R. J., van Dongen, E.V., Mennes, M. J., Franke,
B., Heslenfeld, D. J. et al. (2016). The link between callous-unemotional traits and
neural mechanisms of reward processing: An fMRI study. Psychiatry Research:
Neuroimaging, 255, 75–80. http://dx.doi.org/10.1016/j.pscychresns.2016.08.005

Verschuere, B., Candel, I., Van Reenen, L., & Korebrits, A. (2012). Validity of the
modified child psychopathy scale for juvenile justice center residents. Journal of
Psychopathology and Behavioral Assessment, 34, 2, 244–252.
http://dx.doi.org/10.1007/s10862-011-9272-3

Viding, E., Sebastian, C. L., Dadds, M. R., Lockwood, P. L., Cecil, C. A., De Brito, S.
A., & McCrory, E. J. (2012). Amygdala response to preattentive masked fear in
children with conduct problems: The role of callous-unemotional traits. American
Journal of Psychiatry, 169, 10, 1109–1116.
https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2012.12020191

Vieira, J. B., Almeida, P. R., Ferreira-Santos, F., Moreira, P. S., Barbosa, F., & Marques-
Teixeira, J. (2014). The Triarchic Psychopathy Measure (TriPM): Translation and

382
adaptation to European Portuguese (LabReport No. 6). Porto: Laboratory of
Neuropsychophysiology (University of Porto). Retrieved from
«http://www.fpce.up.pt/labpsi/data_files/09labreports/LabReport_6.pdf».
Vitacco, M. M., Newmann, C. S., & Caldwell., M. E. (2010). Predicting antisocial
behavior in high-risk male adolescents: Contributions of psychopathy and
instrumental violence. Criminal Justice and Behavior, 37, 8, 833–846.
https://doi.org/10.1177/0093854810371358

Vitacco, M. M., Newmann, C. S., Caldwell, M. E., Leistico, A. M., & Van Rybroek, G.
J. (2006). Testing factor models of the psychopathy checklist: Youth version and
their association with instrumental aggression. Journal of Personality Assessment,
87, 1, 74–83. https://doi.org/10.1207/s15327752jpa8701_06

Vitacco, M. J., Rogers, R., & Neumann, C. S. (2003). The Antisocial Processing
Screening Device: An examination of its construct and criterion validity.
Assessment, 10, 2, 143–150. https://doi.org/10.1177/1073191103252347

Vize, C. E., Lynam, D. R., Lamkin, J., Miller, J. D., & Pardini, D. (2016). Identifying
essential features of juvenile psychopathy in the prediction of later antisocial
behavior: Is there an additive, synergistic, or curvilinear role for fearless
dominance? Clinical Psychological Science, 4, 3, 572–590.
https://doi.org/10.1177/2167702615622384

Wall, T. D., Wygant, D. B., & Sellbom, M. (2014). Boldness explains a key difference
between psychopathy and antisocial personality disorder. Psychiatry, Psychology
and Law, 22, 1, 94–105. http://dx.doi.org/10.1080/13218719.2014.919627

Waller, R., Wright, A. G. C., Shaw, D. S., Gardner, F., Dishion, T. J., Wilson, M. N., &
Hyde, L. W. (2015). Factor structure and construct validity of the parent-reported
Inventory of Callous-unemotional Traits among high-risk 9-year-olds. Assessment,
22, 5, 561–580. http://dx.doi.org/10.1177/1073191114556101

Walsh, Z., Swogger, M. T., & Kosson, D. S. (2009). Psychopathy and instrumental
violence: Facet level relations. Journal of Personality Disorders, 23, 4, 416–424.
https://doi.org/10.1521/pedi.2009.23.4.416.

Walters, G. D. (2003a). Predicting criminal justice outcomes with the psychopathy


checklist and lifestyle criminality screening form: A meta-analytic comparison.
Behavioral Sciences & the Law, 21, 1, 89–102. https://doi.org/10.1002/bsl.519

383
Walters, G. D. (2003b). Predicting institutional adjustment and recidivism with the
Psychopathy Checklist factor scores: A meta-analysis. Law and Human Behavior,
27, 5, 541–558. https://doi.org/10.1023/A:1025490207678

Walters, G. D. (2006). Risk-appraisal versus self-report in the prediction of criminal


justice outcomes: A meta-analysis. Criminal Justice and Behavior, 33, 3, 279–304.
http://dx.doi.org/10.1177/0093854805284409

Walters, G. D. (2015). A multi-onda cross-lagged regression analysis of the Youth


Psychopathic Traits Inventory and Self-Reported Offending. Journal of Criminal
Justice, 43, 4, 327–336. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcrimjus.2015.04.002

Wang, P., Baker, L. A., Gao, Y., Raine, A., & Lozano, D. I. (2012). Psychopathic traits
and physiological responses to aversive stimuli in children aged 9–11 years.
Journal of Abnormal Child Psychology, 40, 5, 759–769.
https://doi.org/10.1007/s10802-011-9606-3

Wang, P., Gao, Y., Isen, J., Tuvblad, C., Raine, A., & Baker, L. A. (2015). Genetic
covariance between psychopathic traits and anticipatory skin conductance
responses to threat: Evidence for a potential endophenotype. Development and
Psychopathology 27, 4 Pt 1, 1313–1322.
https://doi.org/10.1017/S0954579414001424

Wareham, J., Dembo, R., Poythress, N., Childs, K., & Schmeidler, J. (2009). A latent
class factor approach to identifying subtypes of juvenile diversion youths based on
psychopathic features. Behavioral Sciences & the Law, 27, 1, 71–95.
https://doi.org/10.1002/bsl.844

Watkins, M. W. (2013). Omega [Computer software]. Phoenix, Arizona, United States:


Ed & Psych Associates.

Watson, D., Clark, L. A., & Tellegen, A. (1988). Development and validation of brief
measures of positive and negative affect: The PANAS scale. Journal of Personality
and Social Psychology, 54, 6, 1063–1070.
http://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0022-3514.54.6.1063

Watson, D., & Tellegen, A. (1985). Toward a consensual structure of mood.


Psychological Bulletin, 98, 2, 219–235. http://dx.doi.org/10.1037/0033-
2909.98.2.219

384
Weiss, B., Harris, V., & Catron, T. (2002). Development and initial validation of the peer-
report measure of internalizing and externalizing behavior. Journal of Abnormal
Child Psychology, 30, 3, 285–294. https://doi.org/10.1023/A:1015158930705

White, S. F., Cruise, K. R., & Frick, P. J. (2009). Differential correlates to self-report and
parent report of callous-unemotional traits in a sample of juvenile sex offenders.
Behavioral Science and the Law, 27, 6, 910–928. https://doi.org/10.1002/bsl.911

White, S. F., Frick, P. J., Lawing, K., & Bauer, D. (2013). Callous-unemotional traits and
response to functional family therapy in adolescent offenders. Behavioral Science
and the Law, 31, 2, 271-285. https://doi.org/10.1002/bsl.2041

Wiklund, G., Ruchkin, V. V., Koposov, R. A., & af Klinteberg, B. (2014). Pro-bullying
attitudes among incarcerated juvenile delinquents: Antisocial behavior,
psychopathic tendencies and violent crime. International Journal of Law and
Psychiatry, 37, 3, 281–288.https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2013.11.019

Williamson, S., Hare, R. D., & Wong, S. (1987). Violence: Criminal psychopaths and
their victims. Canadian Journal of Behavioural Science, 19, 4, 454–462.
http://dx.doi.org/10.1037/h0080003

Willoughby, M. T., Mills-Koonce, W. R., Waschbusch, D. A., Gottfredson, N. C., & the
Family Life Project Investigators. (2015). An examination of the parent report
version of the Inventory of Callous Unemotional Traits in a community sample of
first-grade children. Assessment, 22, 1, 76–85.
https://doi.org/10.1177/1073191114534886

Witt, E. A., Donnellan, M. B., & Blonigen, D. M. (2009). Using existing self-report
inventories to measure the psychopathic personality traits of fearless dominance
and impulsive antisociality. Journal of Research in Personality, 43, 6, 1006–1016.
https://doi.org/10.1016/j.jrp.2009.06.010

Witt, E. A., Hopwood, C. J., Morey, L. C., Markowitz, J. C., McGlashan, T. H., Grilo, C.
M., & Donnellan, M. B. (2010). Psychometric characteristics and clinical correlates
of NEO-PI-R fearless dominance and impulsive antisociality in the Collaborative
Longitudinal Personality Disorders Study. Psychological Assessment, 22, 3, 559–
568. https://doi.org/10.1037/a0019617

Wolfgang, M., Figlio, R. M., Tracey, P. E., & Singer, E I. (1985). The National Survey of
Crime Severity. Washington, DC, United States: U.S. Government Printing Office.

385
Woodworth, M., & Porter, S. (2002). In cold blood: Characteristics of criminal homicides
as a function of psychopathy. Journal of Abnormal Psychology, 111, 3, 436–445.
http://dx.doi.org/10.1037/0021-843X.111.3.436

Zevon, M. A., & Tellegen, A. (1982). The structure of mood change: An


idiographic/nomothetic analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 43,
1, 111–122. http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.43.1.111

Zwaanswijk, W., Veen, V. C., & Vedder, P. (2017). The Youth Psychopathic Traits
Inventory: A bifactor model, dimensionality, and measurement invariance.
Assessment, 24, 7, 932–944. https://doi.org/10.1177/1073191116632340

386
______________________________________________________________ANEXOS

Anexos

387
______________________________________________________________ANEXO 1
Grelha de reflexões faladas

Anexo 1 Grelha de reflexões faladas

388
Grelha de reflexões faladas

ID Estudo: ____________

ID Sujeito: ____________

Data: ________________

Duração: _____________

Dúvida Alternativa Justificação

Instruções

Escala de avaliação

121

Comentários/Anotações:

21
A grelha de reflexões faladas continuava contendo uma linha para cada item dos instrumentos de
avaliação.

389
______________________________________________________________ANEXO 2
Versão autorrelato do Questionário Sociodemográfico

Anexo 2 Versão autorrelato do Questionário Sociodemográfico

391
Secção 1: Esta parte
Versão do questionário
autorrelato tem várias perguntas
do Questionário sobre as22tuas informações
Sociodemográfico
sociodemográficas.

1. Que idade tens?___________

2. Qual é a tua data de nascimento? ____/_____/_______

3. Qual é o teu sexo? □ Feminino □ Masculino

4. Qual é a tua nacionalidade? □ Portuguesa □ Outra. Qual é?___________

5. Qual é a tua língua de origem ou materna?

□ Português(Portugal) □ Outra língua. Qual é?_______________________

6. Em que país moras atualmente?


(Se mudaste de país recentemente ou estás a viver num país temporariamente, por favor
indique o país onde passaste a maior parte dos últimos 5 anos)
______________________________________________________________________

7. Se cresceste num país diferente do indicado na pergunta anterior, por favor


indica-o:
______________________________________________________________________

8. Em que localidade ou cidade moras normalmente?________________________

9. Que ano de escolaridade já completaste?___________

10. Qual é o ano de escolaridade que frequentas?_______

11. Qual é a situação dos teus pais? □ Os meus pais estão casados ou vivem juntos
na mesma casa

□ Os meus pais estão divorciados ou separados


□ O meu pai já faleceu
□ A minha mãe já faleceu

22
Desenvolvido no âmbito do presente projeto de doutoramento.

393
12. Qual é a profissão da tua mãe? ________________________ □ Não sei

13. Qual é a profissão do teu pai?__________________________ □ Não sei

14. Com quem vives habitualmente em tua casa? ____________________________

15. Quantas pessoas vivem ao todo em tua casa (a contar contigo)?_____ pessoas

16. Quantos irmãos tens?_________irmãos

17. Tens alguma doença? □ Não □ Sim. Qual?_____________________________

18. Que escolaridade têm os teus pais?


Pai23

□ Nenhum

□ Ensino Básico 1 (até à 4ªclasse)

□ Ensino Básico 2 (preparatório/5º e 6º anos)

□ Ensino Básico 3 (até ao 9º ano/5º ano dos liceus, escola comercial/industrial)

□ Ensino Secundário - Cursos Tecnológicos

□ Ensino Secundário - Cursos Gerais (12º/7º ano dos liceus completo, propedêutico,
serviço cívico)

□ Ensino Superior - Bacharelato

□ Ensino Superior - Licenciatura

□ Ensino Superior - Mestrado (Pós-Bolonha)

□ Ensino Superior - Mestrado (Pré-Bolonha)

□ Ensino Superior – Doutoramento

□ Não sei

23
No Questionário Sociodemográfico original tem uma coluna ao lado igual a esta para os alunos
preencherem sobre as habilitações literárias das suas mães.

394
______________________________________________________________ANEXO 3
Versão de relato pelos encarregados de educação do Questionário
Sociodemográfico
Anexo 3 Versão de relato pelos encarregados de educação do Questionário
Sociodemográfico

395
Data de preenchimento: ___-___-______ (dia-mês-ano)

Quem preenche o questionário? □ Mãe □ Pai □ Outro. Quem?__________


Secção 1: Esta parte do questionário tem várias perguntas sobre as suas
informações sociodemográficas.

1. Que idade tem?______________

2. Data de nascimento? ____/_____/_______

3. Qual é o seu sexo? □ Feminino □ Masculino

4. Qual é a sua nacionalidade? □ Portuguesa □ Outra. Qual é?____________

5. Qual é a sua língua de origem ou materna?

□ Português (Portugal) □ Outra língua. Qual é?_____________________________


6. Em que país reside atualmente?
(Se mudou de país recentemente ou está a viver num país temporariamente, por favor
indique o país onde passou a maior parte dos últimos 5 anos)

______________________________________________________________________

7. Se cresceu num país diferente do indicado na pergunta anterior, por favor


assinalo-o aqui: _________________________________________________________

8. Qual é o nível de educação mais elevado que completou?


□ Nenhum □ Ensino Superior - Bacharelato

□ Ensino Básico 1 (até à 4ª classe) □ Ensino Superior - Licenciatura

□ Ensino Básico 2 (preparatório/5º e 6º anos) □ Ensino Superior - Mestrado (Pós-Bolonha)


□ Ensino Básico 3 (até ao 9º ano/5º ano dos □ Ensino Superior - Mestrado (Pré-Bolonha)
liceus, escola comercial/industrial) □ Ensino Superior - Doutoramento

□ Ensino Secundário - Cursos Tecnológicos

□ Ensino Secundário - Cursos Gerais (12º/7º


ano dos liceus completo, propedêutico,
serviço cívico)
9. Quantas pessoas vivem ao todo em sua casa (incluindo a si)? ______pessoas

10. Qual é a soma do rendimento mensal de todas as pessoas que vivem em sua casa
(incluindo a si), depois dos descontos obrigatórios para contribuições e impostos?
Se não souber o número exato, por favor, considere um valor aproximado.

□ Menos de 150 Euros □ Entre 1500 e 2000 Euros

□ Entre 150 e 300 euros □ Entre 2000 e 2500 Euros

□ Entre 300 e 500 Euros □ Entre 2500 e 3000 Euros

□ Entre 500 e 1000 euros □ Entre 3000 e 5000 Euros

□ Entre 1000 e 1500 Euros □ Mais de 5000 Euros

11. Qual é a designação da sua profissão


principal? _____________________________________________

12. Qual é o seu estado civil?

□ Solteiro(a) □ Viúvo(a)
□ Casado(a)/Em união de facto □ Divorciado(a)/Separado(a)

13. Em que localidade ou cidade mora atualmente?___________________________

398
Secção 2: Esta parte do questionário tem várias perguntas sobre as informações
sociodemográficas do seu educando/da sua educanda.

1. Que idade tem?___________

2. Data de nascimento: ____/_____/_______

3. Qual é o seu sexo? □ Feminino □ Masculino

4. Qual é a sua nacionalidade? □ Portuguesa □ Outra. Qual é?____________

5. Qual é a sua língua de origem ou materna?

□ Português (Portugal) □ Outra língua. Qual é?___________________________


6. Em que país reside atualmente?
(Se mudou de país recentemente ou está a viver num país temporariamente, por favor
indique o país onde passou a maior parte dos últimos 5 anos)

______________________________________________________________________

7. Se cresceu num país diferente do indicado na pergunta anterior, por favor


assinalo-o aqui:__________________________________________________________

8. Em que localidade ou cidade mora normalmente?_________________________

9. Que ano de escolaridade já completou?___________

10. Qual é o ano de escolaridade que frequenta?_______

11. Qual é a situação dos seus pais? □ Os seus pais estão casados ou vivem juntos
na mesma casa
□ Os seus pais estão divorciados ou separados

□ O seu pai já faleceu

□ A sua mãe já faleceu


399
12. Qual é a profissão da sua mãe? _______________________ □ Não sei

13. Qual é a profissão do seu pai?_________________________ □ Não sei

14. Com quem vive habitualmente na sua casa? _____________________________

15. Quantas pessoas vivem ao todo em sua casa (a contar comele/ela)?____ pessoas

16. Quantos irmãos tem?_________irmãos

17. Tem alguma doença? □ Não □ Sim. Qual?_____________________________

18. Que escolaridade têm os seus pais?


Pai24

□ Nenhum

□ Ensino Básico 1 (até à 4ªclasse)

□ Ensino Básico 2 (preparatório/5º e 6º anos)

□ Ensino Básico 3 (até ao 9º ano/5º ano dos liceus, escola comercial/industrial)

□ Ensino Secundário - Cursos Tecnológicos

□ Ensino Secundário - Cursos Gerais (12º/7º ano dos liceus completo, propedêutico, serviço
cívico)

□ Ensino Superior - Bacharelato

□ Ensino Superior - Licenciatura

□ Ensino Superior - Mestrado (Pós-Bolonha)

□ Ensino Superior - Mestrado (Pré-Bolonha)

□ Ensino Superior – Doutoramento

□ Não sei

24
No Questionário Sociodemográfico original tem uma coluna ao lado igual a esta para os encarregados de
educação preencherem sobre as habilitações literárias das mães dos seus educandos

400
____________________________________________________________ANEXO 4
Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Inventário de Traços
Calosos/Não-emocionais

Anexo 4 Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Inventário de Traços


Calosos/Não-emocionais

401
Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Inventário de Traços
Calosos/Não-emocionais25

Tabela 78 Descrição dos itens da versão adaptada ao autorrelato por crianças do ICU
Subdimensão Item Nr.
Unc Preocupo-me com o meu desempenho ou as minhas notas na escola. [i] 3
Sinto-me mal ou culpado(a) quando faço alguma coisa mal. [i] 5
Admito e digo que me engano sem problemas. [i] 13
Tento sempre fazer o meu melhor. [i] 15
Peço desculpa às pessoas que magoo. [i] 16
Tento não magoar os sentimentos das outras pessoas. [i] 17
Trabalho muito em tudo o que faço. [i] 23
Faço coisas para que as outras pessoas se sintam bem. [i] 24

Cal Penso de forma diferente dos outros o que é praticar o bem e o mal. 2
Importo-me quem magoo para conseguir o que quero. [i] 4
Preocupo-me em ser pontual (chegar a horas). [i] 7
Preocupo-me com os sentimentos dos outros. [i] 8
Não me importo se me meter em sarilhos. 9
Consigo controlar ou conter os meus sentimentos. 10
Preocupo-me em fazer as coisas direito ou com cuidado. [i] 11
Os outros acham que não me preocupo com os sentimentos e o sofrimento deles. [i] 12
Sinto-me arrependido(a) se fizer alguma coisa mal. [i] 18
Perco o tempo que é preciso para fazer as coisas bem ou direito. [i] 20
Dou importância aos sentimentos dos outros. [i] 21

Une Mostro e digo o que sinto sem problemas. [i] 1


Mostro os meus sentimentos aos outros. [i] 6
É fácil para as outras pessoas verem como eu me sinto. [i] 14
Mostro e sinto bastante as emoções. [i] 19
Escondo os meus sentimentos dos outros. 22
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Insensibilidade Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Cal =
Calosidade/Frieza Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; [i] = Item invertido; Nr. = Número de item.

25
Adaptaçãoda ao autorrelato por crianças da versão portuguesa do Inventory of Callous-Unemotional
Traits (ICU; Frick, 2004), dos autores Pechorro, Ray, Barroso, Marôco e Gonçalves (2016), Inventário de
Traços Calosos/Não-emocionais, realizada no âmbito do presente projeto de doutoramento.

403
______________________________________________________________ANEXO 5
Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças

Anexo 5 Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças

405
Descrição dos itens do Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão
Crianças26: (sub)dimensões e números

Grandiosidade-Manipulação
Charme Desonesto
É fácil para mim ser mais simpático(a) e querido(a) com os outros para conseguir o que quero deles. (6)
Consigo enganar as outras pessoas sendo mais simpático(a) e querido(a). (14)
Quando alguém me pergunta algo, normalmente tenho uma resposta rápida que parece ser verdadeira,
mesmo que a tenha apenas inventado. (27)
Muitas vezes sou mais simpático(a) e querido(a) para conseguir o que quero, mesmo com pessoas que
não gosto. (33)
Sou mais simpático(a) e querido(a) para convencer os outros a fazerem o que quero. (38)
Grandiosidade
Sou melhor do que todos em quase tudo. (10)
Sou muito mais talentoso(a) do que as outras pessoas. (19)
O mundo seria um lugar melhor se fosse eu a mandar. (30)
Sou mais importante e tenho mais valor do que as outras pessoas. (37)
Mesmo agora já sei que vou ser uma pessoa muito conhecida e importante. (41)
Mentir
É divertido inventar histórias e tentar fazer com que as pessoas acreditem nelas. (7)
Às vezes minto só porque é divertido. (24)
Às vezes dou por mim a mentir por nenhum motivo especial. (43)
Gosto de exagerar quando conto alguma coisa. (47)
Meti-me muitas vezes em sarilhos porque mentia demasiado. (50)
Manipulação
Consigo fazer as pessoas acreditarem em quase tudo. (11)
Consigo que as pessoas se acreditem nas minhas mentiras. (15)
Convenço facilmente os outros a fazerem-me favores. (20)
Enganar os outros é a melhor maneira de conseguir o que quero deles. (31)
Já aconteceu ter usado alguém para conseguir o que quero. (46)
Frieza-Insensibilidade Emocional
Remorso
Há coisas que acho que fazem as outras pessoas sentirem-se mal, mas a mim não. (8)
Quase nunca me arrependo das coisas que faço, mesmo que as outras pessoas achem que são erradas.
(21)

26
Versão portuguesa do Youth Psychopathic Traits Inventory – Child Version (YPI-CV; van Baardewijk,
Stegge, Andershed, Thomaes, Scholte, & Vermeiren, 2008), Inventário de Traços Psicopáticos Jovem –
Versão Crianças, traduzida e adaptada ao contexto português no âmbito presente projeto de doutoramento.

407
Quando alguém descobre que fiz algo errado, sinto-me mais zangado(a) do que culpado(a). (28)
O que assusta os outros normalmente não me assusta. (36)
Os(As) fracos(as) é que se sentem culpados(as) quando magoam as outras pessoas. (44)
Sentires-te mal quando fizeste alguma coisa errada é uma perda de tempo. (48)
Insensibilidade Emocional
Normalmente sinto-me calmo(a) quando outras pessoas estão assustadas. (2)
Os(As) fracos(as) é que se sentem nervosos(as) ou preocupados(as). (25)
O que assusta os outros normalmente não me assusta. (36)
Não percebo como é que as pessoas podem chorar ao verem TV ou um filme. (39)
Os sentimentos são menos importantes para mim do que são para os outros. (45)
Frieza Emocional
Acho que chorar é para fracos(as), mesmo que ninguém te esteja a ver. (12)
Quando as outras pessoas têm problemas, normalmente a culpa é delas e é por isso que não as deves
ajudar. (17)
Quando magoo os sentimentos de outras pessoas, isso não me incomoda muito. (23)
Se vir coisas tristes na TV ou num filme, isso normalmente não me afeta. (35)
Não me importo quando os outros estão tristes. (49)
Impulsividade-Irresponsabilidade
Procura de Excitação
Gosto de entrar em situações que me dão excitação ou emoção. (1)
Aborreço-me rapidamente quando tudo continua na mesma. (4)
Gosto de fazer coisas apenas porque são fixes ou excitantes/emocionantes. (22)
Aborreço-me rapidamente se fizer sempre a mesma coisa. (29)
Gosto de fazer coisas perigosas e excitantes ou emocionantes, mesmo que sejam proibidas. (42)
Impulsividade
Prefiro gastar logo o meu dinheiro em vez de guardá-lo. (3)
Acho que sou uma pessoa que faz as coisas de repente, sem pensar. (9)
Muitas vezes falo primeiro e penso depois. (18)
Se tiver a oportunidade de fazer algo divertido, faço-o e largo tudo o que estava a fazer antes. (26)
Muitas vezes faço as coisas sem pensar nos seus resultados. (32)
Irresponsabilidade
Acho que as regras são apenas uma chatice. (5)
Se pudesse, desistia da escola e só faria coisas que são divertidas. (13)
Não acho que é necessário dizer aos meus pais o que vou fazer quando vou lá para fora. (16)
Já me aconteceu várias vezes pedir alguma coisa emprestada e depois perdê-la. (34)
Acho que fazer os trabalhos de casa não serve para nada. (40)

408
______________________________________________________________ANEXO 6
Versão adaptada ao autorrelato por crianças do
Dispositivo de Despiste de Processo
Anti-social

Anexo 6 Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Dispositivo de Despiste de


Processo Anti-social

409
Versão adaptada ao autorrelato por crianças do Dispositivo de Despiste de
Processo Anti-social27

Tabela 79 Descrição dos itens da versão adaptada ao autorrelato por crianças do APSD
Dimensão Item Nr.
Nar Dás pouca importância ou finges os teus sentimentos? 5
Gabas-te ou armas-te muito das coisas que fazes ou tens (elogias-te muito a ti
próprio)? 8
Usas ou enganas as pessoas para teres o que queres? 10
Gozas ou fazes pouco dos outros? 11
És mais agradável e simpático(a) para conseguires as coisas que queres? 14
Ficas zangado(a) quando te corrigem ou castigam? 15
Pensas que és melhor ou mais importante que os outros? 16

CU Preocupas-te com o teu desempenho ou as tuas notas na escola? [i] 3


És bom/boa a manter as promessas que fazes? [i] 7
Sentes-te mal ou culpado(a) quando fazes alguma coisa de errado? [i] 12
Preocupas-te com os sentimentos dos outros? [i] 18
Mostras os teus sentimentos ou emoções aos outros? [i] 19
Tens mantido a amizade com os mesmos amigos ao longo do tempo? [i] 20

Imp Culpas os outros pelos teus erros? 1


Fazes as coisas sem pensares nas suas consequências ou nos seus resultados? 4
Ficas facilmente aborrecido(a)? 9
Fazes coisas arriscadas ou perigosas? 13
Fazes as coisas com pressa e em cima da hora? 17

n/i Envolves-te em atividades contra a lei ou proibidas? 2


Consegues que as outras pessoas se acreditem nas tuas mentiras? 6
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial; Nar = Narcisismo; CU = Frieza–Insensibilidade
Emocional; Imp = Impulsividade; [i] = Item invertido; [n/i] = Item não incluído nas subescalas; Nr. = Número de item.

27
Adaptação da ao autorrelato por crianças da versão portuguesa do Antisocial Process Screening Device
(APSD; Frick, & Hare, 2001), dos autores Pechorro, Marôco, Poiares e Vieira (2013), o Dispositivo de
Despiste de Processo Anti-social, realizada no âmbito do presente projeto de doutoramento.

411
______________________________________________________________ANEXO 7
Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças

Anexo 7 Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças


Crianças

413
Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças28

Tabela 80 Descrição dos itens da versão de autorrelato da PANAS-C


Escala Subescala Item Nr.
Emocionalidade Positiva Interessado(a) 1
Atento(a) 4
Entusiasmado(a) 5
Feliz 8
Forte 9
Enérgico(a) 12
Calmo(a) 14
Bem-disposto(a) 17
Ativo(a) 18
Orgulhoso(a) 19
Alegre 21
Valente 24
Maravilhado(a) 26
Aventureiro(a) 28
Animado(a) 30
Emocionalidade Negativa Medo Medroso(a) 3
Envergonhado(a) 6
Nervoso(a) 10
Culpado(a) 11
Assustado(a) 13
Agitado(a) 16
Com medo 20
Preocupado Triste 2
Chateado(a) 7
Miserável 15
Sozinho(a) 22
Furioso(a) 23
Com nojo 25
Abatido(a) 27
Desanimado(a) 29
Notas: PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Criança; Nr. = Número de item.

28
Versão portuguesa da Positive and Negative Affect Scale for Children (PANAS-C; Laurent, Catanzaro,
Joiner, Rudolph, Potter, Lambert, Osborne, & Gathright, 1999), traduzida e adaptada para o contexto
português no âmbito do presente projeto de doutoramento.

415
______________________________________________________________ANEXO 8
Versão de autorrelato do Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças

Anexo 8 Versão de autorrelato do Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças

417
Descrição dos itens da Versão de autorrelato do Questionário dos Cinco Fatores–
Versão Crianças 29 : dimensões e números

Energia/Extroversão
Gosto de conhecer outras pessoas. (1)
Gosto de competir ou concorrer com os outros. (9)
Gosto de mover-me e de fazer uma grande quantidade de atividades. (14)
Gosto de estar com as outras pessoas. (19)
Consigo dizer aos outros o que penso com facilidade. (23)
Digo o que penso. (26)
Faço qualquer coisa para não me aborrecer. (35)
Gosto de conversar com os outros. (40)
Quando alguém pensa de forma diferente de mim, consigo mudar-lhe a opinião ou as ideias. (42)
Quando falo, as outras pessoas ouvem-me e fazem o que digo. (50)
Gosto de dizer piadas. (55)
Faço amigos facilmente. (57)
Estou feliz e alegre. (63)
Intelecto/Abertura á Experiência
Sei muitas coisas. (5)
Tenho muita imaginação. (10)
Aprendo facilmente o que estudo na escola. (12)
Quando o(a) professor(a) coloca questões, eu sou capaz de responder corretamente. (18)
Gosto de ler livros. (24)
Quando o(a) professor(a) explica alguma coisa, percebo logo. (30)
Gosto de programas de TV científicos (como por exemplo, sobre ciência, vida selvagem ou
experiências). (33)
Gosto de ver o telejornal, para saber o que acontece no mundo. (36)
Sou capaz de criar jogos e entretimentos novos. (43)
Sou capaz de resolver problemas de matemática. (46)
Gosto de conhecer e aprender coisas novas. (52)
Gostaria muito de viajar e conhecer os costumes ou tradições de outros países. (59)
Percebo rapidamente. (62)
Instabilidade Emocional
Fico nervoso(a) com coisas parvas (sem importância). (4)
Estou de mau humor. (6)
Discuto com as outras pessoas muito irritado(a) ou zangado(a). (8)

29
Versão portuguesa do Big Five Questionnaire – Children (BFQ-C; Barbaranelli, Caprara, Rabasca, &
Pastorelli, 2003), traduzido e adaptado ao contexto português no âmbito do presente projeto de
doutoramento.

419
Instabilidade Emocional (continuação)
Irrito-me com facilidade. (15)
Discuto com as outras pessoas. (17)
Fico ofendido(a) facilmente. (29)
Estou triste. (31)
Quando quero fazer alguma coisa tenho que a fazer logo, é difícil esperar. (39)
Sou impaciente. (41)
Perco a calma facilmente. (49)
Faço coisas com agitação (irrequieto(a), com nervosismo e sem calma). (54)
Choro. (58)
Preocupo-me com coisas parvas (sem importância). (61)
Agradabilidade
Partilho as minhas coisas com outras pessoas. (2)
Comporto-me de forma correta e sincera com as outras pessoas. (11)
Percebo quando os outros precisam da minha ajuda. (13)
Gosto de dar prendas. (16)
Se alguém é injusto comigo, eu desculpo-o(a). (21)
Trato os meus colegas com amor e carinho. (27)
Sou bom/boa para as outras pessoas. (32)
Sou bem-educado(a) quando falo com os outros. (38)
Se um(a) colega tem alguma dificuldade, eu ajudo-o(a). (45)
Confio nas outras pessoas. (47)
Também sou simpático(a) com as pessoas de quem não gosto. (51)
Acho que as outras pessoas são boas e honestas (verdadeiras). (60)
Deixo as outras pessoas usarem as minhas coisas. (64)
Conscienciosidade
Faço as coisas com muito cuidado e atenção. (3)
Trabalho muito e com prazer ou gosto. (7)
Esforço-me (trabalho muito) nas coisas que faço. (20)
Na aula estou concentrado(a) no que faço. (22)
Quando termino os trabalhos de casa, verifico-os muitas vezes para ver se os fiz corretamente. (25)
Respeito as regras. (28)
Se prometer algo, cumpro essa promessa. (34)
O meu quarto está arrumado. (37)
Quando começo a fazer alguma coisa, faço de tudo para a acabar. (44)
Gosto de manter todas as minhas coisas da escola organizadas. (48)
Só brinco depois de terminar os trabalhos de casa. (53)
Estou sempre atento(a). (56)
Faço as minhas tarefas. (65)

420
______________________________________________________________ANEXO 9
Versão de autorrelato das Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças

Anexo 9 Versão de autorrelato das Escalas de Sistema de Ativação


Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças

421
Versão de autorrelato das Escalas de Sistema de Ativação
Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças30

Tabela 81 Descrição dos itens da versão de autorrelato das BIS/BAS-C


Escala Subescala Item Nr.
BAS En Quando quero alguma coisa, geralmente faço tudo para consegui-la. 3
Faço tudo para conseguir as coisas que quero. 7
Quando vejo uma oportunidade ou chance de conseguir o que quero,
agarro-a logo. 11
Ninguém consegue parar-me quando quero alguma coisa. 16
BD Muita das vezes faço coisas só por poderem ser divertidas. 4
Tenho uma grande necessidade de sentir excitação e sensações novas. 8
Estou sempre disposto(a) a experimentar coisas novas, quando acho que
vão ser divertidas. 12
Muitas vezes faço coisas sem pensar. 17
Sinto-me excitado(a) e cheio(a) de energia quando consigo alguma coisa
RR que quero. 2
Quando faço alguma coisa bem ou direito, gosto de continuar a fazê-la. 6
Fico entusiasmado(a) quando me acontecem coisas boas. 10
Fico muito entusiasmado(a) quando ganho um concurso ou uma
competição. 15
Fico muito entusiasmado(a) quando tenho oportunidade ou chance de
conseguir alguma coisa que gosto. 19
Normalmente fico muito preocupado(a) ou nervoso(a) quando penso que
BIS alguma coisa desagradável vai acontecer. 1
Preocupo-me em cometer erros. 5
Fico magoado(a) quando me ralham ou me dizem que fiz alguma coisa
errada. 9
Sinto-me muito chateado(a) quando penso que alguém está zangado
comigo. 13
Não fico com medo ou nervoso(a), mesmo quando me acontece alguma
coisa má. [i] 14
Fico preocupado(a) quando acho que fiz alguma coisa mal. 18
Sou muito medricas comparado com os meus amigos. 20
Notas: BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão
Crianças; BIS = Sistema de Inibição Comportamental; BAS = Sistema de Ativação Comportamental; En = Energia;
BD = Busca de divertimento; RR = Resposta à recompensa; [i] = Item invertido; Nr. = Número de item.

30
Versão portuguesa da Behavioral Inhibition System/Behavioral Activation System Scales for Children
(BIS/BAS-C; Muris, Meesters, de Kanter, & Timmerman, 2005), traduzida e adaptada ao contexto
português no âmbito do presente projeto de doutoramento.

423
_____________________________________________________________ANEXO 10
Versão de autorrelato da Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo

Anexo 10 Versão de autorrelato da Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo

425
Versão de autorrelato da Escala de Avaliação do Comportamento
Agressivo31

Tabela 82 Descrição dos itens da versão de autorrelato da ABRS


Dimensão Item Nr.
Agressão Proativa Prego partidas maldosas. 2
Faço coisas às escondidas do professor. 3
Meto-me com crianças mais pequenas. 5
Tiro coisas aos outros alunos. 6
Falo mal dos outros 8
Faço coisas às escondidas. 10
Magoei outros para ganhar um jogo. 11
Convenço os outros a juntarem-se para fazer mal a alguém. 13
Digo coisas que não são verdade. 15
Ameaço os outros. 16

Agressão Reativa Fico furioso(a) quando sou corrigido(a). 1


Culpo os outros. 4
Fico furioso(a) quando não consigo as coisas à minha maneira. 7
Fico furioso(a) sem motivo. 9
Quando perco fico muito zangado(a). 12
Quando sou culpado(a), não o digo. 14
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; Nr. = Número de item.

31
Versão portuguesa da Aggressive Behavior Rating Scale (ABRS; Brown, Atkins, Osborne, & Milnamow,
1996), traduzida e adaptada ao contexto português no âmbito do presente projeto de doutoramento.

427
_____________________________________________________________ANEXO 11
Versão de autorrelato do Questionário de Avaliação do Comportamento
Antissocial

Anexo 11 Versão de autorrelato do Questionário de Avaliação do Comportamento


Antissocial

429
Itens da versão de autorrelato do Questionário de Avaliação do Comportamento
Antissocial32

1. Alguma vez não levaste o material escolar para a aula?


2. Alguma vez faltaste às aulas sem justificação?
3. Alguma vez entraste numa escola sem autorização?
4. Alguma vez não passaste registos do quadro ou matéria no caderno dada pelo(a) professor(a)?
5. Alguma vez interrompeste ou perturbaste constantemente uma aula?
6. Alguma vez copiaste num teste ou exame?
7. Alguma vez não cumpriste as regras da sala de aula?
8. Alguma vez saíste da escola sem autorização?
9. Alguma vez ficaste de castigo por mau comportamento na escola?
10. Alguma vez tiveste uma falta indisciplinar na escola ou levaste um recado na caderneta da escola
para casa?
11. Alguma vez foste chamado(a) ao conselho executivo ou diretor(a) da escola por mau
comportamento?
12. Alguma vez foste suspenso(a) da escola?
13. Alguma vez foste expulso(a) da escola?
14. Alguma vez desobedeceste ou não cumpriste um castigo dado por um adulto (como por exemplo,
pais, professores,...)?
15. Alguma vez chumbaste ou reprovaste de ano na escola?
16. Alguma vez imitaste ou fizeste a assinatura dos teus pais ou encarregados de educação (como por
exemplo, para justificar uma falta ou inventar que estes foram informados de algum recado da escola)?
17. Alguma vez fugiste de casa?
18. Alguma vez mentiste ou escondeste dos teus pais o lugar para onde ias ou o que ias fazer?
19. Alguma vez não fizeste tarefas ou alguma coisa que os teus pais mandaram-te fazer?
20. Alguma vez fizeste chantagem ou birras muito grandes para conseguires alguma coisa de alguém
(como por exemplo, dos teus pais, irmãos, avós, amigos...)?
21. Alguma vez insultaste, gritaste, gozaste ou foste malcriado(a) com outra pessoa?
22. Alguma vez bateste, destes pontapés ou socos, mordeste, empurraste, cuspiste, puxaste os cabelos
ou fizeste rasteiras a alguém de propósito?
23. Alguma vez atacaste alguém com uma arma (como por exemplo, um pau, uma navalha,....)?
24. Alguma vez participaste numa luta de grupo?
25. Alguma vez atiraste objetos (como por exemplo, pedras ou garrafas) a outra pessoa de propósito?
26. Alguma vez fizeste bullying a alguém pessoalmente ou pela internet (como por exemplo, redes
sociais como Instagram ou Facebook)?

32
Adaptação ao autorrelato por crianças da Self Reported of Offending (SRO; Earls, Brooks-Gunn,
Raudenbush, & Sampson, 2005), realizada no âmbito do presente projeto de doutoramento.

431
27. Alguma vez te meteste na vida privada de alguém sem a sua autorização (como por exemplo, ler
mensagens ou ver fotos do seu telemóvel ou ler o seu diário ou tentar entrar na sua conta de email,
playstation ou Facebook)?
28. Alguma vez espalhaste rumores ou boatos ou inventaste coisas sobre outras pessoas?
29. Alguma vez fizeste telefonemas inapropriados, como por exemplo insultar pessoas ou dizer-lhes
asneiras?
30. Alguma vez estragaste ou destruíste, de propósito, alguma coisa que não te pertencia (como por
exemplo, partir, cortar, furar, rasgar, queimar, pintar ou marcar alguma coisa ou fazer graffitis)?
31. Alguma vez pegaste fogo ou queimaste, de propósito, uma casa, edifício, carro, terreno abandonado
ou outra propriedade ou tentaste fazê-lo?
32. Alguma vez trouxeste contigo uma arma escondida (como por exemplo, um pau/bastão ou uma
navalha)?
33. Alguma vez causaste problemas num lugar público de forma às pessoas queixarem-se disso (como
por exemplo, ser barulhento(a) ou conflituoso(a))?
34. Alguma vez feriste ou maltrataste animais de propósito?
35. Alguma vez não devolveste, de propósito, alguma coisa que alguém te emprestou?
36. Alguma vez tiraste alguma coisa sem pagar num estabelecimento comercial (como por exemplo, de
uma papelaria, uma loja, um supermercado, um café, uma bomba de gasolina ou uma mercearia)?
37. Alguma vez tiraste alguma coisa ou dinheiro que não te pertencia a alguém?
38. Alguma vez evitaste pagar ou não pagaste coisas, como por exemplo filmes, autocarros, metro ou
comida?
39. Alguma vez ameaçaste bater em alguém ou ameaçaste alguém com uma arma para conseguires
dinheiro ou outra coisa?
40. Alguma vez entraste num edifício para roubar alguma coisa?
41. Alguma vez mentiste em relação à tua idade para ires a um local ou comprares algo (como por
exemplo, assistir a um filme para maiores ou comprar álcool)?
42. Alguma vez tentaste enganar alguém ao vender-lhe uma coisa que custava menos dinheiro ou valia
menos do que lhe disseste?
43. Alguma vez experimentaste ou fumaste tabaco ou cigarros?
44. Alguma vez experimentaste ou bebeste bebidas alcoólicas (como por exemplo, cerveja, vinho,
champanhe, uísque, ...)?
45. Alguma vez conduziste um veículo, como por exemplo um carro ou uma moto?

432
_____________________________________________________________ANEXO 12
Termo de consentimento informado

Anexo 12 Termo de consentimento informado

433
Termo de consentimento informado dirigido aos encarregados de educação
(Reflexões faladas)
Maria João de Sousa Seixas, estudante da Universidade do Porto, vem por este meio
solicitar a autorização ao encarregado(a) de educação
do(a)_____________________________________________________________________
para realizar um estudo, que está ser desenvolvido no âmbito académico do seu projeto de
investigação de doutoramento, sob a orientação científica do Prof. Dr. Pedro Almeida. Este
tem como objetivo a validação e a adaptação do conteúdo de um questionário ao contexto
português em crianças e pré-adolescentes, com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos,
que avalia traços da personalidade, mais especificamente mede diferenças individuais nos
domínios afetivos, interpessoais e comportamentais. 33
Previamente à tarefa irão ser recolhidos dados sociodemográficos do seu educando
(sexo, idade, nacionalidade, país e língua de origem, país de residência, ano de escolaridade).
Na presente tarefa o seu educando irá realizar uma reflexão falada do questionário supracitado
enquanto preenche-o, com vista a avaliar se os itens são interpretados corretamente e são
adequados às capacidades linguísticas deste.
Todos os dados recolhidos serão utilizados estritamente para fins de investigação
científica. Os dados serão tratados de forma absolutamente anónima e a identidade do seu
educando não será divulgada. A participação deste neste estudo é voluntária e este é livre de
interromper a sua participação em qualquer momento da investigação. No caso de querer
colocar alguma questão relacionada com o estudo poderá contactar a investigadora
(Telemóvel:913200698; Email:mj.sousa.seixas@gmail.com).
Declaro que fui informado(a) dos objetivos do estudo e que tive oportunidade de esclarecer
todas as minhas dúvidas relativamente ao estudo. Autorizo a participação do meu educando
de forma voluntária e fui informado que a sua participação, ou recusa em participar, não
acarreta quaisquer benefícios ou custos para este.
Porto,___de_____________de_____
Assinatura do(a) encarregado(a) de educação:_________________________________
Assinatura da investigadora: ______________________________________________

33
Este foi o objetivo escrito para as reflexões faladas dos seguintes instrumentos de avaliação: o ICU, o BFQ-C, o APSD e o YPI-CV. Relativamente à
reflexão falada das outras medidas foram colocados como objetivos de avaliação: o seu estado emocional nas últimas semanas para a PANAS-C; as
diferenças individuais quanto à sensibilidade aos sistemas motivacionais que estão subjacentes ao comportamento e ao afeto, para as escalas BIS/BAS-
C que mede; e, a prática do comportamento agressivo e antissocial para a ABRS e o QCA:.

435
Termo de consentimento informado dirigido aos encarregados de educação

Termo de Consentimento Informado

Maria João de Sousa Seixas, estudante de doutoramento da Universidade do Porto,


vem por este meio solicitar a sua colaboração com um estudo, que está a ser desenvolvido no
âmbito académico do seu projeto de investigação científica do Doutoramento em
Criminologia, na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, sob a orientação científica
do Prof. Doutor Pedro Almeida. A sua coloboração com o presente estudo consiste na sua
participação e autorização da participação do seu educando/da sua educanda neste. Este tem
como objetivo geral estudar os precursores de alguns traços de personalidade e a sua relação
com problemas comportamentais na infância e pré-adolescência. Este é constituído por dois
objetivos principais: desenvolver e validar uma medida dos traços relacionados com o
domínio interpessoal em crianças e pré-adolescentes, com idades compreendidas entre os 8 e
12 anos; e estudar a relação entre os traços de personalidade e o comportamento antissocial e
agressivo.

A sua participação consistirá no preenchimento de um conjunto de questionários, no


caso de querer colaborar, que se encontram juntamente com esta carta. Quando os
questionários estiverem preenchidos colocá-los-á dentro do envelope e selará o envelope para
o seu educando/sua educanda o entregar na escola. O primeiro questionário avalia os seus
dados sociodemográficos e do seu educando/da sua educanda. Os questionários seguintes
avaliam o seu educando/a sua educanda ao nível: de caraterísticas da personalidade dos
domínios: interpessoal, afetivo e comportamental; do estado emocional nas últimas semanas;
da sensibilidade aos sistemas motivacionais subjacentes ao comportamento e ao afeto; e do
envolvimento em comportamentos agressivos e antissociais.

A participação do seu educando/da sua educanda consistirá no preenchimento de um


conjunto de questionários que avaliam as mesmas caraterísticas supracitadas em contexto de
sala de aula com a colaboração do professor e a presença da estudante na sua escola.

Após o preenchimento dos questionários por todos os participantes, serão


selecionados aleatoriamente 20% destes para preencherem novamente o questionário

436
desenvolvido no âmbito do presente projeto de investigação em contexto de sala de aula com
a colaboração do professor e a presença da estudante na sua escola. No caso de consentir a
sua participação e a do seu educando/da sua educanda neste estudo, poderão ou não ser
selecionados/as para completarem de novo o questionário.

Todos os dados recolhidos serão utilizados estritamente para fins de investigação


científica e apenas serão alvo de tratamento estatístico em grupo. Os dados serão tratados de
forma absolutamente anónima e a sua identidade e do seu educando/da sua educanda não
serão divulgadas. A sua participação e do seu educando/da sua educanda neste estudo são
voluntárias e são livres de interromperem a sua participação em qualquer momento da
investigação.

No caso de querer colocar alguma questão relacionada com o estudo poderá contactar
a estudante (Telemóvel: 913200698; E-mail: mj.sousa.seixas@gmail.com).

Eu, __________________________________________________________,encarregado(a)
de educação do(a) aluno(a):

_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________, declaro
que fui informado(a) dos objetivos do estudo e que tive oportunidade de esclarecer todas as
minhas dúvidas relativamente a este. Autorizo a participação do meu educando/da minha
educanda e participo de forma voluntária e fui informado(a) que a nossa participação, ou
recusa em participar, não acarreta quaisquer benefícios ou custos para nós.

Porto,___de_____________de_____

Assinatura do(a) encarregado(a) de educação:____________________________________

Assinatura da estudante (Maria João Seixas):_____________________________________

437
Termo de consentimento informado dirigido aos professores

Termo de Consentimento Informado

Maria João de Sousa Seixas, estudante de doutoramento da Universidade do Porto,


vem por este meio solicitar a sua colaboração com um estudo, que está a ser desenvolvido no
âmbito académico do seu projeto de investigação científica do Doutoramento em
Criminologia, na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, sob a orientação científica
do Prof. Doutor Pedro Almeida. Este tem como objetivo geral estudar os precursores de
alguns traços de personalidade e a sua relação com problemas comportamentais na infância
e pré-adolescência. Este é constituído por dois objetivos principais: desenvolver e validar
uma medida dos traços relacionados com o domínio interpessoal em crianças, com idades
compreendidas entre os 8 e 12 anos; e estudar a relação entre os traços de personalidade e o
comportamento antissocial e agressivo.

A sua participação consistirá no preenchimento de um conjunto de questionários, no


caso de querer colaborar, que se encontram juntamente com esta carta. Quando os
questionários estiverem preenchidos colocá-los-á dentro do envelope e selará o envelope, que
será entregue à estudante. O primeiro questionário avalia os seus dados sociodemográficos.
Os questionários seguintes avaliam os seus alunos e/ou as suas alunas ao nível: de
caraterísticas da personalidade dos domínios: interpessoal, afetivo e comportamental; do
estado emocional nas últimas semanas; da sensibilidade aos sistemas motivacionais
subjacentes ao comportamento e ao afeto; e do envolvimento em comportamentos agressivos
e antissociais.

Todos os dados recolhidos serão utilizados estritamente para fins de investigação


científica e apenas serão alvo de tratamento estatístico em grupo. Os dados serão tratados de
forma absolutamente anónima e a sua identidade não será divulgada. A sua participação neste
estudo é voluntária e é livre de interromper a sua participação em qualquer momento da
investigação.

No caso de querer colocar alguma questão relacionada com o estudo poderá contactar
a estudante (Telemóvel: 913200698; E-mail: mj.sousa.seixas@gmail.com).

438
Declaro que fui informado(a) dos objetivos do estudo e que tive oportunidade de
esclarecer todas as minhas dúvidas relativamente a este. Participo de forma voluntária e fui
informado(a) que a minha participação, ou recusa em participar, não acarreta quaisquer
benefícios ou custos para mim.

Porto,___de_____________de_____

Assinatura do(a) docente:____________________________________________________

Assinatura da estudante (Maria João Seixas): ____________________________________

439
_____________________________________________________________ANEXO 13
Fiabilidade dos instrumentos de avaliação

Anexo 13 Fiabilidade dos instrumentos de avaliação

441
Tabela 83 Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω
ICU
Total .84 .23 .44 .88 .80 .85 .22 .43 .88 .72 .90 .29 .51 .85
Calosidade/Frieza emocional .73 .29 .45 .78 .16 .76 .28 .45 .78 .37 .85 .37 .55 .85
Indiferença Emocional .76 .31 .47 .79 .01 .79 .33 .50 .82 .01 .87 .46 .63 .87
Insensibilidade Emocional .65 .31 .43 .66 .54 .73 .36 .50 .74 .64 .79 .42 .56 .79
YPI-CV
Total .93 .22 .45 .94 .88 - - - - - - - - -
Grandiosidade-Manipulação .89 .31 .53 .91 .09 - - - - - - - - -
Charme Desonesto .74 .37 .51 .78 .20 - - - - - - - - -
Grandiosidade .73 .38 .51 .76 .28 - - - - - - - - -
Mentir .68 .32 .45 .72 .10 - - - - - - - - -
Manipulação .74 .37 .51 .78 .05 - - - - - - - - -
Frieza/Insensibilidade Emocional .78 .20 .39 .78 .15 - - - - - - - - -
Calosidade/Frieza emocional .52 .20 .31 .63 .19 - - - - - - - - -
Insensibilidade Emocional .53 .19 .30 .54 .06 - - - - - - - - -
Ausência de Remorsos .56 .20 .32 .65 .15 - - - - - - - - -
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; α - Alfa de Cronbach; MIC – Correlação média entre itens;
MCITC – Correlação média item-total corrigida; ω – Omega; ωh – Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os valores α ≥ .70, MIC = [.15; .50], MCITC > .30 e ω ≥ .70..

443
Tabela 83 (continuação)
Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω
YPI-CV
Impulsividade/Irresponsabilidade .82 .24 .44 .83 .21 - - - - - - - - -
Impulsidade .73 .34 .49 .74 .38 - - - - - - - - -
Procura de Excitação .55 .20 .32 .55 .21 - - - - - - - - -
Irresponsabilidade .66 .28 .42 .72 .15 - - - - - - - - -
APSD
Total .72 .14 .31 .77 .76 .16 .34 .78 .90 .33 .54 .81
Narcisismo .67 .25 .40 .82 .59 .19 .33 .80 .86 .48 .64 .87
Frieza/Insensibilidade Emocional .62 .22 .36 .74 .65 .24 .39 .78 .73 .31 .47 .74
Impulsividade .64 .27 .40 .73 .65 .28 .41 .77 .77 .40 .55 .78
PANAS-C
Emocionalidade Positiva .86 .31 .52 .85 .87 .34 .54 .88 .92 .46 .65 .92
Emocionalidade Negativa .87 .34 .54 .89 .87 .35 .55 .91 .91 .46 .65 .92
Medo .80 .40 .56 .79 .79 .36 .53 .77 .88 .57 .70 .89
Preocupado .83 .37 .55 .82 .82 .44 .59 .82 .86 .48 .64 .87
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva -
Versão Crianças; α - Alfa de Cronbach; MIC – Correlação média entre itens; MCITC – Correlação média item-total corrigida; ω – Omega; ωh – Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os
valores α ≥ .70, MIC = [.15; .50], MCITC > .30 e ω ≥ .70..

444
Tabela 83 (continuação)
Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω
BFQ-C
Energia/Extroversão .78 .27 .45 .86 .78 .26 .44 .79 .84 .29 .49 .84
Instabilidade Emocional .82 .28 .47 .83 .88 .37 .57 .88 .89 .39 .59 .89
Intelecto/Abertura .83 .28 .48 .89 .86 .35 .55 .87 .94 .54 .72 .94
Agradabilidade .85 .31 .51 .89 .84 .30 .50 .85 .90 .43 .62 .90
Conscienciosidade .88 .37 .57 .92 .90 .41 .60 .90 .96 .66 .80 .96
BIS/BAS-C
Sistema de Inibição Comportamental .61 .21 .35 .62 .57 .21 .33 .59 .62 .25 .38 .64
Sistema de Ativação Comportamental .85 .30 .50 .88 .84 .29 .49 .87 .88 .36 .56 .87
Energia .83 .55 .66 .84 .78 .47 .59 .79 .87 .62 .72 .87
Busca de Divertimento .55 .23 .34 .55 .63 .29 .41 .64 .73 .41 .53 .74
Resposta à Recompensa .74 .38 .51 .75 .73 .36 .50 .74 .77 .42 .55 .79
Notas: BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças; BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças; α -
Alfa de Cronbach; MIC – Correlação média entre itens; MCITC – Correlação média item-total corrigida; ω – Omega; ωh – Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os valores α ≥ .70, MIC =
[.15; .50], MCITC > .30 e ω ≥ .70..

445
Tabela 83 (continuação)
Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh
EB-CV
Total .78 .08 .24 .67 .19 .81 .09 .28 .72 .27 .91 .18 .41 .92 .60
Eficácia Social .64 .11 .27 .68 .66 .72 .15 .32 .73 .72 .88 .32 .53 .90 .72
Persuasão .73 .35 .49 .74 .52 .76 .39 .53 .77 .70 .85 .54 .67 .86 .86
Autoconfiança Social .42 .12 .22 .40 .37 .47 .15 .25 .50 .42 .69 .31 .45 .67 .67
Dominância Social .49 .17 .27 .56 .50 .60 .23 .36 .64 .63 .80 .44 .58 .81 .81
Estabilidade Emocional .68 .13 .30 .71 .64 .79 .21 .40 .83 .37 .83 .25 .45 .87 .42
Resiliência .48 .12 .24 .56 .56 .61 .19 .34 .42 .20 .71 .28 .44 .74 .74
Autoestima .65 .31 .43 .72 .72 .72 .38 .51 .72 .71 .80 .46 .59 .80 .80
Otimismo .30 .12 .17 .49 .43 .66 .30 .43 .80 .60 .69 .34 .48 .75 .75
Destemor .72 .15 .33 .75 .68 .69 .12 .29 .71 .49 .82 .22 .43 .85 .42
Coragem .66 .28 .41 .68 .67 .56 .20 .32 .66 .33 .56 .20 .32 .73 .73
Intrepidez .69 .31 .45 .71 .65 .74 .36 .50 .79 .67 .74 .36 .50 .88 .88
Tolerância à Incerteza .46 .14 .24 .51 .45 .40 .12 .21 .40 .38 .40 .12 .21 .43 .43
EB-CVR
Total .73 .20 .38 - - .80 .25 .44 - - .89 .38 .58 - -
Notas: EB-CV = Escala Boldness – Versão Crianças; EB-CVR = Escala Boldness – Versão Reduzida Crianças; α - Alfa de Cronbach; MIC – Correlação média entre itens; MCITC – Correlação
média item-total corrigida; ω – Omega; ωh – Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os valores α ≥ .70, MIC = [.15; .50], MCITC > .30 e ω ≥ .70

446
Tabela 83 (continuação)
Índices de consistência interna das (sub)escalas dos instrumentos de avaliação
Alunos Encarregados de educação Professores
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω ωh α MIC MCITC ω
ABRS
Total .68 .14 .31 .90 .82 .23 .43 .95 .55 .72
Agressão Reativa .54 .14 .28 .78 .76 .34 .50 .89 .58 .71
Agressão Proativa .69 .20 .37 .92 .73 .23 .41 .93 .22 .45
QCA
CA ao Longo da Vida .83 .11 .29 .81 .12 .29 .90 .25 .44
CA nos Últimos 12 meses .80 .09 .27 .79 .12 .28 .90 .32 .50
Frequência de CA Últimos 12 meses .28 .07 .13 .47 .16 .24 .71 .13 .29
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; CA = Comportamento Antissocial.; α - Alfa de Cronbach;
MIC – Correlação média entre itens; MCITC – Correlação média item-total corrigida; ω – Omega; ωh – Omega hierárquico. A negrito apresentam-se os valores α ≥ .70, MIC = [.15; .50], MCITC
> .30 e ω ≥ .70. .

447
Tabela 84 Consistência entre as fontes de informação das medidas de traços psicopáticos, de critério externas da boldness e do comportamento
antissocial e agressivo: correlações entre (sub)escalas e coeficientes de correlação intraclasse
A vs. E A vs. P P vs. E
(n = 309/306) (n = 148/148) (n = 130/128)
ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r
ICU
Total .34***(.24-.44) .37*** .07 (-.09-.23) .32*** .17* (-.01-.33) .35***
Calosidade/Frieza emocional .28***(.18-.38) .27*** -.01 (-.17-.15) .15 .16* (-.01-.32) .35***
Indiferença Emocional .25***(.14-.35) .31*** .19* (.03-.34) .38*** .27** (.10-.42) .32***
Insensibilidade Emocional .21***(.10-.31) .21*** .06 (-.11-.22) .12 .16* (-.02-.32) .33***
APSD
Total .34***(.24-.44) .34*** .41***(.27-.54) .48*** .21** (.04-.37) .29**
Narcisismo .18** (.07-.29) .20*** .32***(.17-45) .33*** .07 (-.11-.23) .11
Frieza/Insensibilidade Emocional .26***(.15-.36) .30*** .19** (.03-.34) .29*** .19* (.02-.35) .27**
Impulsividade .29***(.18-.39) .28*** .32***(.17-.46) .31*** .20* (.03-.36) .21*
PANAS-C
Emocionalidade Positiva .31***(.21-.41) .26*** .06 (-.10-.22) .25** -.02 (-.19-.15) .21*
Emocionalidade Negativa .31***(.20-.41) .31*** .08 (-.08-.24) .10 .09 (-.09-.26) .12
** ***
Medo .18 (.07-.28) .27 .08 (-.08-.24) .13 .04 (-.13-.21) .08
Preocupado .09 (-.02-.20) .26*** .13 (-.03-.29) .15 .08 (-.09-.25) .21*
Notas: A = Autorrelato; E = Relato pelos encarregados de educação; P = Relato pelos professores; ICC = Coeficiente de correlação intraclasse para concordância absoluta entre as várias fontes
de informação baseado num modelo aleatório de uma via; I.C. = Intervalo de confiança; n = dimensão da subamostra; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; APSD = Dispositivo
de Despiste de Processo Anti-social; PANAS-C = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

448
Tabela 84 (continuação)
Consistência entre as fontes de informação das medidas de traços psicopáticos, de critério externas da boldness e do comportamento antissocial
e agressivo: correlações entre (sub)escalas e coeficientes de correlação intraclasse
A vs. E A vs. P P vs. E
(n = 309/306) (n = 148/148) (n = 130/128)
ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r
BFQ-C
Energia/Extroversão .13* (.02-.23) .32*** .13 (-.03-.28) .25** .35***(.19-.49) .36***
Instabilidade Emocional .27***(.17-.37) .28*** .28***(.13-.43) .34*** .20** (.03-.36) .19*
Intelecto/Abertura .43***(.33-.52) .45*** .57***(.45-.67) .60*** .54***(.40-.65) .53***
Agradabilidade .16** (.05-.27) .23*** .34***(.19-.47) .43*** -.05 (-.22-12) .25**
Conscienciosidade .38***(.28-.47) .41*** .18* (.02-.33) .60*** .17* (.00-.33) .42***
BIS/BAS-C
Sistema de Inibição Comportamental .05 (-.06-.16) .10 .05 (-.11-.21) .10 .05 (-.12-.22) .06
Sistema de Ativação Comportamental .12* (.01-.23) .11 .23** (.08-.38) .26** .14 (-.03-.31) .16
** ** * *
Energia .16 (.04-.26) .16 .19 (.03-.34) .18 .14 (-.04-.30) .13
** ** * *
Busca de Divertimento .15 (.04-.26) .16 .18 (.02-.33) .19 .12 (-.05-.29) .12
Resposta à Recompensa .12* (.01-.23) .15* .22** (.07-.37) .28*** .10 (-.08-.26) .15
Notas: A = Autorrelato; E = Relato pelos encarregados de educação; P = Relato pelos professores; ICC = Coeficiente de correlação intraclasse para concordância absoluta entre as várias fontes de
informação baseado num modelo aleatório de uma via; I.C. = Intervalo de confiança; n = dimensão da subamostra; BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças; BIS/BAS-C =
Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão Crianças.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

449
Tabela 84 (continuação)
Consistência entre as fontes de informação das medidas de traços psicopáticos, de critério externas da boldness e do comportamento antissocial
e agressivo: correlações entre (sub)escalas e coeficientes de correlação intraclasse
A vs. E A vs. P P vs. E
(n = 309/306) (n = 148/148) (n = 130/128)
ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r ICC (95% I.C.) r
ABRS
Total -.33 (-.43 - -.23) .20*** -.21 (-.36 - -.05) .20* .17* (.00 - .34) .31***
Agressão Reativa -.42 (-.51 - -.33) .15** -.26 (-.41 - -.11) .13 .17* (.00 - .33) .23*
Agressão Proativa -.07 (-.18 -.04) .15* -.15 (-.30 - .01) .24** .09 (-.08 - .26) .29**
QCA
CA ao Longo da Vida .49***(.40-.57) .50*** .34***(.19-.48) .37*** .34***(.17-.48) .38***
CA nos Últimos 12 meses .47***(.38-.55) .43*** .29***(.13-.43) .30*** .24**(.07-.39) .22*
Frequência de CA nos Últimos 12 meses .06 (-.08-.19) .38*** .09 (-.08-.26) .18* .41***(.21-.58) .08
Início do CA .28***(.14-.41) .31*** .06 (-.19-.30) .04 .02 (-.29-.33) .23
Notas: A = Autorrelato; E = Relato pelos encarregados de educação; P = Relato pelos professores; ICC = Coeficiente de correlação intraclasse para concordância absoluta entre as várias fontes de
informação baseado num modelo aleatório de uma via; I.C. = Intervalo de confiança; n = dimensão da subamostra; ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; QCA = Questionário
de Avaliação do Comportamento Antissocial; CA = Comportamento Antissocial.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

450
_____________________________________________________________ANEXO 14
Análise da estrutura fatorial do ICU

Anexo 14 Análise da estrutura fatorial do ICU

451
Análise da estrutura fatorial do Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais (ICU)

Tabela 85 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados do ICU
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
ICU-VA
Modelo 1 809.32*** 252 3.21 .08***(.07-.08) .70 .84 905.324 2.49 349.55***
Modelo 2 638.86*** 249 2.57 .07***(.06-.07) .79 .87 740.86 2.04 179.09***
Modelo 3 459.77*** 228 2.02 .05 (.05-.06) .88 .91 603.77 1.67
*** ***
Modelo 4 636.65 152 4.19 .09 (.09-.10) .73 .84 712.65 1.95 172.67***
Modelo 5 485.57*** 149 3.23 .08***(.07-.09) .81 .88 567.57 1.56 153.29***
Modelo 6 318.30*** 133 2.39 .06*(.05-.07) .90 .92 432.30 1.20 141.47***
ICU-VE
Modelo 1 998.25*** 252 3.96 .09***(.08-.09) .67 .79 1094.25 2.76 516.95***
Modelo 2 648.70*** 249 2.61 .06***(.06-.07) .82 .87 750.70 1.90 167.4***
Modelo 3 481.36*** 228 2.11 .05 (.05-.06) .89 .91 625.36 1.59
*** ***
Modelo 4 923.18 209 4.42 .09 (.09-.10) .67 .79 1011.18 2.55 75.07**
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-
square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 =
teste de diferença Qui-quadrado do modelo 3 relativamente aos modelos 1 e 2, dos modelos com os itens removidos e os respetivos modelos com todos os itens; Modelo 1 = Modelo unidimensional;
Modelo2 = Modelo de três fatores; Modelo 3 = Modelo bifatorial com três fatores; Modelo 4 = Modelo unidimensional com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA, os itens 2 e 10 removidos
na VE e o item 2 removido na VP; Modelo 5 = Modelo de três fatores com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA, os itens 2 e 10 removidos na VE, o item 2 removido na VP; Modelo 6 =
Modelo bifatorial com três fatores com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA e os itens 2 e 10 removidos na VE; Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um
ajustamento aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

453
Tabela 85 (continuação)
Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados do ICU
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
ICU-VE
Modelo 5 578.33*** 206 2.81 .07***(.06-.07) .83 .87 672.33 1.70 70.37**
Modelo 6 412.31*** 187 2.21 .06 (.05-.06) .90 .91 544.31 1.38 68.99**
ICU-VP
Modelo 1 945.71*** 252 3.75 .13***(.13-.14) .60 .62 1041.71 6.89 47.22**
Modelo 2 746.52*** 249 3 .11***(.11-.12) .71 .69 848.52 5.64 46.63**
Modelo 4 898.49*** 230 3.91 .14***(.13-.14) .61 .62 990.49 6.54
Modelo 5 699.89*** 227 3.08 .12***(.11-.13) .72 .69 797.89 5.30
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; VP = Versão relato pelos professores; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. =
Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo
3 relativamente aos modelos 1 e 2, dos modelos com os itens removidos e os respetivos modelos com todos os itens; Modelo 1 = Modelo unidimensional; Modelo2 = Modelo de três fatores; Modelo
3 = Modelo bifatorial com três fatores; Modelo 4 = Modelo unidimensional com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA, os itens 2 e 10 removidos na VE e o item 2 removido na VP; Modelo
5 = Modelo de três fatores com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA, os itens 2 e 10 removidos na VE, o item 2 removido na VP; Modelo 6 = Modelo bifatorial com três fatores com os itens
2, 4, 10, 12 e 22 removidos na VA e os itens 2 e 10 removidos na VE; Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão realçados a itálico
e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

454
Tabela 86 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VA
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo unidimensional
FG Cal Unc Une Cal Unc Une
λ CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ2 λ λ2
2 .12 .04 .79 .06 .02 .06 .56 .10 .01 .10 .01
4 .05 .11 .79 -.14 .02 .07 .58 .10 .01 .09 .01
7 .45 .36 .77 -.04 .20 .33 .50 .43 .18 .44 .19
8 .47 .53 .75 -.92 1,07 .49 .45 .66 .43 .59 .34
9 .30 .28 .77 -.17 .12 .34 .49 .37 .14 .33 .11
10 -.13 -.07 .79 .05 .02 -.09 .60 -.12 .02 -.13 .02
11 .60 .50 .76 -.09 .36 .39 .49 .60 .44 .60 .37
12 .13 .14 .78 -.06 .02 .12 .55 .15 .02 .15 .02
18 .65 .53 .76 .03 .43 .41 .49 .61 .37 .64 .40
20 .43 .36 .76 -.01 .18 .25 .51 .43 .18 .43 .19
21 .56 .57 .75 -.49 .55 .53 .45 .71 .51 .64 .41
3 .49 .40 .77 .07 .25 .46 .73 .49 .24 .47 .22
5 .51 .40 .76 .04 .26 .41 .74 .51 .26 .51 .26
13 .39 .33 .77 .03 .15 .36 .76 .40 .16 .39 .15
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC =
λ2
correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; ICU-VA = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão Autorrelato;
FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC >
.20.

455
Tabela 86 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VA
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo unidimensional
FG Cal Unc Une Cal Unc Une
λ CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ2 λ λ2
15 .72 .51 .76 .16 .54 .58 .72 .69 .47 .67 .44
16 .67 .52 .76 -.32 .54 .57 .72 .67 .44 .64 .41
17 .57 .45 .76 -.31 .42 .48 .73 .58 .33 .56 .31
23 .62 .46 .76 .16 .40 .51 .72 .60 .36 .58 .34
24 .49 .41 .76 -.15 .26 .43 .73 .51 .26 .49 .24
1 .18 .27 .77 .45 .24 .38 .58 .48 .23 .23 .05
6 .27 .43 .76 .68 .53 .52 .50 .73 .53 .35 .12
14 .23 .33 .77 .41 .22 .37 .58 .47 .23 .27 .07
19 .28 .33 .77 .51 .33 .42 .56 .58 .34 .32 .10
22 .04 .15 .78 .31 .10 .24 .65 .28 .08 .07 .01
α .77 .54 .76 .63
VEM .19 .10 .03 .22 .20 .31 .28
FC .81 .24 .01 .48 .65 .78 .64
ECV .65 .16 .04 .16
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC =
correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; ICU-VA = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão
Autorrelato; FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥
.25 e CITC > .20.

456
Tabela 87 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VA com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo unidimensional
FG Cal Unc Une CITC α Cal Unc Une
λ CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ2 λ λ2
7 .45 .30 .82 .02 .21 .35 .72 .42 .18 .43 .19
8 .46 .41 .82 .74 .76 .57 .67 .66 .43 .58 .34
9 .29 .43 .81 .23 .13 .34 .73 .36 .13 .33 .11
11 .59 .43 .81 .11 .37 .48 .69 .60 .44 .60 .37
18 .65 .36 .82 .01 .42 .46 .70 .61 .37 .64 .40
20 .43 .54 .81 .04 .19 .34 .73 .43 .19 .44 .19
21 .55 .26 .82 .62 .68 .63 .65 .71 .51 .64 .41
3 .50 .53 .81 .05 .25 .49 .24 .47 .22
5 .51 .36 .82 .03 .26 .51 .26 .52 .27
13 .39 .33 .82 .01 .15 .40 .16 .39 .15
15 .73 .56 .81 .14 .55 .69 .47 .67 .45
16 .66 .53 .81 -.34 .55 .66 .44 .64 .41
17 .56 .45 .81 -.33 .42 .58 .33 .56 .31
23 .62 .54 .81 .13 .40 .60 .36 .58 .34
24 .48 .36 .82 -.17 .26 .51 .26 .49 .24
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; ICU-VA = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão Autorrelato; FG = Fator Geral; Cal
= Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

457
Tabela 87 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VA com os itens 2, 4, 10, 12 e 22 removidos
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo unidimensional
FG Cal Unc Une CITC α Cal Unc Une
λ CITC α λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ2 λ λ2
1 .19 .39 .82 .43 .23 .37 .62 .47 .22 .23 .05
6 .27 .58 .81 .67 .52 .51 .51 .72 .51 .35 .12
14 .23 .12 .83 .42 .23 .39 .61 .48 .23 .27 .07
19 .28 .50 .81 .52 .35 .45 .57 .59 .35 .32 .10
α .82 .73 .65
VEM .24 .14 .04 .27 .31 .32 .33
FC .84 .34 .03 .59 .75 .78 .65
ECV .66 .14 .04 .16
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; ICU-VA = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão Autorrelato; FG = Fator Geral; Cal
= Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

458
Tabela 88 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VE
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo
undimensional
FG Cal Unc Une Cal Unc Une
λ CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 λ λ2
2 .26 .27 .84 .18 .10 .27 .73 .33 .11 .30 .09
4 .32 .41 .83 .43 .29 .45 .70 .49 .24 .44 .19
7 .34 .37 .83 .34 .23 .44 .70 .48 .23 .41 .17
8 .57 .54 .83 .20 .36 .43 .71 .59 .35 .62 .38
9 .42 .49 .83 .43 .36 .51 .69 .58 .33 .53 .28
10 -.02 .05 .85 .12 .01 .05 .76 .05 .00 .03 .00
11 .57 .57 .83 .30 .41 .55 .68 .66 .34 .63 .39
12 .26 .43 .83 .45 .27 .38 .71 .47 .22 .42 .18
18 .34 .45 .83 .48 .35 .48 .69 .55 .30 .48 .23
20 .35 .32 .84 .19 .16 .34 .72 .40 .16 .37 .14
21 .28 .39 .83 .45 .29 .41 .71 .48 .23 .42 .18
3 .63 .49 .83 .17 .42 .50 .77 .60 .36 .58 .34
5 .41 .34 .83 -.16 .19 .39 .79 .43 .18 .41 .17
13 .50 .39 .83 -.07 .26 .46 .78 .51 .26 .47 .22
15 .69 .46 .83 .18 .50 .59 .76 .65 .42 .57 .33
16 .56 .49 .83 -.48 .54 .51 .77 .59 .34 .57 .33
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;λ2 =
fiabilidade individual; ; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; VEM =
Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; ICU-VE = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão relato pelos encarregados de
educação; FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC >
.20.

459
Tabela 88 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VE
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo
undimensional
FG Cal Unc Une Cal Unc Une
λ CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 λ λ2
17 .62 .50 .83 -.40 .55 .56 .76 .65 .42 .60 .36
23 .67 .48 .83 .30 .54 .52 .77 .62 .38 .57 .32
24 .56 .46 .83 -.13 .33 .51 .77 .58 .33 .53 .28
1 .23 .33 .83 .56 .37 .52 .68 .62 .38 .29 .09
6 .12 .32 .84 .69 .49 .54 .67 .66 .43 .25 .06
14 .28 .37 .83 .43 .26 .44 .70 .53 .28 .35 .12
19 .33 .40 .83 .42 .28 .44 .70 .53 .29 .39 .15
22 .14 .33 .84 .67 .47 .54 .67 .65 .43 .26 .07
α .84 .73 .79 .73
VEM .19 .12 .07 .23 .24 .34 .36
FC .82 .57 .04 .50 .75 .80 .74
ECV .59 .17 .08 .15
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;λ2 =
fiabilidade individual; ; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; VEM =
Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; ICU-VE = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão relato pelos encarregados de
educação; FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC >
.20.

460
Tabela 89 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VE com os itens 2 e 10 removidos
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo
FG Cal Unc Une Cal Unc Une unidimensional
λ CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 λ λ2
4 .32 .39 .84 .42 .28 .44 .74 .49 .24 .43 .19
7 .34 .35 .84 .32 .22 .42 .75 .47 .22 .41 .17
8 .57 .56 .84 .21 .37 .46 .74 .60 .36 .62 .39
9 .42 .48 .84 .42 .36 .51 .73 .58 .33 .52 .27
11 .56 .56 .84 .29 .40 .55 .73 .65 .35 .62 .38
12 .27 .43 .84 .45 .27 .41 .75 .48 .23 .43 .18
18 .34 .45 .84 .48 .35 .50 .73 .54 .29 .47 .22
20 .35 .32 .85 .18 .16 .34 .77 .40 .16 .37 .14
21 .28 .41 .84 .47 .31 .45 .74 .49 .24 .43 .18
3 .63 .49 .84 .18 .42 .60 .36 .58 .34
5 .42 .35 .84 -.15 .20 .43 .19 .42 .17
13 .50 .40 .84 -.06 .26 .51 .26 .47 .22
15 .68 .48 .84 .19 .50 .65 .42 .57 .33
16 .57 .50 .84 -.48 .55 .59 .35 .58 .33
17 .62 .50 .84 -.39 .54 .65 .42 .60 .36
23 .67 .48 .84 .30 .54 .61 .38 .57 .32
24 .56 .46 .84 -.12 .33 .57 .33 .53 .28
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído.; ICU-VE = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão relato pelos encarregados de
educação; FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC >
.20.

461
Tabela 89 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional, de três fatores e bifatorial do ICU-VE com os itens 2 e 10 removidos
Itens Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo
FG Cal Unc Une Cal Unc Une unidimensional
λ CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 λ λ2 λ λ2 λ λ2
1 .23 .35 .84 .56 .37 .62 .38 .30 .09
6 .12 .32 .85 .69 .49 .65 .43 .25 .06
14 .28 .38 .84 .43 .26 .53 .28 .35 .12
19 .33 .41 .84 .42 .29 .54 .29 .40 .16
22 .14 .33 .85 .67 .47 .65 .42 .26 .07
α .85 .76
VEM .20 .12 .07 .23 .28 .34 .36
FC .82 .50 .04 .50 .77 .80 .74
ECV .61 .15 .08 .16
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído.; ICU-VE = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – Versão relato pelos encarregados de
educação; FG = Fator Geral; Cal = Calosidade/Frieza emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC >
.20.

462
Tabela 90 Estimativas dos parâmetros dos modelos unidimensional e de três fatores do
ICU-VP
Modelo de três fatores Modelo unidimensional
λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
Total .89
Calosidade/Frieza emocional .83
Item 2 .37 .13 .37 .83 .32 .10 .23 .90
Item 4 .78 .60 .70 .80 .72 .52 .34 .89
Item 7 .47 .22 .48 .82 .44 .19 .60 .89
Item 8 .53 .28 .42 .83 .56 .32 .67 .88
Item 9 .76 .57 .63 .81 .74 .55 .40 .89
Item 10 .08 .01 .09 .85 .05 .00 .29 .89
Item 11 .57 .66 .55 .82 .55 .30 .41 .89
Item 12 .73 .53 .62 .81 .72 .52 .54 .89
Item 18 .59 .35 .59 .81 .52 .27 .67 .88
Item 20 .58 .33 .55 .82 .54 .29 .08 .90
Item 21 .63 .39 .58 .81 .61 .37 .53 .89
Indiferença Emocional .87
Item 3 .60 .36 .61 .85 .63 .39 .68 .88
Item 5 .50 .25 .47 .87 .47 .22 .59 .89
Item 13 .67 .45 .57 .86 .66 .44 .39 .89
Item 15 .65 .43 .67 .85 .65 .43 .60 .89
Item 16 .81 .66 .71 .84 .76 .57 .66 .89
Item 17 .81 .65 .69 .85 .76 .58 .64 .89
Item 23 .63 .39 .62 .86 .63 .40 .49 .89
Item 24 .75 .56 .70 .85 .73 .53 .28 .89
Insensibilidade Emocional .79
Item 1 .63 .39 .55 .75 .16 .02 .50 .89
Item 6 .67 .45 .59 .74 .20 .04 .58 .89
Item 14 .66 .44 .56 .75 .32 .10 .35 .89
Item 19 .63 .40 .54 .75 .23 .05 .55 .89
Item 22 .68 .46 .57 .74 .24 .06 .67 .89
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de
Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; ICU-VP = Inventário de Traços Calosos/Não-
emocionais – Versão relato pelos professores; FG = Fator Geral. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20.

463
_____________________________________________________________ANEXO 15
Análise da estrutura fatorial do YPI-CV

Anexo 15 Análise da estrutura fatorial do YPI-CV

465
Análise da estrutura fatorial do Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças (YPI-CV)

Tabela 91 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados do YPI-CV
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
Ao nível subescala
Modelo 1 205.62 35 5.88 .12***(.10-.13) .91 .89 245.62 .67 120,5***
Modelo 2 419.23 35 11.98 .17***(.16-.19) .79 .85 459.23 1.26 334,11***
Modelo 3 126.24 32 3.95 .09***(.07-.11) .95 .93 172.24 .47 41,12***
Modelo 4 72.371 24 3.06 .07*(.06-.09) .97 .95 114.37 .32 12,749***
Modelo 5 85.12 25 3.41 .08**(.06-.10) .97 .95 145.12 .40
Ao nível itens
Modelo 1 2869.04*** 1175 2.44 .06***(.06-.07) .69 .74 3069.94 8.45 653.37***
Modelo 2 2933.57*** 1175 2.50 .06***(.06-.07) .68 .75 3133.57 8.63 717.90***
Modelo 3 2592.68*** 1172 2.21 .06***(.05-.06) .74 .76 2798.68 7.72 377.01***
Modelo 4 1998.37*** 942 2.12 .06**(.05-.06) .77 .80 2184.37 6.03 (594.31***)
Modelo 5 2215.67*** 1125 1.97 .05 (.05-.06) .80 .81 2515.67 6.99
Modelo 6 1729.70*** 900 1.92 .05 (.05-.05) .82 .83 1999.70 5.55 (485.97***)
Modelo 7 2289.10*** 1130 2.03 .05 (.05-.06) .79 .80 2579.10 7.12 73.43***
Modelo 8 2410.04*** 1162 2.07 .05*(.05-.06) .77 .78 2636.04 7.28 194.37***
Modelo 9 2220.31*** 1125 2 .05 (.05-.06) .80 .81 2520.31 7 72.66***
Notas: YPI-CV – Inventário de Traços Psicopáticos Jovem – Versão Crianças; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança;
CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo 5 relativamente aos
outros e entre parêntesis entre os modelos com ou sem a escala Lying; Modelo 1 = Modelo unidimensional; Modelo 2 = Modelo de dois fatores; Modelo 3 = Modelo de três fatores correlacionados;
Modelo 4 = Modelo de três fatores sem escala Lying; Modelo 5 = Modelo bifatorial de três fatores; Modelo 6 = Modelo bifatorial de três fatores sem itens da escala Lying; Modelo 7 = Modelo de
10 fatores correlacionados; Modelo 8 = Modelo de 3 fatores com 10 subfatores Modelo 9 = Modelo bifatorial com 10 fatores. Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para
um ajustamento aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

467
Tabela 92 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir) e unidimensional do YPI-CV avaliados
pela AFC ao nível de subescalas
Subescala Modelo bifatorial Modelo de três fatores Modelo unidimensioal Modelo de três fatores sem L
FG GM CU II GM CU II GM CU II
λ λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ 2
λ λ2
DC .73 .35 .65 .80 .64 .77 .60 .80 .64
G .62 .33 .49 .69 .48 .68 .46 .72 .52
L .78 .08 .62 .77 .60 .77 .60
M .79 .39 .77 .86 .74 .83 .69 .87 .76
Rem .71 .18 .53 .76 .57 .71 .50 .75 .56
Unem .63 .47 .62 .73 .53 .66 .43 .73 .54
Cal .62 .37 .53 .71 .50 .64 .41 .71 .50
TS .60 .34 .47 .68 .46 .61 .37 .68 .46
Imp .62 .57 .70 .70 .49 .62 .38 .69 .48
Ir .75 .13 .57 .79 .62 .73 .53 .79 .63
VEM .47 .10 .13 .15 .61 .53 .52 .64 .53 .52
FC .90 .27 .29 .30 .86 .77 .77 .84 .77 .76
ECV .79 .07 .07 .08
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; YPI-CV = Inventário
de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial Confirmatória; FG = Fator geral; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L =
Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade;
TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir = Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

468
Tabela 93 Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do
YPI-CV avaliados pela AFC ao nível de itens
Modelo bifatorial de três fatores Modelo bifatorial de dez fatores
Modelo de dez Modelo
(Sub)escala/ Modelo de três fatores
Item FG F FG F fatores unidimensional

λ λ λ2 λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α


Total .93
GM .89
DC .74
6 .42 .22 .22 .44 .34 .31 .47 .22 .45 .89 .52 .27 .47 .72 .46 .22 .44 .93
14 .56 .32 .42 .60 .09 .36 .63 .39 .60 .89 .63 .39 .47 .71 .60 .18 .56 .93
27 .46 .11 .22 .47 .08 .23 .48 .23 .44 .89 .48 .23 .36 .75 .48 .21 .45 .93
33 .55 .28 .39 .56 .72 .83 .63 .39 .61 .89 .70 .49 .65 .64 .59 .34 .56 .93
38 .62 .28 .46 .62 .34 .50 .68 .46 .66 .89 .75 .56 .61 .66 .64 .24 .60 .93
G .73
10 .42 .48 .41 .46 .52 .48 .52 .27 .51 .89 .63 .39 .53 .68 .48 .31 .47 .93
19 .39 .53 .43 .45 .59 .54 .50 .25 .47 .89 .64 .41 .53 .68 .47 .10 .44 .93
30 .43 .20 .22 .44 .22 .24 .46 .21 .42 .89 .51 .26 .44 .72 .45 .27 .42 .93
37 .60 .25 .42 .62 .26 .44 .65 .42 .61 .89 .71 .50 .57 .68 .63 .07 .60 .93
41 .47 .25 .28 .48 .28 .31 .51 .26 .49 .89 .58 .34 .49 .69 .49 .05 .47 .93
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;
λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial
Confirmatória; FG = Fator geral; F = Fatores; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade
Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir
= Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

469
Tabela 93 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do YPI-CV
avaliados pela AFC ao nível de itens
(Sub)escala/ Modelo bifatorial de três fatores Modelo bifatorial de dez fatores
Modelo de três fatores Modelo de dez fatores Modelo unidimensional
Item FG F FG F
λ λ λ2 λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
L .68
7 .48 .18 .26 .52 .13 .29 .52 .27 .50 .89 .51 .26 .32 .69 .51 .23 .49 .93
24 .61 -.02 .38 .59 -.18 .38 .59 .35 .54 .89 .64 .40 .50 .62 .59 .25 .55 .93
43 .50 -.21 .30 .44 -.38 .34 .43 .19 .38 .89 .49 .24 .45 .62 .44 .23 .42 .93
47 .56 .00 .31 .54 -.18 .33 .55 .31 .52 .89 .59 .35 .46 .61 .56 .21 .53 .93
50 .63 -.32 .50 .55 -.46 .52 .52 .27 .45 .89 .60 .36 .50 .60 .55 .08 .52 .93
M .74
11 .47 .36 .35 .52 .49 .51 .55 .31 .54 .89 .53 .28 .52 .69 .52 .21 .49 .93
15 .61 .25 .43 .64 .36 .54 .64 .42 .61 .89 .64 .41 .57 .66 .63 .36 .60 .93
20 .48 .41 .40 .54 .27 .36 .58 .33 .56 .89 .55 .30 .50 .69 .54 .23 .52 .93
31 .67 -.03 .45 .66 -.18 .47 .64 .41 .58 .89 .65 .43 .49 .70 .64 .35 .60 .93
46 .64 .02 .41 .63 -.19 .43 .62 .39 .57 .89 .63 .40 .44 .71 .61 .41 .57 .93
Notas: λ = peso fatorial estandardizado;λ2 =fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial
Confirmatória; FG = Fator geral; F = Fatores; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade
Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir
= Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

470
Tabela 93 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do YPI-CV
avaliados pela AFC ao nível de itens
(Sub)escala/ Modelo bifatorial de três fatores Modelo bifatorial de dez fatores
Modelo de três fatores Modelo de dez fatores Modelo unidimensional
Item FG F FG F
λ λ λ2 λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
CU .78
Cal .52
12 .43 .28 .26 .46 .11 .23 .52 .27 .45 .76 .52 .27 .32 .45 .46 .23 .44 .93
17 .39 .24 .21 .42 .22 .22 .48 .23 .44 .76 .51 .26 .33 .44 .42 .22 .41 .93
23 .36 .30 .22 .37 .89 .93 .46 .22 .40 .76 .50 .25 .35 .44 .38 .20 .36 .93
35 .28 -.11 .09 .26 -.10 .08 .25 .06 .22 .78 .27 .08 .13 .60 .26 .40 .25 .93
49 .46 .12 .22 .44 .18 .22 .48 .23 .43 .76 .52 .27 .41 .41 .43 .24 .41 .93
Une .53
2 .21 .04 .05 .23 .06 .06 .25 .06 .23 .78 .26 .07 .21 .52 .23 .26 .23 .93
25 .44 .56 .50 .48 -.27 .30 .57 .33 .51 .75 .57 .32 .37 .43 .47 .35 .45 .93
36 .43 -.02 .19 .45 .14 .22 .43 .18 .37 .76 .44 .19 .29 .47 .45 .20 .44 .93
39 .39 .15 .18 .40 -.20 .20 .44 .19 .40 .76 .44 .19 .31 .46 .39 .31 .38 .93
45 .41 .20 .21 .42 -.45 .39 .48 .23 .43 .76 .47 .22 .30 .47 .42 .30 .40 .93
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial
Confirmatória; FG = Fator geral; F = Fatores; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade
Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir
= Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

471
Tabela 93 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do YPI-CV
avaliados pela AFC ao nível de itens
(Sub)escala/ Modelo bifatorial de três fatores Modelo bifatorial de dez fatores
Modelo de três fatores Modelo de dez fatores Modelo unidimensional
Item FG F FG F
λ λ λ2 λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
CU .78
Rem .56
8 .32 -.02 .10 .33 .07 .12 .31 .10 .26 .77 .32 .10 .16 .59 .33 .27 .33 .93
21 .41 .20 .20 .43 -.21 .23 .49 .24 .43 .76 .47 .22 .39 .46 .43 .40 .42 .93
28 .44 .17 .22 .45 -.91 1,03 .47 .22 .37 .76 .46 .21 .40 .45 .45 .30 .44 .93
44 .46 .52 .48 .49 -.03 .24 .57 .32 .47 .76 .57 .32 .32 .50 .48 .41 .46 .93
48 .41 .19 .20 .43 -.09 .19 .48 .23 .39 .76 .46 .21 .33 .49 .43 .37 .40 .93
II .82
Imp .73
3 .27 .19 .11 .27 .18 .34 .11 .31 .82 .35 .12 .29 .75 .28 .21 .27 .93
9 .41 .57 .50 .43 .58 .58 .33 .53 .81 .67 .45 .53 .66 .46 .17 .46 .93
18 .44 .55 .50 .45 .55 .61 .37 .57 .80 .70 .49 .58 .64 .48 .14 .48 .93
26 .47 .26 .29 .49 .21 .56 .32 .50 .81 .54 .29 .43 .71 .50 .07 .50 .93
32 .46 .57 .53 .45 .59 .62 .38 .59 .80 .73 .54 .61 .63 .48 .18 .48 .93
Nota: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial
Confirmatória; FG = Fator geral; F = Fatores; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade
Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir
= Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

472
Tabela 93 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos bifatorial, de três fatores (com e sem subescala Mentir), de dez fatores e unidimensional do YPI-CV
avaliados pela AFC ao nível de itens
(Sub)escala/ Modelo bifatorial de três fatores Modelo bifatorial de dez fatores
Modelo de três fatores Modelo de dez fatores Modelo unidimensional
Item FG F FG F
λ λ λ2 λ λ λ2 λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
II .82
TS .55
1 .19 .16 .06 .20 .17 .25 .07 .24 .83 .27 .07 .24 .54 .21 .05 .22 .93
4 .22 .29 .13 .24 .48 .33 .11 .34 .82 .33 .11 .30 .51 .26 .22 .27 .93
22 .49 .20 .27 .51 .20 .55 .30 .49 .81 .57 .32 .40 .44 .52 .20 .52 .93
29 .28 .29 .17 .30 .46 .37 .14 .36 .82 .39 .15 .33 .49 .32 .15 .33 .93
42 .57 .18 .36 .55 .02 .61 .37 .53 .81 .61 .37 .32 .50 .55 .18 .54 .93
Ir .66
5 .49 .17 .27 .48 .41 .55 .30 .49 .81 .57 .32 .44 .60 .49 .11 .49 .93
13 .58 .13 .36 .58 .31 .61 .38 .51 .81 .65 .43 .52 .56 .59 .18 .56 .93
16 .45 .07 .20 .46 -.04 .45 .20 .39 .81 .47 .22 .31 .66 .45 .21 .44 .93
34 .46 .04 .21 .44 .02 .43 .18 .36 .82 .47 .22 .32 .65 .43 .23 .40 .93
40 .50 .01 .25 .46 .57 .49 .24 .40 .81 .56 .31 .49 .58 .46 .18 .45 .93
Notas: λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; VEM = Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita; ECV = Explained Common Variance; CITC = correlação item-
total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; AFC = Análise Fatorial
Confirmatória; FG = Fator geral; F = Fatores; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação; CU = Frieza-Insensibilidade
Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de Excitação; Imp = Impulsividade; Ir
= Irresponsabilidade. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

473
_____________________________________________________________ANEXO 16
Análise da estrutura fatorial do APSD

Anexo 16 Análise da estrutura fatorial do APSD

475
Análise da estrutura fatorial do Dispositivo de Despiste de Processo Antissocia (APSD)

Tabela 94 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados do APSD
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
APSD-VA
Modelo 1 1849.80*** 170 10.88 .16***(.16-17) .54 .69 1929.80 5.27 786.79***
Modelo 2 1173.21*** 103 11.39 .17***(.16-.18) .55 .74 1239.21 3.39 110.20***
Modelo 3 1063.01*** 132 8.05 .14***(.13-15) .67 .79 1141.01 3.12
APSD-VE
Modelo 1 4277.04*** 170 25.16 .25***(.24-.25) .34 .66 4357.04 10.93 2971.97***
Modelo 2 1391.86*** 103 13.51 .18***(.17-.19) .53 .76 1457.86 3.66 86.79***
Modelo 3 1305.07*** 132 9.89 .15***(.14-16) .64 .78 1383.07 3.48
APSD-VP
Modelo 1 468.75*** 170 2.76 .11***(.10-.12) .78 .76 548.75 3.65 168.98***
Modelo 2 298.52*** 103 2.90 .11***(.10-.13) .78 .81 364.52 2.42 1.25
Modelo 3 299.77*** 132 2.27 .10***(.08-.10) .85 .82 377.77 2.52
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação;VP = Versão relato pelos professores; χ2 = chi-
square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified
Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo 2 relativamente ao outro; Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento
aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

477
Tabela 95 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores do APSD e análise dos itens
APSD-VA APSD-VE APSD-VP
λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
S E S E S E S E S E S E
Nar .67 .72 .59 .76 .86 .90
Item 5 .51 .26 .31 .34 .66 .70 .50 .25 .16 .24 .59 .75 .70 .49 .62 .64 .84 .89
Item 8 .60 .36 .43 .38 .62 .70 .45 .20 .32 .26 .55 .75 .77 .59 .73 .61 .83 .89
Item 10 .74 .55 .47 .46 .62 .69 .86 .74 .40 .44 .54 .75 .79 .62 .70 .74 .83 .88
Item 11 .79 .62 .37 .46 .65 .70 .66 .44 .34 .37 .55 .75 .81 .65 .71 .72 .83 .89
Item 14 .51 .26 .38 .35 .65 .70 .44 .20 .33 .27 .54 .75 .41 .17 .42 .35 .87 .90
Item 15 .50 .25 .37 .34 .64 .70 .50 .25 .27 .38 .57 .74 .62 .39 .57 .60 .85 .89
Item 16 .69 .47 .49 .45 .62 .70 .74 .54 .46 .40 .50 .74 .72 .53 .71 .61 .83 .89
CU .65 .73
Item 3 .64 .41 .34 .19 .58 .71 .59 .34 .39 .37 .60 .75 .59 .35 .44 .55 .70 .89
Item 7 .61 .37 .38 .29 .56 .71 .53 .28 .36 .30 .61 .75 .58 .34 .45 .48 .70 .89
Item 12 .68 .47 .41 .18 .55 .72 .59 .35 .38 .21 .61 .76 .53 .28 .45 .42 .70 .89
Item 18 .56 .31 .39 .20 .56 .71 .89 .79 .56 .45 .54 .74 .70 .49 .61 .57 .65 .89
Item 19 .41 .17 .29 .04 .61 .73 .45 .20 .27 .14 .65 .76 .36 .13 .33 .19 .73 .90
Item 20 .48 .23 .32 .14 .59 .72 .58 .33 .36 .29 .61 .75 .60 .36 .54 .44 .68 .89
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; Nar =
Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach
da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; S = Subescala; E = Escala total. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

478
Tabela 95 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores do APSD e análise dos itens
APSD-VA APSD-VE APSD-VP
λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α
S E S E S E S E S E S E
Imp .64 .65 .77
Item 1 .72 .51 .33 .45 .61 .69 .74 .55 .44 .45 .58 .74 .78 .60 .63 .68 .70 .89
Item 4 .63 .40 .43 .44 .56 .69 .70 .48 .50 .51 .55 .73 .76 .58 .70 .65 .67 .89
Item 9 .31 .10 .29 .19 .64 .72 .59 .35 .39 .44 .61 .74 .54 .29 .44 .48 .77 .89
Item 13 .71 .50 .48 .42 .53 .69 .61 .37 .34 .32 .63 .75 .52 .27 .44 .45 .76 .89
Item 17 .56 .31 .45 .30 .55 .70 .51 .26 .38 .37 .61 .75 .62 .38 .52 .58 .74 .89
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; Nar =
Narcisismo; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Imp = Impulsividade; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach
da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; S = Subescala; E = Escala total. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

479
Tabela 96 Modelo de dois fatores do APSD-VA obtida com análise fatorial
Subescala/Item Fator 1 Fator 2 CITC α
I/CP .80 (.80)
Item 1 .61 (.55) .07 (.08) .51 (.50) .79 (.78)
Item 2 .49 .07 .36 .80
Item 4 .57 (.53) .01 (.01) .47 (.48) .79 (.78)
Item 5 .44 (.39) .06 (.05) .36 (.35) .80 (.79)
Item 6 .65 (.62) .06 (.06) .54 (.54) .78 (.78)
Item 8 .57 (.51) -.04 (-.03) .45 (.45) .79 (.78)
Item 9 .32 (.28) -.16 (-.12) .25 (.25) .81 (.81)
Item 10 .64 (.58) .07 (.07) .52 (.51) .79 (.78)
Item 11 .61 (.57) .09 (.08) .50 (.49) .79 (.79)
Item 13 .69 (.65) -.18 (-.17) .57 (.56) .78 (.77)
Item 14 .48 (.43) .05 (.05) .38 (.39) .80 (.79)
Item 15 .48 (.44) -.03 (.00) .39 (.40) .80 (.79)
Item 16 .59 (.54) .09 (.07) .49 (.48) .79 (.78)
Item 17 .57 (.51) -.25 (-.21) .45 (.44) .79 (.78)
CU .62
Item 3 .05 (.04) .56 (.44) .34 .58
Item 7 .16 (.12) .61 (.51) .38 .56
Item 12 .01 (.00) .64 (.52) .41 .55
Item 18 .01 (.02) .60 (.48) .39 .56
Item 19 -.14 (-.13) .55 (.44) .29 .61
Item 20 -.03 (-.03) .52 (.40) .32 .59
eingenvalue 4.44 (3.54) 2.17 1.41
Variância explicada 22.19% (18.65%) 1.85% (7.41%)
Notas: APSD-VA = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão Autorrelato; I/CP =
Impulsividade/Problemas de conduta; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; CITC = correlação item-total corrigida;
α = alfa de Cronbach da escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores dos pesos
fatoriais ≥ .30 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da análise fatorial, com o método de
extração de dois fatores de máxima verosimilhança com rotação Promax (item 2 removido). Sem ser entre parêntesis
são apresentados os resultados da extração de dois fatores através da análise de componentes principais com rotação
Promax.

480
Tabela 97 Modelo de dois fatores do APSD-VE obtida com análise fatorial
Subescala/Item Fator 1 Fator 2 CITC α
I/CP .77 (.77)
Item 1 .64 (.13) .02 (.26) .52 (.51) .74 (.74)
Item 2 .30 .08 .23 .77
Item 4 .56 (.60) .15 (.01) .51 (.51) .74 (.74)
Item 5 .14 (.53) .31 (.10) .19 (.20) .77 (.77)
Item 6 .40 (.37) .25 (.16) .35 (.34) .75 (.76)
Item 8 .51 (.41) -.15 (-.06) .34 (.34) .76 (.76)
Item 9 .53 (.48) .04 (.04) .45 (.46) .74 (.74)
Item 10 .55 (.50) .15 (.10) .47 (.47) .75 (.75)
Item 11 .47 (.40) .11 (.11) .38 (.37) .75 (.75)
Item 13 .54 (.48) -.09 (-.10) .37 (.37) .75 (.75)
Item 14 .60 (.51) -.26 (-.19) .37 (.37) .75 (.75)
Item 15 .55 (.48) -.08 (-.05) .42 (.42) .75 (.75)
Item 16 .58 (.52) .00 (.00) .45 (.45) .75 (.75)
Item 17 .51 (.45) -.02 (-.03) .38 (.37) .75 (.75)
CU .65
Item 3 .13 (.13) .54 (.42) .39 .60
Item 7 .02 (.05) .57 (.43) .36 .61
Item 12 -.18 (-.15) .68 (.58) .38 .61
Item 18 .03 (-.02) .75 (.76) .56 .54
Item 19 -.14 (-.13) .49 (.41) .27 .65
Item 20 .00 (.01) .54 (.42) .36 .61
eingenvalue 4.19 (3.36) 1.97 (1.27)
Variância explicada 20.93% (17.69%) 9.86% (6.70%)
Notas: APSD-VE = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão relato pelos encarregados de educação;
; I/CP = Impulsividade/Problemas de conduta; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; CITC = correlação item-total
corrigida; α = alfa de Cronbach da escala e no caso dos itens se este for excluído. Os valores dos pesos fatoriais
superiores ou iguais a .30 em valor absoluto apresentam-se a negrito. Os valores dos CITCs superiores a .20 apresentam-
se a negrito. Entre parêntesis são apresentados os resultados da análise fatorial, com o método de extração de dois
fatores de máxima verosimilhança com rotação Promax (item 2 removido). Sem ser entre parêntesis são apresentados
os resultados da extração de dois fatores através da análise de componentes principais com rotação Promax.

481
Tabela 98 Modelo de dois fatores do APSD-VP obtida com análise fatorial
Subescala/Item Fator 1 Fator 2 CITC α
I/CP .90 (.91)
Item 1 .59 (.56) .24 (.23) .70 (.70) .89 (.89)
Item 2 .19 .30 .35 .90
Item 4 .60 (.40) .15 (.34) .65 (.66) .89 (.90)
Item 5 .60 (.57) .21 (.19) .66 (.66) .89 (.90)
Item 6 .73 (.65) .17 (.25) .76 (.77) .88 (.89)
Item 8 .91 (1.09) -.23 (-.41) .67 (.69) .89 (.90)
Item 9 .38 (.34) .24 (.22) .50 (.50) .89 (.90)
Item 10 .62 (.57) .28 (.32) .73 (.75) .89 (.89)
Item 11 .73 (.80) .11 (.02) .73 (.75) .89 (.89)
Item 13 .37 (.37) .17 (.15) .42 (.46) .90 (.91)
Item 14 .61 (.46) -.24 (-.08) .36 (.37) .90 (.91)
Item 15 .59 (.50) .10 (.15) .59 (.61) .89 (.90)
Item 16 .88 (.89) -.21 (-.21) .65 (.67) .89 (.90)
Item 17 .40 (.17) .31 (.52) .53 (.54) .89 (.90)
CU .73
Item 3 .18 (.01) .54 (.67) .44 .70
Item 7 .18 (.01) .46 (.57) .45 .70
Item 12 .09 (.14) .51 (.35) .45 .70
Item 18 .09 (.26) .66 (.36) .61 .65
Item 19 -.48 (-.21) .84 (.44) .33 .73
Item 20 -.08 (-.10) .75 (.64) .54 .68
eingenvalue 7.53 (7.00) 1.69 (1.08)
Variância 37.67% (36.86%) 8.44% (5.69%)
explicada
Notas: APSD-VP = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social – Versão relato pelos professores; I/CP =
Impulsividade/Problemas de conduta; CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; CITC = correlação item-total corrigida;
α = alfa de Cronbach da escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores dos pesos
fatoriais ≥ .30 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da análise fatorial, com o método de
extração de dois fatores de máxima verosimilhança com rotação Promax (item 2 removido). Sem ser entre parêntesis
são apresentados os resultados da extração de dois fatores através da análise de componentes principais com rotação
Promax.

482
_____________________________________________________________ANEXO 17
Análise da estrutura fatorial da PANAS-C

Anexo 17 Análise da estrutura fatorial da PANAS-C

483
Análise da estrutura fatorial da Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças (PANAS-C)

Tabela 99 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais da PANAS-C testados


χ2 df χ2/df RMSEA (90% I.C.) CFI GFI AIC MECVI ΔX2
PANAS-CVA
Modelo 1 1457.05*** 405 3.60 .08*** (.08-.09) .73 .76 1577.05 4.33
*** ***
Modelo 2 1413.49 404 3.49 .08 (.08-.09) .74 .77 1535.49 4.22 (43.56***)
Modelo 3 1326.91*** 404 3.28 .08***(.07-.08) .76 .78 1448.91 3.98 130.14***
Modelo 4 1367.72*** 404 3.39 .08***(.08-.09) .75 .78 1489.72 4.09 83.93***
Modelo 5 1268.52*** 403 3.15 .08***(.07-.08) .78 .79 1392.52 3.83 144.97***(53.39***)
Modelo 6 1313.10*** 403 3.26 .08***(.07-.08) .76 .78 1437.10 3.95 100.39***(54.62***)
Modelo 7 1053.66*** 382 2.76 .07***(.06-.07) .83 .84 1219.66 3.37 403.39***
Modelo 8 1042.69*** 381 2.74 .07***(.06-.07) .83 .84 1210.69 3.34 370.80***
Modelo 9 995.89*** 381 2.61 .07***(.06-.07) .84 .85 1163.89 3.21 331.02***
Modelo 10 1043.50*** 381 2.74 .07***(.06-.07) .83 .84 1211.50 3.34 324.22***
Modelo 11 982.36*** 380 2.56 .07***(.06-.07) .84 .85 1152.36 3.18 286.16***
Modelo 12 1031.35*** 380 2.71 .07***(.06-.07) .83 .84 1201.35 3.32 281.75***
Modelo 13 856.05*** 327 2.62 .07***(.06-.07) .86 .86 1014.05 2.80 126.31***
Modelo 14 918.71*** 328 2.80 .07***(.07-.08) .84 .85 1074.71 2.37 123.98***
Notas: PANAS-CVA = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças Autorrelato; Modelo 1 = Modelo de dois fatores ortogonais com todos os itens; Modelo 2 = Modelo de dois fatores correlacionados;
Modelo 3 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997); Modelo 4 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000); Modelo 5 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores emocionalidade positiva
e emocionalidade negativa correlacionados; Modelo 6 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000), com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa correlacionados; Modelo 7 = Modelo de dois
fatores ortogonais com erros correlacionados; Modelo 8 = Modelo de dois fatores dependentes com erros correlacionados; Modelo 9 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997) com erros correlacionados; Modelo 10
= Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados; Modelo 11 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa e erros
correlacionados; Modelo 12 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa e erros correlacionados; Modelo 13 = Modelo
11 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA, e, 14, 16 e 25 na VP; Modelo 14 = Modelo 8 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA, e, 14, 16 e 25 na VP; χ2 = chi-square;
df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation
Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo de dois fatores relativamente aos modelos de três fatores, dos modelos com erros correlacionados relativamente aos respetivos modelos, entre parêntesis dos
modelos dependentes e independentes e dos modelos com os itens removidos com os respetivos modelos; os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão realçados
a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

485
Tabela 99 (continuação)
Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais da PANAS-C testados
χ2 df χ2/df RMSEA (90% I.C.) CFI GFI AIC MECVI ΔX2
PANAS-CVE
Modelo 1 1730.26*** 405 4.27 .09*** (.09-.09) .72 .75 1850.26 4.66
*** ***
Modelo 2 1673.81 404 4.14 .09 (.08-.09) .73 .75 1795.81 4.53 (56.45***)
Modelo 3 1518.89*** 404 3.76 .08***(.08-.09) .76 .78 1640.89 4.14 211.37***(70.86***)
Modelo 4 1514.44*** 404 3.75 .08***(.08-.09) .76 .78 1636.44 4.13 215.82***(68.64***)
Modelo 5 1448.03*** 403 3.59 .08***(.08-.09) .78 .78 1572.03 3.97 225.78***
Modelo 6 1445.80*** 403 3.59 08***(.08-.09) .78 .79 1569.80 3.96 228.01***
Modelo 7 1211.80*** 382 3.17 .07***(.07-.08) .82 .82 1377.80 3.49 518.46***
Modelo 8 1168.03*** 381 3.07 .07***(.07-.08) .83 .83 1336.03 3.38 505.78***
Modelo 9 1181.26*** 381 3.10 .07***(.07-.08) .83 .83 1349.26 3.42 337.63***
Modelo 10 1220.94*** 385 3.17 .07***(.07-.08) .82 .82 1380.94 3.50 293.50***
Modelo 11 1132.50*** 380 2.98 .07***(.07-.08) .84 .83 1302.50 3.30 315.53***
Modelo 12 1151.33*** 380 3.03 .07***(.07-.08) .84 .83 1321.33 3.35 294.47***
Modelo 13 1036.00*** 328 3.12 .07***(.07-.08) .85 .83 1192.00 3.02 96.50***
Modelo 14 1072.73*** 329 3.26 .07***(.07-.08) .84 .83 1226.73 3.11 95.30***
Nota: PANAS-CVE = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças relato pelos Encarregados de educação; Modelo 1 = Modelo de dois fatores ortogonais com todos os itens; Modelo 2 = Modelo de dois
fatores correlacionados; Modelo 3 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997); Modelo 4 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000); Modelo 5 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores
emocionalidade positiva e emocionalidade negativa correlacionados; Modelo 6 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000), com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa correlacionados;
Modelo 7 = Modelo de dois fatores ortogonais com erros correlacionados; Modelo 8 = Modelo de dois fatores dependentes com erros correlacionados; Modelo 9 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997) com erros
correlacionados; Modelo 10 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados; Modelo 11 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores emocionalidade positiva e
emocionalidade negativa e erros correlacionados; Modelo 12 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa e erros
correlacionados; Modelo 13 = Modelo 11 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA, e, 14, 16 e 25 na VP; Modelo 14 = Modelo 8 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA,
e, 14, 16 e 25 na VP; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI =
Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo de dois fatores relativamente aos modelos de três fatores, dos modelos com erros correlacionados relativamente aos respetivos
modelos, entre parêntesis dos modelos dependentes e independentes e dos modelos com os itens removidos com os respetivos modelos; os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento
aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

486
Tabela 99 (continuação)
Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais da PANAS-C testados
χ2 df χ2/df RMSEA (90% I.C.) CFI GFI AIC MECVI ΔX2
PANAS-CVP
Modelo 1 1364.50*** 405 3.37 .12***(.12-.13) .67 .57 1484.50 9.84
*** ***
Modelo 2 1329.02 404 3.29 .12 (.12-.13) .68 .57 1451.02 9.62 (43.56***)
Modelo 3 1271.91*** 404 3.15 .12***(.11-.13) .70 .59 1393.91 9.25 92.59***
Modelo 4 1306.23*** 404 3.23 .12***(.11-.13) .69 .59 1428.23 9.47 58.27***
Modelo 5 1221.76*** 403 3.03 .12***(.11-.12) .72 .59 1345.76 8.94 107.26***(50.15***)
Modelo 6 1261.61*** 403 3.13 .12***(.11-.13) .70 .59 1385.61 9.20 67.41***(44.62***)
Modelo 7 1114.48*** 382 2.92 .11***(.10-.11) .75 .65 1280.48 8.59 250.02***
Modelo 8 1091.68*** 381 2.87 .11***(.10-.12) .76 .65 1259.68 8.46 237.34***
Modelo 9 1070.97*** 381 2.81 .11***(.10-.12) .76 .65 1238.97 8.32 200.94***
Modelo 10 1105.43*** 381 2.90 .11***(.10-.12) .75 .65 1273.43 8.54 200.80***
Modelo 11 1039.84*** 380 2.74 .11***(.10-.11) .77 .65 1209.84 8.13 181.92***
Modelo 12 1080.33*** 380 2.84 .11***(.10-.12) .76 .64 1250.33 8.40 181.28***
Modelo 13 771.80*** 300 2.57 .10***(.09-.11) .83 .71 927.80 6.25 268.04***
Modelo 14 823.92*** 301 2.74 .11***(.10-.12) .81 .70 977.17 6.57 267.76***
Nota: PANAS-CVP = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças relato pelos Professores; Modelo 1 = Modelo de dois fatores ortogonais com todos os itens; Modelo 2 = Modelo de dois fatores
correlacionados; Modelo 3 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997); Modelo 4 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000); Modelo 5 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores
emocionalidade positiva e emocionalidade negativa correlacionados; Modelo 6 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000), com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa correlacionados;
Modelo 7 = Modelo de dois fatores ortogonais com erros correlacionados; Modelo 8 = Modelo de dois fatores dependentes com erros correlacionados; Modelo 9 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997) com erros
correlacionados; Modelo 10 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados; Modelo 11 = Modelo de três fatores de Mehrabian (1997), com fatores emocionalidade positiva e
emocionalidade negativa e erros correlacionados; Modelo 12 = Modelo de três fatores proposto por Killgore (2000) com erros correlacionados com fatores emocionalidade positiva e emocionalidade negativa e erros
correlacionados; Modelo 13 = Modelo 11 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA, e, 14, 16 e 25 na VP; Modelo 14 = Modelo 8 com os seguintes itens removidos: 15 e 25 na VE, 4 e 16 na VA,
e, 14, 16 e 25 na VP; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI =
Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado do modelo de dois fatores relativamente aos modelos de três fatores, dos modelos com erros correlacionados relativamente aos respetivos
modelos, entre parêntesis dos modelos dependentes e independentes e dos modelos com os itens removidos com os respetivos modelos; os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento
aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente. * p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

487
Tabela 100 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de
itens correlacionados, da PANAS-CVA
Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Positiva .86 (.86) .86
1 .41 (.41) .17 (.17) .41 (.38) .85 (.85) .41 (.41) .17 (.17) .41 .85
4 .25 .06 .27 .86 .25 .06 .27 .86
5 .49 (.49) .24 (.24) .45 (.46) .85 (.85) .48 (.48) .23 (.23) .45 .85
8 .45 (.45) .20 (.20) .52 (.51) .85 (.85) .45 (.44) .20 (.20) .52 .85
9 .60 (.60) .36 (.36) .51 (.51) .84 (.85) .60 (.60) .36 (.36) .51 .84
12 .48 (.48) .23 (.23) .42 (.42) .85 (.85) .48 (.48) .23 (.23) .42 .85
14 .35 (.35) .12 (.12) .35 (.33) .85 (.86) .35 (.34) .12 (.12) .35 .85
17 .54 (.53) .29 (.28) .57 (.56) .84 (.85) .53 (.53) .28 (.28) .57 .84
18 .65 (.65) .42 (.42) .58 (.58) .84 (.84) .65 (.65) .42 (.42) .58 .84
19 .63 (.63) .39 (.39) .57 (.57) .84 (.84) .63 (.63) .39 (.39) .57 .84
21 .58 (.58) .33 (.33) .63 (.64) .84 (.84) .58 (.58) .33 (.33) .63 .84
24 .62 (.62) .38 (.38) .52 (.53) .84 (.85) .62 (.62) .38 (.38) .52 .84
26 .64 (.64) .41 (.41) .58 (.59) .84 (.84) .64 (.64) .41 (.41) .58 .84
28 .56 (.57) .32 (.32) .46 (.47) .85 (.85) .57 (.57) .32 (.32) .46 .85
30 .60 (.60) .36 (.36) .64 (.65) .84 (.84) .59 (.60) .35 (.36) .64 .84
Notas: PANAS-CVA = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa
2

de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial
Confirmatória da PANAS-CVA com os itens 4 e 16 removidos.

488
Tabela 100 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens
correlacionados, da PANAS-CVA
Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Negativa .86 (.87)
Medo .82 (.82) .68 (.67) .75 (.80)
3 .56 (.57) .32 (.32) .53 (.56) .71 (.76) .50 (.51) .25 (.26) .52 (.53) .85 (.87)
6 .47 (.47) .22 (.22) .42 (.41) .73 (.80) .37 (.37) .14 (.14) .37 (.36) .86 (.88)
10 .67 (.66) .44 (.44) .55 (.57) .70 (.76) .60 (.60) .36 (.36) .56 (.56) .85 (.87)
11 .67 (.67) .44 (.45) .49 (.52) .72 (.77) .62 (.62) .38 (.38) .56 (.57) .85 (.86)
13 .63 (.64) .40 (.41) .59 (.62) .70 (.75) .57 (.57) .32 (.33) .58 (.59) .85 (.86)
16 .25 .06 .20 .80 .26 .07 .24 .87
20 .70 (.70) .49 (.49) .65 (.68) .69 (.74) .50 (.62) .25 (.39) .65 (.65) .85 (.86)
Preocupado 1 (1) 1 (1) .83
2 .67 (.67) .45 (.45) .62 .80 .66 (.66) .43 (.43) .62 (.61) .85 (.86)
7 .71 (.71) .51 (.51) .60 .80 .68 (.68) .46 (.46) .58 (.58) .85 (.86)
15 .46 (.46) .21 (.21) .48 .81 .47 (.47) .22 (.22) .48 (.49) .86 (.87)
22 .54 (.54) .29 (.29) .52 .81 .51 (.51) .26 (.26) .46 (.46) .86 (.87)
23 .71 (.71) .50 (.50) .59 .80 .68 (.68) .46 (.46) .57 (.58) .85 (.86)
25 .48 (.48) .23 (.23) .41 .83 .47 (.47) .22 (.22) .43 (.42) .86 (.87)
27 .58 (.58) .33 (.33) .56 .80 .57 (.57) .33 (.33) .55 (.56) .85 (.86)
29 .60 (.60) .36 (.36) .62 .80 .59 (.60) .35 (.36) .57 (.59) .85 (.86)
Notas: PANAS-CVA = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa
2

de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial
Confirmatória da PANAS-CVA com os itens 4 e 16 removidos.

489
Tabela 101 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de
itens correlacionados, da PANAS-CVE
Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Positiva .87
1 .54 (.54) .30 (.30) .55 .86 .54 (.54) .30 (.30)
4 .45 (.45) .20 (.20) .45 .87 .45 (.45) .20 (.20)
5 .62 (.62) .38 (.38) .58 .86 .62 (.62) .38 (.38)
8 .63 (.64) .40 (.40) .62 .86 .63 (.63) .40 (.40)
9 .60 (.60) .36 (.36) .55 .86 .60 (.60) .36 (.36)
12 .51 (.51) .26 (.26) .45 .87 .51 (.51) .26 (.26)
14 .33 (.33) .11 (.11) .31 .88 .33 (.33) .11 (.11)
17 .72 (.72) .52 (.52) .69 .86 .72 (.72) .51 (.51)
18 .61 (.61) .37 (.37) .55 .86 .61 (.61) .37 (.37)
19 .45 (.45) .20 (.20) .41 .87 .45 (.45) .20 (.20)
21 .69 (.69) .47 (.47) .67 .86 .69 (.69) .47 (.47)
24 .61 (.60) .37 (.37) .57 .86 .61 (.61) .37 (.37)
26 .59 (.58) .34 (.34) .55 .86 .59 (.59) .34 (.34)
28 .50 (.50) .25 (.25) .45 .87 .50 (.50) .25 (.25)
30 .76 (.76) .58 (.58) .71 .86 .76 (.76) .58 (.58)
Notas: PANAS-CE = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças relato pelos Encarregados de educação; EP = Emocionalidade Positiva; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-
2

total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados
da Análise Fatorial Confirmatória da PANAS-CE com os itens 15 e 25 removidos.

490
Tabela 101 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens
correlacionados, da PANAS-CVE
Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Negativa .86 (.87)
Medo .78 (.78) .61 (.60) .79
3 .56 (.57) .32 (.32) .59 .75 .51 (.51) .26 (.26) .56 (.57) .85 (.85)
6 .44 (.44) .20 (.20) .39 .79 .38 (.38) .15 (.14) .39 (.38) .86 (.87)
10 .69 (.69) .48 (.48) .60 .75 .61 (.60) .37 (.36) .60 (.61) .85 (.85)
11 .51 (.51) .26 (.26) .40 .79 .49 (.49) .24 (.24) .46 (.45) .86 (.86)
13 .67 (.67) .45 (.46) .68 .74 .61 (.61) .37 (.37) .66 (.66) .84 (.85)
16 .49 (.49) .24 (.24) .39 .80 .46 (.59) .21 (.21) .44 (.45) .86 (.87)
20 .62 (.62) .39 (.39) .74 .56 (.63) .32 (.31) .63 (.63) .85 (.85)
Preocupado 1 (1) 1 (1) .79 (.82)
2 .71 (.72) .50 (.52) .63 (.65) .74 (.77) .69 (.70) .47 (.48) .62 (.62) .85 (.85)
7 .62 (.61) .38 (.38) .54 (.55) .77 (.81) .61 (.61) .38 (.38) .53 (.53) .85 (.86)
15 .24 .06 .27 .80 .24 .06 .25 .86
22 .60 (.60) .36 (.36) .52 (.51) .76 (.80) .59 (.59) .35 (.35) .53 (.52) .85 (.86)
23 .64 (.64) .41 (.40) .59 (.60) .75 (.78) .64 (.63) .41 (.40) .55 (.55) .85 (.86)
25 .28 .08 .25 .80 .28 .08 .26 .86
27 .57 (.56) .32 (.32) .57 (.55) .76 (.80) .55 (.54) .30 (.29) .51 (.50) .85 (.86)
29 .79 (.79) .62 (.62) .69 (.69) .74 (.77) .76 (.76) .57 (.58) .66 (.66) .85 (.85)
Notas: PANAS-CE = Escala da Afetividade Negativa e Positiva - Versão Crianças relato pelos Encarregados de educação; EP = Emocionalidade Positiva; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-
2

total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados
da Análise Fatorial Confirmatória da PANAS-CE com os itens 15 e 25 removidos.

491
Tabela 102 Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de
itens correlacionados, da PANAS-CVP
Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Positiva .91 (.92)
1 .48 (.47) .23 (.22) .48 (.47) .23 (.22) .51 (.49) .91 (.92)
4 .50 (.49) .25 (.24) .50 (.49) .25 (.24) .57 (.53) .91 (.92)
5 .72 (.71) .52 (.50) .71 (.70) .51 (.49) .74 (.73) .90 (.91)
8 .70 (.69) .49 (.47) .69 (.68) .48 (.46) .74 (.73) .90 (.91)
9 .64 (.65) .42 (.42) .65 (.65) .42 (.43) .61 (.62) .91 (.92)
12 .72 (.72) .51 (.52) .72 (.72) .51 (.52) .63 (.66) .91 (.91)
14 .18 .03 .18 .03 .25 (.65) .92
17 .64 (.64) .42 (.41) .64 (.63) .41 (.40) .65 (.78) .91 (.91)
18 .83 (.84) .69 (.71) .83 (.84) .70 (.71) .75 (.61) .90 (.91)
19 .65 (.66) .43 (.43) .66 (.66) .43 (.43) .61 (.72) .91 (.92)
21 .70 (.69) .49 (.48) .70 (.69) .49 (.47) .73 (.57) .90 (.91)
24 .63 (.64) .40 (.40) .64 (.64) .41 (.41) .56 (.65) .91 (.92)
26 .67 (.67) .45 (.45) .67 (.67) .45 (.45) .65 (.62) .91 (.91)
28 .69 (.70) .47 (.48) .69 (.70) .48 (.49) .59 (.74) .91 (.92)
30 .76 (.76) .58 (.58) .76 (.76) .58 (.57) .73 (.49) .90 (.92)
Notas: PANAS-CVP = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial estandardizado; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total
2

corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da
Análise Fatorial Confirmatória da PANAS-CVP com os itens 14,16 e 25 removidos.

492
Tabela 102 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de três fatores proposto por Mehrabian e do modelo de dois fatores, com os fatores e erros de itens
correlacionados, da PANAS-CVP
(Sub)escalas/Itens Modelo de três fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Emocionalidade Negativa .89 (.91)
Medo .81 (.81) .66 (.66) .83 (.88)
3 .74 (.74) .55 (.55) .72 (.74) .78 (.85) .67 (.67) .44 (.45) .68 (.69) .88 (.90)
6 .66 (.66) .44 (.44) .55 (.63) .81 (.88) .56 (.57) .32 (.32) .52 (.56) .89 (.91)
10 .78 (.78) .61 (.61) .70 (.69) .78 (.86) .75 (.75) .56 (.57) .72 (.72) .88 (.90)
11 .74 (.73) .54 (.54) .63 (.60) .80 (.87) .73 (.72) .53 (.52) .70 (.69) .88 (.90)
13 .84 (.84) .71 (.71) .79 (.81) .77 (.84) .77 (.77) .59 (.59) .78 (.80) .88 (.90)
16 .17 .03 .15 .88 .19 .04 .20 .91
20 .72 (.73) .52 (.53) .70 (.74) .78 (.85) .64 (.64) .41 (.41) .66 (.67) .88 (.90)
Preocupado 1 (1) 1 (1) .85
2 .84 (.85) .71 (.72) .71 (.73) .82 (.83) .79 (.79) .62 (.62) .71 (.74) .88 (.90)
7 .69 (.69) .48 (.47) .69 (.69) .82 (.84) .66 (.65) .43 (.43) .63 (.60) .89 (.91)
15 .58 (.57) .33 (.33) .48 (.47) .85 (.87) .55 (.54) .30 (.29) .50 (.49) .89 (.91)
22 .79 (.79) .63 (.63) .72 (.73) .82 (.83) .79 (.80) .63 (.63) .73 (.74) .88 (.90)
23 .49 (.49) .24 (.24) .53 (.50) .84 (.86) .49 (.48) .24 (.23) .45 (.40) .89 (.91)
25 .18 .03 .22 .86 .19 .04 .21 .90
27 .67 (.67) .45 (.45) .60 (.60) .83 (.85) .65 (.65) .42 (.42) .61 (.63) .89 (.91)
29 .81 (.81) .66 (.66) .76 (.73) .81 (.83) .73 (.73) .54 (.54) .69 (.70) .88 (.90)
Notas: PANAS-CVP = Escala da Afetividade Negativa e Positiva – Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial estandardizado; λ = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total
2

corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da
Análise Fatorial Confirmatória da PANAS-CVP com os itens 14,16 e 25 removido

493
_____________________________________________________________ANEXO 18
Análise da estrutura fatorial do BFQ-C

Anexo 18 Análise da estrutura fatorial do BFQ-C

495
Análise da estrutura fatorial do Questionário dos Cinco Fatores – Versão Crianças (BFQ-C)

Tabela 103 Índices e estatísticas de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados do BFQ-C
χ2 df χ2/df RMSEA (90% CFI GFI AIC MECVI ΔX2
I.C.)
BFQ-CVA
Modelo 1 5595.97*** 2017 2.77 .07***(.07-.07) .60 .66 5851.97 16.10 (920.30***)
Modelo 2 4675.67*** 2008 2.33 .06***(.06-.06) .70 .70 4949.67 13.65 562.28***
Modelo 3 5036.33*** 1771 2.84 .07***(.07-.07) .62 .67 5276.33 14.51 559.64***
Modelo 4 4113.39*** 1762 2.33 .06***(.06-.06) .73 .71 4371.39 12.05 (562.28***)

BFQ-CVE
Modelo 1 5481.40*** 2017 2.72 .07***(.06-.07) .68 .68 5737.40 14.51 (696.97***)
Modelo 2 4784.43*** 2007 2.38 .06***(.06-.06) .74 .71 5060.43 12.82 530.54***
Modelo 3 4951.40*** 1771 2.80 .07***(.07-.07) .69 .69 5191.40 13.12 530***
Modelo 4 4253.89*** 1761 2.42 .06***(.06-.06) .76 .72 4513.89 11.43 (701.50***)

BFQ-CVP
Modelo 1 4875.90*** 1831 2.66 .10***(.10-.11) .62 .47 5119.90 34.34 (433.46***)
Modelo 2 4442.44*** 1821 2.44 .10***(.09-.10) .68 .49 4706.44 31.75
Notas: BFQ-C = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; χ2 =
chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI =
Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado dos modelos com os itens removidos e os respetivos modelos com todos os itens e entre parêntesis dos modelos
independentes e dependentes; Modelo 1 = Modelo de cinco fatores independentes; Modelo 2 = Modelo de cinco fatores dependentes; Modelo 3 = Modelo de cinco fatores independentes com os
itens 9, 39, 42 e 50 removidos na VA e com os itens 9, 36, 39 e 42 removidos na VE; Modelo 4 = Modelo de cinco fatores dependentes com os itens 9, 39, 42 e 50 removidos na VA e com os itens
9, 36, 39 e 42 removidos na VE. Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

497
Tabela 104 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da
BFQ-CVA
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Energia/Extroversão .75 (.78)
63 .58 (.58) .34 (.34) .41 (.45) .73 (.76)
57 .63 (.63) .40 (.40) .49 (.51) .72 (.75)
55 .33 (.32) .11 (.10) .35 (.31) .73 (.78)
50 .18 .03 .22 .75
42 .12 .01 .18 .75
40 .73 (.74) .53 (.54) .53 (.61) .72 (.74)
35 .44 (.44) .19 (.19) .36 (.37) .73 (.77)
26 .36 (.35) .13 (.12) .40 (.39) .73 (.77)
23 .40 (.39) .16 (.15) .47 (.42) .72 (.76)
19 .72 (.73) .52 (.53) .53 (.60) .72 (.74)
14 .50 (.49) .25 (.24) .40 (.40) .73 (.76)
9 .11 .01 .19 .76
1 .52 (.53) .27 (.28) .41 (.46) .73 (.76)
Agradabilidade .85
2 .36 (.36) .13 (.13) .38 .85
11 .57 (.57) .33 (.33) .47 .84
13 .56 (.56) .31 (.31) .52 .84
16 .45 (.45) .21 (.21) .44 .84
21 .48 (.48) .23 (.23) .48 .84
27 .73 (.73) .54 (.54) .65 .83
32 .70 (.70) .49 (.49) .62 .83
38 .65 (.66) .43 (.43) .51 .84
45 .70 (.70) .49 (.49) .60 .83
47 .46 (.46) .21 (.21) .48 .84
51 .50 (.50) .25 (.25) .48 .84
60 .55 (.55) .30 (.30) .53 .84
64 .43 (.43) .18 (.18) .45 .84
Notas: BFQ-CA = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ2
= fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos
itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são
apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 39, 42 e 50 removidos.

498
Tabela 104 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da BFQ-CVA
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Conscienciosidade .88
3 .61 (.61) .37 (.37) .56 .87
7 .68 (.68) .46 (.46) .62 .87
20 .76 (.76) .58 (.58) .69 .86
22 .73 (.73) .53 (.53) .66 .86
25 .47 (.47) .22 (.22) .46 .88
28 .64 (.64) .41 (.41) .56 .87
34 .60 (.60) .35 (.36) .52 .87
37 .44 (.44) .20 (.20) .45 .88
44 .47 (.47) .22 (.22) .43 .88
48 .65 (.65) .42 (.42) .64 .87
53 .53 (.53) .28 (.28) .55 .87
56 .69 (.69) .47 (.47) .62 .87
65 .63 (.63) .40 (.40) .62 .87
Intelecto/Abertura .83
62 .67 (.67) .45 (.45) .59 .81
59 .43 (.43) .19 (.19) .39 .82
52 .64 (.64) .41 (.41) .56 .81
46 .65 (.65) .42 (.42) .57 .81
43 .45 (.45) .21 (.20) .43 .82
36 .37 (.37) .14 (.14) .36 .83
33 .34 (.33) .11 (.11) .38 .83
30 .67 (.67) .44 (.44) .55 .81
24 .34 (.34) .12 (.12) .35 .83
18 .66 (.66) .44 (.44) .55 .81
12 .73 (.73) .53 (.53) .64 .80
10 .38 (.38) .14 (.14) .37 .82
5 .61 (.61) .37 (.37) .54 .81
Notas: BFQ-CA = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ2
= fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos
itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são
apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 39, 42 e 50 removidos.

499
Tabela 104 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da BFQ-CVA
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Instabilidade Emocional .82 (.82)
61 .38 (.37) .14 (.14) .35 (.35) .81 (.82)
58 .43 (.44) .19 (.19) .39 (.41) .81 (.81)
54 .55 (.53) .30 (.29) .52 (.50) .80 (.80)
49 .58 (.58) .34 (.33) .52 (.52) .80 (.80)
41 .51 (.49) .26 (.24) .49 (.45) .80 (.81)
39 .26 .07 .27 .82
31 .48 (.50) .23 (.25) .39 (.42) .81 (.81)
29 .47 (.46) .22 (.21) .46 (.45) .81 (.81)
17 .65 (.65) .42 (.43) .52 (.53) .80 (.80)
15 .73 (.73) .53 (.53) .63 (.64) .79 (.79)
8 .58 (.59) .34 (.34) .50 (.50) .80 (.80)
6 .59 (.60) .35 (.36) .49 (.52) .80 (.80)
4 .34 (.33) .12 (.11) .41 (.40) .81 (.81)
Nota: BFQ-CA = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ = fiabilidade
2

individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A
negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial
Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 39, 42 e 50 removidos.

Tabela 105 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da


BFQ-CVE
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Energia/Extroversão .76 (.78)
63 .57 (.57) .32 (.33) .41 (.46) .75 (.77)
57 .60 (.60) .36 (.36) .50 (.53) .74 (.76)
55 .31 (.30) .10 (.09) .31 (.28) .76 (.79)
50 .39 (.38) .15 (.14) .35 (.32) .75 (.78)
42 .18 .03 .19 .77
40 .64 (.64) .41 (.41) .54 (.57) .74 (.75)
35 .41 (.40) .17 (.16) .34 (.34) .76 (.78)
26 .48 (.47) .23 (.22) .44 (.44) .74 (.77)
23 .55 (.55) .30 (.30) .48 (.49) .74 (.76)
19 .67 (.68) .45 (.46) .55 (.58) .74 (.75)
14 .51 (.50) .26 (.25) .47 (.45) .74 (.77)
9 .17 .03 .21 .78
1 .48 (.48) .23 (.23) .41 (.44) .75 (.77)
Notas: BFQ-CVE = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças relato pelos encarregados de educação; λ = peso fatorial
estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos
itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os
resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 36, 39 e 42 removidos

500
Tabela 105 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da BFQ-CVE
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Agradabilidade .84
2 .44 (.44) .20 (.20) .46 .83
11 .69 (.69) .47 (.47) .55 .83
13 .64 (.64) .41 (.40) .53 .83
16 .52 (.52) .27 (.27) .50 .83
21 .38 (.38) .15 (.15) .40 .84
27 .70 (.70) .48 (.48) .61 .82
32 .67 (.67) .44 (.44) .58 .83
38 .60 (.60) .36 (.36) .51 .83
45 .59 (.59) .35 (.35) .48 .83
47 .43 (.43) .18 (.18) .46 .83
51 .45 (.45) .21 (.21) .44 .83
60 .42 (.42) .18 (.18) .43 .83
64 .50 (.50) .25 (.25) .53 .83
Conscienciosidade .90
3 .72 (.72) .52 (.52) .69 .88
7 .76 (.76) .58 (.58) .69 .88
20 .82 (.82) .67 (.67) .75 .88
22 .81 (.81) .65 (.65) .71 .88
25 .55 (.55) .30 (.30) .52 .89
28 .55 (.55) .30 (.30) .51 .89
34 .56 (.56) .31 (.31) .54 .89
37 .45 (.45) .20 (.20) .48 .89
44 .56 (.56) .31 (.31) .55 .89
48 .65 (.65) .42 (.42) .66 .89
53 .45 (.45) .20 (.20) .47 .89
56 .76 (.76) .58 (.58) .68 .88
65 .60 (.60) .36 (.36) .59 .89
Intelecto/Abertura .85 (.86)
62 .78 (.78) .60 (.60) .65 (.67) .84 (.84)
59 .31 (.31) .10 (.09) .34 (.35) .85 (.86)
52 .59 (.59) .35 (.34) .59 (.58) .84 (.85)
46 .69 (.69) .48 (.48) .58 (.57) .84 (.85)
Notas: BFQ-CVE = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças relato pelos encarregados de educação; λ = peso
fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da
(sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.
Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 36, 39 e
42 removidos.

501
Tabela 105 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da BFQ-CVE
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Intelecto/Abertura .85 (.86)
43 .37 (.36) .13 (.13) .42 (.41) .85 (.86)
36 .29 .09 .30 .86
33 .38 (.37) .15 (.14) .46 (.43) .85 (.86)
30 .80 (.81) .65 (.65) .67 (.68) .83 (.84)
24 .47 (.47) .22 (.22) .47 (.47) .85 (.86)
18 .79 (.79) .63 (.63) .68 (.69) .84 (.84)
12 .83 (.84) .70 (.70) .70 (.71) .83 (.84)
10 .34 (.34) .12 (.12) .36 (.39) .85 (.86)
5 .67 (.67) .45 (.45) .64 (.64) .84 (.84)
Instabilidade Emocional .87 (.88)
61 .38 (.37) .14 (.14) .43 (.42) .87 (.88)
58 .50 (.50) .25 (.25) .51 (.52) .86 (.87)
54 .60 (.60) .36 (.36) .57 (.57) .86 (.87)
49 .75 (.75) .57 (.57) .68 (.68) .85 (.86)
41 .59 (.58) .35 (.34) .58 (.55) .86 (.87)
39 .29 .09 .30 .88
31 .49 (.50) .24 (.25) .48 (.50) .87 (.87)
29 .55 (.55) .31 (.30) .54 (.54) .86 (.87)
17 .75 (.76) .57 (.57) .65 (.66) .86 (.86)
15 .84 (.84) .71 (.71) .75 (.75) .85 (.85)
8 .75 (.76) .57 (.57) .65 (.66) .86 (.86)
6 .64 (.65) .42 (.42) .58 (.58) .86 (.87)
4 .38 (.38) .14 (.14) .39 (.39) .87 (.88)
Notas: BFQ-CVE = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças relato pelos encarregados de educação; λ = peso
fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da
(sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.
Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BFQ-CA com os itens 9, 36, 39 e
42 removidos.

502
Tabela 106 Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da
BFQ-CVP
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Energia/Extroversão .84
63 .47 .22 .39 .83
57 .65 .42 .55 .82
55 .41 .17 .44 .83
50 .59 .35 .51 .82
42 .41 .17 .40 .83
40 .58 .34 .50 .82
35 .36 .13 .34 .83
26 .63 .40 .58 .82
23 .69 .48 .62 .81
19 .64 .41 .53 .82
14 .54 .29 .54 .82
9 .45 .20 .46 .83
1 .52 .28 .50 .82
Agradabilidade .90
2 .60 .36 .59 .89
11 .74 .54 .66 .89
13 .56 .31 .49 .90
21 .53 .28 .53 .89
27 .81 .65 .75 .88
32 .84 .70 .79 .88
38 .71 .50 .61 .89
45 .70 .49 .65 .89
47 .69 .47 .68 .89
51 .51 .26 .48 .90
60 .58 .34 .59 .89
64 .61 .37 .61 .89
Conscienciosidade .96
3 .87 .76 .85 .95
7 .91 .82 .87 .95
20 .90 .81 .87 .95
22 .94 .88 .91 .95
25 .86 .74 .84 .95
28 .65 .42 .64 .96
Notas: BFQ-CVP = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial
estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala
e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

503
Tabela 106 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de cinco fatores correlacionados da BFQ-CVP
Fatores/Itens λ λ2 CITC α
Conscienciosidade .96
34 .58 .33 .59 .96
44 .83 .69 .81 .95
48 .73 .53 .74 .95
56 .91 .83 .88 .95
65 .76 .58 .75 .95
Intelecto/Abertura .94
62 .91 .82 .82 .93
59 .43 .19 .51 .94
52 .71 .51 .70 .94
46 .88 .77 .81 .93
43 .47 .22 .52 .94
36 .48 .23 .54 .94
33 .57 .32 .65 .94
30 .93 .87 .85 .93
24 .68 .46 .69 .94
18 .92 .85 .87 .93
12 .91 .83 .86 .93
10 .67 .45 .68 .94
5 .84 .71 .80 .93
Instabilidade Emocional .89
61 .36 .13 .50 .89
58 .39 .15 .42 .89
54 .61 .37 .57 .89
49 .81 .65 .73 .88
41 .76 .58 .72 .88
39 .46 .21 .40 .89
31 .42 .18 .46 .89
29 .59 .34 .54 .89
17 .86 .74 .77 .88
15 .82 .68 .77 .88
8 .86 .74 .79 .87
6 .68 .46 .64 .88
4 .38 .15 .34 .90
Notas: BFQ-CVP = Questionário dos Cinco Fatores - Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial
estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala
e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

504
_____________________________________________________________ANEXO 19
Análise da estrutura fatorial das escalas BIS/BAS-C

Anexo 19 Análise da estrutura fatorial das escalas BIS/BAS-C

505
Análise da estrutura fatorial das Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental – Versão
Crianças (BIS/BAS-C)

Tabela 107 Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados das escalas BIS/BAS-C
χ2 df χ2/df RMSEA CFI GFI AIC MECVI ΔX2
(90% I.C.)
BIS/BAS-CVA
Modelo 1 649.99*** 171 3.80 .09*** (.08-.10) .73 .82 727.99 2.00 169.67***
Modelo 2 480.32*** 168 2.86 .07*** (.06-.08) .82 .87 564.32 1.55 (96.66***)
Modelo 3 563.75*** 170 3.32 08*** (.07-.09) .78 .83 643.75 1.77 (94.66***)
Modelo 4 385.66*** 167 2.31 06* (.05-.07) .88 .89 471.66 1.30 178.09***
Modelo 5 530.09*** 152 3.49 08*** (.08-.09) .78 .83 606.09 1.66 33.66*
Modelo 6 352.05*** 149 2.36 06* (.05-.07) .88 .89 434.05 1.20 33.61*
BIS/BAS-CVE
Modelo 1 862.91*** 171 5.05 .10*** (.09-.11) .65 .78 940.91 2.37 175.07***
Modelo 2 687.84*** 168 4.09 .09***(.08-.10) .74 .84 771.84 1.95 (38.15***)
Modelo 3 810.80*** 170 4.75 .10*** (.09-.10) .68 .78 890.80 2.24 (52.11***)
Modelo 4 649.69*** 167 3.89 .09***(.08-.09) .76 .84 735.69 1.86 161.11***
Modelo 5 705.05*** 135 5.22 .10***(.10-.11) .70 .79 777.05 1.96 105.75***
Modelo 6 543.19*** 132 4.12 .09***(.08-.10) .79 .85 621.19 1.57 106.50***
Notas: BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos Encarregados
de educação; Modelo 1 = Modelo de dois fatores BIS e BAS ortogonais; Modelo 2 = Modelo de quatro fatores, no qual BIS e BAS são ortogonais; Modelo 3 = Modelo de dois fatores dependentes;
Modelo 4 = Modelo de quatro fatores, no qual BIS e BAS são dependentes; Modelo 5 = Modelo 3 com item 14 removido na VA e os itens 5 e 14 removidos na VE e na VP; Modelo 6 = Modelo
4 com item 14 removido na VA e os itens 5 e 14 removidos na VE e na VP; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança;
CFI = Comparative Fit Index; AIC = Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado dos modelos de dois e quatro
fatores, dos modelos com itens removidos e os respetivos, e entre parêntesis de modelos ortogonais e dependentes; Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um
ajustamento aceitável e bom estão realçados a itálico e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

507
Tabela 107 (continuação)
Índices de qualidade de ajustamento dos modelos fatoriais testados das escalas BIS/BAS-C
χ2 df χ2/df RMSEA CFI GFI AIC MECVI ΔX2
(90% I.C.)
BIS/BAS-CVP
Modelo 1 571.82*** 171 3.34 .12***(.11-.14) .65 .70 649.82 4.30 109.83***
Modelo 2 461.99*** 168 2.75 .11***(.10-.12) .74 .76 545.99 3.63 (8.68**)
Modelo 3 564.29*** 170 3.32 .12***(.11-.13) .65 .71 644.29 4.27 (7.53**)
Modelo 4 453.31*** 167 2.71 .11***(.09-.12) .75 .76 539.31 3.59 110.98***
Modelo 5 450.48*** 135 3.34 .12***(.11-.14) .70 .73 522.48 3.46 113.81***
Modelo 6 339.727*** 132 2.57 .10***(.09-.11) .80 .80 417.73 2.78 113.58***
Notas: BIS/BAS-C = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças; VP = Versão relato pelos Professores; Modelo 1 = Modelo de dois
fatores BIS e BAS ortogonais; Modelo 2 = Modelo de quatro fatores, no qual BIS e BAS são ortogonais; Modelo 3 = Modelo de dois fatores dependentes; Modelo 4 = Modelo de quatro fatores,
no qual BIS e BAS são dependentes; Modelo 5 = Modelo 3 com item 14 removido na VA e os itens 5 e 14 removidos na VE e na VP; Modelo 6 = Modelo 4 com item 14 removido na VA e os
itens 5 e 14 removidos na VE e na VP; χ2 = chi-square; df = degrees of freedom; χ2/df = chi-square/degrees of freedom ratio; I.C. = Intervalo de confiança; CFI = Comparative Fit Index; AIC =
Akaike Information Criterion; MECVI = Modified Expected Cross-Validation Index; ΔX2 = teste de diferença Qui-quadrado dos modelos de dois e quatro fatores, dos modelos com itens removidos
e os respetivos, e entre parêntesis de modelos ortogonais e dependentes; Os índices que se encontram dentro dos valores recomendados para um ajustamento aceitável e bom estão realçados a
itálico e negrito, respetivamente.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

508
Tabela 108 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVA
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α
Sistema de Inibição Comportamental .56 (.61)
1 .42 (.42) .18 (.18) .42 (.42) .17 (.17) .43 (.43) .47 (.53)
5 .35 (.35) .12 (.12) .35 (.35) .12 (.12) .26 (.25) .53 (.61)
9 .51 (.51) .26 (.26) .51 (.51) .26 (.26) .36 (.39) .49 (.55)
13 .44 (.44) .20 (.19) .44 (.44) .20 (.20) .29 (.34) .52 (.57)
14 -.02 .00 -.02 .00 .05 .61
18 .58 (.59) .34 (.34) .59 (.59) .35 (.35) .41 (.43) .48 (.54)
20 .44 (.45) .20 (.20) .44 (.45) .20 (.20) .24 (.23) .54 (.61)
Sistema de Ativação Comportamental .85
Resposta à Recompensa .82 (.82) .67 (.92) .74
2 .66 (.66) .43 (.43) .51 .70 .61 (.61) .37 (.37) .57 .83
6 .49 (.49) .24 (.24) .43 .73 .36 (.36) .13 (.13) .32 .85
10 .69 (.69) .47 (.47) .61 .67 .51 (.51) .26 (.26) .47 .84
15 .60 (.60) .36 (.36) .50 .70 .49 (.49) .24 (.24) .46 .84
19 .63 (.63) .40 (.40) .52 .70 .58 (.58) .33 (.33) .52 .83
Notas: BIS/BAS-CVA = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade
individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.
Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVA com o item 14 removido.

509
Tabela 108 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVA
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Sistema de Ativação Comportamental .85
Energia .75 (.75) .56 (.56) .83
3 .79 (.79) .63 (.63) .69 .77 .71 (.71) .51 (.51) .64 .83
7 .84 (.84) .71 (.71) .75 .74 .72 (.72) .52 (.52) .65 .82
11 .68 (.68) .46 (.46) .59 .81 .70 (.70) .49 (.49) .63 .83
16 .67 (.67) .45 (.45) .60 .81 .63 (.63) .40 (.40) .58 .83
Busca de Divertimento .96 (.96) .92 (.67) .55
4 .46 (.46) .21 (.23) .40 .42 .43 (.43) .18 (.18) .41 .84
8 .59 (.59) .35 (.35) .41 .40 .54 (.54) .30 (.30) .51 .83
12 .48 (.48) .23 (.23) .24 .54 .43 (.43) .18 (.18) .40 .84
17 .40 (.40) .16 (.16) .29 .51 .37 (.37) .14 (.14) .34 .85
Notas: BIS/BAS-CVA = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças Autorrelato; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade
individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.
Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVA com o item 14 removido.

510
Tabela 109 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVE
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α
Sistema de Inibição Comportamental .50 (.57)
1 .41 (.40) .17 (.16) .40 (.40) .16 (.16) .40 (.39) .40 (.48)
5 .27 .07 .28 .08 .16 .51
9 .44 (.48) .19 (.23) .44 (.48) .20 (.24) .25 (.30) .46 (.53)
13 .65 (.66) .42 (.43) .64 (.65) .41 (.42) .39 (.43) .40 (.45)
14 .05 .00 .06 .00 .04 .55
18 .52 (.46) .27 (.21) .53 (.47) .28 (.22) .42 (.34) .40 (.51)
20 .34 (.34) .12 (.12) .34 (.34) .12 (.11) .14 (.21) .51 (.59)
Sistema de Ativação Comportamental .84
Resposta à Recompensa .68 (.68) .47 (.78) .73
2 .57 (.57) .32 (.32) .43 .72 .54 (.54) .29 (.29) .49 .83
6 .49 (.49) .24 (.24) .44 .71 .35 (.35) .12 (.12) .30 .84
10 .56 (.56) .31 (.31) .52 .68 .38 (.38) .15 (.14) .34 .84
15 .66 (.66) .44 (.44) .53 .67 .55 (.55) .30 (.30) .50 .83
19 .71 (.71) .51 (.51) .57 .66 .59 (.59) .35 (.34) .54 .83
Notas: BIS/BAS-CVE = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; λ = peso fatorial
estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores
λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVE com os itens 5 e 14 removidos.

511
Tabela 109 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVE
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Sistema de Ativação Comportamental .84
Energia .91 (.91) .83 .78
3 .78 (.78) .61 (.61) .66 .69 .72 (.72) .52 (.52) .64 .82
7 .79 (.79) .62 (.62) .67 .68 .70 (.70) .49 (.49) .62 .82
11 .52 (.52) .27 (.27) .43 .80 .59 (.59) .34 (.34) .54 .83
16 .69 (.69) .48 (.48) .60 .73 .64 (.65) .41 (.42) .59 .82
Busca de Divertimento .88 (.88) .77 (.47) .63
4 .59 (.59) .35 (.35) .48 .50 .51 (.51) .26 (.26) .49 .83
8 .70 (.70) .49 (.49) .51 .47 .58 (.58) .33 (.34) .54 .83
12 .45 (.45) .20 (.20) .26 .65 .47 (.47) .22 (.22) .43 .83
17 .46 (.46) .21 (.21) .38 .58 .35 (.36) .12 (.13) .32 .84
Notas: BIS/BAS-CVE = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças de relato pelos encarregados de educação; λ = peso fatorial
estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores
λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVE com os itens 5 e 14 removidos.

512
Tabela 110 Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVP
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α
Sistema de Inibição Comportamental .59 (.62)
1 .61 (.58) .38 (.33) .62 (.57) .38 (.33) .53 (.51) .42 (.50)
5 .13 .02 .12 .01 .03 .62
9 .41 (.51) .17 (.26) .41 (.51) .17 (.26) .18 (.34) .56 (.58)
13 .52 (.54) .27 (.29) .52 (.54) .27 (.29) .39 (.39) .48 (.56)
14 .27 .07 .27 .07 .21 .55
18 .55 (.47) .30 (.22) .54 (.46) .29 (.22) .50 (.33) .44 (.59)
20 .49 (.47) .24 (.22) .49 (.47) .24 (.22) .22 (.32) .54 (.60)
Sistema de Ativação Comportamental .88
Resposta à Recompensa .95 (.95) .91 (.48) .77
2 .54 (.54) .29 (.29) .43 .78 .52 (.52) .27 (.27) .52 .87
6 .55 (.55) .30 (.30) .48 .75 .83 (.83) .69 (.69) .74 .86
10 .68 (.68) .46 (.46) .59 .72 .48 (.48) .23 (.23) .53 .87
15 .73 (.73) .53 (.53) .63 .70 .47 (.47) .22 (.22) .36 .88
19 .76 (.76) .58 (.57) .64 .69 .74 (.74) .54 (.54) .62 .86
Notas: BIS/BAS-CVP = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVP com o item 5 e 14 removido.

513
Tabela 110 (continuação)
Estimativas dos parâmetros dos modelos de quatro fatores e dois fatores, com fatores BIS e BAS correlacionados, das BIS/BAS-CVP
(Sub)escalas/Itens Modelo de quatro fatores Modelo de dois fatores
λ λ 2
CITC α λ λ2 CITC α
Sistema de Ativação Comportamental .88
Energia .81 (.81) .65 .87
3 .89 (.89) .80 (.80) .79 .80 .58 (.58) .34 (.34) .59 .87
7 .81 (.81) .65 (.65) .72 .83 .58 (.58) .34 (.34) .56 .87
11 .77 (.77) .59 (.59) .72 .83 .74 (.74) .55 (.55) .63 .86
16 .69 (.69) .47 (.47) .65 .86 .58 (.58) .34 (.34) .59 .87
Resposta à Recompensa .69 (.69) .48 (.89) .73
4 .74 (.74) .54 (.54) .66 .58 .65 (.65) .42 (.42) .62 .86
8 .66 (.66) .44 (.44) .51 .67 .70 (.70) .49 (.49) .66 .86
12 .76 (.75) .57 (.57) .54 .66 .22 (.22) .05 (.05) .26 .89
17 .40 (.41) .16 (.16) .40 .74 .67 (.67) .45 (.45) .62 .86
Notas: BIS/BAS-CVP = Escalas de Sistema de Ativação Comportamental/Sistema de Inibição Comportamental - Versão Crianças relato pelos professores; λ = peso fatorial estandardizado; λ2 =
fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e
CITC > .20. Entre parêntesis são apresentados os resultados da Análise Fatorial Confirmatória da BISBAS-CVP com o item 5 e 14 removido.

514
_____________________________________________________________ANEXO 20
Análise da estrutura fatorial da ABRS

Anexo 20 Análise da estrutura fatorial da ABRS

515
Análise da estrutura fatorial da Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo (ABRS)

Tabela 111 Estimativas dos parâmetros do modelo de dois fatores independentes do ABRS e análise dos itens
(Sub)escala/Item ABRS-VA ABRS-VE ABRS-VP
λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α λ λ2 CITC α
S E S E S E S E S E S E
Total .68 .82 .95
Agressão Reativa .54 .76 .89
Item 1 .64 .41 .44 .39 .40 .66 .78 .61 .55 .48 .71 .81 .83 .69 .76 .74 .86 .95
Item 4 .56 .32 .04 .13 .57 .68 .61 .37 .46 .56 .73 .80 .78 .61 .75 .83 .86 .94
Item 7 .74 .55 .45 .35 .40 .66 .90 .80 .65 .63 .68 .80 .85 .73 .78 .76 .86 .95
Item 9 .57 .32 .21 .20 .52 .68 .69 .48 .46 .46 .73 .81 .71 .51 .67 .70 .88 .95
Item 12 .60 .36 .34 .37 .47 .66 .71 .50 .53 .49 .71 .81 .72 .51 .67 .64 .88 .95
Item 14 .50 .25 .18 .26 .54 .68 .43 .19 .35 .38 .76 .82 .68 .46 .64 .65 .88 .95
Item 16 .90 .81 .54 .39 .65 .67 .77 .59 .37 .29 .72 .82 .84 .70 .78 .76 .92 .95
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; λ = peso
fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; S = Subescala; E = Escala
total. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

517
Tabela 111 (continuação)
Estimativas dos parâmetros do modelo de dois fatores independentes do ABRS e análise dos itens
(Sub)escala/Item ABRS-VA ABRS-VE ABRS-VP
λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α λ λ 2
CITC α
S E S E S E S E S E S E
Agressão Proativa .69 .73 .93
Item 2 .71 .50 .38 .29 .67 .67 .70 .50 .44 .43 .70 .81 .89 .79 .86 .83 .91 .94
Item 3 .56 .32 .12 .24 .71 .68 .72 .51 .52 .48 .69 .81 .75 .56 .74 .74 .92 .95
Item 5 .66 .44 .27 .33 .68 .67 .65 .42 .27 .24 .73 .82 .63 .40 .60 .58 .93 .95
Item 6 .78 .61 .43 .28 .66 .67 .64 .41 .31 .25 .72 .82 .68 .47 .64 .60 .92 .95
Item 8 .63 .40 .27 .25 .68 .68 .61 .37 .39 .44 .71 .81 .74 .55 .73 .78 .92 .94
Item 10 .69 .48 .10 .13 .73 .69 .65 .43 .56 .53 .68 .80 .78 .60 .77 .81 .92 .94
Item 11 .87 .76 .53 .40 .64 .66 .54 .29 .31 .34 .72 .82 .78 .60 .73 .71 .92 .95
Item 13 .89 .79 .66 .51 .61 .65 .95 .91 .41 .30 .72 .82 .84 .70 .78 .75 .92 .95
Item 15 .62 .39 .44 .39 .65 .66 .71 .50 .48 .51 .70 .80 .64 .42 .64 .68 .93 .95
Item 16 .90 .81 .54 .39 .65 .67 .77 .59 .37 .29 .72 .82 .84 .70 .78 .76 .92 .95
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; VA = Versão Autorrelato; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; VP = Versão relato pelos professores; λ = peso
fatorial estandardizado; λ2 = fiabilidade individual; CITC = correlação item-total corrigida; α = alfa de Cronbach da (sub)escala e no caso dos itens se este for excluído; S = Subescala; E = Escala
total. A negrito apresentam-se os valores λ ≥ .30, λ2 ≥ .25 e CITC > .20.

518
_____________________________________________________________ANEXO 21
Intercorrelações entre as (sub)escalas dos instrumentos de avaliação

Anexo 21 Intercorrelações entre as (sub)escalas dos instrumentos de avaliação

519
Intercorrelações entre as (sub)escalas dos instrumentos de avaliação

Tabela 112 Intercorrelações entre as (sub)escalas do ICU


(Sub)escalas ICU-VA ICU-VE ICU-VP
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1. Total - .83*** .79*** .68*** - .83*** .81*** .65*** - .90*** .87*** .57***
2. Calosidade/Frieza emocional - .61*** .32*** - .61*** .29*** - .74*** .23**
3. Indiferença Emocional - .29*** - .28*** - .24**
4. Insensibilidade Emocional - - -
Notas: ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; Cal = Calosidade/Frieza
Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

Tabela 113 Intercorrelações entre as (sub)escalas do APSD


(Sub)escalas APSD-VA APSD-VE APSD-VP
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1. Total - .79*** .54*** .68*** - .73*** .66*** .81*** - .84*** .80*** .87***
2. Narcisimo - .15** .53*** - .18*** .56*** - .49*** .65***
3. Frieza/Sensibilidade Emocional - .00 - .28*** - .54***
4. Impulsividade - - -
Notas: APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

521
Tabela 114 Intercorrelações entre as (sub)escalas do YPI-CV
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
YPI-CV
1. Total - .91*** .79*** .70*** .76*** .79*** .81*** .61*** .66*** .70*** .85*** .70*** .69*** .69***
2. GM - .88*** .79*** .79*** .86*** .65*** .50*** .54*** .56*** .65*** .53*** .54*** .54***
3. DC - .58*** .62*** .70*** .57*** .43*** .47*** .49*** .54*** .45*** .45*** .46***
4. G - .45*** .63*** .54*** .44*** .47*** .42*** .46*** .34*** .40*** .38***
5. L - .61*** .51*** .40*** .40*** .47*** .63*** .56*** .48*** .51***
6. M - .58*** .44*** .49*** .52*** .55*** .44*** .44*** .48***
7. CU - .77*** .83*** .78*** .55*** .41*** .43*** .50***
8. Cal - .56*** .41*** .41*** .32*** .26*** .44***
9. Une - .46*** .42*** .28*** .36*** .40***
10. Rem - .52*** .41*** .43*** .44***
11. II - .85*** .81*** .79***
12. Imp - .54*** .54***
13. TS - .49***
14. Ir -
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação;
CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de
Excitação; Imp = Impulsividade; Ir = Irresponsabilidade.
São apresentadas correlações de Spearman.
*
p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

522
Tabela 115 Intercorrelações entre as (sub)escala(s) da ABRS
Escalas ABRS-VA ABRS-VE ABRS-VP
1 2 3 4 5 6 7 8 9
1. Total - .92*** .57*** - .92*** .81*** - .96*** .93***
2. Agressão Reativa - .30*** - .55*** - .82***
3. Agressão Proativa - - -
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores;.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

Tabela 116 Intercorrelações entre as escalas do QCA


Escalas QCA-VA QCA-VE QCA-VP
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
1. CA ao Longo da Vida - .79*** .75*** -.37*** - .84*** .73*** -.36*** - .90 ***
.87 ***
-.27*
2. CA nos Últimos 12 meses - .94*** -.02 - .96*** -.16* - .99*** .05
3. Frequência de CA Últimos 12 meses - -.06 - -.12 - -.07
1. Idade de Início de CA - - -
Notas: QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; CA =
Comportamento Antissocial.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

523
Tabela 117 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
EB-CVA (n = 368)
1. EB-C Total - .65a*** .44*** .45*** .42*** .65*** .59*** .37*** .43*** .79*** .68*** .47*** .58***
2. Eficácia Social - .76*** .47*** .72*** .13* .12* -.01 .19*** .27*** .28*** .13* .18***
3. Persuasão - .05 .40*** -.03 -.03 -.11* .08 .18** .17** .11* .11*
4. Autoconfiança Social - .04 .27*** .31*** .14** .06 .22*** .23*** .08 .21***
5. Dominância Social - .03 .00 -.05 .19*** .13* .16** .06 .07
*** *** *** *** ***
6. Estabilidade Emocional - .79 .69 .62 .38 .37 .09 .43***
7. Resiliência - .29*** .24*** .41*** .43*** .11* .45***
8. Autoestima - .36*** .17** .16** .04 .17**
9. Otimismo - .18** .16** .03 .23***
10. Destemor - .77*** .74*** .64***
11. Coragem - .32*** .41***
12. Intrepidez - .18**
13. Tolerância à Incerteza -
NotaS: EB-CV - Escala Boldness – Versão Crianças; VA = Versão autorrelato; n = dimensão da amostra.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

524
Tabela 118 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
EB-CVE (n = 400)
1. EB-C Total - .68*** .46*** .49*** .52*** .64*** .50*** .44*** .54*** .79 a *** .53*** .54*** .58***
2. Eficácia Social .72*** .57*** .80*** .09 .03 .01 .19*** .33*** .13* .32*** .19***
3. Persuasão - .11* .42*** .07 -.01 -.01 .19*** .16** .01 .21*** .08
*** ** ** *** *** ***
4. Autoconfiança Social - .25 .14 .17 .05 .08 .32 .22 .23 .23***
5. Dominância Social - .01 -.06 -.02 .13* .26*** .08 .26*** .13*
6. Estabilidade Emocional - .75*** .77*** .74*** .35*** .40*** .03 .50***
7. Resiliência - .36*** .27*** .32*** .40*** .01 .46***
8. Autoestima - .51*** .21*** .28*** -.02 .34***
9. Otimismo - .26*** .26*** .09 .32***
10. Destemor - .63*** .79*** .57***
11. Coragem - .15** .36***
12. Intrepidez - .17**
13. Tolerância à Incerteza -
Notas: EB-CV - Escala Boldness – Versão Crianças; VE = Versão relato pelos encarregados de educação; n = dimensão da amostra.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

525
Tabela 119 Intercorrelações entre as (sub)escalas da EB-CVP
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
EB-CVP (n = 155)
1. EB-C Total - .79 a *** .52 a *** .71 a *** .73 a *** .77 a *** .69 a *** .55 a *** .58 a *** .85 a *** .79 a *** .51 a *** .72 a ***
2. Eficácia Social - .82 a *** .72 a *** .93 a *** .32 a *** .35 a *** .15 a .23 a ** .46 a *** .49 a *** .21 a * .44 a ***
3. Persuasão - .30* a ** .70 a *** .11 a .11 a -.01 a .17* .21 a ** .20 a * .09 a .24 a **
4. Autoconfiança Social - .56 a *** .40 a *** .48 a *** .24 a ** .16 a .55 a *** .62 a *** .27 a ** .42 a ***
5. Dominância Social - .30 a *** .31 a *** .15 a .24 a ** .41 a *** .43 a *** .17 a * .43 a ***
6. Estabilidade Emocional - .83 a *** .84 a *** .69 a *** .64 a *** .65 a *** .29 a *** .62 a ***
7. Resiliência - .55 a *** .30 a *** .55 a *** .70 a *** .10 a .63 a ***
8. Autoestima - .45 a *** .42 a *** .45 a *** .17 a * .41 a ***
9. Otimismo - .55 a *** .33 a *** .49 a *** .40 a ***
10. Destemor - .79 a *** .78 a *** .70 a ***
11. Coragem - .31 a *** .64 a ***
12. Intrepidez - .21 a *
13. Tolerância à Incerteza -
Notas: EB-CV - Escala Boldness – Versão Crianças; VP = Versão relato pelos professores; n = dimensão da amostra.
a São apresentadas correlações de Pearson. As restantes correlações são de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

526
_____________________________________________________________ANEXO 22
Convergência dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos

Anexo 22 Convergência dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos

527
Convergência dos instrumentos de avaliação de traços psicopáticos

Tabela 120 Convergência entre as várias versões de relato do APSD e do ICU: correlações entre (sub)escalas
APSD-VA APSD-VE APSD-VP
(n = 368) (n = 400) (n = 155)
Total Nar CU Imp Total Nar CU Imp Total Nar CU Imp
ICU-VA
Total .42*** .23*** .50*** .18** .28*** .07 .35*** .17** .27** .09 .37*** .22**
Cal .43*** .24*** .44*** .22*** .26*** .06 .32*** .15** .22** .09 .34*** .13
*** *** *** *** *** *** *** *** * ***
Unc .42 .28 .37 .25 .27 .10 .24 .23 .32 .19 .30 .33***
Une .13* .01 .34*** -.07 .11* .01 .22*** .03 .08 .01 .17* .06
ICU-VE
Total .38*** .24*** .29*** .23*** .65*** .37*** .61*** .45*** .33*** .12 .35*** .38***
Cal .32*** .23*** .20*** .21*** .62*** .42*** .47*** .47*** .32*** .17* .29** .37***
Unc .35*** .23*** .25*** .22*** .61*** .35*** .53*** .50*** .33*** .19* .30** .38***
Une .21*** .09 .22*** .11 .27*** .09 .38*** .10* .08 -.09 .18* .09
ICU-VP
Total .39*** .26** .31*** .22** .21* .20* .16 .08 .82*** .60*** .80*** .69***
Cal .30*** .21** .18* .19* .22* .22* .18* .11 .76*** .58*** .67*** .69***
Unc .42*** .31*** .31*** .23** .24** .23** .17 .14 .85*** .64*** .76*** .75***
Une .20* .13 .23** .11 .06 .02 .07 -.01 .21** .09 .40*** .08
Notas: VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; Nar = Narcisismo; CU
= Traços calosos/não-emocionais; Imp = Impulsividade; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une =
Insensibilidade Emocional.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

529
Tabela 121 Convergência entre o YPI-CV e as várias versões de relato do APSD: correlações entre (sub)escalas
YPI-CV
Total GM DC G L M CU Cal Une Rem II Imp TS Ir
APSD-VA (n = 368)
Total .58*** .50*** .45*** .38*** .47*** .41*** .49*** .44*** .33*** .46*** .54*** .49*** .35*** .49***
Nar .57*** .51*** .46*** .38*** .46*** .43*** .43*** .38*** .28*** .41*** .53*** .46*** .36*** .50***
CU .13* .10* .10 .12* .08 .07 .25*** .28*** .16** .21*** .03 .02 -.05 .09
Imp .53*** .44*** .36*** .29*** .45*** .38*** .33*** .28*** .20*** .35*** .59*** .54*** .45*** .46***
APSD-VE (n = 309)
Total .29*** .27*** .28*** .14* .26*** .20*** .21*** .17** .16** .18** .28*** .28*** .16** .24***
Nar .26*** .27*** .25*** .16** .26*** .21*** .14* .10 .15* .12* .26*** .24*** .21*** .21***
CU .17** .12* .16** .03 .11 .10 .21*** .17** .13* .19** .13* .15** .02 .16**
Imp .27*** .25*** .23*** .14* .25*** .19** .15** .11 .14* .12* .26*** .25*** .19** .21***
APSD-VP (n = 148)
Total .37*** .29*** .25** .25** .27** .22** .38*** .33*** .24** .35*** .35*** .31*** .26** .29***
Nar .33*** .28** .24** .25** .28** .18* .31*** .23** .21* .29*** .32*** .27** .28** .24**
CU .27** .21* .17* .21* .18* .18* .29*** .25** .17* .31*** .28** .26** .18* .23**
Imp .33*** .23** .23** .17* .22** .17* .38*** .35*** .28** .31 .29*** .23** .21* .28**
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação;
CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de
Excitação; Imp = Impulsividade; Ir = Irresponsabilidade; APSD = Dispositivo de Despiste de Processo Anti-social; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP
= Versão relato professores; Nar = Narcisismo; CU = Traços calosos/não-emocionais; Imp = Impulsividade; n = dimensão da amostra.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

530
Tabela 122 Convergência entre o YPI-CV e as várias versões de relato do ICU: correlações entre (sub)escalas
YPI-CV
Total GM DC G L M CU Cal Une Rem II Imp TS Ir
ICU-VA (n = 368)
Total .19*** .17** .17** .14** .15** .16** .21*** .31*** .10* .16** .13* .15** .04 .16**
Cal .29*** .26*** .25*** .20*** .22*** .26*** .28*** .32*** .16** .24*** .22*** .24*** .10 .22***
Unc .29*** .24*** .25*** .19*** .23*** .21*** .27*** .33*** .18*** .20*** .25*** .23*** .13* .29***
Une -.13* -.11* -.10 -.06 -.11* -.09 -.07 .06 -.08 -.10 -.15** -.11* -.12* -.12*
ICU-VE (n = 309)
Total .29*** .26*** .24*** .16** .21*** .23*** .29*** .26*** .18** .24*** .21*** .22*** .07 .23***
Cal .34*** .30*** .26*** .18** .27*** .25*** .31*** .26*** .21*** .29*** .28*** .29*** .16** .25***
Unc .25*** .23*** .22*** .17** .19** .16** .22*** .20*** .12* .20*** .22*** .23*** .08 .23***
Une .08 .09 .05 .05 .06 .11* .13* .14* .07 .07 .00 .00 -.06 .07
ICU-VP (n = 148)
Total .31*** .22** .18* .26** .16* .16 .41*** .36*** .32*** .33*** .27** .19* .19* .28**
Cal .27** .17* .12 .17* .17* .10 .35*** .32*** .25** .30*** .26** .21* .20* .24**
Unc .36*** .30*** .22** .32*** .23** .22** .38*** .32*** .31*** .31*** .32*** .24** .26** .29***
Une .13 .08 .13 .14 -.01 .05 .23** .18* .19* .18* .06 .00 -.03 .14
Notas: YPI-CV = Inventário de Traços Psicopáticos Jovem - Versão Crianças; GM = Grandiosidade-Manipulação; DC = Charme Desonesto; G = Grandiosidade; L = Mentir; M = Manipulação;
CU = Frieza-Insensibilidade Emocional; Rem = Ausência de Remorso; Une = Insensibilidade Emocional; Cal = Frieza Emocional; II = Impulsividade-Irresponsabilidade; TS = Procura de
Excitação; Imp = Impulsividade; Ir = Irresponsabilidade; ICU = Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais; VA = Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP =
Versão relato professores; Cal = Calosidade/Frieza Emocional; Unc = Indiferença Emocional; Une = Insensibilidade Emocional; n = dimensão da amostra.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

531
_____________________________________________________________ANEXO 23
Associações entre o comportamento agressivo e antissocial

Anexo 23 Associações entre o comportamento agressivo e antissocial

533
Associações entre o comportamento agressivo e antissocial

Tabela 123 Associações entre as várias versões de relato da ABRS e do QCA: correlações entre as (sub)escalas
ABRS-VA ABRS-VE ABRS-VP
Total AR AP Total AR AP Total AR AP
QCA-VA
CA ao Longo da Vida .28*** .22*** .27*** .31*** .25*** .30*** .44*** .39*** .44***
CA nos Últimos 12 meses .23*** .16** .25*** .24*** .19** .23*** .35*** .31*** .37***
Frequência de CA nos Últimos 12 meses .24*** .15** .29*** .22*** .18** .21*** .33*** .30*** .34***
Início do CA -.18** -.17** -.14* -.13* -.13* -.10 .02 .02 .03
QCA-VE
CA ao Longo da Vida .14* .11 .19** .52*** .44*** .49*** .33*** .27** .40***
CA nos Últimos 12 meses .10 .05 .17** .43*** .36*** .42*** .23** .18* .30**
Frequência de CA nos Últimos 12 meses .00 -.04 .16* .27*** .23*** .24*** .18 .14 .24*
Início do CA .04 .03 -.01 -.25*** -.26*** -.16** -.05 -.05 -.03
QCA-VP
CA ao Longo da Vida .24** .20* .28** .21* .17 .21* .61*** .53*** .64***
CA nos Últimos 12 meses .29*** .26** .27** .26** .21* .25** .63*** .54*** .68***
Frequência de CA nos Últimos 12 meses .30*** .30*** .26** .22* .15 .25** .56*** .47*** .64***
Início do CA -.14 -.11 -.10 .00 .02 -.02 .04 .01 .08
Notas: ABRS = Escala de Avaliação do Comportamento Agressivo; AR = Agressão Reativa; AP = Agressão Proativa; QCA = Questionário de Avaliação do Comportamento Antissocial; VA =
Versão autorrelato; VE = Versão relato encarregados de educação; VP = Versão relato professores; CA = Comportamento Antissocial.
São apresentadas correlações de Spearman.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001.

535
537

Você também pode gostar