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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União
Ouvidoria-Geral da União

DESPACHO

Referência: 00380.000086/2013-76
Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação requerido ao
Instituto Nacional do Seguro Social, .

Senhor Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União,

1. O presente Despacho trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº
12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação – LAI), formulada ,
registrado sob o NUP 00380.000086/2013-76, com data de abertura no sistema e-SIC em
19/02/2013, o qual requereu ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS o que se segue:

“sou pescador ,e nao sabemos , como vamos pagar a taxa do ( INSSS) , p se aposentar ,
com que idade , homem , e mulher , sendo segurado especial , se , e pela produçao anual ,
qual sera a porcentagem , ou a alicota (sic) , de pagamento , e com quanto tempo de serviço
, e se e pela colonia ou federaçao , como , podera nos imformar (sic) o certo , obrigado.”

2. Em 20/02/13, o Serviço de Informação ao Cidadão do INSS, respondeu ao requerente


informando que:
“Registramos que a Lei de Acesso à Informação assegura a divulgação de informações pú-
blicas e de interesse público e, neste sentido, seu pedido não se enquadra na Lei
12.527/2011 por versar sobre informações de interesse pessoal de benefício.
Assim, o SIC não substitui os canais de atendimento do INSS e por esta razão encaminha-
mos em anexo orientações complementares.
Informo ainda endereço da página do Ministério da Previdência para informações sobre o
assunto: http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=672.”
3. Na data de 20/02/13, o requerente interpôs recurso em sede de 1ª instância, argumentando
que:
“nao e uma imformaçao (sic) individual e sim coletiva , nos nao sabemos , como e tudo
isso, por isso, nao temos imformaçao (sic) , nem do proprio ministerio da pesca , e que foi a
onde eu busquei o acesso a imformaçao (sic) , e depois impurrado (sic)para esse setor que
esta me respondendo , e vou continuar ate a ultima instancia ,para obter (sic) , essa imfor-
maçao (sic) que os profissionais da pesca , ( segurado especial 0 nao tem , e uma incerteza ,
por isso desejamos obeter (sic) a resposta certa , sem duvidas ,... obrigado."

4. A requerida respondeu ao recurso, na data de 25/02/13, considerando deferido o pedido de


informações do cidadão, acrescentando que:
“A orientação sobre o enquadramento e a comprovação da atividade do Segurado Especial,
dentre eles, o pescador profissional artesanal, está definido no Art. 11, inciso VII, letra b da
Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, no Art. 9º, inciso VII, letra b, § 14 do Regulamento da
Previdência Social, aprovado pelo Decreto Nº 3.048 de 6 de maio de 1999 e no Art. 7º, inci-
so II, § 1º, inciso IX da Instrução Normativa INSS/PRES Nº 45 INSS/PRES, de 6 de agosto
de 2010 :
Art. 7º É segurado na categoria de segurado especial, conforme o inciso VII do art. 9º do
RPS, a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo
que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, na condição de:
....
II - pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida, observado o disposto no inciso IX do § 1º deste artigo;
...
§ 1º Para efeito da caracterização do segurado especial, entende-se por:
...
IX - pescador artesanal: aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar,
faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que não utilize embar-
cação; ou utilize embarcação de arqueação bruta igual ou menor que seis, ainda que com
auxílio de parceiro; ou, na condição exclusiva de parceiro outorgado, utilize embarcação de
arqueação bruta igual ou menor que dez, observado que:
A comprovação do exercício de atividade rural do segurado especial, está disciplinado no
Art. 115, será feita mediante a apresentação vários documentos, observando-se o disposto
nos arts. 63 a 66. Segue os abaixo a relação dos documentos específicos para pescador:
I - contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
II - declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando
for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS;
III - comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
INCRA, através do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR ou qualquer outro do-
cumento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário proprietário de imóvel rural
ou exercer atividade rural como usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro ou-
torgado, comodatário ou arrendatário rural;
IV - bloco de notas do produtor rural;
V - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225 do RPS, emiti-
das pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como ven-
dedor;
VI - documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entre-
posto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
VII - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da
comercialização da produção;
VIII - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da
comercialização de produção rural;
Na falta dos documentos de prova plena do artigo 115 da IN 45/2010, poderá ser apresenta-
da Declaração fundamentada de sindicato ou colônia de pescadores com início de prova
material do artigo 122 da IN 45/2010, a saber:
Art. 122. Considera-se início de prova material, para fins de comprovação da atividade ru-
ral, entre outros, os seguintes documentos, desde que neles conste a profissão ou qualquer
outro dado que evidencie o exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato
nele declarado, observado o disposto no art. 132:
I - certidão de casamento civil ou religioso;
II - certidão de nascimento ou de batismo dos filhos;
III - certidão de tutela ou de curatela;
IV - procuração;
V - título de eleitor ou ficha de cadastro eleitoral;
VI - certificado de alistamento ou de quitação com o serviço militar;
VII - comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escola, ata ou boletim escolar do
trabalhador ou dos filhos;
VIII - ficha de associado em cooperativa;
IX - comprovante de participação como beneficiário, em programas governamentais para a
área rural nos estados, no Distrito Federal ou nos Municípios;
X - comprovante de recebimento de assistência ou de acompanhamento de empresa de as-
sistência técnica e extensão rural;
XI - escritura pública de imóvel;
XII - recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa;
XIII - registro em processos administrativos ou judiciais, inclusive inquéritos, como teste-
munha, autor ou réu;
XIV - ficha ou registro em livros de casas de saúde, hospitais, postos de saúde ou do progra-
ma dos agentes comunitários de saúde;
XV - carteira de vacinação;
XVI - título de propriedade de imóvel rural;
XVII - recibo de compra de implementos ou de insumos agrícolas;
XVIII - comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural;
XIX - ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de trabalha-
dores rurais, colônia ou associação de pescadores, produtores ou outras entidades congêne-
res;
XX - contribuição social ao sindicato de trabalhadores rurais, à colônia ou à associação de
pescadores, produtores rurais ou a outras entidades congêneres;
XXI - publicação na imprensa ou em informativos de circulação pública;
XXII - registro em livros de entidades religiosas, quando da participação em batismo, cris-
ma, casamento ou em outros sacramentos;
XXIII - registro em documentos de associações de produtores rurais, comunitárias, recreati-
vas, desportivas ou religiosas;
XXIV - Declaração Anual de Produtor - DAP, firmada perante o INCRA;
XXV - título de aforamento;
XXVI - declaração de aptidão fornecida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais para fins
de obtenção de financiamento junto ao PRONAF; e
XXVII - cópia de ficha de atendimento médico ou odontológico;
O órgão responsável pelo Registro Geral do pescador é o Ministério da Pesca e Aquicultura
– MPA, que recepcionou a base cadastral dos Órgãos que o antecederam, o qual também é
utilizado pelo INSS para fins de base cadastral dos pescadores.”

5. Em 25/02/13, inconformado com a resposta, o suplicante interpôs novo recurso, já em sede


de 2ª Instância, informando que:

“por favor , ate agora , nao responderam , minhas perguntas , e estrão (sic) bem claras ,
no primeiro contato , aliais posso ate repetir ,tudo q perguntei , sao , de grande importancia
, veja que nem sequer o orgao , INSS , consegui dar as respostas para as perguntas , nesse
momento , vou enumeralas , 1- PERGUNTEI , QUAL E O CDICO (sic) , DE POAGAMEN-
TO (sic) , OU O VALOR CORRETO , DE CONTRIBUIÇAO , NO INSS , PARA SEGURADO
ESPECIAL , E SENDO QUE E SOBRE A PRODUÇAO ANUAL, 2- COM QUANTOS ANOS
SE APOSENTA , O SEGURADO ESPECIAL , HOMEM OU MULHER , 3 – POR FAVOR
LEIAM O PRIMEIRO QUETIONAMENTO (sic) , JA QUE NAO CONSIGO , VISUALIZA
LO AQUI , E ESTOU COM MEDO DE PERDER ESSE RECURSO AQUI JA ESCRITO ,
CONSEGUI , LER TUDO O Q O INNSS (sic) , ME MANDOU , E TAMBEM ENTREI NO
SAIT , QUE ELES ME INDUCARAM , MAIS NAO TEM ESSAS RESPOSTAS , ALIAIS ,
QUEM DEVERIA DE SABER TUDO , SOBRE SEGURADO ESPECIAL ,( PESCADOR ,
ARTEZANAL (sic) ) , DEVERIA DE SER O MINISTERIO DA PESCA , E FOI PARA LA
QUE ENVIEI , NO SIC , O PRIMEIRO PEDIDO DE IMFORMAÇAO (sic), NEM SEI POR-
QUE ISSO FOI PARA O INSSS , SOU PESCADOR , E TEMOS DUVIDAS , E TEM QUE
SEWR RESPONDIDO PELO NOSSO MINISTERIO DA PESCA , NA PESSOA, DO Sr , MI-
NISTRO , MARCELLO CRIVELLA , OBRIGADO , AGUARDO AS RESPOSTAS.”

6. Apreciando a solicitação de recurso, a requerida respondeu ao suplicante, em 26/02/13,


conforme abaixo:
Cumpre-nos informar que que (sic) a Lei de Acesso à informação dispõe sobre o acesso às
informações produzidas ou custodiadas pelos órgãos e entidades públicas, conforme o
art.7º, inciso II, da Lei nº 12.527/2011. E, neste sentido seu pedido é, na verdade, de questi-
onamento de caráter legal sobre aplicação da lei previdenciária, não se enquadrando no
escopo da Lei.
Entretanto, informamos o seguinte:
a) Os códigos de recolhimentos existentes são: 1503 (Segurado Especial Mensal
-NIT/PIS/PASEP) e 1554 (Segurado Especial Trimestral -NIT/PIS/PASEP).
b) Conforme informado anteriormente, a comprovação de atividade para fins previdenciári-
os, ou seja, que é afeta ao INSS para concessão de benefícios previdenciários não exige re-
colhimentos obrigatórios.
c) A informação sobre as contribuições obrigatórios do segurado especial (pescador) estão
disponíveis no link http://www.mps.gov.br/conteudoDinamico.php?id=419, sendo que estas
informações são de competência da Receita Federal do Brasil. E não são utilizadas para
fins de reconhecimento de direito a benefício previdenciário.
d) O INSS tem competência de informar somente a parte afeta aos direitos previdenciários,
sendo que outros questionamentos sobre seguro defeso (Min. Pesca), CEI e CNPJ (Receita
Federal), ou outros devem ser solicitadas informações diretamente aos órgãos competentes.
Finalmente, registramos que a regulamentação da Lei 12.527/2011 faculta ao órgão indicar
os locais em que o se obtém a informação (art. 17, Dec. 7.724/2012).
Em temnpo (sic) , sugerimos que em seus contatos com os outros órgãos informe que seu in-
teresse não é benefício previdenciário e sim outros tipos de informação, pois assim, evitará
que eles redirecionem ao INSS.”

7. Inconformado com a decisão, na data de 06/03/13, o recorrente interpôs recurso a esta


Controladoria, justificando que:
“e incrivel , a saida , que os orgaos , arrumam , para nao ser pego , no prazo , de nao res -
ponderem , e tambem , acabam nao dando a imformaçao (sic) correta , logico , que nin-
guem de responsabilidade , le , a resposta , e acaba ficando por , isso mesmo , que nao , e o
meu caso ; fiz a primeira , pergunta , ao , ministerio da pesca , que empurrou , para a previ-
dencia social , vejam os senhores , como nao e tao facil , esse questionamento , sobre , valo-
res , sobre tempo de aposentadoria , sobre codigo a ser pago , e de como e calculado o va-
lor , a ser pago sobre a produçao anual , que , aliais , nao se tem resposta , sei que esta sen-
do votado em lei , para os garimpeiros , uma aliquota , fixa , anual em valor , para se pagar
o INSS , volto a questionar , o ministerio da pesca , sobre esssas (sic) perguntas , e que nao
foram respondidas , estao bem claras , e enumeradas , e vem esse ai que respondeu ate de
forma , de defesa , em relaçao ao compromisso do tempo que tem , para nao cair na pena de
lei , , por nao responder a tempo , lei de acesso a imformaçao (sic) , e vem quer enrolar as
pessoas , com varios assuntos , que nao condizem , com o questionamento , ou na
realidade , e um assunto , que merece um reparo , ou um afinamento dos , ministerios , res-
ponsaveis , pelo que sao as leis , que envolvem os segurados especiais , digo , (PESCADO-
RES ARTEZANAIS ).”

8. Em face dos fatos apresentados, a Controladoria Geral da União buscou maiores


esclarecimentos junto à entidade por meio de contato pessoal na data de 03/07/13. Em 13/07/13, o
SIC do INSS entrou em contato via telefone, prestando maiores esclarecimentos.

9. O SIC do INSS repisou a resposta dada ao requerente na primeira instância, conforme


reproduzimos a seguir:
“Assunto: Esclarecimento sobre serviços prestados pelo INSS A Lei de Acesso à
informação, Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, assegura a divulgação de
informações públicas e de interesse público.
Para os efeitos da referida Lei, informação são ‘dados, processados ou não, que podem ser
utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio,
suporte ou formato’.
Neste sentido, verifica-se que seu pedido encaminhado pelo e-SIC, não se refere ao acesso
de informações públicas ou de interesse público, pois consiste em consulta para
esclarecimento sobre serviços prestados pelo INSS, que deve ser obtido por meio dos
seguintes canais de atendimento disponibilizados pelo INSS:

a) Central de Teleatendimento 135, a qual presta, dentre outros, os seguintes serviços:


 Orientação e Informação de Benefício;
 Orientação e Informação de Contribuinte Individual;
 Agendamento para os benefícios de Aposentadoria por Idade (urbano e rural),
Aposentadoria por Tempo de Contribuição, Benefício Assistencial ao Idoso, Benefício
Assistencial ao Portador de Deficiência, Salário Maternidade e Pensão;
 Agendamento para Acerto de Atividade e/ou Acerto de Inscrição (Contribuinte
Individual), Acerto de Recolhimento (Contribuinte Individual), Acerto de Vínculos e
Remunerações, Acerto de Dados Cadastrais, cadastramento de senha;
 Inscrição de Contribuinte Individual;
 Requerimento de Auxílio-doença (agendamento de Perícia Médica Inicial), Pedido de
Prorrogação do Auxílio-doença, Pedido de Reconsideração e agendamento de Perícia
Médica de Auxílio-Doença com duração de 2 anos.

b) Internet, por meio do endereço eletrônico www.previdencia.gov.br;

c) 1,3 mil Agências da Previdência Social. Para saber o endereço da unidade mais
próxima de sua residência, acesse www.previdencia.gov.br ou ligue 135.

Para encaminhamento de denúncias, elogios, reclamações e sugestões, o Canal de


Relacionamento é a Ouvidoria-Geral da Previdência Social. O acesso se dará:
a) Pela Central de Teleatendimento 135;
b) Pelo PREVCartas: Caixa Postal 09714 – CEP 70001-970 – Brasília/DF; ou
c) Pelo sítio da Previdência Social: www.previdencia.gov.br, no menu Ouvidoria- Geral.

Serviço de Informações ao Cidadão – INSS”

10. Em resumo, para facilitar o entendimento sobre o conteúdo informado pela requerida ao
solicitante, apresentamos o quadro comparativo abaixo:
INFORMAÇÃO INFORMAÇÃO MOMENTO EM QUE
REQUERIDA FORNECIDA FOI DISPONIBILIZADA
Informo ainda endereço da
Como se calcula e qual a página do Ministério da Pre-
alíquota da contribuição para vidência para informações Resposta à requisição inicial
o INSS do segurado especial; sobre o assunto: http://www.-
como é efetuado o previdencia.gov.br/conteudo-
recolhimento e qual o tempo Dinamico.php?id=672.”
de contribuição necessário.

A orientação sobre o
enquadramento e a
comprovação da atividade do
Segurado Especial, dentre
eles, o pescador profissional
artesanal, está definido no
Art. 11, inciso VII, letra b da
Repisa solicitar como se
Lei Nº 8.213, de 24 de julho
calcula e qual a alíquota da
de 1991, no Art. 9º, inciso Resposta em recurso de 1ª
contribuição para o INSS do
VII, letra b, § 14 do Instância
segurado especial; como é
Regulamento da Previdência
efetuado o recolhimento e
Social, aprovado pelo
qual o tempo de contribuição
Decreto Nº 3.048 de 6 de
necessário.
maio de 1999 e no Art. 7º,
inciso II, § 1º, inciso IX da
Instrução Normativa
INSS/PRES Nº 45
INSS/PRES, de 6 de agosto
de 2010
Informa que os códigos de re-
colhimentos existentes são:
1503 (Segurado Especial Men-
sal -NIT/PIS/PASEP) e 1554
(Segurado Especial Trimestral
-NIT/PIS/PASEP); que a com-
Pergunta qual é o código de
provação de atividade para fins
pagamento e o valor correta
previdenciários, ou seja, que é
da contribuição ao INSS,
afeta ao INSS para concessão
devida pelo segurado
de benefícios previdenciários
especial, e sobre quais bases
não exige recolhimentos obri- Resposta em recurso de 2ª
incidem as alíquotas, bem
gatórios; que informação sobre Instância
como se ele é igual para
as contribuições obrigatórios
homens e mulheres, além de
do segurado especial (pesca-
procurar saber qual o prazo
dor) estão disponíveis no link
de contribuição.
http://www.mps.gov.br/conteu-
doDinamico.php?id=419, sen-
do que estas informações são
de competência da Receita Fe-
deral do Brasil.

Esclarece sobre serviços


prestados pelo INSS, sendo
que o pedido não se refere ao
acesso de informações
públicas ou de interesse
público, pois consiste em
consulta para esclarecimento
sobre serviços prestados pelo
É o relatório,

Análise

11. Registre-se que o recurso foi apresentado ante a CGU de forma tempestiva, no dia
06/03/2013, dado que a decisão do Recurso de 2ª Instância foi expedida no dia 26/02/2013. O
recurso foi recebido na esteira do disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem
como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis:

Lei nº 12.527/2012
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo
Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo
de 5 (cinco) dias se:
(...)
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da
União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
Decreto nº 7724/2012
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a
reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias,
contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no
prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.

12. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.724/2012, observa-se que não consta da
resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente
superior à que adotou a decisão inicial, assim como também não consta que a autoridade que
proferiu a decisão denegatória, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade.

13. Passando à análise do mérito, tal informação, contudo, inexiste da maneira como é
demandada. O INSS afirma tanto em suas respostas ao cidadão, como em resposta aos
questionamentos desta CGU, que não há como analisar o caso concreto, pois se trata de informação
“sobre serviços prestados pelo INSS”. Ademais, a requerida informou os códigos para recolhimento
da contribuição previdenciária, bem como indicou que a competência pelo recolhimento hoje é da
Receita Federal do Brasil. Esclarece, ainda, que “... a comprovação de atividade para fins
previdenciários, ou seja, que é afeta ao INSS para concessão de benefícios previdenciários não
exige recolhimentos obrigatórios.”

14. Nesse sentido, fica claro que apurar os dados conforme solicitado pelo ora demandante
implicaria trabalhos adicionais ao INSS, além de real possibilidade de interrupção do atendimento
dos demais cidadãos (por comprometer a força de trabalho do órgão). O artigo 13 do Decreto nº
7.724/12 exime o INSS da obrigação de franquear o acesso:

“Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação:


I – genéricos;
II – desproporcionais ou desarrazoados; ou
III – que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e
informações, ou serviços de produção ou tratamento de dados que são seja de competência do
órgão ou entidade.” (grifo nosso)
15. Destarte a Lei nº 12.527/11 determinar os procedimentos visando garantir o acesso a
informações de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, a serem observados pelos
entes públicos, de qualquer esfera ou poder da Federação, não o faz de forma absoluta, mormente
em relação aos requerimentos que ainda não encontram informações produzidas nos casos
concretos.

16. Em supedâneo aos argumentos acima, entendemos que não houve negativa de informação
pela requerida, que ofertou como plus, a oportunidade de consulta por outros canais de informação,
desde as justificativas apresentadas ao recurso em 1ª Instância, conforme demonstrado no parágrafo
9, além de esclarecer suas competências para produção das informações solicitadas. Claro está que a
requerida é fonte primária das informações almejadas e, portanto, apta ao seu fornecimento.

Conclusão

17. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento do recurso e, no mérito, considerando que a
requerida apresentou evidências do fornecimento da informação almejada, esta Controladoria se
pronuncia pelo DESPROVIMENTO do recurso.

18. Ademais, faz-se necessário ressaltar a ausência de informação referente à autoridade que
tomou a decisão, que não consta das respostas ao solicitante. Dessa forma, recomenda-se orientar a
autoridade de monitoramento do Instituto Nacional do Seguro Social que reavalie os fluxos internos
para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e
adequada aos objetivos da Lei de Acesso à Informação, em especial no que tange ao art. 21 do
Decreto nº 7.724/2012.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Controladoria-Geral da União
Folha de Assinaturas

Documento: DESPACHO nº 7495 de 07/10/2013

Referência: PROCESSO nº 00380.000086/2013-76

Assunto: Lei de Acesso a Informação

Signatário(s):
JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO
Ouvidor-Geral
Assinado Digitalmente em 07/10/2013

Relação de Despachos:

À consideração superior.

MAURO KOSIS
ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE

Assinado Digitalmente em 05/09/2013

Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O c ódigo para verificação da autenticidade deste
documento é: 28e29119_8d09189be53d468

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