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LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS E BIOSSEGURANÇA

MICROSCOPIA DE LUZ

MICROSCOPIA DE LUZ

O mundo microscópico permaneceu desconhecido dos seres humanos até o


século XVII. O descobrimento e a manufatura de lentes de aumento propiciaram as
bases para a criação desse importante instrumento de trabalho em laboratório até os
dias atuais. Na história da microscopia, dois nomes merecem destaque: Robert Hooke e
Anton van Leeuwenhoek (TORTORA et al., 2017).

Hooke criou um microscópio (Figura ) e conseguiu visualizar fragmentos de cortiça.


Por ser um material morto, visualizou apenas poros, a que denominou de cell ou “cela”,
por se assemelharem a casulos ou celas de monges.

Figura 1 – O microscópio de Robert Hooke. Fonte: Tortora et al. (2017).

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O equipamento já se baseava na formação de imagem por meio da passagem de


luz por lentes de aumento, formando uma imagem amplificada do que se desejava
observar.

Cerca de 10 anos mais tarde, Leeuwenhoek aperfeiçoou o conceito do


microscópio de Hooke, com um conjunto de lentes próprias. O feito desse cientista se
torna um marco na visualização do mundo microscópico, pois, com seu equipamento,
foi possível observar seres minúsculos ainda vivos, revelando muito mais do que se
podia ver até aquele momento (MADIGAN et al., 2016).

Com o passar dos anos, muito se aperfeiçoou no microscópio. Hoje, há uma série
de tipos diferentes, com finalidades próprias. Mas, mesmo que muitos acreditem que a
microscopia de luz seja antiquada, ainda é por meio de microscópios de luz (com os
mesmos princípios criados por Hooke e Leeuwenhoek, porém com importantes
aperfeiçoamentos) que muitas descobertas e diagnósticos continuam sendo feitos. Por
exemplo, o diagnóstico histopatológico de amostras de biopsias de tumor, para a
caracterização de se é maligno ou não, é feito com o uso de técnicas de microscopia
utilizando microscópio de luz. Várias etapas do processo de reprodução assistida
também são realizadas com microscópio de luz, para a visualização das células
gaméticas e da qualidade do embrião, dentre outros processos.

Para se tirar o melhor proveito desse equipamento, deve-se entender como ele
funciona. De maneira sucinta, o microscópio óptico é constituído de uma parte
mecânica e uma parte óptica (Erro! Fonte de referência não encontrada.). Uma fonte
emite raios de luz que passarão por um condensador, cujas lentes irão redirecioná-los
através da amostra.

A parte mecânica é representada pelo corpo do microscópio. Ele é desenhado


com uma base, de forma a garantir seu equilíbrio em peso e diâmetro. Possui um braço,
que irá suportar as lentes, além de permitir que se possa transportar o equipamento
com segurança, segurando-o por essa parte de sua estrutura. Geralmente posicionados
no braço do microscópio, estão os botões macrométrico e micrométrico. O primeiro
permite um ajuste rápido e de grande amplitude da imagem, enquanto o segundo
permite um ajuste mais fino, com pequenos deslocamentos da imagem. No chamado
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“revólver”, estão as lentes objetivas, que podem ser intercambiadas entre si pelo
movimento circular da estrutura do revólver. Há, ainda, a platina ou mesa, onde é
posicionada a amostra, normalmente em uma lâmina, que será presa por um sistema
de presilhas. O charriot permite que a mesa – com a lâmina presa sobre ela – possa se
mover, para frente e para trás, bem como para a esquerda e a direita, e assim ser
visualizado todo o campo microscópico. Outro conjunto de estruturas que deve ser
atentado para o ajuste correto na visualização de amostras é o diafragma e o
condensador. O primeiro tem por função controlar a intensidade da luz incidente na
amostra, projetando um cone de luz de tamanho variável de acordo com o ajuste. O
condensador, por sua vez, realizará a condensação da luz incidente, o que gerará um
foco maior ou melhor da imagem, assim como o posicionamento desse foco na amostra
(TORTORA et al., 2017).

Figura 2 – O microscópio óptico e seus componentes. Em A, seus componentes e funções. Em B, o caminho da luz
(de baixo para cima). Fonte: Tortora et al. (2017, p. 53).

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A parte óptica, por sua vez, é constituída pelo sistema de lentes e fonte luminosa.
Existem dois conjuntos de lentes: as oculares e as objetivas. Alguns microscópios são
chamados de monoculares, por terem somente uma objetiva ocular. Neles, o
observador deverá examinar a amostra utilizando somente um olho. Contudo, para
maior conforto, a maioria dos microscópios em uso é binocular, com duas lentes
oculares. Dessa forma, o observador irá utilizar os dois olhos para a observação da
amostra (HÖFLING & GONÇALVES, 2008).

As lentes objetivas são aquelas que ficarão mais próximas da amostra. A


ampliação total da amostra será calculada pela multiplicação do aumento da lente
ocular pela lente objetiva. Os microscópios ópticos mais comumente encontrados na
prática laboratorial possuem um conjunto de lentes objetivas constituído por uma lente
de 4x, uma de 10x (menor aumento), uma de 40x (maior aumento) e uma de 100x
(também de maior aumento, mas chamada de objetiva de imersão). A grande maioria
dos microscópios utiliza oculares que fornecem aumento de 10x. Dessa forma, o
aumento resultante seria, na mesma ordem de apresentação das objetivas: 40x, 100x,
400x e 1.000x. A objetiva de imersão deve sempre ser utilizada com óleo de imersão,
porque toca a lâmina. Além disso, o óleo funciona como um componente óptico, com
mesmo índice de refração do vidro. Ele permite que não seja necessário um diâmetro
muito grande da objetiva de 100x, o que inviabilizaria seu uso (MADIGAN et al., 2016).
Cabe, aqui, ressaltar que há no mercado alguns outros conjuntos de lentes oculares e
objetivas diferentes das citadas, que são as mais usuais. Nessas combinações, é possível
se chegar a aumentos de até 2.000x. A escolha de qual o melhor conjunto de lentes a
ser utilizado deve ser sempre pensada analisando o tipo de amostra e os resultados
esperados, com análises de custo/benefício.

Também é preciso atentar a algumas normatizações de segurança e cuidados


com o aparelho, bem como às normas de biossegurança aplicáveis ao tipo de amostra
que está sendo manuseado. Como uma infinidade de tipos de amostras pode ser
observada ao microscópio óptico, não há uma regra geral a ser seguida. No entanto,
devem sempre ser observados cuidados básicos, como: atenção na hora de ligar o
aparelho à corrente elétrica, observando a correta voltagem a que ele é designado;
estabilidade da bancada em que se está trabalhando; e posicionamento ergonômico.
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Por fim, deve-se também sempre deixar o aparelho limpo e apto ao próximo uso.
Caso tenha sido utilizada uma objetiva com óleo de imersão, este deve ser limpo, pois
facilmente acaba incrustando na lente e propiciando a formação de colônias de
microrganismos (especialmente fungos), dificultando a visualização de imagens nítidas.
Contudo, sua limpeza deve ser feita com material adequado, não abrasivo e que não
arranhe a superfície das lentes. Deve-se dar preferência ao uso de papel próprio para
limpeza de microscópios ou, em sua ausência, papéis ultramacios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HÖFLING, José Francisco; GONÇALVES, Reginaldo Bruno. Microscopia de luz em


microbiologia: morfologia bacteriana e fúngica. Porto Alegre: Artmed, 2008.

MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2017.

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