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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS - FCBA


DISCIPLINA DE BIOLOGIA CELULAR

PROF. DR. MARCOS GINO FERNANDES


ACADÊMICO: PEDRO VINÍCIUS DIAS BASSETTO SILVA

XVI TURMA DE BIOTECNOLOGIA

TEMA: MICROSCOPIA
PRÁTICA 1: ESTUDO DO MICROSCÓPIO DE LUZ

DOURADOS - MS
2024
Introdução

O primeiro microscópio foi inventado em 1595 pelo holandes Zacharias


Janssen, que era um fabricante de óculos, ao juntar duas lentes em um mesmo
eixo, o que possibilitou enxergar pequenas estruturas, e que em 1665 foi
aperfeiçoado por Robert Hooke, um cientista inglês experimental, utilizando uma
lente que ficava próxima ao olho e outra perto do objeto de estudo, respectivamente
lente ocular e lente objetiva. Com isso, Hooke foi capaz de enxergar poros em um
pedaço de cortiça, chamando, naquela época, de “células” (HOFLING, 2009).

Analisando seres vivos sob microscopia, Hooke publicou o livro Micrographia,


onde descrevia o que observava no microscópio (HOOKE, 1665). Essa descoberta
tornou o equipamento cobiçado para a ciência e foi sendo aperfeiçoado ao longo
dos anos. Entretanto, ainda que tenha sido melhorado, mantém a lógica de utilizar
lentes para obter uma imagem ampliada do mundo microscópico, mas com
melhorias de regulagem e precisão, sendo cada peça fundamental para o
funcionamento adequado do aparelho (RODRÍGUEZ, 2023)

O microscópio de luz - ilustrado na Figura 01 -, como o nome sugere, utiliza


uma fonte de luz para gerar uma imagem, ampliada e invertida, seguindo os
conceitos físicos da óptica. Esse equipamento também é dividido em duas partes: a
parte mecânica, e a parte óptica. A parte mecânica consiste em: pé ou base, coluna
ou estativa, mesa ou platina (onde é colocada a lâmina com o objeto de estudo) e o
tubo ou canhão, além de parafusos macrométricos e micrométricos, que servem
para uma primeira focalização e para detalhamento da imagem, respectivamente. E
a parte óptica, sendo constituída por: lentes oculares, lentes objetivas, diafragma,
uma fonte luminosa e um condensador (FERNANDES, 2017).
Figura 01 - Componentes do microscópio óptico composto ou Microscópio de luz

Esses componentes foram estudados na aula prática da disciplina de


Biologia Celular, com o objetivo de aprender as principais partes do M.O e como
manuseá-las adequadamente, para isso foi apresentado uma prática de observar
pequenos recortes de letras de jornal, que serão abordadas mais profundamente
nos próximos tópicos.

Objetivos

1. Reconhecer as principais partes de um microscópio óptico;

2. Aprender a manuseá-los corretamente.

Materiais

Para a aula foram utilizados:

1. Microscópio óptico;
2. Recortes de letras de jornal;

3. Lâmina e lamínula;

4. Papel filtro;

5. Conta-gotas ou pipeta;

6. Água destilada;

7. Óleo de imersão.

Procedimento

1. Ligou-se o microscópio óptico;

2. Colocou-se uma folha com uma letra de jornal cortada em uma lâmina

3. Adicionou-se uma gota de água destilada usando o conta-gotas (ou pipeta);

4. Colocou-se a lamínula na lâmina centralizando o recorte de papel;

5. Secou-se o excesso de água destilada que sair da lamínula com um papel


filtro;

6. Colocou-se a lâmina com o recorte e a lamínula na mesa (ou platina) do


microscópio;

7. Observou-se as ampliações com as lentes objetivas de 40x, 100x, 400x e


1000x, utilizando o óleo de imersão para a de 1000x;

8. Focou-se usando o parafuso macrométrico e detalhar a imagem com o


parafuso micrométrico;
Resultados

A. B

Figura 2: Letra K aumentada 40x Figura 03: Letra K aumentada 100x


Papel recortado com a letra K, é possível Nessa ampliação, o campo de visão diminui,
observar algumas bolhas de ar, e não é possível mais observar a letra K por completo.

C. D.

Figura 04: Letra K aumentada 400x Figura 05: Letra K aumentada 1000x
Nessa ampliação, o campo de visão é ainda Nessa ampliação, só é possível observar o borrão
menor, sendo possível ver apenas uma pequena formado pela tinta da letra K, essa é a lente com
parte da letra K. o menor campo de visão do microscópio de luz.

Discussão

1. Quais os tipos de focalização do microscópio ótico?

O parafuso macrométrico, que serve para uma primeira focalização, o parafuso


micrométrico, que serve para um detalhamento após a imagem já ter sido
focalizada. Também temos o diafragma, que controla a luz que passa pelo
condensador e o controlador de luz, que fica na base do microscópio que controla a
quantidade de luz que sai da fonte de luz.
2. Quais as principais partes de um microscópio óptico? E qual a função de
cada uma?

As principais partes de um MO são a parte mecânica e a parte óptica. A primeira é


composta pelos: parafusos macroscópico e microscópico (responsável pela
focalização e detalhamento, respectivamente), pela mesa ou platina (onde se coloca
a lâmina e a lamínula com o objeto de estudo), o revólver (onde ficam as lentes
objetivas), o canhão (onde estão as lentes oculares), o pé ou base, o charriot (que
ajuda prendendo a lâmina com o objeto de estudo), o parafuso do charriot (que
mexe o charriot verticalmente e horizontalmente) e a coluna. A segunda parte, a
parte óptica é constituída pelas lentes objetivas (lentes que ampliam a imagem em
4x, 10x, 40x, 100x), condensador (controla a luz que chega no objeto de estudo),
diafragma (alavanca situada no condensador que controla a quantidade de luz que
passa), fonte de luz, lentes oculares (situadas no canhão, essas lentes são
responsáveis pela inversão da imagem) e um controlador de luz situado no pé ou
base (controla a quantidade de luz que sai da fonte de luz).

3. Quais as diferenças no tamanho da imagem e da área do campo de visão


em cada objetiva utilizada?

Quanto maior a ampliação das lentes objetivas, menor é o campo de visão da


imagem.
Ampliação de 40x: O tamanho da imagem é maior que o tamanho real, e é o maior
campo de visão dentre as lentes objetivas.
Ampliação de 100x: O tamanho da imagem é maior que o de 40x, pois a imagem é
aumentada 100x, porém, o campo de visão é menor.
Ampliação de 400x: O tamanho da imagem é maior que a ampliação de 100x, pois a
imagem é aumentada 400x, porém o campo de visão é ainda menor.
Ampliação de 1000x (óleo de imersão): É o maior aumento do microscópio óptico
utilizado, necessário um óleo de imersão para não danificar a lente e a lamínula, é a
menor área de visão possível.
4. Quais as diferenças observadas, em relação a posição da letra, a olho nu e
ao microscópio?

A letra é enxergada invertida em relação à posição colocada, por exemplo, se a letra


K é colocada invertida, no microscópio será enxergada em sua posição natural, e
caso fosse colocada em sua posição natural, seria enxergada invertida.

5. Por que é necessária a utilização do óleo de imersão com a lente objetiva de


100x?

Porque, como a lente de 100x é a maior no microscópio óptico, e é necessário


elevar a platina para focalizar nessa lente, a lente acaba por encostar na lamínula, o
que, sem o óleo de imersão acabaria arranhando tanto a lente quanto a lamínula
com o objeto de estudo, além de diminuir a refração da luz, o que gera uma imagem
mais nítida e detalhada.

6. Qual o aumento total da imagem ao se observar o objeto nas várias


objetivas?

Como a lente ocular acaba aumentando 10x a ampliação das lentes objetivas, a
lente de 4x acaba por se tornar 40x, a de 10x vira 100x, a de 40x vai para 400x e de
100x se torna 1000x.

7. Qual a diferença entre o aumento da imagem e a ampliação acompanhada


do poder de resolução do microscópio?

O aumento da imagem é a magnificação, ou seja, o quanto aquela imagem foi


ampliada em relação ao tamanho real, exemplo: se a imagem aparece 100x maior
que o tamanho real ela foi ampliada 100x. Resolução de imagem se refere a nitidez
da imagem, quanto mais detalhes podem ser enxergados, melhor a resolução do
microscópio.
Conclusão

Nessa aula prática foi-se observado pequenos recortes de letras de jornal, para
aprender o manuseio correto do microscópio de luz, desde a ligação do microscópio
até a observação das lentes. Como focar usando os parafusos macrométricos e
micrométricos, as partes do microscópio e as suas funções. Aprendeu-se também a
preparação do objeto a ser observado, como colocá-lo na lâmina e na lamínula, e
também o motivo de se usar óleo de imersão para lentes objetivas de ampliação de
100x (1000x com o aumento total do microscópio).

Referências

FERNANDES, Marcos Gino et al. Práticas de biologia celular. Coleção Cadernos


Acadêmicos, 2017.

HÖFLING, José Francisco; GONÇALVES, Reginaldo Bruno. Microscopia de luz em


microbiologia: morfologia bacteriana e fúngica. Artmed Editora, 2009.

HOOKE, Robert. Micrographia, 1665.

MOLINARO, Etelcia Moraes; CAPUTO, Luzia Fátima Gonçalves; AMENDOEIRA,


Maria Regina Reis. Microscopia de luz. In: Conceitos e métodos para a formação de
profissionais em laboratórios de saúde. 2010. p. 125-153.

RODRÍGUEZ, Héctor. Robert Hooke, o gênio na sombra de Isaac Newton. National


Geographic,2023. Disponível
em:<https://www.nationalgeographic.pt/ciencia/robert-hooke-genio-na-sombra-isaac-
newton_3925>. Acesso em: 29 de março de 2024.

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