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Figura 3.51 Diagrama simplificado de proteção diferencial em transformadores com 3 enrolamentos.

Tabela 3.11 Matriz de relação das derivações


Tapes Tapes disponíveis no relé lado BT
lado AT 2,9 3,2 3,5 3,8 4,2 4,6 5,0 8,7

2,9 1,000 1,103 1,207 1,31 1,448 1,586 1,724 3,000


3,2 1,000 1,094 1,188 1,313 1,438 1,563 2,719
3,5 1,000 1,086 1,200 1,314 1,429 2,486
3,8 1,000 1,105 1,211 1,316 2,289
4,2 1,000 1,095 1,19 2,071
4,6 1,000 1,087 1,891
5,0 1,000 1,740
8,7 1,000

Para facilitar a escolha das derivações do relé diferencial pode-se calcular a matriz da Tabela
3.11, que corresponde à relação entre os valores nominais das correntes dos tapes disponíveis.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.3)


Determinar os parâmetros principais dos transformadores de corrente e os ajustes necessários do relé
de sobrecorrente diferencial para a proteção de um transformador de potência de 56 MVA, na tensão de
138/13,8 kV, ligado em triângulo no primário e estrela no secundário. As Figuras 3.45 e 3.46 ilustram o
diagrama de ligação e as condições em que ocorrem os defeitos. A corrente de curto-circuito monopolar
próxima às buchas secundárias do transformador é de 3.700 A. A corrente de curto-circuito trifásica no
mesmo ponto vale 17.000 A. A corrente de curto-circuito do lado primário do transformador vale 2.800 A.
a) Corrente nominal primária do transformador em condição de ventilação máxima

b) Corrente nominal secundária do transformador em condição de ventilação máxima


c) Relações nominais dos TCs (RTC)
• TC do lado primário (ligação Y)
Considerando a corrente nominal do transformador e a corrente de curto-circuito, tem-se:
Itcp = Inp = 234,2 A

RTC = 250 − 5 A: 50
•TC do lado secundário (ligação D)
Considerando a corrente nominal do transformador e a corrente de curto-circuito, tem-se:

RTC: 4200 − 5 A: 840


d) Corrente nos terminais secundários dos TCs
• TC do lado primário

• TC do lado secundário

e) Erro percentual na relação

f) Relação Is/Ip

Para calcular o tape do relé mais adequado, basta entrar na matriz da Tabela 3.11, selecionando-se a
relação mais próxima do valor anteriormente calculado. Dessa forma, a Tabela 3.11 remete ao valor
aproximado de 1,00, que corresponde a ligar o terminal B do relé na derivação 4,6 e o terminal A na
derivação 4,6.
g) Erro percentual da ligação

h) Ajuste da declividade percentual


O valor médio da corrente que circula pela bobina de retenção vale:
O valor da corrente diferencial é:
D Id = 4,83 − 4,68 = 0,15 A (corrente que circula na bobina de operação, BO)
O ajuste da declividade percentual do relé deve ser de:

O ajuste da declividade nominal deve ser feito em 20% no caso de se utilizar um relé cuja característica
é dada na Figura 3.50.
Tratando-se de um defeito fase-terra no enrolamento secundário do transformador, dentro da zona
protegida, com uma corrente de intensidade igual a 3.700 A, pode-se constatar a operação do relé:
A corrente de defeito refletida para o lado primário vale:

Considerando agora que o ponto de defeito para a terra fosse localizado no circuito secundário, fora de
zona protegida, conforme a Figura 3.45, teríamos:

EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3.4)


Para o mesmo transformador mencionado no Exemplo de Aplicação (3.3), determinar os parâmetros dos
transformadores intermediários, segundo o esquema de ligação da Figura 3.45. Determinar também os
ajustes dos relés diferenciais.
Tecnicamente não haveria necessidade da aplicação de transformadores auxiliares, já que a diferença
entre as correntes primária e secundária dos TCs principais é inferior a 10%; no presente caso, 4,6%.
a) Corrente nominal primária do transformador
Inp = 234,2 A (já calculada)
b) Corrente nominal secundária do transformador
Ins = 2.342,8 A (já calculada)
c) Corrente no secundário dos TCs principais
• TC do lado primário (Y)

• TC do lado secundário (D)

d) Corrente nominal no secundário do TC auxiliar do lado primário


Inpa = 5 A
e) Relação entre as correntes do primário e do secundário do TC auxiliar do lado primário

Deve ser adotada a relação mais próxima a 4,68 − 5 A.


f) Corrente nominal no secundário do TC auxiliar do lado secundário
Para melhor entender as relações de transformação, analisar as conexões dos TCs auxiliares na Figura
3.48.

g) Relação entre as correntes do primário e do secundário do TC auxiliar do lado secundário

Deve ser adotada a relação mais próxima a 5 − 2,987 A


Para a escolha dos tapes dos TCs auxiliares é necessário proceder como no exemplo anterior, utilizando
uma matriz de relações de derivação.

3.2.3 Relés diferenciais digitais


Apresentam os mesmos princípios fundamentais dos relés eletromecânicos e dos relés
estáticos. Devido à tecnologia digital, os relés diferenciais digitais são dotados de muitas
características adicionais de proteção dos transformadores, motores e geradores. De forma geral,
as principais funções de proteção dos relés diferenciais digitais são:
• Proteção contra curto-circuito para transformadores de dois e três enrolamentos.
• Proteção contra curto-circuito para motores e geradores.
• Proteção de sobrecarga com característica térmica.
• Proteção de sobrecorrente de retaguarda de tempo definido e/ou tempo inverso.
• Entradas binárias parametrizáveis, relés de alarme e disparo, além de sinalização através
de LEDs.
• Medição de corrente operacional.
• Relógio de tempo real e indicadores de falha e de operação.
• Registro de falha.
Todos os parâmetros de ajuste podem ser introduzidos pelo painel frontal com display

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