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Curso técnico em Química

Relatório de Química dos Polímeros

PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICO À BASE DE AMIDO DE MILHO

Alex Ramiel da Silva


Giovanna Wagner Miguel
Larissa Santos Silva
Raiyca Rodrigues Cabral Antunes
Yasmin Aparecida Moreira
Professor José Benedito Menezes

Data de realização: 17/10/2023


Data de entrega: 07/11/2023

Tatuí 2023
1 INTRODUÇÃO

Toneladas de plásticos são produzidas anualmente pelo mundo, este alto nível de
produção e consumo, associada com sua falta de biodegradabilidade, permite que
cada vez mais aumente o impacto ambiental que esse lixo causa no mundo.
Dependendo do destino de descarte os plásticos podem causar muitos problemas aos
seres vivos que nele habitam. Um exemplo é a morte de milhões de seres marinhos,
em decorrência de acúmulo de plásticos nos mares. Algumas alternativas para
amenizar o problema gerado já foram tentadas como incineração, reciclagem,
aumento no rigor das leis ambientais, porém não obtiveram o êxito esperado.

Nos últimos anos, a crescente preocupação com as condições ambientais e


ecológicas, além da necessidade de reduzir a dependência em relação à utilização de
petróleo levou vários países a reconhecerem a necessidade imperiosa de buscar
novas alternativas ecologicamente corretas para solucionar os problemas do impacto
ambiental ocasionado pelo exagerado descarte de plásticos. Assim, grupos de
pesquisa vêm desempenhando esforços para o desenvolvimento de um novo material
que possa ser viável e com características semelhantes ao já existente. Uma das
alternativas para a substituição dos polímeros convencionais, que vem sendo
intensamente pesquisadas, é o desenvolvimento de polímeros biodegradáveis. Estes
sofrem degradação com maior facilidade, integrando-se totalmente à natureza.

Os polímeros biodegradáveis ou biopolímeros são materiais produzidos de fontes


renováveis, com propriedades físicas e químicas semelhantes às do polímero comum,
cuja degradação gera fragmentos com baixa massa molecular, através da ação de
microrganismos tais como bactérias, fungos e até enzimas, com a grande vantagem
de este processo ser muito mais rápido que nos plásticos comuns.

Desta forma, estes novos polímeros vêm despertando grande interesse graças ao fato
de poderem minimizar o impacto ambiental, sendo degradado pelo solo em poucos
meses, entrar no mercado para substituir um produto obtido de fonte não renovável e,
além disso, possuir uma ampla faixa de aplicações, sendo utilizados nas áreas
médicas, de embalagens, sacos plásticos, assim como muitos utensílios normalmente
fabricados a partir dos plásticos convencionais. Tais fatores justificam a enorme
importância dos polímeros biodegradáveis.
Um dos materiais que tem recebido uma atenção especial nos últimos anos para a
produção de bioplásticos é o amido. Pesquisas com este biopolímero têm se
intensificado, pois o amido apresenta baixo custo, é extraído de fonte renovável e
vegetal, com disponibilidade na natureza em várias plantas e ainda apresenta alta
aplicabilidade. Assim, o objetivo deste trabalho é a obtenção de bioplásticos a partir
do amido, bem como descrever os polímeros biodegradáveis naturais, pertencentes à
classe dos polissacarídeos.

2 OBJETIVO

Produzir bioplástico a base de amido de milho ou de batata.

3 MATERIAIS E REAGENTES

- 25g de amido de batata ou de milho (Maisena);

- 25mL de água;

- 3mL de HCl 0,1 mol/L;

- 2mL de glicerina;

- Solução de NaOH 0,1 mol/L;

- Papel indicador.

4 PROCEDIMENTOS

Coloque o amido dentro de um béquer e adicione os 25mL de água. Mantenha o


sistema sob agitação. Adicione os 3mL de HCl e logo em seguida, os 2mL de glicerina.
Deixe ferver, e após ferver mantenha sob aquecimento brando por 20 minutos. Não
deixe secar muito.
OBS.: Tenha cuidado ao manusear o HCl e o NaOH. Evite contato com a pele, olhos
e boca. Não cheire o produto. Caso haja o contato, lave imediatamente a região com
água corrente.

Logo após esse tempo, retire a mistura do aquecimento e pingue algumas gotas de
NaOH até neutralizar o pH. Verifique isso com um papel indicador. Derrame o
bioplástico sobre uma superfície lisa e plana (placa de vidro) e deixe refrigerando por
24 horas. Após esse tempo, seu bioplástico estará pronto.

5 RESULTADOS

Demos início à prática pesando 25g de amido de milho e transferindo para um béquer,
adicionando em seguida 25mL de água aos poucos enquanto misturávamos com o
auxílio de uma colher. Quando a mistura atingiu um ponto mais líquido, deixamos o
béquer sobre um agitador magnético para continuar a prática.

Para transferir os 3mL de HCl ao béquer com a mistura, utilizamos uma pipeta
graduada e uma pipeta de Pasteur para transferir os 2mL de glicerina. Após isso,
deixamos a mistura sob aquecimento até começar a ferver, mas ao começar a liberar
vapor d’água, reduzimos a temperatura.

Segundo as instruções, a mistura deveria levar pelo menos 15 minutos até que a
quantidade de água desejada fosse evaporada, mas durante o procedimento notamos
que esse período se estendeu para mais de 20 minutos. No entanto, seguimos com a
prática, realizando o processo de neutralização do ácido pingando algumas gotas de
NaOH na mistura, e verificando o pH do bioplástico em seguida com papel indicador.

Concluindo o preparo do bioplástico, transferimos a mistura para uma placa de petri,


da qual foi levada à geladeira para endurecer e tomar a forma desejada. Entretanto,
dias após a prática, retiramos o bioplástico da geladeira e realizamos uma análise
onde observamos não ter atingido as características esperadas, pois apresentou
aspecto gelatinoso e uma resistência à água não muito satisfatória (uma amostra
grande do bioplástico se dissolveu completamente em uma pequena quantidade de
água em menos de uma hora).
6 CONCLUSÃO

Ao produzir grandes quantidades de plástico de fontes não renováveis e que irão


permanecer na natureza por um período muito longo, nós assumimos a
responsabilidade por causar os danos relacionados a poluição no planeta, mas não
podemos dispensar a ajuda dos polímeros e sua contribuição para reduzir atividades
também muito prejudiciais empregadas na indústria no século passado, como a
utilização de madeira e metal para produzir diversas coisas que atualmente possuem
menor custo de produção.

No entanto, devemos trocar um meio prejudicial por outro de forma consciente para
evitar mais danos e poluição, e é aí que podemos citar o bioplástico como potencial
substituinte. Relacionando esse tema à prática no laboratório, podemos observar que
os bioplásticos feitos de amido podem sem candidatos a substituir alguns plásticos
que estamos acostumados a descartar, como embalagens de alimentos, filmes de
PVC, entre outros, devido a facilidade em se degradar comparado com os polímeros
de base petroquímica.

Mas após analisar resultados da prática e realizar os procedimentos em si, pudemos


notar uma certa dificuldade em produzir o polímero de forma satisfatória e que
pudesse ser empregado aos exemplos citados acima, principalmente no sentido de
produzir um polímero esterilizado, pois o surgimento de fungos ou bactérias pode
ocorrer e isso seria um problema, mas a ideia de realizar essa substituição continua
sendo viável e de boa contribuição para a natureza, pois além da fácil degradação na
natureza, esses polímeros possuem matéria-prima de fontes renováveis e custo de
produção viável para ser aplicado na indústria.
REFERÊNCIAS

BRESSANIN, Helton Rodrigo Citá. BIOPLÁSTICOS A PARTIR DE AMIDO. Vila Nova


Santana: Fema, 2010. Disponível em:
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0711290296.pdf. Acesso em: 01 nov.
2023.

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