Aula 07

Universidade Federal de Mato Grosso
Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia

Departamento de Engenharia Elétrica
Prof. Rogério Lima
Aula 07: Relé diferencial de corrente (87)
25 de julho de 2023
Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 1 / 26

Apresentação
1 Relé diferencial de corrente

Relés Diferenciais de Indução (87)
Relés diferenciais de sobrecorrente
Relés diferenciais com restrição percentual
Diferenciais com restrição percentual e por harmônica
Relés Diferenciais Digitais
Funções operacionais
Curvas operacionais
Ajustes das funções de um relé diferencial de corrente
2 Exercícios
3 Referências Bibliográficas

Relé Diferencial de Corrente (87)
Fundamentada na comparação entre as correntes elétricas que circulam

entre dois terminais de um equipamento ou sistema.
Classificações da proteção diferencial:
a) Longitudinal - comparação direta das correntes entre os dois pontos.
Ex.: Transformador, gerador, motor, etc.


b) Transversal - comparam os módulos das correntes que entram num
ponto e circulam em dois ou mais circuitos.
Ex.: Barramentos.


b) Transversal - comparam os módulos das correntes que entram num
ponto e circulam em dois ou mais circuitos.
Ex.: Barramentos.
c) Direcional - compara-se os módulos das correntes e a direção.
Ex.: 2 ou + LT em paralelo com relés conectados por fibra ótica.

Proteção mais importante de transformadores de potência, barramento,
geradores, motores e linhas de transmissão.
Figura: Relé diferencial na condição de não operação.
Encontrados nas versões eletromecânicas, estáticas ou digitais.

Constituídos de duas bobinas:
Operação - responsável pela atuação do relé;
Restrição - inibir a atuação do relé qdo correntes do mesmo sentido.
Figura: Relé diferencial na condição de operação.
Justificativa econômica: transformador superior a 5 MVA, ≥ 69 kV.

Condições que levam desligamentos indesejados:

Correntes de magnetização transitória do transformador;
Defasamentos angulares;
Saturação dos transformadores de correntes;
Diferenças de correntes por erros dos TCs;
Diferenças de correntes em função dos tapes dos transformadores
de potência.

Condições que levam desligamentos indesejados:

Correntes de magnetização transitória do transformador;
Defasamentos angulares;
Saturação dos transformadores de correntes;
Diferenças de correntes por erros dos TCs;
Diferenças de correntes em função dos tapes dos transformadores
de potência.
Fatores que atenuam a magnitude da corrente de magnetização:
Impedância equivalente do sistema de alimentação do transformador;
Impedância do transformador;
Fluxo residual;
Maneira pela qual é energizado o transformador.

Podem ser encontrados nas seguintes versões:
Relés diferenciais de sobrecorrente;
Relés diferenciais com restrição percentual;
Relés diferenciais com restrição percentual e por harmônica.

Podem ser encontrados nas seguintes versões:
Relés diferenciais de sobrecorrente;
Relés diferenciais com restrição percentual;
Relés diferenciais com restrição percentual e por harmônica.
a) Diferenciais de sobrecorrente
Aplicação limitada por:
Corrente de magnetização na energização;
Saturação dos TCs em diferentes níveis.
Corrente diferencial para transformadores de 2 enrolamentos:
!
I1a I2a
Idfa = + × Itref
It1 It2
Idfa - corrente diferencial da fase A.

I1a , I2a - corrente da fase A dos enrolamentos 1 e 2.
It1 , It2 - corrente de tape dos enrolamentos 1 e 2 do transf.
Itref - tape de referência.

!
I1a I2a I3a
Idfa = + + × Itref
It1 It2 It3
I1a , I2a , I3a - corrente da fase A dos enrolamentos 1,2 e 3.

It1 , It2 , It3 - corrente de tape dos enrolamentos 1,2 e 3 do trafo.

!
I1a I2a I3a
Idfa = + + × Itref
It1 It2 It3
I1a , I2a , I3a - corrente da fase A dos enrolamentos 1,2 e 3.

It1 , It2 , It3 - corrente de tape dos enrolamentos 1,2 e 3 do trafo.
b) Diferenciais com restrição percentual
Corrente de restrição é dada:
!
P3 Ina
n=1 × Itref − Idfa
Itn
Ira =
2
Ira - corrente de restrição da fase A.

Ina - corrente na fase A dos enrolamentos do transformador-n = 1, 2, 3.
Itref - corrente dos enrolamentos secundários dados como referência.
c) Diferenciais com restrição percentual e por harmônica
São os mais empregados nos esquemas de proteção diferencial.
O emprego é justificado pelas seguintes razões:
Elimina a operação do disjuntor durante a energização do
transformador;
Tempo de operação 5 vezes maior que os relés sem restrição;
Corrente de operação inferior a 2,5 vezes menor em relação aos relés
sem restrição.

c) Diferenciais com restrição percentual e por harmônica
São os mais empregados nos esquemas de proteção diferencial.
O emprego é justificado pelas seguintes razões:
Elimina a operação do disjuntor durante a energização do
transformador;
Tempo de operação 5 vezes maior que os relés sem restrição;
Corrente de operação inferior a 2,5 vezes menor em relação aos relés
sem restrição.
A bobina restrição, BR, apresenta os seguintes valores de restrição:
2ª harmônica: 24% - energização;
3ª harmônica: 23% - sobre-excitação;
5ª harmônica: 22% - sobre-excitação;
7ª harmônica: 21%.

Regra básica para ligação dos TCs: Y(TC)-∆(TF)/∆(TC)-Y(TF)
Figura: Esquema trifilar de conexão de uma proteção diferencial.

, de 10% a 15% entre correntes dos secundários dos TCs.
Figura: Esquema trifilar de uma ligação diferencial com TC auxiliar.

Esquema de comando da proteção diferencial
Figura: Diagrama de ligação de um relé diferencial.

Inclinação característica ou ajuste da declividade percentual
Figura: Curva de operação de um relé diferencial.
Proteção de transformadores: 15% a 50%.

Determinar a porcentagem da correntes de restrição:
Valor médio da corrente que circula na bobina de restrição:
Is + Ip
Im =
2
Ip - corrente no relé no terminal ligado ao TC na tensão superior.

Is - corrente no relé no terminal ligado ao TC na tensão inferior.
Corrente que circula na bobina de operação do relé:
∆Id = Is − Ip
Determinar o ajuste da declividade percentual do relé:
∆Id
Ad = × 100
Im
Ajuste da unidade instantânea.

Características operacionais do relé 12BDD15B/15D, GE.

Introdução
"Mesmo princípio dos relés eletromecânicos e dos relés estáticos."
Principais funções de proteção:
Proteção C.C. para trafo de 2 e 3 enrolamentos;
Proteção C.C. para geradores e motores;
Proteção de sobrecarga com características térmica;
Entradas binárias parametrizáveis, relés de alarme e disparo,
sinalização com LEDs;
Proteção de sobrecorrente de retaguarda de tempo definido e/ou
tempo inverso;
Medição de corrente operacional;
Relógio de tempo real e indicadores de falha e de operação;
Registro de falhas.
Ajustes podem ser introduzidos pelo painel frontal e/ou PC.

Introdução
Automonitoramento de falhas: hardware e software;
As técnicas digitais de medição e avaliação eliminam:
Influência dos transitórios de alta frequência;
Componentes C.C.;
Saturação dos TCs e correntes de comutação.
São comercializados em unidades monofásicas ou trifásicas.

Introdução
Automonitoramento de falhas: hardware e software;
As técnicas digitais de medição e avaliação eliminam:
Influência dos transitórios de alta frequência;
Componentes C.C.;
Saturação dos TCs e correntes de comutação.
São comercializados em unidades monofásicas ou trifásicas.
Figura: SPAD 346C - ABB/IEC61850 ZIV.

Apresentam as seguintes funções operacionais:
a) Proteção diferencial trifásica
b) Proteção de sobrecorrente de neutro sensível
c) Proteção de tempo definido
d) Proteção de sobrecarga térmica

Unidade destinada à proteção de transformadores, motores e
geradores trifásicos. Dentro da zona definida pelos TCs.

Unidade destinada à proteção de defeitos monopolares para faltas de
alta impedância

alta impedância
Unidade destinada à proteção de defeitos francos, baixa impedância.

alta impedância
Unidade destinada à proteção de defeitos francos, baixa impedância.
Unidade destinada à proteção de máquinas térmicas que podem
atuar em determinados períodos em sobrecarga.

Tempo de atuação do relé (corrente no início do intervalo nula):
I2
!
T = τ × Ln
I − Imad
• T - tempo de atuação do relé após a circulação de uma corrente I a

partir de um valor nulo de corrente.
• Ln - logaritmo neperiano.
• τ - constante de tempo de valor ajustável.
• Imad - Corrente máxima admissível do transformador em regime
permanente de valor ajustável.
• I - valor eficaz da corrente medida.
Se no intervalo de medida a corrente iniciar num valor Ip :
 2 2 
 I − Ip 
T = τ × Ln  
I − Imad 

e) Compensação de tapes
A circulação de corrente na bobina de operação é eliminada através
de um ajuste por enrolamento.

f) Restrição por harmônicas
A inclinação da 2a e 5a harmônicas é ajustável no valor necessário
para inibir a operação do relé e a abertura do disjuntor de proteção.

g) Compensação do grupo de conexão do transformador
Ajusta a corrente resultante do grupo de conexão, não utilizando
transformadores auxiliares.

h) Restrição com saturação dos transformadores de corrente
Possui restrição contra a saturação ou detector de saturação.

i) Restrição de corrente de magnetização
Evitar que a corrente de magnetização possa percorrer a unidade
operacional do relé, sem restrição, fazendo atuar o disjuntor.

i) Restrição de corrente de magnetização
Evitar que a corrente de magnetização possa percorrer a unidade
operacional do relé, sem restrição, fazendo atuar o disjuntor.
j) Filtro de sequência zero
Para que uma falta monopolar fora da zona de proteção não faça o
disjuntor operar.
Unidade de operação com 2 saídas:
a) Saída diferencial com restrição por circulação da corrente diferencial
com características de restrição;
b) Saída da unidade de tempo definida que compara a corrente
diferencial com o valor ajustado sem nenhuma restrição.
Curva Operacional
Figura: Curva de características diferenciais.

Ajustes das funções de um relé diferencial de corrente
Apresenta faixas de ajustes de acordo com o modelo e o fabricante.

a) Entrada de corrente:
Valor nominal;
Capacidade térmica.
b) Ajuste da proteção:
Unidade diferencial;
Unidade térmica;
Unidade tempo definido;
Unidade tempo de neutro sensível;
Unidade de tempo definido de neutro sensível.
c) Grupo de conexão:
Enrolamento 1: Delta, Estrela e zigue-zague;
Enrolamento 2: Delta, Estrela e zigue-zague.
Para obter outros dados, deve-se consultar o catálogo do fabricante.

Exercícios
Exercício 1)
Determinar os parâmetros principais dos transformadores de corrente e
os ajustes necessários do relé de sobrecorrente diferencial para a
proteção de um transformador de potência de 56 MVA, na tensão de
138/13,8 kV, ligado em triângulo no primário e estrela no secundário. As
figuras 1 e 2 ilustram o digrama de ligação e as condições em que
ocorrem os defeitos. A corrente de curto-circuito monopolar próxima às
buchas secundárias do transformador é de 3.700 A. A corrente de
curto-circuito trifásica no mesmo ponto vale 17.000 A. A corrente de
curto-circuito do lado primário do transformador vale 2.800 A.

Exercícios
Exemplo 2) Determinar os ajustes de um
Sistema de Alta Tensão
relé de proteção diferencial digital
instalado no transformador de 30 MVA, CS
tensões nominais de 88/13,2 kV, de acordo 52.1
com a figura 24. O transformador não tem CS

sistema de ventilação forçada. O lado de TCp
Y
alta tensão (88 kV) está ligado em estrela 30 MVA
88/13,2 kV
87 86
Y
e o lado de média tensão (13,20 kV) está TCs
ligado também em estrela, ou seja, ligação CS
Y-Y0. O transformador de potência é 52.2
dotado de um comutador de tape manual CS
com três posições, instalado no lado de 88

kV, com as seguintes derivações: 92,4 –
CS CS CS
88,0 – 83,6 kV. Utilizar um relé digital de
52.3 52.4 52.5
fabricação Ziv de 5 A de corrente nominal.
Serão utilizados transformadores de CS CS CS
corrente 10B200. Cargas

Referências Bibliográficas
MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas
elétricos de potência. LTC, Rio de Janeiro, 2013.
CAMINHA, A.C. Introdução à proteção dos Sistemas Elétricos.
Edgard Blücher, São Paulo, 1977.
PHADKE, A. G.; THORP, J. S.; Computer relaying for power
systems. John Wiley & Sons Inc, West Sussex, 2009.
ANDERSON, P. M. Power system protection. Wiley-Interscience,
Nova York 1998.
KINDERMANN, G. Proteção de sistemas elétricos de potência.
Vol. 1, Edição do autor, Florianópolis, 2005.

Próxima Aula (08):
Relé direcional (67).
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Bons estudos!!!

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Prof. Rogério Lima

Aula 07: Relé diferencial de corrente (87)

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 1 / 26

1 Relé diferencial de corrente

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 2 / 26

Fundamentada na comparação entre as correntes elétricas que circulam

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 3 / 26

Fundamentada na comparação entre as correntes elétricas que circulam

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 3 / 26

Fundamentada na comparação entre as correntes elétricas que circulam

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 3 / 26

Figura: Relé diferencial na condição de não operação.

Encontrados nas versões eletromecânicas, estáticas ou digitais.

Figura: Relé diferencial na condição de operação.

Justificativa econômica: transformador superior a 5 MVA, ≥ 69 kV.

Condições que levam desligamentos indesejados:

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 6 / 26

Condições que levam desligamentos indesejados:

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 6 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 7 / 26

Idfa - corrente diferencial da fase A.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 7 / 26

I1a , I2a , I3a - corrente da fase A dos enrolamentos 1,2 e 3.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 8 / 26

I1a , I2a , I3a - corrente da fase A dos enrolamentos 1,2 e 3.

Ira - corrente de restrição da fase A.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 9 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 9 / 26

Figura: Esquema trifilar de conexão de uma proteção diferencial.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 10 / 26

Figura: Esquema trifilar de uma ligação diferencial com TC auxiliar.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 11 / 26

Figura: Diagrama de ligação de um relé diferencial.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 12 / 26

Figura: Curva de operação de um relé diferencial.

Proteção de transformadores: 15% a 50%.

Ip - corrente no relé no terminal ligado ao TC na tensão superior.

Determinar o ajuste da declividade percentual do relé:

Ajuste da unidade instantânea.

Características operacionais do relé 12BDD15B/15D, GE.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 15 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 16 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 17 / 26

Figura: SPAD 346C - ABB/IEC61850 ZIV.

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 17 / 26

b) Proteção de sobrecorrente de neutro sensível

c) Proteção de tempo definido

d) Proteção de sobrecarga térmica

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 18 / 26

c) Proteção de tempo definido

d) Proteção de sobrecarga térmica

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 18 / 26

d) Proteção de sobrecarga térmica

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Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 18 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 18 / 26

• T - tempo de atuação do relé após a circulação de uma corrente I a

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 19 / 26

Lima, R. L. (DENE) Proteção de Sistemas Elétricos 25 de julho de 2023 20 / 26

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