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Bacharelado em Farmácia
Paripiranga
2021
ELCILAYNE DÓRIA ROCHA
Paripiranga
2021
ELCILAYNE DÓRIA ROCHA
BANCA EXAMINADORA
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Prof. Me. Professor Fábio Kovacevic Pacheco
UniAGES
__________________________________________
EXAMINADOR (A)
UniAGES
AGRADECIMENTOS
Introdução: A pílula anticoncepcional foi posta no mercado por volta de 1960 e, a partir de
então, seu uso se espalhou pela população mundial, crescendo cada vez mais. Esses são
divididos em gerações de acordo com a dosagem do estrogênio na formulação. Como todo
medicamento, os anticoncepcionais possuem riscos, enfatizando o sistema circulatório, como:
DVE, IAM, HA e tromboembolismo. O objetivo desta pesquisa é caracterizar o risco
circulatório a partir do uso de anticoncepcionais orais. Metodologia: Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura, em que teve como base de coleta de dados: Scielo, Lilacs e Google
Acadêmico, utilizando como descritores “anticoncepcionais orais”, “contraceptivo oral”,
“riscos” e “sistema circulatório”, harmonizados com os operadores boleanos (AND e OR).
Resultados: Inicialmente, 119 manuscritos foram identificados na busca e apenas 19 foram
incluídos na pesquisa. As exclusões foram feitas devido a fuga do tema, indisponibilidade na
íntegra e no idioma português. Das pesquisas selecionadas, 58% são revisões da literatura,
21% revisão integrativa, 5% revisão sistemática, 5% relato de caso e 11% estudo transversal.
Conclusão: A partir do que foi discutido, conclui-se que, o uso de AOC aumenta o risco do
desenvolvimento de problemas circulatórios, mesmo em mulheres sadias. A quarta geração,
mesmo com poucos estudos relacionados, é a mais segura para utilização e a terceira geração
a que mais causa riscos ao sistema circulatório, devendo ser utilizada sob a orientação e com
cautela.
Introduction: The contraceptive pill was put on the market around 1960 and, then on its use
spread throughout the world population and is growing more and more. These are divided into
generations according to the dosage of estrogen in the formulation. Like all medications,
contraceptives have risks, emphasizing the circulatory system, such as VED, AMI, AH and
thromboembolism. The aim of this research is to characterize circulatory risk from the use of
oral contraceptives. Methodology: This is an integrative review of the literature, in which it
was based on data collection Scielo, Lilacs and Google Scholar, using as descriptors "oral
contraceptives," "oral contraceptive,", "risks" and "circulatory system," harmonized with the
Boolean logic. Results: Initially, 119 manuscripts were identified in the search and only 19
were included in the search. Exclusions were made due to the escape of the theme,
unavailability in full and in the Portuguese. Of the selected studies, 58% is literature reviews,
21% integrative review, 5% systematic review, 5% case report and 11% cross-sectional study.
Conclusion: From what was discussed, it is concluded that the use of AOC increases the risk
of developing circulatory problems, even in healthy women. The fourth generation, even with
few related studies, is the safest for use. The third generation that most causes risk to the
circulatory system, and should be used under guidance and with caution.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE SÍMBOLOS
® Marca registrada
µg Micrograma
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 METODOLOGIA ................................................................................................ 13
2.1 Método ........................................................................................................................ 13
2.2 Estratégia de busca...................................................................................................... 13
2.3 Critérios de inclusão e exclusão.................................................................................. 13
2.4 Análises de dados........................................................................................................ 14
3 RESULTADOS .................................................................................................... 15
4 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 18
4.1 Anticoncepcionais orais .............................................................................................. 18
4.2 Riscos associados ao sistema circulatório .................................................................. 23
4.2.1 Doença Vascular Encefálica (DVE).................................................................... 23
4.2.2 Hipertensão Arterial (HA)................................................................................... 24
4.2.3 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) .................................................................... 25
4.2.4 Tromboembolismo .............................................................................................. 26
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 32
ANEXOS
ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
1 INTRODUÇÃO
2.1 Método
O presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa, sobre possíveis riscos do uso
de anticoncepcionais orais. De acordo com De Sousa e colaboradores (2018), a revisão
integrativa é um método de investigação que, abrange estudos experimentais e não
experimentais com o objetivo de compreender amplamente um fenômeno.
A coleta de dados foi realizada com limite temporal de 10 anos (de 2011 a 2021). A
busca dos estudos foi realizada com base nos bancos de dados: Scielo (Scientific Electronic
Library Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e
Google Acadêmico, utilizando como descritores do DeCS (Descritores em Ciência de Saúde):
“anticoncepcionais orais”, “contraceptivo oral”, “sistema circulatório” e “riscos”. Ademais,
foi realizada uma busca manual por meio da análise das referências dos artigos incluídos.
A inclusão de artigos, teses e monografias foi feita com base nos seguintes critérios:
(i) artigos científicos publicados na língua portuguesa brasileira; (ii) artigos que tratassem
sobre o uso de anticoncepcionais orais e riscos do seu uso; (iii) teses e monografias que
discorressem sobre o tema proposto. No que diz respeito aos critérios de exclusão: (i)
comentários, editoriais; (ii) artigos não disponíveis na íntegra.
2.4 Análises de dados
Com relação as bases de dados a maioria dos artigos fizeram parte da base de dados
Google Acadêmico 88,24% (n=17). Lilacs 5,88% (n=1) e Scielo 5,88% (n=1). Com relação a
série temporal, as publicações maiores parte são referentes aos anos de 2017 e 2021 (FIGURA
1).
4,5
3,5
2,5
1,5
0,5
0
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Com relação aos delineamentos dos estudos, a maior parte dos estudos 58 % (n=11)
foram revisões da literatura, destas 5% (n=2), era revisão sistemática e integrativa e 21%
(n=4) (FIGURA 2).
5%
5%
11% Revisão da literatura
Revisão Integrativa
Estudo Transversal
58% Relato de Caso
21%
Revisão Sistemática
No que tange aos principais resultados, 65% (n=12) dos periódicos avaliados relatam
que o uso de anticoncepcionais orais ocasiona uma maior probabilidade de desenvolver
trombose venosa ou arterial. Fatores de risco descritos foram problemas circulatórios 100%
(n=19) e doenças crônicas como a hipertensão arterial.
Ademais, os estudos concluíram que os anticoncepcionais orais podem causar eventos
trombóticos, principalmente, em pacientes com algum tipo de predisposição genética e a
necessidade que os profissionais de saúde estejam atentos quanto à prescrição e dispensação;
além da individualização da prescrição para cada paciente.
IDENTIFICAÇÃO
Exclusões:
artigos que não
associavam o risco do
uso com problemas
INCLUSÃO
circulatórios (n=11)
Com relação ao delineamento dos estudos, apesar dos estudos desta revisão constatar o
risco da ocorrência de trombose, a maior parte dos manuscritos não é a maior evidência em
saúde. Apesar da maioria dos artigos não estarem no topo das evidências, Shaneyfelt (2016),
relata a necessidade de uma análise crítica da pirâmide de evidências e que, outros tipos de
estudo, são importantes e podem possuir melhor qualidade, visto o risco de viés que pode
apresentar o artigo.
Nome
Geração Estrogênio Progestogênio
Comercial ®
Primeira Indisponível
Mestranol noretisterona
Geração
Ciclo 21®
Segunda
Etinilestradiol Levonorgestrel Level®
Geração
Microvlar®
Gestodeno,
Terceira Tâmisa®
Etinilestradiol Desogestrel e
Geração
Norgestimato
Yaz®
Quarta Geração Etinilestradiol Drospirenona
Yasmin®
Tabela 1: Gerações dos Anticoncepcionais.
Fonte: Criação do autor (produzido em 2021).
Segundo Lima (2017), o uso dos anticoncepcionais orais pode acarretar alterações
metabólicas e vasculares, comprometendo o sistema circulatório sanguíneo, podendo
desencadear sérias consequências para as pacientes.
A hipertensão arterial é uma patologia crônica, delineada a partir dos altos níveis
pressóricos, podendo ser ocasionada por inúmeros fatores (figura 10) sejam eles genéticos,
sociais ou ambientais. Um paciente é caracterizado como hipertenso quando sua pressão
sistólica permanece igual ou maior a 140 mmHg e sua pressão diastólica maior ou igual a 90
mmHg, medida em horários diferentes, sem uso de medicamento para controle (BARROSO et
al, 2021).
4.2.4 Tromboembolismo
O sangue precisa estar em homeostasia, para que haja fluxo adequado, caso contrário
há um favorecimento para coagulação sanguínea, na qual haverá agregação plaquetária de
forma desordenada e a formação de fibrina. Com isso, o sangue irá enrijecer no vaso,
formando o trombo e impedindo o fluxo parcial ou total do sangue (ALMEIDA, 2021).
Oliveira e Arruda (2012) evidenciam, com clareza que a associação de
anticoncepcionais orais combinados (AOC) aumenta o risco do desenvolvimento de
tromboembolismo venoso e arterial. O etinilestradiol provoca o aumento nos fatores de
coagulação (como o fibrinogênio) e a diminuição dos inibidores naturais da coagulação
(antitrombina e proteína S), isso faz com que haja um efeito pró-coagulante.
Consequentemente, quanto maior a dosagem do etinilestradiol, maior o risco de
desenvolvimento de tromboembolismo venoso e arterial (Figura 14) (BRITO; NOBRE;
VIEIRA, 2011).
Figura 12: Coágulos presentes na trombose.
Fonte: SILVA, 2017.
A partir da análise dos manuscritos, pode-se inferir que o uso prolongado dos
anticoncepcionais orais pode causar danos ao sistema circulatório, como tromboembolismo,
infarto do miocárdio, além de aumentar os riscos de comorbidades, com destaque para a
hipertensão arterial. De acordo com os manuscritos abordados, o uso dos anticoncepcionais
orais de terceira geração são os mais propícios ao desenvolvimento de trombose. Apesar da
literatura e a mídia relatarem a segurança no uso de medicamentos de 4ª geração, é incipiente
o número de estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados que analisem os efeitos a
longo prazo no uso dessa classe de fármacos.
Ademais, é importante destacar que todas as pacientes, antes de fazer uso de qualquer
tipo de anticoncepcional devem passar por uma avaliação clínica adequada para considerar os
riscos-benefícios quanto ao seu uso. Nesse sentido, é necessário maior acompanhamento no
uso pelos profissionais de saúde, médicos e farmacêuticos que estão diretamente ligados à
parte logística e clínica dos medicamentos.
Esta pesquisa possui limitações quanto à escolha de apenas um idioma e as bases de
dados, que podem corroborar com a ausência de manuscritos sobre o tema. Todavia, esta
revisão é um instrumento para a prática clínica dos profissionais de saúde e para a construção
de outras pesquisas relacionadas ao tema.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. P. G.; et al. Principais fatores de risco para o acidente vascular encefálico e suas
consequências: uma revisão na literatura. Revista Interdisciplinar de Pensamento
Científico, v. 1, n. 3, p. 283-296, 2017.
BARROSO, W. K. S.; et al. Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras.
Cardiol. v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021.
CASCALDI, B. G.; et al. Infarto Agudo do Miocárdio sob a ótica da população brasileira.
Rev. Bras. Cardiol., v. 27, n. 6, p. 409-417, 2014.
COUTO, P. L. S.; et al. Evidências dos efeitos adversos no uso de anticoncepcionais orais em
mulheres. Enferm. Foco, v. 11, n. 4, p. 79-86, 2020.
RIBEIRO C.C.; et al. Efeitos dos diferentes anticoncepcionais hormonais nos valores de
pressão arterial da mulher. Rev. Bras. Enferm., v. 71, n. 3, p. 1453-9,2018.
SANTOS, T. M.; et al. Os anticoncepcionais orais como fator de risco cardiovascular: uma
revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 9, 2021.
SHANEYFELT, Terrence. Pyramids are guides not rules: the evolution of the evidence
pyramid. Evid Based Med, august, v. 21, n. 4, 2016.