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Guerra do Yom Kippur

Conflito militar entre uma coalizão de estados


árabes

Guerra do Yom Kippur (em hebraico: ‫מלחמת יום‬


‫ ;הכיפורים‬transliterado: Milchemet Yom HaKipurim
ou ‫מלחמת יום כיפור‬, Milchemet Yom Kipur; em
árabe: ‫حرب أكتوبر‬‎, transl. ħarb October, ou ‫حرب تشرين‬,
ħarb Tishrin), também conhecida como Guerra
Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro,
Guerra do Ramadão ou ainda Quarta guerra
Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido
de 6 de outubro a 26 de outubro de 1973, entre
uma coalizão de estados árabes, liderada por Egito
e Síria, contra Israel. O episódio começou com um
ataque do Egito e da Síria.
Planejado para o dia do
Guerra do Yom
feriado judaico Yom Kippur,
Kippur
forças do Egito e Síria
Conflito Árabe-
cruzaram, respectivamente,
Israelense
as linhas de cessar-fogo no
Sinai e nas colinas do Golã,
territórios que haviam sido
capturadas por Israel, em
1967, durante a Guerra dos
Seis Dias.[nota 1]

Durante os primeiros dias,


egípcios e sírios avançaram Data 6 a 26 de
recuperando partes de seus outubro

territórios. O cenário de 1973

começou a se inverter, a Local Oriente

favor de Israel, na segunda Médio:


Península
semana de lutas, quando os
do Sinai,
israelenses forçaram os
Colinas de
sírios a retroceder, nas
colinas de Golã, enquanto o Golã e

Egito mantinha sua posição redondezas.

no Sinai, fechando a Desfecho Cessar-fog


comunicação entre a linha com a
resolução
Bar-Lev e Israel. Mas, ao sul
RCSNU 338
do Sinai, os israelenses
levando à
encontraram uma brecha
Conferênci
entre os exércitos egípcios e Genebra
conseguiram cruzar para o Vitória m
lado oeste do canal de Suez, israelens
no local onde a grande Ganhos
muralha Bar-Lev ainda não políticos

havia sido tomada, e o Egito e


Israel[3]
passaram a ameaçar a
Acordos
cidade egípcia de Ismaília.
Camp Da
Esse desenvolvimento levou Tratado d
as duas superpotências da paz israe

época - os Estados Unidos, egípcio

a favor dos interesses de Mudanças As força


territoriais egípcias
Israel, e a URSS, favorável ocupam

aos países árabes - a uma margem


oriental
tensão diplomática. Mas um
Canal d
cessar-fogo, obtido por
Suez, co
intermédio das Nações
exceção
Unidas, entrou em vigor, em do pont
25 de outubro de 1973. de
passage
Ao término das hostilidades, israelen
as forças israelenses, já perto da
recuperadas das baixas Base Aé
iniciais e com um de

esmagador poderio militar, Deverso

haviam adentrado As força


israelen
profundamente no território
ocupam
dos árabes e encontravam-
1.600 km
se a 40 km da capital da
de
Síria, Damasco - que foi território
intensamente bombardeada na costa
sudoest
do Cana
-, e a 101 km do Cairo, de Suez

capital egípcia. cercam


enclave
Resumo egípcio
sua
O presidente Gamal Abdel
margem
Nasser do Egito, morto em
oriental,
setembro de 1970, havia mas não
sido sucedido por Anwar consegu
Sadat, considerado mais ocupar
moderado e pragmático que Suez ou
Ismailia
Nasser. Como meta de seu
depois d
governo, decidira neutralizar
ser
a política expansionista do
derrotad
Estado de Israel e, ao na Bata
mesmo tempo, assegurar de Suez
sua posição de liderança no na Bata
mundo árabe. Resolve, de

então, retomar a península Ismaília

do Sinai. O plano de um Forças


israelen
ataque a Israel sem aviso,
ocupam
em conjunto com a Síria, 500 km²

recebeu o nome de código região s


de Basã
Operação Badr (palavra
no topo
árabe que significa "lua
das
cheia"), sugerindo usar a colinas
maré de sizígia (fenômeno Golã,
da atração gravitacional levando
exercido entre a Lua e a a 32 km
Terra) para transpor os capital
síria de
obstáculos bélicos
Damasc
instalados por israelenses
ao longo do canal de Suez. Beligerantes

Para tanto, os egípcios,


recorreram à utilização de
possantes bombas de
sucção e usaram as águas
do canal como agente de
erosão hídrica, destruindo
as fundações da até então
intransponível barreira, de
50 metros de altura,
Israel Egito
construída pelos israelenses
Síria
com areia do deserto, para Apoio:
Iraque
guarnecer toda a margem
Apoio:
ao norte do canal de Suez Estados
contra os exércitos árabes. Unidos Uniã
Soviéti
Com o corte feito às custas
Cuba
de jatos de água, em poucas
horas os soldados egípcios Comandantes
puderam abrir diversas
passagens ao longo dos
160 quilômetros das
fortificações integrantes da
linha Bar-Lev, alcançando o
lado desprotegido das
casamatas israelenses e,
consequentemente,
obrigando os israelenses a
se render.[14]
Moshe Saad El
Dayan Shazly
David Mustafa
Elazar Tlass[7]
Ariel General
Golda Meir, primeira-ministra de Israel
na época.
Sharon Shakkour[7
Shmuel Naji Jamil[
Gonen Hafez al-
Benjamin Assad
Presidente Anwar Sadat no
congresso
Peled Ahmad
Enquanto o Egito atacava as Israel Tal Ismail Ali

posições israelenses Rehavam Hosni


Zeevi Mubarak
desprotegidas na península
Aharon Mohamme
do Sinai, as forças sírias
Yariv Aly Fahmy
atacaram os baluartes das
Yitzhak Anwar
colinas de Golã. Nessa Hofi Sadat
investida, graves perdas Rafael Abdel Gha
foram infligidas ao exército Eitan el-
israelense. Contudo, após Abraham Gammasy
Adan Abdul
três semanas de luta, as
Munim
Forças de Defesa de Israel Yanush Wassel

(FDI) obrigaram as tropas Ben Gal Abd-Al-


Minaam
árabes a retroceder, e as
Khaleel
fronteiras iniciais
Abu Zikry
reconfiguraram-se.

Forças
Batalhas navais
A Batalha de Latakia, entre
os sírios e os israelenses,
aconteceu em 7 de outubro,
segundo dia do conflito. Foi
uma nítida vitória israelense,
que demonstrou a eficácia
dos barcos militares
equipados com sistema de
autodefesa ECM. A marinha
israelense também
demonstrou sua
superioridade naval no
Mediterrâneo com uma
segunda vitória em 9 de
415 000 Egito: 8
outubro, na batalha de
soldados soldado
Baltim, afundando três
1 500 (300 00
barcos da marinha
tanques, posicio
egípcia.[15][16][17][18] As 3 000 2 400 ta
batalhas de Latakia e Baltim blindados 2 400
"mudaram favoravelmente a 945 unid. de blindad
situação para Israel".[19] artilharia[8] 1 120 u
561 artilhari
Cinco noites depois da aeronaves 690 aer
Batalha de Baltim, cinco 84 161

barcos da marinha helicópteros helicópt


38 barcos 104 bar
israelense entraram no
da Marinha
porto egípcio de Ras
Marinha[9] Síria: 15
Ghareb, onde mais de soldado
cinquenta pequenas (60 000
embarcações do Egito posicio
estavam ancoradas, 1 400 ta

incluindo barcos de pesca 800–90


blindad
armados e carregados com
unid. de
tropas e munições. Na artilhari

batalha que se seguiu 19 350 aer


36
destes foram afundados.[20]
helicópt
Ao terminar o conflito, o 21 barc
Marinha
balanço fora muito positivo
Iraque:
para Israel.[15][21][22]
soldado
Consequências tanques
blindad
A guerra teve implicações unid. de
profundas para muitas artilhari
nações. O Mundo Árabe, que aeronav
havia sido humilhado pela Cuba:40

derrota desproporcional da guerrilh

aliança egípcio-sírio-
Baixas
jordaniana durante a Guerra
dos Seis Dias, se sentiu
psicologicamente vingado
por seu momento de vitórias
no início do conflito, apesar
do resultado final. Esse
sentimento de vingança
2 656 mortos 8 528*
pavimentou o caminho para
7 250 feridos 000**
o processo de paz que se
400 tanques mortos
seguiu, assim como
destruídos 19 540
liberalizações como a 600 tanques 000**
política de infitah do Egito. quebrados/ 2 250
Os Acordos de Camp David, retornados tanque
em 1978, levaram a relações ao serviço destru
102 aviões ou
normalizadas entre Egito e
destruídos[11] captur
Israel - a primeira vez que
432 av
um país árabe reconheceu o
destru
Estado israelense. O Egito,
que já vinha se afastando da * Análise do
União Soviética, então Ocidente
deixou a esfera de influência ** Análise de Israel

soviética completamente.

Uma das consequências desta guerra foi a crise


do petróleo, já que os estados árabes, membros
da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep) boicotaram os Estados Unidos e
os países europeus que apoiavam a sobrevivência
de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a
crise econômica mundial, a longo prazo a
comunidade internacional aprendeu a usar fontes
alternativas de energia, e inclusive outras áreas do
planeta começaram a aumentar a exploração de
petróleo, como foi o caso da região do mar do
Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos,
da Venezuela, do México, da África do Sul, da
União Soviética e, também no Brasil.
Passagem Forças do Tanques Sold
aberta Egito israelenses ado
pelo efeito cruzam o cruzam a israe
erosivo canal de regiao dos lense
das Suez lagos no
águas, 07 de Amargos Egito
usado outubro em direção Depo
pelo à cidade de is da
exército Ismaília segu
egípcio, Egito em 16 nda
contra a outubro sem
linha Bar- ana
Lev. de
Concepçã com
o artística bate
nos s
Arquivos
históricos
do
Exército
Egípcio

Notas
1. No outono de 2003, em seguida à abertura de
arquivos secretos dos documentos-chave de
Amã , o jornal Yediot Aharonot publicou uma
série de artigos de dois jornalistas
investigativos, Ronen Bergman e Gil Meltzer,
que, mais tarde, publicaram Yom Kippur War,
Real Time: The Updated Edition. revelando que
líderes políticos israelenses, incluindo Golda
Meir e Moshe Dayan, embora cientes da
possibilidade de uma investida árabe,
decidiram não realizar um ataque preventivo.
'Se atacarmos primeiro, não conseguiremos
ajuda de ninguém', teria dita Meir.[12][13]
Referências
1. Herzog (1975). The War of Atonement (https://
archive.org/details/warofatonementoc00her
z) . [S.l.]: Little, Brown and Company.
ISBN 9780316359009
2. P.R. Kumaraswamy (2013). Revisiting the Yom
Kippur War (https://books.google.com/books?i
d=R_YrBgAAQBAJ&pg=PA184) . [S.l.]:
Routledge. p. 184. ISBN 978-1-136-32888-6.
“(p. 184) "Guerra do Yom Kippur ... seu
desfecho final foi, sem dúvida, uma vitória
militar..." (p. 185) "... em outubro de 1973, que
apesar da vitória militar de Israel"”
3. Loyola, Mario (7 de outubro de 2013). «How
We Used to Do It – American diplomacy in the
Yom Kippur War» (http://www.nationalreview.c
om/article/360505/how-we-used-do-it-mario-lo
yola) . National Review. p. 1. Consultado em 2
de dezembro de 2013
4. Morris, 2011, Righteous Victims, p. 437
5. «What We Can Learn from the 1973 Battle of
Suez City: An Urban Warfare Project Case
Study» (https://mwi.usma.edu/what-we-can-lea
rn-from-the-1973-battle-of-suez-city-an-urban-w
arfare-project-case-study/) . Modern war
institute. 13 de janeiro de 2022. Consultado em
6 de outubro de 2022
6. Morris, 2011 p. 433, "Basã... 500 quilômetros
quadrados... o que o levou a 32 km de
Damasco"
7. Defence Journal (http://www.defencejournal.c
om/2002/nov/4th-round.htm)
8. O número reflete unidades de artilharia de
calibre 100mm para cima
9. (em russo) Yom Kippur War (http://www.sem4
0.ru/warandpeace/military/15706/index.shtm
l?&print=1) em sem40.ru
10. «Intelligence During the Six-Day War (1967)» (h
ttps://www.jewishvirtuallibrary.org/intelligence-
during-the-six-day-war-1967) .
www.jewishvirtuallibrary.org. Consultado em
28 de agosto de 2019
11. Rabinovich, 496–497
12. Rabinovich, p. 89.
13. Yediot Ahronoth/Hemed Books (http://www.yb
ook.co.il/catalog1.asp?bID=3622710) , 2004.
ISBN 965-511-597-6
14. Simon Dustan, The Yom Kippur War: The Arab-
Israeli War of 1973, p.8,9 -11
15. Dunstan, The Yom Kippur War, p. 114
16. Rabonovich, The Boats of Cherbourg, pp. 256–
262
17. Dupuy, Elusive Victory, pp. 562–563
18. Herzog, The Arab-Israeli Wars, p. 312
19. Vego, Naval Strategy and Operations in Narrow
Seas (Routledge: 1999), at p.151
20. Almog, "Israel's Navy beat the odds", United
States Naval Institute — Proceedings (Mar
1997), Vol. 123, Iss. 3; p. 106.
21. Morris, Righteous Victims, p. 432
22. Herzog, The Arab-Israeli Wars, p. 314

Bibliografia
Herzog (1975), The War of Atonement, Little, Brown
and Company. Foreword.
Insight Team of the London Sunday Times (1974),
Yom Kippur War, Double Day and Company, p. 450.
Luttwak; Horowitz (1983), The Israeli Army,
Cambridge, MA: Abt Books.
Rabinovich (2004), The Yom Kippur War, Schocken
Books, p. 498.
Kumaraswamy, PR, Revisiting The Yom Kippur War,
pp. 1–2.
Johnson; Tierney, Failing To Win, Perception of Victory
and Defeat in International Politics, p. 177.
Liebman, Charles (July 1993) (PDF), The Myth of
Defeat: The Memory of the Yom Kippur war in Israeli
Society, Middle Eastern Studies, 29, London: Frank
Cass, p. 411.

Ligações externas
A queda da Linha Bar-Lev
«Uma história detalhada da Guerra de Outubro
de 1973 (Guerra do Yom Kipur) - Da Biografia de
Ariel Sharon» (http://www.ariel-sharon-life-story.
com/10-Ariel-Sharon-Biography-1973-October-W
ar-Yom-Kippur.shtml) (em inglês)
«Resolução 338 do Conselho de Segurança da
ONU» (http://daccessdds.un.org/doc/RESOLUTI
ON/GEN/NR0/288/65/IMG/NR028865.pdf?Open
Element) (PDF) (em inglês)
Guerras de Israel

Seis Yom
Independência Suez Desgaste Líbano Líbano
Dias Kipur
1947-49 1956 1969-70 1982 2006
1967 1973

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