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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

GRADUAÇÃO EM DESIGN DE MODA

ERICK RAFAEL OLIVEIRA ALVES


NATASHA DEMILLY MARTINS DE AZEVEDO
SARA LAÍS ALVES

MODIFICAÇÕES EM CORPOS JUVENIS:


INSERÇÕES DE PRÓTESES DE SILICONE

SÃO PAULO
2023
ERICK RAFAEL OLIVEIRA ALVES
NATASHA DEMILLY MARTINS DE AZEVEDO
SARA LAÍS ALVES

MODIFICAÇÕES DE CORPOS JUVENIS:


INSERÇÕES DE PRÓTESES DE SILICONE

Trabalho apresentado como exigência para a conclusão


da Unidade Curricular Estudos Aplicados de Moda do
curso de graduação em design de moda da Universidade
Anhembi Morumbi.

Orientador Prof. Marcus Vinicius Pereira e Prof. Claudia


Regina Martins

SÃO PAULO
2023
Resumo

É crescente a obsessão dos jovens adolescentes em transformarem seus corpos, o mundo midiático
influencia cada vez mais e alimenta essa ideia de corpo perfeito. A inserção de prótese de silicone
mamária tem uma contribuição significativa no crescimento dessas mudanças. Esse trabalho irá
abordar os fatores que desencadeiam esse desejo com a necessidade de se encaixar em padrões, e se
há de fato maturidade para que esse procedimento estético ocorra. Através de pesquisas
bibliográficas que foram compostas em site, livro e artigos científicos.

Palavras-chave: Jovens adolescentes 1. Modificações 2. Estética 3.


SUMÁRIO

Introdução..................................................................................................................................................... 1
1. Aumento da procura por cirurgias plásticas .............................................................................. 4
2. Inserções de próteses de silicones em corpos juvenis .............................................................. 8
3. Painel Iconográfico ..................................................................................................................... 11
4. Projeto: O corpo não é uma tendência ..................................................................................... 12
Considerações finais ................................................................................................................................ 13
Referências bibliográficas....................................................................................................................... 14
Introdução

A prática de adoração ao corpo é comum em nosso cotidiano, essa atuação está presente
em todas as faixas etárias e classes sociais, trazendo preocupação e discussões sobre esse assunto,
afinal isso tem base como um discurso estético ou está relacionado à saúde. Primeiramente vamos
entender esse termo tão presente em nosso cotidiano, a palavra “estética” vem do grego aisthesis,
que tem o significado de sensações e sentimentos. Ao analisar a reflexão de Kant (1970) sobre o
juízo dos gostos, essa ordem de prioridade que é sujeita por meio do sensível ao cognitivo, racional
ao ético. Em sua obra ele nos oferece a percepção da estética como uma atividade autônoma. Então
quando essa atividade autônoma se torna influenciada por padrões? De onde é ditado as regras da
estética do corpo? A resposta a essas questões pode estar relacionada a fatores socioculturais
conforme a visão corporal de cada indivíduo, onde esses fatores vem construindo um ideal de
corpo, veiculado por meio midiático deixando explícitos a padronização estética corporal. Uma
dessas padronizações seria o volume dos seios perfeitos, essa possibilidade veio com o surgimento
das inserções de prótese de silicone, que deu início na década de 60 (PERRY e FRAME 2020).
Existe quatro elementos que influenciam o surgimento e manutenção cirúrgica segundo MÁRTIRE
JÚNIOR (2005), que são; a necessidade que sempre existe com o desenvolvimento da sociedade, o
aspecto cultural onde a sociedade ditavam o desenvolvimento dessa área, o conhecimento
anatômico que deu início no Renascentismo e trouxe uma nova perspetiva ao homem na idade
média e o sucesso. A necessidade de se corrigir o que considera inestético impulsiona o
desenvolvimento da cirurgia plástica, POLTRONIERI (1995).
Segundo Pitangy, o objetivo da cirurgia plástica é o alívio dos problemas psicossociais
que ela gera nos pacientes, não importando se sua origem é estética e/ou reparadora (GREGORY,
2007). A cirurgia plástica reparadora tem como função restaurar partes afetadas com o uso de
enxertos e implantes. E a cirurgia plástica estética visa a alteração patológica congênita ou
adquirida.
Schor e Freitas afirmam que o cirurgião deve ter habilidade para ouvir, compreender e

orientar o paciente comparando-o a um psicólogo (GREGORY, 2007):


O médico deve ouvir exaustivamente a paciente para entender suas expectativas diante da plástica
de mamas, e isto é um verdadeiro dogma para nós. A opinião da paciente é também decisiva,
porque se liga não só a posição ou a opiniões objetivas, mas também a sentimentos e fantasias e
alguma coisa extremamente difícil de ser discutida com quem quer que seja: aquilo que ela
pretende fazer do próprio corpo[...] (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO, 2009, p. 26).

A mamoplastia é um tipo de cirurgia plástica mundialmente realizada, sendo estimulada


por meio das alterações graduais permeando padrões de beleza, no entanto esse procedimento como
todas intervenções cirúrgicas fornecem riscos e desfechos negativos. Nesse segmento, está
relacionado com as características de cada indivíduo conjugado com as distintas condutas médico-
paciente, do dano semelhante a obrigações e exigências do procedimento.
Se analisarmos todos os seres humanos estão descontentes com alguma parte do seu
corpo, e são diversas as formas que as pessoas buscam para obterem a beleza, conquistando a
aceitação de si mesma e uma certa valorização na sociedade.
Segundo Farina no Grego a palavra “plástica” provém do termo “plasticus” que
significa “formar ou moldar”. Hoje o seu sentido mais correto se refere ao aprimoramento de
formas, ou seja, tornar belo ou simétrico (POLTRONIERI, 1995).
As grandes mudanças e transformações psicos e físicas do corpo humano ocorrem na
adolescência, modificando a criança para o adulto.
PENTEADO (2009), afirma em seu artigo “O dilema em fazer uma plástica na
adolescência” e adverte que 700 mil cirurgias plásticas foram feitas, e 10% desses pacientes eram
adolescentes, sendo que há uma década, esse indicador, não passava de 5%. Segundo o cirurgião
Sabino Netto em (SOUZA, 2007), a vaidade é a principal motivação dos jovens para que se
submetam a cirurgia plástica.
Mas para construir uma linha de raciocínio vamos entender o termo” jovens
adolescentes”, a preferência desse termo se instala, sobretudo, através de ocorrer pluralidade de
gerar a respeito desses tempos de vida (juventude/adolescência ), segundo os princípios
desenvolvimentista, os jovens adolescentes aparecem mais intensos mediantes aos atributos que
predominam a visão biológica e que tem cunho psicológicos, alguns aspectos apontam a essa
compreensão dos tempos de vida na construção social, refutando, assim, a visão que os naturaliza
e/ou apresenta semelhança. Sendo assim; “Aproximando-se do conceito de juventude”,Corti e
Souza (2004), que denotam, durante os períodos históricos, “ser jovem “ era entendido de forma
distintas. Onde é proposto que apenas na metade do século XV, a partir da construção dos Estados
Modernos, ocorreu uma maior compatibilidade quanto ao que se denominava por "juventude" no
meio social ocidental. Utilizando-se, portanto, de tais argumentos, elas concluem: "Em suma,
podemos afirmar que a juventude é, sobretudo, uma construção social e não um processo natural"
(CORTI; SOUZA, 2004, p. 21).
1. Aumento da procura por cirurgias plásticas.

A demanda por cirurgia plástica continua a aumentar no Brasil. Segundo um estudo


conduzido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), os jovens são um grupo
significativos de adeptos, tendo realizado quase 1,5 milhões de procedimentos estéticos em 2016.
Isso contribui para que o Brasil esteja entre os três principais países do mundo em termos de
números de cirurgias plásticas, ao lado dos Estados Unidos e do México. Pesquisas demonstram
que nas últimas duas décadas e meia, uma das cirurgias plásticas que mais registrou crescimento no
Brasil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, bem como em todo o mundo, foi a cirurgia de
aumento mamário com a inclusão de próteses. Muitas jovens apostaram na tão sonhada prótese de
silicone antes mesmo de completar 18 anos.
E de acordo com especialistas, o aumento na procura por cirurgias plásticas se deve
principalmente ao impacto das redes sociais, a insatisfação com a imagem corporal e o desejo de ser
o outro.
O mercado oferece uma ampla variedade de tecnologias para alcançar o corpo desejado,
incluindo esteroides anabolizantes, suplementos alimentares, medicamentos para perda de peso
rápida e cirurgias plásticas para remoção de gordura localizada e correções estéticas. Um destaque
especial são as próteses de silicone, que são amplamente promovidas para alcançar uma beleza
artificial. No entanto, é importante lembrar que todas essas opções têm um custo, e às vezes esse
custo pode ser a própria saúde ou até mesmo a vida.
A imprensa e telejornais são quem impulsionam o aumento de cirurgias plásticas
segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Estética e Reparadora, elas veiculam as
informações técnicas e efeitos positivos da cirurgia. No presente a cirurgia plástica é a área mais
lucrativa da medicina. Segundo dados da Revista Veja (abr. 2008), entre 1980 e 2007 a cirurgia de
lipoaspiração teve uma crescente ficando em segundo a cirurgia de prótese mamária. Já os dados do
Jornal Folha de São Paulo (fev. 2009), mostra que os números de cirurgias de prótese mamária
ultrapassam as de lipoaspiração.

Nos tempos atuais é comum as inserções de implantes de silicones serem tendência


entre os jovens, mas recentemente estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP), disseram que a procura do explante das próteses vem aumentado entre as mulheres
maduras. Os motivos por trás da procura do explante ter aumentado varia de pessoa para pessoa,
mas de acordo com a pesquisa a busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e
relacionar-se com o próprio corpo está entre as mais citadas, assim como as queixas por dores de
rejeição e sintomas que geralmente são relacionados à “doença do silicone”.
A necessidade da retirada é uma dúvida que muitas pacientes possuem, justamente
pelos motivos variarem entre aceitação do próprio corpo e doenças. Alguns sintomas podem indicar
essa possível necessidade, entre os critérios maiores estão as infecções antes das manifestações
clínicas, como mialgia, miosite ou fraqueza muscular; artralgia e/ou artrite; fadiga crônica, sono
não repousante ou distúrbios do sono; manifestações neurológicas também são um dos critérios,
especialmente relacionadas com desmielização (danos à mielina ao redor dos nervos); alteração
cognitiva, perda de memória; e febre e boca seca.
A busca se tornou tão comum que algumas famosas falaram sobre o assunto em
entrevistas. Manu Gavassi, no canal da apresentadora Giovanna Ewbank, falou sobre o quanto os
padrões de beleza impostos pela sociedade a influenciaram à optar pelo procedimento cirúrgico.
De acordo com Manu Gavassi (2020, p.5)
“Eu fiz uma plástica que me arrependo muito, que foi ter colocado silicone. Sabe quando você não está
bem com você mesmo, tipo, na sua vida? E aí você se olha no espelho e enlouquece, coloca isso na sua
aparência. Eu já gostava do meu corpo do jeito que ele era, não tinha necessidade nenhuma (de fazer a
cirurgia), acho que dei uma pirada legal. Então quando, lembro penso: “Caraca, eu fiz uma cirurgia que
eu
nem tinha tanta vontade, que nem precisava na minha cabeça, por pressão externa, que é para ter uma
beleza
estética perfeita nesse meio o tempo inteiro””.
Assim como Manu, Victoria Beckham em uma entrevista para a Vogue britânica em
janeiro de 2017 também falou sobre a sua retirada das próteses e o motivo pelo qual levou para
fazê-lo, além de dizer que recomendaria à sua versão mais jovem valorizar o próprio corpo.
- Provavelmente eu recomendaria: “Não faça bobagem com seus seios”. Por anos eu
neguei que foi algo estúpido, era um sinal de insegurança. Apenas valorize o que você tem. -
Afirmou a mesma.
A cirurgia de explante é um procedimento simples, assim como a sua recuperação. As
próteses, atualmente, estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, ou seja,
menos chances de vazamento. Portanto, o procedimento se torna bem simples, basta fazer a retirada
e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra
parte do corpo ou uma cicatriz em T ou L invertidos.
A busca por uma aparência mais natural e a ampla divulgação na mídia de notícias
sobre a remoção de implantes de silicone podem dar a impressão de que a mamoplastia de aumento
está perdendo popularidade. No entanto, essa impressão é enganosa. Tanto no Brasil quanto no
mundo, a mamoplastia de aumento ainda é o segundo procedimento de cirurgia plástica mais
realizado, ficando atrás apenas da lipoaspiração. Além disso, o procedimento parece estar ganhando
popularidade, especialmente entre o público mais jovem. Nas redes sociais, como o TikTok, as
hashtags #breastaugmentation (aumento de mama) e #siliconecheck já acumulam impressionantes 1
bilhão e 213 milhões de visualizações. Segundo o autor:
De acordo com Beatriz Lassance (2023, p. 3):
"A mamoplastia de aumento é geralmente realizada através do implante de uma prótese de
silicone, por cima ou por baixo do músculo peitoral, para conferir volume às mamas. O tamanho e
o formato da prótese são escolhidos caso a caso com base em fatores como o tamanho do tórax, a
estatura e a expectativa da paciente".
Conforme orientação da especialista, a incisão para a inserção da prótese de silicone
pode ser realizada em várias regiões, como as axilas, ao redor da aréola ou sob os seios, de modo a
tornar a cicatriz resultante do procedimento quase imperceptível. Ela acrescenta que em casos em
que a paciente apresente um alto grau de flacidez na pele da área, a colocação da prótese pode ser
combinada com o procedimento conhecido como mastopexia. Isso envolve a remoção do excesso
de tecido e a remodelagem da glândula mamária.
No que diz respeito ao período pós-operatório, que normalmente se estende por cerca de
um mês, a médica enfatiza a importância de dormir de barriga pra cima, utilizar um sutiã de
sustentação específico para apoiar os seios e evitar a prática de exercícios físicos, esforços
excessivos ou movimentos vigorosos com os braços.
De acordo com Beatriz Lassance (2023, p. 4):
"É recomendado que as próteses de silicone sejam trocadas de tempos em tempos, geralmente
entre 10 e 15 anos após o implante. Estatísticas mostram que, após 10 anos, há um aumento nas
chances de problemas como ruptura ou contratura capsular (endurecimento de uma cápsula que o
organismo forma ao redor das próteses, deixando-as duras e às vezes dolorosas)", acrescenta a
cirurgiã plástica. "A mamoplastia de aumento, por se tratar de um procedimento com finalidade
estética, só deve ser realizada após os 18 anos, quando o desenvolvimento das mamas já está
completo".
É frequente que as mulheres vinculem sua autoestima à maneira como seus corpos se
apresentam, sendo que a aparência dos seios é frequentemente considerada como um aspecto
fundamental da feminilidade e da autoimagem. A falta de contentamento com a aparência dos seios
pode ter um grande impacto na autoestima e na confiança pessoal. Os seios são frequentemente
vistos como símbolos de feminilidade e sexualidade em diversas culturas. A sociedade, a mídia e os
padrões estéticos desempenham um papel importante ao estabelecer ideais de beleza, o que pode
criar pressão sobre as mulheres. Quando os seios não se encaixam nesses padrões ou quando há
insatisfação em relação ao seu tamanho, forma ou simetria, é comum que a autoestima seja
prejudicada. Mas é fundamental ressaltar que a beleza não está necessariamente ligada ao tamanho
dos seios, e cada mulher possui uma aparência única e especial.
2. Inserções de próteses de silicone em corpos juvenis.

A adolescência, período de transformações físicas e transição para a vida adulta, está


ocorrendo mais cedo devido ao fácil acesso à informação. Isso tem levado a mudanças nas
expectativas em relação ao corpo, incluindo a crescente procura de procedimentos de silicone em
jovens adolescentes.
Devido à falta de opinião formada em certos assuntos, os adolescentes tendem a se
inspirar em celebridades da televisão, internet, cinema e cantoras, que frequentemente têm corpos
considerados ideais. Para alguns jovens, o desejo de realizar uma mamoplastia de aumento com
implante de silicone é mais forte do que a expectativa de alcançar a maioridade, obter a carteira de
motorista ou ingressar na faculdade. Mas afinal existe uma idade correta para esse procedimento?
Seguindo essa questão a legislação dita que com a aprovação dos pais, é possível realizar o
procedimento mesmo na adolescência, mas é crucial que os pais desempenhem um papel ativo na
orientação de suas filhas. Isso é fundamental, visto que as jovens podem ter uma visão distorcida do
"corpo perfeito" e, às vezes, podem não possuir a maturidade necessária para resistir às pressões
dos padrões de beleza impostos pela sociedade. Além disso, é crucial aguardar o completo
desenvolvimento físico antes de considerar a consulta com um cirurgião plástico.
Figura 1 – Padrão figurativo de estereótipo de feminilidade relacionado a aparência
perfeita.

Fonte: https://bit.ly/2TGcKyv

Nos últimos anos, tem sido evidente a preocupação dos jovens com suas aparências
físicas, uma realidade que afeta todas as classes sociais. Além disso, percebe-se uma grande
influência dos meios de comunicação na formação da autoimagem desses jovens. Os programas de
televisão, revistas, jornais e principalmente redes sociais estão cada vez mais dedicando espaço para
apresentar novidades nas áreas de cosméticos, alimentação e moda. As propagandas frequentemente
tentam vender uma ideia inalcançável de corpos perfeitos.

A preocupação com o corpo na era contemporânea nos coloca diante de uma grande
responsabilidade, uma vez que somos facilmente influenciados. As tendências da moda são
efêmeras, e muitas vezes nos tornamos marionetes nas mãos de gigantes da mídia global e empresas
de moda.

Tendo uma visão ampla “clássica” do mundo juvenil se inicia com o tópico conhecido
como puberal, e a coordenação do tempo coincide com o aparecimento de transformações físicas.
De acordo com Cottet em Pollo e Ribeiro (1996, p. 37):
Freud não fala da puberdade como uma maturação, mas como um mito, o da conjunção de
todas as pulsões parciais em torno da genitalidade sobre o novo objeto após a fase da
latência e, portanto, para além do recalcamento. Todavia, o desejo sexual, a medida que
desperta a antiga corrente, reativa Édipo. Há aí algo como um efeito de lupa sobre a
sexualidade pré-púbere. E há bem mais que isso: uma reativação de escolha do objeto
interdito.
A juventude está relacionada com o período extremamente importante no processo de
crescimento e desenvolvimento, ocorrendo as transformações físicas-biológicas da puberdade
associam-se àquelas de âmbito psico-sócio-cultural e econômico.
O fenômeno puberdade/adolescência não pode ser estudado isoladamente. Segundo
Osório (1989) e Chipkevitch (1995), a puberdade corresponde às modificações biológicas, e a
adolescência às transformações biopsicossociais em que estas se inserem. O conceito de puberdade
está relacionado aos aspectos físicos e biológicos do indivíduo, iniciando-se por volta dos 9/10 anos
de idade. Segundo Tiba (1994), é nesse período que a criança perde o modo infantil e sente as
primeiras modificações corporais.
Embora as modificações pubertárias sejam observadas em praticamente todo o
organismo, apresentam-se sobretudo através dos seguintes componentes (LEAL & SILVA, 2001):
O fato é que os jovens adolescentes neste período precisam compreender as suas
transformações, e que nesse momento o processo de aceitação e ser como o outro é atraente. Por
esse motivo muitos se submetem a procedimentos invasivos para melhorar a aparência. As partes
em questão para os padrões estéticos, e maturidade física e emocional devem ser cuidadosamente
trabalhadas com os responsáveis para os resultados desejados. Um processo de longas consultas
médicas e um campo aberto para o diálogo entre o jovem adolescente, os pais responsáveis e o
médico.
Dessa forma, o corpo não deve ser tratado como um rascunho que pode ser modelado e
remodelado de acordo com os desejos de quem o possui, buscando alcançar o modelo ideal
(SEVERIANO; REGO; MONTEFUSCO, 2010).
3. Painel iconográfico

Conseguimos fazer o levantamento de imagens e a construção do painel iconográfico após a


conclusão da problemática contemporânea e do corpo social. Nele é possível se ver claramente os
dois grandes núcleos do projeto: Próteses de Silicone e Jovens/Adolescentes.

Figura 2 – Representação figurativa

Fonte: Autores.

Utilizamos imagens que remetem às qualidades que definem cada grupo, e que serviram de
referência para a construção dos núcleos de maneiras distintas. Cores, formas, texturas e tipografias
que remetesse aos anos 2000, mas sem perder o foco no tema principal, as próteses de silicone.
4. Projeto

Será realizado uma campanha com a confecção de uma peça na busca de resoluções para os
problemas sociais em questão, com o tema; O CORPO NÃO É UMA TENDÊNCIA.
Considerações finais
Referências consultadas

BASTOS, Cleverson Leite; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à


metodologia científica. 19. ed. Petrópolis: Vozes, 2006.

ROSENFIELD, kathrin. Estética. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2006.

César,Paulo et al. Culto ao Corpo: beleza ou doença?. Adolesc. Saúde, v.8, p. 3, 2011.

BELEZA, Meios de Comunicação Imagem Corporal. A influência da mídia na construção da


imagem corporal. Rev Bras Nutr Clín, v. 29, n. 1, p. 73-5, 2014.

MAJOR, Beatriz Merlim Rodrigues; DO AMARAL, Valéria; DE PAULE, Carlos Felipe Pasquini.
Estudo exploratório sobre a percepção e grau de informação de acadêmicas submetidas a
inserção de prótese mamária. Research, Society and Development, v. 11, n. 13, p. e111335247-
e111335247, 2022.

Cresce em mais de 140% o número de procedimentos estéticos em jovens. Jornal da USP,


2021. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/cresceu-mais-de-140-o-numero-de-
procedimentos-esteticos-em-jovens-nos-ultimos-dez-anos/. Acesso em: 26 de setembro de 2023.

Silicone: Implante ainda é tendência entre jovens e explante vira opção para mulheres
maduras. Estadão, 2022. Disponível em: https://www.estadao.com.br/emais/bem-estar/silicone-
implante-ainda-e-tendencia-entre-jovens-e-explante-vira-opcao-para-mulheres-maduras/. Acesso
em: 28 de setembro de 2023.

"Hoje não faria": as famosas que se arrependeram de colocar silicone. GZH, 2020.
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/gente/noticia/2020/06/hoje-nao-faria-as-
famosas-que-se-arrependeram-de-colocar-silicone-ckbmed4pi00kl015nscp5507z.html. Acesso em:
03 de outubro de 2023.

ARAÚJO, Kamilly Lauany Sousa; SANTOS, Jamilly Gomes. As infrações éticas em


procedimentos estéticos e a responsabilidade civil dos cirurgiões plásticos. In: Congresso
Interdisciplinar-ISSN: 2595-7732. 2022.

COIMBRA, Cecília; BOCCO, Fernanda; DO NASCIMENTO, Maria Livia. Subvertendo o


conceito de adolescência. Arquivos brasileiros de psicologia, v. 57, n. 1, p. 2-11, 2005.

Mattos, Fernanda Gonçalves Miele. Cirurgia plástica estética e adolescência. 2009. Monografia
de Especialização (Especialização em Semiótica Psicanalítica - Clínica da Cultura) - Faculdade de
Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2009.

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