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CURSO BÁSICO DE UMBANDA

CAP. 27
Desenvolvimento Mediúnico

O desenvolvimento mediúnico é um processo de aprendizagem muito importante na vida


do médium, do terreiro e da Umbanda.

É o processo que garante a continuidade do terreiro e mesmo da religião, pois como uma
religião essencialmente mediúnica, fundada e sustentada na mediunidade, a Umbanda só
pode ser passada geração após geração graças ao desenvolvimento mediúnico.

Chamado

Conforme já estudamos em outros capítulos, o médium é preparado no mundo espiritual


para exercer a sua tarefa no mundo físico. Assim, traz em si o gérmen da mediunidade
que, em algum momento, desabrochará, dando sinais pacíficos ou tormentosos, conforme
a natureza do próprio médium. Seja como for, os médiuns que devem atuar na Umbanda
chegarão até um terreiro e receberão, das entidades, a confirmação da sua faculdade.

Às vezes, as entidades lhe oferecem na hora a oportunidade de trabalhar, em outras


ocasiões, demorará ainda algum tempo para que o convite chegue. Seja como for: quem
tiver que se desenvolver, receberá este convite.

Neste processo, é muito importante que os médiuns encontrem um bom terreiro, uma
casa de caridade, de fraternidade, onde não se cobra para atender, ensinar ou desenvolver,
a fim de que possam fazer um correto desenvolvimento, já que, infelizmente, são
numerosos os relatos daqueles que tendo começado pela contramão, frequentemente,
penam para reaprender quando finalmente encontram uma boa casa.

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Antes de aceitar o compromisso, é bom que o médium medite se realmente quer trilhar
este caminho, pois não existe ex médium: uma vez desenvolvido, a mediunidade estará
sempre gritando em sua cabeça para ser trabalhada. Não há retorno!

Desenvolvendo o médium

Pessoas acham que desenvolver a mediunidade é apenas ensinar o médium a incorporar.


Porém, isto é apenas uma parte do processo.

A parte mais difícil, mais delicada, é o desenvolvimento do médium, isto é, a educação


mediúnica da pessoa, a assimilação dos valores do terreiro e, acima de tudo, o despertar
para uma vida nova.

Desenvolver o médium, quase sempre, leva mais tempo do que desenvolver a


mediunidade.

Muitas vezes vi médiuns mediunicamente prontos, mas emocionalmente ainda imaturos,


fazendo com que seu processo se alongasse muito mais tempo do que o necessário, não
por causa da mediunidade, mas em razão do seu comportamento.

Assim, digo aos médiuns iniciantes: não foquem tanto na incorporação, em si. Foquem em
aprender: aprender as normas da casa, aprender as diretrizes para realização de um bom
trabalho, aprender quando falar e quando ouvir, aprender os fundamentos, os princípios
básicos, essas coisas todas são muito mais importantes do que a incorporação,
propriamente, pois são elas que nortearão uma prática sadia, ao longo de toda a vida.

Os médiuns que se desenvolverem neste quesito, abrindo seus corações para uma vida
nova, uma vida de valores espirituais que se refletirão em seus comportamentos, no dia-a-
dia, sem dúvida alguma, farão um belo desenvolvimento mediúnico.

Desenvolvendo a mediunidade

O gérmen da mediunidade, estando no próprio médium, precisa apenas das condições


adequadas para começar a brotar. É justamente esta a função de um terreiro: propiciar o
ambiente adequado para que a semente brote, cresça e, futuramente, dê frutos. Por esta
razão, é fundamental que o desenvolvimento seja feito em um terreiro, pois este é o
ambiente preparado para isso, com todas as firmezas necessárias, além da presença de
pessoas mais experientes que ajudarão o médium em seus passos iniciais e em suas
dúvidas. Muitas pessoas, porém, insistem em fazer uma espécie de “autodesenvolvimento”
ou um “desenvolvimento em casa” com ajuda de algum médium mais experiente.
Contudo, o resultado destas práticas, quase sempre, são um desastre. Uma vez
estabelecido o ambiente adequado, , isto é, o espaço do terreiro, os médiuns iniciantes se

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colocarão dentro da corrente e estarão aptos a iniciar o processo de incorporação que
consiste, basicamente, em: irradiação, incorporação, firmeza e trabalho.

Irradiação

A irradiação não é a incorporação propriamente, mas o primeiro estágio dela. É o


momento em que o médium e a entidade estão com seus chakras em fase de
alinhamento, quando, então, o médium recebe em seu corpo as energias da entidade,
sentindo um arrepio, queda de pressão, tremores, etc.

Este processo de alinhamento dos chakras não é repentino na maioria dos casos, levando
alguns meses para acontecer de forma satisfatória, pois a princípio, o corpo tente a rejeitar
essa ligação como um mecanismo de defesa, a fim de manter a integridade do próprio
corpo. Nesta fase, é fundamental que o médium se entregue e confie na casa onde está se
desenvolvendo, procurando seguir corretamente as diretrizes e normas da mesma, sem
pressa para concluir esta fase que deve levar o tempo necessário.

Incorporação

Depois de alguns meses, se o médium seguir corretamente as instruções, ele deve ser
capaz de incorporar, isto é, receber o seu guia.

Nesta fase, mais do que simplesmente alinhar, os chakras estarão conectados. É a fase em
que o médium se acostuma com a energia do guia e o guia com a energia do médium.
Inicialmente, a ligação será sutil, de modo que o médium ficará confuso, pensando se é ele
ou a entidade quem está agindo.

Contudo, com o passar dos meses, a incorporação será cada vez mais forte e robusta.
Depois de algum tempo, a incorporação estará firme o suficiente para que a entidade
risque seu ponto e faça uso de algum elemento que, a princípio, deve ser lhe oferecido em
pequenas doses.

Quando a incorporação estiver forte o suficiente para que a entidade diga seu nome
corretamente, risque seu ponto corretamente, passa-se a próxima etapa: firmeza.

Firmeza

A firmeza é uma etapa muito importante no desenvolvimento. Ela revela que o médium já
caminhou bastante, já progrediu em seu desenvolvimento mediúnico e está apto para a
última fase do seu desenvolvimento. Nesta etapa, o fundamental é manter a incorporação
pelo maior tempo possível, afinal, não adianta nada incorporar direito, riscar ponto, fumar
charuto e só aguentar ficar meia hora em transe com uma longa assistência para ser
atendida. Por esta razão, na firmeza, o médium incorpora, risca seu ponto e fica quieto no

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seu canto, conversando mentalmente com a entidade. É o momento de estreitar a relação
com o guia, receber seus conselhos, orientações, diretrizes. A incorporação ainda não está
robusta o suficiente para quem sejam dados conselhos ou orientações, por isso, é
fundamental que o médium aprenda a respeitar o tempo e permaneça em silêncio, muito
embora, sua gritante vontade de conversar..

É aqui , que inicia o desenvolvimento com a esquerda, processo que consideramos muito
importante, pois as entidades da esquerda, por terem uma energia mais densa, são sempre
mais fáceis de incorporar.

Por isso, é preciso que o médium esteja incorporando bem pelo menos preto-velho e
caboclo para só então chegar às entidades da esquerda. Quando o médium conseguir
permanecer incorporado até o fim dos trabalhos na firmeza, ele estará pronto para ser
liberado para a linha de passe e consulta.

Trabalho

Depois de todas as etapas percorridas, o médium finalmente está pronto para ir para a
linha de passes, isto é, pronto para receber seus guias que atenderão a consulência. A
maioria pensa que não está pronta e, se deixasse a critério dos próprios médiuns, alguns
passariam a vida inteira achando que não estão prontos. A princípio sofre com a ansiedade
e, depois, não se sente pronto para começar. Seja como for, o fim do desenvolvimento
mediúnico é o fim apenas da obrigação básica, primária, entre o médium e o terreiro.

A partir de então, o médium é responsável, juntamente com seus guias, sobre sua própria
vida e sobre sua mediunidade. Contudo, este aprendizado não cessa jamais: há sempre
algo a aprender e os anos trazem magníficas oportunidades de aprendizagem.

Entretanto, vale a pena refletir em algo que O Velho sempre diz: -

Acender a chama é fácil, manter a chama acesa é difícil.

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