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O Mentor ou Guia Espiritual

O Mentor ou Guia Espiritual

6. O Mentor ou Guia Espiritual

Diferente do que muitos pensam o Mentor ou Guia Espiritual é, na maior parte das vezes,
um espírito ainda em evolução, ou seja, imperfeito, mas que já alcançou um grau de pureza maior
que seu pupilo, sendo por isso capaz de auxiliá-lo no caminho espiritual da atual encarnação. Isso
não desmerece o seu trabalho, muito pelo contrário, já que deixa de utilizar se tempo livre para a
própria evolução e o dedica a outro espírito.

6.1 - Mentores e Mestres

Um mentor não é igual a um Mestre, os Mestres não precisam mais encarnar, são perfeitos
e possuem um grau de evolução muito superior aos mentores.

Alguns médiuns podem entrar em contato com os Mestres, que estão sempre dispostos a
ajudar, bastando para isso elevar sua vibração. Esse contato é realizado, na maior parte das vezes,
no plano mental, porque é muito sacrificante para um Mestre aparecer em corpo astral. Os médiuns
não devem ficar preocupados ou com a mente fixa em entrar em contato com os Mestres, se um dia
isso for permitido então acontecerá.

6.2 - O Mentor e Anjo da Guarda

O mentor também não é o mesmo que anjo da guarda, embora, não haja indícios que isso
não possa acontecer, são papéis diferentes que um ou mais espíritos exercem durante a
encarnação de um médium.

Todos possuem um espírito protetor, mesmo os que não são médiuns, até os sete anos de
idade ele fica muito perto do seu tutelado, auxiliando na ambientação com o novo plano de vida e
afastando (de acordo com os méritos do espírito reencarnante) os espíritos obsessores e
adversários de vidas pregressas.

Foram muitas vezes pais, mães, amigos muito próximos que se predispõe a olhar de muito
perto o espírito encarnado, aconselhando, fazendo o possível para auxiliar nos momentos difíceis e
tentando afastar os espíritos obsessores que se aproximam. Contudo, é importante lembrar que a
influência que esses abnegados irmãos podem exercer está diretamente ligada ao tipo de vida e
esforço pessoal que o espírito realiza para se purificar, eles nada podem fazer por aqueles que
fecham os ouvidos aos seus conselhos.

6.3 - A Tarefa do Mentor

O mentor é um espírito que se comprometeu com o trabalho espiritual do médium,


dedicando parte do seu tempo para preparar o médium para sua tarefa, trabalhar ao seu lado e fazer
o possível para protegê-lo do contato com as energias degradantes do astral inferior. Abaixo segue
um trecho do livroMissionários da Luz – Chico Xavier, que fala um pouco sobre a tarefa dos
mentores:

"Este irmão não é um simples aparelho. É um Espírito que deve ser tão livre quanto o nosso
e que, a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e
humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas.
Necessita calar, para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam. Em suma, deve
servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão consciente do
espírito de serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes. Naturalmente, ele é responsável
pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna,
a paciência e o amor cristão; todavia, precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de
natureza exterior, porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se lhe falta assistência
nas aquisições mais simples, não poderemos exigir-lhe a colaboração, redundante em sacrifício.
Nossas responsabilidades, portanto, estão conjugadas nos mínimos detalhes da tarefa a cumprir.

...

Observe. Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste
momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a
saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente <tomar a mão>. Há processos
intrincados, complexos."

O mentor e seu pupilo se comprometem com o trabalho espiritual antes da encarnação do


médium e, diferente do que muitos acham, o médium não é obrigado a receber sua aptidão, ele que
a solicita para saldar débitos contraídos em vidas anteriores e acelerar a sua evolução espiritual. O
trecho abaixo, retirado do livro Missionários da Luz, fala sobre os compromissos assumidos entre
médium e mentor:
"Assinalando a perfeita comunhão entre o mentor e a tutelada, indaguei por minha vez se
uma associação daquela ordem não estaria vinculada a compromissos assumidos pelos médiuns,
antes da reencarnação, ao que Áulus respondeu, prestimoso:

- Ah! sim, semelhantes serviços não se efetuam sem programa. O acaso é uma palavra
inventada pelos homens para disfarçar o menor esforço. Gabriel e Ambrosina planejaram a
experiência atual, muito antes que ela se envolvesse nos densos fluidos da vida física."

Podemos ter o envolvimento de outros espíritos (mentores, instrutores, auxiliares, médicos,


etc) na tarefa executada pelo médium, tudo depende da sua missão, do objetivo que a
espiritualidade maior traçou para sua atual encarnação..
Existem casos em que mais de um mentor está ligado ao médium, embora todos façam parte da
mesma equipe e exista uma hierarquia, onde o chefe é o espírito mais puro e experiente.

O mentor então dedica parte do seu tempo para desde pequeno preparar o seu pupilo para
o trabalho mediúnico. Não é incomum o médium lembrar vagamente de alguns ensinamentos
recebidos durante o sono, mesmo quando criança.

6.4 - Aproximação e Afastamento do Mentor

Conforme o médium vai se aproximando da idade chave para início da sua tarefa espiritual o
mentor atua de forma mais intensa, buscando levar o seu tutelado para uma casa onde ele possa
receber os ensinamentos que serão à base de seu trabalho.

Como falamos em um tópico anterior o chamado do mentor é suave, se o médium se recusa


a iniciar sua tarefa então ele se afasta para retornar no caso do médium desejar sinceramente iniciar
seu trabalho espiritual. Sob o ponto de vista espiritual podemos traduzir isso como um afastamento
vibratório, ou seja, o médium não consegue sintonizar na faixa vibratória do mentor, isso acontece
pelo tipo de vida física, emocional e mental que ele leva.

O mentor então não tem outra opção além de se afastar para se aproximarem os que se
afinizam com o grau vibratório do médium, os obsessores.

O afastamento do mentor por “quebra” de compromisso por parte do médium abre a janela
que ele possui para o mundo espiritual, deixando-a desguarnecida, o caminho fica livre para a
obsessão e vampirismo de espíritos do astral inferior. Copio abaixo um trecho do livro Dr. Fritz, o
Médico e sua Missão:
"Por que muitas vezes os mentores se afastam?
Os mentores não se afastam. Os médiuns é que se afastam do trabalho, geralmente por conveniências
materiais, ambição, vaidade, irresponsabilidade e acomodação. Muitos são até aliciados pelas
futilidades do plano físico, falta de vontade e preguiça de estudar."

Narci Castro também fala sobre o afastamento dos mentores no livroMediunidade e


Médiuns:

"Porque o responsável pela abertura prematura do chakra - o mentor do médium ou seja,


seu espírito protetor – se coloca como guardião do mesmo , impedindo que energias hostis o
perturbem. Daí a necessidade imperiosa do médium não deixar de cumprir seu compromisso de se
tornar intermediário para minorar o sofrimento dos que padecem sobre o efeito de obsessões. Pode-
se entender, então, o sofrimento vivenciado pelo médium antes de começar sua tarefa mediúnica
quando ele não responde prontamente ao chamado para tal. São muitos os casos, de nosso
conhecimento, de severas perturbações, vivenciadas pelo médium, que podem provocar a sua
passagem por tratamentos psiquiátricos."

Se o médium não procurar ajuda, a obsessão e vampirismo acabarão se tornando


possessão, ficando cada vez mais difícil afastar o(s) obsessor(es).

O mentor acompanha o médium mais de perto, contudo, dependendo do trabalho que será
exercido, outros espíritos podem fazer parte do grupo que o auxilia. Se um médium se vincula a um
centro espírita ou templo de umbanda ele também recebe a proteção e auxílio da equipe espiritual
da casa.

6.5 - Substituição do Mentor

O Mentor pode ser substituído durante o trabalho do médium, por vários motivos, entre eles
podemos citar:

• Necessidade do mentor encarnar.

• O Mentor receberá uma nova incumbência espiritual e suas responsabilidades não


permitirão o apoio necessário ao médium.

• O Médium pode receber novas responsabilidades espirituais, como por exemplo se tornar
responsável pelo centro.
• O Médium desperdiça as várias oportunidades de seguir o caminho espiritual, nesse caso o
mentor pode receber novas responsabilidades e o médium recebe um novo mentor, que nesse caso
se chama Obsessor.

6.6 - Umbanda

Na umbanda é muito comum o médium possuir vários guias, sejam eles caboclos, pretos
velhos, crianças, exus, indianos, etc. Geralmente o espírito que se manifesta é o mais adequado
para o tipo de trabalho realizado. O médium da Umbanda treinado incorpora (psicofonia) qualquer
um dos seus guias.

Os médiuns da Umbanda tem um profundo respeito e amor pelos seus guias e os cantos
que realizam são formas de “firmar” sua ligação, é uma forma de "puxar" o guia. Todo o trabalho
realizado com as energias da natureza pelos pretos velhos e caboclos é muito bonito e pode ser
sentido pelas pessoas mais sensíveis. É importante lembrar mais uma vez que na Umbanda não
existe morte de animais, somente plantas são utilizadas.

6.7 - Cuidados com a Idolatria

Todo médium deve saber a diferença entre respeito e carinho da idolatria, o mentor é um
espírito ainda em evolução, não alcançou a perfeita ligação com Deus, como os Anjos e Mestres,
por isso todo ensinamento, intuição, informação, etc, que o médium ache que foi passada pelo
mentor deve sempre passar pelo crivo de sua razão, pois o responsável pelo ato é o médium.

Allan Kardec fala sobre isso diversas vezes no Livro dos Médiuns, ressaltando sempre a
importância de analisar o conteúdo das informações passadas e escutar opiniões de outros
médiuns, assumindo sempre uma posição de humildade, assim ele evitará a fascinação que pode
ser exercida por espíritos obsessores.

Mesmo médiuns experientes podem ser vítimas da fascinação, por isso devem estar sempre
alertas, assumindo uma postura de humildade.

6.3 - Encontrando o Lugar para Frequentar

Fechando esse tópico falamos sobre um assunto que preocupa alguns médiuns - a casa que
deve freqüentar.
Existem médiuns que não têm perfeita sintonia com local onde se encontram, diferente do
que muitos acham isso não é problema da casa ou do médium, muitas vezes aquele não é o lugar
do médium e essa sensação (em alguns casos) é um aconselhamento para buscar um novo local.

Cuidado para não generalizar essa informação, somente depois de algum tempo
freqüentando um centro você consegue ter uma idéia se aquele é o seu lugar. O médium não deve
deixar o centro por pequenas discussões ou porque pequenas coisas o desagradam, lembre-se que
nenhum local será perfeito.

Alguns médiuns se perguntam... Mas e o mentor?? Vou perder o mentor??

O mentor (o verdadeiro) pode ir a qualquer casa ou templo, somente espíritos inferiores são
barrados em centros sérios.

Mesmo em tipos de reuniões que o médium freqüenta com desaprovação do mentor


(geralmente onde o intercambio mediúnico tem interesses inferiores ou egoístas) ele pode estar
presente, contudo, nessas reuniões ele não se manifestará, somente em situações extremas.

O caboclo pode se expressar em um centro espírita e o doutor se apresentar em um templo


de Umbanda, isso é permitido e já foi relatado em alguns livros (Tambores de Angola explora esse
assunto com bastante profundidade).

O médium deve freqüentar a casa que o agrade, se ele gosta dos cantos da Umbanda, das
energias da Natureza, dos tipos de trabalho realizado nos templos então que siga esse caminho, os
centros espíritas já trabalham de outra forma, existe espaço para todos. Atualmente existem centros,
como o que freqüento, onde os caboclos e os pretos velhos auxiliam nas reuniões de desobsessão e
em vários trabalhos, contudo, a forma de trabalhar é parecida com a do centro espírita.

Existe uma grande diversidade de casas espiritualistas, não estar harmonizado com a casa
que freqüenta não é desculpa para parar com o estudo e trabalho espiritual.

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