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Gira de Umbanda

1. Conceito
É a reunião de médiuns e entidades num Terreiro de Umbanda.
O início dos trabalhos é composto por preces, defumações e saudações as linhas e orixás,
através dos pontos entoados pela magia do som da Curimba, levando mais facilmente os médiuns
ao estado de transe, auxiliados pelo balanço do corpo. Esse processo facilita a revitalização dos
chacras, permitindo a condição favorável de aproximação das entidades no campo vibracional dos
médiuns, auxiliando as comunicações com os médiuns e assistência espiritual aos assistidos. Ao
final dos trabalhos, são cantados os pontos para encerramento das giras.
Nas Giras Abertas, o atendimento é feito à população, conhecidos como assistidos. Nas Giras
Fechadas, são restritas aos médiuns da casa, com a finalidade de estudos e desenvolvimentos
mediúnicos.
Mediuns e assistidos para adentrarem num terreiro devem seguir uma serie de
recomendações em respeito ao solo sagrado, e ao trabalho que logo irá acontecer.
1- Ao chegar ao terreiro os médiuns devem vestir sua roupa e entrar para o salão. Médium
não deve ficar pelos corredores do terreiro colocando os papos em dia.
2- Ao chegar ao terreiro, desligue seu celular e guarde no carro ou na bolsa, ou sacola.
3- Antes de iniciar a gira o médium e assistidos deve retirar anéis, pulseiras, argolas etc... Os
materiais, como metal, modificam o fluxo de energia, ondas magnéticas e rotações dos
chacras, além de possibilitar acidentes.
4- Devemos sempre manter o silencio e a organização do Terreiro.

2. As giras fechadas:

São giras especificas de médiuns e assistidos. São as quartas feiras e tem finalidade de
auxiliar no desenvolvimento mediúnico de todos. Acontece a gira dos médiuns, onde são cantados
pontos pela Curimba Sagrada. Além de estarem todos girando em um grande circulo, que é
organizado pela equipe do salão todos devem girar em torno do corpo no sentido anti horário para
descarregar as energias e no sentido horário para revitalizar as energias. Através da magia do som
é possibilitado aos médiuns o transe mediúnico, ou seja, há conexão com a espiritualidade pela
nossa pineal e acontece a incorporação. No momento da incorporação, os médiuns novos deverão
ficar atentos as recomendações dadas pela equipe do salão que tem a finalidade de orientação e
auxilio no desenvolvimento mediúnico individual e coletivo. Após a gira se inicia o estudo, cada
quarta um tema que visa abranger conhecimentos a cerca da nossa Religião.
3. Giras abertas:
Existem diversas modalidades de giras que são orientadas pela espiritualidade. As
modalidades geralmente utilizadas em nosso Terreiro é a gira individual, onde o assistido é
recepcionado e atendido individualmente por uma entidade incorporada ou não e a gira coletiva, na
qual o assistido é atendido por um grupo de quatro médiuns sem incorporação e existe uma
sustentação de médiuns incorporados na frente, no fundo e na lateral direita do Terreiro.
A escolha do médium já é feita pela espiritualidade desde o momento em que os assistidos
pegam suas senhas e aguardam seu atendimento. No momento em que se aguarda a
espiritualidade já esta atuando, analisando os processos e demandas, buscando médiuns com
energias compatíveis para a realização daquele trabalho. Todo trabalho é feito de acordo a
necessidade de cada um, porém respeitando sempre o livre arbítrio. Por esse motivo que se faz
importante a conexão com a espiritualidade, nossos guias e orixás, o silêncio e o respeito ao solo
sagrado enquanto se aguarda para ser atendido.
É importante ressaltar que nesse processo de escolha pela espiritualidade e andamento do
trabalho, o atendimento e beneficio é mutuo. Tanto o médium quanto o assistido é beneficiado, o
médium na verdade é sempre o primeiro assistido.

3.1 A gira individual:


Quando o assistido é recepcionado por Mãe Romilza na entrada do Terreiro, ela é orientada
pela espiritualidade na condução do trabalho que será feito.
Quando o médium é escolhido, existem pessoas no salão que organizam o espaço físico para que o
trabalho aconteça de forma confortável para médium e assistido. É importante salientar que
enquanto a equipe organiza o salão, deve-se evitar passar na frente de quem está organizando e
evitar conversas paralelas, pois aquele momento é de concentração para todos.
Todos os médiuns deve ficar atentos na distribuição que é feita por mãe Romilza, pois pode
acontecer troca de assistidos, aumentando dessa forma o trabalho que será feito pela
espiritualidade.
Quando o médium recepciona o assistido deve-se fazer um acolhimento, primeiramente desejando
uma boa noite, se apresentando e perguntando o nome do assistido, perguntando se é a primeira
vez que se visita a casa e já fazendo a anaminese do assistido (analisando a postura do assistido,
se esta nervoso, com mãos suadas, se esta debilitado, dentre outros fatores) para melhor condução
daquele assistido.
Se o médium já fez a apresentação e anaminese do assistido, o que fazer agora? Se posicionar
atrás do assistido para fazer o equilíbrio. O médium coloca as mãos para cima na direção da orelha
do assistido e aguarda o inicio do trabalho, que é conduzido pela Curimba. Nesse momento do
equilíbrio, nossos vórtices e monte de Venus são condutores de energias oriundas do alto para a
pineal do assistido. Esse comando principal também serve de ativação para circulação energética
em todos os chackras do assistido.

A palavra chakra vem do sânscrito e significa roda de luz, são os pontos de manifestação da energia
divina nos diferentes corpos. Cada um corresponde a uma das sete principais glândulas do corpo
humano.
3.1.1 Os sete chakras Principais
Em geral estuda- se sete chakras, que se vinculam, no corpo físico, a sete importantes órgãos do
organismo humano: chakra básico, situado na região dos órgãos sexuais; chakra umbilical,
localizado na região do umbigo, chakra esplênico, localizado na altura do baço; chakra cardíaco,
situado próximo ao coração; chakra laríngeo, situado próximo à laringe; chakra frontal, situado entre
os dois olhos e chakra coronário, situado ao alto da cabeça.

Uma gira de Umbanda não é apenas um passe magnético, material ou espiritual, é a aplicação de
um conjunto de habilidades magísticas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição
de mãos e todos os recursos peculiares dos seus fundamentos. O Passe é um dos recursos
utilizados em uma gira de umbanda e é a troca de energia e/ou transfusão energética. Então a
emissão e recepção das energias transmitidas no passe se fazem através dos centros de força
/chakras. Além dos passes, entidades incorporadas atuam fazendo o uso de elementos magísticos,
entidades ituem médiuns ao uso de elementos, são utilizadas uma infinidade de técnicas orientadas
pela espiritualidade, visando sempre trazer conforto, paz e tranqüilidade do assistido.

Como o médium deve se comportar durante o trabalho? Primeiramente ter calma, trabalhar com
bastante intensidade a sua respiração e ficar atento as orientações da espiritualidade. Essas
orientações acontecem de forma sutil porém com firmeza. Às vezes o médium tem dificuldade de
interpretar a comunicação passada que pode resultar num movimento equivocado ou um elemento
utilizado de uma forma inadequada. Mas vale ressaltar que não traz nenhum malefício para o
assistido. Aquele elemento ou movimento é anulado e a espiritualidade utiliza apenas da vitalidade
do médium para a realização daquele trabalho, que é feito com mais esforço espiritual. Caso o
médium tenha duvida a cerca de qualquer intuição, deve-se chamar a equipe do salão, ou mãe
Romilza, que farão uma rápida orientação, podendo esclarecer a situação na quarta feira, em dia de
estudo.
Quando o médium recebe a intuição de fazer o uso de algum elemento durante os trabalhos, deve-
se chamar um cambone, que também pode ser um médium de trabalho e é responsável em atender
as requisições das entidades buscando os elementos nas mesas. O cambone deve ouvir com
atenção as requisições das entidades e estar sempre atento ao que esta acontecendo. A arte de
cambonar é uma das maiores escolas dentro de um terreiro de Umbanda.

Mas se o assistido é médium e incorpora, como proceder?

Dar toda a atenção ao assistido.

Primeiramente pedir que ele tenha calma, que respire fundo e que ele sustente suas pernas para
que ele não se desequilibre e caia.

Dê boas vindas à entidade e peça que cumprimente a casa.

Segure na mão do assistido e tente conduzir o movimento da entidade que está no campo
mediúnico do assistido.

Caso o médium perceba que o assistido está equilibrado, deve-se informar que você vai soltar as
mãos dele, mas que continuará ali, dando toda a assistência que ele precisar, e comece a girar no
sentido anti horário para facilitar a circulação da energia no campo daquele assistido.

A comunicação nesse processo é de suma importância. A orientação desse assistido deve ser feita
com tranqüilidade, calma e com firmeza.

Caso o médium tenha duvida de como proceder, chame alguém do salão para lhe orientar e preste
atenção como está sendo feita para que nas próximas se sinta seguro e oriente.

3.2 As giras coletivas:

Quando os assistidos são direcionados ao terreiro para as giras coletivas, os médiuns já estão
posicionados os aguardando. Será por acaso? Não, o médium que recepciona, assim como os
outros que vão girar na mesma fila possuem energia compatível para aquele grupo de assistidos que
estão formados ali, naquele momento.

Para o médium novo, que nunca participou da gira coletiva, se recomenda que assista algumas giras
para observar o procedimento para depois participar. Caso o médium tenha dificuldade, pode
solicitar alguém do salão que o oriente.
Vale ressaltar que na gira coletiva não há o uso de elementos e não há incorporação de entidades. A
incorporação não deve existir, pois o campo mediúnico do médium deve estar aberto para a
circulação de diversas entidades ao mesmo tempo, facilitando assim a descarga e revitalização da
energia dos assistidos. Só é permitida a incorporação dos médiums que ficam fixos na frente, fundo
e laterais.

Na gira coletiva o médium deve está altamente concentrado. Cantar os pontos deve ser baixo e
deve-se ter cuidado para não esbarrar no assistido na hora da gira.

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