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ONHBA-3 / Fase 3

ONHB / IFCH - Unicamp


Conteúdo

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

15 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

16 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

17 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

18 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

19 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

20 / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

21 / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

024: Monumento ao Pe. Antonio Sepp, 1959 . . . . 24

025: Legislação resulta de lutas e do aprofundamento


de debates sobre o racismo . . . . . . . . . . 25

026: A linha direta do Presidente . . . . . . . . . . . 29

1
027: Rap da Felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . 31

028: Rap do Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

029: Comissão da Câmara aprova projeto de lei que


proíbe casamento homoafetivo . . . . . . . . 36

2
Introdução

A aventura está mais emocionante...

Sejam bem-vindo(a)s à Fase 3 da 3ª ONHB-A!


A terceira fase da 3ª ONHB-A 2023 inicia dia 6 de novembro e
encerra às 23:59 [horário de Brasília] do dia 11 de novembro de
2023. Esta fase é composta por 5 Questões, 1 Tarefa e pela
composição da última parte da tarefa “Pelo fim da violência de
gênero, em todas as suas dimensões ” construída ao longo das
três primeiras fases e que será analisada na tarefa da fase quatro.
Cada uma das questões apresentadas possui quatro alternativas.
Em cada questão há mais de uma alternativa correta. Você deve
escolher qual alternativa considera mais completa, profunda e
adequada e selecioná-la.
Atenção: A prova pode ficar em “modo de rascunho”, mas não se
esqueça(m) de confirmar as respostas até a data limite, clicando
em “entregar a questão”.
Boa sorte a todos!

3
Questões

15 / Questão

Documento 024 Escultura p. 24

Monumento ao Pe. Antonio Sepp, 1959

A partir da fotografia do monumento, assinale a alternativa mais


adequada.

A. O sítio arqueológico em que está o monumento, localizado


no município de Entre-Ijuís/RS, é composto por ruínas do
cemitério, da igreja, do colégio e de outras estruturas que
pertenceram à redução jesuítica de São João Batista.

B. A forja do ferro, executada com mão de obra indígena no


interior da redução de São João Batista, evidencia o uso de
complexa tecnologia, desconhecida em muitas cidades
europeias à mesma época.

C. O monumento, realizado em pedra, apresenta quatro


indígenas desenvolvendo atividades manuais ao lado da
representação do Padre Sepp que está sobre uma inscrição
que identifica a obra.

D. A inscrição do nome do padre Antônio Sepp como Antônio


Sepp Von Rechegg é uma alusão ao artista austríaco,
naturalizado brasileiro, idealizador da obra escultórica.

Conteúdo adicional

LINK: IPHAN

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/766/#:~{}:text=O%20territ%C3%B3rio%

20das%20Miss%C3%B5es%20Jesu%C3%ADticas, do%20Rio%20Grande%20do%20Sul.

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16 / Questão

Documento 025 Jornal Elerônico p. 25

Legislação resulta de lutas e do aprofundamento de deba-


tes sobre o racismo

Sobre o documento e o tema que ele trata, escolha a alternativa


mais pertinente:

A. A Lei 10.639/2003 é apresentada como fruto de lutas do


movimento negro e do intenso trabalho de educadores
antes e depois de sua implementação.

B. Nos últimos 20 anos o governo federal assumiu o


compromisso de oferecer formação gratuita para os
professores sobre as relações étnicos-raciais, tornando
eficiente a aplicação da Lei 10.639/2003.

C. A luta contra o racismo envolve a aplicação da Lei


10.639/2003 como parte de uma mudança estrutural na
educação e na sociedade brasileiras.

D. A aplicação da Lei nas escolas evidenciou a formação


inexistente ou parcial dos professores sobre as relações
étnico-raciais e impactou o ensino superior.

5
17 / Questão

Observe o documento:

Documento 026 Jornal p. 29

A linha direta do Presidente

A fotografia, o título e a legenda

A. evidenciam o despojamento das formalidades da posse


presidencial e pretendem comparar a baixa estatura do
governante à grandeza do cargo que ele ocupa.

B. relacionam-se diretamente ao destacar a quebra de


protocolo do militar em cruzar o gramado em frente ao
Congresso Nacional caminhando em linha reta.

C. trazem elementos que remetem à nacionalidade, em ordem


e equilíbrio, como a postura alinhada do marechal, a
bandeira nacional desfraldada e guardas fardados.

D. procuram realçar qualidades morais de Castello Branco,


construindo uma imagem do poder que valoriza o
sentimento de confiança na ditadura civil-militar.

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18 / Questão

Leia a letra e ouça as canções: Rap da Felicidade e Rap do Silva

Documento 027 Música p. 31

Rap da Felicidade

Documento 028 Música p. 33

Rap do Silva

As canções

A. são emblemáticas do momento em que o funk passa a ser


recorrente em programas televisivos e consumido para além
das comunidades onde surgiu, sem contudo deixar de ser
alvo de preconceito.

B. foram compostas e lançadas no período do governo de FHC


e discutem a permanência de profundas desigualdades
sociais e o preconceito de classe existente na sociedade
brasileira.

C. realizam uma defesa do gênero musical funk, mas


estabelecem uma crítica aos bailes funks como espaços de
violência, clamando aos ouvintes que abandonem essas
práticas.

D. apresentam a vida cotidiana da população carioca que vive


em comunidades e convive com a pobreza, com a violência e
com o descaso das autoridades.

Conteúdo adicional

LINK: Ouça ”Rap da Felicidade” no Spotify https://open.spotify.com/intl-pt/track/

7n2vUEbdVw0xr1hmtWkwBp?si=2e0229b0bf6148f2LINK: Ouça ”Rap da do Silva” no Spotify https:

//open.spotify.com/intl-pt/track/77b38yXcDs0eqhSyRxjpCf?si=fe48dbf3324642bf

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19 / Questão

Documento 029 Jornal online p. 36

Comissão da Câmara aprova projeto de lei que proíbe ca-


samento homoafetivo

O projeto de lei aprovado pela Câmara em outubro de 2023:

A. Embora atenda a interesses diretos de grupos


estabelecidos, tem forte embasamento na Constituição de
1988, que não dá brechas para a incorporação do
casamento homoafetivo.

B. Pode ser interpretado como violência de gênero e


retrocesso nas conquistas de direitos no que se refere às
relações homoafetivas.

C. Traz argumentos de base religiosa e teorias médicas


superadas para fundamentar uma lei que denota a tentativa
de aplicar ideais morais de parte da sociedade a toda ela.

D. Indica uma manobra parlamentar para apressar a votação


de um tema controverso, sem a devida discussão e
envolvimento de todas as partes, o que enfraquece o debate
político nacional.

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20 / Tarefa

Prezado(a)s participantes da 3ª Olimpíada Nacional em História


do Brasil - Aberta Para Todos

Apresentamos aqui a terceira Tarefa da Olimpíada. Trata-se de


uma tarefa criada na 10ª edição da ONHB e que mais uma vez traz
uma atividade bastante comum aos historiadores. Quando os
historiadores fazem suas pesquisas, por exemplo, em arquivos,
bibliotecas, museus e acervos pessoais, frequentemente têm que
ler, decifrar e compreender documentos produzidos no passado.
Nesta Tarefa trazemos para vocês um contrato de 1900, e os
desafiamos a ler, entender e transcrever esse documento.
Como ele está em letra cursiva (escrita à mão), vocês devem
seguir algumas dicas que os pesquisadores utilizam:

a) leiam com calma cada palavra, tentando dar sentido ao que


está escrito;
b) procurem se acostumar com as formas como o autor desenha
certas letras, pois essas formas se repetem e podem auxiliar a
decifrar outras palavras;
c) estejam atentos aos detalhes - o historiador também é uma
espécie de “detetive do passado”.
Instruções para realizar a tarefa:

1) Cada espaço em aberto no “box de edição” (formulário


editável) corresponde a um trecho [linha] que “retiramos” do
texto. Vocês devem ler o mesmo trecho no documento original e
escrevê-lo no espaço correspondente;
2) Uma pequena parte da transcrição já está realizada dentro do
box de edição da tarefa. Sua equipe deve completar os trechos
faltantes conforme indicado “box de edição” e demarcado no
documento;
3) As linhas estão numeradas. Conforme se passa o “mouse”
sobre a parte a ser preenchida, a mesma parte aparece em
destaque no documento original. Fizemos isso para que os
participantes não se percam na leitura do documento;
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4) Na escrita, é possível usar a grafia atual (a forma de escrever a
palavra que usamos hoje) ou a grafia da época ou ainda misturar
as duas. Cada espaço preenchido vale ponto;
5) A transcrição deve acompanhar o texto apresentado em cada
linha do documento. Transcrições realizadas em locais incorretos
do texto não serão pontuadas;
6) A transcrição deve respeitar a pontuação, letras maiúsculas e
minúsculas etc. e principalmente as linhas em que os trechos se
encontram;
7) As abreviações, se existirem, podem ser mantidas ou
transcritas por extenso, cabe à equipe escolher a forma como
prefere registrá-las, desde que sejam coerentes com o que está
registrado no documento;
8) Observe que no documento há um selo, o conteúdo impresso
desse selo não deve ser transcrito, mas o que está escrito sobre
ele sim.

Para ajudar em sua tarefa de decifração, você pode assistir um


breve vídeo com uma especialista em paleografia, que analisou
uma tarefa da Olimpíada. Inscreva-se em nosso youtube e assista
o vídeo aqui:
[https:
//www.youtube.com/c/Olimp%C3%ADadaNacionalemHist%
C3%B3riadoBrasil?sub_confirmation=1] Canal Olimpíada
de História [https://www.youtube.com/watch?v=
mt5x5WMfCFY&list=PLriJoLGwAjBmis_
twsawJpWUzoX5dvLuB?sub_confirmation=1] Canal
Olimpíada de História

Atenção!

O sistema não permite o envio da tarefa a menos que TODOS os


trechos selecionados estejam transcritos. É necessário confirmar
a transcrição depois que a sua equipe terminar a tarefa.
Ao preencher o formulário com a transcrição de cada linha a
equipe deverá clicar em “Salvar Rascunho”, assim, o que foi

10
realizado até o momento será salvo em modo rascunho, e mesmo
que vocês saiam da página da Olimpíada e retornem depois, o
rascunho estará salvo e disponível.
Atenção: esta tarefa pode ficar em modo “rascunho”. Nosso
sistema não permite a entrega desta tarefa incompleta, portanto,
é necessário que todos os campos estejam preenchidos. Não
esqueça de enviar a tarefa, as tarefas deixadas em modo
“rascunho” não são computadas e não conferirão pontos
importantes para a verificação de seu desempenho ao final da
prova.

NÃO PERCA O TRABALHO REALIZADO: Lembramos que não é


recomendável que mais de uma pessoa edite a tarefa ao mesmo
tempo. Nosso sistema não permite sobreposição de rascunhos
salvos em edições simultâneas em tarefas de uma mesma
equipe. Apenas aquilo que um dos participantes realizar será
salvo, podendo ser perdidas informações e preenchimentos. A
Comissão Organizadora da ONHB-A não se responsabiliza por
problemas causados por edições simultâneas de tarefas em uma
mesma equipe, sendo computado para a composição da nota
apenas aquilo que for enviado como tarefa finalizada após um dos
membros da equipe clicar no botão “Entregar a questão”.
Mãos à obra!

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DOCUMENTO A SER TRANSCRITO COM INDICAÇÃO DAS LINHAS

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LINHAS A SEREM TRANSCRITAS

Observe que alguns trechos já estão transcritos, preencha os vazios.

2 Rio de Janeiro

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29 obriga-se a entregar

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39 estipulada

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48 1900

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21 / Tarefa

INSTRUÇÕES SOBRE A TAREFA

Na primeira semana da 3ª ONHB-A, os participantes indicaram


um exemplo de “violência aparentemente inofensiva” vivenciada
ou conhecida. Na semana seguinte, enviou uma imagem com
legenda desse mesmo tema.
Nessa fase, a tarefa é escrever um texto sobre o tema que
escolheu.
Para tal, é necessário:

a) detalhar um pouco mais o tipo de “violência/preconceito”


selecionado 1) detalhando situações 2) comparando com
situações semelhantes no Brasil ou exterior 3) detalhando se já
viveu ou já testemunhou esse tipo de situação, na vida escolar,
familiar, ou na sociedade;
b) explicar qual a origem desse tipo de comportamento
preconceituoso/agressivo, procurando entendê-lo historicamente
e não apenas como uma atitude individualizada;
c) sugerir um ou mais soluções para evitar e superar esse tipo de
situação.

Esse é um texto descritivo-argumentativo. A linguagem utilizada


não pode ser coloquial e a correção gramatical deve ser
observada. A seguir, trazemos algumas instruções para auxiliar na
produção do texto.

RECOMENDAÇÕES SOBRE O TEXTO


a. O texto terá o máximo de 3500 caracteres. Ao contar o número
de caracteres, lembrem-se de incluir os espaços entre as palavras
também;
b. Procure produzir textos sem erros de ortografia, de
concordância ou de estilo. Evite abreviações. A ONHB não é uma
prova de gramática ou de redação, mas seguramente a melhor
forma de comunicar uma ideia é com boa escrita;
c. Evite expressões chulas gratuitas; só as utilize se elas fazem
18
parte da agressão/violência descritas. Tenha atenção à
pontuação. Não esqueça que o trabalho de sua equipe será lido
por muitos outro(a)s participantes da ONHB-A e que ele pode até
mesmo ser publicado em nosso site;
d. O trabalho deve ser original, ou seja, deve ser realizado
pelo/a(s) participante(s). Ele foi concebido a partir de uma
perspectiva de vivência, portanto, não faz sentido copiar textos
prontos. É evidente que informações levantadas em uma
pesquisa vão contribuir para o embasamento das interpretações e
impressões registradas em seu texto, mas elas devem ser
utilizadas como apoio e, se registradas no texto, devem aparecer
entre aspas ou em formato de dados. A utilização de fontes
externas ao seu texto deve ser devidamente referenciada e para
isso há espaço para a indicação da bibliografia utilizada. Você
deve indicar de 1 até 3 textos/sites/referências bibliográficas
utilizados. Cópias literais e paráfrases sem nenhuma referência
serão consideradas plágio
e. Uso de inteligência artificial (I.A.): evite o uso de inteligência
artificial para produzir seu texto, a menos que a utilize como
“corretor ortográfico/gramatical”, para obter um texto final com
escrita corrigida. Leia com cuidado qualquer material produzido
por I.A., pois ele pode diferir fortemente da intenção original de
seu texto. Se utilizar I.A. para a confecção final de seu texto,
indicar nas referências. Atenção: esse uso de “ajuda na redação”
por parte de I.A. não será punido nem gerará desconto de pontos,
desde que devidamente referenciado. Mas no caso de I.A.
utilizada sem ser referenciada, e identificada, haverá o desconto
de pontos. Assim, reflita sobre que caminho vai utilizar para a
produção de sua tarefa.
f. Equipes pertencentes à mesma escola e/ou orientadas pelo
mesmo professor que utilizarem exatamente o mesmo texto nas
tarefas (ou com alterações mínimas), serão consideradas como
tendo realizado “plágio interno” e terão pontos descontados;
g. Os textos produzidos não devem ser ofensivos, pornográficos
ou incitar e/ou fazer apologia a qualquer forma de violência,
preconceito racial, social, de gênero, de credo, capacitista,

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geracional ou de origem.

BIBLIOGRAFIA

Você deve colocar 3 referências utilizadas para a realização da


tarefa (textos e sites consultados, por exemplo). Mesmo tenha
utilizado mais referências, liste aqui as 3 mais importantes.
Atenção: essas referências NÃO são da imagem, que já foi
indicada na legenda.
Exemplos de como fazer referências:
LIVRO: DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e
revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SITE: Brasil escola - História do Brasil. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiab. Acesso em: 04 mai
2023.
ARTIGO: TOLENTINO, Átila B. O que não é educação patrimonial:
cinco falácias sobre seu conceito e sua prática. In TOLENTINO,
Átila B.; BRAGA, Emanuel Oliveira (orgs.). Educação Patrimonial:
políticas, relações de poder e ações afirmativas. (Caderno
Temático nr 05). João Pessoa: Iphan-PB/Casa do Patrimônio da
Paraíba, 2016. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/caderno_tematico_educac
Acesso em 30 jan. 2023.
Atenção: esses são apenas exemplos de como fazer as
referências e não sugestões de textos a serem utilizados.

IMAGEM DA EQUIPE: Essa imagem deve retratar a equipe.

SE VOCÊ ESTÁ INSCRITO NA MODALIDADE ESCOLAR (escola


pública ou privada):
TODOS os membros estudantes devem aparecer na foto da
equipe. É desejável que, nas equipes escolares (escola pública ou
particular) também o(a) professor(a) apareça na imagem, pois é
membro da equipe também, mas não é obrigatório que o(a)
professor(a) apareça. A imagem não pode ser um desenho,
caricatura etc. A equipe deve produzir a sua imagem. A imagem

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pode, por exemplo, ser uma fotografia retirada anteriormente, ou
ser um print de uma reunião virtual realizada pela equipe [neste
caso os membros da equipe devem ocultar seus nomes, grafando,
por exemplo, ”estudante 1, 2, 3, professor(a)”]. A imagem pode
também ser uma montagem/colagem de fotos de seus
integrantes feita pela equipe. O nome da escola, o nome da
equipe e/ou de seus membros não deve aparecer na imagem.
[Instruções de formato: A imagem deve ser em JPG, com largura
e altura máximas de 2.000 pixels e tamanho máximo de 2Mb]

SE VOCÊ ESTÁ INSCRITO NA MODALIDADE GRUPO (NÃO NA


MODALIDADE ESCOLAR)
É obrigatório que, PELO MENOS DUAS PESSOAS apareçam na foto
da equipe. O ideal é que todas apareçam. A imagem não pode ser
um desenho, caricatura etc. A equipe deve produzir a sua
imagem. A imagem pode, por exemplo, ser uma fotografia
retirada anteriormente, ou ser um print de uma reunião virtual
realizada pela equipe [neste caso os membros da equipe devem
ocultar seus nomes, grafando, por exemplo, ”membro 1, 2, 3...”].
A imagem pode também ser uma montagem/colagem de fotos de
seus integrantes feita pela equipe. O nome da equipe e/ou de
seus membros não deve aparecer na imagem. [Instruções de
formato: A imagem deve ser em JPG, com largura e altura
máximas de 2.000 pixels e tamanho máximo de 2Mb]

SE VOCÊ ESTÁ INSCRITO NA MODALIDADE INDIVIDUAL


É obrigatório que você coloque uma foto sua na tarefa. A imagem
não pode ser um desenho, caricatura etc. Você deve produzir a
sua imagem. A imagem pode, por exemplo, ser uma fotografia
retirada anteriormente. O nome da equipe e/ou seu nome não
deve aparecer na imagem. [Instruções de formato: A imagem
deve ser em JPG, com largura e altura máximas de 2.000 pixels e
tamanho máximo de 2Mb]

Atenção: esta tarefa pode ficar em modo “rascunho”. Nosso


sistema não permite a entrega desta tarefa incompleta, portanto,

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é necessário que todos os campos estejam preenchidos. Não
esqueça de enviar a tarefa, as tarefas deixadas em modo
“rascunho” não são computadas e não conferirão pontos
importantes para a verificação de seu desempenho ao final da
prova. Lembramos ainda que esta tarefa é parte do trabalho que
será avaliado na fase 4 e a não entrega e uma ou mais de suas
partes pode prejudicar o desempenho da equipe na competição.

NÃO PERCA O TRABALHO REALIZADO: Lembramos que não é


recomendável que mais de uma pessoa edite a tarefa ao mesmo
tempo. Nosso sistema não permite sobreposição de rascunhos
salvos em edições simultâneas em tarefas de uma mesma
equipe. Apenas aquilo que um dos participantes realizar será
salvo, podendo ser perdidas informações e preenchimentos. A
Comissão Organizadora da ONHB-A não se responsabiliza por
problemas causados por edições simultâneas de tarefas em uma
mesma equipe, sendo computado para a composição da nota
apenas aquilo que for enviado como tarefa finalizada após um dos
membros da equipe clicar no botão “Entregar a questão”.

Bom trabalho!

22
DETALHAMENTO DOS CAMPOS DA RESPOSTA A SER ENVIADA

Texto descritivo-argumentativo
Aqui você deve produzir seu texto segundo as instruções apresentadas acima. Caracteres com espaços:

mínimo 10 e máximo de 3500.

[usar entre 10 e 3500 caracteres incluindo espaços e pontuação]

Bibliografia
Aqui você deve indicar 3 textos/sites/referências bibliográficas utilizados na construção de seu texto.

Caracteres com espaços: mínimo 10 e máximo de 800.

[usar entre 10 e 800 caracteres incluindo espaços e pontuação]

Imagem da equipe
Aqui você deve inserir a foto de sua equipe, para isso siga as instruções específicas para a sua modalidade.

[Deve ser em JPG, com largura e altura máximas de 2.000 pixels e tamanho máximo de 2Mb].

[a equipe deverá fazer o upload de uma imagem de acordo com as


restrições]

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Documentos

Documento 024

Monumento ao Pe. Antonio Sepp, 1959

A inscrição:
Pe. Antonio Sepp Von Rechegg S.J. 22-11-1635 * o gênio das
missões *16-01-1733. Homenagem do povo de Santo Ângelo
ao fundador da redução missioneira de São João Batista
(14/9/1697) e pioneiro da siderurgia no Brasil. Sendo prefeito
José Carlos Kist. Dezembro de 1959.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Escultura ORIGEM: Monumento ao Pe. Antonio Sepp. Sítio Arqueológico de
São João Batista. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADtio_Arqueol%C3%B3gico_de_S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Batista#/media/F
Acesso em 14 fev. 2023. CRÉDITOS: Sítio Arqueológico de São João Batista.
PALAVRAS-CHAVE: missões jesuíticas, monumento, arqueologia

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Documento 025

Legislação resulta de lutas e do


aprofundamento de debates sobre o racismo

As lutas e o aprofundamento de debates sobre a discriminação


resultaram no reconhecimento público da existência do racismo no
Brasil, o que possibilitou o estabelecimento da Lei 10.639/03

Primeira Marcha Zumbi - Foto: Geledés Instituto da Mulher


Negra /Rede de Historiadores Negros /Acervo Cultne

No dia 20 de novembro de 1995, uma marcha que reuniu cerca


de 300 pessoas em Brasília marcou os 300 anos, à época, da
morte de Zumbi dos Palmares, em Pernambuco. A marcha
exerceu grande influência no direcionamento da luta contra o
racismo no Brasil, possibilitando o aprofundamento de
debates sobre a discriminação. Estava caindo por terra o mito
da democracia racial brasileira, forçando o reconhecimento

25
público da existência do racismo.
Certamente, muitos caminhos e trilhas percorridos pelos
movimentos negros foram pavimentados por lutas
persistentes e incansáveis até que, na década de 1990, foi
aprovada a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação
Nacional. Em sua Lei 9.394/1996, no Artigo 26º, parágrafo 4º,
diz que o ensino da História do Brasil levará em conta as
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e europeia. “Era preciso instituir o protagonismo
indígena e negro e deslocá-los do contexto colonial para um
contexto contemporâneo diverso, complexo e fundamental
para a cultura nacional”, afirma Flávia Rios, pesquisadora em
Sociologia na USP.
Em 2003, essa diretriz foi alterada pela Lei 10.639/2003, que
estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura
afro-brasileiras e africanas.

26
Já em 2008, reforça-se o ensino da cultura dos povos
indígenas, com a Lei Nº 11.645, de 10 março de 2008.

O contexto de execução da Lei 10.639 começou bastante


incipiente. Os educadores que já atuavam em salas de aula, em
meados de 2003, sentiram uma carência de formações
educacionais que mostrassem como integrar os assuntos da
cultura afro-brasileira e africana dentro e fora da sala de aula.
“Antes da Lei de 2003, as pessoas achavam que, se você falasse
do Dia do Índio e do dia 13 de Maio (abolição da Escravatura no
Brasil), estavam cumprindo seu papel. Tem muita gente, ainda
hoje, que pensa isso”, lamenta Míghian [Danae, pesquisadora
em Educação da USP e professora da Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)]
(...).

Eduardo Januário, pesquisador da USP e parte integrante do


projeto Marcadores Sociais das Diferenças (...), foi diretor de
escola no limiar da aplicação da Lei 10.639. Para ele, nesse
período, a sua maior dificuldade era mostrar a importância da
Lei dentro das escolas. “Um dos maiores enfrentamentos que
eu tive enquanto diretor de escola foi tentar demonstrar para
aqueles professores que nunca tinham sido formados, com
essa conversa de educação para as relações étnico-raciais, que
o negro estava lá sub-representado como escravo”, explica ele.

Muitos cursos de níveis superiores precisavam dessa


abordagem. “Como a gente ia colocar em prática se as
graduações ainda não tinham essa formação?”, questionou
Míghian, em meados de 2003, quando finalizou sua graduação
em Pedagogia. “Professores que foram formados antes de
2003 podem não saber dessa discussão”, afirma Januário.

Em 2010, Denise Carreira, professora da FE e integrante da


rede internacional de ativistas do Fundo Malala, organizou o
Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o

27
Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, com o
objetivo de fomentar condições adequadas para a formação
dos profissionais de educação. “O que acontecia, e acontece
ainda hoje, é que, muitas vezes, os sistemas consideram
implementar a lei garantindo uma palestra aqui e uma oficina
ali”, afirma a educadora. “Então, o que o Plano Nacional de
implementação da 10.639 queria é a nossa obsessão: um
processo que, de fato, possa institucionalizar e enraizar a Lei
nas escolas e nos sistemas de ensino”, complementa, citando
como exemplo o acompanhamento do trabalho dos
professores, a criação de secretarias de diversidade
étnico-racial e formações com quantidades de horas
preestabelecidas.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal Elerônico ORIGEM: Adaptado de: QUINTO, Antonio Carlos; ROSABONI,
Camilly. “Legislação resulta de lutas e do aprofundamento de debates sobre o racismo”. Especial
Consciência Negra, Jornal da USP, São Paulo, 21/11/2022. Disponível em:
https://jornal.usp.br/noticias/especial-lei-10-639-legislacao-resulta-de-lutas-e-do-aprofundamento-de-
debates-sobre-o-racismo/. Acesso em: 24 fev. 2023. CRÉDITOS: Antonio Carlos Quinto; Camilly
Rosaboni. Foto: Geledés Instituto da Mulher Negra /Rede de Historiadores Negros /Acervo Cultne
PALAVRAS-CHAVE: relações étnico raciais, legislação, ensino de história

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Documento 026

A linha direta do Presidente

Transcrição

A FOTO DO FATO

A LINHA DIRETA DO PRESIDENTE

Com a tranqüila segurança dos que, embora em altas missões,


não perdem a simplicidade, o Mar. Humberto de Alencar
Castelo Branco rompeu, violentamente, o protocolo do
cerimonial, ao deixar o Congresso Nacional em direção ao
palácio presidencial. Ao abandonar o prédio que abria o
Senado e a Câmara, deveria encaminhar-se para o Planalto, a
fim de receber a faixa das mãos do Sr. Ranieri Mazzili. Vendo
alguns amigos, que, a distância, lhe acenavam, o Mar.
Castelo Branco achou, contra o cerimonial, que o caminho
29
mais curto entre dois pontos é a linha reta. Cumprimentou os
amigos e chegou ao Palácio na frente de todos.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal ORIGEM: Página da Revista Fatos e Fotos, de 25 de abril de 1964,
sendo a edição dedicada à cobertura do evento de posse do Presidente Mar. Humberto de Alencar
Castello Branco. Fotógrafo não identificado. Acervo de particular. CRÉDITOS: Revista Fatos e Fotos.
PALAVRAS-CHAVE: história política, brasil contemporâneo, ditadura civil-militar

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Documento 027

Rap da Felicidade

Eu só quero é ser feliz


Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Fé em Deus, DJ
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz
Feliz, feliz, feliz, feliz onde eu nasci (Han!)
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer
Com tanta violência eu sinto medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e a alegria aqui caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido a tiros de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
O pobre é humilhado, esculachado na favela
Já não aguento mais essa onda de violência
Só peço à autoridade um pouco mais de competência
Vamo lá, vamo lá
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci (Han!)
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero é ser feliz
Feliz, feliz, feliz, feliz onde eu nasci, é
E poder me orgulhar

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E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
Diversão hoje em dia, não podemos nem pensar
Pois até lá nos bailes eles vem nos humilhar
Fica lá na praça que era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local
Pessoas inocentes que não tem nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão postal que se destaque uma favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela
Quem vai pro exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade
Vai pra zona sul pra conhecer água de coco
E o pobre na favela vive passando sufoco
Trocaram a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero a bonança
O povo tem a força, precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui
Quero ouvir
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar, eu
Eu só quero é ser feliz
Feliz, feliz, feliz, feliz onde eu nasci (Han!)
E poder me orgulhar, é
O pobre tem o seu lugar

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Música ORIGEM: Rap da Felicidade
Gravadora: Columbia
Ano: 1995
Compositores: Mc Cidinho; Mc Doca
Produtor: DJ Malboro
Intérpretes: Mc Cidinho; Mc Doca CRÉDITOS: Compositores: Mc Cidinho; Mc Doca
Produtor: DJ Malboro
Intérpretes: Mc Cidinho; Mc Doca PALAVRAS-CHAVE: brasil contemporâneo, história da música

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Documento 028

Rap do Silva

Todo mundo devia nessa história se ligar


Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar
Esquecer os atritos, deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando o DJ detonar
(solta o rap DJ)
Era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
É só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
Era um domingo de Sol
Ele saiu de manhã
Pra jogar seu futebol
Levou uma rosa pra irmã
Deu um beijo nas crianças
Prometeu não demorar
Falou pra sua esposa que ia vir pra almoçar
Mas era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
É só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
Era trabalhador, pegava o trem lotado
Tinha boa vizinhança era considerado
E todo mundo dizia que era um cara maneiro
Outros o criticavam porque ele era funkeiro
O Funk não é modismo
É uma necessidade
É pra calar os gemidos que existem nessa cidade

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Todo mundo devia nessa história se ligar
Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar
Esquecer os atritos
Deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando o DJ detonar
E era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
É só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
E anoitecia ele se preparava
É pra curtir o seu baile
Que em suas veias rolava
Foi com a melhor camisa
Tênis que comprou suado
E bem antes da hora ele já estava arrumado
Se reuniu com a galera
Pegou o bonde lotado
Os seus olhos brilhavam
Ele estava animado
Sua alegria era tanta
Ao ver que tinha chegado
Foi o primeiro a descer
E por alguns foi saudado
Mas naquela triste esquina
Um sujeito apareceu
Com a cara amarrada
Suando, estava um breu
Carregava um ferro
Em uma de suas mãos
Apertou o gatilho
Sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo
Que foi pro baile curtir
Hoje com sua família

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Ele não irá dormir
Porque era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
É só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
Naquela triste esquina
Um sujeito apareceu
Com a cara amarrada
Suando, estava um breu
Carregava um ferro
Em uma de suas mãos
Apertou o gatilho
Sem dar qualquer explicação
E o pobre do nosso amigo
Que foi pro baile curtir
Hoje com sua família
Ele não irá dormir
Porque era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família
Era só mais um Silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro
Mas era pai de família

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Música ORIGEM: Rap do Silva
LP: RAP BRASIL 2
Gravadora: Som Livre
Ano: 1995
Compositor: Mc Bob Rum
Intérprete: Mc Bob Rum CRÉDITOS: Compositor: Mc Bob Rum
Intérprete: Mc Bob Rum GLOSSÁRIO: Ferro : revólver. PALAVRAS-CHAVE: história da música,
brasil contemporâneo

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Documento 029

Comissão da Câmara aprova projeto de lei que


proíbe casamento homoafetivo

Chuchart Duangdaw/Getty Images

[Em outubro de 2023], por 12 votos a 5, a Comissão de


Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e
Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei
que proíbe o casamento homoafetivo e a união estável entre
pessoas do mesmo sexo e cria uma outra modalidade de união
civil.
Agora, o texto segue para as comissões dos Direitos Humanos e
Constituição e Justiça da Câmara.
O tema vem sendo discutido na comissão desde o dia 29 de
agosto. A obstrução da base governista, minoritária no
colegiado, e pedidos de vista, ou seja, mais tempo de análise do
texto, têm travado o avanço do tema na Câmara. Uma das
vitórias da minoria foi a realização de uma audiência pública
para debater o assunto.
Na última sessão sobre o projeto, no mês passado, o relator,
deputado Pastor Eurico (PL-PE), pediu mais tempo para

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apresentar uma nova versão do parecer. Isso foi feito por meio
de um voto complementar apresentado minutos antes da
abertura da sessão.
Entenda o projeto
O texto votado proíbe qualquer união de pessoas do mesmo
sexo e cria a possibilidade de que elas possam constituir
“união homoafetiva por meio de contrato em que disponham
sobre suas relações patrimoniais”.
Na prática, a união homoafetiva, de acordo com o documento,
entraria em um novo dispositivo legal, “a fim de permitir que
pessoas do mesmo sexo possam, exclusivamente para fins
patrimoniais, constituir união homoafetiva por meio de
contrato”.
Pelo texto, as partes de uma união homoafetiva são
consideradas “contratantes”, a união em si denominada como
“contrato” e os dispositivos “casamento” e “união estável”
ficam restritos às relações heterossexuais.
“Qualquer lei ou norma que preveja união estável ou
casamento homoafetivo representa afronta direta à
literalidade do texto constitucional”, diz Pastor Eurico.
(...) Para ele, o texto abrange as reivindicações de todos os
lados, uma vez que garante os direitos civis das uniões
homoafetivas e mantém a instituição do casamento como
prevê a Constituição, que, segundo Eurico, seria uma união
entre homens e mulheres, além de proteger os direitos dos
templos religiosos.
Na avaliação da base governista, o texto foi apresentado em
cima da hora e, além disso, apresenta termos que tratam as
pessoas da comunidade LGBTQIA+ como “cidadãos de
segunda categoria”.
Além disso, usaria termos considerados “ultrapassados e
homofóbicos” na redação do projeto de lei.
O bloco também reclama que os acordos firmados não foram
cumpridos, como a criação de um grupo de trabalho com
representantes dos dois lados para debater o texto, e que seria
necessário tempo para a leitura e discussão do novo

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documento apresentado.
Porém, com um artifício do regimento interno, ao apresentar
as alterações do relatório como um voto complementar, e não
um texto substitutivo, a matéria foi enviada diretamente para
votação, sem a possibilidade de discussão ou apresentação de
emendas.
“Isso é vilipendiar o parlamento. Vocês querem modificar o
Código Civil em 15 minutos. Infelizmente, o que alguns estão
fazendo aqui é rasgar a Constituição Federal, rasgar os direitos
humanos. Eu não consigo entender tanta maldade. O que a
gente tá vendo aqui é um retrocesso de 15 anos”, contestou a
deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).
Como protesto, os deputados fizeram obstrução, na tentativa
de adiar a votação, e deixaram o plenário, voltando depois de
algumas horas para registrar o posicionamento contrário ao
projeto.
Mudança no projeto e tramitação
O projeto de lei original foi apresentado em 2007 pelo então
deputado federal Clodovil Hernandes, estilista e apresentador
de televisão que morreu em 2009.
O projeto do Clodovil pretendia mudar o Código Civil para
prever a possibilidade de que duas pessoas do mesmo sexo
possam constituir união homoafetiva por meio de contrato em
que disponham sobre suas relações patrimoniais.
O relator, porém, rejeitou todo o projeto original de Clodovil e
adotou outro, de autoria dos ex-deputados Paes de Lira (SP) e
Capitão Assumção (ES).
O texto acolhido, por sua vez, afirma que “nos termos
constitucionais, nenhuma relação entre pessoas do mesmo
sexo pode equiparar-se ao casamento ou a entidade familiar”.
Na justificativa do projeto, os dois deputados afirmaram que
“aprovar o casamento homossexual é negar a maneira pela
qual todos os homens nascem neste mundo, e, também, é
atentar contra a existência da própria espécie humana”.
Na leitura do relatório, Pastor Eurico disse que a Constituição
brasileira “mitiga a possibilidade de casamento ou união entre

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pessoas do mesmo sexo”.
“O casamento é entendido como um pacto que surge da
relação conjugal, e que, por isso, não cabe a interferência do
poder público, já que o casamento entre pessoas do mesmo
sexo é contrário à verdade do ser humano”, afirmou Eurico.
“O que se pressupõe aqui é que a palavra ‘casamento’
representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como
ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união
entre pessoas do mesmo sexo”, destacou.
O relatório traz termos considerados ofensivos à comunidade
LGBTQIA+, como a utilização da palavra “homossexualismo”,
que foi retirada da lista internacional de doenças há 33 anos
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como maneira de
combate à homofobia.
No relatório, o Pastor Eurico usa trechos da bíblia para
legitimar a proibição de casamento de pessoas do mesmo sexo,
traz estudos psiquiátricos — considerado por especialistas
como ultrapassados — que condenam a homossexualidade,
tratam-na como doença e afirmam que esta orientação sexual
é “contrário à lei natural”.
“Os atos homossexuais não só são incapazes de gerar vida,
mas, também, porque não provêm de uma verdadeira
complementariedade sexual […]. Aqui não estamos falando de
amor enquanto afeto, sentimento, prazer, mas enquanto
doação mútua para geração de uma nova vida. O
comportamento homossexual é, portanto, contrário ao caráter
pessoal do ser humano e, portanto, contrário à lei natural”,
alega o texto.
Muitos outros trechos da justificativa seguem desqualificando
os relacionamentos homoafetivos. “Não importa o quanto dois
homossexuais compartilhem uma cama e propriedades ou
ganhos, o relacionamento deles não se parece em nada com
um casamento em sua essência, pois falta a
complementaridade corporal dos sexos – e o seu reflexo
psicológico – e a consequente abertura à vida e, portanto, falta
o específico da eficácia social do casamento como origem da

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família”, pontua.
Decisão no STF
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as
relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre
homens e mulheres.
Naquele ano, a Corte decidiu, por unanimidade, que um artigo
do Código Civil deveria ser interpretado para garantir o
reconhecimento de uniões entre pessoas do mesmo sexo. A
decisão também considerou essas relações como entidades
familiares.
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou uma
resolução para obrigar a realização de casamentos
homoafetivos em cartórios do país.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal online ORIGEM: Adaptado de: AMOROZO, Marcos. CNN, Brasília,
10/10/2023 às 15:30 | Atualizado 10/10/2023 às 15:54. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/comissao-da-camara-aprova-projeto-de-lei-que-proibe-
casamento-homoafetivo/. Acesso em: 12 out. 2023. CRÉDITOS: AMOROZO, Marcos Amorozo.
Foto: Chuchart Duangdaw/Getty Images PALAVRAS-CHAVE: história contemporânea, legislação,
história do direito

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