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Psicofármacos: Contexto Histórico e

Política Nacional de Medicamentos

Psicofarmacologia
Psicologia
5° Termo
Prof. Dr. Rafael Bottaro Gelaleti
Psicofármaco

Nome genérico que se dá a qualquer medicamento que


possui efeito exclusiva ou principalmente comportamental,
um psicotrópico
Contexto Histórico
Século XIX
Ciência começa a trabalhar com áreas exclusivamente materiais e naturais,
evitando questões filosóficas e espirituais

Fortalecimento de muitas áreas, como a física, biologia e até a medicina

Mas uma área da medicina não se fortalece tanto assim, a psiquiatria.


Contexto Histórico

Philippe Pinel,

Integração dos doentes mentais à atenção social, enfatizando que


era um problema de saúde.

Dificuldade no tratamento
Sem tratamento, pacientes entravam em surto e eram um risco não só para
si, mas também para os outros à sua volta. Eles então encontraram

brevemente um paliativo: a morfina.

Anestésico e controle para os surtos

Pacientes dopados e controlados Dependência e Tolerância

Além dos surtos - crises de abstinência e até


mesmo a morte
Final do século XIX, início do século XX, Sigmund Freud, que sugere
o uso da Cocaína como um remédio para tratar os dependentes em
morfina.

 Na época, cocaína era vendida em farmácia

Sucesso na cura da dependência da morfina, pela cocaína, porém, a


cocaína também causa dependência
Foi então que a farmacêutica Bayer comercializou um novo remédio
que supostamente iria combater os problemas da dependência em
morfina e cocaína, a heroína

Descobriu que era uma forma mais potente e rápida da morfina

 Novamente o problema da dependência

 Proibição
Década de 1950 descobriu-se a clorpromazina, comercializado sob o nome
Torazina.

Forte efeito calmante, similar à lobotomia

O uso dessa droga permitiu a diminuição do uso de práticas restritivas como


isolamentos e camisas de força, além do desenvolvimento de outros
medicamentos para tratar depressão e ansiedade.
Porém,

Efeitos colaterais irreversíveis, como contrações involuntárias semelhantes


ao mal de Parkinson

“curar” um mal para criar um outro

Desde então, tem-se tentado encontrar algum medicamento que possa ter o
efeitos desejado sem ter tantos efeitos colaterais como todos esses que
apareceram e foram utilizados na história.
Politica Nacional de
Medicamentos

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.html
Política Nacional de Medicamentos

Portaria 3916/98

Idealizada pelo SUS

Cenário que demandava a elaboração de uma politica para o uso de medicamentos

Envelhecimento populacional – Alta demanda de medicamentos


Auto-medicação
Política Nacional de Medicamentos

Propósito precípuo

Diretrizes

Prioridade
Propósito
Garantir
 Prescrição
1. Necessária (segurança, eficácia e qualidade) dos  Disponibilidade
medicamentos  Preços acessíveis
 Consumo adequado
2. A promoção do uso racional  Contrário a automedicação

3. O acesso da população àqueles considerados essenciais

Básicos e indispensáveis para a maioria do problemas


Diretrizes
 Adoção de relação de medicamentos essenciais RENAME adequação de acordo com a
população local
 Regulamentação sanitária de medicamentos
Descentralização da gestão, promoção do uso
 Reorientação da assistência farmacêutica racional, otimização da distribuição dos
medicamentos e redução de preços
 Promoção do uso racional de medicamentos

 Desenvolvimento científico e tecnológico Integração com universidades e centros de


pesquisa
 Promoção da produção de medicamentos
Junto com a publicação
 Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos dessa politica, criação da
ANVISA
 Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos
Prioridade
Relação de medicamentos
essências
1. Revisão permanente da RENAME Revisada a cada 2 anos

2. Organização das atividades de vigilância sanitária de Procedimentos


medicamentos sistematizados, treinamento
e sistemas de informação
3. Assistência farmacêutica

4. Promoção do uso racional de medicamentos Campanhas educativas, Registro e uso


dos genéricos, estudo de
farmacoepidemiologia e
farmacovigilância, treinamento
Políticas Públicas de Atenção em Saúde Mental

 Isolados Da Sociedade
 Hospitais Psiquiátricos
 Remédios
 Eletrochoque
 Amarrados

O Governo Federal e os estaduais não


investem mais nesse tipo de atendimento.
As políticas públicas de atenção à saúde mental hoje preconizam:

 Redução de leitos hospitalares e a progressiva extinção dos manicômios;

 Investimento em atenção básica com foco também na saúde mental, por


exemplo, Programa de Saúde da Família, Grupos de Terapia Comunitária e
outros;

 Atenção especializada;
As políticas públicas de atenção à saúde mental hoje preconizam:

 Formação de recursos humanos para trabalhar em saúde mental;

 Participação da comunidade na elaboração das políticas e no controle


social;

 Criação de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, como os Centros


de Atenção Psicossocial e os Serviços Residenciais Terapêuticos.
Centro de Atenção Psicossocial

Serviço de atenção diária fora de unidade hospitalar destinado ao


atendimento de pessoas em sofrimento mental

Atendimento individualizado e personalizado, feito


por profissionais de diversas áreas como
psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, assistentes
sociais, profissionais da enfermagem e outros.
Centro de Atenção Psicossocial

Objetivo

Investir na reabilitação, ou seja, os sujeitos devem


ser capazes de se manter no contexto da família e da
comunidade, com oportunidades de moradia,
convívio, trabalho e lazer.
Centro de Atenção Psicossocial

Ações

Atendimento durante o dia e o usuário do serviço volta para casa, isso


ajuda a reduzir as internações hospitalares.

CAPS deve incluir o acolhimento de familiares, atendimento individual e


grupal, oficinas terapêuticas diversas como de artesanato, música,
informática, mosaico, reciclagem de materiais e outras
Tipos de CAPS

 O CAPS I municípios com população entre 20 mil a 70 mil habitantes,


funcionamento 8h às 18h, cinco dias úteis da semana

 O CAPS II 70 mil a 200 mil habitantes, pode funcionar em um terceiro


turno até as 21h, ao longo dos dias úteis da semana.

 O CAPS III 200 mil habitantes, funcionamento contínuo, durante as 24h do


dia, incluindo feriados e finais de semana
Serviço Residencial Terapêutico

No processo de desinstitucionalização das pessoas em sofrimento mental,


preconiza-se primeiramente o seu retorno ao contexto familiar

 Em muitos casos, os vínculos familiares ou sociais


destas pessoas já se perderam em razão dos anos
que passaram confinadas nos hospícios
Serviço Residencial Terapêutico

Objetivo

 Proporcionar aos ex-internos de hospitais um novo espaço de moradia,


um lar mais digno que o manicômio.

 Facilitar a reintegração de seus moradores na comunidade.


Serviço Residencial Terapêutico

Funcionamento

Centrado nas necessidades dos moradores, visando à construção


progressiva da sua autonomia e independência para a realização das
atividades da vida cotidiana, para a vida no lar.
Serviço Residencial Terapêutico

 Técnico é colaborador, ele deve focar a liberdade do morador para decidir


e resolver seus problemas com responsabilidade, amparando-o nas suas
dificuldades

 As equipes de saúde mental devem respeitar o espaço da casa, como


espaço privado de seus moradores
Psicofármacos

 Nas últimas décadas o uso de psicofármacos


teve um aumento significativo.

 Pode ser atribuído a entrada de novos medicamentos no mercado, maior


numero de diagnósticos de transtornos psiquiátricos e novas indicações
terapêuticas.
Psicofármacos

A Organização Mundial de Saúde estabelece que o uso racional de


medicamentos deve ser entendido como a dispensação apropriada de
medicamentos, em doses e períodos adequados, ao menor custo para os
pacientes e para a comunidade.
Psicofármacos
Porém... realidade está distante desse preceito

 Dados revelam alta taxa de intoxicações por automedicação ou por uso


incorreto dos fármacos.

 Além disso, a renovação de receitas sem a presença do paciente, e sem a


realização de novos exames.
Psicofármacos
Devem ser propostas estratégias que atuem no controle do uso
indiscriminado de medicamentos, que contem com a participação de
diferentes atores sociais:
 Pacientes
 Profissionais de Saúde
 Legisladores
 Indústria
 Comércio
 Governo
Psicofármacos

A proposta de intervenção deve teve como meta oferecer suporte e


estreitar o relacionamento entre os profissionais de saúde e o paciente,
tornando o tratamento mais eficaz e aumentando a qualidade de vida dos
usuários atendidos.

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