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ONHB15 Oficial / Fase 2

ONHB / IFCH - Unicamp


Conteúdo

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

12 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

13 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

14 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

15 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

16 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

17 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

18 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

19 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

20 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

21 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

22a / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

22b / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

1
22c / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

021: As mulatas, 1962 . . . . . . . . . . . . . . . . 61

022: Obra de Di Cavalcanti danificada por crimino-


sos no Planalto é avaliada em R$ 8 milhões . 62

023: Vozes-Mulheres . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

024: A cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

025: Linda Casa de Época Moderna . . . . . . . . . 67

026: Marcas da Memória Dopinho . . . . . . . . . . 68

027: Journal of a Residence in India . . . . . . . . . 69

028: Journal of a Voyage to Brazil . . . . . . . . . . 70

029: Journal of a Residence in Chile . . . . . . . . . 72

030: Journal of a Voyage to Brazil . . . . . . . . . . 73

031: Respondendo perguntas do Instagram #1” . . 76

032: Desclassificados do ouro . . . . . . . . . . . . 78

033: Bandeirantes a Caminho das Minas, 1920 . . . 80

034: Escultura do caranguejo gigante é recuperada


na Orla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

035: São Luís ganha escultura em alusão à lenda da


serpente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

036: Bauruzinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

037: Menino da Porteira . . . . . . . . . . . . . . . 85

2
038: Resultado: Linguiça de Maracaju é eleita a es-
cultura mais Aesthetic de MS . . . . . . . . . 86

039: A queda do céu . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

040: Hitome de wakaru manga sekai manga genjō


chizu [Mapa ilustrado da situação mundial atual] 90

3
Introdução

A aventura continua...

Sejam bem-vindo(a)s à Fase 2 da décima quinta edição da


Olimpíada Nacional em História do Brasil!
A segunda fase da 15ª Olimpíada inicia dia 15 de maio
(segunda-feira) e encerra às 23:59 [horário de Brasília] do dia 20
de maio (sábado). Esta fase é composta por 10 Questões e 1
Tarefa. Lembre-se: em nossa prova, cada questão possui quatro
alternativas. Há mais de uma resposta correta, mas cabe a sua
equipe escolher qual alternativa considera como a mais adequada
e selecioná-la. A prova pode ser salva em “rascunho”, mas não se
esqueçam de confirmar as respostas até a data limite, clicando
em “entregar a questão”. Após clicar em “entregar a questão” não
será mais possível realizar alterações na questão.
Bom trabalho a todos!

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Questões

12 / Questão

Documento 021 Fotografia p. 61

As mulatas, 1962

Documento 022 Manchete de notícia p. 62

Obra de Di Cavalcanti danificada por criminosos no Pla-


nalto é avaliada em R$ 8 milhões

Sobre o ocorrido durante os eventos de 8 de janeiro de 2023,


indicado pelos documentos, assinale a alternativa mais
pertinente:

A. Trouxe, naquele momento, um debate entre os que


defendiam o restauro da obra e os que sugeriram manter os
rasgos como memória dos atos condenáveis.

B. Trata-se da destruição de bem público, por meio da


perfuração em diversos pontos da tela pintada por Emiliano
Di Cavalcanti.

C. É uma ação motivada por fatores políticos, que teve como


objetivo principal danificar bens e, assim, causar prejuízo
financeiro ao Estado e à nação.

D. Pode ser caracterizado como iconoclastia, quando há a


destruição de obras de arte com a intenção de ataque a uma
determinada cultura.

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13 / Questão

Leia o poema Vozes-Mulheres, de Conceição Evaristo:

Documento 023 Poesia p. 63

Vozes-Mulheres

O poema

A. aponta que a resistência à violência, imposta pela


branquitude, foi possível graças às gerações atuais de
afrodescendentes.

B. atesta a participação ativa da autora na construção de uma


memória social e de uma identidade afro-brasileiras.

C. apresenta mulheres negras de várias gerações que


pertencem à mesma família e que narram histórias de
sofrimento, opressão, resiliência e luta.

D. remete ao tráfico negreiro, à vida no Brasil escravista e às


difíceis condições de vida das mulheres nas comunidades
negras na contemporaneidade.

Conteúdo adicional

LINK: Literafro - Conceição Evaristo

http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/188- conceicao- evaristo

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14 / Questão

Documento 024 Música p. 65

A cidade

 A canção “A cidade”, de Chico Science:

A. Descreve elementos presentes nos espaços urbanos, tais


como: metrôs, camelôs, trabalhadores e patrões.

B. Retrata a cidade como um lugar dinâmico, com mazelas e


problemas de crescimento urbano que são inevitáveis.

C. Integra o movimento manguebeat, surgido nos anos 1990


em Recife, com misturas da cultura local e internacional.

D. Contrapõe aspectos materiais e sociais da cidade,


enfatizando a desigualdade social e a disputa econômica e
social no ambiente urbano.

Conteúdo adicional

LINK: A Cidade - Spotify https://open.spotify.com/track/2zSTvC7IA8EiD4cvo4VdVr?si=

VkX_rAtQStqhP2sEa6ryEA&utm_source=copy- linkLINK: ONHB4_2012_Questão_39

https://drive.google.com/drive/folders/0B24Pob8ONI7TQWQtWUU3X0dhbDQ?

resourcekey=0-22LGJxd5bNpmKBSQdziRfg

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15 / Questão

Os documentos a seguir se referem ao imóvel localizado na Rua


Santo Antônio, nº 600, em Porto Alegre (RS).

Documento 025 Anúncio em plataforma de aluguel p. 67

Linda Casa de Época Moderna

Documento 026 Placa p. 68

Marcas da Memória Dopinho

A partir das reflexões geradas pelos documentos apresentados,


assinale a alternativa mais adequada:

A. O projeto “Marcas da Memória” foi responsável por instalar


placas informativas em localidades que serviram, na cidade
de Porto Alegre, como ambientes de tortura e repressão
durante o período da ditadura civil-militar.

B. A preservação dos núcleos de repressão política como


lugares de memória é uma importante ferramenta de
conscientização do público a respeito do passado violento e
traumático ali vivido.

C. Após denúncias sobre a utilização do imóvel para fins


comerciais, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
determinou a instalação de uma placa que identifica o local
como antigo centro de tortura da Ditadura Militar.

D. Primeiro centro de detenção clandestino do Cone Sul, em


apenas dois anos de funcionamento o “Dopinho” foi
responsável por abrigar interrogatórios, prisões políticas,
desaparecimentos e prática de tortura.

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16 / Questão

Documento 027 Diário p. 69

Journal of a Residence in India

Documento 028 Diário p. 70

Journal of a Voyage to Brazil

Documento 029 Diário p. 72

Journal of a Residence in Chile

Os documentos

A. fazem parte de práticas imperialistas europeias,


documentando experiências e corroborando discursos
científicos a respeito de países colonizados.

B. mostram as primeiras impressões ao chegar em diferentes


regiões do mundo, incluindo conflitos ligados à luta pela
independência do Brasil.

C. são trechos de diferentes diários escritos pela britânica


Maria Graham Callcott (1785-1842), sobre suas viagens à
Índia, Brasil e Chile, no século XIX.

D. situam o papel predominante de mulheres europeias na


composição de seus diários de viagem e narrativas
historiográficas, com objetivo de entreter os leitores.

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17 / Questão

Leia mais um trecho dos diários de Maria Graham:

Documento 030 Diário p. 73

Journal of a Voyage to Brazil

Assinale a alternativa mais pertinente.

A. O documento faz parte do diário da britânica Maria Graham


Callcott, publicado em 1824, sobre sua passagem pelo
Brasil no início do século XIX, e traz suas experiências do
período entre 1821 e 1823.

B. A narrativa de Graham trata da primeira mulher a integrar


tropas do exército brasileiro, o que contribuiu para oficializar
a participação feminina das interessadas no serviço militar
imperial.

C. A origem de Maria de Jesus tem influência em sua entrada e


permanência no exército pois, embora em desacordo com
regras morais, pode se concretizar por privilégios de sua
posição social.

D. Ocorrido na data de 29 de agosto de 1823, no Rio de


Janeiro, a autora narra seu encontro e a história da soldado
Maria Quitéria de Jesus, cuja atuação se deu na Bahia, pela
independência do Brasil.

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18 / Questão

O documento abaixo consiste num trecho do vídeo “Respondendo


perguntas do Instagram #1”, criado e disponibilizado pelo
comunicador indígena Tukumã Pataxó.

Documento 031 Vídeo p. 76

Respondendo perguntas do Instagram #1”

A partir das informações disponibilizadas e de seus


conhecimentos, assinale a alternativa mais adequada:

A. A Escola – atualmente Colégio - Estadual Indígena


Kijetxawê Zabelê (BA) foi criada em 2006 após
reivindicações dos Pataxós pela educação escolar indígena.

B. Atualmente, o reconhecimento do indivíduo como indígena


consiste em uma autodeclaração, conforme estabelecido na
Constituição Federal de 1988.

C. A fala do comunicador esclarece dúvidas a respeito dos


costumes indígenas enviadas por seus seguidores através
de seu perfil no Instagram.

D. A multiplicação de perfis de influenciadores indígenas faz


parte de iniciativas de ocupação de espaços digitais e de
protagonismo social.

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19 / Questão

Documento 032 Texto acadêmico p. 78

Desclassificados do ouro

Documento 033 Óleo sobre tela p. 80

Bandeirantes a Caminho das Minas, 1920

A partir do texto e da imagem, assinale a alternativa mais


pertinente:

A. A imagem de Oscar Pereira da Silva reforça uma visão


romântica e heróica da sociedade mineradora que é
criticada pela autora.

B. A riqueza extraída do ouro em Minas Gerais atraía pessoas


de diversas regiões do Brasil, incluindo homens livres.

C. A concentração de renda na sociedade mineira se dava mais


pela propriedade de escravizados do que pela extração do
ouro.

D. Ainda que não tenha gerado riqueza a todos, o acesso à


extração de ouro nas Minas na colônia foi democrático e
horizontal.

12
20 / Questão

Documento 034 Jornal eletrônico p. 81

Escultura do caranguejo gigante é recuperada na Orla

Documento 035 Jornal eletrônico p. 82

São Luís ganha escultura em alusão à lenda da serpente

Documento 036 Jornal eletrônico p. 84

Bauruzinho

Documento 037 Jornal eletrônico e Fotografia p. 85

Menino da Porteira

Documento 038 Jornal eletrônico p. 86

Resultado: Linguiça de Maracaju é eleita a escultura mais


Aesthetic de MS

Considere os documentos e seus conhecimentos sobre o tema.


Estátuas e monumentos

A. possuem uma tradição de longa duração, sendo os mais


recentes de valor estético duvidoso.

B. contribuem para as atividades econômicas e turísticas, haja


visto que, nos dias de hoje, são impulsionadas pela
circulação em redes sociais.

C. legitimam aspectos do imaginário local, reforçando


singularidades e demarcando identidades.

D. são elementos da cultura urbana, presentes em pontos


13
estratégicos demarcando temas a serem recordados.

14
21 / Questão

O texto a seguir foi extraído de A queda do céu , publicado


originalmente em francês em 2010. O livro foi escrito a partir das
palavras de Davi Kopenawa, xamã e porta-voz dos Yanomami,
contadas a um etnólogo, Bruce Albert.

Documento 039 Livro p. 87

A queda do céu

Tendo em vista o conteúdo textual e os seus conhecimentos,


escolha uma alternativa:

A. No relato autobiográfico, Davi Kopenawa expressa a sua


posição política frente às atividades predatórias dos
brancos.

B. A mãe de Davi Kopenawa foi uma das vítimas das epidemias


que devastaram a região Yanomami entre os anos de 1959 e
1967.

C. O conceito metafórico de desabamento do céu indica o


desconhecimento dos indígenas das principais leis da física
e da mecânica celeste.

D. O saber cosmológico dos povos Yanomami questiona as


noções de progresso e de desenvolvimento do “povo da
mercadoria”.

15
22a / Tarefa

Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um


instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:

22a = Acrílica sobre madeira “Nepu Arquepu [Rede Macaco],


2019” de Duhigó Tukano.
22b = Óleo sobre tela “Café para estação, 1903” de Antônio
Ferrigno.
22c = Recorte do mapa “Hitome de wakaru manga sekai manga
genjō chizu, 1932” de Shishido, Sakō & Kon, Wajrō & Shishido,
Sagyō, Sakō & ����.

Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão


“números”. A tarefa consiste em associar estes números às
frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para
todos os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de

16
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.

Bom trabalho a todos.

17
IMAGEM COM AS MIGALHAS

Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com

mais detalhes abaixo.

16
20
7

15 6
4

2
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3

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17
8 11 13
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19
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1
5

MIGALHAS

[migalha 1 ]

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[migalha 2 ]

[migalha 3 ]

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[migalha 4 ]

[migalha 5 ]

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[migalha 6 ]

[migalha 7 ]

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[migalha 8 ]

[migalha 9 ]

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[migalha 10 ]

[migalha 11 ]

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[migalha 12 ]

[migalha 13 ]

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[migalha 14 ]

[migalha 15 ]

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[migalha 16 ]

[migalha 17 ]

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[migalha 18 ]

[migalha 19 ]

27
[migalha 20 ]

AFIRMAÇÕES

[ A ] Todos os indivíduos são retratados de perfil.

[ B ] Duas mulheres carregam crianças recém-nascidas.

[ C ] A habitação tem um sistema de amarração por tiras de couro


bovino que auxilia na sua estruturação.

[ D ] Diferentes desenhos nas colunas indicam o nome das


famílias proprietárias daquela habitação.

[ E ] É possível identificar diversas redes no interior da construção.

[ F ] A obra está assinada e datada.

[ G ] Elaboradas pinturas corporais podem ser vistas nos


indivíduos que não seguram bebês.

[ H ] A habitação possui uma larga entrada, sem portas.

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[ I ] A figura central é uma jovem mulher em uma rede que segura
uma criança recém-nascida.

[ J ] Ao fundo, as paredes da maloca fazem parte de sua estrutura.

[ K ] O indígena tukano, possivelmente um xamã, traz diferentes


objetos em seu corpo.

[ L ] No chão, dois utensílios com formatos diferentes entre si


parecem conter líquidos.

[ M ] Um indígena com adornos em seu corpo, possivelmente um


forasteiro, visita as jovens mães.

[ N ] As figuras humanas na obra são retratadas de frente para o


espectador.

[ O ] Um homem, possivelmente um xamã, está sentado em um


banco.

[ P ] Os utensílios indígenas, por eles produzidos e utilizados, são


decorados com desenhos étnicos.

[ Q ] No centro e ao fundo da imagem, uma figueira remete aos


mitos de fundação do povo Tukano.

[ R ] Trata-se da obra ‘Nepũ Arquepũ’ (Rede Macaco), produzida


em Manaus em 2019, no tamanho de 185,5 x 275,5 cm, da artista
indígena amazonense Duhigó, que mostra uma cena dentro de um
maloca indígena Tukano e um ritual de nascimento de um bebê.
Duhigó é a primeira mulher indígena amazonense a compor o
acervo do Masp.

[ S ] A habitação tem um sistema de amarração por cipós que


auxilia na sua estruturação.

[ T ] Identifica-se desenhos étnicos nas colunas centrais da


habitação.

29
[ U ] Três mulheres indígenas tukano são apresentadas de forma
destacada na obra.

[ V ] No centro e ao fundo da imagem, formando um eixo com a


puérpera, uma árvore com frutos remete à reprodução da vida.

[ W ] Indígenas seguram recipientes decorados e feitos de barro.

[ X ] O telhado é constituído de palha e madeira.

[ Y ] Uma pequena fogueira auxilia a manter uma temperatura


interna agradável.

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22b / Tarefa

Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um


instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:

22a = Acrílica sobre madeira “Nepu Arquepu [Rede Macaco],


2019” de Duhigó Tukano.
22b = Óleo sobre tela “Café para estação, 1903” de Antônio
Ferrigno.
22c = Recorte do mapa “Hitome de wakaru manga sekai manga
genjō chizu, 1932” de Shishido, Sakō & Kon, Wajrō & Shishido,
Sagyō, Sakō & ����.

Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão


“números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases
que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para todos
os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de

31
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.

Bom trabalho a todos.

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IMAGEM COM AS MIGALHAS

Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com

mais detalhes abaixo.

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18 10
16 8
7 2 3 1
4

6 11 17

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MIGALHAS

[migalha 1 ]

33
[migalha 2 ]

[migalha 3 ]

34
[migalha 4 ]

[migalha 5 ]

35
[migalha 6 ]

[migalha 7 ]

36
[migalha 8 ]

[migalha 9 ]

37
[migalha 10 ]

[migalha 11 ]

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[migalha 12 ]

[migalha 13 ]

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[migalha 14 ]

[migalha 15 ]

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[migalha 16 ]

[migalha 17 ]

41
[migalha 18 ]

AFIRMAÇÕES

[ A ] Em primeiro plano, uma árvore cria sombra e seus galhos


emolduram a parte superior do quadro.

[ B ] Há uma árvore caída ao chão.

[ C ] Uma mulher segura às costas uma balança, para pesagem do


café antes de seguir ao porto.

[ D ] Um muro circunda parte da propriedade, sendo interrompido


por um portal.

[ E ] O pintor ressalta a presença de tropeiros, conduzindo os


animais da fazenda de café para as feiras de muares, importante
econômica e culturalmente para o estado de São Paulo.

[ F ] Uma estrada de terra (ou de chão) corta a parte superior do


quadro.

42
[ G ] É possível ver outras estruturas em alvenaria que compõem a
produção da fazenda, possivelmente para a parte de carpintaria,
ferraria, máquinas para beneficiamento etc.

[ H ] Ao fundo é possível ver, enfileiradas, as casas de colônia,


moradias dos trabalhadores assalariados da fazenda.

[ I ] A estrada que leva ao primeiro plano da cena mostra uma


grande fila de animais, aludindo à grande produção de café.

[ J ] Há registros de que o local possui terra vermelha,


considerada ideal para o cultivo de café.

[ K ] Uma mulher, com chapéu de palha, segura nos ombros cantis


de água.

[ L ] É possível identificar uma faixa de chão sendo asfaltado,


marca da modernidade dos princípios do século XX.

[ M ] Uma chaminé em funcionamento, feita em alvenaria de tijolo,


indica que o local também realiza produção industrial.

[ N ] Uma pequena igreja demarca a presença da religião.

[ O ] Bois em parelhas, um modo de transporte ancestral,


conduzem o café embalado para o local anunciado pelo título da
obra.

[ P ] Trata-se da representação de uma fazenda de café, no


interior do estado de São Paulo. O pintor buscou retratar todo o
processo da produção de café na mesma paisagem: ao fundo, os
campos a serem colhidos; ao centro, a fazenda como unidade de
produção; à frente, o café já ensacado para a
comercialização/exportação. A obra é de autoria de Antonio
Ferrigno que, além de artista, era um dos proprietários do local.

[ Q ] O terreiro de café era fundamental a esse tipo de fazenda.


Após a colheita dos grãos, a secagem inicial é feita nesse local.

43
[ R ] É possível identificar um lago ou local de água represada.

[ S ] Trata-se da representação de uma fazenda de café, no


interior do estado de São Paulo. O pintor buscou retratar todo o
processo da produção de café na mesma paisagem: ao fundo, os
campos a serem colhidos; ao centro, a fazenda como unidade de
produção; à frente, o café já ensacado para a
comercialização/exportação. A obra é de autoria de Antonio
Ferrigno, que realizou outros quadros sobre o mesmo local.

[ T ] É possível ver a casa-grande (ou casa dos proprietários), em


tamanho mais avantajado em relação às demais, e com um
alpendre.

[ U ] O pintor ressalta a presença de mão de obra composta por


homens negros na condução dos animais.

[ V ] O morro alto e verde, ao fundo, indica o local de parte da


plantação do café.

[ W ] O morro alto e verde, ao fundo, mostra a proximidade da


zona rural com a mata ainda inexplorada à época.

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22c / Tarefa

Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um


instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:

22a = Acrílica sobre madeira “Nepu Arquepu [Rede Macaco],


2019” de Duhigó Tukano.
22b = Óleo sobre tela “Café para estação, 1903” de Antônio
Ferrigno.
22c = Recorte do mapa “Hitome de wakaru manga sekai manga
genjō chizu, 1932” de Shishido, Sakō & Kon, Wajrō & Shishido,
Sagyō, Sakō & ����.

Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão


“números”. A tarefa consiste em associar estes números às frases
que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para todos
os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de

45
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.

Bom trabalho a todos.

Na Tarefa 22c trazemos um documento muito interessante: um


mapa japonês da primeira metade do século XX. Trata-se do
recorte de um mapa mundi, todo grafado em japonês no original.
Para que as equipes possam compreender melhor o documento,
trazemos a tradução de algumas das explicações que o mapa
apresenta. Assim, sugerimos que a sua equipe veja esse
documento antes de realizar esta tarefa:

Documento 040 Recorte de Mapa p. 90

Hitome de wakaru manga sekai manga genjō chizu [Mapa


ilustrado da situação mundial atual]

46
IMAGEM COM AS MIGALHAS

Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com

mais detalhes abaixo.

15

16

7
6 5

3 2

9 18
17

11 14 12

19
20
8 4
10 1
13

47
MIGALHAS

[migalha 1 ]

[migalha 2 ]

48
[migalha 3 ]

[migalha 4 ]

49
[migalha 5 ]

[migalha 6 ]

50
[migalha 7 ]

[migalha 8 ]

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[migalha 9 ]

[migalha 10 ]

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[migalha 11 ]

[migalha 12 ]

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[migalha 13 ]

[migalha 14 ]

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[migalha 15 ]

[migalha 16 ]

55
[migalha 17 ]

[migalha 18 ]

56
[migalha 19 ]

[migalha 20 ]

57
AFIRMAÇÕES

[ A ] Próximo ao continente um barco a vapor se aproxima do


Brasil fazendo referência à imigração japonesa, especialmente
aquela ocorrida para o sudeste do país.

[ B ] A Cordilheira dos Andes, que atravessa vários países, é visível


no documento.

[ C ] Em uma capela vemos a representação de um casamento,


possivelmente para aludir à possibilidade de imigrantes
constituírem família no Brasil.

[ D ] Um homem agita uma bandeira do Japão, saudando a


embarcação que chega.

[ E ] Um navio e um guindaste indicam o Porto de Cristobal no


Chile.

[ F ] No Porto de Valparaíso, Chile, há uma alusão à exportação


para o Japão.

[ G ] O mapa também busca retratar os recursos hídricos da


América do Sul

[ H ] Há uma preocupação em registrar as redes ferroviárias que


desembocam em portos.

[ I ] Um boi com medalhas/prêmios faz referência à pecuária


como uma atividade econômica potente no Brasil.

[ J ] A produção de café está representada no mapa.

[ K ] A produção de cacau realizada pelos nipônicos está


representada no mapa por uma xícara de chocolate quente.

[ L ] Um boi com a língua de fora faz referência à pecuária no


Paraná.

58
[ M ] Além do Brasil, outros países da América do Sul estão
representados com suas fronteiras e diversos aspectos como, por
exemplo, população, fauna, flora e produção econômica.

[ N ] Florestas e animais pré-históricos representam o


conhecimento científico nipônico sobre a fauna brasileira
pré-cabralina.

[ O ] Um conjunto de construções representa a colônia japonesa


no Brasil.

[ P ] A fauna da América do Sul está presente no mapa.

[ Q ] A cabeça de um animal com a língua de fora é retratada


abaixo da fronteira sul do Brasil.

[ R ] O mapa tem uma preocupação estratégica de retratar


possíveis rotas marítimas.

[ S ] Características geográficas como as Cataratas de Iguaçu são


visíveis no mapa.

[ T ] Podemos identificar a presença de uma habitação indígena


com redes, em que descansam uma mulher, um homem e uma
criança.

[ U ] Trata-se de um recorte do mapa “Hitome de wakaru manga


sekai manga genjō chizu”, produzido em Tóquio, em 1932,
retratando diversos aspectos de todos os continentes. No trecho
apresentado está representada a América do Sul.

[ V ] Vemos na região central do mapa um indígena com arco e


flecha.

[ W ] Há uma alusão à Guerra do Chaco (1932-1935).

[ X ] Além do Brasil, outros países da América do Sul estão


representados por meio de tipos característicos, fauna, flora e
produtos econômicos, mas sem o delineamento das fronteiras.

59
[ Y ] A floresta e animais selvagens indicam a região amazônica.

60
Documentos

Documento 021

As mulatas, 1962

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Fotografia ORIGEM: Emiliano Di Cavalcanti, ”As mulatas”, 1962. Painel. 
Foto: Paulo Pimenta/Reprodução. Acervo do Palácio do Planalto. Disponível
em: https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/a-historia-do-quadro-de-di-cavalcanti-destruido-por-
terroristas/. Acesso em: 14 fev. 2023 CRÉDITOS: Emiliano Di Cavalcanti; Foto: Paulo
Pimenta/Reprodução TÉCNICA: Painel; fotografia. PALAVRAS-CHAVE: di cavalcanti, história da arte,
história do tempo presente

61
Documento 022

Obra de Di Cavalcanti danificada por criminosos


no Planalto é avaliada em R$ 8 milhões

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Manchete de notícia ORIGEM: Carolina Farias; Carolina Figueiredo. ”Obra de Di
Cavalcanti danificada por criminosos no Planalto é avaliada em R$ 8 milhões”. CNN. São
Paulo. 09/01/2023 às 12:44 | Atualizado 09/01/2023 às 18:01. Disponível
em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/obra-de-di-cavalcanti-danificada-por-criminosos-no-
planalto-e-avaliada-em-r-8-milhoes/. Acesso em 14 fev. 2023. CRÉDITOS: Carolina Farias; Carolina
Figueiredo; Emiliano Di Cavalcanti. PALAVRAS-CHAVE: história do tempo presente, di cavalcanti,
história da arte

62
Documento 023

Vozes-Mulheres

A voz de minha bisavó


ecoou criança
nos porões do navio
ecoou lamentos
de uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue e fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.

63
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Poesia ORIGEM: EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros
movimentos. 3. ed. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 24-25. CRÉDITOS: Conceição Evaristo
PALAVRAS-CHAVE: história das mulheres, literatura

64
Documento 024

A cidade

O sol nasce e ilumina


As pedras evoluídas
Que cresceram com a força
De pedreiros suicidas
Cavaleiros circulam
Vigiando as pessoas
Não importa se são ruins
Nem importa se são boas

E a cidade se apresenta
Centro das ambições
Para mendigos ou ricos
E outras armações
Coletivos, automóveis,
Motos e metrôs
Trabalhadores, patrões,
Policiais, camelôs

A cidade não pára


A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce

A cidade se encontra
Prostituída
Por aqueles que a usaram
Em busca de uma saída

65
Ilusora de pessoas
De outros lugares,
A cidade e sua fama
Vai além dos mares

E no meio da esperteza
Internacional
A cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos

A cidade não pára


A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce

Eu vou fazer uma embolada,


Um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado
Bom pra mim e bom pra tu
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus

Num dia de sol, Recife acordou


Com a mesma fedentina do dia anterior.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Música ORIGEM: LP: DA LAMA AO CAOS - Chico Science e Nação Zumbi
Gravadora: Chaos/Sony Music
Ano: 1994
Artistas: Nação Zumbi / Chico Science CRÉDITOS: Artistas: Nação Zumbi / Chico Science
PALAVRAS-CHAVE: história da música, história das cidades

66
Documento 025

Linda Casa de Época Moderna

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Anúncio em plataforma de aluguel ORIGEM: Jornal Sul 21. Foto:
Reprodução/Airbnb. 02 de agosto de 2022. Disponível em:
https://sul21.com.br/noticias/geral/2022/08/imovel-que-abrigou-o-dopinha-e-anunciado-em-site-de-
aluguel-linda-casa-de-epoca-moderna/. Acesso em: 18 fev. 2023. CRÉDITOS: Reprodução/Airbnb. 
PALAVRAS-CHAVE: patrimônio, ditadura civil-militar

67
Documento 026

Marcas da Memória Dopinho

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Placa ORIGEM: Fonte: Placa em frente à casa explica que residência foi, no
passado, centro de tortura clandestino - o Dopinho Imagem: Ministério Público/Divulgação. UOL, 04 de
agosto de 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2022/08/04/dops-
antigo-centro-de-tortura-oferta-hospedagem-e-surpreende-turista-no-rs.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
CRÉDITOS:  Ministério Público/Divulgação.  PALAVRAS-CHAVE: patrimônio, ditadura civil-militar

68
Documento 027

Journal of a Residence in India

Bombaim, 28 de Maio de 1809.


Meu querido(a) amigo(a),
atendendo a seu pedido em nossa despedida, para que eu,
durante minha ausência da Inglaterra, fizesse anotações e
diários para você sobre tudo o que me parecesse digno de nota,
seja por ser curioso ou diferente dos costumes, maneiras e
hábitos da Europa, vou me esforçar para descrever fielmente
tudo o que vejo e relatar cuidadosamente tudo o que aprendo,
para sua diversão (...). Depois de uma viagem de vinte semanas
da Inglaterra, desembarcamos aqui no dia 26 deste mês, em
meio a uma espessa neblina, que pressagiava a chegada da
estação das chuvas nesta parte da Índia.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Diário ORIGEM: Traduzido e adaptado de GRAHAM, Maria. Journal of a
Residednce in India. Edinburgh: George Ramsay and Company. 2nd ed. 1813. p.1.  CRÉDITOS: Maria
Graham. Tradução: Gabriela Pratavieira. PALAVRAS-CHAVE: relatos de viajantes, índia

69
Documento 028

Journal of a Voyage to Brazil

Pernambuco, 22 de Setembro de 1821.


Às nove horas, o comodoro deste lugar, cujo cargo é uma
combinação de almirante do porto e comissário, subiu a bordo
com o capitão do porto e guiou o navio até o ancoradouro, que
fica a cerca de três milhas de distância da cidade (...). Não é de
se espantar que não fomos notados na noite passada. O senhor
Dance, tendo sido enviado à terra com cartas oficiais ao
governador e ao cônsul inglês em exercício, encontrou o local
em estado de sítio e trouxe consigo o coronel, ajudante de
campo do governador, que nos deu o seguinte relato do atual
estado de Pernambuco:
Além da disposição para a revolução, que sabíamos que existia
há muito em todas as partes do Brasil, havia também uma
inveja entre portugueses e brasileiros, que os acontecimentos
recentes haviam aumentado. No dia 29 de agosto, cerca de 600
milicianos e outras forças indígenas tomaram posse da Vila de
Goiana, um dos principais lugares desta capitania, e entraram
à força no casarão, onde declararam o fim do governo de Luiz
do Rego. Eles passaram a eleger um governo provisório
temporário para Goiana, para atuar até que a capital da
província estivesse em condições de estabelecer uma junta
constitucional; e para acelerar aquele acontecimento, haviam
reunido forças de toda espécie, e entre elas várias companhias
de caçadores que haviam desertado de Luiz do Rego; com
essas tropas, marcharam para Pernambuco, e ontem à noite
atacaram os dois pontos principais de Olinda, ao norte, em
quatro lugares diferentes, e Afogados ao sul. Foram, porém,
repelidos pelas tropas reais, sob o comando do governador,
com a perda de quatorze mortos e trinta e cinco prisioneiros,
en-
quanto os monarquistas tiveram dois mortos e sete feridos. (...)

70
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Diário ORIGEM: Traduzido e adaptado de GRAHAM, Maria. Journal of a Voyage
to Brazil, and residence there, during 1821, 1822, 1823. London: A. & R. Spottiswoode. 1824. p.97-98.
CRÉDITOS: Maria Graham. Tradução: Gabriela Pratavieira. GLOSSÁRIO: Comodoro : oficial da
marinha. PALAVRAS-CHAVE: relatos de viajantes, pernambuco

71
Documento 029

Journal of a Residence in Chile

Navio de Sua Majestade Doris, porto de Valparaíso, domingo à


noite, 28 de abril de 1822.
(…) Hoje, a novidade do lugar e todas as outras circunstâncias
de nossa chegada levaram meus pensamentos a se
interessarem pelas coisas ao meu redor. Não posso conceber
nada mais glorioso do que a visão dos Andes esta manhã ao
aproximar-me da terra ao raiar do dia; partindo, por assim
dizer, do próprio oceano, seus cumes de neve eterna brilharam
com toda a majestade da luz muito antes que a terra abaixo
fosse iluminada, quando de repente o sol apareceu por trás
deles e se perderam de vista. Navegamos por horas antes de
avistarmos a terra.
Ao ancorar aqui hoje, a primeira coisa que vi foi o brigue de
nome Galvarino, do estado do Chile. Anteriormente era o
brigue de guerra britânico Hecate, o primeiro navio que meu
marido comandou e no qual naveguei nos mares da Índia
Oriental. Doze anos se passaram!

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Diário ORIGEM: Traduzido e adaptado de GRAHAM, Maria. Journal of a
Residence in
Chile, during the year 1822. And a Voyage from Chile to Brazil in 1823. London: A. & R. Spottiswoode.
1824. p. 113-114. CRÉDITOS: Maria Graham. Tradução: Gabriela Pratavieira. GLOSSÁRIO: Brigue
: navio de dois mastros com velas redondas e cestos de gávea. PALAVRAS-CHAVE: relatos de
viajantes, chile

72
Documento 030

Journal of a Voyage to Brazil

Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1823.


Hoje recebi a visita de Dona Maria de Jesus, a jovem que
ultimamente tem se destacado na guerra do Recôncavo. Suas
vestes são de um soldado de um dos batalhões do imperador,
com a adição de um kilt xadrez, que ela me disse ter adotado
de uma foto representando um escocês, como um traje militar
mais feminino.
(...)
As mulheres do interior fiam e tecem para sua casa, e também
bordam muito bem. As moças aprendem o uso de armas de
fogo, como seus irmãos, seja para caçar ou defender-se dos
índios selvagens.
Dona Maria contou-me vários detalhes sobre o país, e mais
sobre suas próprias aventuras. Parece que no início da última
guerra do Recôncavo, emissários haviam atravessado o país
em todas as direções, para reunir recrutas patriotas; que um
deles chegara um dia à casa de seu pai, na hora do jantar; que
seu pai o havia convidado a entrar e que, após a refeição, ele
começou a falar sobre o assunto de sua visita. Ele representava
a grandeza e as riquezas do Brasil, e a felicidade que poderia
ser alcançada caso fosse independente. Ele expôs a longa e
opressiva tirania de Portugal; e a maldade de se submeter a ser
governado por um país tão pobre e degradado. Ele falou longa
e eloquentemente dos serviços prestados por D. Pedro ao
Brasil; de suas virtudes, e as da Imperatriz: de modo que, no
final, disse a menina, ”senti meu coração queimando em meu
peito”. Seu pai, no entanto, não tinha nada de seu entusiasmo.
Ele disse estar velho para ingressar no exército, e que não
tinha um filho para enviar para lá; e quanto a dar um escravo
para a posição, que interesse teria um escravo em lutar pela
independência do Brasil? Assim, ele deveria esperar com

73
paciência o resultado da guerra, e ser um súdito pacífico para o
vencedor.
Dona Maria fugiu de sua casa para a de sua irmã, que era
casada e morava um pouco distante. Ela recapitulou todo o
discurso do estranho e disse que gostaria de ser homem, para
poder se juntar aos patriotas.
”Não”, disse a irmã, ”se eu não tivesse marido e filhos, por
metade do que você diz, eu me juntaria às fileiras do
imperador.” Isso foi o suficiente. Maria recebeu algumas
roupas do marido da irmã para equipá-la; e como seu pai
estava prestes a ir à [Vila] Cachoeira para vender algodão, ela
resolveu aproveitar a oportunidade para cavalgar atrás dele,
perto o suficiente para proteção em caso de acidente na
estrada, e longe o suficiente para escapar de sua detecção.
Por fim, avistando [a Vila] Cachoeira, ela parou; e saindo da
estrada, vestiu-se com trajes masculinos e entrou na cidade.
Isso foi na sexta-feira. No domingo, ela havia administrado as
coisas tão bem que entrou no regimento de artilharia e montou
guarda.
Ela era muito pequena, no entanto, para esse serviço e foi
colocada na infantaria, onde está agora. Ela foi enviada para
cá, creio eu, com despachos e para ser apresentada ao
Imperador, que lhe deu a insígnia e a ordem da cruz,
condecoração que ele mesmo fixou em sua jaqueta.
Ela é analfabeta, mas inteligente.
Sua compreensão é rápida e suas percepções aguçadas. Eu
acho que, se tivesse recebido educação, poderia ter sido
uma pessoa notável. Ela não é particularmente masculina em
sua aparência e suas maneiras são gentis e alegres. Ela não
adotou modos grosseiros ou vulgares de sua vida no
acampamento do exército, e acredito que nunca imputou-se
nada contra a sua modéstia. 
Uma coisa é certa: seu sexo não havia sido descoberto até que
seu pai pediu a seu comandante para procurá-la.
Não há nada de muito peculiar em suas maneiras à mesa,
exceto que ela come farinha com ovos no café da manhã e

74
peixe no jantar, em vez de pão, e fuma um charuto após cada
refeição; mas ela é muito agradável.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Diário ORIGEM: Traduzido e adaptado de GRAHAM, Maria. Journal of a Voyage
to Brazil, and residence there, during 1821, 1822, 1823. London: A. & R. Spottiswoode. 1824, p.
292-294. CRÉDITOS: Maria Graham. Tradução: Gabriela Pratavieira. GLOSSÁRIO: Kilt : peça
tradicional do vestuário masculino escocês que se assemelha a uma saia xadrez.
PALAVRAS-CHAVE: independencia do brasil, relatos de viajantes

75
Documento 031

Respondendo perguntas do Instagram #1”

No vídeo, assista do minuto 01:42 até o minuto 03:26. Esse


trecho é o documento da questão.

Transcrição do trecho selecionado

Bom, essa daqui também é bem interessante, ó: ”Dentro da


sua aldeia, da aldeia de vocês, vocês mantém a questão
ancestral desde pequeno?” Sim, mantemos a questão
ancestral desde pequeno. É, temos na comunidade, no povo
Pataxó de Coroa Vermelha, a escola municipal indígena e
estadual indígena, onde tem a matéria obrigatória da língua do
Patxohã né, que é a nossa língua mãe, a nossa língua materna.
E a gente tem também toda a questão de preservação da
cultura dentro do colégio e fora do colégio também, que é um
contato que o próprio colégio faz questão de ter dentro e fora –
tanto que os nossos anciões, com os nossos mais velhos, com a
nossa liderança desde pequeno vêm passando esse
conhecimento pra gente da luta, da verdadeira história do povo
Pataxó, da história dos povos indígenas também. Então é bem
interessante isso, mantemos a nossa cultura viva e nessa luta
né, mais de 500 anos de luta mantendo a cultura viva.
Bom, essa aqui é bem interessante, né? “Se eu me caso com
um indígena me torno uma indígena também?” Não, claro que
não. Primeiro: para você ser um indígena você tem que nascer
um indígena, você não se torna indígena – apesar de ter muitas
pessoas querendo se tornar indígena no tempo de hoje, né?
Mas não, você não se torna indígena casando com indígena
não. E você nasce indígena, tá no sangue, né? Independente,
está no seu sangue, não numa declaração ou alguma coisa
assinada pra dizer que você é indígena... Carteirinha de índio?
Eu mesmo particularmente nunca nem tive carteira de índio,
76
nunca nem tive e nunca nem fiz questão também porque eu
acho que além de tudo você sabe de onde vêm suas origens.
Minha vó sempre diz que toda árvore tem sua raiz, então acho
que todo indígena também tem sua raiz e sabe de onde veio,
independente de carteirinha ou não.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Vídeo ORIGEM: PATAXÓ, Tukumã. Respondendo perguntas do Instagram #1”,
9 de junho de 2020. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=wh79VKvQgII&ab_channel=Tukum%C3%A3_Patax%C3%B3.
Acesso em 19 fev. 2023. CRÉDITOS: Tukumã Pataxó. GLOSSÁRIO: Patxohã : língua do povo
Pataxó, que habita a região entre o sul da Bahia e o norte de Minas Gerais. PALAVRAS-CHAVE: mídias
sociais, indígenas, identidade

77
Documento 032

Desclassificados do ouro

Uma das patranhas  da nossa história, tal como usualmente


se conta nas escolas, é a da pretendida riqueza e até mesmo
opulência das Minas Gerais na época da abundância do ouro.
Em boa e pura verdade nunca houve a tão propalada riqueza, a
não ser na fantasia amplificadora de escritores inclinados às
hipérboles românticas. (...) A realidade foi bem diversa. Nem
riqueza, nem grandezas. Apenas o atraso econômico e a
pobreza, como herança dum desvelamento fugaz, próprio de
todas as Califórnias.
Na sociedade mineradora – como, de resto, nas outras partes
da colônia –, eram privilegiados os elementos que tivessem o
maior número de escravos. Mais da metade das lavras
estavam concentradas nas mãos de menos de ⅕ dos
proprietários de negros; o próprio critério de concessão de
datas assentava-se na quantidade de cativos possuídos, as
maiores extensões indo para as mãos dos grandes senhores.
Para estes, o luxo e a ostentação existiram de fato – não como
sintomas de irracionalidade, conforme disseram muitos, mas
como sinal distintivo do status social, como instrumento de
dominação necessário à consolidação e manutenção do mando
(...).
A produção bruta do ouro foi elevada, e Minas representou
70% da produção da colônia do século XVIII; entretanto, o
sistema colonial fez com que o fisco, a tributação sobre os
escravos, o sistema monetário implantado e as importações
(...) consumissem a sua maior parte. Deduzidos os gastos de
compra e manutenção da escravaria e os gastos não
quantificáveis, o saldo se tornava negativo. Dado o baixo nível
da renda, poucos foram, nestas condições, os que fizeram
fortuna.
(...) Conclui-se que a economia mineira representava baixa nos

78
níveis de renda distribuídos de uma maneira menos desigual
do que no caso do açúcar. Mas se a sociedade mineira foi das
mais abertas da colônia, essa abertura teria se dado por baixo,
pela falta – quase ausência – do grande capital e pelo seu baixo
poder de concentração. Daí o número de pequenos
empreendedores, daí o mercado maior constituído pelo
avultado número de homens livres – homens esses, entretanto,
de baixo poder aquisitivo e pequena dimensão econômica. Em
suma, levando-se adiante essas considerações, a constituição
democrática da sociedade mineira poderia se reduzir numa
expressão: um  maior número de pessoas dividiram a pobreza.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Texto acadêmico ORIGEM: SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro:
a pobreza mineira no século XVIII. . Rio de Janeiro: Graal, 2004, pp.44-51. CRÉDITOS: Laura de Mello
e Souza. GLOSSÁRIO: Patranhas: Mentiras.
Hipérbole : Exagero; figura de linguagem expressiva que enfatiza através do exagero da significação
linguística.
Lavra : Local onde se pode extrair metais e/ou pedras preciosas.
Data : Jazida ou mineração de ouro ou pedras preciosas. PALAVRAS-CHAVE: brasil colônia, minas
gerais, mineração

79
Documento 033

Bandeirantes a Caminho das Minas, 1920

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Óleo sobre tela ORIGEM: Oscar Pereira da Silva, Bandeirantes a Caminho das
Minas, 1920. Óleo sobre tela, 86 cm x 126 cm, Museu Paulista. Coleção Fundo Museu Paulista - FMP.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeirantes_a_Caminho_das_Minas#/media/Ficheiro:Oscar_Pereira_da_Silva_-
_Bandeirantes_%C3%A0_Caminho_das_Minas,_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg. Acesso em: 18
fev. 2023. CRÉDITOS: Oscar Pereira da Silva PALAVRAS-CHAVE: brasil colônia, bandeirantes,
mineração

80
Documento 034

Escultura do caranguejo gigante é recuperada


na Orla

(...) Atração bastante visitada por turistas, a réplica do


crustáceo foi instalada em julho de 2014 [em Aracaju]. De
acordo com o Secretário de Estado da Infraestrutura e do
Desenvolvimento Urbano, Valmor Barbosa, a recuperação da
escultura faz parte das ações desenvolvidas em alguns
patrimônios públicos.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal eletrônico ORIGEM: “Escultura do caranguejo gigante é recuperada na
Orla”. Infonet, o que é notícia em Sergipe. 04 de agosto de 2015. Foto: Jorge Reis/Ascom Seinfra.
Disponível
em: https://infonet.com.br/noticias/cultura/escultura-do-caranguejo-gigante-e-recuperada-na-orla/.
Acesso em: 19 fev. 2023. CRÉDITOS: Infonet;  Foto: Jorge Reis/Ascom Seinfra.
PALAVRAS-CHAVE: sergipe, espaço público, escultura

81
Documento 035

São Luís ganha escultura em alusão à lenda da


serpente

A escultura faz parte da entrega da reforma e revitalização do


Mirante da Litorânea.

A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) realizou, nesta


quarta-feira (21), às 17h, a entrega da reforma e revitalização
do Mirante da Litorânea.(...) 
Localizado na Avenida Litorânea (próximo ao Hotel Blue Tree),
o mirante foi todo revitalizado recebendo praça com novos
acabamentos, novo mobiliário, escultura instagramável,
paisagismo, inserção de guarda-corpo, pintura e iluminação
com postes ao longo dos patamares e extensão do
equipamento.

82
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal eletrônico ORIGEM: “São Luís ganha escultura em alusão à lenda da
serpente”. O imparcial. Foto: Divulgação. Da redação, com informação do Governo do Maranhão22 de
Julho de 2021. Disponível em:
https://oimparcial.com.br/cidades/2021/07/sao-luis-ganha-escultura-em-alusao-a-lenda-da-serpente/.
Acesso em: 19fev. 2023. CRÉDITOS: O imparcial. Foto: Divulgação.  PALAVRAS-CHAVE: espaço
público, maranhão, escultura

83
Documento 036

Bauruzinho

O município do interior paulista decidiu que era hora de


render homenagem à fama decorrente do lanche. Em 2008,
uma escultura de fibra de vidro com quase 2 metros de altura
trazia um sanduíche humanoide de braços abertos para um
parque público da cidade: era o bauruzinho, desenhado pelo
ilustrador Adelmo Barreira.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal eletrônico ORIGEM: CARLOS HINKE/ MACHINE CULTRLOS
“Bauruzinho” In: Edison Veiga; Kranj (Eslovênia) Monumentos inusitados pelo mundo celebram teclado,
bitcoins, sanduíche e até disco voador - BBC News Brasil, 13 abril 2019. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-47807600. Acesso em 19 fev. 2023. CRÉDITOS: CARLOS
HINKE/ MACHINE CULTRLOS; Edison Veiga; Kranj (Eslovênia); BBC News Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: são paulo, escultura, espaço público

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Documento 037

Menino da Porteira

Um dos monumentos mais famosos do Brasil, o Menino da


Porteira completa 20 anos no mês de março. A estátua, que
está localizada na entrada principal de Ouro Fino e chama
atenção de todos que por ali passam, foi inaugurada em 2001,
durante as comemorações de 252 anos de Ouro Fino. A estátua
é uma homenagem à música “O menino da Porteira”, composta
por Teddy Vieira e Luizinho, foi gravada pela primeira vez em
1955, pela dupla de irmãos Luizinho e Limeira.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal eletrônico e Fotografia ORIGEM: TEXTO: Guilherme Vilas Boas. “Menino
da Porteira completa 20 anos”. Observatório de Ouro Fino, 16 de março de 2021. Foto: Prefeitura de
Ouro Fino. Disponível em:
https://observatoriodeourofino.com.br/noticias/menino-da-porteira-completa-20-anos. Acesso em: 19
fev. 2023.
Foto: Menino da Porteira, Ouro Fino. Foto de Adalberto Pereira.Disponível
em: https://www.flickr.com/photos/adalberto48/6365170025.  Acesso em: 19 fev. 2023.
CRÉDITOS: Texto: Guilherme Vilas Boas; Foto: Adalberto Pereira.  PALAVRAS-CHAVE: minas gerais,
espaço público, escultura

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Documento 038

Resultado: Linguiça de Maracaju é eleita a


escultura mais Aesthetic de MS

Na última quarta-feira (14) o Midiamax publicou uma matéria


fazendo uma pergunta: “qual dessas estátuas é a mais
aesthetic de MS?” seguida de várias esculturas que chamam a
atenção dos olhos curiosos que circulam pelo Estado. O
embate logo foi para o Instagram e várias pessoas votaram na
enquete para eleger qual das esculturas é a que mais
representa a estética sul-mato-grossense.
Depois de muita batalha, votos e preferências, o Midiamax
finalmente chegou a um resultado nesta segunda-feira (19): a
Linguiçona de Maracaju, eleita pela maioria dos moradores
daqui.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Jornal eletrônico ORIGEM: Nathália Rabelo. “Resultado: Linguiça de Maracaju
é eleita a escultura mais Aesthetic de MS”. Foto: Reprodução. Midiamax, 19/07/2021. Disponível em:
https://midiamax.uol.com.br/midiamais/2021/resultado-linguica-de-maracaju-e-eleita-escultura-mais-
aesthetic-de-ms/. Acesso em: 19 fev. 2023 CRÉDITOS: Nathália Rabelo.  GLOSSÁRIO: Aesthetic:
significa “estética” em inglês. No contexto citado, a palavra é utilizada para indicar uma “tendência”.
PALAVRAS-CHAVE: espaço público, escultura, mato grosso do sul

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Documento 039

A queda do céu

A floresta está viva. Só vai morrer se os brancos insistirem em


destruí-la. Se conseguirem, os rios vão desaparecer debaixo da terra,
o chão vai se desfazer, as árvores vão murchar e as pedras vão rachar
no calor. A terra ressecada ficará vazia e silenciosa. Os espíritos
xapiri , que descem das montanhas para brincar na floresta em seus
espelhos, fugirão para muito longe. Seus pais, os xamãs, não poderão
mais chamá-los e fazê-los dançar para nos proteger. Não serão
capazes de espantar as fumaças de epidemia que nos devoram. Não
conseguirão mais conter os seres maléficos, que transformarão a
floresta num caos. Então morreremos, um atrás do outro, tanto os
brancos quanto nós. Todos os xamãs vão acabar morrendo. Quando
não houver mais nenhum deles vivo para sustentar o céu, ele vai
desabar.
Davi Kopenawa

(...)

Quando eu era mais jovem, costumava me perguntar: ‘Será


que os brancos possuem palavras de verdade? Será que podem
se tornar nossos amigos?’. Desde então, viajei muito entre eles
para defender a floresta e aprendi a conhecer um pouco o que
eles chamam de política. Isso me fez ficar mais desconfiado!
Essa política não passa de falas emaranhadas. São só palavras
retorcidas daqueles que querem nossa morte para se apossar
de nossas terras. Em muitas ocasiões, as pessoas que as
proferem tentaram me enganar dizendo: ‘Sejamos amigos!
Siga o nosso caminho e nós lhe daremos dinheiro! Você terá
uma casa e poderá viver na cidade, como nós!’. Eu nunca lhes
dei ouvidos. Não quero me perder entre os brancos. Meu
espírito só fica mesmo tranquilo quando estou rodeado pela
beleza da floresta, junto dos meus. Na cidade, fico sempre
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ansioso e impaciente. Os brancos nos chamam de ignorantes
apenas porque somos gente diferente deles. Na verdade, é o
pensamento deles que se mostra curto e obscuro. Não
consegue se expandir e se elevar, porque eles querem ignorar
a morte. (...) Para nós, a política é outra coisa. São as palavras
de Omama e dos xapiri que ele nos deixou. São as palavras
que escutamos no tempo dos sonhos e que preferimos, pois
são nossas mesmo. Os brancos não sonham tão longe quanto
nós. Dormem muito, mas só sonham com eles mesmos. Seu
pensamento permanece obstruído e eles dormem como antas
ou jabutis. Por isso não conseguem entender nossas palavras.
Não temos leis desenhadas em peles de papel e
desconhecemos as palavras de Teosi . Em compensação,
possuímos a imagem de Omama e a de seu filho, o primeiro
xamã. Elas são nossa lei e governo. Nossos antigos não tinham
livros. As palavras de Omama e as dos espíritos penetram em
nosso pensamento com a yãkoana e o sonho. E assim
guardamos nossa lei dentro de nós, desde o primeiro tempo,
continuando a seguir o que Omama ensinou a nossos
antepassados. (...)
É em virtude dela que não maltratamos a floresta, como fazem
os brancos. Sabemos bem que, sem árvores, nada mais
crescerá em sua terra endurecida e ardente. Comeremos o
quê, então? Quem irá nos alimentar se não tivermos mais
roças nem caça? Certamente não os brancos, tão avarentos
que vão nos deixar morrer de fome. Devemos defender nossa
floresta para podermos comer mandioca e bananas quando
temos a barriga vazia, para podermos moquear macacos e
antas quando temos fome de carne. Devemos também
proteger seus rios, para podermos beber e pescar. Caso
contrário, vão nos restar apenas córregos de água lamacenta
cobertos de peixes mortos. Antigamente, não éramos
obrigados a falar da floresta com raiva, pois não conhecíamos
todos esses brancos comedores de terras e de árvores. Nossos
pensamentos eram calmos. Estávamos apenas nossas
próprias palavras e os cantos dos xapiri . É o que queremos

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poder voltar a fazer. Não falo da floresta sem saber. (...)
Quando eu era criança, não pensava que aprenderia a língua
do branco e menos ainda que poderia discursar entre eles! Não
me perguntava como eram as suas cidades. Tampouco me
questionava quanto a seus pensamentos ou ao que poderiam
dizer entre eles. Eu simplesmente os temia e, assim que se
aproximavam de mim, fugia gritando! Gostava de estar na
floresta, gostava de escutar as palavras dos meus e de
conversar com o meu padrasto. (...) Eu era feliz assim e se os
brancos e suas epidemias não tivessem começado a devorar os
meus parentes , talvez ainda o fosse. Disse a mim mesmo: ‘
Hou ! Eu não sabia, mas os brancos sempre foram os mesmos,
bem antes de eu nascer! Eles já queriam arrancar da floresta
balata , castanhas-do-pará, cipós masi e peles de onça, do
mesmo jeito que hoje querem lá achar ouro. É por causa dessa
ganância que quase todos os nossos antigos morreram!’. Hoje,
não falo de tudo isso à toa. Jamais esqueci a tristeza e raiva que
senti diante da morte dos meus parentes quando era criança.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Livro ORIGEM: KOPENAWA, Davi; Albert, Bruce. A queda do céu: palavras de
um xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, pp. 6 [epígrafe]; 390-393.
CRÉDITOS: Davi Kopenawa. GLOSSÁRIO: Omama : demiurgo (deus criador) da mitologia Yanomami.
Xapiri : “espírito auxiliar” que pode ser “chamado” (invocado) pelos xamãs.
Leis desenhadas em peles de papel : modo como os Yanomami designam os documentos impressos.
Teosi : palavra que vem do português “Deus”.
Yãkoana : o pó de yãkoana, fabricado a partir da resina tirada da parte interna da casca da árvore Virola
elongata, é utilizado em rituais. Segundo o livro A queda do céu, “Diz-se que, ao soprar o pó de yãkoana
nas narinas de um noviço, o xamã que o inicia lhe transmite seus espíritos xapiri com seu ‘sopro vital’” (p.
612).
Parente ou familiar : Davi Kopenawa utiliza a palavra “família” em português, uma vez que esta não
existe em yanomami. “Tio”, “tia” e “avós”, segundo a explicação dada pelo livro, traduzem os termos de
parentesco yanomami xoae a, yae a, que correspondem respectivamente às posições genealógicas “irmã
da mãe”, “irmã do pai” e “avô/avó” (p. 611).
Balata : designação comum a várias árvores da família das sapotáceas que fornecem látex e madeira
arroxeada usada na construção civil e naval.
Cipós masi : (ou cipó-titica) é uma raiz aérea de uma hemi-epífita (planta-mãe) muito coletada para
confecção de artesanatos. PALAVRAS-CHAVE: identidade, indígenas

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Documento 040

Hitome de wakaru manga sekai manga genjō


chizu [Mapa ilustrado da situação mundial atual]

Tradução:

1 - A Venezuela é muita rica em campos de petróleo. Os EUA e


o Reino Unidos têm se enfrentado muitas vezes pela partição
das concessões do petróleo deste país.
2 - A bacia amazônica é rica em recursos naturais, seu clima é
muito bom e está à espera de grandes empreendimentos por
parte dos japoneses.
3 - A cidade do Rio de Janeiro é chamada de “a Paris da
América do Sul” e um fenômeno interessante é que, devido ao
clima, ela recebe a moda parisiense meio ano antes de Nova
Iorque receber. É uma das três cidades portuárias mais lindas

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do mundo e o título de “Paris” não faz jus à beleza de suas
paisagens.
4 - Ao contrário dos EUA, os brasileiros não possuem
preconceitos raciais e recebem muito bem os imigrantes
japoneses. O desenvolvimento dos japoneses que vivem no
Brasil é impressionante e, atualmente, cerca de 300 mil
japoneses têm se esforçado muito nesta terra estrangeira.
5 - O Paraguai é o país com a maior expectativa de vida no
mundo. Lá, a cada milhão de pessoas, 250 possuem mais de
cem anos de idade. Como comparação, na Alemanha, este
número é de uma pessoa, na França é de cinco e na Inglaterra
é de onze.
6 - Buenos Aires é a única metrópole Argentina comparável à
cidade do Rio, e é o centro cultural da América do Sul.
7 - Revoluções são eventos que acontecem quase que
anualmente nos países da América do Sul e, recentemente
ocorreram distúrbios revolucionários no Chile também.
8 - Através da rota sul-americana, navios cargueiros japoneses
retornam carregados do famoso nitrato de potássio chileno
(salitre). A produção de nitrato de potássio naquele país é a
maior do mundo.
9 - Analistas vêm dizendo que o início de uma guerra por parte
do Japão é um destino inevitável. A atenção de todo o mundo
está voltada para os equipamentos bélicos que as duas
potências têm instalado no Pacífico. Recentemente, em maio
deste ano, os EUA realizaram um grande exercício naval
conjunto entre suas frotas do Pacífico e do Atlântico no qual o
Japão foi tratado como uma nação inimiga e o Almirante Pratt,
chefe de operações navais da marinha estadunidense, ordenou
que toda a frota do Atlântico ficasse estacionada na costa do
Pacífico, efetivamente fundindo-a com a frota do Pacífico.
Alguém será capaz de afirmar que tais preparações não são
contra o Japão?
10 - As locomotivas do Equador rodam queimando lenha ao
invés de carvão mineral.
11 - O México é famoso por suas minas que representam seis

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décimos da produção mundial de prata e por sua constante
turbulência política.

Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Recorte de Mapa OBSERVAÇÃO: Agradecemos ao professor Felipe Ferrari,
professor da Universidade de Yokkaichi, Japão, pela tradução do mapa. ORIGEM: Shishido, Sakō &
Kon, Wajrō & Shishido, Sagyō, Sakō & ����. (1932). Hitome de wakaru manga sekai manga genjō chizu.
Tokyo : Shinchōsha, Shōwa 7. Biblioteca Nacional da Austrália. Disponível em:
http://nla.gov.au/nla.obj-359512647. Acesso em: 14 mai. 2023. CRÉDITOS: Shishido, Sakō & Kon,
Wajrō & Shishido, Sagyō, Sakō & ����. PALAVRAS-CHAVE: japão, américa do sul, cartografia

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