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Manual de Apontamentos

UFCD: 6654 – Ler a Imprensa Escrita

MANUAL
de

APONTAMENTOS

Curso: 2.º Técnico de Manutenção de Máquinas de Calçado


e Marroquinaria

DESIGNAÇÃO
Viver em Português
Componente /
Domínio:
UFCD: 6654 – Ler a Imprensa Escrita
Duração: 25 Horas

Formador: António Azevedo Ferreira

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Índice

Objetivos do Manual ..................................................................................................................... 3


Destinatários ................................................................................................................................. 3
Pré-requisitos ................................................................................................................................ 3
Introdução ..................................................................................................................................... 3

Capítulo 1 ...................................................................................................................................... 4
Jornal escrito e Jornal televisionado

Capítulo 2 ...................................................................................................................................... 7
Tipos de jornais
Generalistas: nacionais e regionais
Especializados_ desportivos, arte, científicos, entre outros

Capítulo 3 .................................................................................................................................... 13
Géneros jornalísticos e respetiva estrutura

Capítulo 4 .................................................................................................................................... 16
Análise da estrutura das primeiras páginas de jornais

Capítulo 5 .................................................................................................................................... 18
Análise do conteúdo das diferentes secções e tipos de texto de um jornal

Bibliografia .................................................................................................................................. 26
Webgrafia .................................................................................................................................... 26

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Objetivos do Manual
Pretende-se com este manual que os formandos identifiquem e caracterizem
diferentes tiposde textos jornalísticos; distingam jornais da imprensa escrita e desenvolvam
o espírito crítico e a capacidade comunicativa.

Destinatários
Formandos do 2.º Técnico de Manutenção de Máquinas de Marroquinaria e Calçado.

Pré-requisitos
Noções básicas sobre a imprensa escrita.

Introdução
Este manual pretende ser uma resposta aos resultados propostos no referencial do
curso de aprendizagem de Técnico (a) de Vendas, em que o formando deve identificar e
caracterizar diferentes tipos de textos jornalísticos, distinguir jornais da imprensa escrita e
desenvolver o espírito crítico e a capacidade comunicativa.

No final desta UFCD, deverá ser capaz de distinguir Jornal escrito de jornal televisionado;
identificar diferentes tipos de jornais (Generalistas: nacionais e regionais; Especializados:
desportivos, arte, científicos, entre outros). Distinguir os diferentes géneros jornalísticos e
respetiva estrutura e ser capaz de analisar a estrutura das primeiras páginas de jornais e o
conteúdo das diferentes secções e tipos de texto de um jornal.

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Capítulo 1: Jornal escrito e jornal televisionado


Para que serve um jornal?

AS FUNÇÕES DE UM JORNAL

Um jornal serve essencialmente para informar os seus leitores. Apesar de poder


proporcionar também momentos mais lúdicos, a sua função principal deve ser a divulgação, de
modo rigoroso, de factos da atualidade que sejam do interesse das pessoas.

Para além dos factos, um jornal pode e deve trazer análises e opiniões sobre os
acontecimentos, já que estes géneros jornalísticos dão aos leitores diferentes perspetivas da
atualidade que contribuem para alargar a sua perceção do mundo. Quer os factos noticiados,
quer as opiniões veiculadas contribuem para lançar o debate público, incentivar a troca de
ideias e, assim promover uma cidadania participada e mais responsável — uma das missões
centrais de um jornal.

VIGIAR, ANALISAR, TRAZER A PÚBLICO, INFORMAR, FORMAR, ENTRETER...

Uma das funções do jornalismo é vigiar os diferentes agentes de poder de uma sociedade,
analisando os seus atos, explicando o seu contexto e as suas consequências. A sua função é
também trazer a público assuntos de interesse que podiam passar despercebidos ou assuntos
mal esclarecidos que merecem ser clarificados. Mas não só. O jornalismo deve informar sobre
todos os acontecimentos e problemáticas que dizem respeito aos cidadãos e isto inclui
acontecimentos culturais e desportivos, notícias de economia, acidentes, etc. Outras das funções
essenciais de um jornal é a de contribuir para a formação cívica dos leitores (sensibilizando-
os para as questões ambientais, por exemplo) e também para o seuentretenimento.

A SEPARAÇÃO ENTRE FACTOS E OPINIÕES


Factos e opiniões devem ter lugar num jornal, no entanto é essencial a sua separação: um
leitor deve saber quando está a ler notícias (e logo está a ter conhecimento de factos objetivos)
e quando está a ter acesso a artigos de análise ou opinião. Só com esta
separação rigorosa é possível uma informação credível e isenta que contribua para o real
esclarecimento dos leitores.

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Para que não serve um jornal?

“Sendo o jornal uma empresa que produz e divulga notícias, não pode servir interesses
criados, nem outros interesses além do seu interesse de informar. O jornal não serve para dar
cumprimentos, tecer loas, promover partidos, personalidades ou ideais, ganhar eleições, forjar
mitos, arregimentar hostes ou empreender guerras santas. Nem o inverso. O jornal não
serve para desacreditar pessoas ou instituições, pagar favores, perseguir inimigos, encetar
campanhas, comprometer-se com ações de propaganda ou servir de trampolim para se
atingirem fins velados de natureza pessoal.” Anabela Gradim, Manual de Jornalismo, Livro de
Estilo do Urbi et Orbi (jornal digital do Curso de Ciências da Comunicação da Universidade da
Beira Interior), www.bocc.ubi.pt
CONCEITOS-CHAVE
Jornalismo
É a atividade profissional que lida com factos e notícias. Jornalismo define-se também
como a prática de recolher, redigir, editar e publicar informações sobre acontecimentos da
atualidade.
Imprensa
Designa o conjunto de meios de comunicação onde é exercido o jornalismo e outras
formasde comunicação informativa.
A palavra “imprensa” tem origem no processo de impressão criado por Gutenberg no
século XV e que foi usado para imprimir jornais a partir do século XVII. A partir de meados do
século XX, para além de impressos em papel, os jornais passaram a ter lugar noutros media
(rádio, televisão, Internet), mantendo-se, contudo, o termo “imprensa” para os designar.
Liberdade de imprensa
Liberdade de imprensa é um dos princípios através dos quais os estados democráticos
asseguram a liberdade de expressão aos seus cidadãos e associações. Diz sobretudo respeito às
publicações escritas que são postas em circulação, mas, segundo alguns autores, o termo
“imprensa” pode alargar-se a outros media. A liberdade de imprensa, o direito a informar e a
ser informado estão consagrados nas Constituições de diversos países e fazem parte da
Declaração Universal dos Direitos do Homem e da Carta fundadora da UNESCO.

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Diferenças:

Jornal escrito/ impresso: Atinge um grande público, mas com exceções. Uma pessoa com
poucas instruções, um deficiente visual não tem acesso a leitura, de certa forma. O leitor
obedece a uma ordem de leitura. (cadernos) Presença de imagens, legendas que
acompanham gráficos e desenhos.

IMPRESSO

Apresentação linear da informação oferecida numa determinada ordem que o utilizador


não pode controlar, exceto se mudar para outra notícia ou virar a página Os jornais
impressos são perecíveis.

ON-LINE

Interatividade: os artigos e reportagens podem ser complementados com informações


adicionais, que não teriam espaço nas edições em papel. As notícias podem ser atualizadas
várias vezes durante o dia e os leitores podem ter acesso em qualquer lugar do mundo. O
jornalismo produzido na web apresenta também a vantagem de implementar serviços
especiais, como os links, a consulta de arquivos das edições passadas, classificados on-line,
programas de busca, fóruns de discussão abertos ao público, etc. Especificidades dos
diferentes meios de comunicação:

Os cidadãos dividem-se entre os que apostam na perenidade do jornal em versão de


papel e os que preveem o seu total desaparecimento. No mundo inteiro, especula-se sobre o
fim da imprensa escrita diária, seja em seminários universitários, em artigos de jornais (ainda
em papel) ou em encontros de profissionais da imprensa. Não são poucos os que predizem
para breve o fim da imprensa no suporte tradicional, mas também há quem defenda que o
jornalismo impresso não irá acabar.

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Capítulo 2: Tipos de jornais


Generalistas: nacionais e regionais.
Especializados: desportivos, arte, científicos, entre outros.
Os tipos de jornais e suas caraterísticas
Os tipos de jornais que existem são classificados de acordo com formatos, tamanhos,
assunto eperiodicidade.
Um jornal é uma publicação que tem uma certa frequência e que contém informações
relevantes para um determinado grupo de pessoas. Esta característica torna-o num meio de
comunicação de grande importância.

Os diferentes tipos de jornais


De acordo com o formato de publicação
• Impresso: é o jornal tradicional. Nasceu após a invenção da imprensa e foi desenvolvido junto
com a evolução da tecnologia associada ao papel, fotografia, design gráfico e comércio.
Este tipo de jornal também é dividido de acordo com as dimensões do papel usado para sua
preparação:
a) Tabloide: O tabloide é um jornal que normalmente mede 28 x 35 centímetros, ou seja, num
formato pequeno.
Normalmente, privilegia fotografias e ilustrações antes do texto. Este recurso à imagem e o
seu tamanho tornam-no mais prático para a leitura. Também é geralmente mais barato.
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b) Padrão: ou folha, é o maior formato. Mede aproximadamente 38 x 58 cm. É comum nos


jornais mais tradicionais.

Folha de formato padrão versus formato tabloide

• Digital: são projetados para serem mostrados em formato digital em dispositivos eletrónicos
para uso pessoal. Geralmente são gratuitos, embora existam também os que são pagos.

Site da secção digital do The New York Times

No início, eram uma simples transcrição da versão impressa do jornal, mas o


desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) impeliu a desenvolver
novos formatos de conteúdo que, atualmente, incluem áudio, vídeo, computação gráfica e
outros recursos que envolvem interatividade e feedback de seus leitores.
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• Mural: elaborado com colagem e recortes de revistas informativas e especializadas; é um


tipo de jornal orientado para a população em idade escolar. Normalmente, traz para dentro da
escola um projeto específico para aprender sobre um determinado tópico.

De acordo com sua periodicidade

• Diariamente: neste tipo de jornais são as notícias mais recentes e importantes que são
transmitidas, como o próprio nome indica, todos os dias. O conteúdo de notícias abrange
quase todo o espaço dessas publicações.
• Semanalmente: distribuído uma vez por semana, normalmente aos sábados ou domingos, e
geralmente contém as notícias expandidas e complementadas com detalhes adicionais.
Tendem a dar mais espaço para trabalhos de jornalismo investigativo, bem como artigos de
opinião de personalidades conhecidas.
• Quinzenalmente, mensalmente ou semestralmente: com esta periodicidade, as publicações
institucionais ou empresariais são distribuídas. O tipo de conteúdo incluído nos jornais
normalmente confinado ao interesse de um público muito menor e geralmente refere-se às
realizações e projetos da organização em causa.

XL Weekly, o jornal da ABC

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De acordo com o tempo de distribuição


• Manhã/Matutinos: geralmente de circulação diária, são distribuídos antes do amanhecer

para que os seus leitores os possam "consumir" nas primeiras horas da manhã.

• Noite/Vespertinos: distribuído nas horas da tarde e pode conter informações que


aconteceram nas primeiras horas da manhã. Em muitas ocasiões, complementam as
informações publicadas no jornal da manhã.

Imprensa quiosque em Sevilha

De acordo com o seu conteúdo


• Jornais de informação geral: incluem nas suas páginas informações sobre diferentes temas
ordenados por seções e distribuídos na ordem de prioridade imposta pela linha editorial dos
proprietários do jornal.

• Jornais especializados: estão circunscritos a um conteúdo muito específico que interessa a


um grupo muito particular de pessoas, por exemplo, jornais desportivos ou de assuntos
económicos.

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Imprensa italiana especializada em desporto

De acordo com a abrangência da informação que contém

• Local: oferecem as informações mais recentes e relevantes que interessam aos habitantes de
uma localidade específica. Os seus pontos de formato, design e distribuição estão adaptados às
necessidades e costumes dos habitantes desse espaço geográfico. Normalmente, dedicam um
espaço importante para refletir as queixas sociais e as suas respostas pelas autoridades
competentes.
• Comunidade: o seu raio de ação é menor. Promove o conceito de jornalismo popular, uma vez
que geralmente inclui textos e informações escritas por pessoas que não são necessariamente
jornalistas.

• Nacionais: inclui tópicos de interesse para todo o país e são distribuídos na maior extensão
possível desse território. São maiores porque geralmente incluem seções que refletem os
interesses dos diferentes setores da vida da nação.
• Internacionais: embora os jornais nacionais geralmente incluam uma seção referente a
questões que ocorrem noutras latitudes, há também jornais que estão num país específico. Os
seus pontos de distribuição são muito específicos porque geralmente são voltados para
comunidades de imigrantes.
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Imprensa local de Paris


De acordo com o seu custo

• Grátis: A sua distribuição é gratuita e geralmente está ligada a um jornal maior que apoia

sua produção. Inclui informação sumária daquele jornal maior e, normalmente, surgem em
lugares públicos e da grande afluência como meios de transporte e estabelecimentos
comerciais.

• Pagos: os mais comuns de encontrar;


• Por assinatura: É outra forma de pagamento em que o leitor se inscreve numa listade
distribuição e paga uma taxa para receber a publicação sempre que ela sai diretamente em
casa, no trabalho ou por e-mail.
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Características sobre publicações de jornais


Estas são algumas maneiras de distinguir diferentes tipos de jornais, mas também vale a
pena mencionar que existem características comuns neste tipo de publicação:
• Geralmente são identificados com um nome que é alusivo ao seu local de origem, o assunto
que serve ou a linha editorial que pretende seguir.
• As suas seções podem estar todas no mesmo corpo ou separadas.
• É um meio de informação como a rádio, a televisão ou a Internet.
• Geralmente tem um preço acessível.
• Tem grande alcance.
• Pode ser arquivado.
• Geralmente reflete a realidade do lugar onde é produzido.

Nas organizações de jornalistas


nacionais e internacionais, os
reconhecimentos são geralmente
gerados para os diferentes jornais de
acordo com diferentes critérios:
circulação, vendas, prémios dos seus
jornalistas, trabalhos de pesquisa,
inovação e tecnologia envolvidos na
sua produção, entre outros.

Capítulo 3: Géneros jornalísticos e respetiva estrutura


O QUE SÃO GÉNEROS JORNALÍSTICOS?

Géneros jornalísticos são os “modelos de apropriação e de interpretação da realidade


usados pelos jornalistas”. Correspondem aos diferentes tipos de textos e abordagens que
vemos nos media (notícias, crónicas, reportagens, entrevistas, etc.).
Consideram-se géneros jornalísticos as notícias, entrevistas, reportagens, crónicas, editoriais e
artigos (de opinião ou análise). No entanto, o género jornalístico não tem fronteiras rígidas.
Alguns autores consideram também como géneros jornalísticos as fotor reportagens, as
legendas ou até os fait divers, no sentido em que correspondem a tipos de abordagem
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distintos das anteriores.


CONCEITOS-CHAVE
Notícia
É o mais comum dos géneros jornalísticos. Diz respeito a um texto informativo,relativamente
curto, escrito numa linguagem clara, direta e concisa. As notícias devem ser atuais, verídicas e
despertar o interesse das pessoas.

Qual a estrutura que a notícia deve respeitar?


A notícia deve contemplar a seguinte estrutura:

1. título: deve ser preciso e expressivo, para chamar a atenção do leitor, pode ser acompanhado
por um antetítulo ou por um subtítulo;

2. lead, cabeça ou parágrafo-guia: corresponde ao primeiro parágrafo, no qual se resume o que


aconteceu. É a parte mais importante da notícia e o seu objetivo é não só captar a atenção do
leitor, mas ainda fornecer-lhe as informações fundamentais.
Neste parágrafo deverá ser dada resposta às seguintes perguntas: Quem?, O quê?,Onde?,
Quando?;

3. corpo da notícia: desenvolvimento da notícia, onde se faz a descrição pormenorizadado que


aconteceu. Deverá responder-se às perguntas: Como?, Porquê?.

Como é a linguagem da notícia?


A linguagem deve ser objetiva, simples, clara, concisa e acessível, utilizando vocabulário corrente
e frases curtas.
Deve recorrer prioritariamente ao nome e ao verbo, evitando os adjetivos valorativos.
Usa sobretudo frases de tipo declarativo.
A notícia deve ser redigida na 3.a pessoa.

Entrevista

A entrevista só é considerada um género jornalístico autónomo quando é apresentada


isoladamente ou quando é parte essencial de uma peça jornalística. Ou seja, não se consideram
entrevistas as perguntas feitas pelos jornalistas para recolher informação para notícias e
reportagens.
As entrevistas justificam-se apenas quando o tema abordado ou o perfil do entrevistado são do
interesse dos leitores. Enquanto género jornalístico, a entrevista é redigida em formato de
pergunta/resposta.
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Estrutura da entrevista

• Título e, por vezes, subtítulo (opcional): com o nome do entrevistado e/ou o assunto.
• Introdução (opcional): breve apresentação do entrevistado e do assunto a ser tratado.
• Corpo da entrevista: conjunto de perguntas e respostas.
• Conclusão (opcional): síntese das principais questões abordadas.
Elaboração do guião da entrevista
• Fazer perguntas breves sobre o tema.
• Criar perguntas abertas (respostas livres) e fechadas (respostas do tipo sim/não).
• Decidir o número de perguntas e organizá-las.
• Prever perguntas estratégicas que reponham o tema central quando necessário.
• Recorrer a uma linguagem corrente, clara e acessível ao público em geral.

Reportagem

A reportagem é um estilo de texto informativo com características muito próprias. Para


realizar uma reportagem, é necessário passar por um processo de investigação e documentação
intenso.
O repórter desenvolve de forma detalhada um determinado tema, deixando, normalmente,
transparecer a sua interpretação pessoal dos factos.

Características:
• É frequentemente acompanhada de fotografias e testemunhos que reforçam o seu carácter
documental.
• Exige do repórter poder de seleção e organização dos dados recolhidos e uma perspicaz
interpretação dos factos.

Linguagem:
• Apresenta um estilo cuidado, mas acessível.

• A transmissão de informação deve ser feita de uma forma detalhada e objetiva. Pode conter
algumas marcas de subjetividade.

Estrutura:
• Título – e, eventualmente, um antetítulo e vários entretítulos, cuja função é a de quebrar a
extensão da própria reportagem e salientar alguns aspetos mais importantes;
• Lead – primeiro parágrafo, que, geralmente, informa acerca do conteúdo da reportagem;
• Corpo da reportagem – um desenvolvimento, o corpo da reportagem, que contempla todas
as observações, entrevistas e dados complementares colhidos e enriquecidos pelo repórter.
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Crónica
Os cronistas são pessoas que escrevem com regularidade para um jornal.
As crónicas contam histórias (verídicas ou não) sobre a realidade e podem versar sobre as
mais diversas temáticas (crónicas policiais, sociais, desportivas, locais, de um enviado especial,
entre outras).
Em geral, as crónicas não obedecem a muitas regras: devem ser textos leves, criativos, de
leitura fácil e que despertem o interesse do leitor.
Editorial
Os editoriais dão a conhecer aos leitores o posicionamento do jornal sobre um
determinado assunto da atualidade e são quase sempre escritos por um elemento que faz
parte da direção do jornal (ou por alguém da sua confiança). Um editorial deve ser redigido
com todo o cuidado, pois traduz a posição coletiva do jornal.

Capítulo 4: Análise da estrutura das primeiras páginas de jornais


A Manchete

MANCHETE / NOTÍCIA MAIS IMPORTANTE

A notícia mais importante numa publicação é aquela que, quer pela sua atualidade, quer pela
proximidade do público em geral, merece destaque de primeira página. Pode intervir no sucesso
dessa edição, ou seja, a manchete poderá refletir no número de jornais vendidos. O público
deverá identificar-se com essa notícia e procurar saber mais sobre esse acontecimento.
Uma manchete emblemática, além de primar pela sua exclusividade num jornal, é aquela que
marca a edição daquele jornal, pela sua relevância e atração exercida sobre o leitor e até outros
órgãos de comunicação que poderão fazer referência a essa manchete.

MANCHETES

Uma manchete revela o trabalho árduo de um repórter. O texto principal, ou a notícia mais
importante da edição de um jornal é estudada e investigada cuidadosamente. Num jornal os
acontecimentos que determinam as grandes notícias podem ser com base no imediato ou numa
investigação ou estudo seguidos pelo jornalista, sempre com atenção à atualidade e
exclusividade impacto do assunto relatado na sociedade.

CONCEITOS-CHAVE
Manchete
Manchete é o título principal da primeira página de um jornal, ou o assunto que ocupa
essa posição de destaque. Poderá haver mais do que uma manchete numa primeira página.

Caixa
É um texto curto, graficamente inserido numa moldura, à margem, mas relacionado com a
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manchete ou texto principal. Funciona como atrativo para a leitura desse texto.

Jornalismo de investigação

Género de jornalismo cujos repórteres investigam aprofundadamente um tópico de


interesse, muitas vezes envolvendo um crime, corrupção ou outro tipo de assunto de
interesse social que não é imediato. Baseia-se na busca da verdade e identificação de lapsos
presentes noutro órgão de comunicação social. Um jornalista de investigação poderá passar
grande parte do seu tempo a pesquisar, investigar e preparar um artigo, por vezes meses.

Lead
Primeiro parágrafo da notícia que deve responder às quatro questões essenciais: o quê?,
quem?, quando? e onde?. O jornalismo contemporâneo produziu várias alternativas a esta
regra, chamando ao primeiro parágrafo o epicentro da notícia, a frase mais forte ou uma
descrição que mobilize o leitor a continuar a leitura. Qualquer das formas de utilizar o lead
respeita um mesmo objetivo: introduzir o leitor no tema da notícia e conquistar a sua atenção.

Intertítulo
Título que intercala a notícia ou reportagem, destacando um determinado tema do texto;
em regra o assunto do intertítulo reflete o conteúdo do primeiro parágrafo que se segue.

Antetítulo
Frase de contextualização que precede o título propriamente dito; pode referir locais e
datas ou prestar uma informação adicional de suporte ao título. Numa entrevista, por
exemplo, o título pode ser uma citação do entrevistado e o antetítulo o nome do entrevistado
e a sua profissão ou função que desempenha.

Citação
Frase que expressa a afirmação de uma determinada pessoa em entrevista ao jornal ou em
declarações públicas à imprensa. Deve surgir entre aspas, uma vez que representa o discurso
direto – trata-se de uma afirmação da responsabilidade de terceiros que o jornal publica sem
adulterar. Exemplo: “Hoje jogámos para ganhar”, disse Scolari no fim do jogo. A frase está entre
aspas porque é uma citação. Podia ser usada, no discurso indireto, sem que fossem necessárias
aspas: No fim do jogo, Scolari disse que ontem a equipa jogou para ganhar.
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Capítulo 5: Análise do conteúdo das diferentes secções e tipos de texto de um jornal

As Editorias – Como se Organiza um Jornal?

COMO SE ORGANIZA UM JORNAL

Um jornal é geralmente dividido em editorias temáticas que agrupam os assuntos mais


comuns da atualidade. Cada editoria ou secção tem um editor (a pessoa responsável por
selecionar as notícias da sua área e definir com os jornalistas o ângulo de abordagem dos
temas) e uma equipa de jornalistas.

Todas as manhãs, os editores do jornal reúnem-se para distribuir as páginas do jornal pelas
diversas editorias, de acordo com a atualidade e os acontecimentos previstos na agenda.

A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO

A organização de um jornal faz parte da sua identidade e é facilmente reconhecida


pelos seus leitores habituais. A sua estrutura é fundamental para orientar a leitura e ajudar as
pessoas a encontrarem mais facilmente as diferentes secções. A maneira como um jornal está
estruturado é também um contributo importante para a sua objetividade. Por exemplo,
normalmente, os artigos de opinião surgem junto do editorial ou em secções de natureza
cultural.
As Editorias – Como se Organiza um Jornal?

COMO SE ORGANIZA UM JORNAL

Um jornal é geralmente dividido em editorias temáticas que agrupam os assuntos mais


comuns da atualidade. Cada editoria ou secção tem um editor (a pessoa responsável por
selecionar as notícias da sua área e definir com os jornalistas o ângulo de abordagem dos
temas) e uma equipa de jornalistas.
Todas as manhãs, os editores do jornal reúnem-se para distribuir as páginas do jornal
pelasdiversas editorias, de acordo com a atualidade e os acontecimentos previstos na agenda.

A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO
A organização de um jornal faz parte da sua identidade e é facilmente reconhecida pelos
seus leitores habituais. A sua estrutura é fundamental para orientar a leitura e ajudar as pessoas
a encontrarem mais facilmente as diferentes secções. A maneira como um jornal está
estruturado é também um contributo importante para a sua objetividade. Por exemplo,
normalmente, os artigos de opinião surgem junto do editorial ou em páginas separadas das
restantes notícias, procurando-se assim que a opinião e os factos se distingam claramente.
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A SEPARAÇÃO ENTRE FACTOS E OPINIÕES


Factos e opiniões devem ter lugar num jornal, no entanto, é essencial a sua separação: um
leitor deve saber quando está a ler notícias (e logo está a ter conhecimento de factos objetivos) e
quando está a ter acesso a artigos de análise ou opinião. Só com esta separação rigorosa é
possível uma informação credível e isenta que contribua para o real esclarecimento dos leitores.

AS EDITORIAS MAIS COMUNS


Os diários de maior circulação e as revistas de informação geral têm, normalmente, as
seguintes editorias:
Nacional:
notícias do país, de interesse nacional. Pode incluir os acontecimentos políticos do país.
Internacional:
notícias relacionadas com política internacional, relações externas, diplomacia, economia
internacional, cultura estrangeira, etc.
Economia:
notícias relacionadas com as atividades produtivas do país. Esta editoria pode ser divididaem
subeditorias (por exemplo, Macroeconomia, Mercado Financeiro e Empresas).
Sociedade:
notícias ligadas aos Comportamentos, Saúde, Consumo, Família, Emigração. Pode incluir as
notícias do mundo da Educação e da área de Ambiente.

Cultura:
acontecimentos culturais de maior relevo da sociedade (teatro, música, cinema, literatura,artes
plásticas, entre outros)

Desporto:
notícias da atualidade desportiva, em todas as suas modalidades. Treinos e resultados,
contratações, provas, atletas, etc.

A classificação dos assuntos próprios de cada editoria pode variar, assim como o nome
dado às próprias editorias. Exemplos:

– em alguns jornais o tema “Ambiente” entra na auditoria “Sociedade”, enquanto noutros tem
uma editoria própria;
– a editoria que agrupa as notícias nacionais pode chama-se em alguns jornais “País” e
noutros “Nacional”;
– a “Política” pode ter direito a uma editoria própria ou ser tratada na editoria “Nacional”.
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Para além destas editorias, digamos que principais, podem existir outras secções, como:
Local (ou Cidade): reúne as notícias de interesse regional ou local.

Ciência e Tecnologia: temas de interesse científico (pesquisas, descobertas) ou notícias sobre


inovações tecnológicas. Pode também tratar as notícias mais ligadas à economia dentro desta
área (empresas de sector tecnológico) e as notícias do mundo da informática (em alguns
jornais, este tema faz parte de uma secção própria).

Polícia: acontecimentos relacionados com segurança (crimes, ações de proteção civil, etc).

Social:
notícias sobre a vida em sociedade, geralmente sobre "celebridades" públicas. Nos
jornais de maior circulação é costume existirem também editores específicos de Arte e Fotografia.
O editor de Arte ou editor Gráfico é responsável pelo “aspeto” do jornal. A sua função é manter
a linha gráfica do jornal (uma parte muito importante da identidade do jornal) e encontrar
soluções, dentro desta linha, para tornar a informação organizada, clara, legível, bem
hierarquizada. Em simultâneo, deve preocupar-se em tornar as páginas atraentes aos olhos dos
leitores.

CARACTERÍSTICAS DAS DIFERENTES EDITORIAS

As editorias abrangem temas bastante diversos, alguns deles mais populares, outros um
pouco menos atraentes aos olhos dos leitores, pela especificidade de conhecimentos a que
obrigam ou porque dizem respeito a assuntos que lhes são distantes.

Cada editoria tem características próprias que obrigam a modos de funcionamento


particulares.

Alguns exemplos:

– A editoria que cobre as notícias locais ou regionais é muitas vezes a que é mais sujeita às
pressões dos leitores por poder ser uma via de defesa dos seus direitos como cidadãos,
consumidores ou eleitores.
– Por cobrir acontecimentos que têm lugar fora do país e dizer respeito a pessoas e
acontecimentos que estão distantes, a editoria “Internacional” pode ter algumas dificuldades
em prender a atenção dos leitores. As notícias devem ter um enfoque claro, explicando
claramente o que está em causa, devem também saber contextualizar os leitores, recorrendo
a mapas, glossários, listagem de perguntas/respostas, etc.
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O PERFIL DOS JORNALISTAS NAS DIFERENTES EDITORIAS

Cada editoria tem jornalistas com um perfil próprio, dotados de conhecimentos


específicos e capazes de responder às exigências da sua área temática, de modo a informar os
leitores da forma mais completa e clara possível.

Alguns exemplos:
– um jornalista que cubra os acontecimentos da editoria “Local” ou “Cidade” deve ser alguém
que se adapte a uma grande variedade de abordagens. Deve conhecer as instituições públicas
e privadas, as ONG’s e associações de cidadãos locais, as suas responsabilidades, causas e
reivindicações. Deve ter boas noções sobre a legislação relacionada com ambiente,
construção, direitos do consumidor, arquitetura, património, saúde pública, etc.
– um jornalista da editoria de “Política” deve ser alguém capaz de analisar os acontecimentos
em diferentes cenários de curto, médio e longo prazo, antecipando as consequências que
poderão afetar os cidadãos. Deve ser alguém extremamente imparcial, que não confunda
notícias ou reportagens com crónicas de opinião, uma vez que a forma como relata os
acontecimentos poderá dar origem a juízos de valor, escolhas partidárias, etc., com
consequências nos destinos do país. Deve, igualmente, possuir um grande background de
informação sobre História Contemporânea, Política, Economia, etc.

CONCEITOS-CHAVE

Secção
Corresponde a cada uma das áreas temáticas de um jornal.
Editor de secção

Tem como funções coordenar os trabalhos da sua secção, ajudar a definir o ângulo de
abordagem das notícias com os jornalistas e ainda editar as peças jornalísticas realizadas
para a sua secção.

Conselho Editorial

É um órgão consultivo que integra notáveis e colaboradores do jornal. São funções deste conselho:
definir a linha editorial da publicação, verificar se a linha editorial traçada está a ser cumprida e aconselhar
a direção.
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Alguns exemplos:

– um jornalista que cubra os acontecimentos da editoria “Local” ou “Cidade” deve ser alguém
que se adapte a uma grande variedade de abordagens. Deve conhecer as instituições públicas
e privadas, as ONG’s e associações de cidadãos locais, as suas responsabilidades, causas e
reivindicações. Deve ter boas noções sobre a legislação relacionada com ambiente,
construção, direitos do consumidor, arquitetura, património, saúde pública, etc.
– um jornalista da editoria de “Política” deve ser alguém capaz de analisar os acontecimentos
em diferentes cenários de curto, médio e longo prazo, antecipando as consequências que
poderão afetar os cidadãos. Deve ser alguém extremamente imparcial, que não confunda
notícias ou reportagens com crónicas de opinião, uma vez que a forma como relata os
acontecimentos poderá dar origem a juízos de valor, escolhas partidárias, etc., com
consequências nos destinos do país. Deve, igualmente, possuir um grande background de
informação sobre História Contemporânea, Política, Economia, etc.

CONCEITOS-CHAVE

Secção
Corresponde a cada uma das áreas temáticas de um jornal.

Editor de secção

Tem como funções coordenar os trabalhos da sua secção, ajudar a definir o ângulo de
abordagem das notícias com os jornalistas e ainda editar as peças jornalísticas realizadas
para a sua secção.

Conselho Editorial
É um órgão consultivo que integra notáveis e colaboradores do jornal. São funções deste
conselho: definir a linha editorial da publicação, verificar se a linha editorial traçada está a ser
cumprida e aconselhar a direção.

A função do jornal é basicamente a comunicação. É um dos meios mais rápidos de


ficarmos informados a respeito do que acontece no mundo. Dentro do jornal há várias
secções, que por sua vez abrigam vários tipos de texto.
Alguns tipos de textos jornalísticos e as suas principais características:
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• Notícia: Caracteriza-se pela linguagem direta e formal. Tem caráter informativo e é


escrito de forma impessoal, frequentemente fazendo uso da terceira pessoa. Inicia-se
com o lead e s segue com o corpo da notícia. Enquanto na primeira parte estão
registadas as principais informações, no corpo do texto estão presentes os detalhes
(relevantes ou não), as causas e as consequências dos fatos, como, onde e com quem
aconteceu, e a sua possível repercussão na vida dos leitores. Pode ter ou não um
público alvo (jovens, políticos, idosos, famílias).
• Editorial: é uma sessão do jornal que possui opiniões dos editores e/ou da própria
empresa que edita o jornal. São textos de opinião, e não tem a obrigação de serem
imparciais.
• Reportagem: Tem por essência a descrição e caraterização de eventos. Para isso a
reportagem conta com algumas perguntas que, ao serem respondidas, formarão a
estrutura da reportagem: Quem?, O quê?, Quando?, Onde?, Como? e Porquê?.
• Entrevista: Estrutura de perguntas e respostas (reprodução oral ou escrita). Reproduz
uma conversa entre um representante de determinado veículo e uma pessoa de
destaque na sociedade. O assunto gira em torno da atividade do entrevistado, seus
planos, suas ideias e opiniões. Possui texto introdutório- Biografia inicial.
• Nota: Texto curto composto apenas pelo lead. Normalmente trata de algum assunto
de fácil compreensão e assimilação e que seja do interesse do leitor. Algo que já
tenha sido noticiado ou que não possui detalhes relevantes para serem descritos.

Além desses, há outros cuja estrutura é mais complexa e a ocorrência vai além-jornal,
comoa crónica, o artigo de opinião, artigo científico.

O Jornalismo Digital

Em toda a história da imprensa, esta talvez seja a época que tem trazido mudanças mais
rápidas ao mundo do jornalismo.

Grande parte destas mudanças estão relacionadas, como não podia deixar de ser, com o
acesso à Internet de um número cada vez maior de pessoas. De praticamente qualquer ponto
do mundo, a qualquer hora, milhões de pessoas têm acesso a uma gigantesca quantidade de
portais, sites e blogs com informação, fotografias e vídeos de acontecimentos que podem ter
acabado de acontecer. Como ouvimos tantas vezes dizer, “o mundo tornou- se uma aldeia
global”.
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Obviamente que todas estas mudanças trouxeram novos desafios ao mundo do


jornalismo e da imprensa. Há quem vaticine o fim dos jornais em papel e há, pelo contrário,
quem assegure que, ao longo da História, sempre que surge um novo media, há sempre
pessoas a afirmar que os media antigos têm os dias contados…

A verdade é que a televisão não matou os jornais, como tantos diziam ser mais do que
certo. Da mesma maneira que não matou a rádio e nem sequer o cinema. A história tem
provado que, depois de uma fase de “ajuste” (em que as pessoas que passam de uns meios
para outros), os media têm tendência a voltar a estabilizar. No entanto, também não se pode
ignorar que a Internet veio, de facto, para ficar e revolucionar o modo como acedemos à
informação e ao entretenimento. A maioria dos jornais tem sabido acompanhar esta
mudança, mantendo, a par das suas edições em papel, portais de informação dinâmicos, onde
para além das notícias do dia é possível consultar uma grande quantidade de informação extra
como dossiers especiais, vídeos, fóruns, inquéritos, galerias de fotografias etc.

A tendência tem sido a de procurar explorar sinergias entre os dois suportes (papel e digital),
procurando fazer da Internet uma extensão natural do jornal em papel, onde os leitores
encontram maior interatividade e suportes que até há pouco tempo eram exclusivos das
televisões e da rádio (clips em formato vídeo e áudio, por exemplo).

Novas formas de fazer jornalismo


Dizem alguns jornalistas que nunca, em toda a história, existiu uma época tão boa para
contar histórias e levar informação às pessoas como esta que agora vivemos: a Internet trouxe
uma série de novas ferramentas que não faz sentido ignorar.
Há quem diga também que os jornalistas do futuro serão uma espécie de “homens e mulheres
dos sete instrumentos” que dominarão uma série de competências. Saberão escrever, mas
também fotografar, filmar, editar… Não saberemos como será o futuro, mas o mais certo (tão
certo que já está a acontecer) é que a indústria do jornalismo já mudou e vai continuar a mudar.

Vantagens do papel

• Mais facilmente transportável e manuseável.


• Permite uma consulta mais rápida e intuitiva.
• Pode ser rapidamente folheado, emprestado, recortado….
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Vantagens do digital
• São suportes mais interativos
• Permitem uma reação imediata às notícias
• Facilitam a realização de inquéritos, debates, webcasting, etc.
• Permitem criar ligações a dossiers ou artigos de fundo com mais desenvolvimentossobre os
temas.
• Permitem economizar na impressão e distribuição.

“Perigos” do jornalismo digital

Qualquer pessoa com um computador e uma ligação à Internet pode, hoje, fazer um
jornal e dá-lo a conhecer ao mundo. Isto significa que qualquer pessoa pode plagiar
conteúdos, produzir notícias falsas, corromper a informação original,não seguindo as regras
básicas do jornalismo, como verificar dados ou cruzar diferentes fontes. A Internet traz ainda
um outro perigo que é o da rápida multiplicação de um erro: da mesma maneira que uma
notícia verdadeira corre o mundo, também uma informação errada se espalha com a maior
das facilidades, podendo ser repetida até ao infinito.

Por todas estas razões, será cada vez mais importante e valorizada a credibilidade e o
bom nome de um jornal. Os leitores precisarão cada vez mais de referências reputadas dentro
do meio jornalístico: jornais e jornalistas que inspirem a sua confiança.
Em papel ou digital, a verdade dos factos e o jornalismo feito com ética continuará a ser
aquele que a maioria dos leitores querem ler, ver e ouvir.

CONCEITOS-CHAVE

RSS
Significa “Really Simple Syndication”. Permite fazer uma assinatura para ter acesso a
um feed de informação que é transmitido para um leitor RSS ou programa de navegação na
Internet.

Feed

Em inglês significa “alimentar”. Os Feeds permitem acompanhar os novos conteúdos de


um site ou de um blog sem ter que o visitar. Sempre que um novo conteúdo é publicado, o
assinante do “feed” pode lê-lo imediatamente.

Microblogging

É um modo de publicação em blog que permite aos donos dos blogues fazerem atualizações
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breves de texto (normalmente menos de 200 caracteres) e publicá-las para que sejam vistas por
todos ou apenas por um grupo restrito de pessoas. Os textos podem ser enviados via web, SMS,
e-mail, MP3 etc (exemplo: Twitter).

Web 2.0

Designa uma segunda geração de comunidades e serviços na Internet, como wikis (conteúdo
feito com a participação dos utilizadores) ou redes sociais. Caracteriza-se por uma maior
colaboração e interação entre usuários. Não diz respeito a uma mudança técnica na web oua
uma nova web, mas a uma mudança na forma como a web é utilizada pelas pessoas.

Podcasting
É um sistema de transmissão de arquivos através da Internet que permite receber
automaticamente, por exemplo, notícias, programas de rádio ou vídeo sem ter que se visitar o
site onde estes conteúdos são produzidos. Sempre que há uma nova edição, a pessoa é
avisada e o podcast é descarregado no seu computador.
Para receber um podcast, basta que a pessoa faça uma assinatura do conteúdo que lhe
interessa receber.

Bibliografia
• ESTRELA, Edite, & CORREIA, J. David Pinto, Guia Essencial da Língua Portuguesa para
a Comunicação Social
• RAIMUNDO, Orlando, A entrevista no Jornalismo Contemporâneo, Livraria Minerva
• RICARDO, Daniel, 1989, Manual do Jornalista, Edições “O Jornal”, Lisboa

Webografia
www.iefp.pt
https://pt.slideshare.net/olguete/jornalismo-impresso-vs-jornalismo-on-line
http://nescolas.dn.pt/nescolasv2/index.php?a=kitmedia&p=2_5

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