Matemática – 6º ano
1º bimestre – Plano de desenvolvimento
No quinto ano do Ensino Fundamental o trabalho feito com os alunos no sistema de numeração
decimal é realizado com números até a ordem das centenas de milhar. Espera-se, portanto, que a
apropriação de características do sistema de numeração decimal e da comparação e ordenação desses
números seja um conhecimento já elaborado pelos alunos nessa fase e que eles o manifestem no
levantamento de conhecimentos prévios sugerido. A manifestação oral e coletiva promove ainda o
desenvolvimento da oralidade e da socialização. Os trabalhos em duplas ou em grupo são importantes
para que compartilhem suas estratégias de cálculo e aprendam a respeitar as diferenças com relação
a outros indivíduos. No trabalho com as propriedades de igualdade previsto para o bimestre, promova
a investigação de situações em que uma igualdade não se altera quando seus dois membros são
multiplicados por um mesmo número, quando são divididos por um mesmo número diferente de zero
ou quando adicionamos ou subtraímos o mesmo número a seus dois membros no exercício da
habilidade de reconhecer que a relação de igualdade matemática não se altera ao adicionar, subtrair,
multiplicar ou dividir os seus dois membros por um mesmo número e utilizar essa noção para
determinar valores desconhecidos na resolução de problemas e peça que a correção de problemas
seja realizada em duplas ou grupos. Ao reservar um tempo para a correção em duplas e fazer dessa
atividade uma recorrência, os alunos serão ainda mais estimulados a desenvolver suas capacidades
argumentativas e investigativas.
Listar na lousa os tópicos que serão desenvolvidos a cada aula norteia os alunos em seu
aprendizado durante e após as aulas, permitindo que eles façam uma análise do que apreenderam do
conteúdo num processo que tange a autoavaliação momentânea do trabalho executado na aula.
Nas aulas em que o trabalho seja com o sistema de numeração romano pode-se, caso haja um
relógio com os símbolos romanos disponível, usar a leitura das horas como uma atividade recorrente
e que beneficia o reconhecimento dos símbolos desse sistema.
parte da aquisição da independência do indivíduo em diversas tarefas que compõem o cotidiano. Ler
e operar com números no sistema decimal é essencial no cotidiano de qualquer indivíduo social, uma
vez que os números são parte constituinte da nossa realidade. Assim, as habilidades trabalhadas neste
bimestre são relevantes não só para a evolução dos alunos em sua formação, mas também para que
se insiram na sociedade e tenham participação ativa.
O ensino da matemática não pode estar ligado apenas à transmissão de conhecimentos e deve
buscar o relacionamento com o contexto sociocultural em que os alunos estão inseridos. Assim, para
que desenvolvam as competências gerais e as habilidades específicas relacionadas aos objetos de
conhecimentos específicos para cada bimestre, é necessário que a prática didático-pedagógica
contemple propostas que contribuam para esse fim.
material e se será necessário dividir os alunos em grupos para as manipulações das peças de modo
que nenhum aluno fique sem material.
Entretanto, o planejamento, ainda que detalhado, não exime o professor dos imprevistos que
podem ocorrer com qualquer turma. Uma gestão da sala de aula bem-sucedida deve levar em conta o
que motiva os alunos da turma, entender sua linguagem e o contexto social e cultural a que eles
pertencem, adequando suas aulas de modo a sempre respeitar as diferenças em prol de um
aprendizado efetivo. No trabalho com sistemas de numeração, verifique o que mais instiga a
curiosidade dos alunos da turma. Se eles manifestarem interesse pelas representações de números
em símbolos egípcios, por exemplo, promova atividades de representação de números com esse
símbolo, estimulando também a interação entre os colegas em atividades como um aluno representar
o número de sua casa com símbolos e o colega fazer a leitura desse número dizendo qual é o número
da casa em que o outro mora. O mesmo pode ser feito com o sistema de numeração romano, ou até
com os ideogramas japoneses, sempre atentando ao que desperta o interesse de cada turma.
A sala de aula deve ser um ambiente que favorece o compartilhamento e a troca de ideias
durante todo o processo de aprendizagem. Planejar a organização do ambiente da sala de aula deve
sempre levar em conta que a participação ativa dos alunos no processo de aprendizado deve ser
favorecida. Assim, atividades com indicação para trabalho em grupos ou em duplas devem ser
previstas pelo professor para que o ambiente da aula seja modificado sem que seja necessário
demandar muito tempo da aula. Durante as atividades, é importante circular pela sala e verificar a
interação entre os alunos, incentivando a participação de todos, até mesmo nas atividades em grupo.
Além disso, é importante estimular cada aluno a se autoavaliar, dando a ele a oportunidade
de analisar suas dificuldades e explicitá-las, de preferência fazendo o registro por escrito. Ao escrever
sobre suas dificuldades, os alunos analisam o próprio aprendizado e detectam o que compreenderam
e o que não compreenderam ao longo do bimestre.
7. Projeto integrador
Título: Construindo um ábaco
Tema Uso do plástico e de outros materais recicláveis na construção de objetos
Problema central Impactos do descarte de materiais como o plástico no meio ambiente e como utilizar produtos
enfrentado descartados para construir objetos que favoreçam o aprendizado nas escolas
Ábacos construídos com material reciclável, que podem ser disponibilizados para as turmas
Produto final
nas aulas de Matemática
Justificativa
O uso excessivo do plástico é tema de grande preocupação nos últimos anos. Mais de 8 bilhões
de toneladas de plástico foram produzidas desde a década de 1950, e o uso dele por pessoa chega a
60 quilogramas por ano. O descarte do plástico e de outros materiais de difícil degradação no ambiente
traz graves consequências para toda a cadeia alimentar. A conscientização sobre maneiras de diminuir
o consumo de plástico e outros materiais, bem como utilizar material reciclável na produção de
objetos, é importante para a sociedade como um todo, visto que diminui a quantidade de material
descartado no ambiente diariamente e, assim, contribui para uma preservação maior do planeta.
Nesse sentido, ao trabalhar projetos que incentivam a reciclagem de materiais, a escola promove o
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desenvolvimento de uma atitude cidadã em todos os alunos envolvidos e cumpre o papel de dar a eles
ferramentas para que possam se desenvolver de maneira geral.
Habilidades em foco
Objetivos
Duração
4 a 8 aulas.
Material necessário
Para a realização do projeto, os alunos utilizarão fontes de pesquisa como jornais e revistas ou
um computador com acesso à internet. A produção do ábaco será feita com materiais recicláveis que
serão recolhidos, e pode haver necessidade de utilizar ferramentas como tesoura com pontas
arredondadas, tintas, pincéis, cola e canetas hidrográficas. Cada ábaco será decorado de acordo com
a criatividade dos alunos e os materiais disponíveis para essa tarefa.
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O projeto é idealizado para ser coordenado pelo professor de Matemática. A participação dos
professores de Ciências e de Artes é desejável e enriquecedora. Os professores devem estar envolvidos
harmoniosamente no projeto, capazes de sugerir alternativas e adaptações para a exploração de
outros objetos de aprendizagem que acharem convenientes.
Desenvolvimento
Os alunos devem ser organizados em roda para uma conversa sobre os materiais que podem
ser utilizados na produção do ábaco. Esclareça que eles devem fazer uma pesquisa sobre o uso
excessivo do plástico e de outros materiais de difícil degradação e sobre o fim dado a cada material –
se é descartado em sua maioria, se costuma ser usado para reciclagem, etc. – e depois decidir quais
objetos vão utilizar na confecção de seu ábaco, para que, posteriormente, arrecadem esses materiais,
de modo que a produção seja possível. Relembre o que é um ábaco e como ele é usado para
representar números no sistema de numeração decimal. Mostre figuras do ábaco explicando os
elementos constituintes para que eles saibam o que vão produzir: deve haver uma base em que serão
fixadas hastes ou varetas. A base pode ser feita de caixas de leite ou de conserva, isopor, potes de
sorvete, entre outros. Além disso, para representar os números será necessário encaixar nas hastes ou
nas varetas fichas ou bolas móveis que podem ser produzidas com tampinhas de garrafa, bolas de
isopor, bolachas de papelão, entre outros. Deixe que os alunos reflitam sobre os materiais que podem
ser utilizados e discutam de forma coletiva. Caso tenham dificuldade para definir os materiais que
podem ser utilizados, comente as sugestões apresentadas aqui ou outras que lhe ocorra.
Peça aos alunos que se organizem em grupos de 3 ou 4 alunos. Esses grupos serão mantidos a
partir desta etapa até o final do projeto. Esclareça que, definidos os materiais que vão compor o ábaco
que construirão, eles devem fazer uma pesquisa a respeito desses materiais sobre os seguintes itens:
• Do que esse material é feito? (Tampinhas de garrafa, por exemplo, podem ser feitas de
plástico ou de alumínio.)
• Qual é a finalidade desse material quando produzido? Como ele é descartado? É usado
para reciclagem?
• Quais são os impactos do descarte desse material no meio ambiente?
Essa etapa é importante para que os alunos possam se apropriar dos conhecimentos sobre os
impactos socioambientais da produção e do descarte do plástico e de outros materiais, dando assim
maior significado ao uso desses materiais que poderiam ser descartados no ambiente na produção de
outros objetos. É também nessa etapa que buscamos favorecer o desenvolvimento das habilidades de
“Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em
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Uma vez definidos os materiais que farão parte do ábaco, cada grupo deve começar a
arrecadação dos materiais para a produção. Eles podem desenvolver essa etapa de maneira autônoma,
decidindo qual é a melhor maneira de cumpri-la. Cada integrante do grupo pode se encarregar de um
tipo de material ou todos arrecadam todos os tipos, como preferirem. A arrecadação pode ser feita no
bairro onde moram, nos condomínios, pedindo aos familiares que separem os materiais antes do
descarte, etc. Serão necessários: 4 objetos para as hastes, 36 fichas ou bolas móveis para encaixar nas
hastes e 1 objeto para servir de base para o ábaco. Combine um dia para que essa etapa de
arrecadação termine e os alunos possam trazer os materiais arrecadados e iniciar a produção do ábaco.
• Medir a base do ábaco e dividi-la em 4 partes iguais na horizontal (a base pode ser um
isopor ou uma caixa de leite, por exemplo. O professor pode ajudar os grupos verificando
se estão com alguma dificuldade nas medições e na divisão, uma vez que os materiais
podem variar, variando também suas dimensões, e as medidas podem apresentar alguma
dificuldade para a divisão nesta fase do aprendizado dos alunos. Assim, medidas
aproximadas já são suficientes para a construção do ábaco).
• Com uma caneta ou uma caneta hidrográfica, fazer a marcação em cada uma dessas partes
das classes e das ordens dos números que serão representados no ábaco:
Da esquerda para a direita: UM (unidade de milhar) C (centena) D (dezena) U (unidade)
• Fixar as quatro hastes na base (as hastes podem ser palitos de churrasco, canudos firmes,
pedaços de arame, entre outros). Caso seja necessário furar a base para fixar as hastes,
oriente os alunos a pedir a ajuda do professor para evitar que se machuquem.
• Encaixar as bolas ou as fichas nas hastes para representar os números (esses elementos
podem ser tampas de garrafas PET, bolas de isopor, bolas de massa de modelar, potinhos
pequenos de plástico, entre outros). Caso seja necessário furar esses elementos para
colocá-los nas hastes, oriente os alunos a pedir a ajuda do professor para evitar que se
machuquem.
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O ábaco está pronto. Após sua montagem, os alunos podem apresentar sua criação explicando
os objetos que utilizaram e como foi o processo de escolha desses materiais, apresentando, se possível,
os resultados da pesquisa realizada. Os ábacos construídos podem ser usados para exercitar a
representação de números e, encerradas a atividades com eles, podem ficar disponíveis na biblioteca
da escola para auxiliar também no aprendizado de outras turmas e outros segmentos do Ensino
Fundamental, caso haja na escola em que estudam.
Observação: caso seja possível, pedir aos alunos que construam ábacos com mais ordens,
aumentando o número de hastes e de bolas móveis. Assim, será possível representar números maiores
também.
A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades
propostas neste projeto. A apresentação dos resultados da pesquisa pode ser um indicador da
evolução das habilidades de “Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e
eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a
perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações
dadas ou teses defendidas [...]” . Durante a pesquisa e também na apresentação dela é possível avaliar
a evolução da habilidade “associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao
desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos
socioambientais”. Na manipulação do ábaco, é possível verificar se os alunos conseguem representar
os números no sistema decimal, avaliando a aquisição do objeto de conhecimento “Sistema de
numeração decimal: características, leitura, escrita e comparação de números naturais e de números
racionais representados na forma decimal” e a montagem do ábaco e sua decoração é um indicador
auxiliar da evolução do desenvolvimento da habilidade de “Experimentar e analisar diferentes formas
de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem,
instalação, vídeo, fotografia, performance etc.)”.
www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-importancia-da-
educacao-ambiental-nas-escolas/20002. Acesso em: 22 jul. 2018.