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Projeto TCC Mateus

1. Introdução

As microempresas são de extrema importância para a economia brasileira, devido


representarem 30% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, 72% dos empregos
gerados no primeiro semestre de 2022 e 99% de todas as empresas do Brasil (SEBRAE,
2022).

Segundo o INE, nenhuma divisão reduziu os salários no trimestre encerrado em junho


de 2022 em comparação com o trimestre homólogo. Por dimensão, as PME (pequenas
e médias empresas) com 1 a 4 trabalhadores tiveram os maiores ganhos salariais no
período, sendo eles de 6,5%. No inverso, o ritmo de crescimento das empresas de 250
a 499 trabalhadores, aumentaram 0,1%, que pertence à empresa com o a menor
variação ano-a-ano do trimestre.

Os dados supracitados demonstram a importância da MPE’s (Micro e Pequenas


Empresas) frente à economia nacional, sendo responsável pela geração de empregos e
consequentemente pela movimentação de capital. Para Franco (2003) essas unidades
de negócios são chamadas de pequenas empresas e, dessa forma, são capazes de
dinamizar a economia dos municípios e comunidades da metrópole, no sentido de que
isso leva a um desenvolvimento decisivo da lucratividade e da expansão social.

A constatação da larga expressividade das MPE’s não necessariamente corresponde ao


sucesso dessas empresas. Por se tratar de pequenos negócios, a maior parcela desses
negócios não possui especialização em áreas de gestão, planejamento e controle.
Contendo assim dificuldade em prosperar seus negócios.

O SEBRAE apresenta que o setor de microempreendedores individuais (MEI) é o que


possui a maior taxa de mortalidade de negócios apresentando 29% em até cinco anos,
já as microempresas têm taxa de 21,6% e as de pequeno porte possuem taxa de 17%.
Carlos Melles (2021), disse à Agência Brasil que a menor taxa de sobrevivência entre os
pequenos negócios está relacionada à capacidade de gestão, à maior experiência e ao
conhecimento do ramo. "Quando avaliamos a realidade da maioria dos MEI, a
pesquisa mostra que, nesse segmento, há maior proporção de pessoas que estavam
desempregadas antes de abrir o próprio negócio e que, por isso, não tiveram
condições de se capacitar adequadamente e aprimorar a gestão".

Segundo Albuquerque (2013), os fatores de mortalidade de uma empresa estão


relacionados às suas características e à forma como mobiliza recursos. Os autores
listam 11 fatores de negócios. A falta de planejamento formal e a falta e/ou má gestão
de recursos nas áreas funcionais são os fatores mais citados e discutidos, levando ao
insucesso empresarial.

Bibliografias profissionais, mídia em geral e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e


Pequenas Empresas (SEBRAE) apontam a falha no planejamento formal antes e depois
da abertura do negócio como um dos principais fatores que levam ao fechamento de
negócios (ALBUQUERQUE; ESCRIVÃO FILHO, 2010, 2011)

A adoção de práticas de gestão com indicadores de desempenho é fator fundamental


para a sobrevivência das micro e pequenas empresas (CAGLIANO, et al. 2001). Um
sistema que traduza as informações dos processos internos em indicadores e
sobretudo oriente a tomada de decisões é essencial para o aprimoramento das
atividades e bom desempenho dessas empresas (GARENGO, et al., 2005).

Segundo Motta (2019), a implantação do sistema de gestão econômico-financeira


facilita a análise dos dados obtidos, ao mesmo tempo em que fornece parâmetros
confiáveis para a tomada de decisões, podendo exibir dados passados, presentes e
futuros, baseados no histórico. Uma boa gestão nesta área permite que os gestores
tenham uma visão da empresa e dos mercados em que atuam e vão longe na
antecipação das dificuldades e oportunidades que podem surgir no futuro, com as
mudanças econômicas que o país vem sofrendo.

Para Nunes (2008), para melhorar a competitividade, a gestão empresarial necessita


de monitoramento e avaliação contínua, e a melhor forma de monitorar a gestão é
quantificá-la por meio de indicadores. Como resultado, surgiu uma nova necessidade
de métricas de desempenho nas organizações, exigindo que os executivos usem
indicadores melhores para orientar a estratégia e o desempenho dos negócios. São
necessários indicadores que vão além dos dados financeiros para impulsionar
mudanças, mostrar posição competitiva, melhorar processos e prever melhor o futuro.

Oliveira (2017) desenvolveu uma proposta de indicadores de desempenho baseada no


Tableau de Bord para microempresa no ramo de materiais de construção, visando um
modelo contendo a simplicidade necessária para as microempresas e para sua
aplicação.

Quadro 1

Ainda assim, muitas pessoas que abrem seus negócios não sabem como utilizar e
trabalhar com esses indicadores de desempenho, assim, a fim de facilitar e apresentar
propostas de tomadas de decisões que gerem resultados nos indicadores e analisar os
impactos capitados, é possível criar um roteiro de grande compreensão, através de um
plano de ação, para que essas pessoas possam recorrer em suas MPE’s.

O SEBRAE diz que o plano de ação é um documento no qual se sistematiza uma lista de
ações a serem executadas para atingir um objetivo específico. Se tratando de micro e
pequenas empresas, assim sendo, pessoas não especializadas, é apresentado que um
plano de ação eficaz e de fácil compreensão deve ser usado e para ocupar tal função é
utilizado o 5W2H.

Martins (2017) destaca a simplicidade do 5W2H e o potencial de melhorar a execução


do produto, serviço ou processo. Silva (2017, p. 14), revela que: "a praticidade e
eficiência do 5W2H é a principal característica da aplicabilidade desse método".

A ferramenta 5W2H é uma tecnologia fácil de usar e entender que permite identificar
os elementos e hábitos da sua organização ao longo do tempo. A ferramenta a ser
utilizada, 5W2H, tem como objetivo buscar atividades específicas para melhor
conhecer a força de trabalho da empresa, mapeando previamente os processos
definidos e quem os executará, SEBRAE (2019).

Quadro 2- Um modelo de 5W1H


Fonte: SEBRAE (2022)

Meira (2003), reforça que o 5W2H pode ser utilizado como suporte para o
planejamento estratégico, pois garante que as informações mais relevantes e
essenciais sejam apresentadas de forma clara e objetiva, e que as ações assim
propostas possam contribuir com todos os detalhes necessários sobre o projeto,
porém, mantendo o fácil entendimento.

Desse modo, o presente trabalho convida-se responder a seguinte contestação: Quais


impactos o proposto roteiro de plano de ação apresenta sobre os indicadores de
desempenho baseados no Tableau de Bord para microempresa no ramo de materiais
de construção?

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