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Não oportunizar experiências motoras, limita à criança com Paralisia Cerebral (PC), o que
interfere em seu desenvolvimento global, e a interação com o todo à sua volta, seja no ambiente,
máximo da criança4.
Na Terapia Assistida por Animas (TAA) utiliza-se o animal como parte integrante e
cognitiva e física do ser humano6,7. Pressupõem-se que o amor e a amizade entre animal e ser
etária4. Uma vez que a intervenção fisioterapêutica ocorre por período prolongado, a
efeito da TAA sobre o equilíbrio, a funcionalidade e a simetria postural de uma criança com PC.
fisioterapêutica com base na TAA em uma criança com diagnóstico de PC, com nível de Gross
Amostra do Estudo
fisioterapêutico por no mínimo seis meses, sem incompatibilidade a presença de cães (reação
alérgica, fobias ou distúrbios cognitivos incompatíveis a TAA), não ter realizado intervenção
utilizando a TAA e diante de aprovação dos responsáveis, permitindo o contato do animal com a
criança.
Instrumentos de Avaliação
responsável pela criança e incluiu itens referentes a dados pessoais, dados gestacionais,
neonatais e em relação a saúde atual da criança. Para o nível de habilidades motoras finas e
grosseiras, utilizou-se o Gross Motor Function Classification System (GMFCS), que compreende
crianças com PC13. Ainda, aplicou-se a Parte I -Habilidades Funcionais do Pediatric Evaluation of
nível I indica que a criança é capaz de se locomover sem restrições, porém com limitações para
atividade motora mais complexa como correr e pular; no nível II a criança apresenta limitações
nível V a criança apresenta restrição grave de movimentação, mesmo com tecnologias mais
avançadas13. Pode-se sugerir que haja um bom grau de estabilidade ao longo dos anos, uma
tempo10,17,18.
O teste PEDI possui três dimensões: autocuidado, mobilidade e função social. A escala
ambiente externo e interno e o uso de escadas. A dimensão função social reflete as questões
Estudos consideram ser um teste válido e confiável para ser aplicado em crianças com PC no
Brasil19-21.
itens da Escala de Equilíbrio de Berg com o intuito de aprimorar a mesma para a população
infantil. Para a versão pediátrica foi alterada a ordem dos itens, deixando-a em uma sequência
funcional, reduzindo o tempo de manutenção das posturas estáticas, além das instruções e
equilíbrio de crianças em idade escolar de cinco a 15 anos com déficit motor de leve a
moderado. A pontuação varia de zero a quatro, onde a pontuação máxima é 56, sendo que
quanto maior a pontuação, melhor o equilíbrio. Para crianças brasileiras, realizou-se a tradução e
adaptação cultural16.
fotográfica da marca SANYO, modelo VPC-HD2000, posicionada sobre um tripé a uma altura de
85 cm a uma distância de 200 cm. Para a calibração da imagem utilizou-se um fio de prumo de
100 cm, posicionado verticalmente, como referência. A análise da postura realizou-se através do
software para avaliação postural (SAPO) validado por Ferreira et al (2010)22. Para esta, solicitou-
se a criança que permanecesse em posição ortostática, com os braços ao longo do corpo e pés
ombros, simetria pélvica, simetria do trocanter, simetria dos joelhos, simetria maleolar, e simetria
corporal, analisados ao traçar uma linha horizontal unindo o ponto anatômico marcado a direita
FIGURA 1
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade do Estado de Santa Catarina, CAAE xxxxxxxxxx e o (a) responsável pela criança
PEDI, seguido da EEP. Posteriormente houve a interação do paciente com o cão terapeuta, para
vezes por semana, com média de 40 a 50 minutos de duração cada uma e imediatamente após
TABELA 1
que objetivem a melhora do controle postural e melhora do equilíbrio estático e dinâmico e dois
sentado, quatro apoios, ajoelhado, sem ajoelhado, cócoras e o ortostatismo e dois exercícios
estimada, já que foi avaliada de forma específica para a paciente, objetivando nas dificuldades,
com tudo nota-se ainda que uma mesma atividade, está vinculada a vários objetivos.
velcros fazendo com que os objetos ficassem junto ao colete, a criança podia inseri-los e retirar,
FIGURA 2
Tanto nas avaliações inicial e final, como durante a intervenção fisioterapêutica uma
profissional adestradora de animais se manteve presente. Outros cuidados foram seguidos para
vermifugação adequados, visita ao veterinário regular, higienização diária, além de ser dotado de
Para a caracterização das variáveis analisadas foi utilizada estatística descritiva com
distribuição de média dos parâmetros, variância, e frequência, os quais estão representados por
RESULTADOS
Neste estudo relatamos o caso de uma criança do sexo feminino, com XXXXXX de
De acordo com a EEP o escore total na Av1 foi de 31 e na Av2 de 39, com diferença
nos seguintes itens: transferência de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem
apoio de braço; com os pés separados e com os olhos fechados por 10 segundos; com os pés
juntos sem apoio; alternando o pé no degrau/apoio, repetindo quatro vezes; alcançar a frente
autocuidado; na área de mobilidade apresentou escores inicial de 40% e final de 66%; e na área
Av1 e na Av2.
TABELA 2
DISCUSSÃO
Considera-se que a motivação é aumentada com a interação animal, sendo descritos
benefícios fisiológicos e psicológicos relacionados ao vínculo entre o animal e o ser humano 24.
Sugere-se a influência da TAA na cognição, amplitude de movimento, força e equilíbrio 25, além
de aspectos emocionais, identificados pelo afeto, expressão facial e verbalizações 24. Para
crianças, a presença do animal, integrado ao cenário da terapia, tende a expandir seu potencial
de desempenho6. Segundo Reed et al (2012)26, o uso da TAA para crianças com transtorno do
terapia, com melhora da interação social. Esses achados colaboram com os achados de Potechi
(2011)27, crianças com PC apresentaram melhor desempenho nas atividades motoras após a
TAA em diferentes posturas e durante o movimento ativo, realizando atividades sem auxílio e
mobilidade e função social demonstraram melhora, caracterizando uma maior independência nas
atividades de vida diária pós-intervenção. A associação do efeito da TAA com aspectos motores
presentes em crianças com PC30. Destacam-se a melhora do controle da cabeça e tronco, equilíbrio
estudo, caracterizou-se a avaliação postural inicial pela inclinação cervical à direita, elevação do
ombro direito, espinha ilíaca do lado esquerdo mais elevado, valgismo de joelho, flexão do joelho
ganho de simetria pélvica, maleolar e corporal, com diminuição da base de sustentação, que
pode estar associado aos ganhos no alinhamento postural, bem como na avaliação do equilíbrio.
oito pontos. Entre eles, destacam-se a evolução de transferir-se segundo orientações verbais
e/ou supervisão, com segurança e uso mínimo das mãos; permanecer em pé sem apoio com os
olhos fechados, por três segundos; em pé sem apoio com os pés juntos, permanecendo por 30
apoio, realizando quatro toques sem ajuda, com supervisão; e alcançar a frente com o braço
ativação muscular, é considerada fator coadjuvante para a correta estabilidade corporal, pela
Allegretti et al (2007)33 que analisou o efeito do treino de equilíbrio em crianças com PC, como
quatro crianças e avaliando-as pela escala de equilíbrio de Berg e pela escala Gross Motor
CONCLUSÃO
Dessa maneira, diante dos resultados obtidos, a intervenção associada ao animal apresenta um
potencial efeito positivo sobre o controle postural, e, portanto, a habilidade funcional de crianças
com PC.
Figura 1 - a) ângulo de simetria cervical; b) ângulo de simetria de ombro; c) ângulo de simetria
corporal.
Figura 2- Colete do cão
Tabela 1 - Condutas propostas na TAA para alcançar objetivos do tratamento
Objetivos do tratamento Condutas para a TAA
Melhorar controle postural Escovar o cão em diferentes posições; jogar a bola; ficar na posição
de gatas igual ao cão;
Melhorar o equilíbrio Escovar o cão em diferentes posições; levar o cão para passear em
estático e dinâmico terrenos instáveis, com e sem obstáculos; pegar objeto que estava
no colete do cão e deixar em outro lugar (descarga de peso
sentado); elevar um dos membros inferiores e fazer o cão passar
por baixo; passar pelo bambolê igual ao cão (engatinhar);
Estimular reações de Jogar e receber a bola para o terapeuta, enquanto o cão tenta
proteção pegar; andar sobre uma linha, acompanhado pelo cão;
Estimular posições e Escovar o cão em diferentes posições; vestir o colete no cão; jogar
transferências de sentado, bola para o cão; a criança se apóia no cão para adquirir a postura;
quatro apoios, ajoelhado, elevar um dos membros inferiores para o cão passar por baixo;
semiajoelhado, cócoras e o imitar a marcha do cão (engatinhar), executar diferentes posturas
ortostatismo. junto com o cão (quatro apoios, cócoras, rolar, caminhando para
trás).
Aprimorar simetria Corporal Pular obstáculos junto com o cão, utilizando os dois pés; pegar
objetos com as duas mãos em diferentes posições; tirar e colocar os
itens no colete do cão, entregando e retirando os objetos de
diferentes alturas.
Melhorar a coordenação Escovar o cão em diferentes posições; vestir o colete e brincar com
motora os objetos colados no colete; jogar a bola para o cão; colocar
enfeites no pelo.
Tabela 2 - Resultados das avaliações posturais (inicial – Av1 e final – Av2)
Av1 Av2
Plano Coronal
Assimetria Cabeça 0,3 0,9
Assimetria Ombro -0,2 -1,6
Assimetria Pélvica 5,9 0,9
Assimetria Joelho 3,1 -3,7
Assimetria Maleolar 3,3 2,6
Assimetria Corporal 0,4 1,4
Plano Sagital
Ângulo S. Cervical D – 39,4 E – 18,4 D – 36,9 E – 28,3
Ângulo S. Ombro D – 86,9 E – 121,8 D – 97,5 E – 151,6
Ângulo S. Corporal D – 6,8 E – 6,9 D – 5 E – 6,1