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República Liberal – Aula 39 – Apostila 8 – Módulo 15

(1961 – 1964)
Olá Alunos
Nesta aulas veremos a crise da República liberal, nas presidência de Jânio
Quadros e João Goulart, e a instalação de uma ditadura conduzido pela
Forças Armadas, com o apoio dos EUA.
A eleição presidencial de 1960 foi a última antes do golpe político-militar
de 1964.
Havia 3 candidatos à presidência: Marechal Lott, Adhemar de Barros e
Jânio Quadros
De acordo com a Constituição de 1946, a eleição à vice-presidência ocorria
separada.
Jânio Quadros, nascido em Campo Grande, atual MS, projetou sua vida
política em São Paulo, com uma carreira meteórica.
De vereador a presidente em curto espaço de tempo.
Lançou uma campanha demagógica: comia sanduíche com os eleitores,
vestia paletós gastos e cheios de caspas, fazia um discurso moralista,
criticando a corrupção e a inflação no governo de JK.
Usava uma vassoura e dizia que varreria os ratos de Brasília.
“Varre varre vassourinha, varre varre a bandalheira, que o povo já está
cansado de sofrer dessa maneira”.
Esse período ficou conhecido como os anos dourados, resultado do
otimismo do governo JK.
Podemos citar o avanço da indústria automobilística, de eletrodomésticos,
da inauguração de Brasília, da bossa nova e do cinema novo.
As eleições eram festivas, com comícios animados por artistas e jingles de
campanhas.
No interior do país, pobre e analfabeto, era o tempo de ganhar algum
dinheiro como cabo eleitoral.
Apesar do otimismo popular, JK não conseguiu alavancar seu candidato.
O marechal Lott não tinha o carisma de Jânio Quadros e se recusava a fazer
promessas eleitorais.
Adhemar de Barros era médico, bem humorado, que fazia um bom trabalho
assistencial junto aos mais pobres, mas não conseguiu se eleger.
Ao longo da campanha, surgiram comitês defendendo a dobradinha Jan-
Jan, que significava Jânio Quadros e João Goulart.
João Goulart disputava pelo PTB, que era o extremo oposto de Jânio
Quadros, que recebia o apoio da UDN.
Jânio Quadros e João Goulart tomaram posse em 31 de janeiro de 1961.
No início do mandato, Jânio tomou uma série de medidas que ficaram
famosas: proibiu o uso de lança perfume, biquínis nas praias, brigas de
galo, para criar uma imagem de inovação nos costumes e saneamento
moral.
A situação econômica do país piorava, com o aumento da dívida externa e
da inflação.
Em poucos meses de governo rompeu com a UDN.
O presidente buscou conter os gastos do governo, cortando privilégios do
funcionalismo público, gerando descontentamentos.
Retirou subsídios para a importação de trigo e de petróleo, que provocaram
o aumento do preço do pão, dos combustíveis e de sua popularidade.
Renegociou a dívida externa com o FMI (Fundo Monetário Internacional),
liberando o crédito de organismos internacionais.
Com seu estilo autoritário, Jânio Quadros teve sérios problemas com o
Congresso Nacional, pois não possuía a maioria dos votos para aprovar
suas propostas.
Tentou a tática dos “bilhetinhos” escritos para seus ministros e membros do
Executivo, muitas vezes desconsiderando a possibilidade de negociar com
o Legislativo Nacional.
Jânio criou a chamada política externa independente em plena guerra fria,
mantendo neutralidade.
Procurou estabelecer relações com o bloco socialista, enviou Jango para
uma missão oficial à China e condecorou Che Guevara em troca do retorno
de religiosos católicos que estavam em Cuba.
Em 25 de agosto d3 1961, Jânio Quadros renunciou por meio de uma carta
enviada ao Congresso Nacional, dizendo que forças atentavam contra ele.
Muito se especula se o presidente planejou um golpe imaginando que seu
vice não seria empossado.
Leonel Brizola, cunhado de João Goulart, organizou a Voz da Legalidade,
por meio de uma rede de rádio, para conseguir a posse do vice presidente.
Alguns a chamam de Cadeia da Legalidade e outros de Frente da
Legalidade.
O Congresso Nacional aprovou uma emenda constitucional, que modificou
a Constituição em vigor, e criou o parlamentarismo.
Este garantiria a posse de João Goulart, mas com o poder reduzido.
Em 1963, foi realizado um plebiscito, uma consulta popular, realizada entre
os eleitores.
Neste caso, a decisão seria entre o presidencialismo e o parlamentarismo.
Venceu o presidencialismo.
Parte das Forças Armadas, se opôs ao governo.
Outra parcela, articulada com as forças sindicais e com setores da esquerda
defendiam as chamadas “reformas de base”.
Os generais que apoiaram Jango ficaram conhecidos como generais do
povo.
Em 1963, com o regime presidencialista restabelecido, João Goulart lançou
o Plano Trienal, elaborado pelo economista Celso Furtado.
Propunha o combate à inflação e o lançamento das reformas de base:
agrária, tributária, financeira e administrativa.

Esta se propunha a promover distribuição de renda no Brasil.


A reforma agrária pretendia assentar o homem ao campo, por meio de
desapropriação de proprietários, pagos com títulos da dívida pública.
A ideia era aumentar a produção de alimentos, para o abastecimento do
mercado interno.
Nas cidades, pretendia proteger os inquilinos de exploração imobiliária.
Com campo educacional propunha erradicar o analfabetismo.
No setor tributário pretendia regulamentar as remessas de lucros.
Pretendia assegurar uma reforma bancária, para evitar as especulações do
mercado financeiro.
No campo político, pretendia ampliar o direito de voto aos soldados,
graduados das Forças Armadas e a analfabetos.
Para conter a inflação era preciso adotar medidas impopulares e, em 1963,
o plano já havia fracassado.
As reformas de base passaram por amplas discussões nas ruas, nas fábricas,
no campo e nas escolas.
No dia 13 de março de 1964, o presidente realizou um comício na Central
do Brasil, RJ, prometendo a implantação da reforma agrária e da reforma
urbana.
As elites, as classes médias e as Forças Armadas passaram a articular sua
derrubada, liderado pelo general Castelo Branco, apoiado pelos EUA e pela
Igreja Católica.
Ocorreram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, a organização
de orações dentro das igrejas para afastar o “perigo vermelho” do Brasil.
O pretexto encontrado veio na revolta de marinheiros no RJ e a necessidade
de disciplinar os insubordinados.
Em 31 de março de 1964, o golpe político militar ocorreu, com a fuga de
João Goulart para o Uruguai, ajudado por Leonel Brizola.
Assim, teve fim o modelo populista iniciado por Getúlio Vargas.
O novo modelo autoritário e centralista instalado seguiu com a
modernização conservadora da economia.
Tarefa Mínima
Para o Simulado de 6 de outubro
Capítulo 15 – p. 219 a 223
3. E 8. D 9. D 10. C 15. C 16. A 17. B

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