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EPISCOPADO Página 1

UMA PALAVRA DO REITOR

O homem não age diretamente sobre as coisas. Sempre


há um intermediário, um instrumento entre ele e seus
atos. Isto também acontece quando faz ciência, quando
investiga cientificamente. Ora, não é possível fazer um
trabalho científico, sem conhecer os instrumentos.
E estes se constituem de uma série de termos e conceitos que devem ser
claramente distinguidos, de conhecimentos a respeito das atividades cognoscivas
que nem sempre entram na constituição da ciência, de processos metodológicos
que devem ser seguidos, a fim de chegar a resultados de cunho científico e,
finalmente, é preciso imbuir-se de espírito científico.
Pr. Marcos Cavalcante

PASTOR MARCOS CAVALCANTE


Breve Curriculum

O Pr. Marcos é Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica IBETEL;


Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico do Espírito Santo - SETES;
Mestre em Teologia, com especialização em Antigo Testamento pela
Faculdade Teológica IBETEL; Mestre em Teologia, com especialização em
Ciências da Religião pelo Seminário Teológico Logos; Doutor em Teologia,
com especialização em Ciências da Religião pelo Seminário Teológico
Logos; Bacharel e Licenciado em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa)
pela Universidade de Guarulhos (UNG); Pós-graduado em Gestão
Educacional pela Universidade de Maringá (UNICESUMAR);
Bacharelando em Ciências Contábeis pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES);
Licenciando em História pela Faculdade ACADEMUS; Especialista em Memorização e Leitura
Dinâmica pelo Seminário Undsurf Memory; Formação em Grego-bíblico pela Igreja da Fé;
Formação em Hebraico-bíblico pela Casa de Cultura de Israel.
-O Pr. Marcos Lecionou em vários Seminários Teológicos e hoje é o Reitor da Faculdade
Teológica FAETESP, onde também leciona em várias cadeiras teológicas, inclusive Língua
Hebraica, Grega e língua portuguesa.
-É Pastor na Assembleia de Deus há mais de 20 anos

EPISCOPADO Página 2
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EPISCOPADO Página 3
ÍNDICE
UMA PALAVRA PG 05
DIÁCONO PG 06
PRESBÍTERO PG 10
EVANGELISTA PG 13
PASTOR PG 14
A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO PG 17
O CARÁTER DO MINISTRO DE DEUS PG 21
OUTRAS OPERAÇÕES NA IGREJA PG 28
A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL PG 35
CERIMÔNIAS PG 41

EPISCOPADO Página 4
UMA PALAVRA

“A primeira de todas as perguntas, em todas as questões do ministério, é se o


ministro foi realmente chamado por Deus para pregar o evangelho. Em caso
negativo, faria bem se fechasse esta apostila e deixasse de lado o assunto. Não é
propósito desta obra, capacitar quem quer que seja a adquirir a arte de pastorear
uma igreja, se não foi, antes de tudo, real e pessoalmente “enviado” à seara do
Senhor”.
Mateus 9.38

EPISCOPADO Página 5
DIÁCONO

H
á quem afirme, e talvez a maioria, que a função do diácono é
puramente material, com o que discordamos, pelas seguintes razões:
para fazer um serviço puramente material não seriam necessárias as
qualificações exigidas para o diaconato.
Não restam dúvidas de que os diáconos servem nos serviços materiais
da igreja, mas também servem no serviço espiritual:
 Na Santa Ceia do Senhor, que não é serviço material;
 Na ordem nos cultos, que é um serviço de adoração ao Senhor; entre
outros, e;
 Na pregação da Palavra de Deus.

Diga-se, pois, que o serviço do diácono é tanto material como espiritual.


É um serviço de auxiliar do pastor e dos presbíteros. Haja vista que as
qualidades exigidas são basicamente as mesmas.
IMPORTANTE
“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor...” O diácono é
escolhido para o ministério da benevolência. Sua área de trabalho atinge a Igreja local,
ao passo que a do pastor estende-se por toda a sua denominação. O diácono não pode
esquecer que sobre tudo ele é um servo.
Jesus disse: “... Mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande, seja
vosso servo” (Mt 20.26).

A ESCOLHA DE DIÁCONOS (At 6.3)

1.É escolhido para servir no “Ministério Cotidiano”(At 6.1; Mc


10.44). A função do diácono é um excelente ofício eclesiástico local, que cuida
dos negócios seculares da comunidade, dos órfãos e das viúvas. Este ofício não
os priva de outros privilégios espirituais, e que já foram mencionados (At 1.8;
8.35).

2.A Definição - A expressão “diácono”, no original significa: “servo”. Os


escritores empregam esta palavra – diákonos – para nomear ou indicar as
respectivas características desta função, da seguinte forma:
 Servo;
 Camareiro;
 Servente de mesa ou assistente;
 Entre outros serviços.

3.Seus requisitos – É um “importante negócio” (At 6.3). Em relação


àqueles que têm uma verdadeira chamada divina para servir no ministério da
Igreja de Cristo como diácono, observe os requisitos da Bíblia a tais servos:
“Boa reputação” (At 6.3)

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a) a palavra “reputação” no original significa: “...indivíduos testados, ou,
que lhes tivesse sido dado testemunho em seus negócios e caráter
passado, testificando favoravelmente acerca desses servos de Deus” (I
Pe 2.15,16).
b) O Espírito de Deus, que neles habitava, proporcionava-lhes as
seguintes virtudes: graça divina, fé, amor, bondade, paciência,
longanimidade, mansidão; as mesmas serviriam para o correto
exercício de suas funções na casa de Deus e no “Ministério
Cotidiano” (At 6.1).

“Cheios do Espírito Santo” (At 6.3)


a) Essa era uma exigência ou requisito indispensável dos apóstolos em
relação aos primitivos “diáconos”: que os mesmos fossem “cheios do
Espírito Santo”. Precisavam ter experimentado pessoalmente da
promessa feita pelo Senhor Jesus aos seus seguidores (At 1.4,5).
b) O Espírito Santo operava habitualmente na vida destes diáconos, os
quais precisavam demonstrar que eram homens dotados de
habilidades e destacados na comunidade evangélica, como servos de
Deus, ativos e poderosos na Palavra (At 6.8).

“Cheios de sabedoria” (At 6.3)


a) A sabedoria dos diáconos, precisava ser terrena e prática, os mesmos
deveriam dar exemplo de predileção pelas coisas espirituais e
soluções práticas em relação as suas funções diante de Deus, para as
quais haviam sido eleitos pela congregação (At 6.3,5). A sabedoria
destes, precisava ter o aspecto espiritual, para que pudessem ver os
seus semelhantes com espírito de amor, de ternura e bondade,
considerando sempre o destino espiritual e eterno na presença de
Deus. Olhando em tudo o crescimento e desenvolvimento espiritual
de suas vidas diante de Cristo Jesus.
b) De maneira geral os diáconos precisavam ser homens que cuidassem,
tanto das necessidades físicas, como espirituais das pessoas; motivo
este que os levaria a serem indivíduos altamente qualificados na
comunidade evangélica. Diante desta exposição, é difícil ser um
“diácono exemplar” em todas essas funções (servindo bem como
diácono...), todavia, com os esforços de cada servo, guiados pelo
Espírito Santo, Deus, em sua bondade, os fará triunfar
vitoriosamente no serviço da casa de Deus.

É FUNÇÃO DO DIÁCONO:

 Auxiliar na Santa Ceia do Senhor;


 Na ausência do Pastor e dos Presbíteros, o diácono deve cuidar da
direção do culto até aqueles de maior patente chegar;
 Cuidar da Recepção da Igreja;
 Promover a devida organização no culto e o bom andamento do mesmo;
 Em contato com o Pastor, o diácono deve dividir as tarefas cotidianas
entre os porteiros e cooperadores da Igreja;
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 Fiscalizar o bom andamento do culto, garantindo assim tranquilidade ao
que está na direção do culto ou da Igreja (Pastor);
 Enfim, é de responsabilidade do diácono a organização básica e material
da Casa do Senhor.

QUALIFICAÇÃO “DIACONAL”

A palavra diácono é usada de várias maneiras, no N.T.; subentende-se


“serviço” de qualquer espécie, espiritual ou material. O apóstolo Paulo fez
menção de si mesmo e da pessoa de Cristo, em relação ao modo de viver e
servir na causa de Deus (Fl 1.1;2.5-8; I Co 9.19).
Portanto, é necessário que os diáconos sejam homens espirituais, para
que seu ofício seja um sucesso diante de Deus e da Igreja a que está servindo;
isto é de grande importância e bem-estar para a comunidade local (Ef 6.6-8).

1. Os diáconos devem ser homens de boa reputação e de aspectos dignos,


apresentando-se intensivos em suas funções no Diaconato da sua
congre- gação evangélica;
2. O diácono deve ser de uma só palavra – isto é, deve manter total
honestidade e franqueza ao tratar com todos, sem qualquer favoritismo
(I Tm 3.8);
3. O diácono deve ser respeitável – A expressão “respeitável”, quer dizer:
“digno de respeito”, “sério”. Tal vocabulário é usado acerca dos homens
idosos, conforme (Tt 2.2).A palavra que ora mencionamos consideramos
como sendo um dever e “senso de seriedade e dignidade” diante de Deus
(Fp 4.8,9);
4. “Não dado a muito vinho” – Os hábitos e costumes antigos,
acompanhados das tendências biológicas pessoais, podem fazer um líder
da igreja inclinar-se para o vício de bebidas alcoólicas; o mesmo pode
suceder a qualquer pessoa. Agora, se alguém não pode controlar essa
tendência, não está qualificado para a liderança da Igreja de Cristo (I Tm
3.3-8; Ef 5.18);
5. “Não cobiçoso de torpe ganância” – Um líder da Igreja não pode fazer do
seu ofício um meio de enriquecer-se; o seu propósito deve ser antes de
tudo a dedicação ao seu trabalho. Este é um verdadeiro sinal de um
servo fiel a nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiramente dedicado e não
um mercenário (Tt 1.7);
6. É necessário que tenha exemplo de santidade para viver com os outros e
viver a realidade daquilo que prega. Caso contrário a sua pregação será
inútil e sem vida diante de Deus (Tg 1.23-25);
7. “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus
filhos e suas próprias casas” (I Tm 3.12) – O casamento é uma
instituição outorgada por Deus, sendo assim é importante que o diácono
seja casado, pois servirá melhor em seu ministério, sobretudo, inspira
maior respeito aos santos e, uma considerável experiência nesse
aspecto. Portanto, deve ser casado.

EPISCOPADO Página 8
Para tanto, aconselhamos àqueles que compõem o diaconato com as
seguintes sugestões:
 Viverem em humildade, sem pretensão alguma; a não ser servir
na obra de Deus e no ministério da igreja de Cristo;
 Evidenciarem provas de um fiel serviçal na Congregação em que
atuarem como “diáconos”;
 Evitar o espírito de murmurações e insatisfações com o
ministério e a igreja de Deus que o elegeu para esta função
especial, a fim de não caírem em tentação e em laços do diabo (I
Tm 3.7);
 Ter cuidado com o vício de linguagem na Congregação ou na vida
diária diante do mundo atual;
 Amar a leitura da Bíblia Sagrada, e de bons livros evangélicos, a
fim de que Deus, em sua misericórdia, e mediante os nossos
esforços, nos ajude a realizar Sua obra guiados pelo Espírito
Santo.

DIACONISA?

Nome do ofício de diácono exercido por mulher. Febe era diaconisa na


igreja de Cencreia (Rm 16.1). A ela se refere o apóstolo Paulo em I Tm 3.11, já
existiam diaconisas nas igrejas da Bitínia desde o ano 100, porque Plínio, em
sua célebre carta ao imperador Trajano, a respeito dos cristãos, diz que
examinou duas velhas da comunidade cristã que eram chamadas ministros.
-Reconhecemos que haja pensamentos contrários de alguns colegas de
ministério quanto ao ofício de diaconisa, e também respeitamos tais
considerações.
Entretanto, devemos lembrar que diácono é apenas um cooperador e não
um Ministro do Evangelho; Por tanto não exageremos tanto.

IMPORTANTE
Ao recomendar Febe, Paulo diz quem ela é e de onde ela vem. Era
uma diaconisa da igreja da Cencreia. Suas obrigações, como a dos
diáconos, eram muito generalizadas. Necessidades materiais e também
espirituais de outros eram atendidas por crentes como FEBE (At 6.1-6,
8-15; 7.1-60).
Paulo pede aos romanos que a recebam no Senhor, como convém
aos santos, e que a ajudem em tudo o que vier a precisar. Ela merecia
tal acolhida, Paulo declara, porque tem sido protetora de muitos e ao
próprio Paulo também. Este capítulo refuta a ideia de que Paulo não
gostava de ver mulheres trabalhando nas igrejas ou entre os crentes.
Seu tributo prestado a Febe é seguido de saudações a várias pessoas e
grupos.
Entre as pessoas saudadas estão oito mulheres. Paulo comenta
especialmente o trabalho de cinco dessas mulheres (Maria, v.6; Priscila,
uma cooperadora, v.3; Trifena e Trifosa, v.12; Pérside, v.12).
COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY

EPISCOPADO Página 9
PRESBÍTERO

A
o escrever a epístola aos crentes de Filipos, o apóstolo Paulo reconheceu
que aquela igreja possuía, tanto presbíteros (anciãos) quanto diáconos
(Fp 1.1). É fora de dúvida que, no princípio, essa era a prática seguida
em todas as igrejas.
E essa vem sendo a prática seguida pelos cristãos através dos séculos
até aos nossos dias, e que está de acordo com a vontade de Deus.

O SIGNIFICADO DA PALAVRA

A palavra presbítero, ancião ou bispo tem o mesmo significado, mesmo


que se recorra à etimologia, isto é, à raiz ou à origem do termo. É o que
acontece com as expressões pastor, obreiro, ministro, etc. São vocábulos que
têm o mesmo significado: são palavras sinônimas.
 Em Atos 20.17, encontramos a palavra “anciãos da igreja”, e no
versículo 28 as mesmas pessoas são chamadas bispos; em I Tm 3.2,
lemos bispos e em 5.17-19, presbíteros. É evidente, pois, que estes
nomes eram aplicados indistintamente ao mesmo cargo. Com isso estão
de acordo muitos teólogos;
 Algumas denominações não separam presbíteros, considerando que são
os mesmos pastores, adotando, por isso, apenas pastores e diáconos. Os
presbíteros são auxiliares diretos dos pastores e também supervisores ao
lado dos pastores;
 Não consideramos os presbíteros como pastores, ainda que eles possam
dirigir congregações, executando um trabalho pastoral – lembre-se: ser
por estar dirigindo um trabalho é uma coisa, ser por SER é outra coisa;

IMPORTANTE
Um presbítero pode muito bem substituir o pastor na sua ausência, mesmo por tempo
indeterminado, mas ele será sempre um presbítero, até quando for consagrado ao
ministério pastoral.

A ORIGEM DO CARGO DE PRESBÍTERO

O cargo de ancião (presbítero) tem a sua origem desde os tempos do


Êxodo ou mesmo antes disso. Quando Deus falou com Moisés para tirar o
povo do Egito, disse: “Vai e ajunta os anciãos de Israel” (Ex 3.16), e foram
Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos de Israel (Êx 4.29). Esses anciãos
existiam como chefes de famílias; eram geralmente homens idosos, experientes
e capazes de orientar e dirigir os seus familiares dentro da tribo a que
pertenciam.

EPISCOPADO Página 10
Mais tarde, depois que foi inaugurado o Tabernáculo, eles passaram a
funcionar já de modo diferente, isto é, como ajudantes no sentido religioso e
em número determinado, e com maiores exigências da parte de Deus.
1. Em (Nm 11.16,17) vemos Deus ordenando a Moisés que designasse 70
anciãos para cooperarem no serviço do Tabernáculo, e assim foi feito
por Moisés, e o Senhor veio e tirou do Espírito que estava sobre Moisés
e pôs sobre aqueles 70 homens, e aconteceu que todos profetizaram
(Nm 11.25). Aí já vemos a grande mudança operada na pessoa do
ancião: a) foram designados por Deus; b) foram em número
determinado; c) foram todos cheios do Espírito Santo que estava sobre
Moisés; d) foram designados para o serviço religioso ou ministerial.
2. Não se deve confundir o trabalho destes anciãos com o daqueles que
foram designados por Moisés, segundo o conselho de Jetro, seu sogro,
para uma cooperação sobre questões civis: Ex 18.13-25.

DUAS CATEGORIAS DE PRESBÍTEROS

Conforme I Tm 5.17,18, havia na igreja primitiva duas categorias de


presbíteros: uma era a que trabalhava somente no ministério da Palavra e da
doutrina, e a outra a que, ao lado de uma ocupação profissional, cooperava
com os ministros na igreja.
 É fato inegável e indiscutível que na igreja primitiva havia um corpo de
presbíteros, que cooperava junto aos pastores, formando também uma
ordem à parte. Em At 14.24, lemos: “havendo-lhes por comum
sentimento eleito presbitérios em cada igreja, orando com jejuns os
encomendaram ao Senhor em quem havia crido”. Veja também Tg 5.14;
 Na antiga dispensação, havia os anciãos, e os homens que o próprio
Deus chamava pastores: Jr 10.21; 3.15; 12.10; e outras referências nos
livros proféticos. É evidente que estes que Deus chamava pastores não
eram os mesmos anciãos, mas os principais responsáveis pelo povo;
 Muitos tropeçam e se apegam no fato de, em I Pe 5.1, o apóstolo Pedro
que era um líder no ministério, ter dito aos presbíteros: “Eu, que sou
também presbítero convosco”. Cremos não haver razão para dúvida,
pois, como já dissemos, os presbíteros eram supervisores com os
pastores e os pastores supervisores com eles. Assim, todo pastor deve
dizer aos seus presbíteros que também é presbítero com eles, como
pode dizer aos diáconos.
IMPORTANTE
Há momento em que o pastor pode tirar ofertas, varrer e fazer outros serviços, tanto de
presbítero, como de diácono. Já dissemos que o ministério de pastor tem também
aspecto diaconal e presbiterial, mas isso não significa que o ofício seja o mesmo.

EPISCOPADO Página 11
Observe esta
MÃO

Profeta
Poder de “apontar” a Palavra

Apóstolo
Maior de Todos

Evangelista
Alcance das almas

Pastor
Dedo das alianças

Mestre
Limpa as “sujeiras”

EPISCOPADO Página 12
EVANGELISTA

O
termo aparece três vezes no NT: At 21.8; Ef 4.11 e II Tm 4.5. A
passagem de II Tm 4.5 parece não qualificar Timóteo como evangelista,
mas como alguém que fazia a obra de um evangelista. Um erro que às
vezes é cometido é consagrar-se um homem para evangelista, simplesmente
para dar-lhe uma posição inferior à de pastor. Isso não é uma questão de
hierarquia, e sim de dom, de chamada para o cargo.
Existem grandes homens de Deus no meio evangélico, que são
verdadeiros evangelistas e isso não quer dizer que eles sejam menores que os
pastores. Eles são igualmente ministros de Deus. Existem também pastores
que são verdadeiros evangelistas: possuem duplicidade de dom. Há
evangelistas, por outro lado, que se fossem postos como pastores de igrejas,
estragariam o trabalho, porque o dom deles é mesmo específico de
evangelistas; muitos trabalhos têm sofrido por causa desse engano de
ministério.

SIGNIFICADO DA PALAVRA EVANGELISTA

EVANGELISTA – A palavra traduzida por „evangelista‟, no NT, é um


substantivo derivado do verbo grego euangelizomai, „anunciar as boas
novas‟, e que é usualmente traduzido em nossas Bíblias em português
como „pregar o Evangelho‟. O termo neotestamentário reflete o vocábulo
hebraico mebhassereth, em Is 40.9; 52.7.

O substantivo „evangelista‟ ocorre apenas por três vezes no NT. Timóteo


(II Tm 4.5) é exortado por Paulo para fazer o trabalho de um evangelista; em
outras palavras, deveria tornar conhecidos os fatos do Evangelho.

A expressão evangelista significa a pessoa que prega o Evangelho, ou


seja, as boas-novas de salvação. Neste particular, o termo é muito amplo e
estende-se a todos os crentes, visto que todos têm obrigação de pregar o
Evangelho da graça de Deus.
-É bom notar que:
 O primeiro pregador do Evangelho foi o próprio Deus, quando anunciou
no Éden a vinda do Salvador (Gn 3.15);
 Também a Bíblia diz que Deus pregou o Evangelho a Abraão (Gl 3.8);
 O profeta Isaías é considerado o profeta evangelista;
 João, o batista foi um grande evangelista, aliás, o primeiro do NT;
 O Senhor Jesus deu início ao seu trabalho como evangelista (Mc 1.14;
Lc 20.1);
 Os apóstolos foram enviados por Cristo a fazer trabalho de verdadeiros
evangelistas (Mc 15.15),e;

EPISCOPADO Página 13
 Finalizando, dizemos que o trabalho missionário é também um
verdadeiro trabalho evangelístico.

Voltando ao princípio, afirmamos que ser evangelista é possuir um


grande dom ministerial e é muito bom que cada um procure permanecer na
vocação em que foi chamado, até o tempo que o Senhor determinar.

PASTOR

J
á sabemos que o pastor é um homem escolhido por Deus, capacitado
pelo dom, e dado à igreja para servir, e governar e, também, para
alimentar o rebanho com a Palavra. É um homem separado (por Deus),
que se deve consagrar especialmente ao ministério. A chamada de Deus
independe de preparo intelectual ou profissional. Essas coisas sem a chamada
podem gerar pastores apenas convencidos.
Ninguém, nenhuma escola por si mesma poderá jamais fazer um pastor
verdadeiro: um bom pastor: Só mesmo Deus pelo dom do seu Santo Espírito é
que pode fazer.

IMPORTANTE
Tal é a honra desta “profissão”, que o AT frequentemente atribui a
Deus o título de Pastor de Israel (Gn 49.24; Sl 23.1; 80.1), terno em Sua
solicitação (Is 40.11), que algumas vezes talvez espalhe indignado as
ovelhas, para em seguida reuni-las, depois de perdoá-las (Jr 31.10).

EPISCOPADO Página 14
Algumas vezes o tom é predominantemente de julgamento, quando então
tanto o pastor quanto as ovelhas aparecem sob condenação e são
castigados (Jr 50.6; 50.23; Zc 13.7; e aplicações nos evangelhos). Tal
pastor bem pode tremer ao ter de defrontar-se com o Senhor (Jr 49.19;
50.44). Algumas vezes a tonalidade é de misericórdia, quando as ovelhas
são abandonadas por aqueles que estavam responsabilizados por elas
(Nm 27.17; I Rs 22.17; Mc 6.34, etc). Dois pastores mencionados com
especial aprovação são MOISÉS (Is 63.11), e, de modo bastante
surpreendente, um executor pagão dos propósitos de Deus, CIRO (Is
44.28).

FUNÇÃO DO PASTOR

A função do pastor, de modo geral, é muito variada, especialmente nos


dias em que estamos vivendo. Todavia, há o trabalho que lhe é peculiar:

1.Apascentar o rebanho – Neste particular deve ter cuidado do rebanho,


sabendo primeiramente que foi constituído por Deus para isso mesmo (At
20.28), defendendo-o das doutrinas falsas pela Palavra de Deus, como o
exemplo pessoal e no poder do Espírito Santo (I Pe 5.2-4; Tt 2.7,8; I Tm 4.12).
O serviço de apascentar é feito mais pelo exemplo do que pela força:
também era ensinado assim no tempo do VT (Zc 4.6).

2.A Função sacerdotal – Na verdade, na atual dispensação, em relação à


Igreja, não existe a função de sacerdote, idêntica à do VT. Todavia, o ministério
pastoral tem características essencialmente sacerdotais. Os sacerdotes eram
tomados de entre os homens e constituídos a favor dos homens nas coisas
referentes a Deus (Hb 5.1); eles exerciam um trabalho de mediação entre Deus
e os homens, tipificando o sacerdócio futuro de Cristo.
O pastor é um representante de Cristo entre os homens, especialmente,
entre os crentes, e deve exercer um trabalho semelhante ao de Cristo; orando e
intercedendo diante de Deus, em nome de Cristo em favor dos homens. Se o
pastor não ora e não intercede diante de Deus pela sua igreja, não pode
esperar vê-la progredir, nem no sentido espiritual nem no esforço de ganhar
almas para o reino de Deus.

IMPORTANTE
O ministério da oração intercessória é semelhante à chuva que cai
sobre a lavoura. Este modelo temos desde o VT: Moisés, por exemplo,
revelou-se um extraordinário intercessor em favor do povo de Israel,
mesmo não sendo ele sacerdote. A vitória do povo de Israel foi mais por
meio da intercessão de Moisés do que pelo ministério sacerdotal de Arão.

O apóstolo PAULO exerceu um grande ministério de intercessão em favor


dos crentes: compare Ef 3.14-21; Cl 1.9,10, e muitas outras passagens
semelhantes. Myer Pearlman disse muito bem que a intercessão é um dos mais
importantes recursos da Igreja.

EPISCOPADO Página 15
JESUS, o nosso sumo Pastor deu-nos exemplo marcante de um
ministério de intercessão: haja vista a sua oração intercessória registrada no
capítulo 17 do Evangelho de João, chamada de oração sacerdotal , devido ao
seu caráter. É considerada como uma das mais importantes orações feitas pelo
Senhor. Se os pastores orassem mais pelos crentes e pela igreja maiores
bênçãos viriam sobre o povo de Deus.

3.Função Diaconal – Neste sentido, refere-se ao pastor como “servo”. O


pastor é constituído para servir a igreja, tanto espiritual como materialmente:
visitas aos enfermos, atendimento aos necessitados, órfãos e viúvas. Um bom
pastor exerce durante toda a sua vida ministerial também um trabalho
diaconal: Paulo sempre intitulava-se servo de Jesus Cristo.
JESUS, o nosso modelo, disse que o Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir (Mt 20.28; Mc 10.45. O ministério pastoral implica
num diversificado número de serviços que não é possível enumerar. Esse
ministério é função que ninguém por si mesmo é capaz de desempenhar
satisfatoriamente: é mesmo um dom da graça divina (I Co 1.26; II Co 4.1; Tm
1.12,13.

IMPORTANTE
Há uma tendência, especialmente nos dias atuais, no sentido de
que um pastor pode ser feito mediante cursos de treinamento feitos em
escolas especializadas; tais como: Filosofia, psicologia, teologia e outras
tantas matérias. Isso vem sendo a derrota de muitas igrejas. Na verdade,
reconhecemos que Deus pode chamar um homem douto ou qualquer
sábio para a obra do ministério, mas não os chama por possuírem essas
qualidades. Já dissemos que a chamada independe dessas coisas.
 Lucas era médico (Cl 4.14);
 Mateus um funcionário público de categoria (Mt 9.9);
 Paulo um grande erudito (At 26.24);
 Entre outros...

-Mas não foram chamados por suas funções nem por seu saber. Deus olha é
para as qualidades morais e espirituais daqueles que quer chamar. O
ministério é cargo de confiança e de confiança de Deus (II Tm 2.2; I Co 4.1,2).
Também não se deve pensar que todos os que possuírem boas
qualidades e forem bons crentes devem ser colocados no ministério, pois a
escolha é unicamente de Deus. Ele chama a quem seu propósito determina.
Existem diáconos, por exemplo, que são homens dotados de grandes
características espirituais e, muitas vezes, Deus os deixa no diaconato durante
toda a vida; o mesmo tem acontecido com presbíteros.
Muitas pessoas têm tido suas vidas arruinadas, por terem sido
colocadas em posições para as quais não foram chamadas por Deus.
-Um doutor disse: “Dentre todas as mais abençoadas dádivas já concedidas
por Cristo à sua Igreja em qualquer tempo e lugar, figuram esses homens dos
quais o Senhor pode dizer que são realmente pastores segundo o coração de
Deus, que apascentam com conhecimento e inteligência” (Jr 3.15).

EPISCOPADO Página 16
Jesus chama a si próprio de Pastor
 Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-14);
 Jesus, o Grande Pastor das ovelhas (Hb 13.20);
 Jesus, o sumo Pastor dos pastores, aquele com que os pastores terão
de um dia acertar contas (I Pe 5.4).

-Como bom pastor, Ele deu a sua vida pelas suas ovelhas.

A obra do Espírito Santo tem caráter pastoral


Mesmo não encontrando na Bíblia uma referência direta ao Espírito
como pastor, podemos ver que a sua obra possui também caráter pastoral:
 Como guia (Jo 16.13; At 15.28,29);
 Dirigindo (Rm 8.14; Jo 14.26);
 Ele manda ouvir a sua própria voz (Hb 3.7,8).

-O trabalho do Espírito Santo enquadra-se assim, perfeitamente no conceito de


obra pastoral.

A PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO

A
Preparação para o ministério pode ser encarada sob duas fases:
Experiência e Educação. Posto que qualificamos a experiência como de
maior importância, falaremos primeiro sobre ela.
Ao considerarmos o cabedal de experiências que o pregador deve possuir
ao preparar-se para o seu trabalho, levamos em conta as horas difíceis na vida
que se destacam como pontos críticos, bem como as experiências diárias de
um crente maduro, que o qualificam para aconselhar a outros que estejam
passando por situações semelhantes.

1
O Novo Nascimento – A experiência fundamental do obreiro ou de
qualquer cristão, mui naturalmente, é o novo nascimento.
-O homem natural jamais compreenderá as coisas do Espírito de Deus;
pelo que é absolutamente necessário que ao homem seja concedida a mente de
Cristo, o qual confere o entendimento espiritual.
“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem
espiritualmente. Porém, o homem espiritual julga todas as coisas, mas
ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois, quem conheceu a mente do
Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de
Cristo”. (I Co 2.14-16).

Realmente o Senhor se aborrece com o indivíduo que presume falar a


Palavra de Deus quando ele mesmo é desobediente (Sl 50.16,17).

EPISCOPADO Página 17
2
O Batismo no Espírito Santo – Subsequentemente à experiência do novo
nascimento, existe para cada crente o batismo no Espírito Santo. No dia
de Pentecostes, Pedro disse:
“Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos
vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo...” (At 2.38,39).
Eis uma declaração definida sobre o efeito do novo nascimento – além do
arrependimento e do batismo em água, há o recebimento do Espírito Santo (Ef
1.13); e note-se que esse dom do Espírito Santo é para quantos forem
chamados pelo Senhor nosso Deus.
Ora, se fica provado que há o batismo no Espírito Santo
subsequentemente à conversão e como experiência prática dos primeiros
cristãos, como bênção adicional, como poderia alguém, com propriedade,
assumir a posição de LÍDER, MESTRE, e EXEMPLO para os santos (tudo isso
próprio de um ministro do evangelho, naturalmente), a menos que já tenha
recebido o batismo no Espírito Santo?
Nossa conclusão, portanto, é que ninguém deveria ficar satisfeito em
pregar o evangelho do Senhor Jesus Cristo sem haver primeiramente recebido
o batismo no Espírito Santo. Isso consideramos como absolutamente essencial
à pregação para o ministério.

3
Andar com Deus –Isso fala de intimidade com o Senhor; de uma vida de
plena comunhão com o Senhor Jesus Cristo.
-Veja:
 “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais porquanto Deus para si o
tomou” (Gn 5.24);
 “... Noé andava com Deus” (Gn 6.9);
 veja ainda: (Ez 14.14-20).

Analisando o NT, observamos que o Senhor chamou e separou para


estar consigo e fazer parte do grupo de Ministério 12 (doze) homens que mais
tarde passaram a ser chamados de apóstolos; porém notamos que havia um
grupo (entre os doze) que parecia está mais próximo do Senhor, era: Pedro,
Tiago e João.
-Eles “andavam com Deus”...
Essas experiências diárias, ao andar no Espírito (com Deus) e ao
aprender as lições da vida cristã, são igualmente necessárias como
qualificação para um ministério cristão eficaz.

4
A Escola da Experiência – O mestre cristão deve conhecer aquilo que irá
ensinar. É sua prerrogativa não somente ensinar a doutrina e o esboço
geral da fé cristã, mas também as experiências reais que os crentes
enfrentam diariamente.
-O adversário não é apenas uma ideia teórica; ele é real e intensamente
agressivo. Ele ataca todo crente com toda variedade de armas. Faz parte da
tarefa do pastor conduzir seu povo pela mão, a fim de guiá-lo através das
experiências quando tomado de perplexidade e confusão.
Essas experiências pessoais, que devem envolver a vida do futuro pastor,
também incluem consagrações que o atingem na própria alma. Sem uma
consagração total, ninguém está apto a servir a Deus eficazmente. Podemos

EPISCOPADO Página 18
servir relativamente bem, mesmo que ainda haja certas áreas que não estejam
sob o controle de Deus. Mas chegará o momento em que o Senhor chamará a
atenção para qualquer coisa que surja entre Ele e nós.
-Veja as experiências pessoais desses homens:
 A prova de Gedeão com Deus;
 Noé e a experiência do dilúvio;
 Jacó e a visão da escada;
 José e o desprezo pelos seus irmãos;
 Daniel na cova dos leões;
 Os três jovens na fornalha de fogo ardente;
 A grande visão de Isaías;
 Entre outros...

IMPORTANTE
Abraão foi levado a sacrificar seu próprio filho amado, sobre quem se
concentravam as promessas de Deus. Foi mediante a resposta a esse
chamamento e a total disposição de dar o que tinha de mais precioso ao
Senhor, que Deus demonstrou ser Abraão digno de ser chamado Seu
amigo, e a quem podia constituir pai espiritual dos fiéis. Servimos hoje ao
mesmo Senhor.
Portanto devemos esperar que Ele faça solicitações semelhantes,
tornando-nos Seus amigos e também pais na fé. Deus pode, talvez, exigir
de nós que renunciemos a algumas coisas boas e legítimas da vida –
coisas que normalmente poderíamos conservar e desfrutar. Experiências
como essa qualificam-nos para o ministério, porém se viermos a falhar
nessas coisas, ficaremos limitados e não teremos um ministério profícuo
e duradouro.

5
Período de Treinamento – Quando Deus procurou um homem como
MOISÉS para liderar espiritual e administrativamente a nação de Israel,
não apenas escolheu aquele que estava mais altamente preparado na
cultura egípcia (At 7.22), como cuidou particularmente de Seu futuro servo,
para que esperasse em Deus durante longo período de tempo, durante o qual
sofreu humilhação, como preparação adicional para a obra a que seria
chamado.
Flávio Josefo, o historiador judeu escreveu que Moisés era o
comandante-chefe dos exércitos egípcios. Isso certamente já era de esperar,
porquanto ele era o herdeiro presuntivo do trono. Recebeu não apenas todas
as vantagens de caráter educacional e comuns dos mais favorecidos jovens
egípcios, mas também lhe foi dado um treinamento superior. Somente ele
estava sendo preparado para assumir o trono quando do falecimento do seu
avô de criação, o Faraó.
Será que esse treinamento excepcional não poderia ser considerado
como uma preparação suficiente para a liderança da nação de Israel? Não
estaria ele, que era naturalmente dotado e qualificado para conduzir e chefiar
os muitos milhões da mais civilizada nação da terra naquela época, capacitado
a conduzir uma nação muito menor, composta de ex-escravos, como era a
nação de Israel?

EPISCOPADO Página 19
-Ainda assim, ele precisava de um treinamento com Deus.
Na solidão do deserto, crescia paulatinamente a visão da grandeza de
Deus e sua própria pequenez. Resistiu firme, como quem vê o Invisível, e foi
diminuindo pessoalmente em sua própria estima. Quanto às ambições
pessoais e ao gozo de vida material, estava perfeitamente resignado a levar o
cajado de pastor e cuidar tranquilamente das ovelhas. Quando Deus,
finalmente, considerou que esses 40 (quarenta) longos anos de
amadurecimento pessoal haviam produzido o efeito desejado, apareceu a
Moisés na Sarça ardente.
Ao ouvir o anúncio de que ele, Moisés, haveria de tirar o seu povo
do Egito, insistiu em que não era homem eloquente, mas antes,
pesado de boca e pesado de língua (Ex 4.10). Na realidade
(segundo os altos padrões egípcios), ele era poderoso em palavras
(At 7.22), mas agora insistia em que isso era como nada e que,
realmente, era lento no falar. Quão grande a transformação e a
diminuição do conceito sobre sua própria pessoa! Esse longo
período de teste pessoal Deus teve como muito valioso na
preparação de Seu servo.

O apóstolo PAULO não foi produto do acaso. Foi antes o fruto de uma
preparação deliberada da parte de Deus, a quem serviu. Sua qualificação
natural, como um dos membros do sinédrio (ainda que os tais fossem
altamente educados), não era de modo algum suficiente para o ministério para
o qual foi chamado.
Sua maravilhosa conversão na estrada de Damasco, e o batismo no
Espírito Santo, já naquela cidade, semelhantemente não foram suficientes. O
assentar-se aos pés dos apóstolos não teria completado o seu preparo, nem lhe
proveria a adaptação necessária à sua obra. Teria de haver um contato pessoal
com Deus, além do longo e deliberado período de espera em Sua presença. Foi
então para a Arábia, um outro deserto, e depois voltou a Damasco por um
período de 3 (três) anos. Houve um breve contato com os apóstolos e a igreja
de Jerusalém; mas em seguida retirou-se novamente para Tarso, sua cidade
natal, a fim de esperar em Deus e amadurecer em sua própria experiência
pessoal.
-Essa foi a parte principal da preparação do apóstolo Paulo para o ministério
ao qual tinha sido chamado.
Poderíamos citar outros exemplos, porém, cremos que esses 2 (dois),
[Moisés e Paulo] nos são suficientes, portanto, é importante a questão do
tempo; Ele gera grandes experiências com DEUS.

6
Imprescindível o Conhecimento Bíblico – Quem pode negar ou discutir que
o conhecimento da Bíblia é absolutamente essencial para o ministério? A
Bíblia é a fonte de toda verdade espiritual e a revelação da completa
vontade de Deus.
-O pregador é o pesquisador das verdades espirituais, bem como o canal
através do qual elas são transmitidas ao povo.
Quando alguém deixa sua ocupação secular a fim de devotar-se
inteiramente ao estudo da Palavra de Deus, em preparação para o ministério
cristão, está sendo muito sábio, caso tenha qualidades para isso. Recusar-se a

EPISCOPADO Página 20
ouvir a outros que desejam ensinar-nos a Palavra de Deus, ou negar-se a ler
mensagens escritas com essa intenção, é incoerente, contrário à Palavra de
Deus e ao Espírito de Cristo. Tais pessoas que se exibem como mestres da
Palavra e esperam que outros as escutem e sejam por elas influenciadas, estão
esperando de outros exatamente aquilo que elas mesmas não querem praticar.
Recusam-se a receber a censura mas esperam dos ouvintes que se deixem
ensinar. Recusam-se a ouvir, pedem, no entanto, a outrem que lhes dê
ouvidos.

IMPORTANTE
O Espírito Santo habita no corpo de Cristo e, em particular,
naqueles que recebem “a unção”. O sentido real da passagem é: “Não
tendes necessidades de que algum homem (natural) vos ensine”. Na obra
do evangelho não é o homem (em si só) que nos ensina, mesmo sendo
um professor diante de nós ou por sua palavra escrita. Mas é o Espírito
Santo que Se vale de um instrumento humano mediante o qual ensina
todas as coisas. Que Deus nos conceda graça e simpatia para que nos
tornemos dispostos a receber o ensino, sem nos importarmos com o
instrumento que Deus eventualmente use.

O CARÁTER DO MINISTRO DE DEUS

A
ssim como o fruto é determinado pela espécie da árvore, o ministério
inteiro de um homem de Deus será qualificado pelo tipo de homem que
ele é (Pv 23.7). Isso requer que o coração seja puro e, repleto das coisas
que ele deseja que transpareça no ministério.
-Jesus era pleno da graça e da verdade; e assim, logicamente, isso é o que
emanava de toda a Sua vida (Jo 1.14).

QUALIDADES NATURAIS

Ao considerarmos o caráter de um bom ministro do evangelho


notaremos, primeiramente, certas tendências naturais que serão excelentes e
necessárias:

A Coragem – A principal de todas essas características inatas é a coragem.


Nosso Senhor, pessoalmente, não temia nem Herodes nem Pilatos e nem
mesmo todo o Sinédrio. Essa coragem, porém, não deve ser confundida com a
força bruta nem com a empatia; ao contrário, tem um sentido mais alto.
O amor aos pecadores deve seguir-se ódio ao pecado. Deve haver
habilidade para distinguir entre o homem e suas ações. A força da sua
coragem seja temperada pela ternura no trato. Essa é uma qualidade
imprescindível na vida de um pastor chamado por Deus;

A Diligência – Somos ensinados, em Rm 12.8,11, que aquele que preside faça-


o com diligência, e que não devemos ser preguiçosos em nossas atividades (Pv

EPISCOPADO Página 21
22.29). Ninguém pense que a vida de um pastor é fácil. É possível que alguns
pastores julguem tê-la para o lazer. Provavelmente perdem metade das
oportunidades que lhes surgem, e serão chamados à responsabilidade em
consequência.
Portando, deve o pastor reabastecer o coração e a mente, dia a dia, além
de atarefar-se na salvação de almas preciosas, na edificação da sua igreja e na
propagação do reino. Isso requer uma aplicação coerente, de manhã até tarde
da noite.

A Dignidade – A qualidade da dignidade não pode faltar, no ministro do


evangelho. Ao dizermos assim não nos referimos à piedade forçada ou ao
semblante solene, sepulcral e ameaçador; antes, temos em vista aquela calma
temperança e reserva digna que convém ao líder de almas e sobre quem
pesam tão graves responsabilidades.
O apóstolo Paulo recomendou a Timóteo: “Ninguém despreze a tua
mocidade...” (I Tm 4.12). Aos santos em Éfeso escreveu que não houvesse
entre eles nem palavras torpes nem chocarrices, mas antes, ações de graças
(Ef 5.4). O jovem pregador deve evitar manifestações juvenis, nada fazendo
que o possa rebaixar no conceito e respeito do rebanho ou dos concidadãos.
Não deve haver familiaridade indevida com aqueles que o cercam. Em
outras palavras, a intimidade que seria própria entre pessoas do mesmo nível
social ou membros de uma família, não deve haver entre o pastor e os
membros da igreja. Não deveriam tratá-lo irreverentemente pela posição que
ocupa, nem deve ele mostrar-se demasiadamente íntimo com os crentes.

A Cortesia – Espera-se de qualquer profissional que seja um cavalheiro.


Quanto mais deve ser cortês o líder de crentes, que vive em contato com
profissionais, para que saiba comportar-se dentro de certa linha. O “por favor”
e o “muito obrigado” jamais devem faltar e as ordens sempre dadas em forma
de solicitação. Nenhuma intromissão indelicada na conversação de outras
pessoas ou na intimidade dos lares alheios deve ser praticada. O toque gentil
e o sorriso, bem como o refinamento culto de um cavalheiro cristão devem
sempre caracterizar o homem de Deus.

A Pontualidade – A pontualidade é uma virtude. Quando empenhamos a


palavra num encontro, assumimos uma obrigação que tem de ser cumprida.
Atrasar-se num encontro e, pior ainda, faltar ao mesmo, é uma injustiça e um
erro.
Aborrece àqueles a quem damos a palavra, e reflete mal quanto à nossa
honestidade e comportamento. Já se disse que chegar tarde a um encontro
marcado equivale a mentir e roubar o tempo da outra pessoa. Neste caso
apresentam-se desculpas satisfatórias. Jamais se deve adquirir o mau hábito
da negligência no cumprimento dos deveres, nem se deve permitir que haja tal
reputação a nosso respeito.

A Habilidade de Liderança – O ensino de todo o Novo Testamento apresenta o


pastor como líder espiritual de seu povo. As qualidades de liderança, por
conseguinte, devem ser latentes no pastor ou, pelo menos, devem ser
desenvolvidas o mais prontamente possível.

EPISCOPADO Página 22
-Liderança não é o mesmo que violência, como um feitor domina escravos.
Trata-se antes de prioridade, a qual é instintivamente reconhecida e
respeitada devido à sabedoria e maturidade. A liderança não deve repousar
sobre a autoridade da posição de alguém, mas antes, sobre as qualidades
inerentes de aptidão e caráter.
A liderança envolve a concordância geral e a disposição de assumir
responsabilidade. É mister tomar decisões. E embora seja conveniente não
arriscar-se demasiadamente na tomada de posições, contudo, essa qualidade
é para inerente liderança. É preciso que o líder pese cuidadosamente todas as
questões, orando de modo suficiente, para em seguida ter a coragem de
decidir em definitivo. Espera-se dos pastores essa disposição de assumir
responsabilidades.
A habilidade executiva também se inclui nessa consideração e deve ser
encontrada em boa medida no líder de uma igreja. Essa qualidade exige
discernimento quanto às várias tarefas que precisam ser feitas em conexão
com o programa geral da igreja, o arranjo e o esquema apropriado dessas
tarefas, segundo sua importância relativa. A escolha sábia dos obreiros,
segundo as tarefas que lhes competem, e a distribuição hábil dos deveres
diversos são oriundas dessa capacidade. Deve haver, então, a supervisão
eficiente sobre esses obreiros, encorajamento e assistência aos mesmos, e a
substituição possível, quando a ocasião assim o aconselhar.
O resultado da habilidade de execução é que se produz mais para Deus,
e se consegue uma igreja mais feliz e eficiente em todos os sentidos. Não há
como negar que essa é uma qualidade capaz de render altos dividendos e que
deve ser reputada como de capital importância.

IMPORTANTE
A Liderança envolve também o conhecimento da natureza
humana. Isso vem mediante o instinto, a observação e a experiência.
Percebemos de pronto que as pessoas resistem quando lhes damos
ordens e que reagem logo revidando. Por outro lado, correspondem
afirmativamente a cumprimentos e bondade, e ao interesse sincero em
seu bem-estar pessoal. Será bom que o indivíduo se familiarize com
outros problemas difíceis das reações humanas, e conhecê-los tornar-se-
á útil como meio para chegar-se à grande finalidade de levar o nosso
Evangelho até os corações e lares do povo.

EPISCOPADO Página 23
QUALIDADES ESPIRITUAIS

Chegamos, agora, ao campo das qualificações e características espirituais. De


imediato vemo-nos face a face com o Filho de Deus, que é a incorporação
consumada de todas estas virtudes: amor, fé, santidade, humildade, paciência
e espírito perdoador.

O Amor – O amor de Deus significa: amor para com Deus e também amor
divino em nossos corações. Em ambos esses sentidos o ministro deve possuir
um coração pleno de amor de Deus.
O primeiro dever de todo pastor: amar ao seu Deus de todo o coração,
alma e espírito. Procedendo assim, a sua consagração se tornará completa.
Não haverá asperezas nem ressentimentos em qualquer feição de sua vida e
ministério. Pois, se Aquele que ama, foi quem chamou, e o amor da pessoa
chamada a Ele permanece fiel e verdadeiro, então todas as suas solicitações
serão respondidas e tudo correrá bem. Isso é importantíssimo, sendo a solução
para todos os problemas pessoais.
A natureza humana é geralmente marcada pela ingratidão, egoísmo e
descortesia. É possível que haja falta de apreciação por parte dos liderados
quanto aos nossos sacrifícios e esforços. Nosso amor natural em breve se
esgotaria e assim nós nos voltaríamos exatamente contra aqueles para quem
fomos enviados como ministros. Mas o amor mais intenso de Deus, uma vez
transbordante em nossos corações, far-nos-á amar até mesmo aos que não
fazem por merecer amor, impelindo-nos a fazer-lhes o bem mesmo que nos
desprezem, e nos impulsionará a continuar derramando nossas vidas em favor

EPISCOPADO Página 24
daqueles que se mostrem indignos, e que talvez cheguem ao ponto de praticar
injustiças contra nós.
-Eis aí, portanto, uma qualidade que deve dominar os nossos corações, se
quisermos ser bem sucedidos no pastorado e no campo missionário.

A Fé – Bem próximo do amor, e quase tão importante quanto ele na vida e no


serviço cristão, está a FÉ. Desde o começo até o fim da vida cristã, a fé é a
chave capaz de abrir os tesouros de Deus.
 Pela fé somos salvos;
 Pela fé somos guardados;
 Pela fé recebemos o batismo no Espírito Santo;
 O justo viverá da fé, e sem fé é impossível agradar a Deus;
 Pela fé também nós, assim como Enoque, seremos arrebatados ao
encontro do Senhor quando vier.

Todos os empreendimentos que devem ser realizados pelo pregador, são


de natureza sobrenatural. Quem pode salvar uma alma humana? Quem pode
alterar a mente e o coração dos homens? Quem pode efetuar alguma cura
sobrenatural do corpo? Quem pode batizar no Espírito Santo? Quem pode
derrubar por terra o preconceito e alterar os sentimentos de uma pessoa,
independente de sua vontade? Somente Deus pode fazer essas coisas. mas o
pregador igualmente deve fazê-las, e como? Impelindo a Deus que as
possibilite.
A fé é o poder que move a mão de Deus; por conseguinte, a fé é
absolutamente essencial ao ministro bem sucedido.

A Santidade – Como pode uma pessoa pregar a santidade e levar outras


pessoas a uma vida santa se ela própria não tem uma vida pura? “...purificai-
vos, os que levais os utensílios do Senhor” (Is 52.11). Sem a santificação,
ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).
Uma débil demonstração do poder do evangelho é o que resulta, quando
o pregador não mostra em sua vida o poder santificador de Deus. Se o próprio
pregador não pratica o que prega, dá prova de insinceridade e torna inútil e
hipócrita a sua mensagem. O senso de justiça, até no homem mais simples
exige que o pregador seja fiel à sua palavra, puro em seus pronunciamentos,
honesto em seus tratos, e saiba levar uma vida limpa e santa. Naturalmente
que isso é possível, pois de outro modo seria falsa a apresentação da verdade
divina.
-“O poder de Deus pode fazer de ti aquilo que deves ser”. A graça do Senhor
nos é suficiente.

A Humildade – O inimigo tem um meio de macular uma vida santa. Se não


pode estragá-la de outro modo, ele semeia o joio do orgulho enquanto o crente
“dorme”. Acontece sutilmente, sem que o incauto dê conta disso. Esse
fermento de perversidade começa a sua ação mortífera e, em pouco tempo,
haverá evidências flagrantes de orgulho espiritual.
Além disso, manifestar-se-ão as formas mais comuns de soberba: da
profissão, da posição e do lugar que ocupa. As almas fracas ficam “inchadas”
quando elevadas à posição de ministro; passam a revestir-se de tal
EPISCOPADO Página 25
importância a seus próprios olhos, que não podem sujar as mãos em qualquer
trabalho manual nas coisas da igreja.
-Desejam parecer o que não são e rejeitam qualquer desafio à sua autoridade
ou à diminuição de seus poderes. Quão triste e ruinosa é essa atitude.
Desqualifica o indivíduo como líder espiritual dos santos. “Tomai sobre vós o
meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”.
“...tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois deitou água na bacia e
passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que
estava cingido”. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais
vós também”. “... em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é
humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos”.
-A humildade é importante e rara.
-Como é triste um obreiro extremamente arrogante!

A Paciência - As obras importantes, de valor permanente, não se realizam em


pouco tempo. Um galinheiro pode ser construído em uma hora, mas um
templo magnificente requer anos de labor diário.
A obra de Deus, uma congregação ou comunidade, é, de fato, a ereção
de um templo santo, que servirá de habitação de Deus por meio do Espírito.
-A semente da Palavra de Deus requer tempo para germinar, crescer e
amadurecer. O pastor deve portar-se paciente e fiel em fazer a sua parte,
esperando o crescimento e o desenvolvimento que, embora imperceptíveis,
estão latentes. Assim sendo, a paciência, igualmente, é uma qualidade
espiritual que não pode faltar aos ministros e obreiros da Palavra de Deus, em
todos os campos de trabalho (I Ts 5.14).

O Espírito Perdoador – O pastor não pode esperar que seu povo seja mais
semelhante a Cristo do que o líder desse povo. São necessárias duas pessoas
para que surja uma contenda. Se, porém, o pastor tomar a iniciativa de deixar
de lado o ressentimento e perdoar a pessoa que errou, dará demonstração de
maturidade, como de fato lhe compete.
Se, todavia, não puder mostrar-se à altura da prova de tanta
espiritualidade e der lugar à carnalidade, ao ressentimento e à retaliação, isso
lhe será uma derrota, significando o fim de utilidade no ministério.
-Quão glorioso é quando o pastor se mostra capaz de assumir o doce espírito
daquele que exclamou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Se
Estêvão e Paulo foram capazes de demonstrar esse espírito de perdão (At 7.60;
II Tm 4.16), então certamente é possível que os obreiros do evangelho nos dias
atuais, manifestem a mesma atitude (Ef 4.32).

ALGUNS TÍTULOS DO UNGIDO DO SENHOR

-Veja alguns títulos que a Bíblia dá ao Ungido do Senhor:


 Homem de Deus (I Tm 6.11);
 Mensageiro (Ml 2.7);
 Pastor (Ef 4.11);
 Supervisor “Bispo” (I Tm 3.1; At 22.28);
 Atalaia (Ez 3.17);
EPISCOPADO Página 26
 Embaixador (II Co 5.20);
 Ancião ou Pai (I Pe 5.1);
 Dirigente (Hb 13.17; I Pe 5.3);
 Profeta (Ef 4.11);
 Mestre (I Co 12.28);
 Servo (II Co 4.5).

APÓSTOLOS

N
o geral os apóstolos eram homens que tinham um tipo singular de
autoridade na igreja primitiva: autoridade para falar e escrever palavras
que eram “palavras de Deus” em sentido absoluto. Não acreditar neles
ou desobedecer a eles era o mesmo que não crer em Deus e desobedecer a
Deus.
Eles, portanto, tinham autoridade para escrever palavras que se
tornaram palavras da Bíblia. Este fato por si só nos sugere que havia algo de
singular no ofício de apóstolo, e não esperaríamos que ele continuasse hoje,
porque atualmente ninguém pode acrescentar palavras à Bíblia e tê-las na conta
de palavras de Deus ou como parte das Escrituras.
Além disso, os dados do NT sobre as qualificações e sobre a identidade
de um apóstolo também nos levam a concluir que o ofício era único e limitado
ao primeiro século e que não devemos esperar por mais apóstolos HOJE.

NOTA:
A palavra apóstolo pode ser usada em um sentido amplo ou restrito. Em
sentido amplo ela significa “mensageiro” ou “missionário pioneiro”. Mas em
sentido restrito, que é o mais comum no NT, refere-se a um ofício específico,
“apóstolo de Jesus Cristo”. Esses apóstolos tinham autoridade única para
fundar e liderar a igreja primitiva e podiam falar e escrever a palavra de Deus.
Muitas de suas palavras escritas tornaram-se as Escrituras do NT.
-Para se qualificar como apóstolo era preciso:
 Ter visto com os próprios olhos o Cristo ressurreto e;
 Ter sido designado apóstolo pelo próprio Cristo.

Houve um número limitado de apóstolos, talvez 15 (quinze) ou 16


(dezesseis), ou alguns mais – o NT não é explícito sobre o número. Aos
primeiros 12 (doze), (os onze e Matias) foram acrescentados Barnabé e Paulo, e
muito provavelmente Tiago, talvez Silas, e talvez até Andrônico e Júnias ou
outros não citados pelo nome.
Parece que nenhum apóstolo foi designado depois de Paulo e,
certamente, já que ninguém hoje pode preencher o requisito de ter visto o
Cristo ressurreto com os próprios olhos, NÃO HÁ APÓSTOLO HOJE.
-Foram pessoas que vieram para lançar o fundamento (as doutrinas) e depois
foram embora, não deixando lugar para ninguém (At 2.42; Ef 2.20).

EPISCOPADO Página 27
IMPORTANTE
Embora alguns hoje usem a palavra apóstolo para referir-se a
fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e
proveitoso, porque simplesmente confunde quem lê o NT e vê a grande
autoridade ali atribuída ao ofício de “apóstolo”.
É digno de nota que nenhum dos grandes nomes da história da
igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield –
assumiu o título de “apóstolo” ou permitiu que o chamassem apóstolo.
Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título
“apóstolo”, logo levantam a suspeita de que são motivados por um
orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva
ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra
pessoa deve corretamente ter.

OUTRAS OPERAÇÕES NA IGREJA

Vejamos agora aqueles obreiros que são também de grande utilidades


para a obra do Senhor, e que, as vezes são esquecidos:

1.Cooperador –

É
aquele obreiro que tem como função cuidar da Casa de Deus quanto à
boa ordem nos cultos de qualquer natureza.
-Algumas igrejas qualificam de:
Auxiliar Externo
É aquele que, em atendimento aos diáconos da igreja, atua nos cultos:
 como recepcionista;
 supervisionando os banheiros da igreja;
 verificando as crianças;
 supervisionando os equipamentos de som da igreja;
 Proporcionando assento aos visitantes;
 verificando o bom andamento do culto;
 Entre outros... , porém, sempre subordinados aos diáconos – que são os
oficiais da Igreja.

Auxiliar Interno
As funções são as mesmas, a diferença é que o auxiliar interno recebe
este nome porque não são batizados no Espírito Santo (de acordo com o
entendimento de algumas igrejas).

Porteiro
Semelhantemente ao auxiliar (externo/interno) é aquele obreiro que está
sempre disponível para atender às portas da Casa do Senhor (I Sm 3.15 ).
 Tem a responsabilidade de abrir as portas da Casa do Senhor;

EPISCOPADO Página 28
 Cuidar para que não entre ninguém cujo objetivo não seja ouvir a voz do
Senhor ou até mesmo aceitar a Cristo como seu Senhor e Salvador;
 Não fazer brincadeiras quando estiver trabalhando; deve manter firme
sua postura de fiel sentinela da Casa do Senhor;
 Deve cuidar da Casa do Senhor, como se estivesse cuidando da sua
própria casa.

2.Dirigente do Círculo de Oração –

É
aquela mulher que foi chamada pelo Senhor para executar uma obra
extremamente valiosa: O Círculo de Oração.
-Veja suas características:
 Exemplo em ORAÇÃO;
 Humildade;
 Sabedoria;
 Vigilância;
 Exemplo como Mãe e como Mulher (mulher virtuosa).
O Círculo de Oração é um culto de grande importância na Casa de Deus;
sendo assim há a necessidade da pessoa que estiver na direção seja alguém de
postura espiritual elevada (não estamos dizendo que seja alguém impecável,
mas alguém de um testemunho exemplar), caso contrário, a obra do Senhor
perderá sua importância.
-Que Deus levante mulheres!!! mulheres que sejam grandes no SENHOR dos
Exércitos, a fim de manter este culto na dignidade que ele merece.
Achamos que temos muitas mulheres HOJE nesta altura, porém, não é
assim que vemos quando olhamos para as Escrituras. Nosso Senhor disse que
“a seara é grande, porém, os obreiros são poucos...”.

EPISCOPADO Página 29
3.Líder de mocidade –

E
ste é um cargo extremamente importante. É importante pelo fato de se
tratar de alguém que lidará com a mocidade da igreja, futuros obreiros
do amanhã.
-Vejamos agora alguns requisitos bíblicos do Líder de mocidade:
 Deve ser regenerado (Jo 3.3,5);
 Alguém que ame as Escrituras (Sl 119.97);
 Deve ser cheio do Espírito Santo (Ec 9.8);
 Deve servir de exemplo em tudo (Tt 2.7);
 Deve ser preferencialmente casado, ainda que jovem (I Co 7.2,9);
 Deve ser exemplo em oração (I Ts 5.17).

Nota à ORAÇÃO
Na Bíblia, a oração é uma adoração que inclui todas as atitudes do
espírito humano em sua aproximação de Deus. O crente cristão presta
culto a Deus quando adora, confessa, louva e O suplica em oração.
Essa, a mais alta atividade da qual o espírito humano é capaz, também
pode ser considerada como comunhão com Deus, se a ênfase devida for
posta sobre a iniciativa divina. O homem ora porque Deus Já tocou em
seu espírito. A oração, na Bíblia não é uma „reação natural‟ (Jo 4.24). „O
que é nascido da carne, é carne‟. Consequentemente, o Senhor não
„ouve‟ qualquer oração (Is 1.15;29.13).
A doutrina bíblica da oração destaca o caráter de Deus, a
necessidade do indivíduo achar-se em relação de salvação ou de aliança
com ele, e a necessidade de entrar plenamente em todos os privilégios e
obrigações dessa relação com DEUS.

-Veja Como Liderar:


 Com amor e respeito (Jo 13.1);
 Com brandura (I Ts 2.7);
 Com cuidado (I Pe 5.2);
 Servindo de exemplo ao rebanho (I Pe 5.3);
 Com responsabilidade (Jr 48.10).

EPISCOPADO Página 30
4. Professor da Escola Bíblica Dominical –

O
professor é uma das mais sublimes funções na Obra de Deus, pois o
mesmo se encarrega da ministração eficiente e genuína da infalível
Palavra do Senhor.

O PROFESSOR E O ENSINO

O QUE É ENSINAR?
 É despertar a mente e guiá-la no processo da aprendizagem.
Aprendemos através da mente!;
 Ensinar é mostrar–explicar–guiar–comunicar;
 É ajudar a aprender;
 É moldar vidas;
 É motivar a mudança de uma conduta anterior.

O PROFESSOR PRECISA SER ESPIRITUAL E PREPARADO


 É a nossa maior necessidade;
 O êxito de nossas Escolas Bíblicas Dominicais depende disso;
 O Professor espiritual e preparado completa o trabalho do evangelista
ou pregador. O ensino da Palavra de Deus deve ser em toda igreja uma
sequência da pregação.

EPISCOPADO Página 31
É melhor um professor com pouco preparo, mas espiritual, do que o
contrário. Somente o preparo não é o suficiente.
O professor da Escola Bíblica Dominical precisa ensinar tão bem a lição
bíblica do dia, quanto o professor de matemática ensina sua matéria.

O ENSINO DO PONTO DE VISTA DO PROFESSOR

1.Por que o ensino?


Por amor e gratidão a Deus, e também em obediência à ordem divina (Mt
28.19,20). É uma das mais sublimes das tarefas da Igreja de Jesus.

2.Qual o meu propósito (como professor) no ensino?


O propósito é tríplice:
 Salvar os pecadores;
 Edificar os crentes;
 Treinar futuros obreiros.

3.Que ensinarei?
Não deve ser ensinado nenhuma outra coisa na Escola Bíblica Dominical
além da Palavra de Deus (Mt 28.20).

4.A quem ensinarei?


A grupos de alunos de diferentes idades (Dt 31.12), o que implica
conhecimento de suas características psicológicas (as fases da mente).

5.Como ensinarei?
Estando inteiramente capacitado por Deus e preparado no que depender
de sua área (II Tm 2.2,15).

O PROFESSOR E O PREPARO DA LIÇÃO

Este preparo faz parte dos deveres semanais do professor. Professor


despreparado não merece o título que leva.

Material para o preparo da Lição


 A Bíblia. Para o estudo do texto da lição, contexto, referências. Adquira
as versões correntes em português. Tantas quanto puder;
 A revista do Professor. Esta é a ferramenta de uso do professor durante
a aula;
 Livros de consulta. Como dicionários bíblicos, da língua portuguesa,
comentários bíblicos, entre outros...;

IMPORTANTE
O preparo da lição como acabamos de apresentar, deve ser feito
tendo em vista a necessidade do aluno e não a do professor. O que
interessa a um adulto, não interessa a um jovem ou a uma criança.

EPISCOPADO Página 32
Preparar a lição sem pensar nisso é ficar diante da classe
“pregando no deserto”. O professor deve preparar a lição tendo em mira
três propósitos para com o aluno:
 Que desejo que meus alunos aprendam? Isto visa a mente do
aluno. É o plano objetivo da lição;
 Que desejo que meus alunos sintam? Isto visa a afetividade do
aluno. É o plano subjetivo da lição;
 Que desejo que meus alunos façam? Isto visa a vontade do aluno,
aliada à prática. É o plano objetivo-subjetivo da lição.

O PROFESSOR E A APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

Chegue cedo!
Pelo menos 15 minutos antes da hora de começar a reunião da Escola
Dominical. As vezes o próprio aluno gostaria de ter uma conversa com o seu
professor antes da aula.

CRONOGRAMA DA LIÇÃO – EXPOSIÇÃO DA AULA (50 minutos)

1.Introdução da Lição em 3 minutos


 É o ponto de contato com a classe. O fato utilizado para introduzir a
lição deve ser bem apropriado;
 Oração. Ore ou convide um aluno a fazer oração;
 Boas-vindas;
 Prender a atenção dos alunos;
 Introduzir o assunto da lição e seu relaciona- mento com as demais
lições da série em estudo.

2.Explanação da Lição em 30 minutos


 É o corpo da lição ou aula, segundo o esboço preparado.

3.Recapitulação da Lição em 5 minutos


 É a revisão dos pontos e verdades básicas da lição, seguida de
perguntas e respostas.

4.Aplicação da Lição em 7 minutos


Uma das partes mais importantes da lição. O conhecimento pessoal
adquirido pelo aluno não será eficaz se não for aplicado. Seu valor vem da sua
utilidade imediata ou remota, quando aplicado pela pessoa que o obteve.
É a aplicação das verdades bíblicas ensinadas, à vida e necessidades dos
alunos, bem como aos tempos atuais. A aplicação da lição, corresponde,
digamos, ao apelo na pregação.

5.Encerramento da lição em 5 minutos


É a entrega das tarefas e atividades, avisos sobre trabalhos especiais da
igreja, etc.

EPISCOPADO Página 33
Controle seu tempo! O professor dispõe de apenas 50 minutos para
tudo isso, mas se ele souber dosar o tempo este será suficiente.
A apresentação da lição como exposta acima, aplica-se às classes acima
de 12 anos. Abaixo dessa idade a apresentação é diferente, havendo
constantemente, mudança de atividade escolar, com mudança de métodos de
ensino, é óbvio, para ganhar-se ATENÇÃO e manter vivo o INTERESSE do
aluno, é da maior importância aqui o emprego de meios auxiliares de ensino,
dando colorido, dimensão e sentido às lições.

A LINGUAGEM DO PROFESSOR

Grande número de pessoas tem falhado em suas carreiras, inclusive no


ensino, devido a dificuldades no falar, em exprimir-se de forma adequada.
A arte de falar torna a palavra, entre outras coisas, correta e expressiva.

1.Correta
Pronúncia perfeita, com a articulação completa de todos os sons que
compõem a palavra. Evitar e corrigir defeitos de pronúncia.

2.Expressiva
Tradução perfeita da ideia que queremos exprimir. A expressão implica
em entonação, pontuação e escolha das palavras. A entonação torna a voz
agradável e elegante, mesmo vigorosa. A pontuação aclara o sentido,
facilitando a compreensão. A escolha das palavras exatas faz com que o
ouvinte compreenda claramente o que queremos dizer-lhe.

O
professor deve então cuidar de tornar as suas palavras CORRETAS e
EXPRESSIVAS. A linguagem revela muito da personalidade do
indivíduo.
Uma fala perfeita dá prazer ao ouvido, mas o falar errado, seja na
entonação, na pronúncia, na pontuação, ou na escolha das palavras, cansa os
ouvintes, e o auditório todo só acerta dizer: “amém”, não em sinal de
satisfação, mas ansioso que o preletor pare.

IMPORTANTE
A expressão oral perfeita, impõe-se e dá destaque, mesmo que o
orador seja modesto e humilde. É um prazer ouvir alguém falar
corretamente, com expressão e graça. Em Juízes 12.2-7, temos um caso
em que 42.000 homens morreram por causa de má pronúncia. Hoje em
dia muitos “matam” seus ouvintes da mesma maneira... O professor tem
que cuidar da linguagem, porque ele se utiliza dela quase todo o tempo
da aula (Pv 15.1;15.24;Ct6.16).
A linguagem do professor, quanto ao vocabulário, deve ser comum
a ele e a seus alunos.

O MAIOR PROFESSOR DA HISTÓRIA

EPISCOPADO Página 34
O Mestre do professor é o Senhor Jesus – o Mestre dos mestres. Para o
professor ser eficaz no ensino, precisa seguir de perto os passos do seu Mestre.
-Vejamos alguns pontos sobre Jesus como MESTRE:
1. Jesus conhecia a matéria que ensinava. A passagem de Lucas 24.27
faz menção ao maior estudo bíblico da história: abarcou o período de
Moisés a Cristo. (E, tão grande estudo foi dirigido para uma classe de 2
alunos!) Através dos Evangelhos vemos, por suas citações das
Escrituras, como Jesus conhecia o Livro Sagrado.
2. Jesus conhecia os seus alunos. Tanto eles andavam com Jesus, como
Jesus os visitava. Os ensinos objetivos e ilustrados do Mestre, bem como
seu modo de proceder para com eles, demonstravam que Jesus os
conhecia BEM. (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21, etc).
3. Jesus ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro. Ex: (Lc
5.17-26; 13.3; Jo 14.6). Ele tomava as ocorrências comuns da vida,
conhecidas de todos, para ensinar as verdades eternas de Deus (Mt
9.16; 11.16).
4. Jesus ensinava através do seu exemplo de vida e obediência. Sua vida
foi um exemplo sem igual para seus discípulos e também para nós que o
seguimos; vivia uma vida santa e irrepreensível diante de tudo e de
todos (Jo 13.15; At 1.1; I Pe 2.21).
5. Jesus ensinava com graça. É a graça divina na vida do professor que
torna a sua aula realmente eficaz e de efeito duradouro para a glória de
Deus (Lc 4.22).
6. Jesus ensinava com autoridade e poder. Só aos pés do Senhor em
oração e comunhão com Ele é que o professor obtém autoridade e poder
divinos renovados em sua vida, para ensinar na casa de Deus (Lc 4.36).

Por tanto professores, sigamos o seu EXEMPLO!

A ESCOLA DOMINICAL – SUA HISTÓRIA

A Escola Dominical tal como a temos hoje é uma instituição moderna,


mas tem suas raízes aprofundadas na antiguidade do Antigo Testamento, nas
prescrições dadas por Deus aos patriarcas e ao povo de Israel. A Escola, como
a temos hoje, não havia então, mas havia o princípio fundamental – o do
ensino bíblico determinado por Deus aos fiéis e aos estranhos ao seu redor.
A Escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que
sempre caracterizou o povo de Deus.
-Veja em resumo, como se desenvolveu a instrução religiosa nos tempos
bíblicos e nos tempos modernos, isto é, os primórdios que depois resultaram
na origem e desenvolvimento da Escola Dominical em sua forma atual.

1
Nos dias de Moisés – Examinando o Pentateuco, vemos que no
princípio, entre o povo de Deus, eram os próprios pais os responsáveis
pelo ensino da revelação divina no lar, então, era de fato uma escola

EPISCOPADO Página 35
onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt 6.7; 11.18,19).
Havia também reuniões públicas de que participavam homens, mulheres
e crianças, aprendendo a lei divina (Dt 31.12,13).

2
Na época dos sacerdotes, reis e profetas de Israel. Os sacerdotes,
além do culto divino, tinham o encargo do ensino da Lei (Dt 24.8; 1Sm
12.23; 2Cr 15.3; Jr 18.18).
Os sacerdotes eram intermediários entre Deus e o povo. e assim como os
profetas eram intermediários entre Deus e o povo.
Os reis de Judá, quando piedosos, aliavam-se aos sacerdotes na
promoção do ensino bíblico. Temos disto um exemplo no bom rei Josafá que
enviou líderes levitas e sacerdotes por toda a terra de Judá para ensinarem ao
povo a Lei do Senhor (2Cr 17.7-9).

3
Durante o cativeiro babilônico - Nessa época, os judeus no exílio,
privados do seu grandioso templo em Jerusalém, instituíram as
sinagogas tão mencionadas no Novo Testamento. A sinagoga era usada
como escola bíblica, casa de cultos e escola pública. o filósofo judeu, Philo,
de Alexandria, falecido em 50 d.C., com seu testemunho insuspeito, afirma
que “as sinagogas eram casas de ensino, tanto para crianças como adultos.”-
Benson.
Na sinagoga a criança recebia instrução religiosa dos 5 aos 10 anos de
idade; dos 10 aos 15 anos, continuava a instrução religiosa, agora com o
auxílio dos comentários e tradições dos rabinos. Aos sábados, a principal era
a matutina incluindo jovens e adultos.

4
No Pós-cativeiro - Nos dias de Esdras e Neemias, lemos que quando o
povo voltou do cativeiro, um grande avivamento espiritual teve lugar
entre os israelitas. Esse despertamento teve origem numa intensa
disseminação da Palavra de Deus e incluindo um vigoroso ministério de
ensino bíblico. É dessa época que temos o relato do primeiro movimento de
ensino bíblico metódico popular similar ao da nossa Escola Dominical de hoje.
O capítulo 8 do livro de Neemias dá um relato de como era a escola
bíblica popular de então – ou como chamamos hoje: Escola Dominical.
Esdras era o superintendente (Ne 8.2); o livro-texto era a Bíblia (v.3); os
alunos eram homens, mulheres e crianças (v.3 ; 12.43). Treze auxiliares
ajudavam a Esdras na direção dos trabalhos (v. 4) e outros treze serviam
como professores ministrando o ensino (vv. 7,8). O horário ia da manhã ao
meio-dia (v. 3). Afirmar o versículo 8 que os professores liam a Palavra de
Deus e explicavam o sentido para que o povo entendesse. É certo que aí há
um problema linguístico envolvido (o povo falando o aramaico ao retorno do
exílio), mas o que sobressai mesmo é o ensino da Palavra, patente em todo o
capítulo. Por certo, o leitor gostaria de ter pertencido a uma escola assim,
espiritualmente avivada.
O resultado desse movimento de ensino da Palavra foi a operação do
Espírito Santo em profundidade no meio do povo, conforme atesta todo o
capítulo 9 e os subsequentes do livro de Neemias. É o cumprimento da
promessa de Deus em Isaías 55.11.

EPISCOPADO Página 36
5
Nos dias de Jesus. Jesus foi o Grande Mestre, glorificando assim a
missão de ensinar. Das 90 vezes, Ele é chamado de “Mestre”. Grande
parte do ministério de nosso Senhor foi ocupado com o ensino (Ver
Mateus 4.23; 9.35; Lucas 20.1). Sua última comissão à Igreja foi “Ide e
ensinai”, (Mt 28.19,20). Sua ordem é clara.
-A quem e onde Jesus ensinava?
 Nas sinagogas (Mc 6.2).
 Em casas particulares (Mc 2.1; Lc 5.17).
 No templo (Mc 12.35).
 Nas aldeias (Mc 6.6).
 Às multidões (Mc 6.34).
 A pequeninos grupos e individualmente (Lc 24.27; Jo caps. 3 e 4).

O ministério de Jesus era Tríplice: Ele pregava, ensinava, e operava


milagres. Era, pois, um ministério de poder. Pela pregação Ele anunciava as
boas – novas de salvação; manifestava seu poder, sua divindade e glorificava
ao Pai. Esse mesmo ministério tríplice foi ordenado e confiado á Igreja (Mt
28.19; Mc 16.15,18).
Seus apóstolos também ensinavam (Mc 6.30; At 5.21).

Aplicação.
É evidente que se a Igreja de hoje cuidasse devidamente do ensino
bíblico junto às crianças e novos convertidos teríamos uma igreja muito
maior. Pecadores aos milhares convertem-se, mas poucos permanecem porque
lhes falta o apropriado ensino bíblico que lhes alimente a fé. Falta-lhes raiz ou
base espiritual sólida e profunda. A planta da parábola morreu, não porque o
sol crestou-a, mas, principalmente porque não tinha raiz (Mt 13.6).

6
Nos dias da Igreja. Após a ascensão do Senhor, os apóstolos e
discípulos continuaram a ensinar. A igreja dos dias primitivos dava muita
importância a esse ministério (At 5.41,42).
São Paulo, um grande mestre, foi bastante usado por Deus nesse
mister. Nos seus escritos há alimento, tanto para adultos como para crianças
de todas as idades. Ele e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo
ensinando na igreja em Antioquia (At 11.26). Em Éfeso, ficou três anos
ensinando (At 20.20,31). Em Corinto, ficou um ano e seis meses (At 28.31).
Mais tarde vemos que a marcha do ensino bíblico na Igreja sofreu
solução de continuidade, devido a males que penetraram no seio da mesma.
Houve calmaria devido a males que penetraram no seio da mesma. Houve
CALMARIA. A igreja ficou estacionária. Ganhou fama, mas, perdeu poder.
Abandonou o método prescrito por Jesus: o de pregar e ensinar. Sobreviveram
a seguir as densas trevas espirituais da Idade Média.
Muitos séculos depois, veio a Reforma Religiosa e com ela a imperiosa
necessidade de ensino bíblico para instruir os crentes, consolidar o
movimento e garantir sua prossecução.
-Os líderes da Reforma dedicaram especial atenção ao preparo de líderes de
instrução religiosa, bem como reuniões destinadas a esse mister. Eles sabiam
que o trabalho não consistia somente em pregar, mas também em instruir
espiritualmente.
EPISCOPADO Página 37
IMPORTANTE
Tanto o pregador como o professor usam a Palavra de Deus, mas
os ministérios são diferentes. O pregador anuncia ou expõe o Evangelho,
a Palavra de Deus. Assim fazendo, ele lança a rede e as almas perdidas
são ganhas para Jesus. Já o professor, sua missão é instruir, simplificar
as verdades bíblicas, ilustrá-las, dissecar o texto bíblico e repetir os
ensinos bíblicos até que todos entendam as verdades que ele deseja
transmitir. O professor da Escola Dominical deve lembrar-se que ensinar
não é pregar. Diante de sua classe, ele não é orador, e sim PROFESSOR.

A igreja de hoje nunca deverá esquecer a amargura e desastrosa


decorrência do descuido e abandono da instrução religiosa das crianças dos
tempos que precederam a tenebrosa IDADE MÉDIA.

7
A fase atual – A Escola Dominical Moderna.
O Movimento religioso que nos deu a Escola dominical como a temos
hoje, começou em 1780, na cidade de Gloucester; no sul da Inglaterra.
O fundador foi o jornalista evangélico (episcopal) Robert Raikes, de 44
anos, redator do Gloucester journal. Raikes foi inspirado a fundar a Escola
Dominical ao sentir compaixão pelas crianças de sua cidade, perambulando
pelas ruas, entregues à delinquência, pilhagem, ociosidade e ao vício, sem
qualquer orientação espiritual.
Ele, que já há 15 (quinze) anos trabalhava entre os detentos das prisões
da cidade, pensou no futuro daquelas crianças e decidiu fazer algo em seu
favor, a fim de que mais tarde elas também não fossem para a cadeia.
Procurava as crianças em plena rua e em casa dos pais e as conduzia ao local
da reunião, fazendo-lhes apelos para que todos os domingos estivessem ali
reunidas. O início do trabalho não foi fácil.
Outro grande promotor da Escola Dominical então incipiente foi o
batista londrino William Fox, trabalhando harmoniosamente com Raikes.

As diretrizes
De acordo com as diretrizes de Raikes, nas reuniões dominicais, além do
ensino das Escrituras, era também ministrado às crianças rudimentos de
linguagem, aritmética e instrução moral e cívica. O ensino das Escrituras
consistia quase sempre de leitura e recitação. Em seguida, teve início a prática
de comentar os versículos lidos. Muito depois é que surgiu a revista da Escola
Dominical, com lições seguidas e apropriadas.

Oposição
Raikes enfrentou oposição. As igrejas da época encararam o surgimento
da Escola Dominical como uma inovação e coisa desnecessária. Os mais
zelosos (?) acusavam Raikes de “pronadador do domingo”. Diziam os seus
oponentes que reuniões de crianças mal comportadas, no templo, era uma
profanação.
Raikes não tomava conhecimento disso e a obra tomava vulto. O Jornal
do qual ele era redator foi uma coluna forte na defesa e apoio da novel

EPISCOPADO Página 38
instituição, publicando extensa série de artigos sob o título: A Escola
Dominical, reproduzidos nos Jornais londrinos.
-Foi assim o começo da Escola Dominical – o começo de um dos mais
poderosos movimentos da HISTÓRIA DA IGREJA.

FATOS HISTÓRICOS

Ao fundar a primeira Escola Dominical em 20 de julho de 1780, Raikes


estabeleceu o seguinte: desenvolver inicialmente uma fase experimental de 3
(três) anos de trabalho. Após isso, conforme os frutos produzidos, ele
divulgaria ao mundo tudo sobre o trabalho em andamento.
Mal sabia Raikes que estava lançando os fundamentos de uma obra
espiritual que atravessaria os séculos e abarcaria o globo, chegando até nós, a
ponto de ter hoje dezenas de milhões de alunos e professores, sendo a maior e
mais poderosa agência de ensino da Palavra de Deus de que a Igreja dispõe.
Nessa fase experimental (1780-1783) Raikes fundou 7 Escolas
Dominicais somente em Cloucester, tendo cada uma 30 alunos em média.
Foi no dia 3 de novembro de 1783 em que Raikes triunfalmente
publicou em seu jornal a transformação ocorrida na vida de suas crianças. Até
hoje, 3-11-1783 é considerado como o dia natalício da Escola Dominical.
Os benditos e abundantes resultados causaram tal impacto no modo de
vida da sociedade, que um ano após (1784), Raikes era o homem mais popular
da Inglaterra. No ano seguinte (1785) ele organizou a primeira União de
Escolas Dominicais, em Gloucester.
Agora, as igrejas passaram a dar apoio ao trabalho de Raikes. A Escola
Dominical passou das casas particulares para os templos, os quais passaram
a encher-se de crianças.

Veja esses fatos:


 Antes de Raikes já havia reuniões similares de instrução bíblica, é
evidente, mas foi ele quem, usado por Deus, popularizou e dinamizou o
movimento. Por sua vez, o atual sistema de escolas públicas gratuitas
inspirou-se no movimento da ESCOLA DOMINICAL;
 Durante muito tempo, só crianças frequentavam a Escola Dominical.
Os adultos ingressaram depois. Hoje, em inúmeros lugares, ocorre o
inverso: quase só adultos são beneficiados, ficando as crianças em
último plano;
 Em 1784, isto é, quatro anos após o início do movimento, a Escola
Dominical já contava com 250 mil alunos matriculados;
 A Escola Dominical é hoje um dos fatores de promoção do reino de
Deus e dos destinos do mundo, através dos cidadãos nela formados.
Atualmente, o número de alunos em todo o mundo é estimado em 145
milhões, e 10 milhões de professores.

Q uem diria que um começo tão humilde como aquele de 1780, através do
irmão Raikes, chegasse a tão elevado dividendo?
-Veja o que diz a Bíblia (Zc 4.10) “... Quem desprezará o dia das coisas
pequenas?”.

EPISCOPADO Página 39
A ESCOLA DOMINICAL NO BRASIL

“Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor,


e ele deleita-se no seu caminho” Sl 37.23

A Escola Dominical teve início entre nós em 19 de agosto de 1855 na


cidade de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. O fundador foi o missionário
Robert Kalley e sua esposa, Dª Sarah Poulton Kalley, da Igreja Congregacional.
Eram escoceses. Ele fora um médico ateu. Depois foi salvo sob circunstâncias
especiais e, chamado por Deus, entregou-se à obra missionária.
Na primeira reunião da Escola Dominical no Brasil, que teve lugar em
Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, na data acima, a frequência foi de 5
(cinco) crianças... Essa mesma Escola Dominical deu origem à Igreja
Congregacional no Brasil. Desde então, o crescimento da Escola Dominical no
Brasil tem sido MARAVILHOSO.
Houve, sim, reuniões de Escola Dominical antes de 1855, no Rio de
Janeiro, porém, em caráter interno e no idioma inglês, entre os membros da
comunidade americana.

As primeiras Reuniões
Remontando ao passado, as primeiras reuniões de instrução bíblica no
Brasil, do ponto de vista evangélico, ocorreram durante a permanência aqui,
dos crentes calvinistas que desembarcaram na Guanabara em 1557. Nessa
ocasião realizaram o primeiro culto evangélico em terras do continente
americano, em 10 de março do mesmo ano.

A segunda Fase
A segunda fase de tais reuniões deu-se durante o domínio holandês no
Nordeste, a partir de 1630, por crentes da Igreja Reformada Holandesa,
quando vários núcleos evangélicos foram estabelecidos naquela região. Na
mesma época foram realizados cultos na Bahia, por ocasião da primeira
invasão holandesa. Tudo isso cessou com o fim dos mencionados domínios
(em 1650) e a feroz campanha de extinção movida pela Igreja Romana de
então.

Ela veio para ficar


Mas em 1855, a Escola Dominical veio para ficar. E ficou! E avançou
como fogo em campo aberto, impelida pelo zelo de milhares de seus obreiros,
inflamados pelo Espírito Santo!
Sim, desde então, vem a Escola Dominical crescendo sempre entre todas
as denominações, e onde quer que estas cheguem, a Escola Dominical é logo
implantada, produzindo sem demora seus excelentes resultados na vida dos
alunos, na igreja, no lar, na comunidade, e refletindo tudo isso na nação
inteira.
Foi assim o COMEÇO da Escola Bíblica Dominical – começou de um dos
mais poderosos avivamentos da história da Igreja.

EPISCOPADO Página 40
Eis um Lembrete
Lembremo-nos, a Escola Dominical nasceu como um movimento entre
as crianças. Depois é que os adultos ingressaram. Lembremo-nos ainda que a
ordem de Jesus “Ide a toda criatura”, inclui as crianças, que são pequenas
criaturas.

IMPORTANTE
O Brasil defronta-se hoje com problemas espirituais, sociais e
morais idênticos aos que precederam a fundação da Escola Dominical na
Inglaterra, mormente no que tange a delinquência juvenil e desagregação
da família. A solução cabal para esses males que tanto preocupam o
governo e as autoridades em geral, está na regeneração espiritual
preconizada na Palavra de Deus, através da Escola Dominical.
A Igreja de Deus precisa, pois, explorar todo o potencial da Escola
Dominical, como agência de ensino da Palavra de Deus e evangelização
em geral.
.

CERIMÔNIAS

Talvez seja um tanto difícil para um pregador não litúrgico do evangelho,


efetuar cerimônias eclesiásticas. No entanto, isto faz parte de seu dever e
ministério diário, e deveria familiarizar-se com todas as cerimônias que a um
ministro é chamado a realizar, aprendendo a oficiá-las com dignidade e
correção.
As pessoas em favor das quais tais cerimônias são realizadas,
consideram-nas como momentos relevantes em suas vidas. Delas participam
com profundo respeito e reverência. Se não as realizarmos nesse espírito de
reverência, elas perderão o propósito e os benefícios para os quais foram
instituídos.

EPISCOPADO Página 41
1.O CASAMENTO
O casamento é uma instituição divina, constituída no princípio, antes da
formação da sociedade humana. O Criador fez o homem e dele tirou a mulher,
e ordenou o casamento condição indispensável para perpetuar a raça humana
(Gn 1.27,28.
Deus implantou no homem desejos e efeitos que se estenderam a todas
as criaturas humanas; fez do casamento uma influência nobilitante, que
poderosamente contribui para o desenvolvimento de uma existência completa
no homem e na mulher.
Declarou que não era bom que o homem estivesse só, e deparou-lhe um
adjutório igual a ele (Gn 2.18).

A Monogamia
A monogamia é o ideal divino. O Criador instituiu o matrimônio com a
união de um homem e uma mulher (Gn 2.18-24; Mt 19.5). O número de
homens e de mulheres é praticamente igual em uma nação. O casamento
estabelece relações permanentes (Mt 19.6). O Criador indicou a permanência
destas relações, fazendo com que os afetos entre o marido e a mulher, cresçam
na proporção dos anos que passam, processo muito natural, em condições
normais.

EPISCOPADO Página 42
Os fins morais exigem que estas relações sejam permanentes. A
fidelidade do marido e da mulher no cumprimento de seus deveres,
intimamente ligados às suas recíprocas relações e a criação dos filhos nos
princípios da obediência e da virtude, são indispensáveis para se atingirem os
fins morais do matrimônio.

É O CASAMENTO A ESCOLHA MAIS IMPORTANTE DA NOSSA VIDA?

1. A escolha mais importante a ser feita em toda nossa vida é a de aceitar


e seguir a Cristo como nosso Salvador e Senhor. Por sua natureza e por
seu alcance esta é a escolha número 1;
2. A segunda escolha também de suma importância na vida, deve ser a de
um companheiro conjugal. É aqui que entra a importância do
casamento.

O casamento é importante. Foi ele a primeira instituição divina na terra;


é, portanto, a instituição mais antiga e de maior efeito em nossa existência
quando sabiamente dirigida.
Assim, todos os cristãos adultos, que pretendem casar, devem pensar
seriamente nisso, visto que o casamento não é uma brincadeira, como muitos
possam imaginar.

UMA UNIÃO SAGRADA

O homem foi a única criatura que Deus criou, que no princípio vivia
sozinho no Jardim do Éden. Todos os animais foram criados aos pares, macho
e fêmea; mas, o homem, não, no princípio. Sozinho, o ser humano foi criado à
imagem de Deus (Gn 1.26), e foi feito alma vivente destinado a viver
eternamente (Gn 2.7).
Uma simples parceria seria incapaz de suprir as necessidades orgânicas,
emocionais e sociais de um homem, tal como fora criado por Deus. Por esta
razão, ao formar a mulher e entregá-la ao homem, Deus proveu no sentido de
que eles fossem mais do que parceiros: fossem companheiros.

ANTES DE CASAR

É muito importante que os jovens saibam que Deus estabeleceu padrões


de comportamento pré-matrimonial.
Durante a passagem da infância para a adolescência, significativas
transformações ocorrem no corpo e na mente do homem e da mulher.
Juntamente com as mudanças físicas e psíquicas vêm novos interesses,
desejos e sentimentos os mais diversos. Não há nada anormal nisto, nem
pecaminoso. De fato, isto faz parte do plano de Deus relacionado à preparação
do ser humano para o CASAMENTO.

Por que conservar-se Puro?

EPISCOPADO Página 43
Deus quer que o homem e a mulher se conservem puros, por duas
razões, pelos menos:
1. Ele quer habitar em Seus filhos;
2. Devido aos filhos que deverão ser concebidos somente após o
matrimônio.

Deus quer um “templo” puro no qual possa habitar. Sim, os nossos


corpos são templos os quais Deus escolheu para a Sua santa habitação (I Co
6.15-20).

Como Conservar-se Puro?


O homem e a mulher podem alcançar o padrão divino quanto ao
comportamento antes do casamento, mediante 4 (quatro) maneiras:
1. Controlando os seus sentimentos (I Tm 3.2);
2. Controlando os seus pensamentos (Fp 4.8);
3. Vencendo as tentações (Tg 4.7,8);
4. Dependendo inteiramente de Deus (ICo 6.9-11).

A autodisciplina é parte integrante do amadurecimento do homem; ela é


indispensável a um casamento feliz. E Deus dá muitas oportunidades para o
desenvolvimento desta característica durante o tempo de preparação para o
casamento.

Para a efetuação do Casamento


Para estarem habilitados civilmente para o matrimônio, os noivos devem
estar munidos dos documentos civis exigidos pela lei. Devem possuir suas
Certidões de Nascimento, o principal documento exigido pelo Cartório. Os
noivos devem lembrar-se que, para que o seu matrimônio tenha validade legal,
necessário se faz que eles satisfaçam as exigências da lei, não só apresentando
em cartório os documentos exigidos, mas também se fazendo acompanhar de
Testemunhas idôneas.
Em decorrência dessas observâncias o homem dá à esposa, e no futuro
aos próprios filhos, o seu nome, e assegura-lhes a proteção sob as leis do país.
LEMBRETE
É bom lembrar que todas as exigências civis devem ser cumpridas antes
da cerimônia religiosa. Nesta ocasião os noivos fazem, publicamente, votos
entre si, perante Deus e perante as demais pessoas presentes. Prometem
amar, honrar, proteger e serem fiéis mutuamente, até que a morte os separe.
Estes votos deverão ser proferidos perante um ministro ordenado, que, após
ouvi-los e declarar aos noivos suas responsabilidades mútuas, os declara
marido e mulher, rogando as bênçãos de Deus sobre o novo par.
A cerimônia perante a igreja indica que o casamento foi divinamente
instituído e que os cônjuges buscaram a ajuda e orientação de Deus para suas
vidas e o estabelecimento do seu lar perante um ministro de Deus.

O Planejamento
O planejamento do casamento é necessário por várias razões. Os noivos
devem ter idade suficiente para assumirem as responsabilidades do
matrimônio. Devem ter em mente que casamento não é brincadeira.

EPISCOPADO Página 44
 O marido deve ter um emprego ou outro meio de vida assegurado;
 deve (o marido) estar disposto a sustentar a esposa e filhos, que do
casamento resultarão;
 A mulher deve saber cuidar do lar, ser prestimosa e estar devidamente
preparada para criar os filhos na doutrina e disciplina do Senhor.

É bom alvitre que antes do casamento os noivos sejam devidamente


orientados por um conselheiro qualificado em aconselhamento pré-nupcial,
quanto aos diversos aspectos da vida a dois. Uma consulta médica para
verificação das condições físicas de ambos, é parte de um bom preparo.
Juntos, noivo e noiva devem abordar e esclarecer as ideias sobre coisas
tais como: religião, finanças, filhos, amigos, interesses e comportamento.
Devem adquirir e ler bons livros apropriados à preparação de si mesmos e do
futuro lar. Esclarecimentos sobre determinados assuntos, antes do casamento,
podem evitar possíveis transtornos no futuro, muitos dos quais com
consequências desagradáveis.

A CERIMÕNIA
Os noivos estarão juntos, de pé, diante do ministro, o noivo à direita da noiva.
-Dirigindo-se à igreja, o ministro dirá:
 “Estamos reunidos na presença de Deus e destas testemunhas para solenizar
diante de Deus o casamento deste homem e desta mulher”;
 “O casamento é um estado honroso estabelecido pelo próprio Deus, e
santificado pela presença de nosso Senhor nas bodas de Cana da Galileia. As
Sagradas Escrituras nos dizem que digno de honra entre todos é o casamento,
e o consagram como símbolo da união mística entre Cristo e sua Igreja”;
 “O casamento deve ser contraído com reverência e no temor de Deus,
considerando-se os fins para os quais ele foi ordenado, isto é, para o
companheirismo, o apoio e o consolo que os esposos devem proporcionar um
ao outro enquanto viverem”;
 “O casamento foi ordenado para dar continuidade à sagrada instituição da
família, e para que os filhos, que são herança do Senhor, sejam criados em
retidão e respeito às coisas de Deus. O casamento contribui também para o
bem-estar da sociedade e para transmitir – mediante a boa ordem familiar – a
pureza, a santidade e a verdade de geração em geração”;
 “No jardim do Éden, Deus instituiu essa união à partir do primeiro casal
humano, a fim de tornar feliz toda a humanidade. Desde então os seres
humanos o têm praticado e, para dar-lhe consistência, o têm legalizado. Pode-
se dizer que o casamento é o contrato jurídico de uma união espiritual”;
 “A Palavra de Deus expressa que o casamento deve ser „digno de honra entre
todos” (Hb 13.4). Aqueles que se casam decidiram aceitar este estado
honroso‟.

-Em seguida o ministro dirigirá à Deus a seguinte oração:


 “Nosso Deus e nosso Pai, nenhum dos nossos prazeres será perfeito se tu não
o tornares completo. Faltará algo sublime em nossas horas mais felizes se tu
não nos acompanhares com tua bênção. Suplicamos-te, pois, que assim como
o Senhor Jesus esteve presente nas bodas de Cana da Galileia, assim também

EPISCOPADO Página 45
nós possamos desfrutar do gozo de tua divina presença agora, durante esta
cerimônia”;
 “Pedimos que a bênção de tua presença seja uma realidade na vida deste
homem e desta mulher, que vão fazer um juramento solene diante de ti e
destas testemunhas, de modo que a lembrança desta hora santa os fortaleça e
os console em meio a plenitude de tua presença seja uma realidade em todas
essas situações, ó Senhor, e manifesta a tua sabedoria, o teu amor e a tua
direção neste casamento. Amém”.

LEITURA BÍBLICA

-Dirigindo-se aos noivos, o ministro dirá:


 “Vocês vieram a mim, ministro de Cristo, para serem unidos diante de Deus,
pelos santos laços do matrimônio. Isto representa um passo sério e solene,
onde um assume perante o outro o compromisso de enfrentar as
circunstâncias que se lhes apresentarem, sejam elas de riqueza ou de
pobreza, de alegria ou de tristeza, de saúde ou de enfermidade, e
compartilharem tudo o que a vida dá e tudo o que ela tira, mantendo a
fidelidade de um para com o outro, como esposo e esposa, conforme o que foi
ordenado por Deus, até que a morte os separe”;
 “Ouçam, pois, a Palavra de Deus, escrita para a instrução de vocês, e para que
vocês tenham luz em seu caminho”.

-O ministro lerá as seguintes passagens bíblicas:


1. (Ef 5.25-33);
2. (I Pe 3.7);
3. (Ef 5.22-24);
4. (I Pe 3.1).

VOTOS

-Dirigindo-se ao noivo, o ministro perguntará:


 “Irmão ... (nome do noivo), você promete, diante de Deus e destas
testemunhas, receber ... (nome da noiva), como sua legítima esposa para viver
com ela, conforme o que foi ordenado por Deus, na sua santa instituição do
casamento? Promete amá-la, honrá-la, consolá-la e protegê-la na enfermidade
ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel a ela
enquanto os dois viverem?”

O noivo responderá: “Sim, prometo”.

-Dirigindo-se à noiva, o ministro perguntará:


 “Irmã ... (nome da noiva), você promete, diante de Deus e destas testemunhas,
receber ... (nome do noivo), como seu legítimo esposo para viver com ele,
conforme o que foi ordenado por Deus, na sua santa instituição do
casamento? Promete amá-lo, honrá-lo, respeitá-lo, ajudá-lo e cuidar dele na
enfermidade ou na saúde, na prosperidade ou na adversidade, e manter-se fiel
a ele enquanto os dois viverem?”
A noiva responderá: “Sim, prometo”.

EPISCOPADO Página 46
ENTREGA DAS ALIANÇAS

-Na entrega das alianças, o ministro dirá:


 “Irmão ... (nome do noivo, que penhor você dará a irmã ... (nome da noiva)
como testemunho de suas promessas?”

O noivo porá a aliança sobre a Bíblia do ministro,


-e o ministro, segurando a aliança, dirá ao noivo que repita as seguintes
palavras:
 “Usando esta aliança como símbolo de nossa união, eu me caso contigo,
unindo a ti meu coração e a minha vida, e tornando-te participante de todos
os meus bens”.

Entregando a aliança ao noivo para que ele a coloque no dedo anular


(esquerdo) da noiva,
-o ministro dirá ao noivo:
 “Que esta aliança seja o símbolo puro e imutável do seu amor”.

Em seguida,
-O ministro dirá à noiva:
 “Irmã ... (nome da noiva), que penhor você dará ao irmão ... (nome do noivo)
como testemunho de suas promessas?”

A noiva colocará a aliança sobre a Bíblia do ministro,


-e este, segurando a aliança, dirá à noiva que repita as seguintes palavras:
 “Usando esta aliança como símbolo de nossa união, eu me caso contigo,
unindo a ti o meu coração e a minha vida, e tornando-te participante de todos
os meus bens”.

Entregando a aliança à noiva para que ela a ponha no dedo anular (esquerdo)
do noivo,
-o ministro dirá à noiva:
 “Que esta aliança seja o símbolo puro e imutável do seu amor”.

ORAÇÃO

Em seguido os noivos se ajoelharão,


-e o ministro dirá:
 “Como sinal de fidelidade às promessas que vocês fizeram um ao outro,
segurem agora a mão um do outro”.

O ministro colocará a mão direita sobre as mãos unidas dos noivos,


-e orará, fazendo a Deus os seguintes pedidos:
 “Deus eterno, Criador e Consolador do gênero humano, Doador de toda a
graça espiritual, e Autor da vida eterna: Abençoa este homem e esta mulher, a
quem abençoamos em Teu nome, a fim de que eles vivam sempre em paz e em
amor, conforme teus santos mandamentos, e conduzindo o lar e a vida deles
de acordo com tua Santa Palavra, através de nosso Senhor Jesus Cristo”;
 “Rogamos-te, ó Deus Todo-poderoso, que continues a ser Salvador e guia de
suas almas imortais, par que, mediante a redenção de nosso Senhor Jesus
Cristo, alcancem a glória eterna. Amém”.

EPISCOPADO Página 47
PRONUNCIAMENTO

-Dirigindo-se à igreja, o ministro dirá:


 “Visto que os irmãos ... e ... (nome dos noivos) consentiram ambos em
ingressar no estado de matrimônio, diante de Deus e destas testemunhas,
havendo ambos dado e empenhado sua fé e palavra um ao outro, o que
manifestaram pela união das mãos, eu, Ministro do Evangelho e do Senhor
Jesus os declaro marido e mulher, casados em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém”;
 “Aqueles aos quais Deus uniu, nenhum homem os separe”.

BÊNÇÃO PASTORAL

-O ministro colocará a mão direita sobre as mãos dos noivos e dirá:


 Que o Deus Todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo vos abençoe, vos guarde e
vos mantenha firmes. Que o Senhor, em sua misericórdia, volte para vós seus
olhos de harmonia e vitória, e de tal maneira vos encha de sua graça e bênçãos
espirituais, que possais viver neste mundo em seu santo temor, e no mundo
vindouro possais gozar da vida celestial e eterna. AMÉM”.

2.A SANTA CEIA DO SENHOR

A Ceia do Senhor, consistente do pão e do suco de uva, constitui


um símbolo que expressa nossa participação da natureza divina
de nosso Senhor Jesus Cristo, (II Pe 1.4); uma memória de Seus
sofrimentos e de Sua morte (I Co 11.26); e a profecia de Sua
segunda vinda (I Co 11.26). Todo o crente deve participar da
Ceia do Senhor até que Ele venha.

EPISCOPADO Página 48
O
Senhor Jesus instituiu duas ordenanças a serem observadas pela
igreja, o batismo, ordenança observada uma só vez por todo indivíduo,
como sinal de sua vida cristã, e a outra é a Santa Ceia , ordenança que
deve ser observada repetidamente por toda a vida de um cristão, como sinal de
comunhão contínua com CRISTO.

A MANEIRA QUE JESUS INSTITUIU

Jesus instituiu a Santa Ceia da seguinte maneira:


“Enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu, e
o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A
seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos,
dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da
[nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de
pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto
da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no
reino de meu Pai. E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das
Oliveiras” (Mt 26.26-29).
Paulo acrescenta as seguintes afirmações da tradição que recebeu (I Co 11.23):
“Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o
beberdes, em memória de mim” (II Co 11.25).

O SIGNIFICADO DA CEIA DO SENHOR

O significado da Ceia do Senhor é complexo, rico e pleno. Há vários


aspectos simbolizados e afirmados na Ceia do Senhor:

1.A morte de Cristo – Quando participamos da ceia do Senhor há nisso


um símbolo da morte de Cristo, pois nossas ações ali formam um quadro de
sua morte por nós.
Quando partido, o pão simboliza o partir do corpo de Cristo e, quando
derramado (bebido), o cálice simboliza o derramar do sangue de Cristo em
nosso favor. Essa é a razão por que participar da ceia do Senhor é também
uma espécie de proclamação: “porque, todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Co 11.26);

2.Alimento espiritual – Assim como o alimento comum nutre o nosso


corpo, também o pão e o vinho da ceia do Senhor nos alimentam. Mas eles
também representam o fato de que há alimento e refrigério espirituais que
Cristo está concedendo à nossa alma – de fato, a cerimônia que Jesus
instituiu, por sua própria natureza, tem a finalidade de ensinar-nos isso.
-Jesus afirmou:
“Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu
sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e
EPISCOPADO Página 49
beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é
verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue
permanece em mim, e eu nele. Assim como o pai, que vive, me enviou, e
igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por
mim viverá” (Jo 6.53-57).

3.A unidade dos cristãos – Quando os cristãos participam juntos da ceia


do Senhor dão também um sinal nítido de unidade de uns para com os outros.
Na verdade (I Co 10.17).
Quando reunimos esses elementos, começamos a reconhecer um pouco
da riqueza do significado da ceia do Senhor: quando participo entro na
presença de Cristo; lembro-me de que ele morreu por mim; participo dos
benefícios da sua morte; recebo alimento espiritual; e estou unido a todos os
outros cristãos que participam desta ceia.
-Que grande motivo de gratidão e de alegria deve ser encontrado na CEIA DO
SENHOR!

Alguns Lembretes:
 O pastor deve anunciar com a devida antecedência o culto de Santa
Ceia, exortar os crentes a atentarem para a preparação espiritual, e
avisar aos não-convertidos para não participarem (do pão e vinho);
 O pastor também deve anunciar que tanto ele como os demais
obreiros estão dispostos a ajudar espiritualmente a quem lhes pedir.
Depois da exortação, convém que todos se entreguem à oração e à
meditação diante de Deus;
 Devido ao fato de esta cerimônia ser estritamente de caráter
espiritual e exclusivamente para os crentes, deve ser celebrada de
preferência em um culto quando todos os irmãos estiverem reunidos, e
não em um encontro comum de evangelização. Deste modo haverá
maior liberdade para se entrar em íntima comunhão com o Senhor;
 O pastor deve explicar antecipadamente a ordem do culto àqueles que
o tiverem ajudando a repartir o pão e o vinho.

A CERIMÔNIA
Para dar início à cerimônia da Santa Ceia,
-o ministro se aproximará da mesa preparada antecipadamente. Pedirá aos
diáconos ou às pessoas designadas para esta solenidade, que venham juntar-
se a ele diante da mesa.
Depois que o ministro tiver se aproximado da mesa e os seus auxiliares
estiverem ao seu lado,
-ele (o ministro) fará a Deus uma oração, pedindo a sua benção sobre o pão
e o vinho.

EPISCOPADO Página 50
-Em seguida, os irmãos que ali estão designados para reparti-los
distribuirão o pão,
-e em seguida o vinho, entre as demais pessoas que ali estão reunidas,
participando desta santa solenidade.

Antes de comer o pão, o ministro lerá:


“Pois eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na
noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, o partiu e disse:
Isto é o meu corpo que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim”
(I Co 11.23-24).
E o ministro dirá:
 “Comamos todos o pão”.

Da mesma maneira o ministro lerá:


“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a
Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em
memória de mim. Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este
cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Co 11.25,26).

E o ministro dirá:
 “Bebamos todos o vinho”.

Após ter bebido o vinho e ter tido um momento de meditação e adoração ao


Senhor,
-O ministro lerá:
 “Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (I Co 11.26);
 “A Palavra de Deus diz que depois que Cristo e os seus discípulos
comeram do pão e beberam do vinho, celebraram assim a primeira Ceia do
Senhor, e cantaram um hino antes de retirar-se do aposento alto” (Mt
26.30; Mc 14.26).
Para finalizar, será cantado um hino ou um corinho.

3.APRESENTAÇÃO DE CRIANÇAS

N
as Escrituras Sagradas não há nenhum ensinamento ou exemplos que
autorizem o batismo de crianças. Conforme ensinamento do NT, o
candidato ao batismo deve ter se arrependido de seus pecados (At 2.38),
e ter crido em Jesus Cristo (At 8.37).

EPISCOPADO Página 51
Aqueles que ainda não podem fazer o uso completo da razão, não estão
em condições de cumprir esses dois requisitos. As crianças estão nesta
condição.
Por outro lado, as Escrituras ensinam acerca da apresentação pública
das crianças a Deus, durante a qual pedimos ao Senhor que abençoe as
crianças e a vida que elas terão pela frente.
Quando assim procedemos, estamos seguindo a prática admitida pela
igreja de todos os tempos. Não é o batismo em água, e sim uma apresentação
de crianças a Deus, uma ação de graças e de fé, uma súplica pela bênção
divina.

A CERIMÔNIA
HINO OU CORINHO

Enquanto os pais caminham até a frente com a criança, um hino ou corinho


apropriado será cantado. Uma sugestão: o corinho do hino 5 (harpa cristã):
“Eu tudo à Deus consagro, em Cristo o vivo altar; ó desce, fogo santo, do céu vem tu selar!”.

LEITURA BÍBLICA

-O ministro descerá do púlpito para encontrar-se com os pais da criança, e


fará a leitura bíblica (I Sm 1.20,24-28; 3.19).

Em seguida comentará:
 “O AT também nos dá sábios conselhos a respeito da educação de crianças:
Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer
não se desviará dele” (Pv 22.6);
 “No NT lemos a respeito de Cristo, que ao completar 8 (oito) dias de
nascido, (segundo a lei de Moisés), levaram-no a Jerusalém para o
apresentar ao Senhor... Havia em Jerusalém um homem cujo nome era
Simeão; este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de
Israel, e o Espírito Santo estava sobre ele... ele então o tomou nos braços, e
louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, despede em paz o teu servo,
segundo a tua palavra, pois os meus olhos já viram a tua salvação... O pai
e a mãe do menino admiraram-se das coisas que dele se diziam... E o
menino crescia, e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de
Deus estava sobre ele” (Lc 2.22,25,28-30,33,40).

PACTO

Dirigindo-se aos pais,


-O ministro dirá:
 “Irmãos, estamos aqui reunidos neste momento solene e de muita
felicidade. Da mesma forma como Maria e Ana nos tempos bíblicos, vocês
trouxeram esta criança ao templo do Senhor para apresentá-la a Deus.
Vocês já conhecem as palavras do Mestre: Deixai os pequeninos, e não os
impeçais de vir a mim, pois dos tais é o reino dos céus.”;

EPISCOPADO Página 52
 “É correto que vocês tragam esta criança com poucos dias de nascida. O
mistério e maravilha desta nova vida, os faz vir com temos reverente
perante o pai de toda a vida, para que ele lhes dê uma nova mensagem
referente à dignidade da vida e a responsabilidade da paternidade”;
 “O propósito deste ato é ajudá-los, como pais, a apreciar a responsabilidade
de instruir a esta criança nos caminhos do Senhor, para que quando
estiver fazendo uso da razão, escolha o bem sobre o mal e aceite a Jesus
Cristo como seu Salvador Pessoal. Deus tem um propósito para a vida
desta criança. Encontrar este propósito e executá-lo significará o êxito;
rejeitá-lo ou ignorá-lo significará fracasso, não importa quanto nos
considere e aplauda o mundo. É seu privilégio e dever guiar o seu esta
criança dentro da vontade perfeita de Deus para sua vida”;
 “Neste empenho, vocês devem consagrar-se hoje mesmo; para isto vocês
hoje estão dedicando seu filho (ou sua filha) a Deus”;
 “De acordo com o propósito para o qual vocês vieram aqui, devem
responder as seguintes perguntas:”

Ministro: “Vocês estão apresentando esta criança perante Deus para dedicá-la
solenemente ao serviço do Senhor”?

Os pais: “Sim, estamos”

Ministro: “Vocês se dedicarão, como pais desta criança, a instruí-la nos


caminhos do Senhor”?

Os pais: “Sim”.

Ministro: “Prometem instruí-la nos ensinamentos de Jesus Cristo, e guiá-la no


desenvolvimento de um caráter cristão?”

Os pais: “Sim”.

Ministro: “Prometem modelar até onde for possível a vida desta criança,
mediante uma exemplar conduta doméstica, tanto pela palavra como pelo
exemplo, para que na idade apropriada ela aceite a Jesus Cristo, participe da
comunhão dos crentes e realize serviços para a Igreja de nosso Senhor Jesus
Cristo?”

Os pais: “Sim”.

Ministro: “Visto que vocês prometeram diante de Deus e desta congregação


dedicar esta criança a Deus, e o têm afirmado com suas próprias palavras, eu
os exorto a se dedicarem a esta sagrada responsabilidade com sabedoria,
perseverança e santa devoção”.

ORAÇÃO DEDICATÓRIA

“Agora, ó Pai, Criador dos céus e da terra, eu rogo-te pelo bem-estar desta
criança. Livra-a das ciladas do pecado e das enfermidades do corpo. Que à
medida que ela (a criança) for crescendo em idade e em estatura, cresça

EPISCOPADO Página 53
também na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Conceda sabedoria a seus pais para que a criem em seus caminhos, dedicando
esta criança a tua honra e ao teu serviço, em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo. Amém”.

BÊNÇÃO PASTORAL

“O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O


Senhor sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz”.

HINO OU CORINHO FINAL

Uma vez que o ministro tenha terminado de pronunciar estas palavras, a igreja
cantará um hino ou um corinho apropriado.

4.O BATISMO EM ÁGUAS

C
omo Jesus ordenou que a igreja realizasse o batismo (Mt 28.19), é de
esperar que haja bênçãos associadas ao batismo, pois toda a obediência
que os cristãos prestam a Deus lhes traz favor divino.
Essa obediência é especificamente o ato público de confessar Jesus
como Salvador, ato que por si mesmo traz alegria e bênção ao crente.
Além disso, é um sinal da morte e ressurreição do crente com Cristo (Rm
6.2-5; Cl 2.12), e parece natural que o Espírito Santo aja por intermédio desse
sinal para aumentar a nossa fé, a nossa percepção prática da morte para o
poder e o amor do pecado e também para ampliar a nossa experiência do
poder da nossa vida ressurreta em Cristo, vida que todos nós salvos temos.

EPISCOPADO Página 54
A FORMA E O SIGNIFICADO DO BATISMO

A prática do batismo no NT era realizada de um modo: o candidato era


imerso ou posto completamente dentro da água e em seguida retirada. Batismo
por imersão é, portanto, o modo ou a forma pela qual o batismo era realizado
no NT.
-Veja as evidências:
 A palavra baptizo significa “mergulhar, afundar, imergir” algo na
água;
 O sentido “imergir” é adequado e provavelmente exigido para a
palavra nos vários textos do NT (Mc 1.5, 10; At 8.36);
 O simbolismo da união com Cristo em sua morte, sepultamento e
ressurreição parece exigir batismo por imersão.Veja a expressão do
apóstolo Paulo (Rm 6.3,4).

QUEM DEVE SER BATIZADO?

 Aqueles que aceitaram de verdade o Senhor Jesus, como Salvador de


suas vidas;
 Os que dão bom testemunho;
 Somente os regenerados, após um certo tempo.

O candidato deve dirigir-se para o batismo quando for salvo, e não para
ser salvo.

A IDADE NECESSÁRIA PARA O BATISMO

Os que são convencidos pelos argumentos em favor do batismo de


convertidos precisam começar a perguntar: “Com que idade uma criança pode
ser batizada?”.
A resposta mais direta é que a criança deve ter idade suficiente para
fazer uma profissão de fé digna de crédito.
É impossível estabelecer uma idade precisa aplicável a toda criança, mas
quando os pais veem prova convincente de vida espiritual genuína e também
algum grau de compreensão do significado de aceitar Cristo, o batismo é
apropriado.
-Algumas igrejas estabelecem: 11 anos, outras 12 anos, isso, porém, é relativo.

A CERIMÕNIA

PREPARAÇÃO DOS CANDIDATOS

EPISCOPADO Página 55
Como já foi dito anteriormente, somente devem ser batizadas as pessoas
que tiverem reconhecido seu pecado, tiverem se arrependido e aceitado Jesus
Cristo como seu Salvador pessoal.
-O ministro ensinará a estas pessoas as doutrinas cristãs, acompanhando o
texto com um manual de doutrinas bíblicas. Quando estiver convencido da
conversão genuína destes candidatos, ele lhes instruirá sobre a necessidade do
batismo em água.
Antes da cerimônia, o ministro se reunirá com os candidatos aprovados
a fim de prepará-los física e espiritualmente para o batismo, e assegurar deste
modo a solenidade da cerimônia.
-Quanto ao físico, poderá mostrar aos candidatos como cruzar as mãos sobre o
peito no momento antes da imersão na água.
-Quanto ao espiritual, poderá pedir-lhes que assumam o seguinte
compromisso que ele lhes lerá:
 “Mediante o sofrimento expiatório do Senhor Jesus Cristo, temos
estabelecido um relacionamento com Deus, relacionamento que se
chama novo pacto, segundo o qual recebemos o perdão dos pecados e
a vida eterna”;
 “Esta cerimônia de batismo nos lembra nossas obrigações para com
Deus e para com os demais. Portanto, aproveitaremos a
oportunidade para nos consagrar de novo e renovar nossas
promessas. Nós nos comprometemos a trabalhar pelo progresso da
igreja no conhecimento e santidade, para promover sua
espiritualidade e para nos mantermos firmes em seu culto, disciplina
e doutrina”;
 “Quanto ao nosso lar, nós nos comprometemos a manter o culto
doméstico e a oração em casa, a criar os nossos filhos no temor do
Senhor, e a buscar a salvação dos nossos entes queridos e de nossos
conhecidos”;
 “Em virtude de termos um só Senhor que nos une como irmãos em
uma só fé, nós nos comprometemos a velar uns pelos outros em
amor fraternal, a orar uns pelos outros, a nos ajudarmos em tempos
de enfermidades e dificuldades, a sermos corteses em nossa maneira
de falar, a não ofendermos por nada, e a estarmos sempre dispostos
a procurar reconciliação segundo os ensinamentos de nosso Senhor”.

O ministro perguntará aos candidatos:


 “Vocês assumem este compromisso?”

Os candidatos em uníssono responderão:


 “Sim, nós o assumimos, e pela graça de Deus o cumpriremos”.

INSTRUÇÕES PARA O MINISTRO

É costume celebrar um breve culto devocional antes da cerimônia do


batismo. Se o culto for realizado em um lugar público onde estarão reunidas
pessoas não-convertidas, é ideal explicar o plano da salvação e o significado
maravilhoso do BATISMO EM ÁGUAS.

EPISCOPADO Página 56
O ministro orará pelos candidatos e, à medida que tiver dado a cada um
a oportunidade de testificar de sua fé no Senhor Jesus e de sua firme e fiel
determinação de perseverar até o fim, os irá batizando um por um,
-empregando uma das seguintes fórmulas:
 “Irmão (â) ... (nome do candidato), devido ao fato de você já ter crido em
nosso Senhor Jesus Cristo, e o aceitado como seu Salvador pessoal, eu o
(a) batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”;
 “Em obediência à grande comissão, e segundo sua profissão de fé no
Senhor Jesus Cristo, eu te batizo, irmão (ã) ... (nome do candidato), em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”;

Com uma mão o ministro segurará as mãos cruzadas do candidato, e


com a outra o apoiará debaixo da nuca a fim de levantá-lo com segurança da
água. Em seguida o submergirá e o levantará, evitando qualquer atitude que
quebre a solenidade ou provoque risos (Jr 48.10).
Depois que todos tiverem sido batizados, o ministro orará por eles e
despedirá a igreja, a não ser que o batismo esteja sendo celebrado durante
uma das partes preliminares do culto.

PASSAGENS BÍBLICAS PARA O BATISMO

 Mt 3.1-17;
 Mc 1.1-11;
 Mt 28.18-20:
 Mc 16.14-16;
 Cl 2.12;
 Gl 3.27;
 entre outros...

UMA PALAVRA FINAL

F
azemos questão de lembrar aqui aos santos obreiros que estão fazendo
parte deste seminário, e a outros que de alguma forma este manual
chegou em mãos que, estas formas de ministrar cerimônias não são
únicas; há porém, muitos ministros que, sem seguir basicamente estas
“regras” são eficazes em seu desempenho. É apenas uma SUGESTÃO.
-de vosso irmão e companheiro de ministério;

MARCOS EMMANUEL - Reitor da Faetesp

EPISCOPADO Página 57
BIBLIOGRAFIA

Riggs, M. Ralph, o Guia do Pastor, 3ª Edição, 1980.


Editora Vida;
Manual do Ministro. Editora Vida, 2003;
Hoover, Mary. A família Cristã, 4ª Edição, EETAD;
Davis, John D. Dicionário da Bíblia, Juerp;
Douglas, J.D.o Novo Dic. da Bíblia, Edições Vida Nova;
Grudem, Wayne. Teologia Sistemática, Edições Vida Nova,
1999;
Nelson, P.C. Doutrinas Bíblicas, Editora Vida, 1975;
Gilberto, Antônio. Manual da Esc. Dominical. CPAD. 28ª
Edição,2000.

EPISCOPADO Página 58
Declaração Doutrinária – Cremos...

A Faculdade de Educação Teológica do Espírito - FAETESP, professa sua Fé Pentecostal


alicerçada fundamentalmente no que se segue:
1. Há um só Deus, poderoso, perfeito, santo e eternamente subsistente em três ( 3 ) pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo;
2. As Escrituras Sagradas, compostas do Antigo e Novo Testamentos, são inteiramente inspiradas por Deus,
infalíveis na sua composição original e completamente dignas de confiança em quaisquer áreas que
venham a se expressar, sendo também a autoridade final e suprema de fé e conduta;
3. Jesus – o Cristo, nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, é o verdadeiro Deus e a vida eterna; é o
único mediador entre Deus (o Pai) e o homem; somente Ele foi perfeito em natureza, ensino e
obediência;
4. Nosso Senhor ressuscitou fisicamente dentre os mortos; ascendeu aos céus, está assentado à direita do
Pai e voltará;
5. O Espírito Santo é o regenerador e santificador dos redimidos; o doador dos dons e frutos espirituais; o
Consolador permanente e Guia da Igreja;
6. Em Adão a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus. Através da queda de Adão, a
humanidade tornou-se radicalmente corrupta, distanciada de Deus e desintegrada de seu coração. A
necessidade premente do homem é a restauração de sua comunhão com Deus, a qual o homem é
incapaz de operar por si mesmo;
7. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e
da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus;
8. No Perdão dos pecados, na Salvação presente e perfeita e na eterna Justificação da alma recebidos
gratuitamente pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor;
9. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora
de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Eterno, que nos
capacita a viver como fiéis testemunhas do Poder de Jesus Cristo;
10. No Batismo bíblico, efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, conforme determinou Nosso Senhor;
11. No Batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com
a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade;
12. Na atualidade dos Dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação conforme
a sua soberana vontade;
13. A tarefa da Igreja é ensinar a todas as nações, fazendo que o Evangelho produza frutos em cada aspecto
da vida e do pensamento. A missão suprema da Igreja é a Salvação das almas. Deus transforma a
natureza humana, tornando-se isto então o meio para a redenção da sociedade.
14. Na Segunda vinda pré-milenar de Cristo em duas fases distintas: a primeira – invisível ao mundo, para
arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; a segunda – visível e corporal, com sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil (1000) anos;
15. Que todos os cristãos comparecerão ante ao Tribunal de Cristo para receber a recompensa dos seus
feitos em favor da causa de Cristo, na terra;
16. No comparecimento de todos os ímpios desde Caim ao último infiel, mesmo no Milênio perante o Juízo
Final, onde receberão a devida punição final do Todo-Poderoso;
17. Na punição eterna que sofrerá Satanás, seus demônios, a Besta, o falso profeta e todos aqueles que
rejeitaram o Filho de Deus durante a sua existência na terra., onde serão enviados ao Lago de Fogo e
enxofre e serão eternamente separados de Deus.
18. E na Vida Eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza para os infiéis.

NISSO CREMOS...

EPISCOPADO Página 59

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