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^ d u r ab i l i d ad e

ècãn i ca
i m i i r e s s a o & f e l ?
Péricles
Brasiliense Fusco

• Engenheir o Civil - Escola Po-


lit écnica da Univer sidade d e
São Paulo - EPUSP - 1952

• Engenheir o Naval - EPUSP -


1960

• Doutor em Engenharia -
EPUSP - 1968

• Llvre- Docente - EPUSP - 1975


• Professor titular - EPUSP -
1952

• Coordenador d as ár eas "Siste-


m as Estruturais d e Concret o"
e "Análise Ex perim ent al d e
Est rut uras" d o Depar t am ent o
d e Engenharia e Estruturas e
Fund ações d a EPUSP

• Fundador e Diretor d o Labora-


t ório d e Estruturas e Mat er iais
Estruturais d a EPUSP

• Or ient ou 19 disser t ações d e


m est rado e 17 d e dout urado

• Projet ist a d e est rut uras d e


concret o, t endo part icipado
d o projet o d e gr andes obras
realizadas no País durant e os
últ im os 25 anos, nas ár eas
d e edif ícios altos, indúst rias
pesadas, p ont e e usinas.
Tecnologia do
Concreto Estrutural
Tópicos Aplicados

Péricles Brasiliense Fusco


Dad os Int er nacionais de Cat al o g ação na Pu b l i c a ç ã o ( C I P)

(Câm ar a Br a s i l e i r a do Li vr o , SP, Br a s i l )

Fusco, Pér i cl es Br asi l i en se


Tecn o l o g i a d o co n cr et o est r u t u r al : t ó p i co s
ap l i cad o s / Pér i cl es Br asi l i en se Fu sco. - -

Bi b l i og r af i a
ISBN 978- 85- 7266- 200- 0

1. An ál i se est r u t u r al (En g en h ar i a) 2. Co n cr et o ar m ad o -
Cor r osão 3. En g en h ar i a d e est r u t u r as 4. Est r ut ur as d e con cr et o
ar m ad o 5. Pr o j et o est r u t u r al 1. Tít ulo

08- 03938 CDD- 624.1834

índices p ar a cat álogo sist em át ico :


1. C o n c r e t o est r ut ur al : Tecnologia : En g e n h a r i a
624.1 834

Tecnologia do Concr et o Est rut ural


^ Cop yr i g ht Editora PINI Ltda.

Todos os direit os d e r ep r od ução reservados pela Editora PIN I Lt da.

Co o r d en ação d e M an u ai s Técn i co s: Jo si an i So u z a
Pr o j et o g r áf i co e cap a: Luiz Car l os Pr at a
Revi são : M ô n i ca Claine G. S. Cost a

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w w w . p i n i vveb . co m - m an u ai s@p i n i .co m .b r
í áHm \

P ed i ção
IIHHHLtMIlMDt
1 a t i r ag em : 2.000 ex em p l ar es, j u n h o / 0 8
Pref ácio

Esta publicação aborda tópicos de tecnologia do concreto es-


truturai cuidando de temas importantes para o projeto, para a
ex ecução e para a utilização das construções de concreto estru-
tural. O tex to está centrado em idéias importantes para a tomada
de decisões a respeito da durabilidade da estrutura, tendo em
vista a qualidade da concepção construtiva e a garantia da segu-
rança da estrutura.

Com essa finalidade, são consideradas as idéias essenciais


para o entendimento dos fenômenos básicos do comportamento
químico dos cimentos na formação dos concretos e na sua capa-
cidade de resistir aos ataques provenientes do meio ambiente.

De maneira análoga, cuidam- se das idéias importantes para o


entendimento da proteção das armaduras contra a corrosão den-
tro da massa de concreto, mostrando o efetivo significado da fis-
suração do concreto em relação ao ataque dessas armaduras.

Como a resistência do concreto é elemento essencial para ga-


rantir a qualidade da construção e de sua estrutura, esclarecem-
se as idéias referentes ao controle da resistência do concreto por
meio do ensaio de corpos- de- prova cilíndricos com 15 x 30 centí-
metros, aos 28 dias de idade. Discute- se o que significam esses
resultados e como eles são integrados à formulação de uma teo-
ria geral de ílex ão das peças estruturais de concreto em regime
de ruptura. Paralelamente, aborda- se também o problema da esti-
mativa da resistência do concreto das estruturas já construídas.

finalmente, este livro trata da história da evolução do cálculo


do concreto armado em regime de ruptura desde seus primór-
dios, considera as teorias propostas por Langendonck e apresen-
ta a teoria geral de flex ão do concreto estrutural elaborada por H.
Rüsch, analisando minuciosamente seu trabalho, de quem ouvi-
mos o relato de viva voz.
SUM A RI O

Primeira Parte
Tópicos referentes à constituição do concreto estrutural 9

1. INTROD UÇÃO AO CONCRETO ESTRUTURAL 11

1.1 Hist órico 11

1.2 Caract eríst icas 12

1.3 Com p on en t es básicos do concr et o est rut ural 13

1.4 Qu est i on ár i o 17

2. COM PON EN T ES DO CONCRETO SIM PLES 19

2.1 Cim ent os 19

2.2 Ap r eçad o s 20

2.3 Á^ ua e ad it ivos 24

2.4 Qu est i on ár i o 24

3. END URECIM ENTO DO CONCRETO 26

3.1 Com p on en t es dos cim ent os 26

3.2 Com p osição m éd i a do ci m en t o Por t land 28

3.3 End ur ecim ent o hidráulico 28

3.4 End ur ecim ent o dos cim ent os 29

3.5 End ur ecim ent o d as p oz olanas 33

3.6 Perda do ex cesso d e á^ ua d e am assam ent o 33

3.7 Por osid ad e do concr et o 36

3.8 Calor d e hidrat ação 38

3.9 Qu est i on ár i o 40
4 . D URABILID AD E DO CONCRETO 41

4.1 Tipos d e agressão ao concr et o 41

4.2 Agressão por áçu as áci d as 42

4.3 Agr essão por sulf at os 43

4.4 Reação álcali- açre^ ado 44

4.5 Agr essividade do am b i en t e 45

4.6 Qu est i on ár i o 46

5. CORROSÃO DAS ARM AD URAS 48

5.1 Causas d e corrosão 48

5.2 Mecan i sm o s d e corrosão 49

5.3 Corrosão d as ar m ad ur as dent ro do concret o 50

5.4 Car b onat ação da cam ad a d e cob r im ent o 52

5.5 Corrosão por íons cloret o e por p ol uent es am b i en t ai s 54

5.6 Lix iviação do concr et o 56

5.7 Inf luência da físsuração m ecâni ca do concr et o 56

5.8 Corrosão sob t ensão e f ragilização por hidr ogênio 60

5.9 Com ent ár ios sobr e as prescrições nor m aliz ad or as 60

5.10 Qu est i on ár i o 62

Segunda Parte
Tópicos referentes à resistência mecânica do concreto 65

6 . RESISTÊNCIA DO CONCRETO 66

6.1 Mo d o s d e rupt ura 66

6.2 Al cat o r i cd ad e da resist ência do concret o 68

6.3 Resist ência caract eríst ica do concr et o en sai ad o 72

6.4 Resist ência caract eríst ica do concret o da est rut ura 73

6.5 Resist ência d e cálculo 74

6.6 Resist ência à t r ação 75


6.7 Resist ência em est ad os m últ iplos d e t ensào 76

6.8 Resist ência d e d osag em 76

6.9 Qu est i on ár i o 77

7. PROCESSOS DE PROD UÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 79

7.1 Processos aleat ór ios 79

7.2 Aut ocor r elaçào e aut ocovar iância 83

7.3 Processos est acionár ios 85

7.4 Processos er g ód i cos 87

7.5 Signif icado do valor especif icado para f k 90

7.6 Cura d os corpos- de- prova d e cont r ole 92

7.7 Var iabilidade da resist ência do concret o 92

8. CONTROLE DE ACEITAÇÃO DO CONCRETO DA ESTRUTURA 95

8.1 Dist ribuição por am ost r ag em da m éd i a e da var iância 95

8.2 Funções d e est i m ação 102

8.3 Funções clássicas d e est i m ação. Desvio- padrão co n h eci d o 108

8.4 Funções clássicas d e est i m ação. Desvio- padrão d escon h eci d o 111

8.5 Funções d e est i m ação diret a da resist ência caract eríst ica 114

8.6 Cont role por am ost r ag em 117

8.7 Crit ério d e acei t ação 120

9. A RESISTÊNCIA DO CONCRETO CO M PRI M I D O 122

9.1 Int rodução 122

9.2 Form at o d os corpos- de- prova 124

9.3 Aum ent o da resist ência com a id ad e 127

9.4 Red ução da resist ência com a duração da carga 129

9.5 A resist ência d e longa duração do concret o 132

9.6 A resist ência do concr et o no projet o e ex ecução d e novas est rut uras 134

9.7 A avaliação da resist ência do concret o das est rut uras ex ist ent es 135
Terceira Parle
Tópicos referentes ao estado limite último de compressão do concreto... 141

10. A TEORIZAÇÃO DO D IM EN SION AM EN T O EM REGIM E DE RUPTURA 142

10.1 Mo d el o s d e cálculo para solicit ações com b i n ad as 142

10.2 Evolução d os m od el os d e cálculo das seçõ es f let idas 142

10.3 A hist ória do m od er no cálculo no est ád io III 146

10.4 As co n d i çõ es t eóricas para a f or m ulação d e um a t eoria geral da flex âo 150

10.5 As co n d i çõ es d e ensai o para a f or m ulação d e um a t eoria geral da flex ão 153

11. O ENCURTAMENTO ÚLTIM O DO CONCRETO 156

11.1 Diagr am as t ensão- def orm ação do concr et o 156

11.2 Diagram a ef et ivo d e t en sõ es na seção t ransversal 158

11.3 Det er m inação do en cu r t am en t o últ im o 159

11.4 Gen er al i z ação dos result ados 162

12. A FORM A D O DIAGRAM A DE TENSÕES DE COM PRESSÃO 164

12.1 O diagram a parábola- ret ãngulo 164

12.2 Inf luência da d ur ação do car r egam ent o 166

12.3 Inf luência da duração do car r egam ent o sobr e a

resist ência m éd ia da z ona com p r im id a 169

12.4 Diagram a d e t en sões com car r egam ent os d e longa duração 170

13. A TEORIA GERAL DA FLEXÃO 173

13.1 Hip ót eses da t eoria geral da flex ão 173

13.2 Consid er ações finais 174

14. NOTAS 177


Primeira
Parte
Tópicos
referentes
à constituição
do concreto
estrutural
1 Int rodução ao concret o est rut ural

1.1 Hist órico


Desd e a an t i g ü i d ad e, a pedr a e o t ijolo f or am o s m at er i ai s m ai s i m p or t an t es para as constru-
çõ es h u m an as.

A ar quit et ur a g r eg a f oi co n seq ü ên ci a d o em p r eg o d e vi g as e p lacas d e p ed r a. A baix a resis-


t ên ci a à t r ação da pedr a ob r i g ou ã ut ilização d e p eq u en o s vãos, daí d eco r r en d o as col u n at as
t íp icas d essa ar q uit et ur a.

A civiliz ação r om an a d esen vo l veu o t ijolo cer âm i co e co m isso escap o u d as f orm as ret as,
cr i an d o o s ar cos d e al ven ar i a. Todavia, a con st r u ção r om ana d e obr as p or t uár ias ex igiu sol u ção
d if er ent e. Ela f oi en con t r ad a na f abr icação d e um ver d ad eir o concr et o, cuj o cim ent o era consti-
t uído d e p oz olanas nat urais ou obt idas pela m o ag em d e t ijolos calcinad os. A cal com ad ição d e
p oz olana é ch am ad a d e cal hidráulica, por sofrer en d u r eci m en t o por r eação q uím ica com a ág u a.

Com a q u ed a do im p ér io r om an o, o m u n d o o ci d en t al vol t ou a ser u m a civilização rural. As


ci d ad es r en ascer am so m en t e em fins d a Id ad e Méd i a.

Com a Revol u ção Indust r ial, q u e t roux e à luz o ci m en t o Por t land e o aço lam inad o, su r g e o
con cr et o ar m ad o em m ead o s do sécu l o XIX.

Considera- se co m o a p r im eir a p eça d e con cr et o ar m ad o o b ar co const r uíd o por Lam bot , na


França, no an o d e 1849. Essa d at a é h o j e ad m i t i d a i n t er n aci o n al m en t e co m o sen d o a do nasci-
m en t o do con cr et o ar m ad o.

A i n ven ção d o concr et o ar m ad o não p o d e ser at r ib uíd a esp eci f i cam en t e a u m a única p essoa.
Mu i t o s f or am seu s p ioneir os, d en t r e os q uais, al ém d e Lam bot , se t êm Mo n i er e Coignet , france-
ses, e llyat t , nor t e- am er icano. Del es, ap en as Coi g net er a en g en h ei r o ; Mo n i er era o en car r eg ad o
d o s j ar d i ns d e Ver sailles e Hyat t , ad vo g ad o .

Em 1902, Mõ r sch p ub lica a 1 9 ed i ção d e sua m o n u m en t al obra sob r e a "Teor ia e a Prát ica d o
Concr et o Ar m ad o ", q u e em m uit os asp ect os é vál i d a at é h o j e.

Em 1940 surge a ABNT - Associação Brasileira d e Nor m as Técnicas, co m o con seq ü ên ci a da ela-
bor ação d a própria NB- 1 01 - Nor m a para o proj et o e ex ecu ção d e est rut uras d e concret o ar m ad o.

Ap ó s a 2 a Guer r a Mu n d i al , d esab r o ch ar am os est u d o s d e H. Rüsch e F. Leonhar d t na Alem a-


nha e os d e Freyssinet na França. Su r g e o con cr et o p r ot end id o, q u e p er m i t i u o em p r eg o d e aço s
est r ut ur ais d e m aior r esist ência.

Na d écad a d e 1950 cria- se o CEB - Com i t ê Eu r op eu do Concr et o, d o q ual o Brasil passa a f azer
p ar t e. Su r g e t am b ém a I IP - Fed er ação In t er n aci on al da Pr ot ensão.

Em t rabalho con j u n t o co o r d en ad o p elo CEB, ab o r d an d o os m ai s var i ad os t em as t écn i cos e


cient íf icos l i g ad os às est r ut ur as d e con cr et o, f oi f eit a a revisão t ot al d e t od as as i d éi as r ef er en t es
ao concr et o est rut ural.

Nesse sent i d o, cab e lem br ar q u e as ci ên ci as b ásicas t êm por finalidade o en t en d i m en t o da


nat ur ez a, f or m u l an d o t eor i as b asead as em p r incíp ios ad m i t i d os co m o vál i d o s at é prova em con-
t rário. As ci ên ci as prof issionais t êm por finalidade o en t en d i m en t o d os co m p o r t am en t o s dos
si st em as m at er i ai s d e i n t er esse à vid a h u m an a, sen d o b asead as nas ci ên ci as básicas, com a
ad o ção d e h i p ót eses si m p l i íi cad or as para a f or m u l ação d e su as pr ópr ias t eor ias. As t écnicas t êm
por f i n al i d ad e en con t r ar so l u çõ es prát icas para as n ecessi d ad es da vi d a, ou sej a, el as procuram
est ab el ecer o s p r o ced i m en t o s d e el ab o r ação cor r et a d as coisas.

As t écn i cas são co m p o st as por r egr as d e t r abalho, q u e d e início f or am est r ut ur adas empiri-
cam en t e a partir da própria prát ica prof issional e, ao l on g o d os t em p os, f or am sen d o ref inadas
p el os co n h eci m en t o s cient íf icos. As su cessi vas f ases da r evol u ção indust rial, p ar al el as às diver-
sas f ases da r evol u ção cient íf ica, p er m it ir am a f o r m ação da at i vi d ad e indust r ial com o h o j e é
prat icada, b asead a em r egr as d e t r ab alho est ab el eci d as co m ap o i o d o co n h eci m en t o cient íf ico.
As l écn i cas passar am a ser t r at adas co m o t ecn ol og i as. A t ecn ol og i a, cuj o o b j el i vo é o est u d o
d as r egr as d e t r ab alho d as t écnicas, p assou ao s p o u co s a ser en t en d i d a, d e m o d o usual, co m o a
t écn i ca b asead a no co n h eci m en t o cient íf ico.

A p r im eir a sínt ese d os r esult ad os ob t i d os p elo t r ab alho co o r d en ad o p el o CEB f oi elab or ad a


em 1970, co m a p ub l i cação das Reco m en d açõ es In t er n aci o n ai s CEB- FIP/ 70.

Em 1973 é r ealiz ad o, em Lisboa, o Curso In t er n aci on al CEB- FIP para a d i vu l g ação sist em át ica
d o s n ovos co n h eci m en t o s, m inist r ad o para 50 p essoas d o m u n d o , q u e p u d essem retransm iti- los
ao s seu s r esp ect i vos países.

Em 1978 su r g e a seg u n d a si st em at i z ação d e co n h eci m en t o s, co m a p u b l i cação d o Cód i g o


Mo d el o CEB- FIP para est r ut ur as d e concr et o ar m ad o . No m esm o an o , j á sob f or t e inf luência des-
sas id éias, t er m ina a r evisão d a NB- 1, sur gind o a NB- 1/ 78, q u e ex er ceu f or t e i nf l uênci a sob r e a
en g en h ar i a n aci o n al d e est rut uras.

Em 1990 dá- se a d i vu l g ação d e n ova si st em at i z ação, con sol i d ad a p ela p u b l i cação do Cód i g o
Mo d el o CEB- FIP/ 90.2

Em 1998, junt aram - se as d u as associ ações, CEB e FIP, f or m an d o a FIB, Féd ér at i on Int ernat iona-
le d u Bét on, 3 q u e p er m an ece at é h o j e l i d er an d o o progresso d as est r ut ur as d e concr et o.

1.2. Caract eríst icas


As van t ag en s do concr et o ar m ad o sob r e out r os m at er iais d e con st r u ção d eco r r em d e suas
car act er íst icas e d ep en d em d as cir cunst âncias pr ópr ias em q u e se d esen vo l vem as obras.

De m o d o geral 4 , as car act er íst icas m ai s signif icat ivas são as seg u i n t es:

I. Economia de construção
Co m o a m aior part e do vo l u m e d e m at er i ai s em p r eg ad o s no concr et o ar m ad o - pedra e ar eia
- é ob t id a d e f ont es locais, não m uit o d ist ant es d a obra, seu s cust os em g er al são significativa-
m en t e m en o r es q u e o das alt er nat ivas r ep r esen t ad as por out r os m at er iais, co m o o aço .

Qu an d o est a d i sp on i b i l i d ad e d e m at er i ai s locais ad eq u ad o s n ão ex ist e, co m o nas t erras bai-


x as d e g r an d es ár eas da Am az ô n i a, o em p r eg o d o concr et o p o d e ced er lugar ao aço e à m adeir a,
em b o r a a au sên ci a d e p ed r a brit ada possa aí ser r esolvida p el o uso d e seix os rolados, d esd e q u e
ad eq u ad am en t e r esol vi d o o p r ob l em a d e se evit ar a r eação álcali- agregado, co m o se analisa no
it em 4.4.
II. Resistência a agressões químicas do ambiente
O concr et o t em u m a g r an d e d u r ab i l i d ad e nat ural, em vi r t u d e d e suas p r op r i ed ad es físico-
q u ím i cas, q u e o assem el h am às r ochas nat urais, em b o r a el e sej a um m at er ial essen ci al m en t e
por oso, q u e precisa ser ad eq u ad am en t e en t en d i d o para q u e d e f at o possa ser garant ida a sua
d u r ab i l i d ad e. Em part icular, as ag r essõ es d os sulf at os ao concr et o e d os cl or et os ao s aços, al ém
d a ação da p ol u i ção am b i en t al , d evem ser cu i d ad o sam en t e con si d er ad as d esd e a f ase d e proje-
t o, d e acor d o com o q u e é an al i sad o n os cap ít ul os 4 e 5.

III. Resistência a agressões físicas do ambiente


As est r ut ur as d e concr et o t êm m aior r esi st ênci a a ch o q u es e vi b r açõ es q u e suas sim ilares d e
out r os m at er iais; a sua r esi st ênci a ao f og o é b ast an t e co n h eci d a.

IV. Adaptabilidade a qualquer forma de construção.

1.3. Com ponent es básicos do concret o est rut ural


O con cr et o est r ut ur al é u m m at er ial d e con st r u ção com p ost o d e con cr et o si m p l es e arm adu-
ras d e aço.

A m ist ura d o ci m en t o co m a ág u a f or m a a past a d e ci m en t o . Ad i ci o n an d o o ag r eg ad o m i ú d o,


co m o a ar ei a, obt ém - se a ar g am assa d e ci m en t o . Ju n t an d o o ag r eg ad o g r aú d o, com o a p ed r a
brit ada o u seix os rolados, tem- se o concr et o sim p les.

O concr et o si m p l es caract eriza- se por sua r az oável r esist ência à com p r essão, u su al m en t e
en t r e 20 e 40 MPa, e por u m a r ed uz id a r esist ência à t r ação, u su al m en t e m en or q u e 1/ 10 d e sua
r esi st ênci a à com p r essão. Ho j e em dia p o d em ser n o r m al m en t e em p r eg ad o s concr et os co m
r esi st ênci as d e at é 50 MPa.

Nas est r ut ur as d e concr et o ar m ad o, a baix a r esi st ênci a à t ração d o concr et o sim ples é contor-
nad a p ela ex i st ênci a d e ar m ad u r as d e aço ad eq u ad am en t e d i sp ost as ao l on g o das p eças estru-
t urais. Desse m o d o obt ém - se o ch am ad o concr et o est r ut ur al, em b o r a t am b ém ex ist am al g u n s
t ipos d e est r ut ur as d e con cr et o sim p les.

O t ipo d e ar m ad u r a em p r eg ad a car act er iza o concr et o est r ut ur al. Usu al m en t e, cham a- se d e


con cr et o ar m ad o co m u m , o u si m p l esm en t e d e con cr et o ar m ad o, ao concr et o est rut ural em q u e
as ar m ad u r as n ão são pré- alongadas d ur ant e a con st r u ção da est r ut ur a. Qu an d o esse pré- alon-
g am en t o é r ealiz ad o d e m o d o p er m an en t e, o concr et o est r ut ur al g an h a o n o m e d e con cr et o
p r ot end id o.

No concr et o ar m ad o cor r ent e, o n d e se em p r eg am aço s com r esi st ênci as d e esco am en t o d e


at é 500 o u 600 MPa, o s esf or ços at u an t es nas ar m ad u r as são d ecor r en t es d as açõ es ap licad as à
su p er f íci e ex t er na da est r ut ur a ap ó s a sua con st r u ção. As ar m ad u r as são sol i ci t ad as em conse-
q ü ên ci a d as d ef o r m açõ es d o concr et o d a própria est r ut ur a. As ar m ad u r as aco m p an h am passiva-
m en t e as d ef o r m açõ es d a est rut ura e, por isso, são ch am ad as d e ar m ad u r as passivas.

Qu an d o o con cr et o en d u r ece, f or m an d o a p eça est r ut ur al, o con cr et o e suas ar m ad ur as pas-


sam a t rabalhar sol i d ar i am en t e, ist o é, n ão ex ist e esco r r eg am en t o relat ivo en t r e os d oi s mate-
riais. Est a é u m a h i p ó t ese f u n d am en t al d a t eor ia d o con cr et o ar m ad o . Ela ad m i t e a sol i d ar i ed ad e
p er f eit a d os d ois m at er iais.

No concr et o p r ot end id o, o n d e se em p r eg am aço s com r esi st ênci as d e esco am en t o at é d a


o r d em d e 2000 MPa, as ar m ad u r as d e p r ot ensão são t r aci on ad as d ur ant e a con st r u ção da estru-
t ura, por m ei o d e d isp osit ivos ad eq u ad o s, g u ar d an d o t en sõ es r esid uais p er m an en t es. As arma-
d ur as d e pr ot ensão t am b ém t êm seu s esf or ços al t er ad os p elas açõ es q u e ag em sob r e a est rut ura
d ep o i s d e el a ter sid o const r uíd a. Todavia, essas al t er açõ es são r el at i vam en t e p eq u en as q u an d o
co m p ar ad as ao s esf or ços iniciais int r od uz id os p el os ap ar el h o s d e p r ot ensão.

As ar m ad u r as d e p r ot ensão t êm , p or t ant o, um p ap el at ivo na dist r ibuição d os esf or ços inter-


n os d as p eças est r ut ur ais p r ot end id as. Por essa r azão, el as t am b ém são ch am ad as d e ar m ad ur as
at ivas.

O corret o t r at am ent o d as est r ut ur as d e concr et o ex i g e q u e el as sej am con si d er ad as co m o


f or m ad as por d ois m at er iais d i f er en t es: o concr et o e o aço . Para o t r ab alho con j u n t o d esses d ois
m at er iais, d evem ser r esp ei t ad as as co n d i çõ es d e co m p at i b i l i d ad e d e seu em p r eg o solidário. O
con cr et o ar m ad o n ão d eve ser i m ag i n ad o co m o um m at er ial unit ár io, no q ual as ar m adur as d e
aço se con st i t u em em si m p l es fibras r esist ent es à t r ação.

A i d éi a d e q u e o concr et o ar m ad o é um m at er ial com p ost o sem p r e d eve est ar p r esent e, a fim


d e garant ir o p er f ei t o f u n ci o n am en t o solid ár io do concr et o (m at er i al f rágil, d e baix a resist ência
e d e m en o r r ig id ez ) com o aço (m at er i al dúct il, d e g r an d e r esi st ênci a e d e m aior rigidez).

Os ar r anj os d as ar m ad u r as em p r eg ad as no con cr et o ar m ad o são m ult if or m es. Em princípio as


ar m ad u r as p o d em ser classif icad as em 3 t ipos básicos 5 : ar m ad u r as d e r esi st ênci a ger al, armadu-
ras co m p l em en t ar es e ar m ad u r as d e r esi st ênci a local. Os d i f er en t es t ipos d e ar m adur as est ão
ilust rados ad i an t e naszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figuras (1.3- a) e (1.3- b).
PI LARES ( T ) ARMADURAS DE RESISTÊNCIA GERAL

B B S ARMADURAS LONGITUDINAIS

ARMADURAS TRANSVERSAIS

( T ) ARMADURAS COMPLEMENTARES

2 j ) ARMADURAS DE MONTAGEM

2.2) ARMADURAS CONSTRUTIVAS yxwvutsrponmlkifedcaZXL


23) ARMADURAS DE PELE

Í B - B)zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
C*) ARMADURAS DE RESISTÊNCIA LOCAL
V ' ^ (vide FIG. 1.3- b)

BLOCOS D E
FUN D AÇÃO

1C
(C- C)

Figura (1.3- a)

1. Arm aduras de resist ência geral


1.1 Arm aduras longit udinais

1.2 Arm aduras t ransversais

2. Arm aduras com plem ent ares


2.1 Arm aduras d e m o n t ag em

2.2 Arm aduras const rut ivas

2.3 Ar m adur as d e p el e

3. Arm aduras de resist ência local


3.1 Arm aduras d e cost ura

3.2 Arm aduras cont ra o f en d i l h am en t o

3.3 Arm aduras cont ra a ílam b ag em d e barras com p r im id as

3.4 Ar m adur as d e equilíbr io d e d esvios d e esf orços longit udinais

3.5 Ar m adur as d e susp ensão


As ar m ad ur as d e resist ência geral são sem p r e obrigat órias por garant ir a int egr id ad e da p eça
est rut ural com o um t odo. São est as ar m ad ur as q u e p er m it em à p eça est rut ural ter o funciona-
m ent o global previst o em sua con cep ção. As ar m ad ur as longit udinais est endem - se ao longo do
com p r im ent o das p eças e u su al m en t e resist em a esf orços d evi d os a f orças nor m ais e a momen-
t os f let ores com o nas l aj es e nas vigas. As arm aduras t ransversais, f or m adas essenci al m ent e por
est ribos, u su al m en t e resist em a esf or ços d ecor r ent es d e f orças cor t ant es e d e t orção. Nas p eças
sub m et id as à t orção, am b os os t ipos d e ar m ad ur as são necessár ios em conj unt o.

As arm aduras com p l em en t ar es são sim ples com p l em en t os das ar m ad ur as d e resist ência ge-
ral. Elas p od em deix ar d e ex istir q u an d o f orem d esnecessár ias.

As ar m ad ur as d e m on t ag em t êm por f inalidade facilit ar a m on t ag em do conj unt o d e barras d e


aço q u e f or m am a ar m ad ur a da p eça est rut ural. Elas t am b ém m elhor am as co n d i çõ es de anco-
r agem d os ganchos d as ar m ad ur as d e resist ência geral. Assim , por ex em p lo, nas f aces das vigas
e das laj es em q u e nunca ex ist irão t en sõ es d e t ração não haveria n ecessi d ad e d e arm aduras
longit udinais d e resist ência geral. Com o m ost ra azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (1.3- a), nas l aj es essas arm aduras d e
f at o não são em p r egad as, m as nas vigas elas são usuais, na f orm a d e porta- estribos.

As ar m ad ur as const rut ivas são ef et i vam en t e ar m ad ur as resist ent es. Elas ab sor vem os esf orços
d e t ração não previst os no m od elo sim plif icado d e com p or t am en t o ad ot ad o no dlm ensiona-
m ent o da p eça est rut ural. Esses esf or ços d e t ração não com p r om et em a seg ur ança da peça em
relação à sua cap aci d ad e d e resistir aos esf or ços previst os para ela, m as se t ais t ensões de t ração
não f orem ab sor vid as por ar m ad ur as const rut ivas, el as p o d em provocar fissuração ind esej ável
para o asp ect o est ét ico o u para a d ur ab ilid ad e da peça.

,3.1) ARMADURA DE COSTURA

3.2) ARMADURA CONTRA O FENDILHAMENTO

4 = 4 = 4

[3.3) ARMADURA CONTRA A FLAMBAGEM [3.4) ARMADURA DE EQUILÍBRIO DE DESVIOS


DE BARRAS COMPRIMIDAS DOS ESFORÇOS LONGITUDINAIS
Figura (1.3- b)

Co m o m ost r a o ex em p i o d azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (1.3- a), n o s b l o co s d e f u n d ação , cu j o co m p o r t am en t o sim-
p l i f i cad o d e b l o co é an ál o g o ao d e vi g a so b r e d o i s ap o i o s, co n vém em p r eg ar a g ai ol a f o r m ad a
p el as ar m ad u r as co n st r u t i vas lá i n d i cad as.

As ar m ad u r as d e p el e t êm por finalidade r ed ist r ib uir a fissuraçào q u e t en d e a ser p r o vo cad a


p el o em p r eg o d e ar m ad u r as l o n g i t u d i n ai s d e r esi st ên ci a g er al co l o cad as d e f or m a co n cen t r ad a
e m p o si çõ es p r i vi l eg i ad as d a p eça est r u t u r al .

As ar m ad u r as d e r esi st ên ci a l ocal t êm p or finalidade ab so r ver esf o r ço s d e t r ação ex i st en t es


e m r eg i õ es l o cal i z ad as d as p eças est r u t u r ai s, em vi r t u d e d e d i ver sas r az ões, co m o as m o st r ad as
na Figura (1.3- b).

Essas ar m ad u r as d e r esi st ên ci a l ocal asseg u r am q u e a p eça est r u t u r al p ossa t er o com por-


t am en t o g l o b al p r evi st o, g ar an t i n d o q u e as ar m ad u r as d e r esi st ên ci a g er al p ossam f u n ci o n ar
ef et i vam en t e d a m an ei r a p r evi st a p ar a el as.

As ar m ad u r as d e r esi st ên ci a l ocal f r eq ü en t em en t e são d a m áx i m a i m p o r t ân ci a para a segu-


r an ça d as p eças d e co n cr et o est r u t u r al . O d esr esp ei t o às r eg r as d e d et al h am en t o d as ar m ad u r as
d e r esi st ên ci a l ocal f oi a cau sa d e m u i t as d as cat ást r o f es o co r r i d as co m est r u t u r as d e co n cr et o
ar m ad o .

1.4 Quest ionário

1) Qu ai s são as van t ag en s d o co n cr et o ar m ad o p er an t e o u t r o s m at er i ai s d e co n st r u ção d e


est r u t u r as?

2) Em al g u n s l u g ar es d a Am az ô n i a, o co n cr et o p o d e n ão ser so l u ção eco n ô m i ca. Por q u e e


co m o p o d e ser r eso l vi d a essa d i f i cu l d ad e?

3) Qu ai s são o s co m p o n en t es d o co n cr et o si m p l es?

4 ) Qu al é a f aix a d e r esi st ên ci as à co m p r essão d o s co n cr et o s co r r en t es?

5) Qu al a r esi st ên ci a m áx i m a d e em p r eg o co r r en t e en t r e nós?

6) Qu al a o r d em d e g r an d ez a d a r el ação en t r e as r esi st ên ci as à t r ação e à co m p r essão d o


co n cr et o si m p l es?
7) Qu e é o concr et o est rut ural? O q u e é concr et o ar m ad o e o q u e é concr et o prot endido?

8) Qu e signif ica o co m p o r t am en t o solid ár io d o concr et o e suas ar m ad ur as?

9) Qu e sào ar m ad u r as passivas?

10) Qu ai s as m áx im as r esi st ên ci as d e esco am en t o d os aço s das ar m ad u r as passivas?

11) Qu e são ar m ad u r as at ivas?

12) Qu al a r esi st ênci a d e esco am en t o m áx im a d o s aço s das ar m ad u r as d e p r ot en sãoi

13) Qu ai s são os t rês t ipos b ási cos d e ar m ad u r as passivas?

14) Qu e são ar m ad u r as d e r esi st ênci a ger al?

15) Qu e são ar m ad u r as co m p l em en t ar es?

16) Qu al a d i f er en ça en t r e as ar m ad u r as d e m o n t ag em e as ar m ad u r as const rut ivas?

17) Qu e são ar m ad u r as d e p el e?

18) Qu e são ar m ad u r as d e r esist ência local?

19) Qu ai s são as f u n çõ es p r incip ais das ar m ad u r as d e r esi st ênci a local?

20) Com o f u n ci o n am as ar m ad u r as d e eq u i l íb r i o d e d esvi o d e esf or ços longit udinais?


2. Com p onent es do concret o sim ples

2.1 Cim ent os


Os ci m en t o s q u e p o d em ser em p r eg ad o s na con st r u ção d e est r ut ur as d e concret o são d e
d iver sas q u al i d ad es.

Os d i f er en t es t ipos d e ci m en t o ex i st ent es no m er cad o o u são f ab r i cad os para o at en d i m en t o


d e n ecessi d ad es usuais ou esp ecíf i cas d e ap l i cação , o u são d eco r r en t es d o ap r ovei t am en t o d e
su b p r od u t os d e out ras indúst rias, co m o é o caso d a escor i a d e alto- forno.

Os co m p o n en t es b ásicos d o s ci m en t o s são sem p r e o s m esm o s, var i an d o, para cada t ipo, a


p r op or ção em q u e esses co m p o n en t es co m p ar ecem .

Os co m p o n en t es b ási cos d os ci m en t o s são a cal zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC


(CaO), a sílica (Si O, ), a al u m i n a (Al.OJ e o
ox ido d e f erro (Fc,Of ). Esses co m p o n en t es são ag l u t i n ad o s por si nt er i z ação, ist o é, por aque-
ci m en t o d a m ist ura at é u m a f usão i n ci p i en t e, sen d o p o st er i o r m en t e m o íd o s com um a f inura
ad eq u ad a.

Para o ci m en t o Por t l an d co m u m , adm it e- se q u e a f inura Bl ai n e, m ed i d a p el o en sai o d e per-


m eab i l i d ad e ao ar, d eva ser no m ín i m o d e 2.600 cm 7 $ .

As n or m as brasileiras co n si d er am a ap l i cação d os seg u i n t es ci m en t o s na const r ução d as es-


t rut uras d e con cr et o:

• Cim ent os de end ur eci m ent o lent o:


Cim ent o d e alto- forno AF- 25, AF- 32 (NBR 5735)

Ci m en t o p oz ol âni co POZ- 25, POZ- 32 (NBR 5736)

Ci m en t o d e m od er ad a r esist ência a sulf at os MRS (NBR 5737)

Ci m en t o d e alt a r esist ência a sulf at os ARS (NBR 5737)

• Cim ent os de end ur eci m ent o norm al (cim ent o Port land com um ):
Ci m en t o Por t land CP- 25, CP- 32, CP- 40 (NBR 5732)

• Cim ent os de end ur eci m ent o rápido:


Cim ent o d e alt a r esist ência inicial ARI (NBR 5733)

Os n ú m er o s indicat ivos, co m o por ex em p l o CP- 25 o u CP- 32, co r r esp o n d em às r esist ências


m éd i as d o s ci m en t os, em MPa, d et er m i n ad as d e acor d o com o Mét o d o Br asileir o MB- 1 da ABNT.
Esses val o r es co r r esp o n d em à r esi st ênci a m éd i a à com p r essão, obt ida p elo en sai o d e 6 corpos-
de- prova d e ar g am assa n or m al com 5 x 1 0 cent ím et r os, ao s 28 d i as d e i d ad e.
2.2 Agregados
Os ag r eg ad os do concr et o p od em ser divididos em gr aúd os e m iúdos, con f or m e sua compo-
sição gr anulom ét r ica.

De acordo com a Especif icação Brasileira EB- 4, o ag r eg ad o m iúdo é a areia nat ural quart zosa,
ou a art if icial, result ant e do brit am ent o d e rochas est áveis, d e diâm et ro m áx im o igual ou inf erior
a 4,8 m m .

Pela m esm a esp ecif icação, o agr egad o graúdo é o p ed r eg ulho nat ural, o u a pedra brit ada
p r ovenient e do brit am ent o d e rochas est áveis, d e diâm et ro caract eríst ico superior a 4,8 m m .

O diâm et r o m áx im o d e 4,8 m m ref erido pela EB- 4 é na ver d ad e o diâm et ro caract eríst ico su-
perior dk do ag r eg ad o. Esse diâm et ro, com o m ost ra azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Figura (2.2- a), é ult rapassado por ap en as
5 % da q u an t i d ad e consider ada.

Para se co n h ecer a com p osição gr anulom ét r ica d o ag r eg ad o m iúdo, faz- se o ensai o de penei-
r am ent o. Nesse ensaio são usadas 7 p en ei r as d e m alha quadrada, cuj as p er cen t ag en s acumula-
das, em peso, são esp ecif icad as pela EB- 4 da seguint e f orm a:

Ensaio de peneiramento normal das areias (EB- 4)

Pe r ce n t ag e n s acu m u l ad as
Pe n e i r as ab er t ur as n o m i n ai s
e m m m (série nor m al ABNT) Zona ót im a Zo n a ut iliz ável

9,5 0 0
4,8 3- 5 0- 3
2,4 29- 43 13- 29
1,2 49- 64 23- 49
0,6 68- 83 42- 68
0,3 83- 94 73- 83
0,15 93- 98 88- 93

Esses valor es est ão r ep r esent ad os gr af icam ent e na Figura (2.2- b).

Para se obt er um a ap r eci ação global sobr e a com p osição gr anulom ét r ica da ar eia, define- se
o m ódulo d e finura MF, pela som a das f r eq üênci as relat ivas acum ulad as, obt idas no ensaio d e
p en ei r am en t o norm al, isto é, p ela som a das p or cen t ag en s acum ul ad as dividida por 100
F 0 = Fr eq ü ên ci a r el at i va acu m u l ad a d os d i âm et r o s d ^ d 0 d k = d «.superior = d 0,95

A F j 2 = Fr eq ü ên ci a r el at i va d os d i âm et r o s d j < d 5 d 2

Figura (2.2- a)

100- 0

90- 10

80- 20

70- 30

60- 40
cr
2UJ
O 50- 50
«t
3 40- 60

30- 70

20- xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA 80

10 90

0 —i—
100

0.15 0.3 0.6 1.2 2.4 4.8 9.5 ABERTURA DA


MALHA DAS PENEIRAS
CURVAS GRANULOMÉTRICAS DAS AREIAS

Figura (2.2- b)
Em princípio, as ar eias p o d em ser classif icadas da seguint e f orm a6 :

Módulo d eFinur a

ar ei a grossa MF > 3,9


ar ei a m édia 2,4 < MF < 3,9
ar ei a f ina MF < 2,4

Para os ag r eg ad os graúdos, as ex igências r ef er ent es à com p osi ção gr anulom ét r ica são m uit o
m en o s ex igent es do q u e para os ag r eg ad os m iúdos.

De m odo geral, no com ér ci o são consid er ad as as seg ui nt es cat egor ias d e brita, em f u n ção
da faix a d e t am an h os p r ed om inant es d e seus grãos e os d iâm et r os caract eríst icos (m áx im os) d e
cada cat egor ia:

D i m e n sõ e s M á x i m o d iâm et r o
Cat egoria
(m m ) caract eríst ico (m m )
Brit a 0 4 ,8 - 9 ,5 9,5
Brit a 1 9 ,5 - 1 9 19
Brit a 2 19- 25 25
Brit a 3 25- 50 50
Brita 4 50- 76 76
Brit a 5 76- 100 100

A Especif icação Brasileira EB- 4 f or n ece alg uns valor es para as p er cen t ag en s acum uladas, em
peso, ret idas no p enei r am ent o com p eneir as d e ab er t ur as nom i nai s d e 4,8 - 9,5 - 19 - 25 - 38
- 50 m ilím et ros.

Assim , por ex em p lo, para os concr et os corrent es, q u e são u su al m en t e f abricados com brit as
0, 1 e 2, a EB- 4 ex ige o seg ui nt e:

Graduação Pe r ce n t ag e n s acu m u l ad as e m p eso nas p en eir as

# 50 #38 #25 # 19 # 9 ,5 # 4 ,8

4,8 a 50 m m 0- 5% — 30- 35% — — 95- 100%

É preciso salient ar q ue, para se obt er um concr et o m ais resist ent e, a com p aci d ad e da m ist ura
d eve ser au m en t ad a. Para isso, é preciso au m en t ar a q u an t i d ad e d e d iâm et r os m enor es.
No caso p ar t i cu l ar d e co n cr et o s d e al t íssi m a r esi st ên ci a, é n ecessár i o em p r eg ar p r at i cam en t e
ap en as a brit a 0.

Deve- se not ar , t am b ém , q u e o d i âm et r o car act er íst i co d o ag r eg ad o g r aú d o co n d i ci o n a o es-


p açam en t o d as b ar r as d a ar m ad u r a e é co n d i ci o n ad o p el as esp essu r as d as p eças est r u t u r ai s a
ser em co n st r u íd as.

Assi m , por ex em p l o , d e aco r d o co m a NBR 6118, n as vi g as, o esp aço l i vr e en t r e as b ar r as d a


ar m ad u r a, n as cam ad as h o r i z o n t ai s, d eve ser m ai o r q u e 1,2 vez es o d i âm et r o m áx im o d o agre-
g ad o e, no p l an o ver t i cal , m ai or q u e 0,5 vez es aq u el e val o r ; ver zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONML
Figura (2.2- c).

1
^ 0 ,5 dk
T
^k, agregado

3*1,2 d k

Figura (2.2- c)

De m o d o an ál o g o , ai n d a d e aco r d o co m a NBR 6118, a d i m en são car act er íst i ca sup er i or d o


ag r eg ad o g r aú d o d eve ser m en o r q u e 1/ 4 d a m en o r d i st ân ci a en t r e f aces i n t er n as das f ô r m as o u
1/ 3 d a esp essu r a d as l aj es; ver Figura (2.2- d).

Desse m o d o , p ar a se co n cr et ar u m a l aj e co m 7 cm d e esp essu r a o u u m a vi g a com al m a d e 8


cm d e l ar g ur a, é p r eci so em p r eg ar , no m áx i m o , a brit a 1, cu j o d i âm et r o car act er íst i co su p er i o r é
d e 19 m m .

i
T h l aj e > 3 d k

'k , agr egad o

hw> 4dk
/ \

Figura (2.2- d)
2.3 Água e adit ivos
A ág u a d est i n ad a ao am assam en t o d o co n cr et o d ev e ser i sen t a d e t eo r es p r ej u d i ci ai s d e
su b st ân ci as est r an h as.

De aco r d o co m a NBR 6118, p r esu m em - se sat i sf at ór i as as ág u as p o t ávei s.

No caso d e ág u as n ão- p ot ávei s é n ecessár i o con t r ol ar o co n t eú d o d e m at ér i a o r g ân i ca, o s re-


síd u o s só l i d o s ex i st en t es, b em co m o o s t eo r es d e su l f at o s (ex p r esso s em ío n szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUT
SOt ) e d e cl o r et o s
(ex p r esso s em ío n s Cl).

É p r eci so n ot ar q u e o s ag en t es ag r essi vo s co n t i d o s na ág u a d e am assam en t o , q u an d o m an-


t i d o s ab ai x o d e cer t o s l i m i t es, t êm açào m u i t o m en o s p r ej u d i ci al d o q u e a m esm a ág u a ag i n d o
so b r e o co n cr et o en d u r eci d o . De f at o , a m ai o r i a d o s ag en t es ag r essi vo s co n t i d o s na ág u a d e
am assam en t o é n eu t r al i z ad a p el as p r óp r i as r eaçõ es d e h i d r at ação d o ci m en t o e, co m isso, ter-
m i n a seu ef ei t o d est r u i d o r . Tod avi a, essa n eu t r al i z ação p o d e n ão ocor r er co m o s íons Ci da
ág u a d e am assam en t o , q u an d o o s t eo r es est i ver em aci m a d e cer t o s l i m i t es. Por out r o l ad o, a
n eu t r al i z ação d o s ag en t es ag r essi vo s n ão aco n t ece co m a r en o vação d a ág u a q u e ag e so b r e o
co n cr et o en d u r eci d o .

Um d ad o m u i t o i m p o r t an t e a ser co n si d er ad o é o co n t r o l e r i g or oso d a co m p o si ção q u ím i ca


d e ad i t i vo s even t u al m en t e em p r eg ad o s p ar a a o b t en ção d e ef ei t o s p ar t i cu l ar es, t ais co m o o s
acel er ad o r es d e p eg a, o s acel er ad o r es d e en d u r eci m en t o , o s d e i n co r p o r ação d e ar, et c.

Um co m p o st o q u ím i co p ar t i cu l ar m en t e p er i g o so p ar a a co r r o são d as ar m ad u r as é co n st i t u íd o
p el o s cl or et os, p o i s a r eação q u ím i ca d e co r r o são d as ar m ad u r as em vi r t u d e d o ío n Cl é rege-
n er ad o r a d esse el em en t o ag r essi vo . D eve ser t er m i n an t em en t e p r oi b i d a a ap l i cação n o co n cr et o
d e ad i t i vo s q u e co n t en h am cl o r et o s e m su as co m p o si çõ es.

2.4 Quest ionário


1) Qu ai s são o s t i p o s u su ai s d e ci m en t o em p r eg ad o s na co n st r u ção d e est r u t u r as?

2) Qu al a f inura m ín i m a ad m i t i d a p ar a o ci m en t o Po r t l an d ?

3) Q u e t i p os d e ci m en t o s são i n d i cad o s p el as si g l as: AF 32, M RS, CP 32, ARI?

4 ) Co m o é m ed i d a a r esi st ên ci a d e u m ci m en t o ?

5) Q u e são ag r eg ad o s g r aú d o s e m i ú d o s?

6) O q u e be en t en d e p u i "d i âm et r o m áx i m o d o ag r eg ad o "? Ex em p l i f i cai p ai a u m ag r eg ad o


m i ú d o e p ar a u m ag r eg ad o g r aú d o .

7) Co m o se d et er m i n a a cu r va g r an u l o m ét r i ca d as ar ei as?

8) O q u e é m ó d u l o d e f inur a d a ar ei a?

9) Def inir ar ei a g r ossa, m éd i a e f ina.

10) O q u e são "b r i t a 0 ", "b r i t a 1" e "b r i t a 2 "?

11) Co m o var i a o t ipo d e brit a e m f u n ção d a r esi st ên ci a d esej ad a p ar a o co n cr et o ?


12) Com o o d iâm et r o m áx im o d o ag r eg ad o inf luencia o s esp açam en t o s d as barras d as arma-
duras d as vigas?

13) Com o a esp essur a d as l aj es e da al m a d as vi g as inf luencia a esco l h a do diâm et r o m áx im o


do ag r eg ad o?

14) Qu ai s o s pr incipais ag en t es agr essivos p o t en ci al m en t e ex i st ent es na ág u a d e am assa-


m ent o?

15) Qu al a d i f er en ça d e i m p or t ânci a da p r esen ça d e ag en t es ag r essi vos na ág u a d e am assa-


m en t o e na ág u a d o m ei o am b i en t e?

16) Com o d eve ser co n si d er ad a a ap l i cação d e ad i t i vos q u e co n t en h am cloret os em suas


com p osi ções?
3. End ur eci m ent o do concret o

3.1 Com ponent es dos cim ent os

a) Cal
Tend o em vist a o en t en d i m en t o d as p r op r i ed ad es d o concr et o en d u r eci d o , est udam - se a se-
guir o s co m p o n en t es b ásicos d os ci m en t os, d os q u ai s a cal é o p r im eir o d el es.

A i m p or t ân ci a d est e est u d o cr esce q u an d o é l em b r ad o q u e a cal é um ag l o m er an t e por si


m esm a.

As r eações quím icas envolvidas nos processos d e f abricação e em p r eg o da cal são as seguint es:

Fase de Calcinação CaC0 3 - > Ca0 + C0 2

Fase de Ex tinção Cao + H2 0 —> Ca( OH)2

Fase dc Endurecimento Ca(OH)2 + C0 2 - > CaCO, + H

Desse m od o, co m o en d u r eci m en t o da cal ex t int a, por r eação co m o gás car b ônico d o ar,
obt ém - se a r econst i t ui ção d o car b on at o d e cálcio em p r eg ad o o r i g i n al m en t e em sua f ab r icação.
O fat o d e o en d u r eci m en t o ocorrer por r eação co m o gás car b ôn i co d o ar leva a cal a ser chama-
d a d e u m ag l o m er an t e aér eo .

Na r eação d e ex t inção, a hid r at ação do CaO ocor r e co m um au m en t o vol u m ét r i co, dc aproxi-


m ad am en t e 2 0 % d o vo l u m e or iginal.

O f en ô m en o ex p ansivo d e hid r at ação da cal vi r g em d esi nt eg r a o m at er ial e t orna desnecessá-


ria q ualq uer o p er ação d e m o ag em para a f ab r i cação o u em p r eg o d esse ag l o m er an t e, c o n o q u e
o s cust os d e f ab r i cação ficam m uit o r ed uz id os. Nesse caso, o ef ei t o ex p ansivo é um f en ô m en o
b en éf i co.

O m esm o f en ô m en o é, p or ém , d el et ér i o no caso da cal livre even t u al m en t e ex ist ent e n os


ci m en t os. Nest e out ro caso, o f en ô m en o d e ex p an são so m en t e ocor r e ap ó s o en d u r eci m en t o
d e out r os co m p o n en t es d o ci m en t o , o q u e p o d e acar r et ar a d est r u i ção do ef ei t o ag l o m er an t e
d esses out r os ag l o m er an t es, se a q u an t i d ad e d e cal livre for signif icat iva.

b) Sílica
O bióx ido d e silício, 5 / 0 „ u su al m en t e d esi g n ad o por sílica, é o con st i t u i n t e b ásico dc m ui t as
r ochas nat urais, t ais co m o ar enit os, quart zit os, ar ei as e argilas.

Na sua f or m a nat ural cr ist alizada, a sílica é m at er ial p r at i cam en t e iner t e.

Dur ant e a f ab r i cação d o ci m en t o , a sílica r eag e co m a cal, f o r m an d o silicat os d e cálcio. São


est es silicat os q u e, por hid r at ação, co n f er em o ef ei t o ag l o m er an t e ao ci m en t o .
Al ém d e sua f or m a cr ist alina u su al m en t e iner t e, a sílica t am b ém p o d e ser en con t r ad a em
f or m a at iva, cap az d e reagir q u i m i cam en t e a f rio. A r eat i vi d ad e a frio d a sílica ex ist e na sílica
cr ist alina em q u e seu s crist ais t en h am sido d ef o r m ad o s a frio por r az ões g eol óg i cas. De m o d o
an ál o g o , a sílica t am b ém é r eat iva a frio em sua f or m a am or f a.

lissas co n d i çõ es ocor r em , por ex em p l o, com cer t as ar gilas esp eci ai s, g en er i cam en t e cham a-
d as d e p oz olanas, e com pr odut os am or f os, co m o o vidr o pirex , e t am b ém com cer t as var i ed ad es
d e quar t zo d ef o r m ad o .

Lm ger al, adm it e- se q u e a r eat i vi d ad e da sílica a frio ex i g e um a finura Bl ai n e d e no m ín i m o


6.000 cm 2 / g para q u e a r eação se p r ocesse em prazos r az o avel m en t e curt os. Observe- se q u e a
finura da sílica cap az d e reagir a frio d eve ser m uit o m aior q u e o s 2.600 cm 2 / g do ci m ent o Por-
t land co m u m .

c) Alumina
A al u m i n a, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Al,Oy t am b ém r eag e co m a cal, f or m an d o al u m i n at o s d e cálcio, o s quais, ao se-
r em hid r at ad os, t am b ém f or m am co l ó i d es rígidos. A hid r at ação d os al u m i n at o s é m uit o m ai s rá-
pida q u e a d o s silicat os. A sua q u an t i d ad e d eve ser cont r ol ad a para se evit ar um en d u r eci m en t o
p r em at ur o d o concr et o, q u e im p ed ir ia a própria m o l d ag em d as p eças est r ut ur ais.

Ex ceto n os ci m en t o s al u m i n osos, q u e são u sad os q u an d o se q uer o en d u r eci m en t o m uit o


r ápido, co m o em ob r as sub m ar inas, a con t r i b u i ção d a al u m i n a para a r esi st ênci a d o s ci m en t os é
baix a. A p r esen ça da al u m i n a na f ab r icação d os ci m en t o s d eco r r e d e sua ex i st ênci a nas argilas,
as q uais con st i t u em a m at éria- prim a para a o b t en ção d a sílica.

O em p r eg o d e sílica a part ir d e ar ei as d e q uar t z o ex igiria t em p er at u r as m uit o alt as no proces-


so d e f ab r i cação do ci m en t o . Desse m od o, em seu lugar são em p r eg ad as argilas, cuj o com p ost o
b ásico é a caol i n i t a (Al t O{. 2SiO,. 2H,0), q u e se d eco m p õ e a t em p er at u r as m ai s baix as, liber-
t an d o a sílica n ecessár i a ao p r ocesso.

d) Óx ido de ferro
O óx ido d e f erro t am b ém co m p ar ece co m o co m p o n en t e b ásico d o s ci m en t os, em vi r t u d e d e
sua p r esen ça nas ar gilas em p r eg ad as em sua f ab r i cação.

O óx ido d e f erro não d eve est ar p r esen t e na f ab r i cação d o s ci m en t o s b r ancos. Esse óx ido
co n f er e ao ci m en t o u m a col or ação escur a, com a t o n al i d ad e caf é. A col or ação t ípica, cinz a es-
ver d ead a, d o ci m en t o Por t land é co n f er i d a p el a m ag n ési a, MgO, com p ost o u su al m en t e p r esen t e
n os cal cár i os em p r eg ad o s na f ab r i cação d os ci m en t os.

Para a f ab r icação do ci m en t o , as r eaçõ es d e o b t en ção d os silicat os d e cálcio ficam grande-


m en t e f acilit ad as se houver f usão d os m at er iais. Em lugar d e um a f usão t ot al, d e cust o el evad o
e p r ej ud icial à f or m ação do t rissilicat o d e cálcio, em prega- se um p r ocesso d e sint er izaçào, ist o é,
o aq u eci m en t o produz ap en as u m a f u são i n ci p i en t e d os m at er i ai s q u e vão reagir. Nesse caso, o
óx ido d e f erro f az o p ap el d e f u n d en t e, p ossib ilit and o o em p r eg o d e t em p er at u r as m ais baix as.
Isso ex plica o alt o cust o d os ci m en t o s brancos, d ecor r en t es d o em p r eg o d e argilas esp eci ai s
i sen t as d e óx ido d e f erro e d a au sên ci a d est e f u n d en t e no p r ocesso d e si nt er i z açào. Os pr odut os
sint er iz ad os sào m o íd o s f or m an d o o ch am ad o clinker d e ci m en t o .
3.2 Composição m édia do cim ent o Port land
Para sim plif icar a n ot ação, na q u ím i ca do ci m cn t o são em p r eg ad o s os seg u i n t es sím b ol os
co n ven ci o n ai s para os d i ver sos co m p o st o s p r esen t es n os ci m en t os:

Cal : CaO = C
Sílica : SiO , = s
Alumina :AI2 0 } =/\
Óx ido de ferro : Fefl, = F

Com o s ci m en t o s n aci on ai s, a co m p o si ção m éd i a d o ci m en t o Por t l an d p o d e ser con si d er ad a


a seg u i n t e (Pet r u cci , 1970):

C}S = 3CaO.SiO, = Silicato tricálcico - (42 a 60%)

C2 S = 2Ca0.$i0 2 = Silicato dicálcico- (16 a 35%)

C/ \ = 3Ca0.Al,0 { = Aluminato tricálcico - (6 a 13%)

C/ iF = 4Ca0.Al 2 0 r Fe2 0 2 = Ferroaluminatotetracálcico - (5 a 10%)

Co m o el em en t o s secu n d ár i os, encont ram - se p eq u en as p o r cen t ag en s d e cal livre (CaO), d e


m ag n ési a (MgO) e d e g esso (CaSOJ. Al ém d el es, co m o i m p ur ez as, há sem p r e a p r esença d e
p eq u en as f r ações d e Na2 0 e d e K,0.

3.3 Endurecim ent o hidráulico


No caso d os ci m en t o s cor r ent es, o en d u r eci m en t o hid r áulico é b asi cam en t e ob t id o pela for-
m ação d e u m m esm o silicat o d e cálcio hid r at ad o, o dissilicat o t ricálcico hid r at ad o, cuj a com po-
sição é d ad a p ela f órm ula7 :

3Ca0.2Si0 2 .3H2 0

liste com p ost o é ob t id o a partir d e d i f er en t es silicat os d e cálcio anidr os, q u al q u er q i e t en h a


sido o p r ocesso em p r eg ad o na f ab r i cação d os m esm os.

Desse m od o, o s ag i o m er an t es hi d r ául i cos d evem ter f u n d am en t al m en t e const it uição cap az


d e perm it ir o en d u r eci m en t o hid r áulico p ela f or m ação do dissilicat o t ricálcico hidrat ado.

Na r eal i d ad e, al ém d os silicat os d e cálcio, t am b ém os al u m i n at o s e o s f erro- alum inat os d e


cálcio r eag em co m a ág u a, d an d o co m p o st o s hid r at ad os q u e m an i f est am um en d u r eci m en t o
hid r áulico. No en t an t o, no caso do ci m en t o Por t land , a col ab or ação d esses out r os com p ost os é
d esp r ez ível , co m o m ost r ad o na Figura (3.3- a).

O en d u r eci m en t o hidr áulico é p r i n ci p al m en t e d eco r r en t e da hid r at ação d os silicat os dicálcico


e t r icálcico, seg u n d o as r eaçõ es seg u i n t es:
2(2Ca0.Si0 2 ) + 4H2 0 - > 3Ca0.2Si0 2 3H2 0 + Ca(OH)2
2(3Ca0.Si0 2 ) + 6H2 0 3Ca0.2Si0 2 3H2 0 + 3Ca(OH)2

(Segundo Czernin, 1962)

Figura (3.3- a)

Desse m o d o , co m o a h i d r at açào d o si l i cat o t r i cál ci co o co r r e r ap i d am en t e, o ci m en t o p er m i t e


a f ab r i cação d e p eças est r u t u r ai s d e co n cr et o co m car act er íst i cas m o n o l ít i cas d ep o i s d e ap en as
al g u m as h o r as d e seu p r ep ar o , e co m r esi st ên ci a ad eq u ad a ao s p r o cesso s d e co n st r u cào , j á co m
p o u co s d i as d e i d ad e.

3.4 Endurecim ent o dos cim ent os


O en d u r eci m en t o h i d r áu l i co d o ci m en t o o co r r e por h i d r at açào d o s g r ão s d e clinker, cu j o s
co m p o n en t es est ão i n d i cad o s na Figura (3.4- a), d e aco r d o co m a m i cr of ot og r af i a d e u m a seção
t r an sver sal d e clinker d e ci m en t o Po r t l an d (Seg u n d o Cz er n i n ).
C 4 AF Cj A

Micrografia de um grão dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


clinker de cim ento Portland

Figura (3.4- a)

Co n f o r m e se o b ser va na f igura (3.4- a), o s p r i n ci p ai s co m p o st o s d o ci m en t o são : o silicat o di-


cál cl co , C,5, o silicat o t r i cál ci co, C3 5, e o f er r o- alum inat o t et r acál d co , C / F . Al ém d el es, sem p r e
ex ist ir á u m a p eq u en a f r ação d e cal livr e, CaO, b em co m o u m a p ar cel a d e m ag n ési a, MgO. É à
p r esen ça d a cal livre q u e se d eve a n ecessi d ad e d e se t er, na f ab r i cação , cer t o ex cesso c e cál ci o
p ar a asseg u r ar a f o r m ação d e u m a p o r cen t ag em ad eq u ad a d o silicat o t r i cál ci co. A p r esen ça d a
m ag n ési a d eco r r e d e sua ex i st ên ci a n o s cal cár i o s q u e ser vem d e m at ér ia- p r im a.

No p r o cesso d e h i d r at ação d o ci m en t o , co m o o cl i n k er é o b t i d o por si n t er i z açào , h aven d o


u m a f u são i n ci p i en t e d o s m at er i ai s, p r i n ci p al m en t e d o óx i d o d e f er r o q u e ser ve d e f u n d en t e,
há a f o r m ação p ar ci al d e u m a m assa vít r ea q u e i m p ed e a r áp i d a h i d r at ação d a cal livre. Desse
m o d o , a h i d r at ação d a cal livr e r esi d u al d o cíinker p o d e ocor r er ap ó s a f o r m ação d o g el rígido d e
si l i cat os. Nesse caso, a est r u t u r a r esi st en t e d o s si l i cat os p o d e ser d est r u íd a p el o ef ei t o ex p an si vo
d a h i d r at ação d a cal livr e.

A p r esen ça d a m ag n ési a p r o d u z ef ei t o s sem el h an t es ao s d a cal, p o r q u an t o a h i d r at ação d o


MgO t am b ém se d á co m ef ei t o ex p an si vo . No en t an t o , a ex p an são d a m ag n ési a t em caract eríst i-
cas m ai s p er i g o sas d o q u e as d a cal, p o r q u e a r eação d e h i d r at ação d a m ag n ési a é m ult o l en t a,
p r ocessan d o- se at r avés d o s an o s.

Co m o u m t er cei r o el em en t o ex p an si vo , deve- se t am b ém co n si d er ar o g esso , CaSO., q u e é


ad i ci o n ad o ao clinker p ar a o co n t r o l e d o t em p o d e "i n íci o d e p eg a* .

O i n íci o d a p eg a d o ci m en t o é est ab el eci d o d e f or m a co n ven ci o n al , por en sai o s d e penet ra-


ção d e u m a ag u l h a p ad r o n i z ad a d o ch am ad o ap ar el h o d e Vi cat (Pet r u cci , 1970), m o st r ad o d e
f o r m a esq u em át i ca na Figura (3.4- b).
A PA RELHO DE VICAT

Figura (3.4- b)

O t em p o d e ' i n íci o d e p eg a" é o q u e d eco r r e d esd e o i n st an t e em q u e se m i st ur a o ci m en t o


co m a ág u a d e am assam en t o at é aq u el e em q u e a ag u l h a d e Vi cat , ap l i cad a sem ch o q u e, esta-
ci o n a a 1 m m d o f u n d o . O "f im d e p eg a" o co r r e q u an d o a ag u l h a n ão d ei x a vest íg i o s ap r eci ávei s
so b r e a su p er f íci e d a p ast a en sai ad a.

Co m o s ci m en t o s n aci o n ai s, pode- se co n si d er ar a seg u i n t e cl assi f i cação p ar a o s t em p o s d e


i n íci o d e p eg a:

Peg a r áp i d a < 30 m i n u t o s

Peg a sem i- r ápida, en t r e 30 e 60 m i n u t o s

Peg a n o r m al > 60 m i n u t o s

O t em p o d e fim d e p eg a é d e 5 a 10 h o r as p ar a o s ci m en t o s u su ai s, p o d en d o ser m uit o redu-


z i d o p ar a o s ci m en t o s d e p eg a r áp i d a.

Em b o r a se t en h a a i m p r essão m acr o scó p i ca d e q u e o i n íci o d e p eg a so m en t e se r eal i z e ap ó s


cer t o i n t er val o d e t em p o d ep o i s d a m i st ur a d o ci m en t o co m a ág u a, as r eaçõ es q u ím i cas d e hi-
d r at ação são i n i ci ad as i m ed i at am en t e ap ó s a m i st u r a.
A vel o ci d ad e d e hid r at ação d ep en d e d i r et am en t e d o gr au d e finura d o ci m en t o . Qu an t o me-
nor es f or em o s gr ãos d e ci m en t o , m aior será a sua su p er f íci e esp ecíf i ca, f acilit and o assim a
r eação co m a ág u a. A m o ag em m en o s i nt ensa, d o pont o d e vist a do t em p o d e início d e p eg a, é
sat isf at ória para o em p r eg o d o ci m en t o . No en t an t o, para a o b t en ção d e r esi st ênci as el evad as, a
m o ag em d eve ser m ai s en ér g i ca, sen d o en t ão i n d i sp en sável a ad i ção d e g esso, para evit ar u m a
p eg a ex cessi vam en t e rápida.

Em b or a n ão se t en h a escl ar eci d o co m p l et am en t e o p ap el d esem p en h ad o p el o gesso, u m a d e


suas f u n çõ es p r incip ais é a d e reagir com o al u m i n at o t r icálcico, f or m an d o o sulfo- alum nat o d e
cálcio, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3Ca0.Al0 2 .3CaS0 4 .31 H2 0, q u e se ap r esen t a na f or m a crist alina.

Desse m od o, im pede- se p ar ci al m en t e q u e o Cf A f o r m e u m g el rígido. Com isso se retarda o


i níci o d e p eg a, p ois é a g r an d e vel o ci d ad e d e hid r at ação d o al u m i n at o t r icálcico, um dos f at or es
essen ci ai s d a p eg a p r em at ur a.

No en t an t o , co m o a f or m ação dos crist ais d e sulf o- alum inat o d e cálcio se dá co m ef eit o ex-
pansivo, a q u an t i d ad e d e gesso d eve ser lim it ada a cer ca d e 3 % d o p eso d o ci m en t o . Com essa
lim it ação, a m aior part e do g esso j á t erá r eag i d o an t es d o início d a p eg a co n ven ci o n al do cim en-
to, a q ual se vai processar p r i n ci p al m en t e p el as r eaçõ es d e hid r at ação d os silicat os d e cálcio.

M esm o q u an d o ai n d a n ão se t en h a i ni ci ad o a p eg a co n ven ci o n al , m ed i d a por ex em plo p el o


ap ar el h o d e Vicat , há u m r ápido au m en t o da r igid ez da m assa, q u e p o d e ser const at ad a por
m ei o d e p en et r ôm et r os sen sívei s. Ap esar disso, a t r ab al h ab i l i d ad e da m assa d i m i nu i m uit o pou-
co. A m assa ap r esen t a u m co m p o r t am en t o t ix ot rópico, r et or nand o à sua f luidez por ag i t ação
m ecân i ca.

A f or m ação d o g el rígido p el os silicat os d e cálcio const it ui u m el em en t o ret ardador d as rea-


çõ es q u ím i cas d os pr ópr ios silicat os. À m ed i d a q u e se f or m am as p ar t ículas d e d i m en sõ es coloi-
dais, vai sen d o d i m i n u íd a a cap aci d ad e d e r eação d a ág u a ad sor vi d a por essas par t ículas com
a p ar t e não hidr at ada d o s g r ãos d e ci m en t o . Dur ant e cer t o t em p o, os silicat os co n seg u em se
solubilizar e, por d i f u são, at r avés d o gel, reagir co m a ág u a ad sor vi d a p el as p ar t ícul as coloidais
j á f or m ad as e co m a ág u a capilar r est ant e.

Nesse p r ocesso d e p eg a do ci m en t o , o f en ô m en o d e "r et r ação q u ím i ca" d eve ter i m p sr t ân ci a


signif icat iva. Co n f o r m e est u d o s d as var i açõ es vo l u m ét r i cas d o concr et o, ao se pr ocessar em as
r eaçõ es f ísico- quím icas d e hid r at ação d os silicat os an i d r os e d e ad sor ção d e ág u a na f or m ação
d e p ar t ículas d e hid r og el rígido, a ág u a sof r e um a con t r ação, p er d en d o cer ca d e 2 5 % d e seu
vo l u m e or ig inal.

Ap ós o at aq u e d e t oda a per if er ia do gr ão d e ci m en t o , o p r osseg u i m en t o d a p eg a cep en d e


d a p ossib ilid ad e d e se m ant er a r eação d e h i d r at ação. Ela e cm p ar t e m ant i d a p ela ret ração
q u ím i ca d e hid r at ação, p ois el a pr ovoca a ab er t ur a d e p or os no g el rígido j á f or m ad o, por o n d e
o r est ant e d a ág u a d e am assam en t o p o d e se aprox im ar d a p ar t e ai n d a não hid r at ad a dos g r ãos
d e ci m en t o .

De q u al q u er m od o, u m a p ar t e d os g r ãos d e ci m en t o p o d e p er m an ecer int act a, sem possibili-


d ad e d e part icipar d as r eaçõ es d e hid r at ação. Essa p ar t e n ão é per dida, p oi s é el a q u e p er m it e a
co l m at ação d as fissuras f or m ad as por esf or ços m ecân i co s, im pedindo- se assim a p en et r ação d e
ag en t es agr essivos d o m ei o am b i en t e no int erior da m assa d e con cr et o.
3.5 Endurecim ent o das pozolanas
As p oz ol an as são m at er iais nat ur ais ou art if iciais co n t en d o sílicazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPO
(SiO J at iva, isto é, sílica ca-
p az d e part icipar a frio da r eação.

2Si0 2 + 3CaO(OH)2 -> 3Ca0.2Si0 2 .3Hj0

Lssa é a m esm a r eação q u e no ci m en t o Por t land co n d u z ã f or m ação do g el rígido d e silicat o


d e cálci o hid r at ad o.

As p oz ol an as p o d em ser nat urais, co m o as cinz as vu l cân i cas, ou art if iciais, f or m adas por argi-
las cal ci n ad as o u por cinz as vol an t es.

Para q u e se m an i f est e o ef ei t o p oz ol ân i co, é p r eciso q u e o m at er ial sej a m oíd o co m f inura


Bl ai n e da or d em d e 6.000 cm 7 g .

O em p r eg o da p oz ol ana é r eco m en d ad o na p r esen ça d e ag en t es q u i m i cam en t e agr essivos ao


con cr et o e, t am b ém , q u an d o se q u er reduzir o calor d e h i d r at ação d o ci m en t o . A p oz olana tam-
b ém é essen ci al m en t e n ecessár i a q u an d o h ou ver susp eit a da p r esen ça d e ag r eg ad os reat ivos,
co m o é sem p r e o caso d e em p r eg o d e seix os rolados, co m o será an al i sad o p ost er i or m en t e.

A ação d a p oz ol ana p o d e ser int er p r et ad a co m o d eco r r en t e d e d oi s f en ô m en o s.

De início, a p oz ol ana ex er ce um a ação f ísica, co m o se f osse um ag r eg ad o ult rafino, provo-


can d o a i m p er m eab i l i z ação d os cap i l ar es d o g el rígido f or m ad o p el o s pr odut os d e hid r at ação
d o ci m en t o .

Ao l on g o d o t em p o, da or d em d e 90 dias, desenrola- se um ef ei t o q u ím i co, co m a f o r m ação


d o silicat o hid r at ad o, o q u e produz u m n ovo ef ei t o i m p er m eab i l i z an t e, p ois el e se dá d ent r o dos
p or os do g el f or m ad o i n i ci al m en t e p ela h i d r at ação do ci m en t o .

A d i f i cul d ad e em se usar as p oz ol an as d eco r r e da var i ab i l i d ad e int r ínseca d e suas proprieda-


d es. Por est a razão, esse m at er ial d eve ser usad o na f or m a d e ci m en t o s pozolânicos, co m o o
esp eci f i cad o p ela NBR 5736, f ab r i cad os i n d u st r i al m en t e, e j am ai s por ad i ção diret a da p oz ol an a
à b et on ei r a.

Com p r op r i ed ad es sem el h an t es às d c um ci m en t o p oz ol ân i co, têm - se o s ci m en t os d e alto-


f or no, r eg u l am en t ad o s p ela NBR 5735. Esses ci m en t o s são co m p o st o s por clinker de ci m en t o
Por t land e escor i a g r an u l ad a d e alto- forno, em at é 6 5 % d e seu p eso.

A escor i a g r an u l ad a é f or m ad a p r i n ci p al m en t e por sílica at iva, q u e con f er e ao s ci m en t os d e


alto- forno as car act er íst icas d e en d u r eci m en t o lent o. Note- se, p or ém , q u e est es ci m en t os n ão
ap r esen t am o ef ei t o inicial i m p er m eab i l i z an t e co m o aco n t ece q u an d o se t em um ver d ad ei r o
ci m en t o p oz ol ân i co.

3.6 Perda do excesso da água d e am assam ent o


Est ud os ex p er i m en t ai s m ost r am q u e a r esi st ênci a d o con cr et o p o d e ser est i m ad a p ela lei d e
Ab r am s, ex pressa por:

a
o n d e X é a r esi st ên ci a à co m p r essão d o co n cr et o e w = A / Cé o f at or ág u a/ ci m en t o , sen d o zyxwvutsrqponmlkjihgfe
ae b
d u as co n st an t es d ep en d en t es d o s t i p os d e m at er i ai s em p r eg ad o s.

Par a val o r es u su ai s d o f at or ág u a/ ci m en t o , a eq u ação d e Ab r am s d á u m a r el ação pr at icam en-


t e linear , co m o m ost r a a Figura (3.6- a), p ar a u m co n cr et o m o l d ad o co m o f at or w = A/ C = 0,40.

O est u d o d as r eaçõ es q u ím i cas d e h i d r at ação m o st r a q u e, p ar a o s m ai s var i ad o s t ip os d e


ci m en t o , a ág u a q u i m i cam en t e co m b i n ad a co r r esp o n d e, no m áx i m o , a u m f at or ág u a/ ci m en t o
= 0,28 ± 1%.

Tod avi a, a t r ab al h ab i l i d ad e d a m i st ur a ex i g e q u e o am assam en t o sej a f ei t o co m f at or es ág u a/


ci m en t o si g n i f i cat i vam en t e su p er i o r es a esse m ín i m o q u i m i cam en t e n ecessár i o .

f c, w

(Segundo Czernin, 1962)


VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Figura (3.6- a)

Co m o en d u r eci m en t o d o co n cr et o , o ex cesso d e ág u a d e am assam en t o f or m a u m a r ed e


cap i l ar d e p or os. Um a p ar t e d essa ág u a vai evap o r ar , at é q u e se est ab el eça o eq u i l íb r i o en t r e a
u m i d ad e d o m ei o ex t er n o e a ex i st en t e n o s p o r o s cap i l ar es.

Du r an t e o p r o cesso d e en d u r eci m en t o d o co n cr et o , u m a p ar t e d o ex cesso d e ág u a d e am as-


sam en t o t en d e a ex u d ar p ar a a p ar t e su p er i o r d a m assa f luid a, e o s f i nos d a m i st u r a, part icular-
m en t e o ci m en t o , t en d em a sed i m en t ar e m su a p ar t e i n f er i or . Co m isso, há a t en d ên ci a à hete-
r o g en ei d ad e d a m assa d e co n cr et o , ob t en d o- se u m co n cr et o m en o s r esi st en t e n a p ar l e su p er i o r ,
o n d e ex i st e u m f at or ág u a/ ci m en t o ef et i vo m ai o r q u e o val o r m éd i o p r evi st o.

Al ém d isso, a p er co l ação ascen si o n al d o ex cesso d e ág u a d e am assam en t o en co n t r a b ar r ei r as


q u e d i f i cu l t am o m o vi m en t o . Essas b ar r ei r as são f o r m ad as p el o s g r ão s d o ag r eg ad o g r aú d o e
p el as b ar r as d as ar m ad u r as. Co m o r esu l t ad o , na r eg i ão su p er i o r d a m assa en d u r eci d a h á u m a
t en d ên ci a à f o r m ação d e p el ícu l as d e ág u a na f ace i n f er i or d esses o b st ácu l o s, co m o m o st r ad o
nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (3.6- b).

películas de água
na f ace inf erior

EXUDAÇÃO DO EXCESSO DE ÁGUA DE AMASSAMENTO

Figura (3.6- b)

O m ai o r f at or ág u a/ ci m en t o e a p r esen ça d as p el ícu l as d e ág u a n a r eg i ão sup er i or d a m assa


d e co n cr et o t en d em a d i m i n u i r a r esi st ên ci a d essa r eg i ão .

Nas est r u t u r as d e co n cr et o ar m ad o , esses f en ô m en o s cr i am o co n cei t o d e r eg i õ es d e b o a o u


d e m á ad er ên ci a d as ar m ad u r as ao co n cr et o .

Ad m i t i n d o q u e e m t er m o s p r át i cos n ão sej a p ossível d i st i n g u i r as even t u ai s h et er o g en ei d ad es


d en t r o d e u m corpo- de- prova d e co n t r o l e d a r esi st ên ci a d o co n cr et o , q u e t em 30 cm d e al t u r a,
a NBR 6118 ad o t o u as r eg r as m o st r ad as n a Figura (3.6- c) p ar a a co n si d er ação d as z o n as d e m á
ad er ên ci a.
Na região superior das peças d e concret o est rut urai, o n d e o f en ô m en o d e ex udação do ex-
cesso da água d e am assam ent o p od e ter ef eit o signif icat ivo, ex igem- se com p r im ent os d e ade-
rência 5 0 % m aior es do q u e nas zonas d e boa ad er ên ci a.

má ader ência

h < 60cm

30 cm boa ader ência

f ace i n f er i or da peça
ou j unt a de con cr et ag em

ZONAS DE BOA OU MÁ ADERÊNCIA PARA BARRAS DE AÇO COM


INCLINAÇÃO INFERIOR A 45° EM RELAÇÃO À HORIZONTAL

Figura (3.6- c)

3.7 Porosidade do concret o


O concret o é um m at erial essen ci al m en t e poroso e sua d ur ab ilid ad e p od e ficar com prom et ida
por essa porosidade. O event ual em p r eg o d e est rut uras d e concret o ap ar ent e d eve considerar
a int rínseca por osidade do concret o, q u e p od e perm it ir o at aq u e do m ei o am b i en t e, particular-
m en t e pelo C O „ q u e produz o ef eit o d e car b onat ação, com risco d e corrosão d as arm aduras.
Al ém disso, os produt os da p oluição am b ient al, q u e p od em ex igir sucessivas lim p ez as das facha-
das das const r uções e das sup er f ícies das est rut uras d e concr et o ap ar ent e, p od em levar ao em-
prego d e ag en t es agressivos ao concr et o. É m uit o im p or t ant e saber q u e essas lim pezas j am ais
d ever ão ser f eit as com produt os clorados, com o o cham ad o ácido m uriát ico, q u e não passa d e
ácido clorídrico diluído. A p enet r ação d esses m at eriais, em ar gam assas d e r evest im en:o e em
poros do concret o, leva- os d i r et am ent e às ar m adur as, q u e ser ão In ap el avel m en t e dest ruídas,
com o se analisa no capít ulo 5.

Os poros ex ist ent es na m assa d e concret o são d ecor r ent es d e diversas causas:

T ip os d e p or os D i m e n sõ e s( m m )
a) Por os d e co m p act ação 0,5 a 5
b ) Por os d evi d o s à incor p or ação d e ar 0,05 a 0,5
c) Poros cap ilar es 0,5 x 10"^ a 0,05
d ) Por os d o g el d e ci m en t o 0,5 x 10"6 a 0,5 x 10"^
Os p or os d evi d o s à co m p act ação do con cr et o são d ecor r en t es d o at rit o ex ist ent e en t r e os
g r ãos d os ag r eg ad o s e en t r e est es e as f ôr m as para a co n cr et ag em . Esse at rit o p od e provocar
f al h as d e co m p act ação .

Dur ant e a m ist ura da m assa d e concr et o na b et on ei r a, co m o d eco r r ên ci a d o próprio p r ocesso,


cer t a q u an t i d ad e d e ar é incor p or ad a à m assa d e concr et o. O ar i n cor p or ad o é disperso na f or m a
d e m i n ú scu l as b olhas. Em cer t as cir cunst âncias são acr escen t ad o s ad it ivos q u e au m en t am sig-
n i f i cat i vam en t e a q u an t i d ad e d e ar i n cor p or ad o. Isso é f eit o t en d o em vist a q u e essas b olhas d e
ar f u n ci o n am co m o um lubr if icant e en t r e os ag r eg ad os, p er m i t i nd o um a r ed u ção d o fator ág u a/
ci m en t o , sem p er d a d a t r ab al h ab i l i d ad e da m assa d e con cr et o.

Os p or os cap ilar es, q u e f or m am u m a r ed e d e can ai s i n t er co m u n i can t es ao lon^ o d e t oda


a m assa d e concr et o, são d eco r r en t es essen ci al m en t e da evap o r ação do ex cesso d e ág u a d e
am assam en t o . Ap ós o en d u r eci m en t o do concr et o, p ar t e d essa ág u a evap o r a, f icando u m a r ed e
cap ilar co m o s p or os m en o r es sat ur ad os d e ág u a e os m ai or es co n t en d o ar e vap or r o seu inte-
rior e u m a p elícula d e ág u a ad sor vi d a ao l on g o d e su as p ar ed es; ver zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPO
Figura (3.7- a).

Os p or os do g el d e ci m en t o são d ecor r en t es da r et r ação q u ím i ca d a ág u a d e hidr at ação d o


ci m en t o . Esses p or os são d e m i n ú scu l as d i m en sõ es, i sol ad os uns d o s out ros, n ão p er m it ind o
p er col ação d e f luidos por seu i n t er m éd i o e, p or t ant o, n ão p ar t icip and o d os m ecan i sm o s d e ata-
q u e ao concr et o.

Tend o em vist a as ag r essõ es do m ei o ex t er no ao concr et o, o s poros d e com p act ação e os


d evi d o s à i n cor p or ação d e ar p o d em ser en car ad o s co m o m i n ú scu l os d ef ei t o s localizados, q u e
ag r avam a ag r essão do m ei o ex t er no por m ei o d os f luidos q u e por el es p en et r am .

A d u r ab i l i d ad e d o concr et o, q u e d ep en d e essen ci al m en t e d a p or osi d ad e capilar, é f u n ção d o


fat or ág u a/ ci m en t o .

Esse fat o ex plica por q u e est r ut ur as p or t uár ias co m co n t eú d o s d e ci m en t o d e pelo m en o s


350 kg/ m 3 , ex ecu t ad as no n or t e d a Eur op a, co m f at or es ág u a/ ci m en t o n ão sup er ior es a 0,4,
p er m an ecer am int act as por m ui t as d ez en as d e an o s em ág u as m ar ít i m as al t am en l e p oluíd as
e saz o n al m en t e co n g el ad as. Com o se escl ar ece ad i an t e, essa ag r essão é signif icat iva na z o n a
d e borrif os d e ág u a, p ois é n ecessár i a a p r esen ça si m u l t ân ea d e ox igênio, ág u a e dos ag en t es
agr essivos. Em est r ut ur as p er m an en t em en t e m er g u l h ad as em ág u a, co m p r essão posit iva d e
p el o m en o s 1,50 m et r o, não ex ist e m ai s ox ig ênio d i sp on ível para as r eaçõ es q u ím i cas d e at aq u e.
Por essa razão, est acas ex t raídas em r ef or m as d e obr as p or t uár ias, com m ui t as d ez en as d e an o s
d e uso, m esm o t en d o sido con st r u íd as co m con cr et os d e baix a r esist ência, apresent avam - se
p er f ei t am en t e int act as.
POROSIDADE CAPILAR

Figura (3.7- a)

3.8 Calor d e hidrat ação


As r eaçõ es d e h i d r al ação d o s co m p o st o s d o ci m en t o são ex o t ér m i cas, o q u e p r o vo ca o aq ue-
ci m en t o d a m assa d e co n cr et o d u r an t e o seu en d u r eci m en t o . Esse f at o p o d e t r azer g r aves pro-
b l em as p ar a a co n cr et ag em d e g r an d es m assas.

Du r an t e a f ase i n i ci al d e en d u r eci m en t o d o co n cr et o , p ar t i cu l ar m en t e n as p r i m ei r as i d ad es, a


l i b er ação d o cal or é m ai s i n t en sa, ex p an d i n d o- se a m assa e m vi r t u d e d o aq u eci m en t o q u e se d á
ao l o n g o d e t o d o seu vo l u m e.

Nest a f ase, a r i g i d ez d o co n cr et o é baix a, o q u e p er m i t e a aco m o d ação d a m assa q u e se ex-


p an d e t er m i cam en t e às even t u ai s h et er o g en ei d ad es d a d i st r i b u i ção d e t em p er at u r as. As even-
t u ai s fissuras p r o vo cad as p el as h et er o g en ei d ad es são co l m at ad as p el o p r o sseg u i m en t o d as rea-
çõ es d e h i d r at ação .

Qu an d o o en d u r eci m en t o j á o co r r eu em sua m ai o r p ar t e, a g er ação d e cal o r p r at i cam en t e


t er m i n a e a m assa d e co n cr et o co m eça a se r esf r iar , d e f or a p ar a d en t r o , at é at i n g i r o eq u i l íb r i o
t ér m i co co m o m ei o am b i en t e. Tod avi a, o co n cr et o j á en d u r eci d o t em ag o r a g r an d e r igid ez .
O en cu r t am en t o t ér m i co d as cam ad as ex t er n as t en d e a ser i m p ed i d o p el o n ú cl eo i n t er n o
ai n d a q u en t e. Esse est ad o d e co ação p o d e p r ovocar fissuração g en er al i z ad a e r upt ur as localiza-
d as por t r ação d as cam ad as p er i f ér i cas, ag r avan d o- se m u i t o a p o ssi b i l i d ad e d e at aq u e d o m ei o
ex t er n o ao co n cr et o , co m o m o st r ad o esq u em at i cam en t e n azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIH
Figura (3.8- a).

cam ada periférica


em resfriam ent o
signif icat ivo

núcleo
aquecido

Figura (3.8- a)

O cal or d e h i d r at açáo d o s ci m en t o s i m p õ e r est r i çõ es às esp essu r as d as cam ad as d e concr et a-


g em e ao l an çam en t o d e co n cr et o n o vo so b r e co n cr et o j á en d u r eci d o , co m o m ost r ad o p el o Pr of .
Ed u ar d o Th o m az e m seu ex cel en t e est u d o so b r e a fissuração d o co n cr et o 8 .

Em caso s esp eci ai s, co m o n as b ar r ag en s, em p r eg am - se ag r eg ad o s r ef r i g er ad o s para com p en -


sar o cal or d e h i d r at ação , al ém d e se con t r ol ar a co m p o si ção q u ím i ca d o ci m en t o a ser em p r eg a-
d o . Co m essa finalidade é o p o r t u n o co n h ecer o cal or d e h i d r at ação d o s d i f er en t es co m p o n en t es
d o s ci m en t o s, co m o se m ost r a a seg u i r (Cz er n i n , 1963):

Calor d e h id r at ação
Com p on en t e
Ca l / g r a m a
Si l i cat o t ricálcico 120
Si l i cat o d i cál ci co 62
Al u m i n at o t r icálcico 207
Fer r o- alum inat o t et r acál ci co 100

A n ecessi d ad e d e r ed u ção d o cal or d e h i d r at ação l eva en t ão ao em p r eg o d e ci m en t o s co m


baix o C/ i , e co m o au m en t o d e C, 5 e m r el ação ao C^ S.
3.9 Quest ionário
1) Qu ai s são os co m p o n en t es b ási cos d os cim ent os?

2) Por q u e d eve ser r i g or osam en t e lim it ad a a q u an t i d ad e d e cal livr e n os cim ent os?

3) O q u e é sílica at iva? Qu al a f inura m ín i m a n ecessár i a ã r eação d e h i d r at ação d a sílica ati-


va?

4 ) Qu al a co m p o si ção m éd i a d o ci m en t o Por t land ?

5) Qu ai s são os el em en t o s secu n d ár i os d o ci m en t o Por t land ?

6) Qu al a i m p or t ân ci a d a m ag n ési a (M g O) cont id a no ci m en t o?

7) Qu al a i m p or t ân ci a d o gesso ad i ci o n ad o ao ci m en t o?

8) Qu al o com p ost o p r incip al r esp on sável p elo en d u r eci m en t o hidr áulico?

9) Qu ai s as car act er íst icas d e en d u r eci m en t o d o C,S e d o CsS?

10) Qu al a cont r i b ui ção d o C3A à r esi st ênci a d o concr et o?

11) Qu ai s as p ossíveis r eaçõ es ex p ansivas d os co m p o n en t es do ci m ent o?

12) O q u e é ci m en t o d e p eg a nor m al?

13) Qu al é o t em p o usual d e fim d e p eg a?

14) Qu an d o se d eve em p r eg ar u m ci m en t o p oz olânico?

15) Com o se d á a per da d o ex cesso d e ág u a d e am assam en t o ?

16) O q u e são z o n as d e b oa e d e m á ad er ên ci a?

17) Qu e t ip os d e poros ex ist em na m assa d e concr et o en d u r eci d o ?

18) Qu al a i m p or t ân ci a da p or osi d ad e capilar para a d u r ab i l i d ad e da est rut ura?

19) Qu al a i m p or t ân ci a d o calor d e hid r at ação d o ci m en t o para a i n t eg r i d ad e d as est rut uras


d e concr et o?

20) Qu ai s os cal or es d e hid r at ação d os co m p o n en t es b ásicos d o s ci m en t os?


4. Durabilidade do concret o

4.1 Tipos de agressão ao concret o


A b oa d u r ab i l i d ad e d o con cr et o d as est r ut ur as d ep en d e d e sua f ab r i cação co m m at er iais não-
ex p ansi vos e cie sua cap aci d ad e d e resist ir às ag r essõ es p r o ven i en t es d o m ei o ex t erno.

Os m ecan i sm o s d e ag r essão são d e d iver sos t ipos, al g u n s d e nat ur ez a f ísica e out ros d e na-
t ur eza q u ím i ca.

A q u ase t ot al i d ad e dos m ecan i sm o s d e ag r essão ao concr et o d ep en d e d a p r esença d e me-


can i sm o s d e t r ansp or t e d os el em en t o s ex t er nos d e ag r essão at r avés d os p or os e fissuras d o
con cr et o, e da ex i st ênci a d e d ois f at or es essen ci ai s:

• d i sp on i b i l i d ad e d e ág u a no int erior d a m assa d e con cr et o;

• d i sp on i b i l i d ad e d e ox ig ênio d o ar.

De m o d o ger al, as ag r essõ es usuais p er i g osas para a i n t eg r i d ad e d o concr et o est ão associa-


d as a f en ô m en o s ex p ansi vos no int erior da m assa d e concr et o j á en d u r eci d o , ou à d i ssol u ção
d o s pr odut os d e h i d r at açào d o ci m en t o .

As ag r essõ es f ísicas m ai s i m p or t an t es são d ecor r en t es d o s seg u i n t es f en ô m en o s:

a) er osão por ab r asão;

b) er osào por cavi t ação;

c) f r at ur am ent o por co n g el am en t o d a ág u a.

A er osão por ab r asão é d evi d a ao d esg ast e sup er f icial d o concr et o cau sad o p elo at rit o co m
p ar t es sól i d as d esl i z an d o sob r e sua su p er f íci e, p ar t i cu l ar m en t e p ela p assag em d e pessoas, ani-
m ai s o u veícu l os.

A er osào por cavi t açào é p r ovocad a p ela i m p l osão d e b ol h as d e vap or d 'ág u a j unt o à super-
f íci e d a est r ut ur a. Esse f en ô m en o p o d e ocorrer n os esco am en t o s líq uid os com z onas d e alt a e
baix a pr essão, o n d e, n est as últ im as, form am - se b olhas, as quais, ar r ast ad as para out ras z on as
em q u e a p r essão líquida sej a m aior q u e a pr essão d e vapor , i m p l o d em , co m ef ei t o erosivo mui-
to i nt enso.

O f r at ur am ent o por co n g el am en t o d a ág u a d ecor r e do au m en t o d e vo l u m e, d e cerca d e 9 %,


q u e ocor r e na t r ansf or m ação d a ág u a em g el o . Se a p or osi d ad e do con cr et o n ão for cap az d e
aco m o d ar esse au m en t o d e vo l u m e, haver á o co n seq ü en t e f r at ur am ent o do m at erial.

As ag r essõ es q u ím i cas m ais i m p or t an t es são d eco r r en t es d os seg u i n t es f en ô m en o s:

a) sol ub i l i z ação d os el em en t o s do concr et o por ág u as áci d as;

b) ação d e ág u as sulf at ad as;

c) r eat i vi d ad e d os ag r eg ad o s co m o s alcalis do ci m en t o .

Al ém disso, co m o ser á vist o ad i an t e, a ação d o gás car b ôn i co e d os íons clor et o t em p ap el


i m p o r t an t e na ag r essão às ar m ad u r as m er g u l h ad as no con cr et o.
Em q ualq uer caso, a d ur ab ilid ad e das est rut uras d ep en d e d o ad eq u ad o ad en sam en t o do con-
cret o, garantindo- se um a sat isf at ória com p aci d ad e, q u e dif icult e os m ecan i sm os d e t ransport e
no seu int erior.

4.2 Agressão por águas ácidas


A ag r essão do co n cr et o por ág u as áci d as d eco r r e da t r an sf o r m ação d o s co m p o st o s d e
cál ci o ex i st en t es no co n cr et o en d u r eci d o , zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ca(OH)„ C f 5 , C ( S, C/ \ , em sai s d e cál ci o d o
áci d o ag r essor .

Os áci d os par t icular m ent e agr essivos são os q u e f orm am sais solúveis em ág ua, os quais
p er m it em a r enovação do at aq u e, at é a d est r uição t ot al do concret o. Se os sais f orm ados f or em
insolúveis, ap ós o prim eiro at aq ue, int errom pe- se a própria reação agressiva, p ela im perm eabili-
z ação propiciada p elos sais q u e j á se f orm aram .

Qu an d o a est rut ura d e concret o est á m er gulhad a em ág u as ácid as paradas, a solubilização


dos com p ost os d e cálcio p r esent es no cim ent o som en t e p od e ocorrer se o concret o tiver um a
por osidade ex ager ada, co n seq ü ên ci a d e um a ex ecução d ef eit uosa.

Em um a invest igação f eit a na ci d ad e d e São Paulo a respeit o da agr essivid ad e d as ág j as sub-


t errâneas, por ocasião da const r ução das obras da prim eira linha do Met r ô, não foi encont r ado
seq uer um ex em plo d e agressão a est rut uras ent erradas, em b or a f ossem encont r ad as ág u as
sub t er r âneas poluídas com os m ais d if er ent es t ipos d e ag en t es t eor i cam en t e agressivos.

A agr essão ef et iva som en t e se m anif est a q uand o há per colação d e água at ravés da massa d e
concret o, com o p od e acont ecer em r evest im ent os d e t úneis, reservat órios ent errados, m uros d e
arrim o e out ras obras d e con t en ção d e valas e encost as. Nesses casos, a i m p er m eab i l i d ad e da
m assa d e concr et o é essencial.

Os m esm os ag en t es agressivos, q u e p ouca p r eocup ação causam q uand o est ão nas ág u as


subt errâneas, t êm um ef eit o par t icular m ent e dest ruidor q uand o est ão p r esent es no ar atmosfé-
rico. Esses el em en t o s da p oluição at m osf ér ica, associados à u m i d ad e am b i en t e, acom p an h ad os
d e chuvas q u e lavam a sup er f ície das est rut uras, const it uem m ecan i sm os ef icient es d e destrui-
ção do concret o, par t icular m ent e em est rut uras d e concret o ap ar ent e.

O uso d e est rut uras d e concr et o ap ar ent e d eve levar em cont a essa r ealid ad e am b ient al,
send o necessár io ajust ar co n ven i en t em en t e as espessur as d as cam ad as d e cobrim ent o das ar-
m aduras.

As principais r eações d e agr essão ácid a são as seguint es:

a) At aque por C0 2 agressivo


O gás car b ônico produz duas r eações d e car b onat ação do concr et o:

I) Carbonat ação do hidróx ido d e cálcio

CO , + Ca(OH)2 - > Ca CO, + H2 0


II) Carbonat ação do silicato d e cálcio hidrat ado

JCOj + 3Ca0.2SiO_,.3H,0 - > 3CaC0 3 + 2Si0 2 + 3H,0

Com a pr esença d e COr a car b onat ação do concret o, isto é, a f or m ação d e carbonat o d e
cálcio, evolui para a hidrólise do CaCO,, form ando- se o bicarbonat o (car b onat o ácido), q u e é
solúvel em ág ua, em vir t ud e da r eação:

CaCOj + C0 2 + Hp -> Ca(HC0 3 )2

Se houver p er colação d e ág u a at ravés do concr et o, produz- se a lix iviação da m assa. Um dos


sinais t ípicos d esse f en ô m en o é a ef lor escência superf icial, obt ida por evap or ação, seg u n d o a
r eação:

Ca(HC0 3 )2 — CaCO, + C0 2 + H2 0

Qu an d o o bicarbonat o encont r a um a con cen t r ação ad eq u ad a d e hidróx ido, dá- se n ovam en t e


a f or m ação d e carbonat o, com o ef ei t o im p er m eab iliz ant e, at ravés da r eação quím ica:

Ca(HC0 3 )2 + Ca(0H)2 — 2CaCO, + 2H2 0

Esta r eação é prot et ora do concr et o, sen d o p ar t icular m ent e im p or t ant e nas barragens, para
a est an q u ei d ad e da est rut ura.

Out ros áci d os agressivos, t ais com o o clorídrico, o sulf úrico, o nít rico, o lát ico, o acét ico, et c.,
provocam processos d e agressão da m esm a nat ureza, não ex ist indo a possibilidade de f or m ação
d e sais insolúveis. Eles f orm am sais solúveis q u e p od em ser levados por ág u a em m ovim ent o.

Um ef eit o eq u i val en t e ao das ág u as ácid as é produzido pelas ág u as puras d e chuva. A pureza


da água lhe con f er e g r and e cap aci d ad e d e dissolver os com p ost os d e cálcio, com o con seq ü en t e
ef eit o dest ruidor do concr et o.

4.3 Agressão por sulf at os


Em cont rast e com o at aq u e d e ág u as ácidas, q u e d est r oem t odos os com p on en t es do cimen-
to, o at aq u e por sulf at os ag e ap en as sobre o CyA. O at aq u e por sulf at o d e cálcio se dá por m ei o
da r eação:

3Ca0.AL2 0 3 + 3CaSO, + 31H2 0 — 3CaO.AL2 Or 3CaSO,.31H2 0

As 31 m ol écul as d e H,0 d e crist alização do sulfo- alum inat o d e cálcio pr oduzem um en o r m e


ef eit o ex pansivo, dest ruidor da est rut ura int erna do concret o.

O sulf at o d e m ag n ési o t em ef eit o sem el h an t e.

A d ef esa cont ra o at aq u e d e sulf at os consist e na d i m i nui ção do con t eú d o d e C/ \ do cimen-


to, p ela ad i ção d e óx ido f érrico, produzindo- se ent ão o Q 4 F, q u e é m uit o resist ent e ao at aq u e
q u ím i co. Essa é a essên ci a d os ch am ad o s ci m en t o s r esist ent es a sulf at os, co m o o s que são re-
g u l ad os p ela NBR 5737.

Os ci m en t o s r esi st ent es a sulf at os n ão d evem , p or ém , el i m i n ar t o t al m en t e o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWV


C}A, pois o alu-
m inat o t ricálcico t em ef ei t o am o r t eced o r sob r e o at aq u e d e íon s clor et o às ar m adur as d e aço
em b u t i d as no concr et o.

Nas ob r as m ar ít im as, a z on a d e borrif os é a q u e m ai s sof re co m o at aq u e com b i n ad o dos


sulf at os ao concr et o e d os clor et os à ar m ad u r a. Nas p ar t es p er m an en t em en t e m er g u l h acas, co m
p elo m en o s um m et ro e m ei o d e pr essão posit iva d e ág u a, p ela au sên ci a d e ox ig ênio do ar, o
at aq u e d e sulf at os é m uit o r ed uz i d o e o d e clor et os é el i m i n ad o, co m o ser á vist o ad i an t e.

4.4 Reação álcali-agregado


A r eação álcali- agregado consi st e em r eaçõ es d os álcalis d o ci m en t o co m co m p o n en t es d e
cer t os ag r eg ad os, produzindo- se um f en ô m en o ex p ansivo.

São d e i m p or t ânci a os íons al cal i n os d e sód i o e pot ássio p r o ven i en t es da hidr at ação d as
i m p ur ez as do ci m en t o . De m o d o ger al, adm it e- se q u e t eor es d e álcalis ab aix o d e 0 ,6 % do p eso
d o ci m en t o , em eq u i val en t e d e sód i o, i m p ed em a r eação ex p ansiva, q u ai sq u er q u e sej am o s
ag r eg ad o s em p r eg ad o s.

As r eaçõ es ex p ansivas álcali- agregado são d o t ipo d e em b eb i çâo d e u m g el por ág ua prove-


n i en t e d o m ei o ex t er no.

Em b or a ex ist am t rês d i f er en t es r eaçõ es ex pansivas, álcali- sílica, álcali- silicat o e álcali- carbona-
to, d e i nt er esse prát ico r eal so m en t e há p r eo cu p ação co m a r eação álcali- sílica.

Essa r eação ex p ansiva so m en t e p o d e ocorrer se os ag r eg ad o s t i ver em signif icat iva f ração d e


sílica r eat iva, q u e possa se solubilizar, a fim d e q u e, em con t at o co m o s sulf at os d e sódio e d e
pot ássio, p r o ven i en t es d o ci m en t o e d issolvid os na ág u a capilar, h aj a a f or m ação d e gel d e sili-
cat os d e sód io e d e pot ássio.

O ef ei t o d est r uid or da r eação álcali- sílica so m en t e ex ist irá q u an d o houver sílica reat iva, álcalis
e ág u a suf icient e para q u e possa ocor r er u m a ex p an são signif icat iva.

Se o con cr et o p er m an ecer seco, n ão p o d e ocor r er a r eação ag r essiva. Qu an d o a est rut ura


est á em con t at o p er m an en t e o u i n t er m i t en t e co m a ág u a, é preciso cuid ar para q u e os álcalis
d o ci m en t o sej am con t r ol ad os e q u e a d o sag em d e ci m en t o t am b ém n ão sej a ex cessiva, pois
el a t am b ém cont r ola a q u an t i d ad e d e álcalis. Al ém disso, é preciso cont r olar a nat ureza dos
ag r eg ad os.

Co m o a r eação ex p ansiva álcalis- sílica é m uit o lent a, l evan d o at é m uit os an o s para se mani-
f est ar, o m elhor con t r ol e é d ad o p el a hist ória d as f ont es d e ab ast eci m en t o d os ag r eg ad os. Na
d ú vi d a, pode- se f azer o en sai o q u ím i co para d et ect ar a even t u al r eat i vi d ad e d o ag r eg ad o. Esse
en sai o , q u e é r eg ulad o p el as n or m as NBR 9773 e NBR 9774, não dá seg u r an ça sob r e a r eat ivid ad e
d o ag r eg ad o .

A p oz ol an a, por provocar a r eação álcalis- sílica i m ed i at am en t e na p r ep ar ação do concr et o,


co n su m i n d o o s álcalis d o ci m en t o , é o real el em en t o inibidor da ex p ansão post erior dent ro d o
con cr et o j á en d u r eci d o .
A i ni b i çào da even t u al r eação álcali- sílica é m uit o i m p or t an t e na r ealiz ação d e est rut uras em
t erras baix as, co m o nas b aci as d o s g r an d es rios, em q u e n ão ex ist em r ochas d isp oníveis para
a o b t en ção d e ag r eg ad o s gr aúd os. Essa si t uação é t ípica em t erras baix as da Am az ônia, co m o
t am b ém o é nas t erras baix as d a Hol an d a 9 e d a Al em an h a.

Nessas t erras baix as, a d i sp on i b i l i d ad e d e ag r eg ad o s g r aú d os r esi d e b asi cam en t e n os seix os


r olad os dos rios. Esses seix os t êm r esist ência m ecân i ca ex cel en t e, em b o r a f r eq ü en t em en t e pos-
sam ap r esen t ar r eat i vi d ad e a f rio. O con t r ol e d o ci m en t o e o em p r eg o d e m icr osílica t or nam t ais
m at er i ai s ad eq u ad o s à r ealiz ação d e ob r as d e con cr et o ar m ad o.

Desse m od o, nas ob r as em q u e haj a a p ossib ilid ad e d a p r esen ça d e ag r eg ad o s reat ivos, em


g er al d u as m ed i d as d e p r ecau ção d evem ser t om ad as: o con t r ol e do t eor d e álcalis p r esent e no
ci m en t o e o em p r eg o d e p oz ol an as ef i caz es na d o sag em d o concr et o, esp eci al m en t e d e micro-
sílica, q u e p o d e ser co n si d er ad a co m o u m a su p er p o z o l an a.

Na p r esen ça da p ossib ilid ad e d e em p r eg o d e ag r eg ad o s reat ivos, os ci m en t o s a em p r eg ar


n ão d evem levar a u m a d o sag em d e álcalis, d o sad o s em t er m os d e óx ido d e sód io, d e m ai s d e
3 k g/ m } d e concr et o, o q u e l eva, em m éd i a, a q u e no ci m en t o n ão haj a m ai s d e 0 ,6 %, em p eso
d e álcalis, m ed i d o s em t er m os d e óx ido d e sód io. Para respeit ar essas co n d i çõ es, u su al m en t e
são ut iliz ad os ci m en t o s d e alto- forno.

A seg u n d a m ed i d a é o em p r eg o d e p oz ol anas, esp eci al m en t e a m icr osílica, que p o d e ser


co n si d er ad a co m o u m a su p er p o z o l an a. As p o z o l an as d e m o d o g er al e a m icr osílica em part icular
co n t êm u m a alt a d o se d e sílica m uit o r eat iva, em vi r t u d e d e sua f inura. Para u m a finura Bl ai n e
d o ci m en t o d a or d em d e 2.600 cm Vg , as p o z o l an as ap r esen t am f inuras aci m a d e 6.000 cnV/ g.
Com f inuras d essa or d em , a sílica torna- se r eat iva a frio e, d essa f or m a, r eag e com os ál cal i s do
ci m en t o ai n d a d u r an t e a f ase fluida do con cr et o. Desse m od o, q u an d o o concr et o en d u r ece,
em b o r a possa haver ag r eg ad o s reat ivos, o s ál cal i s do ci m en t o j á f or am con su m i d os na f or m a
d e silicat os d e sód i o e pot ássio, n ão m ai s ex ist ind o a p ossi b i l i d ad e d e ocor r ên ci a d e um a f ut ura
r eação ex p ansiva, q u e so m en t e ocor r e na p r esen ça d e sais d i ssoci ávei s d esses álcalis.

4.5 Agressividade do am bient e


Com en t ár i os sob r e as p r escr i ções d a NBR 6118.

De acor d o co m a n or m a brasileira ABNT NBR 6118 (i t em 6.4), zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONM


"a agressividade do meio am-
biente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto,
independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da
retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de concreto".

De acor d o com essa nor m a, a aval i ação d a ag r essi vi d ad e d o m ei o am b i en t e sobre u m a d ad a


est r ut ur a p o d e ser f eit a d e m o d o sim p lif icad o, em f u n ção d as co n d i çõ es d e ex posição d e suas
p eças est r ut ur ais. Para essa f inalid ad e, a ag r essi vi d ad e am b i en t al p o d e ser classif icada co n f o r m e
as classes d ef i n i d as na t ab el a seg u i n t e.
tecnologia do concreto e/ truturol - tópico/ aplicado/

NBR 6118 - Tabela 6.1 - Classes de Agressividade Ambiental

Classes d e Risco d e
Classif icação g er al d o t ip o d e
Ag r essivid ad e Ag r essivid ad e d et erioração
a m b i e n t e para ef eit o d e p rojet o
Am b i en t al da estrutura
Rural
l Fraca Insignif icant e
Su b m er so
II Mo d er ad a Ur b an o ' Peq u en o
Mar i n h o "
iii Fort e Gr an d e
In d u st r i ar 2 '
In d u st r i al " 1 '
IV Mu i t o f ort e El evad o
Resp i ng os d e m ar é
"Pode- se admitir um m lcrocllm a com um a classe d c agressividade mais branda (um nível acima» para am bient es int ernos
secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas d e servl< o do apart am ent os residenciais c conjunt os com erciais ou
am bient es com concreto revestido com argam assa e pintura).

'' Pode- se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acim a) em : obras em regiões d e clima scco, com
um idade relativa do ar m enor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas d e < huva em am bient es predom inant em ent e
secos, ou regiões ond e c hove raram ente.

" Am bient es qulm lcam ent e agressivos, t anques Industriais, galvanoplastla, branqueam ent o em indústrias de celulose
e papel, arm azéns de fertilizantes. Indústrias quím icas.

Observe- se q u e a consid er ação do am b i en t e urbano com o d e agr essivid ad e m oderada, com o


r ecom end a a NBR 6118, com p eq u en o risco d e d et er ior ação da est rut ura, é al t am en t e discut ível
para as gr and es r egiões m et ropolit anas, o n d e a agr essivid ad e da poluição at m osf érica é um a
r eal i d ad e q u e não p od e ser ignorada. Dessa f orm a, a r ecom en d ação da NBR 6118 que leva à
perm issão do em p r eg o d e concret o par cialm ent e prot endido nos am b i en t es d as gr and es ci d ad es
não p od e ser acei t a com t r anq üilid ad e para as obras- de- arte d e concr et o não revest ido, t en d o
em vist a a possibilidade da ocor r ência d e car r egam ent os esp eci ai s não previst os no projet o.

4.6 Quest ionário


1) Qu ai s as duas con d i ções necessár ias à agressão do concr et o por el em en t o s do m eio ex-
t erno?

2) Qu ai s os t ipos d e ag r essões f ísicas usuais?

3) Com o se dá a agressão do concret o por ág u as ácidas?

4) Qu al a dif er ença d e agr essivid ad e das ág u as par adas e das ág u as corrent es?

5) Qu an d o d evem ser t em id as as ág u as poluídas subt errâneas?

6) Com o ag em sobre o concret o os p ol uent es d o ar at m osf érico?

7) Qu al o ef eit o agressivo d as ág u as d c chuva?

8) Com o se dá o at aq u e por CO, agressivo?

9) Com o se dá a agressão ao concr et o por ág u as sulf at adas?


10) Co m o se co m b at e a ag r essão d o concr et o p ela ág u a do m ar?

11) Qu ai s são os p r incip ais ag r eg ad o s ex pansivos?

12) Com o se d á a r eação álcali- agregado?

13) Qu al o ef ei t o f ísico d as p o z o l an as na i ni b i ção d a r eação álcali- agregado?

14) Qu al o ef ei t o q u ím i co d as p oz ol an as na i ni b i ção da r eação álcali- agregado?

15) Por q u e se ad i ci o n a g esso ao ci m en t o?


5. Cor r osão das ar m ad ur as

5.1 Causas da corrosão


As ar m ad u r as d e aço d en l r o d a m assa d e co n cr el o são p r o t eg i d as co n t r a a co r r o são p el o fe-
n ô m en o d a p assi vaçào d o aço , d eco r r en t e d a g r an d e ai cal i n i d ad e d o m ei o am b i en t e, pois o p l l
d a ág u a ex i st en t e n o s p or os at i n g e val o r es at é su p er i o r es a 12,5.

Em am b i en t es co m essa ai cal i n i d ad e, f orm a- se na su p er f íci e d as b ar r as d e aço u m a cam ad a


m i cr o scó p i ca i m p er m eável d e óx i d o d e f er r o, q u e co n st i t u i a ch am ad a p el ícu l a p assi vad o r a; ver zyxwvutsrqponm
Figura (5.1- a). Essa p el ícu l a i m p ed e a d i sso l u ção d o s ío n s Fe", t or nand o- se assi m i m p o ssível a
co r r o são d as ar m ad u r as, m esm o q u e h aj a u m i d ad e e o x i g ên i o no m ei o am b i en t e.

cam ada de
cobrim ent o

película passivadora f orm ada


por uma cam ada i m p er m eável
d e óx ido de f erro

Figura (5.1- a)

A co r r o são d as ar m ad u r as d en t r o d o co n cr et o so m en t e p o d er á o co r r er se f or d est r u íd a a pe-


l ícul a p assi vad o r a. Essa d est r u i ção p o d e aco n t ecer d e m o d o g en er al i z ad o , e m vi r t u d e d e t r ês
d i f er en t es causas 1 0 :

• r ed u ção d o p H, ab ai x o d e 9, por ef ei t o d a car b o n at ação d a cam ad a d e co b r i m en t o d a ar-


m ad u r a;

• p r esen ça d e ío n s cl o r et o (Cl) o u d e p o l u i ção at m o sf ér i ca aci m a d e u m val or cr ít i co;

• l i x i vi ação d o co n cr et o na p r esen ça d e f lux os d e ág u a q u e p er co l em at r avés d e sua m assa.

Nas ar m ad u r as d e p r o t en sào , p o d em ai n d a ocor r er , d e f o r m a l o cal i z ad a, d u as out r as f o r m as


d e ag r essão ao aço : a co r r o são sob t en são e a f r ag i l i z ação p or h i d r o g ên i o .

Um a úl t i m a cau sa d e co r r o são d as ar m ad u r as é o em p r eg o d e esp essu r as i n ad eq u ad as d e


co b r i m en t o ; ver Figura (5.1- a).

É p r eci so l em b r ar q u e o s có d i g o s n o r m al i z ad o r es esp eci f i cam esp essu r as d e co b r i m en t o co m


val o r es m ín i m o s ab so l u t o s. Qu ai sq u er f al h as d e ar r an j o d as ar m ad u r as, n o p r oj et o o u na cons-
t r u ção, p o d em levar a esp essu r as r eai s m en o r es q u e esses m ín i m o s ab so l u t o s, t or nando- se cau-
sas ef i ci ent es d e corrosão das arm aduras. Por esse m ot ivo, é p r ud ent e admitir- se q u e no projet o
sej am esp ecif icad os cob r im ent os nom inais com um acr éscim o d e 0,5 a 1,0 cent ím et ro aci m a dos
m ínim os absolut os r egulam ent ar es.

5.2 M ecanism os de corrosão


A corrosão dos m et ais p od e ocorrer, em princípio, por dois d if er ent es processos, um cm m ei o
ácido, na pr esença d e m et ais dif er ent es, e out ro em m eio alcalino o u neut ro, por ef eit o d e um a
ox igenação d if er encial en t r e part es do m esm o m et al.

Em am b o s os processos ocor r em d uas r eações elet rolít icas, um a an ód i ca e out ra cat ódica.

Na r eação anód i ca, o ferro fica carregado el et r i cam en t e d e m od o posit ivo, ocorrendo a sua
dissolução p ela passagem dos íonszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fe'* para a solução.

A r eação an ód i ca p od e ser ex pressa por: FeFe+ * + 2e~

Na reação catódica, o ferro funciona com o simples eletrodo, junto do qual os elétrons liberados pelo
ânodo passam à solução, fechando- se assim o circuito elétrico. Não há consum o de ferro do cátodo.

O m ecani sm o d e corrosão em m eio ácid o est á descrit o na Figura (5.2- a). Esse m ecanism o, em
geral, é est ab el eci d o pelo em p r eg o d e 2 m et ais dif er ent es.

Em m ei o ácid o ocorre a ioniz ação da ág ua. Os íons H* dirigem- se ao cát od o, onde são neu-
t ralizados, liberando- se ent ão o hidr ogênio n ascen t e H q u e passa, a seguir, à forma m olecular
H,. Os íons (OH)- dirigem- se ao ân od o, o n d e r eag em com os íons Fe" solubilizados, formando-
se o Fe(OH), q u e por várias r eações int er m ediár ias acab a f or m and o a f er r ugem , basicam ent e
const it uída p elo Fe,Or

MECANISMO DE CORROSÃO

e-

ANC

Fe (O

/ SOLUÇÃO ÁCIDA (H 2 0

HO - H )

M ETAIS DIFERENTES OU CONCENTRAÇÕES ELETROLÍTICAS DIFERENTES

Figura (5.2- a)
O m ecani sm o d e corrosão em m ei o alcalino est á m ost rado nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLK
Figura (5.2- b).

A r eação cat ódica q u e agora ocorre p od e ser ex pressa por:

2e- + yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
ViiO) + Hfi—*• 2(OHy

0-

OXIGEN AÇÃO D IFERENTE


(PO D EM SER OS M ESM O S M AT ERIAIS)

Figura (5.2- b)

Em m eio alcalino não há a f or m ação d e íons H*. A f or m ação d e íons hidrox ila (OH)- ocor r e
no cát odo, por ef eit o da ox idação dessa part e do m et al. Esses íons (OH) dirigem- se ent ão ao
ânod o, com o no caso ant erior, produzindo- se f inalm ent e o Fe,0 3 .

5.3 Corrosão das arm aduras dent ro do concret o


Para q u e as ar m ad ur as d e aço dent r o do concr et o sof ram corrosão, é preciso q u e j unt o a
el as haj a u m i d ad e e ox igênio, pois o m ei o em q u e el as est ão m er gulhad as é alcalino; Figura
(5.3- a).

A p enet r ação do ox igênio p r ovenient e do m eio am b i en t e ocorre por dif usão at ravés da ca-
m ada d e cob r im ent o, ch eg an d o at é o m et al, e provocando a corrosão se a película passlvadora
t iver sido rom pida.
Figura (5.3- a)

A ág u a n ecessár i a à m an u l en ção d a r eação el et r o l ít i ca é f o r n eci d a p el a u m i d ad e ex i st en t e


na r ed e cap i l ar . A r eação d e o x i d ação d o f er r o n ão co n so m e a ág u a en vo l vi d a no p r ocesso, n ão
sen d o f avo r eci d o assi m o b l o q u ei o d a p r óp r i a r eação . En q u an t o o o x i g ên i o p u d er ch eg ar at é o
m et al , por d i f u são at r avés d a cam ad a d e co b r i m en t o e d a p el ícu l a p assi vad o r a r om p i d a, a corro-
são p r o sseg u i r á.

Desse m od o, para q u e h aj a cor r osão é i n d i sp en sável a p r esen ça si m u l t ân ea d e ág u a e ox igênio.

Não h aver á co r r o são se o co n cr et o est i ver t o t al m en t e seco o u t o t al m en t e sat u r ad o. Na ver-


d ad e, a co n d i ção t o t al m en t e sat u r ad o so m en t e ex i st e co m ág u a ex er cen d o p r essão p osi t i va
su p er i o r à p r essão p ar ci al ex er ci d a p el o o x i g ên i o na at m o sf er a. A ex p er i ên ci a m ost a q u e n ão
h á co r r o são co m p r essão h i d r o st át i ca p osi t i va co r r esp o n d en t e a u m a co l u n a d ' ág u a d e cer ca d e
1,5 m et r o .

NazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
figura (5.3- a) est á m o st r ad a a co r r o são d eco r r en t e d a f o r m ação d e m i cr o p i l h as elet rolít i-
cas. Na m esm a bar r a d e aço , u m t r ech o t em co m p o r t am en t o an ó d i co e, ou t r o, co m p o r t am en t o
cat ó d i co .

Um a si t u ação m ai s g r ave ex i st e q u an d o se p o d e f or m ar u m a m acr o p i l h a, co m o m ost r ad a na


Figura (5.3- b).
elem ent o desencadeant e
Cl ou out ros poluent es

f ace seca

CORROSÃO POR MACROPILHA

Figura (5.3- b)

Nest e caso, t od a ar m ad u r a d e u m a d as f aces d a p eça t em co m p o r t am en t o an ó d i co , e a arm a-


d u r a d a ou t r a f ace t em co m p o r t am en t o cat ó d i co .

Si t u ação d est a n at u r ez a p o d e o co r r er q u an d o h á p ar t es d a est r u t u r a su j ei t as ao i n t em p er i sm o


e p ar t es p r o t eg i d as, em vi r t u d e d e d i f er en t es p ar t i cu l ar i d ad es co n st r u t i vas, co m o , por ex em p l o ,
em p eças est r u t u r ai s co m u m a f ace e m co n t at o co m o m ei o ex t er n o e a ou t r a n o int er ior d a
co n st r u ção .

Est e t i p o d e co r r o são é p ar t i cu l ar m en t e i m p o r t an t e em est r u t u r as d e co n cr et o ap ar en t e.

É m u i t o i m p o r t an t e o b ser var q u e a f o r m ação d a f er r u g em , b asi cam en t e co m p o st a p el o zyxwvutsrqponmlkjihgfed


Fe,0 {,
co n st i t u i u m a r eação ex p an si va. O i n íci o d a co r r o são é, p o r t an t o , aco m p an h ad o p el a f issur ação
d o co n cr et o d a cam ad a d e co b r i m en t o , co m ag r avam en t o d a p r óp r i a co r r o são .

O i m p o r t an t e é n ão d eix ar q u e a co r r o são se i n i ci e, p o i s o p r o cesso vai se t o r n an d o cad a vez


m ai s i n t en so , à m ed i d a q u e o t em p o p assa.

5.4 Carbonat ação da cam ada de cobrim ent o


O co n t eú d o d e cál ci o ex i st en t e n o s si l i cat os an i d r o s co n st i t u i n t es d o s ci m en t o s é sup er i or à
q u an t i d ad e q u e p o d e ser m an t i d a na f o r m a d e si l i cat os d e cál ci o h i d r at ad o s. O ex cesso d e cál ci o
é l i b er ad o na f o r m a d e hi d r óx i d o Ca(OH)2 , o q u al , ap ó s en d u r eci m en t o , f ica, em p ar t e, sob a
f o r m a d e cr ist ais, co m d i m en sõ es m u i t o m ai o r es q u e as d o s si l i cat os, e em p ar t e d i ssol vi d o na
ág u a co n t i d a n o s p or os cap i l ar es.
O hi d r óx i d o d i sso l vi d o g ar an t e a f or t e al cal i n i d ad e d o i n t er i or d o co n cr et o , co m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
pH > 12,5.

Se a p eça d e co n cr et o n ão est i ver t o t al m en t e m er g u l h ad a e m ág u a, por su as su p er f íci es


ex p o st as ao ar p en et r ar á o g ás car b ô n i co d a at m o sf er a. Esse CO„ por d i f u são at r avés d o ar,
ch eg ar á at é o s p o r o s ú m i d o s q u e co n t êm o h i d r óx i d o d i sso l vi d o , d and o- se en t ão a r eação d e
car b o n at ação d o h i d r óx i d o, co m o se m ost r a na figura (5.4- a).

A t r an sf o r m ação d o hid r óx id o e m car b o n at o é aco m p an h ad a p el o ab ai x am en t o d o p H d o


m ei o ú m i d o i n t er n o .

Se f or at i n g i d o u m pH < 9, t orna- se p o ssível a d i sso l u ção d a p el ícu l a p assi vad o r a d e óx i d o d e


f er r o q u e r evest e as b ar r as d e aço d en t r o d o co n cr et o . Co m isso se d ar á a so l u b i l i z açáo d o f er r o,
p el a r eação an ó d i ca Fe —• Fe" + 2e .

difus
at ra

reaçao química
Ca(ÒH)2 + C0 2 C0 3 Ca+ H 2 0
pH < 9

poros cont endo água

Figura (5.4- a)

De m o d o ap r o x i m ad o , em i g u al d ad e d e d em ai s co n d i çõ es am b i en t ai s, pode- se ad m it ir q u e a
vel o ci d ad e d e cr esci m en t o d a esp essu r a d a cam ad a car b o n at ad a vá d i m i n u i n d o co m o t em p o .

Isso é co n seq ü ên ci a d a p r óp r ia r eação q u ím i ca, p oi s a f o r m ação d e car b o n at o d e cál ci o vai


co l m at an d o o s p or os, d i f i cu l t an d o assi m a d i f u são d o CO,.

De m o d o ap r o x i m ad o , em co n d i çõ es d e p er f ei t a i n t eg r i d ad e d o co n cr et o , pode- se est i m ar a
seg u i n t e vel o ci d ad e d e car b o n at ação :

Pr o f u n d i d a d e d e
Tem po e m
ca r b o n a t a çã o e m
anos
ce n t í m e t r o s
5
1,5 20
2,0 50 a
2,5 100
Verifica- se en t ão q u e, em concr et os n ão r evest id os, m an t i d os em am b i en t es úm idos, para
se garant ir a d u r ab i l i d ad e d a est r ut ur a, n ão é p ossível acei t ar q u e a cam ad a d e cob r im ent o d as
ar m ad u r as t en h a esp essur a ef et i va inf erior a 2,5 cen t ím et r os, m esm o co m a hi p ót ese d e sua
p er f eit a i n t eg r i d ad e.

5.5 Corrosão por íons cloret o e por poluent es am bient ais


Os íons clor et o, or i g i nár i os da ág u a d o m ar o u d e p o l u en t es am b i en t ai s, t am b ém p od em pe-
net rar no int erior d a m assa d e con cr et o, por d i f u são at r avés d a ág u a con t i d a em p or os t ot al o u
p ar ci al m en t e sat urados.

Esses íons t êm a cap aci d ad e d e dissolver a p elícula prot et ora d e ox ido d e f erro q u e r evest e
as ar m ad u r as d e aço d ent r o d o concr et o, p r ovocan d o assi m o início da r eação an ó d i ca d e solu-
b iliz ação d o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fc**.

O cálcio d issolvid o na ág u a d o s poros t em cer t a cap aci d ad e d e fix ação d e íons co m o o clore-
t o. No en t an t o, essa cap aci d ad e é parcial, em vi r t u d e d e u m sist em a em eq uilíb r io d e íons livres
e íons fix ados p elo cálcio em so l u ção .

Ex iste, p or t ant o, u m a i nt er ação p er ni ci osa en t r e a p en et r ação d os íon s clor et o ou out ros íons
agr essivos e a car b o n at ação , um a vez q u e, co m a car b o n at ação , esses íons, q u e est avam fix ados
na sol ução d e hidróx ido d e cálcio, são n o vam en t e lib er ad os.

A co n cen t r ação d e íons agr essivos d i m i nu i à m ed i d a q u e p en et r a na m assa d e concr et o. As


r eaçõ es d e hid r at açào do ci m en t o q u e ocor r em d ur ant e o p r ocesso d e m at u r ação do concr et o
d i m i n u em a p ossib ilid ad e d e d if usão d e íons co m o os clor et os.

Em t er m os m éd i o s, pode- se adm it ir q u e a p r of u n d i d ad e d e p en et r ação d e íons cloret o, co m


co n cen t r ação sup er ior à co n cen t r ação crít ica q u e p er m i t e a d issolução da p el ícu l a passivadora
d a su p er f íci e d as ar m ad ur as, t en h a a m esm a evo l u ção q u e a da p r o f u n d i d ad e da car b on at ação.

A cor r osão da ar m ad ur a na p r esen ça d e íons ag r essi vos d ent r o da m assa d e concr et o é ba-
si cam en t e regida p el as m esm as r eaçõ es an ó d i ca e cat ód i ca q u e ocor r em em m ei o alcalino na
p r esen ça d e ox ig ênio e ág u a.

O ef ei t o d a p r esen ça d e íons agr essivos é o d e baix ar o p i l em p ont os discret os da p el ícu l a


passivador a, dest ruindo- a t ot al m en t e. Nesses p ont os, f orm am - se z o n as an ó d i cas d e p eq u en as
d i m en sõ es, e o r est ant e d a ar m ad u r a const it ui u m a en o r m e z on a cat ód ica, ocor r en d o en t ão
u m a int ensa cor r osão n esses p ont os an ó d i co s; ver Figura (5.5- a).
Figura (5.5- a)

Os ío n s cl or et o f u n ci o n am co m o cat al i z ad o r es d a r eação d e so l u b i l i z ação d os íons FeT+ , m as


n ão são co n su m i d o s n a r eação , ag r avan d o- se cad a vez m ai s a i n t en si d ad e d a cor r osão.

Ou t r o s p o l u en t es at m o sf ér i co s, q u e t am b ém co n t êm ío n s el et r i cam en t e n eg at i vos, co m o o yxvtsrponmlj


SOf e SO p r o d u z em ef ei t o s an ál o g o s ao s d a p r esen ça d os íon s cl or et o, em b o r a d e f o r m a n ão
t ão co n cen t r ad a e m p o n t o s i so l ad o s q u an t o est es ú l t i m os. Est es o u t r o s p o l u en t es são u su al m en -
t e f o r m ad o s p el a q u ei m a d e co m b u st ívei s d er i vad o s d o p et r ó l eo e est ão p r esen t es na p o l u i ção
am b i en t al u r b an a.

Um p r o cesso al t am en t e d el et ér i o é co n st i t u íd o por ci cl o s al t er n ad o s d e u m i d i f i caçáo e d e


secag em p or ág u a co m cl o r et o s e d em ai s p o l u en t es el et r i cam en t e n eg at i vo s.

No s ci cl o s d e u m i d i f i cação , o s cl o r et o s p en et r am n o co n cr et o p el a su cção capilar d a ág u a


d ep o si t ad a na su p er f íci e d a p eça. No s ci cl o s d e secag em , evap or a- se ap en as a ág u a. Co m isso,
e m ci cl o s su cessi vo s, a co n cen t r ação d e ío n s ag r essi vo s vai au m en t an d o p r o g r essi vam en t e,
ag r avan d o- se assi m as co n d i çõ es d e co r r o são . Ist o é o q u e o co r r e n as r eg i õ es d e b or r if os d a
ág u a d o m ar.
Duas ou t r as si t u ações d e risco ex ist em na p r esen ça d e íon s clor et o. Um a d el as p od e ocor-
rer q u an d o, i n ad ver t i d am en t e, se procura lim par as f ach ad as d os ed i f íci os co m o em p r eg o d o
ch am ad o áci d o m ur iát ico, q u e não passa do áci d o clor ídr ico d iluíd o. Ao se lançar o ácid o na
ar gam assa d e r evest i m en t o do concr et o, el e p en et r a por cap i l ar i d ad e at é a m assa d e concr et o,
e so m en t e se p er ceb e sua ação q u an d o as ar m ad u r as d as p eças est r ut ur ais da f achada d o edi-
f ício j á ent r ar am em f r anco p r ocesso d e cor r osão. O único r em éd i o p ossível é descascar t oda a
cam ad a d e cob r i m en t o d as ar m ad ur as, ex p on d o o m et al, j at ean d o o m et al "ao b r an co ", e recon-
cr et an d o a cam ad a d e cob r i m en t o d as ar m ad ur as. In f el i z m en t e ist o ocor r e f r eq ü en t em en t e nas
g r an d es ci d ad es.

A seg u n d a si t uação ocor r e q u an d o o ven t o sopra sob r e ág u as d o r ad as co m o d as piscinas


e a seguir i n ci d e sob r e co n st r u çõ es d e con cr et o ar m ad o. O r esult ad o é o m esm o q u e o aci m a
descr it o.

5.6 Lixiviação do concret o


A lix iviação é o pr ocesso d e per da d e cálcio da m assa d e con cr et o em vi r t u d e da p er col ação
d e ág u a at r avés d e seu int erior.

A lix iviação produz au m en t o d a p or osi d ad e e d i m i n u i ção d o pH no int erior do concr et o.

Se a m assa d e concr et o ficar p er m an en t em en t e sat ur ada, n ão haver á risco d e cor r csào d as


ar m ad ur as. Todavia, se ocor r er em p er íod os d e secag em , a cor r osão p od er á ocorrer.

5.7 Inf luência da f issuração m ecânica do concret o


A baix a r esist ência à t ração d o concr et o f az co m q u e no con cr et o ar m ad o co m u m , não pro-
t en d i d o, sej a n ecessár i o conviver co m a fissuração d as z o n as t r aci on ad as d as p eças est rut urais.
No con cr et o p r ot end id o, m o d er n am en t e t am b ém se acei t a u m a p eq u en a possibilidade d essa
co n vi vên ci a em ob r as ex p ost as a am b i en t es d e baix a ag r essi vi d ad e, t end o assim surgido o con-
cr et o p ar ci al m en t e p r ot end id o.

O ap ar eci m en t o d as fissuras o b vi am en t e traz para as ar m ad u r as um risco d e agr essão m aior


d o q u e o n at u r al m en t e ex ist ent e em vi r t u d e da p or osi d ad e d o concr et o d a cam ad a d e cobrim en-
to. No en t an t o, é p r eciso dist inguir a i m p or t ân ci a d as fissuras p er p en d i cu l ar es às barras d e aço
d aq u el a d as fissuras si t uad as ao l ong o d as pr ópr ias barras d e aço .
Figura (5.7- a)

Est u d an d o a i m p o r t ân ci a d as fissuras t r an sver sai s às b ar r as d e aço , d u r an t e m uit o t em p o


buscou- se r el aci o n ar a i n t en si d ad e d a co r r o são d as ar m ad u r as ap en as à ab er t u r a sup er f i ci al d as
f issuras.

As i n vest i g açõ es r eal i z ad as, t ant o co m co n cr et o ar m ad o q u an t o co m co n cr et o p r o t en d i d o ,


m o st r ar am r esu l t ad o s con t r ad i t ór i os. El as g er al m en t e co n si st i am em su b m et er as p eças fissu-
r ad as a ci cl o s al t er n ad o s d e u m i d i f i caçào e secag em , u san d o ág u as co m d i f er en t es t eo r es d e
ag en t es ag r essi vo s.

Al g u m as ex p er i ên ci as m o st r ar am q u e as fissuras co m ab er t u r as m ai o r es p r o vo cavam agrava-


m en t o d a co r r o são . Ou t r as ex p er i ên ci as m o st r ar am q u e, p el o co n t r ár i o , o n ível d e cor r osão n ão
d ep en d i a d a ab er t u r a d as fissuras. Ou t r o s ai n d a m o st r ar am m ai o r es co r r o sõ es e m p eças sem
f íssu r ação n en h u m a.
Dc m o d o an ál o g o , a i n vest i g ação sob r e a inf luência d o n ú m er o d e ciclos d e ab er t u r a e fecha-
m en t o d as f issuras t am b ém m ost r ou r esult ad os cont r adit ór ios. Por vez es, a m aior corrosão ocor-
ria com a r ep et i ção d a ab er t u r a d as f issuras. Em out r os casos, a m aior cor r osão ocor r ia q uand o a
fissura se abr ia u m a ú n i ca vez .

A co n cl u são q u e se p o d e tirar d as i n vest i g açõ es j á r eal i z ad as é a d e q u e, co m as ab er t ur as


d e fissuras u su al m en t e p er m i t i d as p el os r eg u l am en t o s n or m al i z ad or es, é p eq u en a a cor r elação
en t r e a i n t en si d ad e da cor r osão d as ar m ad u r as e a ab er t ur a super f icial d as f issuras d o concr et o.
Todavia, f issuras co m ab er t u r as m uit o m ai or es q u e o p er m it id o p el os r eg u l am en t o s normaliza-
d or es n ão d evem ex ist ir nas est rut uras.

É n ecessár i o salient ar q u e no concr et o ar m ad o co m u m adm it em - se fissuras co m ab er t ur as


sup er f iciais i nf er i or es a 0,4 m ilím et r o. Com fissuras d essa nat ur ez a, é p r ovável q u e ela t en h a
ab er t u r as m uit o m en o r es j u n t o às barras da ar m ad u r a. Obser ve- se q u e fissuras com ab er t ur as
sup er f iciais i n f er i or es a 0,4 m m n ào passam d e riscos sob r e a su p er f íci e d e con cr et o, nos q uais
ap en as se p o d em ident if icar o s d oi s l ad os d a fissura. Qu an d o a fissura ap r esen t a ab er t ur a super-
ficial signif icat iva, d a o r d em d e 1 m ilím et r o, isso signif ica q u e a ar m ad u r a d eb aix o da fissura j á
p o d e ter ch eg ad o ao esco am en t o .

A i nf l uênci a t eór i ca d as fissuras d o concr et o sob r e os m ecan i sm o s d e cor r osão est á m ost rada
nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (5.7- a).

A ab er t ur a da fissura p o d e levar à d esp assi vaçào local d a ar m ad ur a, com ag r avam en t o das


co n d i çõ es d e car b o n at açào e d e i m p r eg n ação d o con cr et o por íons clor et o o u por out ros po-
luent es, f acilit ando- se assi m a f o r m ação d e m i cr op i l has elet r olít icas, se houver o x i g ei ação e
u m i d ad e suf icient es. É i m p or t an t e salient ar , p ar t i cu l ar m en t e para o concr et o pr ot endido, q u e
um a vez ab er t as aa fissuras co m ab er t u r as signif icat ivas, el as so m en t e p od er ão ser ob t ur ad as
por m ei o d e i n j eçõ es d e m at er iais ad eq u ad o s, p ois o d esen g r en am en t o d os ag r eg ad o s no at o da
fissuração não p od er á ser d esf ei t o por p ost er i or es f orças d e com p r essão. Esse d esen g r er am en t o
n u n ca co n seg u e ser d esf ei t o.

Todavia, se nào houver u m i d ad e suf icient e ou se a p or osi d ad e d a cam ad a d e cob r i m cn t o for


baix a, não p er m i t i nd o a f or m ação d as z o n as cat ódicas, n ão haver á cor r osão.

De m an ei r a an ál og a, a f er r u g em f or m ad a p elo p r im eir o at aq u e à ar m ad u r a, e a sujeira q u e


se acu m u l a d en t r o d as fissuras, b em co m o o r einicio da hid r at açào d e g r àos d e cim ent o even-
t u al m en t e ai n d a n ão t o t al m en t e hidr at ados, ex p ost os ag or a pela f rat ura do con cr et o, p o d em
even t u al m en t e provocar a co l m at açào d as fissuras; ver Figura (5.7- b).
w (< 0,4 mm) —>• pequena influência
w
^ sujeira e ferrugem (colm at ação)

f at or A/ C cobrimento c
adensam ento N i
cura perm eabilidade grande influência

Importância das fissuras transversais

Figura (5.7- b)

As i n vest i g açõ es m o d er n as m o st r ar am q u e f issur as t r an sver sai s às ar m ad u r as, com ab er t u r as


su p er f i ci ai s d e at é 0,4 m m , t êm p eq u en a i n f l u ên ci a so b r e a co r r o são d as ar m ad u r as d o concr e-
to ar m ad o n ào- p r ot en d i d o, q u an d o o m ei o am b i en t e n ão f or p ar t i cu l ar m en t e f avo r ável a esse
at aq u e.

No co n cr et o p r o t en d i d o , e m ser vi ço n o r m al , t oler am - se ap en as o s est ad o s d e d esco m p r essão


e d e f o r m ação d e f issuras, o u even t u al m en t e ab er t u r as d e at é 0,2 m m ap en as em am b i en t es
p o u co ag r essi vo s. Essa co n d i ção p o u co ag r essi va p o d e ser i m ag i n ad a co m o sen d o a ex i st en t e
n o i n t er i or d as h ab i t açõ es, o n d e n ão se t em a p r esen ça d e f o n t es d e u m i d ad e p ar a o co n cr et o ,
m as n ão p ar ece acei t ável n o am b i en t e u r b an o d as r eg i õ es m et r o p o l i t an as em q u e há a f or t e
p r esen ça d e ag en t es p o l u i d o r es d o ar.

Os est u d o s m o st r ar am q u e o s p ar âm et r o s q u e co n d i ci o n am ef et i vam en t e a cor r osão d as


ar m ad u r as são a esp essu r a d a cam ad a d e co b r i m en t o e a p er m eab i l i d ad e d essa cam ad a. Essa
p er m eab i l i d ad e é co n d i ci o n ad a essen ci al m en t e p el o f at or ág u a/ ci m en t o , p el as co n d i çõ es d e
ad en sam en t o d o co n cr et o e p el a cu r a r eal i z ad a ap ó s a co n cr et ag em .

f i n al m en t e, deve- se assi n al ar q u e as f issur as l o n g i t u d i n ai s, q u e aco m p an h am o an d am en t o


d as b ar r as d a ar m ad u r a, são u m sér i o i n d íci o d e est r u t u r as d ef ei t u o sam en t e ar m ad as. As f issur as
l o n g i t u d i n ai s n ão d ev em ap ar ecer n as est r u t u r as d e co n cr et o , p oi s el as ex p õ em as ar m ad u r as ao
r isco d e co r r o são p r og r essi va m u i t o i n t en sa.
5.8 Corrosão sob t ensão e f ragilização por hidrogênio
A co r r o são sob t en são é u m f en ô m en o p ar t i cu l ar q u e p o d e ocor r er e m cer t o s aço s d e prot en-
são su b m et i d o s p er m an en t em en t e a t en sõ es el evad as.

Lm aço s sensíveis a esse f en ô m en o , na p r esen ça d e p eq u en as fissuras nos crist ais d o m et al da


su p er f íci e d a ar m ad ur a, forma- se u m a z on a an ó d i ca m uit o localiz ad a na raiz d as fissuras. Esse f at o
leva à rupt ura progressiva da ar m ad u r a caso t en h a havid o d esp assi vação d a su p er f íci e d o m et al.

A f r ag i l i z ação por h i d r o g ên i o é u m a r up t ur a m ecân i ca d o aço p or ef ei t o d a r eação cat ó d i ca,


q u e l i b er a h i d r o g ên i o n ascen t e q u an d o o co r r e d esp assi vação d a su p er f íci e d o m et al , e fica es-
t ab el eci d a a r eação el et r o l ít i ca.

O h i d r o g ên i o at ô m i co p en et r a l i vr em en t e n a est r u t u r a d o aço . A r eco m b i n ação m o l ecu l ar d o


h i d r o g ên i o n o i n t er i or d o m et al p r o vo ca o ap ar eci m en t o d e el evad as t en sõ es i n t er n as q u e l evam
à r up t ur a d o aço .

O r isco d e f r ag i l i z ação por h i d r o g ên i o su r g e sem p r e q u e h á u m a r eação cat ó d i ca co m li-


b er ação d e h i d r o g ên i o . Ex em p l o s d e f r ag i l i z ação p or h i d r o g ên i o t êm o co r r i d o na p r esen ça d e
en x o f r e, e p el a r eação el et r o q u ím i ca d o aço d e p r o t en são e m co n t at o co m o z i n co d as b ai n h as
g al van i z ad as, an t es q u e el as sej am i n j et ad as.

5.9 Com ent ários sobre as prescrições norm alizadoras


De aco r d o co m a No r m a Br asi l ei r a NBR 6118", no p r oj et o d e est r u t u r as d e co n cr et o d ev em
ser r esp ei t ad as as r eg r as ad i an t e ap r esen t ad as, r ef er en t es à p r o t eção d as ar m ad u r as con t r a a
co r r o são .

A) Agressividade ambiental
No p r oj et o d as est r u t u r as co r r en t es, a ag r essi vi d ad e am b i en t al p o d e ser aval i ad a sim plifica-
d am en t e, em f u n ção d as co n d i çõ es d e ex p o si ção d a est r u t u r a o u d e su as p ar t es, co n f o r m e as
r eg r as d a NBR 6118. A essas r eg r as cab em o s co m en t ár i o s aq u i ap r esen t ad o s.

NBR 6118 - Item 6.4.2 - Tabela 6.1 (resumo)


Cl a sse d e Tipo d e am b i e n t e Ri sco d e
a g r e ssi vi d a d e Ag r e ssi vi d a d e p ar a e f e i t o d e p r o j e t o d e t e r i o r a çã o d a
Am b i e n t a l e st r u t u r a
Rur al In si g n i f i can t e
I Fr aca Su b m er sa
II M o d er ad a Ur b an a" 2 ' Pe q u e n o
M ar i n h a" Gr an d e
lll Fo r t e In d u st r i al " 2 '
Mu i t o f ort e In d u st r i al "" El evad o
IV Resp i n g o s d e m ar é

""Per m i t e considerar condições mais brandas em situações particulares de estruturas protegidas.


"Am bient es quimicamente agressivos.
A esl as regras da NBR 6118 cab e acr escent ar o q u e j á foi dito no it em 5.5 dest a publicação a
respeit o do ef eit o p er nicioso d e ciclos alt er nados d e um idif icação e d e secag em da sup er f ície
d as est rut uras não- revest idas, na p r esença d e p ol uent es am b i en t ai s q u e se acum ulam nessas
sup er f ícies. Isso é o q u e aco n t ece nas gr and es cid ad es on d e os ciclos alt er nad os de per íodos
chuvosos e d e p er íod os d e t em po seco acarret am a progressiva p enet r ação dos poluent es am-
b ient ais na m assa d e concr et o. O est ad o d e det er ior ação d e m uit as p ont es e viadut os nos gran-
d es cent ros urbanos é o result ado d esse processo.

B) Controle de fissuração e proteção das armaduras

NBR 6118 - Item 13.4 - Tabela 13.3 (resumo)

Concreto Armado zxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRPONMLKJIGFEDCBA


(não protendido)

Classe d e ag r essivid ad e Ex igências r ef er en t es Com b inação d e a çõ e s


am b i en t al à fissuração e m ser viço a utiliz ar
1 ELS- W » < 0,4 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mm
II A III ELS- W \ v< 0,3 mm Com b inação f r eq üent e

IV ELS- W w< 0,2 mm

As aber t ur as m áx im as vv ^ 0,4 mm perm it idas para as fissuras na sup er f ície das peças d e
concr et o ar m ad o co m u m são b asead as na hip ót ese d e essas fissuras p enet r ar em na cam ada d e
cob r im ent o da ar m adur a, d im inuind o sua abert ura at é ficarem f ech ad as j unt o às barras d e aço
da ar m ad ur a; ver Figura (5.9- a). Al ém disso, a Classe I d e Agr essividade Am b i ent al ex iste d e fat o
ap en as no int erior d as hab it ações.

w ^ 0,4 mm
- 1 h

77-

Figura (5.9- a)
É op or t uno lem brar q u e a d im ensão d e 0,2 m m cor r esp ond e ao poder separador da visão
hum ana, ou sej a, a visualiz ação dist int a d e d ois pont os af ast ad os ent r e si som en t e é possível
com af ast am ent os m aior es q u e 0,2 m m . Em um a linha riscada no papel, so m en t e se con seg u e
dist inguir um dos lados da linha do out ro se el a t iver espessura m aior q u e 0,2 m m .

Concret o Prot endido


N í ve l d e Tipo d e Classe d e Ex igências à Com b in ação de
p r ot ensão p rot ensão ag r essivid ad e f issu ração a çõ e s e m serviço a
am bient al utiliz ar
Protensào Pré- tração Som ent e 1 ELS- W Com binação
parcial" Pós- traçãoJ,b> Até 1 e II wk < 0,2/ / / / / / freqüente
Protensão Verificar as duas condições abaixo
limitada Pré- tração Até II ELS- F Com b. freqüente
Pós- t ração Até III e IV ELS- D Com b. quase perm.
Protensão Verificar as duas condições abaixo
com plet a Pré- tração Até III e IV ELSF Com b. rara
Pós- tração ELSD Com b. freqüente
" Na pós- tração, as bainhas constituem elemento protetor da armadura.
b l Nas peças com pré- tração, não se admite a existência de tração no plano da seção

transversal da peça, isto é, nào se admite a protensào parcial.

ELS- W: Estado lim it e d e serviço - abert ura d e fissuras

ELS- F: Estado lim it e d e serviço - f orm ação d e fissuras

ELS- D: Estado lim it e d e serviço - descom pressão

5.10 Quest ionário


1) Qu ai s as causas usuais da corrosão das ar m ad ur as dent ro do concret o?

2) Qu ai s as duas con d i ções am b i en t ai s necessár ias para q u e haj a corrosão d as arm aduras?

3) Qu al o m ecani sm o básico d e corrosão em m ei o ácid o?

4) Qu al o m ecani sm o básico d e corrosão em m ei o alcalino?

5) On d e se dá o con su m o do f eir o p oi ef eit o el et i ol íl i co?

6) O q u e signif ica f ragilização por hidrogênio?

7) Qu ai s os m ecani sm os básicos d e corrosão das arm aduras dent r o do concret o?

8) Por q u e não há corrosão signif icat iva das ar m ad ur as das peças est rut urais perm anent em en-
t e m ergulhadas?

9) Qu al a inf luência das fissuras m ecân i cas do concret o sobre a possível corrosão das arma-
duras?
10) Com o se d á a car b o n at ação do con cr et o e q ual a sua i m p or t ân ci a para a ccr r osão das
ar m ad ur as?

11) Qu al a p r of u n d i d ad e esp er ad a para a car b o n at ação d o concr et o d u r an t e a vida út il usual


d as est rut uras?

12) Com o se d á a ag r essão d as ar m ad u r as p elos íons cloret o?

13) Qu al a i nt er ação ex i st ent e en t r e a car b on at ação d o concr et o e a agr essivid ad e d o s íons


cloret o?

14) Com o se d á a ag r essão às ar m ad u r as p el os p o l u en t es at m osf ér icos?

1 5 ) 0 q u e é cor r osão sob t en são?


Segunda
Parte
Tópicos
referentes
à resistência
mecânica
do concreto
6. Resist ência do concret o

6.1 M odos de rupt ura

a) Compressão
Do p o n t o d e vi st a d e su a est r u t u r a i n t er n a, o co n cr et o p o d e ser i m ag i n ad o co m o sen d o cons-
t i t u íd o p el o s g r ão s d o ag r eg ad o g r aú d o , em b eb i d o s e m u m a m at r i z r íg i d a d e ar g am assa; ver zyxwvutsrqponm
Figura (6.1- a).

No s co n cr et o s d e baix a o u m éd i a r esi st ên ci a, ist o é, co m r esi st ên ci as à co m p r essão da o r d em


d e at é 40 M Pa, o m ecan i sm o d e r up t ur a ã co m p r essão est á m o st r ad o n essa figura. A v c d a d e i r a
r up t ur a por co m p r essão l o n g i t u d i n al d o co n cr et o o co r r e por r up t ur a t r an sver sal d e t r ação n a
m i cr o est r u t u r a.

RUPTURA DE CONCRETOS ATÉ DE MÉDIA RESISTÊNCIA


Uck <
S 40 MPa

Figura 6.1- a

Sen d o o s g r ão s d o ag r eg ad o g r aú d o m ai s r íg i d os e m ai s r esi st en t es q u e a m at r iz d e argam as-


sa, n o en t o r n o d o s m esm o s su r g em t en sõ es t r an sver sai s d e t r ação, p er p en d i cu l ar es ao cam p o
d e co m p r essão l o n g i t u d i n al ap l i cad o ex t er n am en t e. O r esu l t ad o é u m a fissuração g en er al i z ad a,
co m fissuras o r i en t ad as seg u n d o a d i r eção d o cam p o d e co m p r essão , co m t en d ên ci a ao esboro-
am en t o d a est r u t u r a i n t er n a d o m at er i al .
Na r up t ur a m acr o scó p i ca finai, o ver d ad ei r o m o d o d e r up t ur a o co r r e co m f r at ur as em p l an o s
p ar al el o s ao cam p o d e co m p r essão ; ver zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (6.1- b).

Qu an d o se r eal i z a o en sai o n o r m al d e co m p r essão d e corpos- de- prova, su r g e u m f also m o d o


d e r up t ur a, m o st r ad o n est e d esen h o . Esse f al so m o d o , q u e ap ar en t a ser u m a rupt ura por desli-
z am en t o , é co n seq ü ên ci a d o co n f i n am en t o p r o vo cad o p el o at r it o d o s t o p o s d o corpo- de- prova
co m o s p r at os d a p r en sa d e en sai o .

Nas p eças est r u t u r ai s em q u e o co r r em f en ô m en o s d e r up t ur a por co m p r essão , a z o n a d e


r up t ur a p o d e n ão est ar co n f i n ad a, co m o o co r r e co m as d i ag o n ai s co m p r i m i d as d as vi ças su j ei t as
a f or ças co r t an t es el evad as. Essas r u p t u r as f r eq ü en t em en t e si m u l am u m a fissuração por t r ação
d i ag o n al , em b o r a na ver d ad e sej am r u p t u r as por co m p r essão d i ag o n al .

Em vár i as p esq u i sas r eal i z ad as no Lab or at ór i o d e Est r ut ur as e Mat er i ai s Est r ut ur ais d a Escol a
Po l i t écn i ca d a USP, p u d em o s m ost r ar q u e n o s co n cr et o s d e al t a r esi st ên ci a há u m a r r u d an ça no
m o d o d e r up t ur a p or co m p r essão , p ar t i cu l ar m en t e p ar a val o r es su p er i o r es a 50 MPa, q u an d o
en t ão a m at r i z d e ar g am assa vai se t o r n an d o cad a vez m ai s r esi st en t e.

L l i i tV/ / / / / / / / / / / / A

t m
ver d ad ei r o m o d o f al so m o d o

RUPTURA POR COMPRESSÃO

Ruptura à compressão d e concretos d e baixa ou média resistência f t k < 4 0 MPa

Figura (6.1- b)

A part ir d o i n st an t e em q u e a m at r i z d e ar g am assa se t or n a m ai s r esi st en t e q u e os g r ão s d o


ag r eg ad o g r aú d o , n ão o co r r e m ai s o p r o cesso d e m i cr of i ssu r ação p r og r essi va. A rupt ura se d á
d e m o d o ex p l o si vo , co m f r al u r am en t o d o s g r ão s d e ag r eg ad o g r aú d o p or t r ação t r ansver sal n a
m i cr o est r u t u r a. O co n cr et o p assa a ser u m m at er i al n i t i d am en t e f r ág i l .

No s co n cr et o s d e al t íssi m a r esi st ên ci a, co m val o r es aci m a d e 80 M Pa, o f en ô m en o d e r up t ur a


t r an sver sal d o ag r eg ad o j á se d á at é co m o s g r ão s d e ar ei a. O m at er i al p assa en t ão a t er u m
co m p o r t am en t o ex t r em am en t e f r ágil.
b) tração
O concr et o é m uit o m ai s r esist ent e à com p r essão q u e à t r ação. No s concr et os d e baix a o u mé-
dia r esist ência, a rupt ura ã t ração se dá na m at riz d e ar g am assa. A su p er f íci e d e f rat ura cont or na
o s g r ãos d o ag r eg ad o g r aú d o.

No s con cr et os d e alt a r esist ência, a rupt ura à t ração se d á com t en d ên ci a à sup er f ície p lana
d e f rat ura, sen d o cor t ad os t ant o a m at riz d e ar g am assa q uant o os g r ãos d e ag r eg ad o graúdo.

Em q u al q u er caso, a rupt ura se dá por sep ar ação d e u m a part e d o con cr et o em relação ao


r est ant e d a p eça, co m t en sõ es d e t ração da or d em d e 1/ 10 d o valor d as t en sõ es d e com p r essão
q u e p r od uz em a rupt ura.

c) Estados múltiplos de tensão


Os m o d o s d e rupt ura do con cr et o su b m et i d o a est ad o s m últ ip los d e t en são d i f er em bast ant e
d os q u e ocor r em co m o s m et ai s e co m o aço em part icular.

No caso d o s m at er i ai s d úct eis, co m o os m et ais, a rupt ura se d á por d esl i z am en t o. A est rut ura
cr ist alina d o m at er ial é m en o s r esi st ent e ao d esl i z am en t o q u e à sep ar ação. Com isso, a plasti-
f icação ocor r e por ef ei t o d e t en sõ es d e ci sal h am en t o. A própria rupt ura f inal é essen ci al m en t e
co m an d ad a p ela r esi st ênci a do m at er ial ao ci sal h am en t o.

No caso d o con cr et o, o m at er ial é m ai s r esist ent e ao ci sal h am en t o q u e à sep ar ação. A baix a


r esist ência d o concr et o à t ração f az co m q u e, sob ação d e est ad o s m últ ip los d e t ensões com
i n t en si d ad es cr escen t es, o p r ocesso d e fissuraçào por t ração se i nst al e p r em at u r am en t e. Com
isso, o s est ad o s m últ ip los d e t en são no concr et o ínt egro t en d em a evoluir para est ad o s si m p l es
d e com p r essão no concr et o f issurado, h aven d o n ecessi d ad e d e ar m ad u r as d e aço para resist ir
ao s esf or ços d e t ração, sen d o assi m p ossível m ant er o eq uilíb r io g l ob al con si d er ad o.

6.2 Aleat oriedade da resist ência do concret o


A d o sag em d os con cr et os t em por ob j et i vo f azer co m q u e o concr et o f ab r i cad o t enh a um a de-
t er m i n ad a r esist ência à com p r essão, m ant endo- se u m a t r ab al h ab i l i d ad e ad eq u ad a à m o l d ag em
d as p eças est r ut ur ais para as q u ai s f oi i m ag i n ad o .

Im ed i at am en t e ap ó s a m ist ura d o ci m en t o com a ág u a, co m eçam as r eaçõ es q uím i cas q u e


p r od u z em o en d u r eci m en t o do con cr et o. Dur ant e cer ca d e 2 hor as el e ap r esen t a o com port a-
m en t o d e um fluido vi scoso. Dep oi s d esse prazo, o concr et o co m eça ap r esen t ar u m a significati-
va est rut ura int er na sólida, cu j a r esi st ênci a vai au m en t an d o co m o t em p o.

Nem t od as as p or ções d o concr et o f ab r i cad o t êm , p or ém , ex at am en t e a m esm a r esist ência. A


ef et i va r esi st ênci a d e cad a u m a d as p or ções d e concr et o da est r ut ur a vai d ep en d er d o s m at eriais
em p r eg ad o s, d as co n d i çõ es d e sua m ist ura na b et on ei r a e d as co n d i çõ es d e t ransport e, lança-
m en t o, ad en sam en t o e cur a. A r esi st ênci a d o concr et o é, p or t ant o, um a p r op r i ed ad e que p o d e
variar em cad a um d os lot es f ab r i cad os e em cad a um d o s p ont os o n d e f oi l an çad o.

A r esist ência do con cr et o d e u m a est r ut ur a é, p or t ant o, u m a g r an d ez a aleat ór ia, co m variabi-


l i d ad e esp aci al .
Co n si d er an d o q u e a r esi st ên ci a d o co n cr et o evo l u i co m o t em p o , el e t am b ém ap r esen t a u m a
var i ab i l i d ad e t em p o r al .

Se o co n cr et o d est i n ad o a u m a p ar t e d a est r u t u r a, em b o r a t od o el e f ab r i cad o para t er u m a


d et er m i n ad a r esi st ên ci azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f ccípccjfíctld/ p u d esse ser t r an sf o r m ad o em N corpos- de- prova q u e f o ssem
en sai ad o s à co m p r essão , o s val o r es x . o b t i d o s t er i am u m a p r o b ab i l i d ad e d e o co r r ên ci a det erm i-
n ad a p el a sua d i st r i b u i ção d e f r eq ü ên ci as r el at i vas, co m o a m o st r ad a na Figura (6.2- a), q u e e m
p r i n cíp i o p o d e ser assi m i l ad a a u m a d i st r i b u i ção t eó r i ca n o r m al .

Am ostra real de concreto


Distribuição da densidade d e freqüência relativa p (x () das resistências x,

Figura (6.2- a)

Co n si d er an d o t o d o s o s N val o r es d a p o p u l ação r eal co n si d er ad a, p o d e ser d ef i n i d a a resist ên-


ci a m éd i a à co m p r essão d a p o p u l ação

( 6
- 2
" 1 )

11. = f — —L
' c cn> ,[X> pulaç< io
n

e a var i ân ci a d a p o p u l ação

E O c - * / (6.2- 2)
2
c, população
n

d even d o ser o b ser vad o q u e

N N N

Yl
( x
i -vc)
2 2
T,(x i - + t á j +
(7 2 = = = V ( X ?) + ^
n n n
logo

a 2 = n ( x f ) - ( f i x ) 2 (6.2- 3)

e o desvio- padrâo d a r esist ência à com p r essão d a p op u l ação

N
X > c - x f . / (6.2- 4)
(7
c,fx > / )ulaçJo
i 11

Se, ao i n vés d as N r esi st ênci as d e t od os o s corpos- de- prova t eo r i cam en t e p ossíveis, f ossem
co n h eci d o s ap en as n val o r es co r r esp o n d en t es a u m a am ost r a real, f or m ad a por uns p o u co s
corpos- de- prova, a m éd i a d a am ost r a

(6.2- 5)
x m = f ' cm „imo$tr<
=) —
n

e o desvio- padrão d a am ost r a

52(xi- x m )2 (6.2- 6)
'c,amostra
1 n- 1

co n st i t u em est i m at i vas d o s co r r esp o n d en t es val o r es r ef er en t es à t ot al i d ad e da p op ulação. Toda-


via, co m o é d iscut id o ad i an t e, em b o r a a r esi st ênci a m éd i a d a am ost r a, f im imis!u , em geral, sej a
u m a est i m at i va sat isf at ória da r esist ência m éd i a da p op u l ação, f . . , podendo- se subst it uir
u m a p ela out ra, o desvio- padrão d a am ost r a s _ d i f i ci l m ent e ser á u m a est i m at i va suficiente-
((IT/IHJVUI

m en t e precisa do desvio- padrão d a p op u l ação O. ]VV, M:t < t , pois é p ou co p r ovável q u e se ob t en h a,


na 'prát ica, um valor n su f i ci en t em en t e gr>
r an d e, ' an t es q1u e se al t er e o valor dcmpopuuçjo
e f ...

De q u al q u er m od o, a j ust if icat iva para o d en o m i n ad o r (n - 1) na est i m at i va d o desvio- padrão


d a p op u l ação a part ir d os d ad os d e u m a am ost r a é a seg u i n t e. Co n si d er an d o a Figura (6.2- a),
verifica- se q u e as ex p r essões (6.2- 1) e (6.2- 4) i n d i cam q u e o valor d a m éd i a d a am ost ra e o da
m éd i a d a p op u l ação são i g u ai s à abscissa d o cen t r o d e g r avi d ad e d essa f igura, m ed i d a a part ir
d a o r i g em do sist em a d e co o r d en ad as. Não se em p r eg a n en h u m a cor r eção nessa ex pressão,
p or q ue a m éd i a d a am ost r a é q u ase sem p r e u m a ex cel en t e est i m at i va da m éd i a da p op ulação.
Ob ser van d o ai n d a a m esm a figura, verifica- se q u e a var i ân ci a da p op u l ação, d ad a por (6.2- 2),
co r r esp o n d e ao m o m en t o d e inér cia d essa f igura, cal cu l ad o em r el ação ao eix o bar icênt r ico d a
p op u l ação, e a ex p r essão (6.2- 4) f o r n ece o valor d o co r r esp o n d en t e raio d e g i r ação.
Si t u ação an ál o g a o co r r e co m as ex p r essõ es (6.2- 5) e (6.2- 6) r ef er en t es à am ost r a. O r aio d e
g i r ação d ad o por (6.2- 6) ser i a cal cu l ad o em r el ação ao eix o b ar i cên t r i co d a am o st r a, se no seu
d en o m i n ad o r f o sse em p r eg ad o o n ú m er o t ot al n d e el em en t o s d a am o st r a. Nesse caso, h aver i a
u m er r o si st em át i co , p o i s o q u e se q u er é u m a est i m at i va em r el ação ao eix o b ar i cên t r i co d a
p o p u l ação .

Co m o o m o m en t o d e i n ér ci a d a am o st r a t em seu val or m ín i m o e m r el ação a seu próprio eix o


b ar i cên t r i co, el e é m en o r q u e o m o m en t o d e i nér ci a d a am o st r a em r el ação ao eix o b ar icênt r ico d a
p o p u l ação . A an ál i se d esse p r o b l em a m ost r ou q u e esse erro p o d e ser p r at i cam en t e an u l ad o se no
d en o m i n ad o r d a ex p r essão r ef er en t e à am o st r a f or em p r eg ad o o val o r zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQ
(n - 1) ao i n vés d e (n).

No s co n cei t o s an t es d escr i t os, p ar a evi t ar o conf l i t o d e si m b o l o g i a q u e ex i st e en t r e a repre-


sen t ação d e d ad o s est at íst i co s e r ep r esen t ação d e val o r es d e r esi st ên ci a d e m at er iais, o s val o r es
i n d i vi d u ai s d a r esi st ên ci a d e cad a corpo- de- prova f o r am i n d i cad o s por x. e as f r eq ü ên ci as por P
o u p. Qu an d o n ão h o u ver m ar g em p ar a d ú vi d as, as r esi st ên ci as ser ão i n d i cad as p el o sím b o l o f.

A var i ab i l i d ad e d a r esi st ên ci a à co m p r essão d o co n cr et o é u m t em a b ast an t e i n vest i g ad o ,


h aven d o u m g r an d e n ú m er o d e p u b l i caçõ es a esse r esp ei t o ' 2 . Ent r e n ó s o t em a j á vem sen d o
i n vest i g ad o h á b ast an t e t em p o 1 1 ' 4 .

Na Figura (6.2- b) est ão m o st r ad o s esq u em at i cam en t e o s r esu l t ad o s d e u m i n q u ér i t o int erna-


ci o n al r ef er en t e a m ai s d e 800 ob r as, co m am o st r as var i an d o d e n = 20 a n = J. 0 0 0 ex em p l ar es , s .
As d i st r i b u i çõ es d e f r eq ü ên ci as p u d er am ser assi m i l ad as, em t o d o s o s casos, a d i st r i b u i çõ es
g au ssi an as.

' " s c (MPa) DESVIO- PADRÃO


5,0 MPa

10 iXVUTJIH

2
MPa

10 20 30 40 50 60 70 80

RESI ST ÊN C I A C Ú BI C A M ÉD I A

Figura (6.2- b) - Esquemática

Nessa i n vest i g ação , f o r am o b ser vad o s d esvi os- p ad r ão s. var i an d o d e 1,0 a 10,0 MPa, co m o
val o r m éd i o d a o r d em d e 5,0 M Pa. Co m o s co n cr et o s d e baix a r esi st ên ci a, o d esvio- p ad r ão m éd i o
cr esce d e f or m a ap r o x i m ad am en t e l i n ear co m r esi st ên ci a m éd i a. Nesse caso, a var i ab i l i d ad e d a
r esi st ên ci a d o co n cr et o p o d e ser m ed i d a p el o co ef i ci en t e d e var i ação ô ( = g c / \ i c . Todavia, co m
o s co n cr et o s d e al t a r esi st ên ci a, o d esvi o- p ad r ão p ar ece ser i n d ep en d en t e d a r esi st ên ci a m éd i a,
d even d o sua var i ab i l i d ad e ser m ed i d a d i r et am en t e p el o d esvi o- p ad r ão.
6.3 Resist ência caract eríst ica do concret o ensaiado
Im aginando- se co m o con h eci d os os reais val o r es da resist ência m ediazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPON
f im c do desvio- padrão 0
de u m lot e d e concr et o, a sua resist ência dc r ef er encia é o val o r car act er íst ico f ck da resist ência à
com pr essão, d ef inid o pela ex pressão

L = L - 1 6 4 5 a c

Esse val o r co r r esp o n d e ao q u an t i l d e 5 % d a d i st r i b u i ção d e r esi st ên ci as, o u sej a, ao


val o r f íkjnf = f c005 q u e t em ap en as 5 % d e p r o b ab i l i d ad e d e ser u l t r ap assad o n o sen t i d o des-
f avo r ável d as m en o r es r esi st ên ci as; ver Figura (6.2- a).

A r esist ência car act er íst ica assim def inida é, d e f at o, a r esist ência car act er íst ica inf erior, pois
p er t en ce à cau d a inf er ior d a d ist r ib uição d e p r ob ab i l i d ad es d e ocor r ên ci a. Esse é q u ase sem p r e
o valor q u e int er essa à seg u r an ça d as est rut uras, p ois o risco d e d an o s est r ut ur ais q u ase sem p r e
est á associ ad o à d i m i n u i ção da r esi st ênci a dos m at er iais.

Qu an d o nad a for dit o sob r e a p r ob ab i l i d ad e d a ocor r ên ci a associ ad a à r esi st ênci a caracterís-


t ica d o concr et o, ent ende- se q u e sej a:

= =
fck 1'c k ,i n f ^ c 0,05

O em p r eg o d o val or car act er íst ico inf erior, co m o o valor d e r ef er ên ci a para a esp eci f i cação
d as r esi st ênci as d o s m at er iais, d eco r r e do f at o d e q u e a d i sp er são dos val o r es da r esist ência no
en t or n o da m éd i a é m uit o m aior q u e no en t or n o d o q uant il d e 5 %.

Com a ad o ção d e f < r o s co ef i ci en t es d e seg u r an ça r ef er en t es à r esist ência d o s m at er iais são


n ú m er o s su f i ci en t em en t e p eq u en o s para perm it ir u m a an ál i se crít ica ef i ci en t e d o s valor es ado-
t ados.

O em p r eg o d e r esi st ênci as m éd i as co m o val or es d e r ef er ên ci a, em i g u al d ad e d e probabili-


d ad e d e rupt ura, ex i g e co ef i ci en t es d e seg u r an ça m uit o m ai or es. Com isso, tem- se um a f alsa
sen sação d e seg u r an ça, q u e p o d e levar at é a um t r at am ent o d i sp l i cen t e d o s p r ob lem as d e di-
m en si o n am en t o .

Qu an d o o n ú m er o d e en sai o s d e u m m at er ial est r ut ur al é m uit o p eq u en o em relação à varia-


b i l i d ad e d e sua r esist ência, n ão há alt er nat iva sen ão t om ar a r esist ência m éd i a co m o valor d e
r ef er ên ci a. Isso f oi f eit o d ur ant e m uit o t em p o para o proj et o d e est r ut ur as d e concr et o, e ai n d a
é a si t uação usual ex ist ent e, por ex em p l o, na Mecân i ca d os So l o s e na Mecân i ca d as Rochas.

No caso d o concr et o ar m ad o , em cer t as ocasi ões, a f alt a d e seg u r an ça p o d e decorrer d e u m


ex cesso d e r esi st ênci a e não d e sua f alt a. Isso é o q u e ocor r e, por ex em p l o, na d et er m i n ação
d as ar m ad u r as m ín i m as d as p eças est r ut ur ais.

O q u e se p r et en d e, ao ser esp eci f i cad a cer t a ar m ad u r a m ín i m a, é q u e o aço ex ist ent e na es-


t rut ura t enh a r esist ência suf icient e para suport ar as t en sõ es d e t ração q u e são l i b er ad as d o con-
cret o q u an d o est e sof r e fissuração. Nest e caso, o p er igo consist e em se const r uír em p eças q u e
c h eg u em à r u p t u r a q u an d o o co n cr et o so f r e u m a si m p l es f i ssu r ação . Esse p er i g o d eco r r e
d e se su b est i m ar a r esi st ên ci a à t r ação d o co n cr et o . Nesse caso , em p r eg a- se a r esi st ên ci a
m éd i a f .
Ctm

6.4 Resist ência caract eríst ica do concret o da est rut ura
A r esi st ênci a ã com p r essão, q u e é a p r op r i ed ad e m ai s r ep r esen t at i va d a q ual i d ad e d o con-
cr et o, é m ed i d a por m ei o d e u m en sai o p ad r oni z ad o d e cur t a d ur ação, em pr egando- se corpos-
de- prova cilínd r icos, d e 15 cm d e d i âm et r o e 30 cm d e alt ura. O en sai o d eve ser realizado ao s
28 d i as d e i d ad e. Esses val or es, r ep r esen t ad os p elos sím b ol oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONML
f ci28 , são sint et iz ad os p el o valor
característico ( ,, q u e const it ui a r ef er ênci a para t od as as d eci sõ es d e proj et o r elat ivas à resistên-
cia d o concr et o, p el as r az ões q u e são d iscut id as no cap ít ulo 9.

Ap ó s os 28 dias d e i d ad e, a r esist ência d o con cr et o con t i n u a a au m en t ar . At é a hid r at ação


t ot al d o ci m en t o, esse au m en t o é no m ín i m o da o r d em d e 2 0 % a 2 5 %. A r esist ência do con cr et o
co m 1 an o d e i d ad e, ob t id a em en sai o s d e cur t a d u r ação d e corpos- de- prova, p od e en t ão ser
ad m i t i d a, a f avor da seg u r an ça, co m o valor f cJ0S = 1,20f c28 .

Por out r o lado, sob a ação d e car g as d e l on g a d ur ação, a r esi st ênci a d o concr et o é significa-
t i vam en t e m en o r q u e aq u el a obt ida no en sai o p ad r oni z ad o d e con t r ol e da resist ência, cuj a du-
r ação é d e ap en as uns p ou cos m inut os. É i m p o r t an t e salient ar q u e a p er m an ên ci a d e car g as por
ap en as u m as p o u cas sem an as j á é suf icient e para provocar a m aior p ar t e d essa perda d e resis-
t ênci a. Os est u d o s ex p er i m en t ai s m ost r ad os no cap ít ulo 9 i n d i cam q u e essa per da d e r esi st ênci a
é d a or d em d e 2 5 %, i n d ep en d en t em en t e da i d ad e d o con cr et o no inst ant e d o seu car r eg am en t o
e da q u al i d ad e d o concr et o, d ef inid a p el a r esi st ênci a obt ida no en sai o d e cur t a dur ação. Desse
m od o, se f or em r ealiz ad os en sai o s lent os, cu j as rupt uras ocor r am ao s 28 ou 365 d e idade, ser ão
ob t i d os o s val o r es 0,75f (2li o u 0,75f c}oy co r r esp o n d en t es ao s en sai o s r áp id os r ealizados ao s 28 ou
ao s 365 dias, r esp ect i vam en t e.

Tendo em vist a avaliar a r esist ência d o concr et o da est rut ura, é preciso considerar q u e no
en sai o p ad r oni z ad o ex ist e u m a i m p or t an t e i nf l uênci a d o at rit o d os prat os d a pr ensa co m o s to-
p os d o corpo- de- prova n os r esult ad os f n . Por m ei o d e en sai o s d e corpos- de- prova m ais longos,
cu j as r esi st ênci as p o d em ser assi m i l ad as à do con cr et o da est rut ura, conclui- se q u e no en sai o
d e corpos- de- prova cilínd r icos d e 15 x 30 cen t ím et r os ex ist e um au m en t o ap ar en t e d a r esi st ênci a
d e cer ca d e 5 %. Adm it e- se, p or t ant o, q u e a ver d ad ei r a r esi st ênci a d o concr et o da est rut ura sej a
d e ap en as 0,95f (.

Desse m od o, m esm o i m ag i n an d o q u e o car r eg am en t o previst o para a const r ução so m en t e


possa at uar q u an d o o concr et o t iver um an o d e i d ad e, co m o esse car r eg am en t o sem p r e p od er á
p er m an ecer at u an d o d ur ant e um t em p o su f i ci en t em en t e long o, para ef ei t o d e ver if icação da
seg u r an ça da est r ut ur a, a r esist ência à com p r essão d o concr et o da est rut ura d ever á ser ad m i t i d a
co m o valor :

^ c ,e s t r u t u r a xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
~ ~ 2 x 0 , 7 5 x 0 , 95 f c ,c o r p o - d e - p r o v a ~ ® ' c o r p o - d e - p r o v a a o s 28 d i a s d e i d a d e

j á se con si d er an d o assim o acr ésci m o d e r esi st ênci a q u e o concr et o sof r e ap ó s o s 28 d i as d e


i d ad e. É por est a razão q u e a r esi st ênci a d o concr et o sem p r e d eve ser esp eci f i cad a para a i d ad e
d e 28 dias, i n d ep en d en t em en t e d e q u an d o a est r ut ur a ent r ar á ef et i vam en t e em carga.
6.5 Resist ência de cálculo
Em u m a p eça est r ut ur al, se ocor r er a rupt ura d e u m a p ar t e do concr et o, a m aior p r ob ab ilid ad e
d e q u e isto aco n t eça ex ist e em seu s t r echos m en o s r esist ent es.

Não é cer t o, p or ém , q u e a rupt ura ocorra n ecessar i am en t e na f r ação m en o s resist ent e d e


concr et o, p ois a rupt ura t am b ém d ep en d e d as sol i ci t ações at u an t es.

A si t uação d e m aior risco ex ist irá q u an d o as sol i ci t ações m áx im as at u ar em n os t r echos d e


con cr et o co m r esi st ênci as m íni m as.

A seg u r an ça d as est r ut ur as em r elação a est ados- lim it e últ im os sem p r e d ever á consider ar
est a h i p ó t ese p essim ist a. É co m el a q u e se esp eci f i ca a p r ob ab i l i d ad e acei t ável para a ruína d as
est r ut ur as q u e d evem ser con si d er ad as co m o segur as.

O nível d e p r ob ab i l i d ad e d e r uína q u e ex ist iria nas est rut uras, se f osse acei t a a possibilida-
d e d e rupt ura d as p eças co m r esi st ênci as i g u ai s ao seu valor car act er íst ico inf erior, ai n d a ser ia
inad m issível.

O n ú m er o d e r uínas q u e d e f at o aco n t ecer i am , se essa h i p ó t ese f osse acei t a, levaria ao cla-


m or p úb lico.

A h i p ó t ese d e q u e nas est r ut ur as possa ocorrer r eal m en t e a rupt ura d o con cr et o som en t e é
acei t a co m p r ob ab i l i d ad es m uit o m en o r es d o q u e 5 %.

A rupt ura d o con cr et o d as p eças est r ut ur ais é acei t a q u an d o , na seção m ai s solicit ada, a resis-
t ên ci a cor r esp on d er ao valor d e cálculo zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f (desiÇn) d ef inid o por:

_yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
L
r xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
' cd ~
7c

o n d e X é o co ef i ci en t e d e m i n or ação d a r esi st ênci a do concr et o. O valor d a r esi st ênci a d e cálcu-


lo cor r esp on d e, ap r ox i m ad am en t e, ao q uant il d e 0 ,5 % da dist r ibuição d e r esi st ên ci as co mate-
rial. Os val o r es b ásicos d e ye esp eci f i cad o s p ela NBR 6118'6 t êm u m val or m éd i o da o r d en d e:

7 c = 1 > 4

Na ver d ad e, em f ace d o q u e Já f oi vist o, t ant o em r elação ao cr esci m en t o da r esist ência


q uant o em r el ação às car gas d e long a d ur ação, e t am b ém q uant o à m an ei r a co n ven ci o n al d e se
ensai ar o con cr et o, adm it e- se q u e nas seçõ es t r ansver sais d as p eças est r ut ur ais o valor m ín i m o
d a t en são d e com p r essão ef et i va q u e p o d e produzir o est ado- lim it e últ im o sej a

acrl = 0,85f.cd
co m

£ xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
_ fçk,28 yxwvutsrponmlkifedcaZXLA
cci —
7c

Esse valor co r r esp o n d e ap r o x i m ad am en t e a u m a p r ob ab i l i d ad e d e 5/ 1.000 d e q u e el e possa


ser ult r apassado no sent i d o d esf avor ável .

Qu an d o se f az o d i m en si o n am en t o d as est rut uras, ad o t an d o para o concr et o a sua resistên-


cia d e cálculo, isso co r r esp o n d e a se adm it ir a ex i st ênci a d e no m áx im o 5/ 1.000 d o vo l u m e d e
con cr et o com r esi st ênci a inf er ior a esse val or f a r A h i p ó t ese d e seg u r an ça con si st e em se adm it ir
q u e essa f r ação m en o s r esi st ent e possa est ar localiz ad a nas seçõ es m ai s solicit ad as da est r ut ur a.
Por essa r azão, a rupt ura d essas seçõ es não p o d e ocorrer co m car gas d e ser vi ço, p ois seria m uit o
g r an d e a ef et i va p r ob ab i l i d ad e d e ruína. A rupt ura d essas seçõ es so m en t e p od er á ocorrer com
car g as m ai or es q u e as d e ser vi ço, d e m o d o a se garant ir u m a p r ob ab i l i d ad e d e ruína acei t ável .

Em b or a ao valor g l ob al d e y ( t en h a sido d ad a u m a int er p r et ação pr obabilíst ica, p ela trans-


f or m ação do q uant il f c 00} no q uant i l f (0f í 0y na ver d ad e esse co ef i ci en t e d e m i n or ação p o d e ser
int er p r et ad o co m o r esul t ant e do produt o d e 3 out r os coef i ci en t es:

7 c ~~ 7 C P7 C 2 * 7 C J

sen d o :

Y,, = coef i ci en t e parcial q u e con si d er a a ef et i va al eat o r i ed ad e d as r esist ências, levand o em


co n t a a p ossível ex i st ênci a d e f r ações d e con cr et o co m r esi st ênci as m en o r es q u e f (k

Y , - co ef i ci en t e parcial q u e con si d er a o f at o d e ser em d i f er en t es os p r ocessos d e m ol d ag em ,


ad en sam en t o e cura d o concr et o d a est r ut ur a e d os corpos- de- prova d e con t r ol e d a r esist ência;

Y , = co ef i ci en t e parcial q u e leva em con t a p ossívei s d ef ei t o s l ocal i z ad os d e co n cr et ag em e


p ossíveis i m p er f ei çõ es do m ét o d o d e aval i ação da r esist ência da p eça est r ut ur al em f u n ção da
r esi st ênci a d o concr et o, o u sej a, est e co ef i ci en t e leva em con t a t ud o q u e n ão f oi con si d er ad o
d e out ra f or m a.

6.6 Resist ência à t ração


Os en sai o s para a d et er m i n ação diret a da r esist ência d o con cr et o à t ração ax ial f a são d e dif ícil
ex ecu ção . As d i f i cul d ad es d eco r r em d e p r ob l em as d e fix ação d o corpo- de- prova à m áq uina d e
en sai o para q u e a rupt ura não ocor r a por inf luência d as garras d e f ix ação.

Várias al t er nat i vas f or am propost as. De m od o ger al, adm it e- se o en sai o d e rupt ura por t r ação
na flex ão d e corpos- de- prova d e con cr et o sim p les' 7 e o en sai o d e rupt ura indir et a per com pres-
são diam et ral 18 d e cilindr os iguais ao s u sad os no en sai o d e com p r essão.
Tr ad i ci on al m en t e, as No r m as Br asileir as ad m i t em r el açõ es fix as en t r e as r esi st ênci as do con-
cret o à t ração e à com p r essão. A NBR 6118 ad ot a os val o r es seg u i n t es:

f _ n o f 2A

=
^ c t k ,i n f 7f c t .n

f'c l k ,$u p =1 3f c t .m

6.7 Resist ência em est ados múlt iplos de t ensão


O m aior i n t er esse a r esp eit o da r esist ência do concr et o su b m et i d o a est ad o s m últ iplos d e ten-
são r esi d e no caso d e p eças d el g ad as, co m o vigas, ch ap as e cascas. Nessas p eças, o s est ad os d e
t en são d e i n t er esse p o d em ser assi m i l ad os a est ad o s planos, p ois sem p r e ex ist e um dos p l an os
p r incip ais co m t en são nula, p or q uant o sem p r e há um p l an o pr incipal p ar al el o ou co i n ci d en t e
co m a su p er f íci e livre d a p eça.

Qu an d o essa t en são nula ê u m a d as t en sõ es p r incip ais ex t r em as d o est ad o t riplo, as resis-


t ên ci as se ap r ox im am d os val o r es r elat ivos ao s est ad o s si m p l es cor r esp on d en t es. Dos result ados
ex p er i m en t ai s ob t i d os por Nelissen 1 9 e Kupf er, Hilsdorf e Rusch 20 , conclui- se q u e, na região tra-
ção- t ração, isto é, q u an d o o { = 0, a r esi st ênci a d o concr et o é p r at i cam en t e i g u al a sua r esist ência
à t r ação sim p les, e na r eg i ão com p r essão- com p r essão, ist o é, q u an d o o ; = 0, há um p eq u en o
au m en t o da r esist ência em r el ação ao valor co r r esp o n d en t e à com p r essão sim p les.

Na r egião t ração- com pressão, isto é, q u an d o a t en são pr incipal nula é a t ensão int er m ed iár ia
C , = 0, a rupt ura é p r ed o m i n an t em en t e por t r ação. A ex cessiva var i ab i l i d ad e d o s result ados t orna
p ou co con f i ávei s as p r evi sões d e fissuração do concr et o n essas co n d i çõ es.

6.8 Resist ência d e dosagem


O co n cei t o d e r esi st ênci a d e d o sag em d o con cr et o sur giu co m o n ecessi d ad e d e se evit ar a
f ab r i cação d e con cr et os d ef i ci en t es no início da ob r a.

Em pr incípio, esse co n cei t o se ap lica q u an d o o concr et o é p r od uz id o na própria obra q u e se


inicia e a i n st al ação d e p r od ução d esse concr et o ai n d a n ão t eve sua var i ab i l i d ad e cont r olad a.
Il o j e em dia essa si t uação so m en t e ex ist e em ob r as sit uad as l o n g e d e usinas cen t r ai s d e forne-
ci m en t o d e con cr et o pront o.

Sen d o um valor provisório, a r esi st ênci a d e d o sag em d eve ser em p r eg ad a ex cl u si vam en t e


at é q u e o n ú m er o d e r esult ad os d os corpos- de- prova d e con t r ol e co m ece a ser signif icat ivo e o
con t r ol e por lot es possa ser est ab el eci d o si st em at i cam en t e.

A r esist ência d e d o sag em const it ui, p or t ant o, um valor i n t en ci o n al m en t e ex ager ad o. Com


el e, evita- se q u e as p eças est r ut ur ais da f u n d ação sej am f ei t as com r esi st ên ci as d ef icient es,
acar r et an d o t r anst or nos m uit o g r an d es para o p r osseg u i m en t o da ob r a.
Com essa f inalid ad e, an t i g am en t e se em p r eg ava o co n cei t o d e "p ad r ão d e q u al i d ad e da ob r a"
para a est i m at i va d o desvio- padrão d e d o sag em s,, co m o q ual se d et er m i n ava a r esist ência mé-
dia d e d o sag em yxwvutsrponmlkifedcaZXLA
f o i / em f u n ção d o valor esp eci f i cad o para a r esi st ênci a car act er íst ica.

Desse m o d o , a r esi st ênci a m éd i a d e d o sag em d ever i a ser ad o t ad a co m o valor:

f c m = f c k . e s p + h 6 5 Sd

o n d e o desvio- padrão d e d o sag em zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


s(l er a con si d er ad o co m o s val or es d ecor r en t es do conhe-
ci m en t o em p ír i co q u e se t inha sob r e a var i ab i l i d ad e d o s r esult ad os ob t i d os co m a i nst al ação
produt ora d e con cr et o em p r eg ad a.

A ex p er i ên ci a const r ut iva co m con cr et os at é da classe C40 m ost r ou q u e são sat isf at órios os
val o r es prescrit os p ela NBR 12655", em f u n ção d as co n d i çõ es d e pr epar o d o concr et o.

A NBR 12655 con si d er a t rês co n d i çõ es d e pr epar o d o concr et o. A co n d i ção A (ap l i cável às


cl asses CIO at é C80) ex i g e q u e o ci m en t o e o s ag r eg ad o s sej am m ed i d o s em m assa, a ág u a d e
am assam en t o sej a m ed i d a em m assa o u vo l u m e co m disposit ivo d osad or e cor r igida em f u n çào
d a u m i d ad e d o s ag r eg ad o s. A con d i ção B (ap l i cável às classes CIO at é C25) e a con d i ção C (apli-
cável às cl asses CIO at é C20) i m p õ em ex i g ên ci as m ai s t oler ant es na d et er m i n ação das quant ida-
d es d e m at er iais.

De q ualq uer m an ei r a, essa n or m a ad m i t e d u as p ossib ilid ad es d ist int as para a escolha d o va-
lor d e s j um a para q u an d o se ad m i t e co n h eci d o o desvio- padrão s, e out ra para q uand o el e é
co n si d er ad o d esco n h eci d o .

Para ef ei t o d e d o sag em , a NBR 12655 p er m i t e consid er ar co n h eci d o o valor num ér ico do


desvio- padrào q u an d o el e for fix ado a part ir d e no m ín i m o 20 r esult ad os consecut i vos, ob t i d os
no int er valo d e 30 d i as em si st em as p r od ut ivos est ávei s, em p er íod o i m ed i at am en t e ant er ior ,
n ão p er m i t i nd o a ad o ção d e val or m en o r q u e 2 MPa.

Qu an d o o desvio- padrào for con si d er ad o d esco n h eci d o , no início da obra, para ef eit o d e do-
sag em d o concr et o, o desvio- padrão s, p o d e ser ad ot ad o para as co n d i çõ es d e preparo A - B - C
co m o s val o r es d e 4,0 - 5,5 - 7,0 , r esp ect i vam en t e.

6.9 Quest ionário


1) Qu al o m o d el o const it ut ivo ad ot ad o para a est r ut ur a int er na d o concr et o?

2) Qu al o m ecan i sm o d e rupt ura à com p r essão d os concr et os d e baix a o u m éd i a resist ência?

3) Qu al o real m o d o d e rupt ura m acr oscóp i ca do concr et o por com p r essão?

4 ) Com o se ex plica o m o d o d e rupt ura usual ap r esen t ad o p el o s corpos- de- prova de con cr et o
no en sai o d e com p r essão?

5) Qu al o m o d o d e rupt ura à com p r essão d os con cr et os d e alt a r esist ência?

6) Qu al o m o d o d e rupt ura à t raçào d o concr et o sim ples?


7) Com o evo l u i a rupt ura d o concr et o sob est ad o s m últ ip los d e t en são nas p eças est rut urais
d e con cr et o ar m ad o ?

8) Qu al é o valor b ási co d e r ef er ên ci a d a r esi st ênci a do con cr et o ar m ad o à com p r essão?

9) Qu al o au m en t o q u e se p o d e esp er ar para a r esi st ênci a do concr et o ap ó s 1 an o de id ad e?

10) Qu al o ef ei t o d as car gas d e long a d u r ação sob r e a r esi st ênci a d o concr et o?

11) Qu al a d u r ação da carga q u e j á produz os ef ei t o s d e long a d ur ação?

12) Em i g u al d ad e d e out r as co n d i çõ es, q ual a d i f er en ça d e r esist ência do concr et o da estrutu-


ra em r el ação ao concr et o d os corpos- de- prova d e cont r ole?

13) Qu al o val or d a r esist ência do con cr et o a ser ad o t ad o no cálculo est r ut ur al em f unção d o


valor b ásico d e r ef er ên ci a ad ot ad o?

14) Def inir a r esi st ênci a car act er íst ica d e concr et o?

15) Def inir o s val o r es f k l n í e f ík su p .

16) Def inir a r esist ência d e cál cu l o d o con cr et o.

17) Qu e int er p r et ação pr obabilíst ica p o d e ser d ad a ao val or f d .

18) Qu al a est r ut ur a d o coef i ci en t e d e y ?

19) Qu al a f u n ção d os co ef i ci en t es y , , y 2 e y ( ?

20) Qu ai s as r el açõ es usuais en t r e a r esi st ênci a car act er íst ica à t r ação e a r esi st ênci a caracte-
ríst ica à com p r essão d o concr et o?

21) Qu al o m ét od o d e en sai o usual para a d et er m i n ação d a r esist ência à t r ação do concret o?

22) O q u e signif ica a r esi st ênci a à t ração na flex ão do concr et o?

23) Qu ai s as r el açõ es usuais ad m i t i d as en t r e f ( l m e f ?

24) Com o var i am os m o d o s d e rupt ura d o con cr et o em est ad o s p l an os d e t ensão?

25) Descr ever a r esist ência d o con cr et o em est ad o s p l an o s d e t en são .

26) O q u e é r esist ência d e d o sag em d o concr et o?


7. Processos d e produção das est rut uras d e concret o

7.1 Processos aleat órios


Para en l en d er o con t r ol e d os p r ocessos d e p r od u ção d as est r ut ur as d e concr et o, considere- se
i n i ci al m en t e o p r ocesso d e p r od ução do m at er ial concr et o.

Para ilust rar a an ál i se do p r ocesso d e p r od ução d o concr et o, adm it a- se q u e t odo o m at er ial


el ab o r ad o em u m ciclo d e p r od ução sej a t r ansf or m ad o em corpos- de- prova, e q u e el es sej am
su b m et i d o s ao en sai o d e com p r essão sim p les.

De cad a um d os m ciclos d e p r od ução, const i t uíd os por u m a ú n i ca am assad a el ab or ad a em


cad a i n st an t ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t, sen d o o ín d i ce j (j = 1 a m) o n ú m er o d e or d em da am assad a, result am n val o r es
x .(t); ver Figura (7.1- a).

X| (t j ) = f Cc,i

Nesse p r ocesso, em cad a ciclo j é obt ido u m con j u n t o d e n r esult ad os X. d os corpos- de- prova
en sai ad o s, sen d o o ín d i ce i(i = 1 a n) igual ao n ú m er o d e o r d em d e m o l d ag em e ensai o d e cad a
u m d esses corpos- de- prova.

Desse m o d o , co n si d er an d o t o d o s o s m i n st an t es ob t ém - se u m co n j u n t o d e n f u n çõ es
Xr (t.), cu j as p r o p r i ed ad es est at íst i cas car act er i z am o p r o cesso d e p r o d u ção .

Os p r ocessos d est a nat ur ez a são ch am ad o s p r ocessos al eat ór i os ou est ocást i cos. Qu an d o se


lida com a al eat o r i ed ad e d as m ed i d as d os f en ô m en o s nat urais, é p r eciso r eco n h ecer q u an d o se
t rat a d e u m a var i ável al eat ór i a o u d e um p r ocesso al eat ór i o.
Sen d o a r esist ência à com p r essão u m a var i ável al eat ór i a con t ín u a, isto é, u m a var i ável m ed i d a
no cam p o d os n ú m er o s reais, e sen d o o p r ocesso d e p r od ução f eit o em t em p oszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXW
t. discret os, o
p r ocesso d e p r od ução d o concr et o co r r esp o n d e a u m p r ocesso al eat ór i o con t ín u o d e p ar âm et r o
discret o.

As p r op r i ed ad es est at íst icas d esses p r ocessos al eat ó r i o s p o d em ser d ef inid as t ant o d ent r o
d e u m d ad o ciclo part icular yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
j d e p r od ução, em f u n ção d o s n val o r es XfíJ ob t i d os n esse ciclo, o u
en t ão , d ef i n i d as a part ir d o con j u n t o d e m r esult ad os ob t i d os nos d i f er en t es ciclos / ', r ef er ent es,
em t od os el es, ao corpo- de- prova co m o m esm o n ú m er o / d e o r d em d e m o l d ag em e en sai o ". Em
pr incípio, o corpo- de- prova d e o r d em d e m o l d ag em i = 1 p o d e ser con si d er ad o co m o am ost r a
d o ciclo con si d er ad o.

Co n si d er an d o u m d ad o ci cl o j d e p r o d u ção , p o d em ser d ef i n i d as cer t as f u n çõ es cpA [X.(ÜJ,


(k = 1 a p), calculand o- se o s co r r esp o n d en t es val o r es m éd i o s IX.ftJI, d ad o s por

_ i 1 (7.1- 1
n

Ob ser ve- se q u e as f u n çõ es [X.(Ü] são esco l h i d as em f u n ção d o s o b j et i vo s do est ud o con-


si d er ad o. Assim , por ex em p l o, p o d em ser esco l h i d as as f u n çõ es seg u i n t es:

V?7 X J t ^ X , ^ )

< p2 X.(t L)\ = Xf(t L)

No s p r ocessos d e p r od ução d o s m at er i ai s est rut urais, são d e i n t er esse d u as f u n çõ es:

1) Xi (t j) = Xl ( t / ) (7.1- 2)

cuj o valor m éd i o em cad a i n st an t e t = f. val e

, £ W
W ] = — = / < x ,(t L)\ = f< jt L) (7.1- 3)

E W
i- i
2) X Jt ^ X f t t j , ) - (7.1- 4)
n
cuj o valor m éd i o em cad a inst ant ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t = t val e

i x ?( t , ) i x f ( t i )
i= l i= l O
V2 X: =
n n

t en d o em vist a q u e, co n f o r m e m ost r ad o p ela ex p r essão (6,2- 3),

Var(x ) = E [ ( X - fi x )2 ] = E(X2 ) - [E(X)f

u m a vez q u e

t w
— = ft\ x i (t L)\ = ft.Jt L)

é u m valor con st an t e, r esult and o en t ão q u e (p , [X. tyj é a var i ânci a d os val or es X. ^ co r r esp o n -
d en t es a t = t.

Qu an d o (p, / X; (t) = JI v (tj for um valor con st an t e, i n d ep en d en t em en t e d e t = f , diz- se q u e


o p r ocesso é est acíon ár i o em r el ação à sua m éd i a. Qu an d o (p, [X. (tfl = a 2 v (tj for um valor
con st an t e, i n d ep en d en t em en t e d e t = t jt diz- se q u e o p r ocesso é est aci o n ár i o em relação à sua
var i ân ci a.

Al ém d as f u n çõ es Cp, [X. (tj], para a car act er iz ação pr obabilíst ica d o pr ocesso aleat ór io, em
cer t os caso s t am b ém d evem ser con si d er ad as f u n çõ es do t ipo

x ;]/ lk= up),

q u e co n si d er am as r el açõ es ex i st ent es en t r e o s p ar es d e val o r es ob t i d os p ela m esm a f u n ção


em d oi s ciclos d i f er en t es d e p r od ução.

Obser ve- se q u e as f u n çõ es <pt IX. (t.)] d ep en d em ap en as d o s val o r es X.(tJ no inst ant e r, en-

quant o as f unções ip k Xj (t - j ),X.(t - + 1) d ep en d em sim ult aneam ent e dos valores X.{tf d o ciclo

t. co r r esp o n d en t e a j - valor fixo, e d os val o r es Xft.+ Z) d o ciclo t.+ T d ef inid o p ela var iável T.

Para o est u d o d os p r ocessos d e p r od ução, são d e i n t er esse as f u n çõ es

X, . < V, X / a. + 1 ) = Xi (t j ). Xi (t i + T) (7.1- 6)
E w
$2 yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
\ xl (t l ),xl (t l + x)\ = X,(t L+ X) (7.1- 7)
n n

cu j o s val o r es m éd i o s são d ad o s p or

(7.1- 8)

Ê { [ W - f t , M - X/ t, + r)- , l Jt i + X)\ }
+ x)\ = (7.1- 9)

ist o é

jrXJtp.X^ + T) ,,Jt, + T)Yl Xi (t i ) + » J t i ) £ x i ( t i + T)


ip2\ x,(t i ),xí(t i xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
+ x)\ = J= L M —ti

£ v j t i ^ j t t + x )
i= l
n

r esu l t an d o

i> 2 Xi (t i ),Xi (t i + x) = i> , Xi (t i ),Xi (t j + X)\ -nJt l ).fiJt l + X) (7.1- 10)

A l ém d isso, a ex p r essão (7.1- 9) t am b ém p o d e ser p ost a so b a f o r m a

] = ,< { {xi (t L)-,l Jt i )\ .\ xi (t l + x)-,l Jt i + x j]}

q u e p o d e ser escr i t a

l> 2\ X{t L),X,(t L+ x)\ = E{ [xi (t i )-,iJt L)\ \ xi (t i + x)-,,.Jt i + x)\ }


o u sej a, ob t ém - se a Fu n ção d e Co var i ân ci a

[xi (t L)/ xi (t l + xjJ = Cov[xi (t l )/ xi (t l + x)\ (7.1- 11

7.2 Aut ocorrelação e aut ocovaríância


Do est u d o an t er i o r d o s p r o cesso s est o cást i co s g er ai s, u m a vez d ef i n i d as as f u n çõ eszyxwvutsrqponmlkjihgfe
X.(t), as
ex p r essõ es d e e d ef i n em as seg u i n t es f u n çõ es d e t | e X:

Função de Autocorrelação:

Kt (t ifx) = K, [tjAtj + x)\ = $ [XJtghXJt, + xj] (7.2- 1)

A f u n ç ão d e au t o c o r r el aç ão KJt^ t.+ X)] d et er m i n a a m éd i a d o s p r o d u t o s d o s n p ar es


X.(t.).Xj (t.+ T) c o r r e s p o n d e n t e s ao s m e s m o s ín d i ces /', d e 1 a n. Um val o r al t o d essa m é d i a
m o st r a q u e o s v al o r es al t o s d e X / Ç c o r r es p o n d em a v al o r es t am b é m al t o s d e X.f f .+ Xj . Um
val o r b ai x o d essa m éd i a m o st r a q u e v al o r es al t o s d e X.(t) c o r r es p o n d em a val o r es b ai x o s
de Xft+ T).

Assi m , u m al t o val o r d e KJt^ t+ V] d iz q u e, p ar a o m esm o ín d i ce /', o p r o cesso d e am o st r ag em


e m (t+ T) co n t i n u a co m as m esm as car act er íst i cas q u e t i n h a no i n st an t e L Os val o r es d e X. e m
d i f er en t es i n st an t es est ão f o r t em en t e co r r el aci o n ad o s.

Assi m , se X i = X «i r/rxw.i
u ( = X «i , o s val o r es d e X J(t)/ e d rf
e X (t.+
/ T) n ão p o d em ser co n si d er ad o s co m o
val o r es al eat ó r i o s i n d ep en d en t es u m d o ou t r o p ar a q u al q u er val o r d e X; ver Figura (7.2- a). Essa
i n d ep en d ên ci a so m en t e ex i st e q u an d o o af ast am en t o X for su f i ci en t em en t e g r an d e.
Est e p r o b l em a é p ar t i cu l ar m en t e i m p o r t an t e q u an d o se ex t r aem t est em u n h o s do co n cr et o
d e u m a est r u t u r a ex i st en t e. Par a q u e o s d i f er en t es t est em u n h o s p o ssam co m p o r u m a am o st r a
al eat ó r i a d o co n cr et o d a est r u t u r a, el es d evem ser ex t r aíd os co m af ast am en t o s X u n s d os ou t r os,
sen d o o s val o r es d e x su f i ci en t es p ar a q u e d esap ar eça a p o ssível co r r el ação en t r e el es, co m o
ser á vi st o ad i an t e. Assi m , por ex em p l o , as i n vest i g açõ es j á ci t ad as d e Rack wi t z m ost r ar am q u e,
n o caso d e p i l ar es e p ar ed es, u m af ast am en t o d e 2 a 3 m et r o s p o d e ser su f i ci en t e para am or t e-
cer si g n i f i cat i vam en t e a co r r el ação d as r esi st ên ci as d e t est em u n h o s ex t r aíd os d a est r u t u r a.
Figura (7.2- a)

A f u n ção d e au l o co r r el ação m ost r a a co r r el ação ex i st en t e n o p r o cesso em f u n ção d os pró-


p r ios val o r es d as var i ávei s est u d ad as. Isso d i f i cu l t a a g en er al i z ação d o s r aci o cín i o s, pois o val o r
d a f u n ção d e co r r el ação d ep en d e d as d i m en sõ es e d as u n i d ad es em p r eg ad as n o e s t j d o d as
var i ávei s e m co n si d er ação . Par a co n t o r n ar essa d i f i cu l d ad e ser á em p r eg ad a a f u n ção d e aut oco-
var i ân ci a, q u e p er m i t e a f o r m u l ação d e u m a so l u ção ad i m en si o n al .

Função de Autocovariância:

K2(tj,T) = K^ tj/ ti+ x)] = ^ [X^ hX^ + x)] (7.2- 2)

A f u n ção d e au t o co var i ân ci a m ost r a a r el ação d o s val o r es d as var l ân cl as d e u m m esm o pro-


cesso , co n si d er an d o d o i s ci cl o s d i f er en t es d e p r o d u ção , u m d el es r eal i z ad o n o i n st an t e ( e o
ou t r o n o i n st an t ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(t+ X).

De f o r m a sem el h an t e ao q u e f az a f u n ção d e au t o co r r el ação , a f u n ção d e au t o co var i ân ci a


calcula a média dos n produtos Xi (t j) — / .iJt j)^ Xi (t j + x) — fi x(tj + T,)] dos afastamentos
em r el ação à p r óp r i a m éd i a d as var i ávei s X., n o i n st an t e t. e no i n st an t e t+ x. Co m o o s af ast am en-
t os p o d em ser p osi t i vos o u n eg at i vo s, al t o s val o r es ab so l u t o s p o d em i n d i car al t as co r r el açõ es d e
af ast am en t o s p osi t i vos o u n eg at i vo s.
A f u n ção zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
KJt^ t+ x )] m ost ra q ual a r el ação en t r e as d i sp er sõ es d os val o r es X. nesses d ois
ciclos. Um alt o valor d e KJt^ t+ X)] diz q u e alt as d i sp er sõ es em t co r r esp o n d em a valor es alt os
t am b ém em (t+ X), ou sej a, o p r ocesso d e p r od ução ap r esen t a u m a alt a cor r el ação d e d i sp er sões
en t r e os d oi s ciclos d e p r od ução con si d er ad os.

Nos p r ocessos al eat ór i os em q u e as var i ávei s X n ão são f u n çõ es p er i ód i cas d o parâm et ro f ,


verifica- se ex p er i m en t al m en t e" q u e as f u n çõ es d e au t ocor r el ação e d e au t o co var i ân ci a^ / ^ T j e
KJt^ T), t en d em a z er o q u an d o cr esce o valor d e T. Ist o signif ica q u e m esm o q u e h aj a cor r el ação
en t r e as var i ávei s X/ t J e X/ r,TÀ q u an d o é au m en t ad a a d ist ância en t r e t e t + T, essa cor r el ação
t en d e a d esap ar ecer , co m o m ost r ad o na Figura (7.2- b).

Figura (7.2- b)

7.3 Processos est acionários


Com o f oi vist o an t er i o r m en t e, n os p r ocessos est ocást i cos gerais, não- est acionários, t ant o a
médiayxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
< pt = fi Xt (tj) = fi x(t quanto a variância y?2 = X , ( t j ) = cr^ (t^ podem ter valo-
r es d i ver sos em d i f er en t es i n st an t es t = t f

Por out ro lado, t ant o a f u n ção d e au t o co r r el ação

Ki(t jr x ) = % \ x i (t i ),x i (t i + x )] = ^
q uant o a f u n ção d e au t ocovar i ân ci a

K2(tf,T) = / i {[x,< y-ftjt,i\ \ xi (t l + x j- (ijt, + x;]|= ),xi (t [ + x ;]

t êm val o r es q u e d ep en d em d o inst ant e inicial zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


t= t escol h i d o, e d o af ast am en t o X en t r e o s d oi s
inst ant es con si d er ad os, co m o ilust rado p ela Figura (7.2- a).

Para cer t os p r ocessos p ar t icular es, dit os est aci on ár i os, a m éd i a e a var i ân ci a i n d ep en d em d o
valor d e t f d e t al f or m a q u e os val o r es co r r esp o n d en t es a t são os m esm o s q u e os correspon-
d en t es a q u al q u er out ro inst ant e t.+ T.

De q u al q u er m od o, co n si d er an d o d ois con j u n t os d e val o r es X/ Ç e X.(t.+ T) ret irados d e u m


p r ocesso al eat ór i o ad m i t i d o co m o est aci on ár i o, isso n ão signif ica q u e o s val or es d e Xfl^ e Xfl.+ T)
d evam ser próx im os uns d o s out r os para q u al q u er X, co m o ilust rado p ela Figura (7.3- a), q u e é
eq u i val en t e à Figura (7.2- a) co r r esp o n d en t e ao s p r ocessos nào- est acionár ios.
A ex p er i ên ci a m ost r a, p or t ant o, q u e m esm o com p r ocessos est aci on ár i os, ex ist em val o r es li-
m i t es T / m dos af ast am en t o s X do p ar âm et r o t, al ém d os q u ai s p r at i cam en t e se an u l am as f u n çõ es
d e au t o co r r el açào e d e au t o co var i ân ci a.

NazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (7.2- b) est ão ilust radas as p ossíveis r el açõ es ex i st ent es en t r e o s val o r es das f u n çõ es
X e m d ois ci cl os d i f er en t es d e p r od ução, co r r esp o n d en t es ao s i n st an t es fix os t.e t+ T. Observe- se
q u e, q u an d o T —• 0 , os val o r es d e X n os d oi s inst ant es co n si d er ad o s são sem p r e próx im os uns
d o s out ros, o u sej a, q u an d o um d el es é um valor alt o o u baix o, o m esm o ocor r e com o out ro.
Pel o cont r ár io, q u an d o T —> 00, perde- se a cor r el ação en t r e os val o r es cor r esp on d en t es ao s d ois
i n st an t es con si d er ad os. Esse f at o ocor r e m esm o co m p r ocessos est ocást i cos est aci on ár i os em
r el ação à m éd i a e em r el ação à var i ân ci a.

Função Coeficiente de Correlação:


Nos p r ocessos d e p r od ução q u e d e m o d o g er ai p o d em ser ad m i t i d os co m o est acionár ios, xS
em1 lugar da f u n ção d e au t ocovar i ân ci a K,(t f 'l), considera- se a Função Coef i ci en t e d e Cor r elação,
d ef inid a por

&M
Em co n seq ü ên ci a d as p r op r i ed ad es da f u n ção K2 (t f 1), t am b ém a f u n ção coef i ci en t e d e corre-
lação t en d e a z er o para T > T/ >n. Por out ro lado, d e acor d o co m (7.1- 9), q u an d o T 0,

T- »0

l og o

R(t- + 0) = 1 (7.3- 3)

7.4 Processos ergódicos


Adm ita- se ag or a q u e, al ém d e est aci on ár i o, o p r ocesso est ocást i co t am b ém sej a er g ód i co,
ist o é, su b m et i d o às seg u i n t es r est r ições:

a) Co n si d er an d o os d i f er en t es val or es ao l on g o d o t em p o, as p r op r i ed ad es est at íslicas são as


m esm as para t odas as var i ávei s X.,sendo (i = 1, 2 , n ) .

b) As p r o p r i ed ad es est at íst icas d ef i n i d as p el as m éd i as (p, e d as f u n çõ es <pfc e corres-


p o n d en t es a um i n st an t e t q ualq uer , são eq u i val en t es às p r o p r i ed ad es est at íst icas hom ó-
logas cal cu l ad as a part ir d e d i f er en t es val or es, ao l ong o d o t em p o , d e qualquer u m a d as
var i ávei s X., sendo (i = 1, 2 , n ) .
De acor d o com a r est r ição (a), n os p r ocessos er g ód i cos, têm- se:

Adm ita- se q u e u m a d as f u n çõ eszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


X. sej a con si d er ad a co m o função- amostra d os valor es d as
d em ai s. Essa f u n ção será i n d i cad a por Xi>.

A t ít ulo d e ex em p l o, pode- se adm it ir X = X; , isto é, a f unção- am ost ra é const it uíd a d e conjun-


t os d o s p r im eir os val o r es p r od uz id os em cad a u m d os i n st an t es L

De acor d o com a r est r ição (b ), têm- se:

ou sej a, a m éd i a e a var i ân ci a t em p or al da f u n ção X , con si d er ad a co m o f unção- am ost ra, são


r esp ect i vam en t e i g u ai s à m éd i a e à var i ân ci a esp aci al d os val o r es p r od uz id os em qualquer ins-
t ant e L
\

Ob ser ve- se q u e o si m p l es f at o d e o p r o cesso ser est aci o n ár i o n ão i m p l i ca t am b ém q u e


el e sej a er g ó d i co . Co m o ex em p l o d a ver aci d ad e d est a af i r m at i va, t em - se o p r o cesso em q u e
X., = k., (i = 1, 2, n), o n d e k. são val o r es co n st an t es. Nest e caso .

v /
l ' > m m

en q u an t o

n n

í M

Na r eal i d ad e d os p r ocessos d e p r od u ção, a ex ist ência ef et i va d e co n d i çõ es para a ad oção d a


h i p ó t ese er g ó d i ca p o d e ser int uíd a, m as d i f i ci l m ent e p o d e ser com p r ovad a. A com p r ovação de-
m an d ar i a um ex t enso t r ab alho d e ver i f i cação da m an u t en ção d a val i d ad e da h i p ó t ese er gód ica
ao l on g o do d esen vo l vi m en t o d o p r ocesso d e p r od ução. Essa ver i f i cação d ever i a ser realizada
d u r an t e o s rest rit os i nt er val os d e t em p o em q u e o p r ocesso p u d esse ser con si d er ad o est acioná-
rio. Desse m od o, na vi d a prát ica, n o r m al m en t e é cont r ol ad a ap en as a val i d ad e d a hi p ót ese d e
q u e o p r ocesso sej a est aci on ár i o, adm it indo- se a val i d ad e da h i p ót ese er g ó d i ca en q u an t o el a
não levar a r esult ad os i n con si st en t es co m sua ad o ção .
É i m p or t an t e assinalar q u e, sem a h i p ó t ese er g ód i ca, não ser ia p ossível o con t r ol e da resistên-
cia do concr et o d as est r ut ur as co m o el e é co r r en t em en t e f eit o, por m ei o d e am ost r as co m p o st as
por corpos- de- prova m o l d ad o s em d i f er en t es i n st an t eszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
t. da p r od ução d a est r ut ur a.

Do p ont o d e vist a d a seg u r an ça d as est rut uras, o q u e ef et i vam en t e se pr ocur a cont rolar é
a r esist ência d o concr et o j á i ncor p or ad o às est r ut ur as. Esse con t r ol e, em p r incíp io, d ever ia ser
r ealiz ad o por m ei o d o cont r ol e d as p r op r i ed ad es est at íst icas d o concr et o produzido em cad a
ciclo d e p r od ução. Do p ont o d e vist a est at íst ico, isso signif ica q u e em cad a ciclo d ever i am ser
co n h eci d o s o s n r esul t ad os Xft). É claro q u e isto é im p ossível. O concr et o é produzido para a
con st r u ção d a est r ut ur a e n ão para ser r om p id o em corpos- de- prova. Desse m od o, não há co m o
se co n h ecer d i r et am en t e a var i ab i l i d ad e esp aci al q u e ex ist e d ent r o d e cad a p ar t e da est r ut ur a
const r uíd a co m o con cr et o p r od uz id o em cad a ciclo d e p r od u ção. O q u e se p o d e co n h ecer d o
co n cr et o p r od u z i d o em cad a ci cl o é, no m áx i m o, a r esi st ên ci a d e u m a si m p l es am ost r a, cons-
t it uíd a por um ex em p l ar co m p o st o por u m par d e corpos- de- prova, d os q u ai s é con si d er ad o
ap en as um único valor X(t^ .

Nessas cir cunst âncias, é a h i p ó t ese er g ó d i ca q u e p er m i t e a r eal i z ação do cont r ole, ad m i t i n d o


q u e a var i ab i l i d ad e esp aci al ex i st ent e no con cr et o d e cad a ciclo sej a igual à var i ab i l i d ad e tem-
poral ex ist ent e no con j u n t o d o s el em en t o s d a am ost r a, q u e são co l h i d o s ao l ong o d e m ciclos
d e p r od ução.

Em cer t os p r ocessos est aci on ár i os, q u e p er m i t em a o b t en ção d e um ú n i co result ado


d u r an t e u m n ú m er o M m uit o g r an d e d e i n st an t es d e m ed i ção , para o co n h eci m en t o da estabi-
l i d ad e d o p r ocesso, m ui t as vez es é possível d eco m p o r o regist ro d e X/ f ) em um núm er o n d e
seg m en t o s, d ur ant e os q u ai s a h i p ó t ese er g ó d i ca g ar ant e q u e em t od os el es as p r op r ied ad es
est at íst i cas sej am as m esm as, co n f o r m e a rest rição (a) d a h i p ó t ese er g ó d i ca. Nesse caso, co m
o est u d o d a au t o co r r el ação e d a au t o co var i ân ci a, ou si m p l esm en t e da f u n ção coef i ci en t e d e
cor r el ação, pode- se est ud ar a est ab i l i d ad e do co m p o r t am en t o do p r ocesso para d ei er m i n ad as
f inalid ad es d e con t r ol e, co m o ilust r ado p ela Figura (7.4- a).
7.5 Signif icado do valor especif icado para f ^
De m o d o ger al, a q u al i d ad e do concr et o q u e se p r et en d e usar em u m a con st r u ção f ut ura é
est ab el eci d a no proj et o p ela esp eci f i cação d e cer t o valor para a r esist ência caract eríst icazyxwvutsrqponmlkjihgfed
f ck .

Co m o j á f oi vi st o , esse val o r d a r esi st ên ci a esp eci f i cad a f c k é co n t r o l ad o d u r an t e a ex e-


cu ção d a o b r a por m ei o d o en sai o d e co m p r essão si m p l es d e cor p os- d e- p r ova ci l ín d r i co s
d e 15 x 30 cen t ím et r o s, em en sai o r áp i d o , o b r i g at o r i am en t e ao s 28 d i as d e i d ad e no caso
d o co n t r o l e u su al .

Se os r esul t ad os ob t i d os co m os en sai o s d os corpos- de- prova t i ver em sido sat isf at órios, admi-
te- se q u e o concr et o da est rut ura t am b ém t en h a sido sat isf at ór io.

Ob vi am en t e, est a co n cl u são so m en t e p od er á ser acei t a se for r esp ei t ad a u m a sér i e de restri-


ções, q u e p r ecisam ser cl ar am en t e en t en d i d as p elo proj et ist a da est r ut ur a e p el o const rut or d a
ob r a.

Co m o m ost r a a Figura (7.5- a), d a boca d a b et onei r a saem d u as linhas d e p r od ução d e concre-
to, e n ão ap en as um a.

A r esi st ênci a R, d os corpos- de- prova d e con t r ol e n ão é ob r i g at or i am en t e igual à resist ência


R, do con cr et o da est rut ura e am b as p o d em n ão ser i g u ai s à r esist ência R. d e corpos- de- prova
even t u al m en t e ex t r aídos do con cr et o j á en d u r eci d o d a est r ut ur a.

Em f ace d as d i scr ep ân ci as ex i st ent es en t r e essas d u as linhas d e p r od ução, q u e p od em levar a


r esult ad os d if er ent es, conclui- se q u e a r esi st ênci a f (kesf) esp eci f i cad a para o concr et o d eve ser de-
f inida t end o em vist a u m a si t uação p ad r oni z ad a d e p r od ução. Para isso, a r esi st ênci a d o concret o
é esp eci f i cad a co m o sen d o a r esi st ênci a p ot en ci al d a m ist ura a ser f ab r icad a, se el a for proces-
sada em co n d i çõ es p ad r oni z ad as e ót im as, co m o as q u e se ad m i t em ex istir na m an i p u l ação d o
con cr et o d os corpos- de- prova d e con t r ol e d a r esist ência.
BETONEIRA

« •

TRANSPORTE TRANSPORTE
LANÇAMENTO M0 LDAGEM
ADENSAMENTO CURA
CURA ENSAIO
em condições
em condições padronizadas e
de obra ót im as

C0RP0S- DE-
ESTRUTURA
Ui PR0 VA
O ã
o
CC
O.

RESISTENCIA DO 2
< RESISTENCIA DOS
CONCRETO DA »/> CORPOS- DE- PROVA
O
ESTRUTURA O o. DE CONTROLE
czyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
c
o O
0£ u
CO

EXTRAÇÃO DE CORPOS- DE- PROVA


DO CONCRETO ENDURECIDO

ACABAMENTO

ENSAIO

CONVERSÃO PARA A
RESISTÊNCIA CILÍNDRICA

CORPOS- DE- PROVA EXTRAÍDOS

RESISTÊNCIA DOS C0RP0S- DE-


PR0 VA EXTRAÍDOS DA ESTRUTURA

Figura (7.5- a)

Na ex t r ação d e t est em u n h o s d o co n cr et o d e est r u t u r as ex i st en t es, é p r eci so t om ar cu i d ad o


p ar a q u e en t r e o s d i ver so s corpos- de- prova a ser em en sai ad o s t en h a si d o evi t ad a a aut ocorrela-
ção ex i st en t e en t r e o s t est em u n h o s r et i r ad os co m p eq u en o s af ast am en t o s en t r e el es. De aco r d o
co m i n vest i g açõ es j á r eal i z ad as, as d i st ân ci as m ín i m as en t r e o s p o n t o s d e ex t r ação d e t est em u-
n h o s d ev em est ar p el o m en o s en t r e 2 e 3 m et r os, p ar a q u e o s r esu l t ad o s a ser em ob t i d os pos-
sam ser co n si d er ad o s co m o i n d ep en d en t es en t r e si.
7.6 Cura dos corpos-de-prova de cont role
O signif icad o d a r esi st ênci a f í k r v co m o d eco r r en t e d e u m a si t uação i d eal i m p õ e q u e os cor-
pos- de- prova d e con t r ol e sej am m an i p u l ad o s sem p r e em co n d i çõ es p ad r oni z ad as e ót im as, o u
sej a, m o l d ad o s em f ôr m as m et ál i cas ad eq u ad as, por p essoal t r ei nad o, co n ser vad o s em água o u
câm ar a ú m i d a a 2 0 °C e en sai ad o s por labor at ór io i d ô n eo .

O em p r eg o d e corpos- de- prova cur ad os em co n d i çõ es d e obra n ão t em , p or t ant o, j ust if icat iva


lógica, ex cet o em si t u açõ es esp eci ai s, p oi s suas co n d i çõ es d e t em p er at u r a e u m i d ad e são dife-
r ent es das co n d i çõ es d e u m a câm ar a ú m i d a e t am b ém d i f er en t es d as co n d i çõ es ex ist ent es para
as p eças est r ut ur ais, em vi r t u d e d as d i f er en ças d e t am an h o , d e g eo m et r i a e do t ipo das f ôr m as
d as est rut uras.

Co m o j am ai s se p o d e garant ir q u e os corpos- de- prova d e con t r ol e f or n eçam ef et i vam en t e a


ver d ad ei r a r esist ência d o con cr et o da est r ut ur a, o s corpos- de- prova cur ad os ao p é da obra só
p o d em t razer con f u são à co n d u ção usual d os t r ab al h os e, se em p r eg ad o s, p o d em ser responsá-
vei s por sobressalt os, ao i n d i car em baix as r esi st ên ci as d ecor r en t es d e suas pr ecár ias co n d i çõ es
d e cur a.

O em p r eg o d os corpos- de- prova cu r ad os ao p é d a ob r a so m en t e se j ust if ica em casos m ui t o


esp eci ai s. Assim , q u an d o se n ecessi t a co n h ecer a r esist ência d o concr et o em i d ad es r r u i t o bai-
x as, co m o q u an d o se em p r eg am con cr et os co m acel er ad o r es d e en d u r eci m en t o , o em p r eg o d a
cura j u n t o à obra p o d e ser acei t ável e, às vez es, at é ob r igat ór io, co m o única p ossib ilid ad e prát ica
ex eq ü ível .

Nest e caso, na i nt er p r et ação d os r esult ad os, as i n cer t ez as d evi d as à cura em p r eg ad a d evem


ser ad eq u ad am en t e con si d er ad as.

A t r ansp osição d o valor f (V co r r esp o n d en t e ao s corpos- de- prova d e cont r ole, para a r esist ência
(. da est r ut ur a, em pr incípio fica por con t a d o co ef i ci en t e parcial y c> j á an al i sad o.

7.7 Variabilidade da resist ência do concret o


Co n si d er an d o os su cessi vos val o r es d as r esi st ênci aszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
f n dos corpos- de- prova d e cont r ole en-
sai ad os ao l on g o d a ex ecu ção d e u m a ob r a, obt êm - se r esul t ad os co m o o s m ost r ad os na Figura
(7.7- a). Para tirar co n cl u sõ es a r esp eit o d as p r op r i ed ad es est at íst icas d o p r ocesso, é preciso saber
se esses r esul t ad os são ou não p r o ven i en t es d e um p r ocesso est ocást i co est aci on ár i o. No caso
m ost r ad o nest a figura, co m o se d iscut e ad i an t e, o s r esult ad os ob t i d os m ost r am q u e o processo
d e p r od u ção d o concr et o p o d e ser co n si d er ad o co m o est aci o n ár i o em r el ação à m éd i a ap en as
d u r an t e cer t os i nt er val os d e t em p o .

Para q u e se possa f azer u m a ap r eci ação prát ica a r esp eit o d essa i n d ag ação , é necessár i o dis-
por d e um cr it ér io si m p l es q u e d ê a r esp ost a.
Resultados individuais ao longo da ex ecução da estrutura

Figura (7.7- a)

A scq ü cn ci a d c r esu l t ad o s m o st r a q u e o s corpos- de- prova p o d em ser co n si d er ad o s co m o re-


p r esen t an t es d e u m a m esm a p o p u l ação ap en as d u r an t e cer t o s i n t er val o s d e t em p o , d u r an t e o s
q u ai s se m an i f est a a ver d ad ei r a var i ab íl i d ad e d o p r o cesso , co m o i n d i cad o d u r an t e os i n t er val o s
d e t em p o A í f e A í , d azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (7.7- a).

Den t r o d esses i n t er val o s d e t em p o , é p o ssível est i m ar o co r r esp o n d en t e val o r ef et i vo f ckol .


d a r esi st ên ci a car act er íst i ca d o co n cr et o p r o d u z i d o . A ex p er i ên ci a m o st r a q u e o s p r ocessos d e
p r o d u ção d e co n cr et o t êm m ai o r f aci l i d ad e e m d eix ar d e ser em est aci o n ár i o s por m u d an ças
d o val o r d a m éd i a, q u e d ep en d e d a q u al i d ad e d o s m at er i ai s e d a m ão- de- obra em p r eg ad o s em
cad a lot e, d o q u e por m u d an ças d a var i ân ci a, q u e d ep en d em essen ci al m en t e d a q u al i d ad e d os
eq u i p am en t o s em p r eg ad o s.

Par a p o d er d et ect ar o s i n t er val o s d e t em p o A í em q u e o p r o cesso p er m an ece est aci o n ár i o , é


p r eci so co n h ecer a p r o b ab i l i d ad e d a o co r r ên ci a su cessi va d e vár i o s r esu l t ad o s i d ên t i co s.

Assi m , co n si d er an d o u m a ex p er i ên ci a cu j o r esu l t ad o p o d e ser co n si d er ad o u m su cesso o u


u m f r acasso, ad m i t a sc q u e c m u m a ú n i ca t en t at i va a p r o b ab i l i d ad e d e su cesso sej a p, c a pro
h ab i l i d ad e d e f r acasso 7 - p . Co n si d er an d o q u e n ão h aj a co r r el ação en t r e o s r esu l t ad o s o b t i d o s
e m d i f er en t es even t o s, el es p o d em ser co n si d er ad o s co m o even t o s i n d ep en d en t es.

Co n si d er an d o u m co n j u n t o d e n t en t at i vas, ad m it a- se q u e n as p r i m ei r as y t en t at i vas sej am


o b t i d o s y su cesso s, e n as n - y t en t at i vas seg u i n t es sej am o b t i d o s ap en as f r acassos.

A p r o b ab i l i d ad e d e u m even t o d essa n at u r ez a val e p v(1- pTy. No en t an t o , se n ão for especif i-

cad a a o r d em e m q u e d ev em ap ar ecer o s y su cesso s, o n ú m er o d e vez es q u e isso p o d e ocor r er


n!
e m n t en t at i vas é d ad o p el o n ú m er o d e co m b i n açõ es Cyn = —- —:
y!(n- y)!
Desse m od o, a p r ob ab i l i d ad e d ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
y su cessos, em q u al q u er o r d em , em n t ent at i vas é dada p ela
ex p r essão

d a ch am ad a d ist r ib uição b i n om i al B (n; y), em q u e nè o n ú m er o d e t ent at i vas e y o núm er o d e


sucessos.

Assim , co n si d er an d o 6 r esul t ad os co n secu t i vo s d o s corpos- de- prova d e con t r ol e, a probabili-


d ad e P(6) d e q u e t odos el es cai am d o m esm o lad o da m éd i a é d ad a p ela d ist r ib uição binom ial
B(6;0,5), sen d o P(6) = 0,0156 = 1,56%, o u sej a, é um even t o q u e ocor r e m en o s d e duas vez es
em 100 t ent at ivas.

Desse m od o, co m o regra ger al, q u an d o sei s p ont os co n secu t i vo s d e u m gráf ico d e cont r ol e
d e q u al i d ad e ficarem d e um m esm o lado em r el ação ao valor m éd i o esp eci f i cad o para o pro-
cesso d e p r od ução ou ob t id o co m um g r an d e n ú m er o d e r esult ados, h aver á f or t e susp eit a d e
m u d an ça da cen t r ag em d o p r ocesso.

De f or m a an ál o g a, con t r ol an d o os val o r es m ais baix os d os r esult ad os ob t i d os co m os corpos-


de- prova d e cont r ole, q u an d o em sei s r esult ad os ap ar ecer um único valor abaix o d e f tV isso n ão
d eve ser co n si d er ad o co m o um f at o al ar m an t e.

A p r o b ab i l i d ad e d e se o b t er u m ú n i co r esu l t ad o ab ai x o d e f (k , é d e 5 %, d e aco r d o co m a
p r óp r i a d ef i n i ção d esse val o r car act er íst i co . To d avi a, d e aco r d o co m a d i st r i b u i ção b i n o m i al
(B) (6; 0,05), a p r o b ab i l i d ad e d o ap ar eci m en t o d e d o i s r esu l t ad o s ab ai x o d e f (V é da o r d em
d e ap en as 3 %. Est e even t o j á p o d e ser co n si d er ad o co m o u m a i n d i cação si g n i f i cat i va d e
m u d an ça d o s p ar âm et r o s d o p r o cesso d e p r o d u ção d o co n cr et o .

As i n vest i g açõ es j á r eal i z ad as m ost r ar am q u e, em u m a d ad a i nst al ação produt ora d e concre-


to, o desvio- padrão d as r esi st ênci as p r od uz id as é p r at i cam en t e con st an t e. O q u e m uda com o
t em p o é o valor m éd i o da r esist ência, p r i n ci p al m en t e co m o co n seq ü ên ci a d o r eceb i m en t o d e
novas p ar t id as d e ci m en t o e d e ag r eg ad o s.

Dur ant e cad a um d esses i n t er val os d e t em p o em q u e o p r ocesso p o d e ser consid er ad o co m o


est aci on ár i o, é p r od uz id o u m lot e d e concr et o su f i ci en t em en t e h o m o g ên eo para q u e sua resis-
t ên ci a sej a j u l g ad a g l o b al m en t e.
8. Cont r ole d e aceit ação do concret o da est rut ura

8.1 Dist ribuição por am ost ragem da m édia e da variância


Para a f or m u l ação d e j u íz os p r ob ab ilíst icos é preciso co n h ecer a f u n ção d e dist ribuição d a
var i ável X associ ad a ao f en ô m en o con si d er ad o.

No caso d o con t r ol e da r esist ência d o s m at er i ai s est r ut ur ais, adm it e- se a dist ribuição d e Gauss,
t am b ém dit a d ist r ib uição nor m al, def inida p ela f u n ção d e d en si d ad e d e p r ob ab ilid ad e

1 7 (8.1-1
f (x ) = • ex p (x - n)'
a • T2 7T 2a-

vál i d a para O > 0, no i n t er val o - oo < x < + oo, o n d e:

f(x ) = d en si d ad e d e p r ob ab i l i d ad e;

j i = (i v = valor m éd i o da d ist r ib uição (m éd i a d o u n i ver so);

O = G x = desvio- padrão da d ist r ib uição (desvio- padrão do u n i ver so).

A ex p r essão d a d ist r ib uição nor m al p o d e ser sim plif icada p ela t r ansf or m ação

X- f i x
U = — ( 8. 1- 2)
cr,

co m a q ual a ex p r essão (8.1- 1) t om a a f or m a r ed uz id a, d ad a por

1
f (u ) = • ex p — U ' (8.1- 3)
yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
^ Í2TT 2

co m a q ual são ob t id os:

J f(u)du = 1 fi u = 0 a2 u = l (8. 1-4)

Ret irando- se d o univer so or iginal am ost r as co m o m esm o n ú m er o n d e ex em p lar es, co m


val o r es i n d i vi d u ai s x ., e cuj as m éd i as e var i ân ci as são i n d i cad as r esp ect i vam en t e por x n e s2 ^
obt êm - se as d i st r i b u i ções por am o st r ag em da m éd i a e d a variância2 4 , r ep r esen t ad as nas figuras
seg u i n t es.
UNIVERSO DAS MÉDIAS
MÉDIA M(X) = M(X)

f (x ) VARIÀNCIA a2 (x ) = £ ^ ü l

UNIVERSO ORIGINAL DE VALORES


MÉDIA

f (x ) VARIÀNCIA a2 (x )

a(x ) p (x ) = p (x )

Distribuição por am ost ragem da média


Figura (8.1- a)

f (x )
UNIVERSO DOS DESVIOS- PADRÃO
f l s(x )] MÉDIA p (S(x )] = C7 (x )

VARIÀNCIA Gr 2 ( x ^ n
2 ( n - 1)

UNIVERSO ORIGINAL DE VALORES


f (x ) MÉDIAiXVUTJIH
H (X)

VARIÀNCIA a2 (x )

p [ s(x ) = CT(x) M(x )

Distribuição por am ost ragem do desvio- padrão

Figura (8.1- b)

Das d i st r i b u i çõ es por am o st r ag em , ob t ém - se:

CJ^ f x ^
Do u n i ver so d as m éd i as: / i ( x ) = / i ( x ) e cr '(x n) = — — (8.1- 5)
n

Do u n i ver so d o s d esvi os- p ad r ão: n(sn ) = cr(x ) e a 2 [ s „ (x )] = ^ (8.1- 6).

Qu an d o o u n i ver so o r i g i n al t iver d i st r i b u i ção n o r m al , a d i st r i b u i ção por am o st r ag em da m éd i a


t am b ém ser á n o r m al e, co m g r an d es am o st r as, ad m it e- se q u e a d i st r i b u i ção por am o st r ag em d a
var i ân ci a t am b ém t en h a d i st r i b u i ção n o r m al .
Desse m o d o , ret irando d o uni ver so or iginal u m a am ost r a com zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
n ex em p lar es, d a dist r ibuição
por am o st r ag em das m éd i as tem- se

- u ( P % ) ^ < x n < fi x + u ( P % ) S - j Ü (8.1- 7)

Esta ex p r essão, do p ont o d e vist a al g éb r i co, p er m i t e q u e se escr eva

x fí < fi x < x n + u ( P % ) ^ f i xS (8.1-8)


yjn yjn

A ex p r essão (8.1- 7), co m P% d e p r ob ab ilid ad e, f o r n ece o int er valo no en t o r n o d a m éd i a | i v ,


o n d e se en co n t r am as m éd i as Xn das am ost r as ret iradas do u n i ver so. Esta ex p r essão f orm ula um
j u íz o p r ob ab ilíst ico a r espeit o d as m éd i as Xn .

A ex p r essão (8.1- 8) f o r n ece o q u e se ch am a intervalo de confiança da m éd i a | Xvdo uni ver so


or ig inal, d o q u al se co n h ecem ap en as as m éd i as Xn d e am ost r as d e n ex em p l ar es. Não se t rat a
ag or a d e um j u íz o p r ob ab ilíst ico, p ois a m éd i a Xn , em b o r a d esco n h eci d a, é um valor fixo n ão su-
j ei t o a m u d an ças d e p osição. O q u e a con d i ção (8.1- 8) ex p r i m e é um si m p l es gr au d e co n vi cção
sob r e o int er valo, no en t or n o d a m éd i a d e u m a am ost r a, em q u e | i x p o d e est ar.

De m o d o an ál o g o , d a d ist r ib uição por am o st r ag em d os desvios- padrão, tem- se o int er valo em


q u e d evem est ar o s desvios- padrão d as am ost r as, no en t or n o d o desvio- padrão d o univer so.

^ - " ( P % ) U ( * < S| , ( x ) < g x + u ( P %) 7 = ^ = (8.1- 9)


yl 2 (n ~ 1 ) P i » ' 1 )

Nesse caso, p o d e ser ob t id o, ap en as d e m o d o ap r ox im ad o, o int er valo d e conf iança d o des-


vio- padrão

S„ ( x TP
) - ü ( P %) ** < Ox < Sn (x ) + u ( P %) S* (8.1-10)
p ( n - / ) p { n - l )

Da ex p r essão (8.1- 9) p o d e ser escr it a a d esi g u al d ad e seg u i n t e

cr,x
\ sn (x )- a(X)\ < u(P%)
V ^ õ
o u sej a, o er r o r elat ivo d a est i m at i va d o desvio- padrão é d ad o por
q u e, co m 9 5 % d e p r o b ab i l i d ad e, val e

\ sn (x )- a(X) ^ 196
(8. 1-12).
cr xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
^

Desse m o d o , se q u i ser m o s ob t er u m a est i m at i va d o d esvi o- p ad r ão co m u m er r o r elat ivo d e


at é 2 5 %, co m u m a p r o b ab i l i d ad e d e 9 5 %, é p r eci so d isp or d e u m a am o st r a t al q u e sej a respei-
t ad a a co n d i ção

1 196
n > + 1 = 32
0,25

q u e d ef i n e o t am an h o m ín i m o u su al d as ch am ad as grandes amostras.

No caso d e ser sat i sf at ór i a u m a est i m at i va d o d esvi o- p ad r ão q u e, co m 9 5 % d e p r o b ab i l i d ad e,


p ossa co n t er u m er r o r el at i vo d e at é 2 5 %, a am o st r a em p r eg ad a d ever á t er p el o m en o s 32 ex em -
p l ar es. Caso co n t r ár i o , a am o st r a d ever á ser ai n d a m ai or , o q u e, n o caso d o co n t r o l e d a resist ên-
ci a d o co n cr et o , p o d e acar r et ar u m a p er d a d a co n d i ção est aci o n ár i a d o p r o cesso d e p r o d u ção ,
em vi r t u d e d o t em p o n ecessár i o p ar a se d isp or d e am o st r as m u i t o g r an d es.

Not e- se q u e, se f o sse ex i g i d a a m esm a p r eci são na est i m at i va d a m éd i a d o u n i ver so, d a ex-


p r essão (8.1- 7) r esul t ar i a a co n d i ção

- Vx

Vx rn Vx

Ad m it ind o- se q u e a est i m at i va d o co ef i ci en t e d e var i ação f o sse d e 1 0 % a 2 0 %, o nú-

m er o d e ex em p l ar es n ecessár i o s ser i a d e ap en as 2 o u 3.

Par a se ter u m a est i m at i va m ai s p r eci sa d o i n t er val o d e co n f i an ça d o d esvi o- p ad r ão da popu-


l ação d a q u al se c o n h ec em ap en as as am o st r as d e n ex em p l ar es, é p r eci so est u d ar d i r et am en t e
a d i st r i b u i ção por am o st r ag em d a var i ân ci a.

Assi m , ad m i t i n d o- se co m o n o r m al o u n i ver so X( | i v , 0 ^ e m ex am e, cu j o s p ar âm et r o s são desco-


n h eci d o s, co m o f oi d i scu t i d o , as est i m at i vas d a var i ân ci a p or m ei o d e am o st r as d e n ex em p l ar es
são d ad as p or

52 = - Í2Í- yxwvutsrponmlkifedcaZXLA
n—1
n
Ad m i t i n d o q u e se o b t en h a o univer so n or m al r ed uz i d o t / ()J, u = 0 , O l = / Jco m o d ecor r en t e d o
x n
uni ver so or iginal, p el a t r ansf or m ação yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
U = — ,

r esult am as est i m at i vas s2 v = — —


n— i

Obser ve- se q u e, sen d o n o n ú m er o d e ex em p l ar es d a am ost r a, o d en o m i n ad o r n - 1 d est a


ex p r essão t am b ém ex p r i m e o n ú m er o d e gr aus d e l i b er d ad e co m q u e a var i ân ci a est á sen d o
est i m ad a, pois, ao se im por a m éd i a \ X(J = 0, sur ge u m vín cu l o en t r e os n val o r es u , d o s q uais
ap en as c\> = n- 1 d el es p o d em ser i n d ep en d en t es en t r e si, um a vez q u e u m d el es d eve garant ir
o valor arbit rado para a m éd i a.

Desse m od o, a ex p r essão ant er ior p o d e ser escr it a

7
< l> i= 1

o n d e <f> é o n ú m er o d e gr aus d e l i b er d ad e d as am ost r as.


2
Def i n i n d o - se assi m a n o va f u n ção X< > (ch i q u ad r ad o , co m cj> g r au s d e l i b er d ad e) p el a
ex p r essão

n
x l = X X (8.1- 14)
i= 1

pode- se obt er a sua f u n ção d e d en si d ad e d e p r ob ab ilid ad e, a part ir d o co n h eci m en t c da f u n ção


d e d en si d ad e d e p r ob ab i l i d ad e da var i ável n or m al r ed uz id a, d ad a por,

/ -2 V zxvutrpnmljfedcbaXVRP
f(u) = -j=e
yJ27T

A t ít ulo d e ilust ração, apresent am - se na t abela seg u i n t e" al g u n s valor es d e x \ > figura (8.1 - c).
Valores de X2 (qui quadrado)
P = 2 ,5 % P = 5% P = 95% P = 9 7 ,5 %
0
- XA 2 0,023 - AX2o,o -, - AX20,95 A 0,975

1 0,000 0,004 3,84 5,02


2 0,051 0,103 5,99 7,38
3 0,216 0,352 7,81 9,35
4 0,484 0,711 9,49 11,1
5 0,831 115 11,1 12,8

6 124 1,64 12,6 14,4


7 1,69 2,17 14,1 16,0
8 2,18 2,73 15,5 17,5
9 2,70 3,33 16,9 19,0

10 3,25 3,94 18,3 20,5

f(x 2)

Figura (8.1 - c)
2
Um a vez co n h eci d a a d i st r i b u i ção d o s val o r es d e X< > , p od e- se o b t er a est i m at i va d a var i ân ci a
X — X
d a var i ável X- Sen d o u• = — < p el a ex p r essão
n n
- *y E^ a ) "
S2 = - isL í= I
DX
n- 1 n—l < $> Ti (f>

t em - se

2 ax 2 (8.1- 15)
5 = — Y
* / A.Q
<p

logo

2
< 71 = ( 8. 1- 16)
2 x

Desse m o d o , o i n t er val o d e co n f i an ça d a var i ân ci a p o d e ser escr i t o

2 s M (8.1- 17)
X ÍUft Xinf

co m x \ í:p e X2 inl - co r r esp o n d en t es às r esp ect i vas p r o b ab i l i d ad es d e o co r r ên ci a, d o n d e

i= t
< cr x < "'= ' (8. 1-18)
i x 'Li
8.2 Funções de est im ação
Co n si d er an d o os p r ocessos d e p r od ução d e m at er iais est r ut ur ai s cu j a q u al i d ad e é cont r olad a
est at i st i cam en t e por u m a var i ável X , sem p r e ex ist irão i n cer t ez as q uant o ao s val or es dos parâ-
m et r os l l eo.
~X X

Obser ve- se q u e essas i n cer t ez as ex ist irão m esm o q u e sej am en sai ad as g r an d es am ost ras.
Com o f oi vist o an t er i o r m en t e, em p r eg an d o am ost r as co m 32 ex em p lar es, co m 9 5 % d e conf iança
p o d e ex ist ir um erro r elat ivo d o desvio- padrão zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sx — CTX / Ox d e at é 2 5 %.
O m ét o d o p r ob ab ilíst ico d e ver i f i cação d a seg u r an ça d as est r ut ur as é b asead o nas resistên-
cias car act er íst icas d os m at er iais, q u e são d et er m i n ad as p elo q uant il d e 5 % d as r espect ivas distri-
b u i çõ es d e p r ob ab i l i d ad e d e ocor r ên ci a, adm it indo- se q u e essas p o p u l açõ es sej am h o m o g ên eas
e n o r m al m en t e dist r ibuídas.
No caso d o con cr et o, o const r ut or ad m i t e q u e irá produzir u m a p op u l ação d e concret o co m
m éd i a Ji v e desvio- padrão fix ando co m o ob j et i vo d e p r od ução a o b t en ção d e u m a r esist ência
d e d o sag em d e valor

Mxd = Xk,esp + l> 645.(Tx d ( 8 . M )

Sen d o x a r esist ência d e um m at erial, no proj et o est r ut ur al é esp eci f i cad o cer t o valor x k ^ ,
co m a h i p ó t ese d e q u e o s val o r es ef et i vo s d as d i f er en t es p ar t id as em p r eg ad as sej am

Xk .ef> Xk,esp < 8 - 2 "2 »

Ao se produzir o concr et o, na ver d ad e result ará u m a p op u l ação d e m éd i a j l ^ J! v / e desvio-


p ad r ão cr cr tl . Desse m od o, para q u e se possa est ab el ecer um cr it ér io d e acei t ação do con-
cret o p r od uz id o, é preciso q u e, a part ir d o s r esult ad os x r x , ....x n ob t i d os co m o s en sai o s d e con-
t r ole, sej a d ef inid a u m a f u n ção Z{x vx , ....x n )q u e possa servir d e est i m ad or do valor car act er íst ico
ef et i vo x.

Def inindo- se um a f unção d e est i m ação Z , em cad a caso part icular é cal cu l ad o o valor

z = Z(x 1,x 2 ....x n)

p o d en d o ser ad o t ad a, co m o cr it ér io d e acei t ação d o concr et o, a con d i ção

z > x k,esP (8.2- 3)

Este critério d e aceit ação é crit icável, com o se discut e adiant e. A ex periência m ost ra q u e est e cri-
tério precisa ser aj ust ado à realidade social da const rução d e estruturas, conf or m e se indica em 8.7.

Obser ve- se q u e a con d i ção (8.2- 3) n ão é eq u i val en t e à (8.2- 2), p ois z é u m a si m p l es est im a-
t iva d e x k,cl
. .
Tend o em vist a o est u d o d as p ossíveis co n seq ü ên ci as da sub st it uição da con d i ção d e aceit a-
ção zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
x kii . > p ela con d i ção co n ven ci o n al z > torna- se n ecessár i o def inir um a m ed i d a
d a ef i ci ên ci a d a f unção d e est i m ação esco l h i d a. Essa ef i ci ên ci a é est i m ad a p ela p r ob ab ilid ad e
P d e acei t ação em f u n ção da f r ação d ef i ci en t e p d o pr odut o r ealiz ad o, q u e é a p or cen t ag em d o
pr odut o q u e n ão at en d e à co n d i ção x > x k eíp .

Adm it indo- se q u e o con cr et o p r od uz id o t en h a u m a d ist r ib uição nor m al d e m ed i a j i e desvio-


p ad r ão G^ a f r ação d ef i ci en t e p é m ed i d a p ela p r ob ab i l i d ad e d ad a p el a ex p r essão

Int roduzindo- se a var i ável r ed uz id a

a d ist ância en t r e a m éd i a [i t e u m valor x q u al q u er é d ad o por. Figura (8.2- a),

Hc - X = U • < JC

e a d i st ânci a en t r e a m éd i a \ l c e o valor da r esi st ênci a car act er íst ica esp eci f i cad a é dada por

Mc Xk,esp ~ Up,k ' Gc

o u sej a

Mc Xk,esp
*k.csp *l.cf

u CTc

Figura (8.2- a)

Desse m o d o , i g n o r an d o o t r u n cam en t o em z er o d a d i st r i b u i ção d e val o r es x, por ser despre-


z ível , a f r ação d ef i ci en t e é d ad a por

U?M _
xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
P(u<upkfL)=^ L f
u

p= pfk e-* du (8.2- 5)

A f r ação d ef i ci en t e 6 ap r esen t ad a na t ab el a seg u i n t e e m f u n ção d a r el ação

x k,ef _ fi c- 1,645 > (TC _ 1- 1,645- 6 C


(8 . 2 - 6 )

Xk,esp Vc - Upk 1- Upk • ôc

o n d e 5 = 0 ( / Ji é o co ef i ci en t e d e var i ação d o co n cr et o p r o d u z i d o .
Fração deficient e Xk.ef / Xk.csp

l Up J P% 5, = 1 0 % 5 (= 1 5 % Ô( = 2 0 %
0 ,0 50,0 0,8355 0 ,7 5 3 2 0,6710
0,5 30,85 0,8795 0,8143 0,7456
0,6 27,43 0 ,8 8 8 8 0,8277 0,7625
0,7 24,20 0 ,8 9 8 4 0,8416 0,7802
0,8 21,19 0 ,9 0 8 2 0 ,8 5 5 9 0,7988
0,9 18,41 0,9181 0,8708 0,8183
1,0 15,87 0,9283 0,8861 0,8388
1,1 13,57 0 ,9 3 8 8 0 ,9 0 2 0 0,8603
1/ 2 11,51 0 ,9 4 9 4 0,9185 0,8829
1/ 3 9,68 0,9603 0,9357 0,9068
1/ 4 8,07 0,9715 0 ,9 5 3 4 0,9319
1/ 5 6,68 0 ,9 8 2 9 0,9719 0,9583
1/ 6 5,48 0 ,9 9 4 6 0,9911 0,9868
1,645 5,00 1,0000 1,0000 1,0000
1/ 7 4,45 1,0066 1,0110 1,0167
1/ 8 3,59 1,0189 1,0318 1,0484
1/ 9 2,87 1,0315 1,0534 1,0823
2/ 0 2,27 1,0444 1,0760 1,1183
2,1 1,78 1,0576 1,0996 1,1569
2,2 1/ 39 1,0712 1,1242 1,1982
2,3 1,07 1,0851 1,1499 1,2426
2,4 0 ,8 2 1,0993 1,1769 1,2904
2,5 0 ,6 2 1,1140 1,2051 1,3420

Tabela (8.2- a)

Par a cad a f u n çào d e acei t ação zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


Z(x t ,x 2 ....x j, a sua d i st r i b u i ção por am o st r ag em , d ad a p el a
f u n ção d e d en si d ad e d e p r o b ab i l i d ad e f j " , é car act er i z ad a p el a m éd i a \ X/ e pelo desvio-
p ad r ão (5 / .

Em p r egand o o crit ério d e acei t ação z ^ x keHt , a Figura (8.2- b) m ost ra a probabilidade d e acei-
t ação P = P (z ^ x kesf ), q u an d o x kef < x kesp e q uand o x krí> x k(^ f), d e um a f u n ção d e est i m ação
cent r ada.
f f x (x )

f z {2)

d ist r ib uição d o
( x k .cf < Xk.esp> d ist r ib uição das
est i m ad or f .
resist ências f x (x )

Mz = x k.ef x k.esp

( Xk .ef < Xk .esp)

x k.esp Mz = x k.ef

Probabilidade d e aceitação

Figura (8.2- b)

NazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (8.2- c) m ost ra- se a co n d i ção d o s est i m ad o r es cen t r ad o s, ist o é, d as f u n çõ es d e esti-
m ação cu j as m éd i as co i n ci d em co m o val o r ef et i vo x ^ d a r esist ência caract eríst ica d o produt o.

A ef i ci ên ci a d a f u n ção d e est i m ação é car act er i z ad a p or sua cu r va car act er íst i ca d e o p er ação ,
q u e d á a p r o b ab i l i d ad e d e acei t ação em f u n ção d a f r ação d ef i ci en t e d o p r o d u t o ; Figura (8.2- d).

Ten d o e m vi st a o s d i f er en t es cr i t ér i os d e est i m ação d a r esi st ên ci a d o co n cr et o , conclui- se q u e


em g er al o cr i t ér i o d e acei t ação é d ef i n i d o p el a co n d i ção

z > ZYXLJHC
CY-X
k,esp

cm que a 1,0 é u m co ef i ci en t e p r át i co q u e co n t em p l a a f u n ção d e est i m ação em p r eg ad a e


as p o ssívei s co n seq ü ên ci as d a acei t ação d e u m m at er i al um p o u co m en o s r esi st en t e q u e o es-
p eci f i cad o .
dist ribuição do
est im ad or cent r ad o
Cp ( f v f 2 ' •••> dist ribuição
da população

Cpm = f ck ,ef

1,65 a c
« •

Est im adores cent rados

Figura (8.2- c)
8.3 Funções clássicas d e estimação» Desvio-padrão conhecido
As f u n çõ es cl ássi cas d e est i m ação , q u e são em p r eg ad as p el o s m ét o d o s u su ai s d e con t r ol e d e
q u al i d ad e, são d ef i n i d as por ex p r essõ es d o t ipo 2 6

zzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
— X —À S (8.3- 1), o n d e:

Z = val or d a f u n ção d e est i m ação ;

x n = m éd i a d o s val o r es m ed i d o s em n corpos- de- prova d a am o st r a;

sn = d esvio- p ad r ão da am o st r a d e n corpos- de- prova;

X = f at or d e est i m ação .
A i d éi a cen t r al d a d ef i n i ção d as f u n çõ es cl ássi cas d e est i m ação é a d e usar a m éd i a x n d a
am ost r a em lugar d a m éd i a | i , e o d esvio- p ad r ão sn da am o st r a em lugar d o desvio- padrão d a
p o p u l ação , d i scu t i n d o o val or d o f at or d e est i m ação X a ser em p r eg ad o .

O cr it ér io usual d e acei t ação é d ef i n i d o por

Z = X n ~ \ S n > X k i e s p (8.3- 2).

O em p r eg o d e est i m ad o r es d o t ipo z = x n - Xs n so m en t e p o d e ser f ei t o co m am o st r as r et ir adas


d e p o p u l açõ es h o m o g ên eas. Se a am ost r a co n t i ver el em en t o s d e m ai s d e u m u n i ver so , a varia-
b íl i d ad e ap ar en t e assi m ex i st en t e f al sear á as co n cl u sõ es a ser em t ir adas.

A p r o b ab i l i d ad e d e acei t ação d e u m lot e co m u m a f r ação d ef i ci en t e p é d ad a por

P, ( p ) = P ( x k . e s P < K - K ) (8.3- 3),

r aci oci nand o- se co m o se o est i m ad o r z = x - Xs n t i vesse, d e f at o, o m esm o val or q u e a resistên-


n n '
ci a car act er íst i ca x kci> a q u al r eal m en t e sem p r e p er m an ecer á d esco n h eci d a.

Consid er e- se i n i ci al m en t e a h i p ó t ese d e q u e o d esvio- p ad r ão a sej a co n h eci d o . Nest e caso,


o ú n i co p ar âm et r o d esco n h eci d o d a p o p u l ação ser á o valor d a m éd i a | ! c . Est e caso é considera-
d o co m o p r el i m i n ar d o caso r eal, em q u e o d esvio- p ad r ão n ão é co n si d er ad o co m o co n h eci d o ,
est u d ad o no i t em 8.4.

A f u n ção d e est i m ação é, n est e caso , d ef i n i d a por

Z = Xn — Xac (8.3- 4).


Sen d o a con st an t e, para cad a valor \ d o fat or d e est i m ação , obt êm - se os par âm et r os

^ = E(Z) = E(xn )-\ ac

al= Var(Z)= Var{xn )

De acor d o co m as p r op r i ed ad es d as d i st r i b u i ções por am o st r ag em , têm - se

2
Var{xn ) = a {xn ) = ^-

r esult and o

= fic - \ a c (8.3- 5)

Pel o fat o d e a d ist r ib uição d as m éd i as ser nor m al, a var i ável Z, n est e caso, t am b ém t em dis-
t r ib uição n or m al ; zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (8.3- a).
A var i ável r ed uz id a u / t , d ef inid a p el a ex p r essão

M, - z
Uz = — (8.3- 7)

t em d ist r ib uição nor m al, sen d o en t ão

( l i c - \ a c ) - ( x n - \ a c )
Uz =
a c

o u sej a.

(8.3- 8)

Para um a d ad a f r ação d ef i ci en t e p %, tem- se

Xk,esp = f i C~ U p f k ( 7 C (8 .3 - 9 )

A p r o b ab i l i d ad e d e acei t ação PJp%) = P (z > x k é d et er m i n ad a en t ão p el a var i ável


r ed u z i d a

Uz k = ^ - ~ Xk - e S " (8.3- 10»

co r r esp o n d en t e, p or t ant o,

x k,csP = f z ~ U,Maz

Desse m od o, d a co n d i ção d e acei t ação (8.3- 2), tem- se o val or lim it e d e acei t ação

Xk,esp = Mc - u ».k ac = Ib. ~

donde

= tb - l'c + u p k a c

o u sej a,

- Acr c + U k a c

u t,k =
Log o, i n t r o d u z i n d o (8.3- 6),

Os val o r es d eco r r en t es d a ex p r essão (8.3- 11) est ão m o st r ad o s na t ab el a d azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZX


Figura (8.3- b),
r el aci o n an d o a p r o b ab i l i d ad e d e acei t ação , m ed i d a por u / k , co m a ef et i va f r ação d ef i ci en t e p%
d o co n cr et o p r o d u z i d o , d et er m i n ad a p or u > r em f u n ção d o t am an h o n d a am o st r a e do f at or d e
acei t ação Â. ad o t ad o .

Fu n ção d e est i m ação cen t r ad a \ = 7,65

Desvi o- p ad r ão co n h eci d o n = 20

p% 1/=* - (u p k — X ) >/2Õ r%

1 2,33 3,0411 99,88


2 2,06 1,8386 96,65
3 1,89 1,0733 85,91
4 1,76 0,4019 66,28
5 1,65 0 50,00
6 1,56 - 0 ,4 0 2 5 33,60
7 1,48 - 0 ,7 6 0 3 22,36
8 1,41 - 1 ,0 7 3 3 14,16
9 1,34 - 1 ,3 8 6 4 8,30
10 1,29 - 1,6100 5,37

Figura (8.3- b)

8.4 Funções clássicas de est imação. Desvio-padrão desconhecido


Na vi d a r eal, o d esvi o- p ad r ão O, d a d i st r i b u i ção d e val o r es d as r esi st ên ci as d o s el em en t o s
d e co n cr et o j am ai s é ef et i vam en t e co n h eci d o , d i sp ond o- se ap en as d a est i m at i va Sn d o desvio-
p ad r ão d a am o st r a.

Nest e caso , o est i m ad o r Z r et o m a su a d ef i n i ção o r i g i n al , d ad a em (8.3- 1), sen d o

Z = yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
xn ~ Xsn (8.4- 1)

Nest e caso , t êm - se

f i / = E( Z )= E(x n )- \ E(sn )

Oy = Var ( Z ) = Var (x n )+ A V a r (sn )


sen d o

£ ( * „ ) = / ' O )= / ' < :


E{sn)= ii(s„) = cr c

Var(x„ ) = * l=&

Dessas ex p r essões r esult am

/ iz = fl c - A < Tc

7 (Tf- . 7 < 7^ < 7.T- A'


cr^ ^ — + A" — = — 74 (8.4- 3)
n 2n n

Obser ve- se q u e no caso p r esen t e o est i m ad or Z n ão t em d ist r ib uição nor m al. Em bora para
n > 4 a var i ável Xn sem p r e possa ser ad m i t i d a co m o nor m al, o m esm o n ão aco n t ece co m a
var i ável sn .

De acor d o co m a ex p r essão (8.1- 16), a var i ân ci a da am ost r a t em um a d ist r ib uição d e X" para
(| > = n - 7 g r aus d e l i b er d ad e, d ad a por

C2 — / T 2 X'
-
ac

< f>

A fim d e evit ar a co m p l ex i d ad e en vol vi d a na d et er m i n ação d a ex at a f u n ção d e dist ribuição d a


var i ável Z, adm it e- se um a sol u ção apr ox im ada, sub st it uind o a d ist r ib uição ver d ad ei r a por u m a
d ist r ib uição nor m al ap r ox im ad a. Essa sol ução é vál i d a d esd e q u e a am ost r a sej a com p ost a por
p elo m en o s 10 corpos- de- provaJ7 .

Nessas co n d i çõ es, r eint r od uz ind o a var i ável nor m al r ed uz id a


obt ém - se

(^ c - À< T c )- (x n - À S„ )
uz =

(8.4- 4)

Para z = x k< v co m o m ost r ad o na Figura (8.3- a), tem- se

L LZ ~ X
k ,e s p
"z,k =

r esult and o

_( ^ c - Xa c ) - ( f i c - u p k a c )

o u sej a,

u z,k = ( u P , k - X ) - f = = r (8.4- 5)

Os val o r es d eco r r en t es d a ex p r essão (8.4- 5) est ão m ost r ad os na t ab el a da Figura (8.4- a), re-
l aci o n an d o a p r ob ab i l i d ad e d e acei t ação , m ed i d a por u / k , com a ef et i va f r ação d ef icient e / ; % d o
con cr et o p r od uz id o, d et er m i n ad a por u fik , em f u n ção d o t am an h o n d a am ost r a e do fator d e
acei t ação Á. ad o t ad o .

Co m p ar an d o as t ab el as d as Figuras (8.3- b) e (8.4- a), verifica- se q u e para am ost r as com f r ação


d ef i ci en t e m en o r q u e 5 %, a p r ob ab i l i d ad e d e acei t ação co m d esco n h eci m en t o d o desvio- padrão
d o uni ver so é m en o r q u e a co r r esp o n d en t e ao co n h eci m en t o d esse p ar âm et r o. No caso d e fra-
çõ es d ef i ci en t es m ai o r es q u e 5 %, i n ver t em se essas p osi ções.
Fu n ção d e est i m ação cen t r ad a X = zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1,65

Desvi o- p ad r ão d esco n h eci d o n = 20

Za = Ka X, m i n

/;%
P a ( P %)

\ 2
1 2,33 1,9791 97,60
2 2,06 1,1965 88,45
3 1,89 0,7797 78,23
4 1,76 0,2645 60,40
5 1,65 0 50,00
6 1,56 - 0,2619 39,60
7 1,48 - 0 ,4 9 4 8 31,05
8 1/ 41 - 0 ,6 9 8 5 24,30
9 1,34 - 0 ,9 0 2 3 18,37
10 1,29 - 1,0478 14,80

Tabela (8.4- a)

8.5 Funções d e est im ação diret a da resist ência caract eríst ica
A r esi st ên ci a car act er íst i ca i n f er i or d o co n cr et o é d ef i n i d a por yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA

í= f — 1,645 a
ck cm ' c

Qu an d o se t em u m l ot e h o m o g ên eo d e co n cr et o , u m a am o st r a d e p o u co s ex em p l ar es j á é su-
f i ci en t e p ar a a est i m at i va sat i sf at ór i a d a m éd i a; p o r ém , u m a h i p ó t ese d a m esm a n at u r ez a j am ai s
p o d er á ser f o r m u l ad a p ar a a est i m at i va d o d esvi o- p ad r ão d a p o p u l ação . O t am an h o d a am ost r a,
p ar a q u e o seu d esvi o- p ad r ão p u d esse ser co n f u n d i d o co m o d esvi o- p ad r ão d a p o p u l ação , e m
t er m o s p r át i cos, j am ai s p o d er á ser o b t i d o , p o i s an t es q u e esse n ú m er o d e r esu l t ad o s sej a al-
can çad o , o p r o cesso p o d er á t er m u d ad o sua cen t r ar em , co m o f oi m o st r ad o na f igura (7.7- a). As
f u n çõ es cl ássi cas d e est i m ação est u d ad as n o s i t en s an t er i o r es t êm seu s r esu l t ad o s d ep en d en t es
d o t am an h o d a am o st r a e d o f at or X d e acei t ação esco l h i d o .

Por essa r az ão, p ar a evi t ar a d i f i cu l d ad e d e se lidar co m o d esvi o- p ad r ão d esco n h eci d o d a


p o p u l ação em p r o cesso d e co n t r o l e, buscou- se d et er m i n ar a r esi st ên ci a car act er íst i ca do l ot e d e
co n cr et o d i r et am en t e a part ir d o s r esu l t ad o s o b t i d o s, n ão se p r o cu r an d o est i m ar i so l ad an en t e a
m éd i a e o d esvi o- p ad r ão d essa d i st r i b u i ção .

Co m essa f i n al i d ad e, a part ir d o s val o r es f, ^ f,^ ... ^ f n o b t i d o s d e u m a am o st r a d e n


ex em p l ar es, p o d em ser d ef i n i d as cer t as f u n çõ es d e est i m ação c j ) ( f t , f „ . . . , f j q u e f o r n ecem esti-
m at i vas sat i sf at ór i as d e f ek . De m o d o g er al , são b ast an t e ef i ci en t es o s est i m ad o r es cen t r ad o s a
seg u i r c o n si d er ad o s 2 8 " } 0 .
1) Est imador Za
Co n h eci d o s o szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n r esu l t ad o s X,, Xy ...,Xn d ef ine- se o est i m ad o r Z p el a ex p r essão

cu j o val o r d e K é d ad o p el a t ab el a seg u i n t e.

Valores de Ka
Un i f o r m i d ad e Ex cel en t e Bo a Reg u l ar Má
d o co n cr et o
Co ef i ci en t e d e 0,10 0,15 0,20 0,25
var i ação 5 (

Nú m er o 1 0,836 0,753 0,671 0,589


de 2 0,884 0,820 0,753 0,682
corpos- 3 0,910 0,859 0,803 0,741
de- prova 4 0,928 0,886 0,838 0,784
5 0,942 0,907 0,867 0,820
6 0,953 0, 924 0,890 0,850

7 0,962 0,938 0,910 0,877


8 0,970 0,951 0,928 0,900
10 0,983 0,972 0,958 0,942
12 0,993 0,989 0,984 0,976
14 1,002 1,004 1,005 1,008
16 1,009 1,016 1,024 1,035
18 1,016 1,027 1,041 1,059

Tabela (8.5- a)

O est i m ad o r Z f oi o b t i d o co m a p r o p r i ed ad e d e q u e a sua d i st r i b u i ção t en h a a m ed i an a coin-


ci d en t e co m a r esi st ên ci a car act er íst i ca ef et i va. Os p ar âm et r o s d a d i st r i b u i ção d e Z são d ad o s
na Tabela (8.5- b) e m f u n ção d o s p ar âm et r o s |\ i c e a d o co n cr et o p r od u z i d o* '.

Par a a ap l i cação d est e est i m ad o r é n ecessár i a u m a est i m at i va ad eq u ad a d o co ef i ci en t e d e


var i ação d o co n cr et o p r o d u z i d o . No s caso s co r r en t es d e co n cr et o p r o d u z i d o n a própria ob r a,
r eco m en d a- se a ad o ção d e 5 = yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
0,20, e n o s caso s d e co n cr et o f o r n eci d o por u si n a cen t r al , reco-
m en d am - se o s val o r es ò = 0,10 e ô = 0,15.

Sen d o est e est i m ad o r f u n ção ex cl u si va d o m en o r r esu l t ad o d e en sai o , d ev em ser evi t ad o s


corpos- de- prova d ef ei t u o so s. Qu an d o se em p r eg am p ar es d e corpos- de- prova m o l d ad o s sim ul-
t an eam en t e e u m d o s val o r es é sen si vel m en t e m en o r q u e o ou t r o, con si d er a- se ap en as o d e
m ai o r val or .
O est i m ad or Z«í é ap l i cad o q u an d o o cont r ol e t em o carát er assi st em át i co, procurando- se obt er
u m a aval i ação g l ob al d o concr et o d e t oda a est r ut ur a. Esse t ipo d e cont r ol e n ão é r eco m en d ad o
q u an d o se trata d o p r oj et o d e ob r as d e g r an d e i m p or t ân ci a. Todavia, q u an d o se t rat a de avaliar
a r esist ência do con cr et o d e est r ut ur as j á ex ist ent es, por m ei o da ex t ração d e t est em u n h o s d o
con cr et o en d u r eci d o , f r eq ü en t em en t e est e est i m ad or é ap l i cad o, pois g er al m en t e o núm er o d e
t est em u n h o s q u e p o d em ser ex t r aídos d e u m a est rut ura é m uit o baix o, d even d o analisar- se a
est r ut ur a co m o p er t en cen t e a um lot e n ão h o m o g ên eo . Nesses casos, é preciso dispor de out r as
i n f o r m açõ es para sel eci on ar o s t est em u n h o s q u e p o d em ser co n si d er ad o s co m o ef et i vam en t e
r ep r esen t at i vos d o concr et o em ex am e. Em part icular, em est r ut ur as con st r u íd as co m m at er iais
e p r o ced i m en t o s prof issionais usuais, não h aven d o m ot ivos para q u e haj a p ar t es d a est rut ura
co m r esi st ên ci as ex cep ci o n al m en t e baix as, os t est em u n h o s q u e ap r esen t am r esist ências m uit o
baix as d evem ser r ad i cal m en t e d escar t ad os.

2) Est imador Zb
Co n h eci d o szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2n r esult ad o X]t Xy Xn t , X^ Xm), XM o est i m ad or Zb é d ef inid o p el a ex-
pr essão

X + X2+ + X
Zb = 2( ' "') - Xn
n —l

onde

X j < X 2 < < Xn _, < Xn < < X 2n

No caso d e ex istir u m n ú m er o ím par d e r esult ad os, despreza- se o valor m ai s alt o.

No caso d e se dispor d e 6 r esult ados, tem - se

Z„ = 2

O est im ad or Zb é p r at i cam en t e cen t r ad o na r esi st ênci a car act er íst ica ef et i va do concret o pro-
duzido 3 2 . Pel o f at o d e o est i m ad or Zb em p r eg ar ap en as a m et ad e m en o s r esist ent e d a am ost ra
d i sp on ível , el e fica i m u n e a u m a p ossível m u d an ça d e cen t r ag em d o p r ocesso d e p r od ução,
co m o a i n d i cad a na Figura (7.7- a). O em p r eg o d o est i m ad or Zh é r eco m en d ável q u an d o a popu-
lação f oi h o m o g ên ea, p r od uz id a em u m p r ocesso p r at i cam en t e esl aü o n ár i o . A Tdücld (8.5- ü)
ap r esen t a val or es da p r ob ab i l i d ad e d e acei t ação p el o em p r eg o d o est im ad or Zb .
Probabilidade de aceitação Pd < f tMf / f (k , esp eci h cd j - Estimador Zb

Tam an h o ^ ck.ef ^ck. especificada'


da 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20
am o st r a (n )
0,10 0,00 0,11 0,51 0,81 0,93
6 0,15 0,04 0,24 0,51 0,71 0,83
0,20 0,13 0,32 0,51 0,64 0,75
0,25 0,22 0,38 0,51 0,60 0,63
0,10 0,00 0,03 0,51 0,91 0,99
12 0,15 0,01 0,15 0,51 0,80 0,93
0,20 0,06 0,24 0,51 0,72 0,85
0,25 0,13 0,32 0,51 0,66 0,77
0,10 0,00 0,01 0,53 0,96 1,00
18 0,15 0,00 0,10 0,53 0,86 0,97
0,20 0,02 0,20 0,53 0,78 0,91
0,25 0,08 0,28 0,53 0,71 0,83

Tabela (8.5- b)

8.6 Cont role por am ost ragem


D c cad a u m d o s l o t es d e co n cr et o p r o d u z i d o e m co n d i çõ es h o m o g ên eas, d ev em ser t i r ad os
corpos- de- prova q u e f o r m ar ão a am o st r a d e co n t r o l e. A am o st r a r ep r esen t at i va d e cad a l o t e d eve
co n t er n ex em p l ar es, sen d o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
n = 6, n = 12 ou n = 18, co n f o r m e o ín d i ce d e am o st r ag em sej a con-
si d er ad o r ed u z i d o , n o r m al o u r i g or oso, r esp ect i vam en t e.

Os corpos- de- prova em p r i n cíp i o d ev em ser m o l d ad o s ao s p ar es, d el es r esu l t an d o u m ú n i co


ex em p l ar , co r r esp o n d en t e ao m ai or d os d oi s val o r es o b t i d o s. Essa r eg r a d eco r r e d a ó b vi a f o r t e
au t o co r r el ação q u e ex i st e en t r e as r esi st ên ci as d e d o i s corpos- de- prova g êm eo s, m o l d ad o s n o
m esm o at o. Em p r i n cíp i o o s d o i s corpos- de- prova d ever i am dar o m esm o r esu l t ad o , se a m anipu-
l ação d o s m esm o s d u r an t e a m o l d ag em , d u r an t e a cu r a e d u r an t e o s en sai o s n ão t i vessem u m a
var i ab i l i d ad e p r óp r ia, q u e n ão d ever i a inf luir n o r esu l t ad o a ser o b t i d o .

O em p r eg o d e p ar es d e corpos- de- prova t em ex at am en t e esse o b j et i vo : at en u ar a variabilida-


d e d e en sai o .

Essa r eg r a é l ó g i ca, q u an d o se l em b r a q u e o val o r esp eci f i cad o p ar a f a r ep r esen t a o m el h o r


r esu l t ad o q u e se p o d e o b t er co m o t r aço ad o t ad o p ar a o co n cr et o , q u an d o el e for m an i p u l ad o e
en sai ad o e m co n d i çõ es p ad r o n i z ad as e ó t i m as. Dos d o i s corpos- de- prova d e u m par, o d e m ai or
r esi st ên ci a r ep r esen t a m el h o r o val o r p o t en ci al d a m i st u r a. O r esu l t ad o d e m en o r valor r ef l et e
ap en as a i n f l u ên ci a d a var i ab i l i d ad e d o p r o cesso d e p r ep ar o e en sai o d o s corpos- de- prova, de-
ven d o p or isso ser d escar t ad o .

O em p r eg o d e ex em p l ar es co n st i t u íd o s p or u m ú n i co corpo- de- prova n ão é co n si d er ad o p el a


NBR 12655, n ão sen d o , p o r t an t o , r eco m en d ad o q u an d o a r esi st ên ci a d o co n cr et o p u d er ser ob-
j et o d e d i sp u t as l eg ai s. Tod avi a, q u an d o o p r o cesso d e co n t r o l e é ex er ci d o j u d i ci o sam en t e, co m
o m esm o n ú m er o d e corpos- de- prova p o d er á ser o b t i d o o d ob r o d a i n f o r m ação d eco r r en t e d e
ex em p l ar es co n st i t u íd o s por p ar es d e corpos- de- prova.

No co n t r o l e por am o st r ag em é i n d i sp en sável l ocal i z ar cad a lot e p r o d u z i d o d en t r o d a est rut u-


ra, co m o i l u st r ad o p el azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (8.6- a), a fim d e q u e m ed i d as ad eq u ad as p o ssam ser t o m ad as no
caso d e ser em o b t i d o s r esu l t ad o s i n f er i o r es ao s esp eci f i cad o s. O t am an h o m áx i m o d e cad a u m
d esses l ot es i n d i cad o s na f igur a são o s esp eci f i cad o s p el a n o r m a b r asi l ei r a NBR 12655.

t 1 1 r
I LOTE 3 I LOTE 4 I LOTE... I

TAMANHO MÁXIMO DOS LOTES AMOSTRAGEM NÚMERO DE EXEMPLARES

50 A 100 M' REDUZIDA 6


100 M J NORMAL 12
1 andar RIGOROSA 18

Figura (8.6- a)

De m o d o g er al , n o i n íci o d a p r o d u ção d e cad a t i p o d e co n cr et o , é r eco m en d ável a ad o ção


d o ín d i ce n o r m al d e am o st r ag em . Qu an d o as co n d i çõ es p ecu l i ar es d a ob r a o u d e su a ex ecu ção
aco n sel h ar em , p o d er á ser ad o t ad o o ín d i ce r i g o r o so .

Em p r i ncíp i o, o ín d i ce d e am o st r ag em d eve ser m an t i d o o u al t er ad o no p r o sseg u i m en t o d a pro-


d u ção , d e aco r d o co m as seg u i n t es i n d i caçõ es, d esd e q u e n ão h ai a al t er açõ es d o t r aço ad o t ad o .

índice d e am o st r ag em em p r esad o n o lot e em ex am e


Valor est i m ad o
Red uz i d o No r m al Rigor oso
Figura (8.4- a) (n - 6 ) (n - 12) (n - 18)
def < K
ín d i ce a ad ot ar n o lot e seg u i n t e
Man t er o Passar para Passar p aa
* M/ a r ed uz id o o r ed uz i d o o nor m al
Passar para Man t er o Passar para
U/ a > / , „ „
o n or m al nor m al o nor m al
Passar para Passar para Man t er o
fik+ M < fck
o n or m al o r igor oso rigoroso
Se o t r aço f or al t er ad o , t u d o se p assa co m o se f o sse o i n íci o d o co n t r o l e d e u m n ovo t i p o d e
co n cr et o .

De aco r d o co m a NBR 1 2 6 5 5 ", con si d er am - se d oi s t i p o s d e co n t r o l e d e r esi st ên ci a: o co n t r o l e


est at íst i co d o co n cr et o p or am o st r ag em p ar cial e o co n t r o l e d o co n cr et o por am o st r ag em t ot al.

Par a cad a u m d est es t i p o s é p r evi st a u m a f o r m a d e cál cu l o d o val o r est i m ad o d a r esi st ên ci a


car act er íst i ca fcAresr
. . d o s l ot es d e co n cr et o .

No co n t r o l e est at íst i co por am o st r ag em parcial nào se esp er a q u e sej am r et ir ad as am ost r as d o


co n cr et o em t od as as b et o n ad as, t en d o e m vist a o t am an h o d o s lot es e o t am an h o das am ost r as.

O t am an h o d o s l o t es a ser em j u l g ad o s g l o b al m en t e é est ab el eci d o d a seg u i n t e m an ei r a:

A amostragem do concreto para ensaios de resistência à compressão deve ser feita


dividindo- se a estrutura em lotes que atendam a todos os limites da tabela 7 da NBR
12655. De cada lote deve ser retirada uma amostra, com um número de ex emplares
de acordo com a Classe do concreto (NBR 12655; item 6.2.3).

Par a as cl asses at é C50, est a n o r m a p er m i t e o em p r eg o d e ap en as 6 ex em p l ar es.

NBR 12655- Tabela 7


So l i ci t ação p r i n ci p al d o s el em en t o s d a est r u t u r a
Li m i t es su p er i o r es Co m p r essão o u co m p r essão
Fl ex ão si m p l es
e f l ex ão
Vo l u m e d e Co n cr et o 50 m* 100 m J
N ú m er o d e an d ar es 1 1
Tem p o d e co n cr et ag em 3 d i as d e co n cr et ag em '
1 Este período deve estar compreendido no prazo total máximo de 7dias. que inclui eventuais interrupções
p ar a t r at am en t o d e Ju n t as.

A d et er m i n ação d a r esi st ên ci a car act er íst i ca f (k d o co n cr et o é esp eci f i cad o p el a NBR 12655
co m o p r o ced i m en t o g er al , ad m i t i n d o- se o s p r o ced i m en t o s ad i an t e an al i sad o s.

Controle por amostragem parcial


a) Par a l ot es co m n ú m er o s d e ex em p l ar es 6 ^ n < 20, o val o r est i m ad o d a r esi st ên ci a carac-
t er íst i ca (/ . t J é d ad o por:

f = ? f , + f 2 + - - + f m , f
ck,e$t z ^ 'm
m —l

sen d o m = ^ , e o s r esu l t ad o s d o s en sai o s d o s ex em p l ar es d e co n t r o l e são i n d i cad o s e m o r d em

cr escen t e por seu s val o r es f t ^ f2 ^ .... ^ f n.


Nest e caso, a NBR 12655 ad ot ou o est im ad or zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Zu descr it o no it em 8.5 d est e cap ít ulo.

Aind a para o caso d e 6 < n < 20, a NBR 12655 r eco m en d a q u e n ão se d eve t om ar para f ck <>r

valor m en o r q u e sen d o f t o valor m ai s baix o da am ost r a e um co ef i ci en t e d ad o pela Tabela


8 da NBR12655.

Nest e caso, a r eco m en d ação da NBR12655 d eco r r e d o est i m ad or Z descr it o no it em 8.5 d est e
cap ít ulo. Os val o r es d os co ef i ci en t es ^ r el at i v o s à "Co n d i ção d e Pr epar o A" cor r esp on d em à co-
luna d os co ef i ci en t es Kj r elat ivos ao coef i ci en t e d e var i ação 8 c= 0 , '1 5 , e os val o r es d e r4»,relativos
0
às "Co n d i çõ es d e Pr epar o B ou C" co r r esp o n d em ao s val o r es d e K r ef er en t es a 8 c = 0 , 2 0 .

b) Para lot es co m n ú m er o d e ex em p l ar es n > 20, o valor est i m ad o d a r esist ência caract eríst ica

<(* J é d acJo P°r

f Ck,est ~ ~ h65 Sd

o n d e f em é a r esi st ênci a m éd i a d os ex em p l ar es d o lot e, e S, é o desvio- padrão d a am ost r a, cal-


cu l ad o co m 4> = n - 7 g r aus d e l i b er d ad e.

Nest e caso, a NBR 12655 ad o t o u a f u n ção clássica d e est i m ação d escr it a no it em 8.4 d est e
cap ít ulo.

No con t r ol e do concr et o por am o st r ag em t ot al, a NBR 12655 esp eci f i ca q u e se en sai em ex em-
plar es d e cad a u m a d as am assad as cie concr et o, ad o t an d o a r esi st ênci a m ín i m a ^ co m o o estima-
dor da r esi st ênci a car act er íst ica para am ost r as d e at é 20 ex em p l ar es, sen d o p ou co provável q u e
d e u m a única am assad a sej am ret iradas am ost r as com n ú m er o ai n d a m aior d e ex em p lar es.

c) Cont r ole d e p or ções ind ivid uais.

No caso d e ser n ecessár i o cont rolar a r esist ência d e p eq u en as p or ções d e concr et o, não cab e
im aginar q u e d en t r o do vo l u m e em co n si d er ação p ossam at uar t odas as cau sas d e var i ab i l i d ad e
q u e ex ist em n os lot es co m g r an d es vo l u m es.

Por est a razão, t ais p or ções ind ivid uais, co m vo l u m es d e at é 10 m 3 , p o d em ser cont r olad as por
m ei o d e um p eq u en o n ú m er o d e ex em p l ar es, en t r e 2 e 5.

Para o j u l g am en t o d a co n f o r m i d ad e d essas p or ções ind ivid uais, a NBR12655 r eco m en d a o


em p r eg o d o est i m ad or Z , nas m esm as co n d i çõ es q u e f or am an t es con si d er ad as.

8.7 Crit ério de aceit ação


A est i m at i va d a r esi st ênci a car act er íst ica d o con cr et o por m ei o d e est i m ad o r es cent r ad os.
Figura (8.2- cl), leva a q u e o m at er ial est r i t am en t e co n f o r m e, isto é, o con cr et o produzido co m
u m a f r ação d ef i ci en t e p o = 5%, q u e ef et i vam en t e t em possa ser r ep r ovad o em at é 5 0 % d os
casos, q u an d o d e f at o d ever i a ser acei t o em 100% d os casos.

Tend o em vist a q u e, d o p ont o d e vist a social, as co n seq ü ên ci as para o con su m i d or pelo em-
pr ego d e u m con cr et o co m f r ação d ef i ci en t e l i g ei r am en t e sup er ior ao lim it e d e 5 % são m uit o
m en o s sever as q u e as co n seq ü ên ci as para o produt or d a r ej ei ção d e con cr et os co m f ração de-
ficiente at é l i g ei r am en t e m en o r es q u e o lim it e d e 5 %, o crit ério d e acei t ação d o concr et o p o d e
se ex pr esso por
Z = f ck , esl > a- f ck , esp zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
co m « = 0,9 (8.7- 1)

Ou , al t er n at i vam en t e, co m o p r escr evia a NBR 6118:1978", por

h1- Z = f ck , esl > f ck/ esp (8.7- 2)


9. A resist ência do concret o com prim ido

9.1 Int rodução


A d et er m i nação da resist ência do concr et o com p r im id o é el em en t o cent ral na avaliação da se-
gur ança das est rut uras sub m et id as t ant o a solicit ações norm ais quant o a solicit ações t angenciais.

Na p r esen ça d e sol i ci t ações t an g en ci ai s, as est r ut ur as d e concr et o, nas prox im idades d os


est ados- lim it e últ im os, t en d em a co m p o r t am en t o s assi m i l ávei s ao s d e t reliças, nas quais a segu-
rança em r el ação a esf or ços d e com p r essão fica i n t ei r am en t e a car go d o concr et o, não h aven d o
p ossib ilid ad e d e em p r eg o d e ar m ad u r as com p r i m i d as q u e p ossam cont r ib uir para a r esist ência
a esses esf or ços.

De m o d o usual, a r esi st ênci a do con cr et o à com p r essão é d et er m i n ad a ex p er i m en t al m en t e


por m ei o do en sai o d e com p r essão d e corpos- de- prova cilínd r icos com 15 cen t ím et r os de diâm e-
tro e 30 d e alt ur a.

A d eci são d e se em p r eg ar um corpo- de- prova co m alt ura o d ob r o da d i m en são r ep r esent at iva
d e sua seção t r ansver sal d eco r r eu d e u m a vag a i d éi a d e q u e, co m isso, no en sai o d e compres-
são, a seção à m ei a alt ura est ar ia su b m et i d a a um cam p o d e t en sõ es uni f or m es. Com o será
an al i sad o p ost er i or m en t e, ist o n ão é b em ver d ad e, e a inf luência da f or m a do corpo- de- prova
necessi t a d e u m escl ar eci m en t o con si st en t e com a n ecessi d ad e d e se co n h ecer a r eal resistên-
cia d o concr et o a t en sõ es d e com p r essão.

A d esp ei t o d e p ossívei s d ú vi d as sob r e sua ex at id ão, o en sai o d e com p r essão sim ples d e
corpos- de- prova p ad r on i z ad os crist alizou- se co m o o m ei o d e se co n h ecer a resist ência d e um
lot e d e con cr et o. O valor ind ivid ual ob t i d o no en sai o d e com p r essão d e u m d ad o corpo- de- prova
é i n d i cad o por zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f c(J o n d e o sím b olo f indica resistência, o p r im eir o ín d i ce indica concreto e o se-
g u n d o ín d i ce, compressão. Qu an d o n ão h ou ver m ar g em para dúvidas, esse sím b olo pode ser
sim plif icado, em p r egand o- se ap en as f c.

Co n si d er an d o a al eat o r i ed ad e d as r esi st ênci as d os m at eriais, as i n vest i g açõ es ex p er i m ent ai s


p er m it ir am adm it ir a h i p ó t ese d e q u e a d ist r ib uição d e r esi st ênci as d os d i f er en t es el em en t o s
q u e co m p õ em um d ad o lot e d e concr et o sej a g aussiana. Para a d ef i ni ção do valor d e r ef er ência
d a r esist ência, o m ét o d o p r ob ab ilíst ico d e ver i f i cação d a seg u r an ça ao nível I ad ot ou c q uant il
d e 5 % d a d ist r ib uição d e val or es, d ef i n i n d o esse valor co m o o d a resistência característica d o
concret o 1 5 , ind icad a por f ((k , o u si m p l esm en t e por f < r

Nas ver i f i cações d e seg u r an ça em r el ação ao s est ados- lim it e últ im os, o m ét o d o probabilíst ico
ao nível I ad ot a o valor da r esist ência d e cálculo, si m b ol i z ad a por f ar o n d e o ín d i ce d signif ica
design 36 , sen d o d ef inid a por f (d = f j y ; , o n d e y f r ep r esent a o coef i ci en t e parcial d e p on d er ação
d a r esi st ênci a d o con cr et o.

Do p on t o d e vist a d o d i m en si o n am en t o d as p eças est r ut ur ais, y ( r ep r esent a um coef i ci en t e


parcial d e seg u r an ça relat ivo à m i n or ação d a r esi st ênci a d o con cr et o, em b o r a d e fat o el e inclua
out r as i d éi as t am b ém i m p or t an t es para a fix ação d o valor d e r ef er ên ci a d a r esi st ênci a d e cálculo,
m as q u e n ão co n st i t u em um a si m p l es e real r ed u ção da r esi st ênci a d o concr et o em relação a
seu valor car act er íst ico. Al ém dist o, o valor ( ( / ai n d a sof r e u m a post er ior r ed u ção, para f i n al m en t e
se ch eg ar ao valor 0,85 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f aí, q u e é o valor em p r eg ad o na aval i ação d as seçõ es com p r im id as d e
con cr et o est r ut ur al em r eg i m e últ im o, isto é, t eo r i cam en t e em r eg i m e d e rupt ura.

A p r im eir a ap l i cação d o m ét o d o d e d i m en si o n am en t o em r eg i m e d e rupt ura f oi f eit a, d esd e


o s p r im ór d ios d o concr et o ar m ad o, em r el ação às seçõ es t r ansver sais su b m et i d as à flex ão.

Desd e as p r im eir as t eor ias p r op ost as para r esolver esse p r ob l em a, a r esi st ênci a do con cr et o
d o b anz o com p r i m i d o d as p eças f let idas sem p r e f oi con si d er ad a co m um valor m enor q u e o ob-
t ido n os en sai o s p ad r on i z ad os d e com p r essão.

Ao l ong o d as d écad as d e 1960 e 1970, crist alizou- se a i d éi a d e q u e a r esi st ênci a à com p r essão
si m p l es d o concr et o na seção t r ansver sal d e pilar es e d e p eças f let idas val er i a 0,85 da t en são
d e rupt ura d eco r r en t e d e en sai o s d e com p r essão. Em t er m os d as i d éi as at uais, no projet o ser ia
co n si d er ad o o valor 0,85 f c(i . Est e valor, q u e é i n d i cad o p el a fib" por f )r< r é o consid er ad o nos
est ados- lim it e últ im os d e sol i ci t ações nor m ais, sen d o ad m i t i d o sem p r e co m o

L = 0,85f cd (9 .M)

É i m p or t an t e assinalar, co m o é vist o ad i an t e, q u e o co ef i ci en t e 0,85 con si d er a o f orm at o d o


corpo- de- prova d e con t r ol e, leva em con t a o au m en t o da r esist ência co m a m at ur ação do con-
cr et o d ep o i s d os 28 dias d e i d ad e e t am b ém a per da d e r esi st ênci a d o s con cr et os sub m et i d os a
car g as d e l on g a d ur ação.

Na con si d er ação d as b i el as co m p r i m i d as d as p eças su b m et i d as a so l i ci t açõ es t ang enci ai s, a


f alt a d e u n i f o r m i d ad e na d ist r ib uição d as t en sõ es e a ex i st ênci a d e cam p o s d e íissuração, por
vez es at r avessad os p el as d i ag o n ai s com p r i m i d as, l eva à n ecessi d ad e d e se consid er ar u m a out ra
r ed u ção da r esist ência d o con cr et o assim com p r i m i d o.

De acor d o com a fib* 8 , a ef et i va r esi st ênci a à com p r essão, n esses casos, t om a o s valor es

U f f = v L i 9 - 1 "2 »

o n d e o coef i ci en t e d e m od i f i cação v assu m e o s seg u i n t es d i f er en t es val or es:

1) em b i el as prism át icas, q u an d o se ad m i t e u m cam p o d e com p r essão u n i f o r m e ao i n vés d e


u m a lei d e d ist r ib uição m ais r ealist a, o u no b anz o com p r i m i d o d e p eças f let idas q uand o se ad-
m i t e d ist r ib uição u n i f o r m e d e t en sõ es:

V, = (1 - f (l / 250) f (,em MPa

Nest e caso, adm it e- se q u e a m áx im a d ef o r m ação na fibra ex t r em a val h a:

ed,u = - 0,004 + 0,002(f ck / 100)

2) em b i el as p r ism át icas não- fissuradas, co m d ist r ib uição u n i f o r m e d e d ef or m ações:


v2 = 1,00
3) e m b i el as p ar al el as ao cam p o d e fissuração co m ar m ad u r as at r avessan d o as fissuras:

V, = 0,80

4 ) em b i el as co m p r i m i d as q u e at r avessam cam p o s u su ai s d e fissuração, co m o na al m a d as


vi g as:

V, = 0,60

5) em b i el as co m p r i m i d as q u e at r avessam cam p o s m u i t o fissurados, co m o n as p eças sub m e-


t i d as a t r ação ax ial o u n as ab as t r aci o n ad as d as vi g as.

v2 = 0,45

9.2 Form at o dos corpos-de-prova


Desd e o s p r i m ó r d i o s d o co n cr et o ar m ad o , ficaram evi d en ci ad as as d i f i cu l d ad es d e conceit ua-
ção d a r esi st ên ci a d o co n cr et o .

Par a co n si d er ar a var i ab i l i d ad e d a r esi st ên ci a à co m p r essão , Mõ r sch 3 9 ad m i t i a q u e ao con cr et o


d ever i a ser at r i b u íd a u m a r esi st ên ci a i g u al à m éd i a d o s val o r es o b t i d o s co m o en sai o d e t r ês
corpos- de- prova. Isso er a r eco m en d ad o sem m ai o r es co g i t açõ es a r esp ei t o d as cau sas da varia-
b i l i d ad e d a r esi st ên ci a, sej a na est r u t u r a, sej a en t r e o s p r óp r i os corpos- de- prova.

Em d i ver so s p aíses, p ar a o s en sai o s são ad o t ad o s corpos- de- prova cú b i co s, co m ar est as d e


d i f er en t es t am an h o s. A i n f l u ên ci a d as d i m en sõ es d o s corpos- de- prova, d e aco r d o co m Saliger 1 0 ,
est á m o st r ad a na Figura (9.2- a).

Influência do t am anho do corpo- de- prova sobre a resistência cúbica

Figura (9.2- a)

O em p r eg o d o corpo- de- prova cú b i co p er m i t e q u e se o b ser ve a i n f l u ên ci a d o p r ocesso d e


ad en sam en t o d o co n cr et o , por m ei o d o en sai o e m d i f er en t es d i r eçõ es. Co m o ad en sam en t o
m an u al , Sal i g er ver i f i co u q u e a r esi st ên ci a er a m ai o r na d i r eção d o ap i l o am en t o q u e n as de-
m ai s d i r eçõ es. Essa ver i f i cação n ão é p o ssível co m corpos- de- prova ci l ín d r i co s. Par a se d i m i nui r
a i n f l u ên ci a d o at rit o d o co n cr et o co m as p ar ed es d a f ô r m a d e m o l d ag em , pode- se r ecor r er à
vi b r ação .
A var i ação da r esi st ênci a d o con cr et o com o t am an h o d o corpo- de- prova, cú b i co ou cilínd r ico,
d eco r r e d as co n d i çõ es d e ad en sam en t o d ur ant e a co n f ecção d o corpo- de- prova e das co n d i çõ es
d e solicit ação m ult iax ial d ur ant e o en sai o .

Em corpos- de- prova m uit o p eq u en o s em r elação ao d i âm et r o car act er íst ico do ag r eg ad o graú-
d o, o ad en sam en t o é dif icult ado p el o at rit o do concr et o co m as p ar ed es d a f ôr m a d e m ol d ag em .
Com t ais corpos- de- prova, a r esi st ênci a à com p r essão cr esce à m ed i d a q u e au m en t a o t am an h o
d o corpo- de- prova41 .

Todavia, esse au m en t o cessa q u an d o a m en o r d i m en são d o corpo- de- prova super a d e 5 a


10 vez es o d i âm et r o car act er íst ico do ag r eg ad o g r aúd o. Pel o cont r ár io, q u an d o est a con d i ção é
sat isf eit a, a r esist ência à com p r essão d i m i n u i co m o au m en t o do t am an h o do corpo- de- prova,
co m o est á m ost r ad o nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (9.2- a).

Nas co n d i çõ es usuais d e en sai o , o at rit o d o s prat os da p r ensa d e en sai o co m os t opos d o


corpo- de- prova cria est ad o s m últ ip los d e t en sõ es q u e au m en t am a r esi st ênci a ap ar en t e do con-
cr et o. A r est r ição à d i l at ação i m p ost a ao s t op os d o corpo- de- prova p r ovoca t en sõ es t ransversais
d e com p r essão no con cr et o. A inf luência d essas t en sõ es t r ansver sais d i m i nui à m ed id a q u e au-
m en t a o co m p r i m en t o d o corpo- de- prova, p ois as z o n as o n d e ef et i vam en t e há est ad os m últ ip los
d e com p r essão- com p r essão t en d em a se rest ringir ap en as às ex t r em i d ad es.

De f or m a p ar alela, o au m en t o d a seção t r ansver sal do corpo- de- prova acar r et a a ap l i cação d e


m ai o r es f orças d ur ant e o en sai o e, co m o co n seq ü ên ci a, pr ovoca um au m en t o d a flex ão d as pla-
cas d e aço q u e f or m am o s prat os da p r ensa. Essa flex ão libera p ar ci al m en t e o at rit o nas bordas
d o s t opos d o corpo- de- prova e t en d e a con cen t r ar a p r essão ex er cid a p ela m áq uina na r egião
cen t r al d o corpo- de- prova, o q ue, co m o assi nal a Rüsch 42 , leva à d i m i n u i ção d a r esist ência apa-
r ent e d o concr et o.

A inf luência esp ecíf i ca do co m p r i m en t o d os corpos- de- prova sob r e a resist ência ap ar en t e
d o concr et o est á m ost r ad a na Figura (9.2- b), q u e ap r esen t a o s clássicos r esult ad os obt idos por
Bach, ci t ad os por Mõ r sch e Saliger, f eit os co m corpos- de- prova prism át icos, t od os el es co m seção
t ransversal q u ad r ad a com 32 cm d e lado.
Relação entre a resistência prismática e a resistência cúbica
Figura (9.2- b)

De m o d o an ál o g o , o s r esu l t ad o s o b t i d o s p or d i f er en t es p esq u i sad o r es en sai an d o corpos- de-


p r ova ci l ín d r i co s co m d i f er en t es r el açõ es al t u r a/ d i âm et r o est ão m o st r ad o s nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVU
Figura (9.2- cPK
To d o s o s r esu l t ad o s co r r esp o n d em a ci l i n d r o s co m 15 cm d e d i âm et r o .

Al ém d as cau sas j á ap o n t ad as, a r esi st ên ci a d o s corpos- de- prova al o n g ad o s t am b ém fica afe-


t ad a p el a m ai or d i f i cu l d ad e d e m an u t en ção d a cen t r ag em d a car g a d u r an t e o en sai o .

Resistência de corpos- de- prova cilíndricos com várias relações altura/ diâmetro (Jaegher )
Figura (9.2- c)
An al i san d o o s r esult ad os ob t i d os com os en sai o s d e corpos- de- prova ci l índ r i cos padroniza-
d os, pode- se adm it ir, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
em igualdade de outras condições, q u e o con cr et o da est rut ura t enh a a
r esist ência

C, estrutura ~~ C, prismático ~ ^ (c, cilíndrico 15 x 30

É i m p or t an t e assinalar q u e, d e f at o, a igualdade de outras condições n u n ca ex ist e, p oi s co m


a m at u r ação ao l ong o d o t em p o , o concr et o d a est r ut ur a irá au m en t ar sua r esist ência e, com a
p er m an ên ci a d e car gas d e long a d ur ação, essa r esist ência será d i m i n u íd a.

Nos caso s d e i n vest i g ação ex p er i m en t al d a r esist ência do concr et o d e est r ut ur as ex ist ent es,
é possível proceder- se à ex t ração d e t est em u n h o s cilínd r icos por m ei o d e son d as rot at ivas, d e
acor d o co m os p r oced i m en t os est i p u l ad os p el a NBR 7680 44.

Os t est em u n h o s p o d em ter 10 ou 15 cen t ím et r os d e d i âm et r o e alt ur as não inf er ior es ao diâ-


m et r o. Nest es casos, a NBR 7680 ap r esen t a u m a t ab el a d e co n ver são d os val o r es ex p er i m en t ai s
para val o r es t eór i cos co r r esp o n d en t es à r elação h/ d = 2. Obser ve- se q u e est a t ab ela f o r n ece
p r at i cam en t e o s m esm o s r esult ad os q u e os ap r esen t ad o s na Figura (9.2- c), d e acordo co m o
t r abalho d e Jaeg h er . No caso d e t est em u n h o s com r el açõ es h/ d < 1,0 a nor m a ant es r ef er id a
ap r esen t a os f or m at os co m q u e p o d em ser m o n t ad o s corpos- de- prova em q u e o t est em u n h o é
inser id o em sua z on a cent r al.

Qu an t o ao n ú m er o d e t est em u n h o s a ser em invest ig ad os, sua l ocal i z ação e int er pr et ação d os


r esult ad os, al ém d as dir et r izes da NBR 7680, é r eco m en d ável q u e sej am r esp ei t ad as as observa-
çõ es f eit as n est a p u b l i cação, no cap ít ulo r ef er en t e ao con t r ol e da d et er m i n ação da r esist ência
d o con cr et o, p ar t i cu l ar m en t e q uant o à au t o co r r el ação ex i st ent e en t r e t est em u n h o s ex t raídos em
d i st ân ci as m en o r es q u e o valor yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
xhm est i m ad o .

9.3 Aum ent o da resist ência com a idade


O au m en t o da r esist ência d o con cr et o co m a i d ad e é f at o r eco n h eci d o d esd e longa d at a; ver
Figura (9.3- a). Nessa f igura est ão m ost r ad os esq u em at i cam en t e os clássicos r esul t acos ob t i d os
por Ary Torres15 , em en sai o s r eal i z ad os no IPT d e São Paulo em 1936, co m sei s d i f er ent es t raços.
Para cad a t raço f or am m ed i d as as r esi st ên ci as a 7, 14, 28, 90, 180 e 360 dias d e idade.

Note- se q u e, d e m o d o ger al, o s con cr et os co m m ai o r es r esi st ênci as iniciais t êm proporcional-


m en t e m en o r es cr esci m en t os da r esist ência com a i d ad e.

O au m en t o d a r esi st ênci a do con cr et o com a i d ad e d ep en d e essen ci al m en t e d a finura d o ci-


m en t o. Qu an t o m aior for a f inura, m ai s r ap i d am en t e ocor r e a hid r at ação d o ci m en t o , obt endo- se
nas p r im eir as i d ad es r esi st ênci as q u e d e out ra f or m a so m en t e ser i am ob t i d as m ai s t arde.

É preciso, port ant o, not ar q u e u m a even t u al su p er m o ag em d o ci m ent o p od e levar a resistên-


cias m ais alt as aos 28 dias, m as el i m i na boa part e da cap aci d ad e d e m aior hidr at ação ao longo d o
t em p o, d esr esp ei t and o as hip ót eses q u e cond uz ir am à d ef inição da resist ência f l c J = 0,85 f ur al ém
d e poder com p r om et er a d ur ab ilid ad e d as est rut uras, q u e p er d em a cap aci d ad e d e colm at ar as
fissuras pr ovocadas pelos esf or ços solicit ant es, f avorecendo- se assim a corrosão d as arm aduras.
Evolução da resistência com a idade do concreto (segundo Ary Torres)

Figura (9.3- a)

O au m en t o d a r esi st ên ci a d eco r r en t e d a m at u r ação d o co n cr et o t an t o se d á co m o correr d o


t em p o q u an t o por ação d a t em p er at u r a, p o i s am b o s o s f at or es l evam ao au m en t o d a h i d r at ação
d o ci m en t o . A m at u r ação p o d e ser d ef i n i d a d e vár i as m an ei r as, sen d o u m a d el as por m ei o d a
i n t r o d u ção d o co n cei t o d e i d ad e fictícia d o co n cr et o .

Par a co n cr et o s f ei t o s co m ci m en t o Po r t l an d , o Có d i g o M o d el o CEB- FIP 1990 ad m i t e p ar a a


i d ad e fictícia a ex p r essão

4000
tnc exp 13,65-
273+ T(Atj) / T0
i= l

o n d e t T é a i d ad e fictícia aj u st ad a em f u n ção d o s i n t er val o s d e t em p o A í em q u e o con cr et o ficou


ex p ost o à t em p er at u r a 7 YAf .)em (°C), e T(l = 1 °C.

A No r m a Br asi l ei r a NBR 6118 esp eci f i ca a r esi st ên ci a em i d ad es d i f er en t es e m f u n ção d a resis-


t ên ci a ao s 28 d ias, i n t er essan d o- se, p o r ém , por i d ad es i n f er i o r es à i d ad e- p ad r ão.

Evi d en t em en t e, o acr ésci m o d e r esi st ên ci a o b t i d a p el o em p r eg o d e cu r a co m cal o r sim ples-


m en t e est á an t eci p an d o a r esi st ên ci a q u e d e o u t r a f o r m a so m en t e ser i a o b t i d a em m ai o r es
i d ad es. Desse m o d o , n ão se p o d e esp er ar q u e o p ost er i or acr ésci m o d e r esi st ên ci a co m a i d ad e
co n t i n u e sen d o o m esm o q u e o d o s co n cr et o s cu r ad o s à t em p er at u r a am b i en t e.

Par a ci m en t o s f ab r i cad o s d en t r o d as esp eci f i caçõ es d a Fib CEB- FIP), a Figura (9.3- b) ap r esen t a
o an d am en t o d as l ei s d e cr esci m en t o d a r esi st ên ci a co m a i d ad e, t en d o co m o r ef er ên ci a a resis-
t ên ci a ao s 28 d i as.
Crescim ento m édio da resistência com a idade, conform e a fib CEB- FIP46

Figura (9.3- b)

9.4zyxwvutsrqponmljihgfedcbaZXVUTSRQPONMLKIHGFEDCBA
Redução da resist ência com a duração da carga
Ob ser va- se ex p er i m en t al m en t e q u e a r esi st ên ci a d o co n cr et o sob ação d e car g as d e l o n g a
d u r ação é m en o r q u e so b ef ei t o d e car r eg am en t o s r áp i d os.

AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (9.4- a) m ost r a o t i p o d e r esu l t ad o s o b t i d o s por Rüsch 47 no est u d o d a i n f l u ên ci a d a
hi st ór i a d o car r eg am en t o so b r e a r esi st ên ci a d o co n cr et o . É i m p o r t an t e assi n al ar q u e ex i st e u m a
g r an d e d i f i cu l d ad e na r eal i z ação d e en sai o s d essa n at u r ez a, p o i s a al eat o r i ed ad e d a d ef o r m ação
por f l u ên cía t en d e a el i m i n ar a cen t r ag em d a car g a ap l i cad a, cen t r ag em essa q u e p r eci sa ser res-
t au r ad a p asso a p asso por m ei o d e d i sp o si t i vo s d e en sai o q u e p er m i t am m an t er a co m p r essão
u n i f o r m e d a seção t r an sver sal d u r an t e t od o o t em p o d e d u r ação d o en sai o .

Nessa f igur a são u sad o s o s seg u i n t es sím b o l o s:

t 0 = i d ad e d o co n cr et o no i n íci o d o car r eg am en t o

At = d u r ação d o car r eg am en t o

t = t 0 + At = i d ad e d o co n cr et o n o i n st an t e d a r up t ur a

f ( , = r esi st ên ci a d o co n cr et o no en sai o r áp i d o na i d ad e t = t 0 + At

f ccl = r esist ência d o concr et o no en sai o lent o, co m rupt ura na i d ad e t = t 0 + At.

As d u as cu r vas su p er i o r es d est a f igur a m o st r am q u e, p ar a r u p t u r as o co r r i d as co m a m esm a


d u r ação A f d e car r eg am en t o , a r esi st ên ci a d o co n cr et o car r eg ad o p r o g r essi vam en t e é sem p r e
m ai o r q u e a d o co n cr et o car r eg ad o r ap i d am en t e e m an t i d o sob car g a co n st an t e.
f c c t = RESISTÊNCIA NO ENSAIO LENTO COM RUPTURA NA IDADE t = t 0 + A t
f c t = RESISTÊNCIA NO ENSAIO RÁPIDO NA IDADE t = 1 0 + A t

t 0 = IDADE NO INÍCIO DO CARREGAMENTO


A t = DURAÇÃO DO CARREGAMENTO
t = t 0 + A t = IDADE NO INSTANTE DA RUPTURA

Influência da duração do carregam ent o sobre a resistência (segundo Rüsch)


Figura (9.4- a)

Co m o a h i sl ó r i a d o f u t u r o car r eg am en t o d as est r u t u r as n ão p o d e ser co n t r o l ad a, para ef ei t o


d e p r oj et o, a r esi st ên ci a d o co n cr et o ser á sem p r e co n si d er ad a, a f avor d a seg u r an ça, co m o val o r
d o l i m i t e i n f er i or ao s val o r es t u l r ef er en t es a car r eg am en t o s r áp i d o s q u e são m an t i d o s ao l o n g o
d o t em p o , co n f o r m e a cu r va i n f er i or d azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (9.4- a).

Par a ex p licit ar o ef ei t o d el et ér i o d a p er m an ên ci a d a car g a so b r e o co n cr et o , as o r d en ad as d a


Figura (9.4- a) m o st r am a r el ação en t r e a r esi st ên ci a f (rf d ad a p el a t en são G ( d e l o n g a d u r ação
ap l i cad a na i d ad e t (/ e a r esi st ên ci a o b t i d a em u m en sai o r áp i d o, r eal i z ad o co m um corpo-
de- prova g êm eo , n a i d ad e t = t 0 + At e m q u e o co r r eu a r up t ur a d o corpo- de- prova su b m et i d o à
car g a d e l o n g a d u r ação .

Co m essa r ep r esen t ação , fica el i m i n ad a a i n f l u ên ci a d o acr ésci m o d e m at u r ação q u e o co r r e


ao l o n g o d o t em p o A í d e d u r açao d o en sai o l en t o .

Const at a- se, d esse m o d o , q u e t en sõ es aci m a d e d et er m i n ad o s l i m i t es p o d em , co m o t em p o ,


p r ovocar a r up t ur a d o co n cr et o . Co m val o r es ab ai x o d esses l i m i t es, o co n cr et o ap r esen t a ap en as
o f en ô m en o d e f l u ên ci a l en t a, m as sua r esi st ên ci a é p er en e, co m o se i n d i ca na Figura (9.4- b).
O c = TENSÀO APLICADA

f c , = RESISTÊNCIA NO ENSAIO RÁPIDO NA IDADE t = t 0 + A t

A O^ V. lim it ew dc rupt ura


X xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
- w . - .

0- 8 | lim it es ex perim ent ais


S T T ' ^ •• - - 0.75 | d e (f cc.t - eo/ f c.t - xS
00)

N i m i t e de f luència
(o c< f cc. t = oo)

ENCURTAMENTO
DO CONCRETO
>
2 4 6 8 10 € c ( %o )

t 0 = IDADE NO INÍCIO DO CARREGAMENTO


A t = DURAÇÃO DO CARREGAMENTO
t = t 0 + A t = IDADE NO INSTANTE DA RUPTURA

Influência da intensidade e da duração do carregam ent o sobre a deform ação do concreto (Rüsch)

Figura (9.4- b)

D c aco r d o co m Rüsch, em t o d o s o s en sai o s, a r el ação en t r e a r esi st ên ci azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWV


f u .obtida em u m
en sai o l en t o e a r esi st ên ci a f ct o b t i d a no co r r esp o n d en t e en sai o r áp i d o, co m am b as as r u p t u r as
o co r r en d o na m esm a i d ad e t = t 0 + At, é co n si st en t em en t e i n d ep en d en t e d a q u al i d ad e d o con-
cr et o e d a i d ad e t 0 d e i n íci o d e car r eg am en t o , co m o se assi n al a n a Figura (9.4- c).

f c c • - • + A» = RESI ST ÊN CI A NO EN SA IO LENTO COM INÍCIO


' • W c t
0 " NA IDADE tQ E D URAÇÃO At

f c t = t + At = RESI ST ÊN CI A NO EN SA IO RÁPIDO REALIZADO NA


0 ' M ESM A IDADE DA RUPT URA DO ENSA IO LENTO

1. 0

V •
o—• — O A n T T 0.8
A' 0.75
«•-w o
O • - t o = 20 d i as
O
•a.
< o - t o = 56 d i as
0 .4
ec A - t o = 160 d i as
O
< • - t o = 448 d i as
0 .2
z
LU
At
3 m eses
o •
10 m i n 1h 6h 1 dia 7 d i as 28 d i as l an o

Relação ent re as resistências obtidas em ensaios rápidos e lentos

Figura (9.4- c)

De aco r d o co m o s en sai o s r eal i z ad o s p or Rüsch, a r el ação en t r e a r esi st ên ci a no en sai o l en t o


e a r esi st ên ci a no co r r esp o n d en t e en sai o r áp i d o p o d e ser ad m i t i d a co m o t en d en t e ao l i m i t e
m éd i o 0,8 e co m p r at i cam en t e t o d o s o s val o r es aci m a d a r el ação 0,75, q u e é o lim it e a ser con-
si d er ad o co m o ef et i vo no est ab el eci m en t o d o s cr i t ér i os d e seg u r an ça em r el ação à r up t ur a d o
co n cr et o co m p r i m i d o .
É i m p o r t an t e assi n al ar q u e as i n vest i g açõ es an t es r el at ad as m an t i ver am a cen t r ag em da car g a
d u r an t e t od o o t em p o d e car r eg am en t o , p or m ei o d e aj u st es su cessi vo s r eal i z ad o s co m ap o i o s
esp eci ai s ex i st en t es na m áq u i n a d e en sai o i d eal i z ad a por Rasch 4 8 , q u e f oi em p r eg ad a por Rü sch
em su as i n vest i g açõ es.

9.5 A resist ência d e longa duração do concret o


Na p r esen ça d e car g as d e l o n g a d u r ação , a r esi st ên ci a d o co n cr et o so f r e a ação d e dois pro-
cesso s an t ag ô n i co s: co m o p assar d o t em p o , au m en t a a r esi st ên ci a por ef ei t o d a m at u r ação d o
co n cr et o e, co m a p er m an ên ci a d a car g a, ex i st e u m a r ed u ção d essa r esi st ên ci a.

O ef ei t o co n j u n t o d esses d o i s p r o cesso s est á m o st r ad o nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHG


Figura (9.5- a). Essa f igura foi cons-
t r u íd a a part ir d o s r esu l t ad o s o b t i d o s por Rüsch p ar a a r ed u ção d a r esi st ên ci a co m a d u r ação
d o car r eg am en t o , e d a cu r va ad m i t i d a p el a NBR- 7197 49 p ar a o cr esci m en t o d a r esi st ên ci a co m a
i d ad e d o s co n cr et o s f ei t o s co m ci m en t o Po r t l an d d e en d u r eci m en t o n o r m al .

Def inindo- se, co m o é t r ad i ci o n al , a r esi st ên ci a d o co n cr et o ao s 28 d i as d e i d ad e ef et i va, ob-


serva- se q u e a r esi st ên ci a m ín i m a d e l o n g a d u r ação é, p r at i cam en t e e m t o d o s o s caso s, su p er i or
a cer ca d e 0,87 í ( f d esd e q u e o i n íci o d e car r eg am en t o se d ê co m i d ad es su p er i o r es a 28 d i as.

Verif ica- se, t am b ém , q u e, q u an d o o s co n cr et o s são car r eg ad o s d e f o r m a p er m an en t e co m


p o u ca i d ad e, se a r up t ur a n ão ocor r er d en t r o d e cer t o p r az o, el a n ào m ai s o co r r er á, pois, a p ar t ir
d esse p r az o, a vel o ci d ad e d o ef ei t o d a m at u r ação su p er a a d o ef ei t o d a p er m an ên ci a da car g a.
Ist o ex p l i ca o s caso s d e r up t ur a p r em at u r a d e p eças p r o t en d i d as co m p o u ca i d ad e. Se a r u p t u r a
n ão ocor r er em cer ca d e 6 h or as, el a n ão m ai s aco n t ecer á, p ois, co m o se m ost r a n a Figura (9.4- c),
a r esi st ên ci a m ín i m a é al can çad a p r at i cam en t e co m esse p r az o d e d u r ação d o car r eg am en t o .

Tam b ém d e m o d o t r ad i ci o n al , a r esi st ên ci a d o co n cr et o é d ef i n i d a ao s 28 d i as d e i d ad e,
ad m i t i n d o- se q u e o co n t r o l e sej a f ei t o por m ei o d o en sai o d e corpos- de- prova ci l ín d r i co s co m 15
cm d e d i âm et r o e 30 cm d e al t u r a.

W C,t = 28
t = t0 + At

1.3 xS
1.2
1.1 r -
1. 0 V
0.9 0 87 -
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0 .2
0 .1
0 IDADE REAL DO
14 @ 3 5 56 90100 500 1000 (3 anos) 10000 CONCRETO EM DIAS

CI M EN T O DE EN D URECI M EN T O N O RM AL

Variação da resistência do concreto com a idade e com a duração da carga

Figura (9.5- a)
Desse m od o, a r esist ência d o concr et o a ser co n si d er ad a no proj et o d as est rut uras d eve ter
o valor

C,«i«»ira = 0,95x 1,2 x 0,75 = 0,85f tA 28(li< is,CP(15x 30)

Con si d er an d o a seg u r an ça em r el ação ao s est ados- lim it e últ im os, a r esi st ênci a d e r ef er ên ci a
d o concr et o val e en t ão

Lm = L = 0,85f al

sen d o

f _ í*
'cd ~
7c

Con si d er an d o o m o d el o ger al d a r esi st ênci a ã com p r essão d o s m at er i ai s est rut urais, a resis-
t ên ci a ef et i va d e cálculo p o d e ser ex pressa por

fcd,cff —
~ f 'led —
~ Kkm ot/
7m

o n d e o coef i ci en t e d e m od i f i cação é d ad o por

LxwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
mod ~_ b mod,1 *mod,2
L L
*mod,3

e o co ef i ci en t e d e m i n or ação da r esi st ênci a do m at er ial por

Tm/ Tm2 ' *fm3

Sen d o , en t ão ,

^ lal — (k/ nodj ' km od,2 ' ^ m od,3 ) /


(O'/ »»; ' 7m2 ' 7m3 )

Nessa ex pressão k mo(1l con si d er a o er r o si st em át i co d eco r r en t e d o em p r eg o d e corpos- de-


prova d e p eq u en as d i m en sõ es, k nwi2 leva em con t a a p ossível d i f er en ça en t r e a resist ência d o
m at er ial da est rut ura com o passar d o t em p o, em r el ação à r esi st ênci a d o m at er ial do corpo- de-
prova no at o do en sai o d e cont r ole, e k n x x l 3 ret rat a a d eg r ad ação d a r esist ência d o m at erial da
est r ut ur a p ela ação d e car gas d e long a d ur ação.

De m o d o an ál o g o , o co ef i ci en t e parcial d e seg u r an ça yml leva em con t a a ver d ad eir a variabi-


l i d ad e d a r esist ência d o m at er ial d en t r o d e lot es h o m o g ên eo s, Ym ,l eva em con t a as d i f er en ças
en t r e o m at er ial d a est rut ura e o m at er ial do corpo- de- prova, co m o a q u e ex ist e no caso d o con-
cr et o em q u e ocor r e q u ase um p en ei r am en t o q u an d o el e é l an çad o at r avés d o s esp aços en t r e
as barras das ar m ad u r as da est r ut ur a, e yni! consid er a o s ef ei t os d e t odas as possíveis cau sas d e
r ed u ção da r esi st ênci a q u e n ão f or am con si d er ad as no m o d el o d e seg u r an ça, co m o por ex em p l o
o s d ef ei t o s l ocal i z ad os no m at er ial d a est r ut ur a.
Fi n al m en t e, é preciso salient ar q u e, para a i n vest i g ação ex p er i m en t al d e est r ut ur as j á exis-
t en t es há m uit o t em p o, t odas est as i d éi as d evem ser con si d er ad as para a est i m at i va da ef et i va
r esist ência d o concr et o.

9.6 A resist ência do concret o no projet o


e execução de novas est rut uras - resum o
Para o proj et o d e est r ut ur as ai n d a a const ruir, a d et er m i n ação d a r esi st ênci a d o concret o a
int roduzir n os cál cu l os est r ut ur ais est á b asead a n os co n cei t o s a seguir r esum i d os.

Considera- se inicialm ent e q u e o valor zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


f fk da resist ência caract eríst ica a introduzir na avaliação
num érica da segurança da estrutura represent a o valor pot encial da resist ência da m istura a ser em-
pregada na obra, q uand o esse concret o for fabricado em cond ições h om og ên eas e controladas.

Adm it e- se q u e os p ar âm et r os d e var i ab i l i d ad e do concr et o d a est rut ura sej am os m esm os q u e


o s d os corpos- de- prova m o l d ad o s e en sai ad o s em co n d i çõ es p ad r on i z ad as e ót im as.

Em pr incípio, a af er i ção da r esi st ênci a d os corpos- de- prova será f eit a por m ei o d e en sai o s
rápidos, co m d u r ação d e cer ca d e 10 m inut os, r ealiz ad os ao s 28 dias d e i d ad e do concr et o.

Para consid er ar as d i f er en ças en t r e o con cr et o d a est rut ura e o con cr et os d os corpos- de- prova,
em prega- se um fat or d e m od i f i cação k mod , ex pr esso por

b xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
—b L
mod ~ mod,1 *mod,2 *mod,3

o n d e k inMj] con si d er a o erro si st em át i co d eco r r en t e d o em p r eg o d e corpos- de- prova de peque-


nas d i m en sõ es, k imx U l eva em con t a o p ossível au m en t o da r esist ência d o concr et o co m o passar
d o t em p o , relat ivo à r esi st ênci a d o m at er ial d o corpo- de- prova no at o d o en sai o d e cont role, e
k mx l i ret rat a a d eg r ad ação da r esi st ênci a d o m at er ial d a est r ut ur a p ela ação d e car gas d e l o n g a
d ur ação.

Na aval i ação d e est r ut ur as an t i g as é i m p o r t an t e co n h ecer a ép o ca d a const r ução, porquant o


ao l ong o d a seg u n d a m et ad e d o sécu l o XX h o u ve u m au m en t o d a f inura d o ci m en t o , o que l eva
a m ai o r es r esi st ênci as iniciais e a m en o r es val o r es do co ef i ci en t e k m 0 ( n -

De aco r d o co m a t eor i a g er al da f l ex âo el ab o r ad a por Rüsch, f or am ad o t ad o s os val o r es


k n ml ,, = 0 ' 95 ' k n,o«j = '> 20 e ^ = 0,75; d ai r esult and o

Ko«= < WU Koc,. A„«U = 0 ' 9 5 * ] ' 2 * 0 ' 7 5 = 0 ' 8 5

Al ém disso, para est im ar o valor da r esi st ênci a d o concr et o a em p r eg ar no cálculo da resistên-


cia d a est rut ura, adm it e- se q u e o val or ef et i vo d essa r esi st ênci a d e cálculo sej a

f —f — l ÍZYXLJHC
LL
'cd,cff ~ 'led ~ *m od
7m

co m o co ef i ci en t e d e m i n or ação d a r esi st ênci a d o m at er ial d ad o por

Tm T m J ' 7 O)2 ' 0 m 3


o n d e o co ef i ci en t e parcial d e seg u r an çazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
yml l eva em con t a a ver d ad ei r a var i ab i l i d ad e d a resis-
t ên ci a d o m at er ial d en t r o d e lot es h o m o g ên eo s, Ym , con si d er a as d i f er en ças en t r e o m at erial d a
est r ut ur a e o m at er ial d o corpo- de- prova, co m o a q u e ex ist e no caso do concr et o em q u e ocor r e
q u ase um p en ei r am en t o q u an d o el e é l an çad o at r avés d o s esp aço s en t r e as barras das arm adu-
ras d a est r ut ur a, e y m { co n si d er a os ef ei t o s d e t odas as p ossíveis cau sas d e r ed u ção da r esi st ênci a
q u e n ão f oram con si d er ad as no m o d el o d e seg u r an ça, co m o por ex em p l o os d ef eit os localiza-
d o s no m at er ial d a est rut ura e as h i p ó t eses sim p list as d as t eor i as em p r eg ad as no cálculo.

Desse m od o, na con si d er ação d a r esist ência da est r ut ur a, a r esi st ênci a d o concr et o q u e a


const it ui d eve ser con si d er ad a com o valor

sen d o en t ão

Fi n al m en t e, é p r eciso salient ar q u e para a i n vest i g ação ex p er i m en t al d e est r ut ur as j á ex isten-


t es há m uit o t em p o , t odas est as i d éi as d evem ser con si d er ad as para a est i m at i va d a ef et iva resis-
t ên ci a d o concr et o. Al ém disso, é p r eciso lem br ar q u e a r ed u ção d a r esi st ênci a cor r esp on d en t e à
p er m an ên ci a das car g as d eve ser con si d er ad a m esm o em r el ação às car gas m óvei s usuais, p ois
o s est u d o s r eal i z ad os m ost r ar am q u e b ast am p er m an ên ci as co r r esp o n d en t es há um as p ou cas
sem an as para q u e o ef ei t o d el et ér i o d o car r eg am en t o d e long a d u r ação f iq ue m an i f est ad o.

Com os val o r es b ásicos p ad r oni z ad os k m(x j = 0,85 e yc = 1,4, tem - se

fck = 0.61- f Ck
e

No caso d e ser co n h eci d o um p eq u en o n ú m er o d e r esult ad os p r o ven i en t es d e um lot e d e ho-


m o g en ei d ad e n ào cont r ol ad a, pode- se em p r eg ar o est i m ad or Z t nas m esm as co n d i çõ es q u e as
con si d er ad as no caso d e aval i ação a part ir d e t est em u n h o s ex t r aídos da est rut ura, com o ad i an t e
an al i sad o.

No caso d e lot es cuj a h o m o g en ei d ad e p o d e ser ad m i t i d a, co n vém em p r eg ar o est im ad or ZYXLJHC


ZH
est u d ad o no it em 8.5 d o Cap ít ulo 8.

9.7 A avaliação da resist ência do concret o


das est rut uras exist ent es - resum o
Na aval i ação d a r esi st ênci a d o concr et o para a ver i f i cação da r esist ência d as est r ut ur as j á exis-
t ent es, p o d em ser ex t r aídos t est em u n h o s a ser em en sai ad o s à com p r essão.

Ex iste en t ão o p r ob l em a d e se d et er m inar q ual a r esist ência a consid er ar para esse concr et o


na ver i f i cação anal ít i ca d a seg u r an ça d a est r ut ur a.
Nest a sit uação, em q u e a est rut ura j á ex ist e há al g u m t em p o, é preciso reconsiderar os valo-
res a ser em at ribuídos aos coef icient es K o c r K ^ r K ^ K o t u e Yf l l = Y m r Y«2 - Y«j -

É im p or t ant e assinalar q u e os p r oced i m en t os d e ex t ração dos t est em unhos, com o os reco-


m en d ad os pela norm a brasileira NBR 7680, p o d em provocar d an os à int egr id ad e dos corpos- de-
prova.

Esses d anos p od em decorrer t ant o da op er ação d e so n d ag em rot at iva, q u e p od e provocar


m icrof issuração d e um a cam ad a perif érica do ex em plar, quant o da ação da alavanca, que p od e
provocar fissuração t ransversal do ex em plar para a lib er ação do ex em plar, por m ei o d e sua rup-
tura por flex ão, em relação ao rest ant e d o concret o da est rut ura.

Dessa m aneir a, q uand o se lida com est rut uras const r uídas com os p r oced im ent os profissionais
usuais, com os quais não se esp er a q u e ex ist am part es est rut urais com concret os an or m al m en t e
def icient es, os result ados d e t est em u n h os q u e i nd i q uem r esist ências an or m al m en t e baix as em
relação aos valor es esp er ad os d evem ser descar t ados, em vir t ud e da gr ande probabilidade d e
q u e el es sej am con seq ü ên ci a d e d an os provocados p elos p r oced im ent os em p r eg ad os durant e a
ex t ração ou ensai o dos t est em unhos.

Em bora não haj a norm alização a respeit o dos possíveis d anos pr ovocados pelas op er ações
d e ex t ração dos t est em unhos, j á há longo t em po admite- se q u e com isso o corpo- de- prova p od e
perder d e 5 % a 10% d e sua resist ência.

De m odo geral, com o o núm er o dos t est em u n h os q u e p od em ser ef et i vam en t e ex t raídos d c


um a est rut ura ex ist ent e é u su al m en t e m uit o p eq u en o , em geral é usual q u e se possa fazer ape-
nas um a análise est at íst ica assist em át ica, q u e en g l ob a t oda a est rut ura em um único lote.

Nesse caso, a partir dos t est em u n h os d e concret o ex t raídos da obra, é preciso selecionar os
result ados j ulgad os válid os e, a partir do m enor d eles, est im ar um valor acei t ável para a resistên-
cia caract eríst ica do concret o da est rut ura.

Para isso,' p' od e ser aplicado


r o est im ador zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Z .>= K .1X i ,m. w'
, o n d e iX. . é o m enor valor d os resulta-
.i r n n

dos ad m it id os com o válidos, sen d o K d ad o pela Tabela (8.5- a), do it em 8.5, conf or m e o resum o
a seguir indicado.

Valor es d e K a

Un i f o r m i d ad e
do con cr et o Ex cel en t e Usual
Coef i ci en t e d e
Variação 5 ( 0,10 0,15
Nú m er o d e 1 0 ,0 6 3 0,753
corpos- 2 0,884 0,820
de- prova 3 0,910 0,859
4 0,928 0,886
5 0,942 0,907
6 0,953 0,924
A resist ência d e cálculo do concret o da est rut ura será, ent ão, dada por

K X
f r r. ,i i ,m i n
c d .e f f ~ l ed ~ mod
Im
Nessa est im at iva, é ainda preciso dest acar a consid er ação d as d i m en sões d os t est em unhos
ensaiad os.

De acor d o com as invest igações d e Jager , realizadas na d écad a d e 1940 no IPT d e São Paulo,
com o em p r eg o d e corpos- de- prova cilíndricos com 15 cm d e diâm et ro e com dif er ent es alt uras,
q u an d o se em p r eg am corpos- de- prova com 30 cm d e alt ura é preciso adot ar o coef icient e parcial
d e m odif icação k nx x i l = 0,95 para se chegar à resist ência d o concr et o da est rut ura.

De acor d o com a NBR 768O50, a inf luência da r elação alt ura/ diâm et ro dos t est em unhos est á
est ab el eci d a em sua Tabela 1, a seguir t ranscrit a

Valores da Tabela 1 NBR 7680

h/ d Fator de correção a,
2,00 1,00
1/ 75 0,98
1,50 0,96
1,25 0,93
1,00 0,87

Consider ando t est em u n h os com r elações h/ d da or d em d e 1,25 a 1,50, o fator d e cor r eção a
ser em p r eg ad o t am b ém é da or d em d e 0,95, para a t ransf orm ação d os result ados ex perim ent ais
em val or es q u e seriam obt idos com t est em unhos com h/ d = 2,00.

Por outro lado, d e acor d o com Jager , para se obt er a resist ência do concret o da est rut ura a
partir da resist ência d e corpos- de- prova cilíndricos com d i m en sões d e 15 x 30 cent ím et ros, deve-
se em pr egar k nx x f l = 0,95.

Nessas cond i ções, para est im ar a resist ência caract eríst ica do concret o da est rut ura, a partir
d e t est em u n h os cilíndricos com relação h/ denue 1,25 e 1,50, os result ados ex perim ent ais d evem
ser m ult iplicados por a , . k nHx U = 0,95 x 0,95 = 0,90.

Desse m od o, em ig uald ad e d e out ras cond i ções, para a d et er m i nação da resist ência d e cál-
culo, d eve ser

= a / x Locu • k mod,2 • k mod,3 = 0,95 x 0,95 x l,2x 0,75


ou sej a,

k m(x l = 0,95 x 0,85 = 0,81

donde

K X
f — í — n 91 •> '> '»'"
Tcd,ef ~ Tlcd ~ Ü> V'
7m

para est r ut ur as ex i st ent es d e p ou ca i d ad e, e

k mo(l = 0,95x 0,95x 1,0x 0,80 = 0,72

para est r ut ur as ant igas, sen d o , en t ão,

K X
f —f —n 72
cd ,vf ~ Icd ~ U> /Z

7m

Para def inir o co ef i ci en t e d e p o n d er ação Jm d a r esi st ênci a d o m at er ial, q u e no caso d o con-


cret o é i n d i cad o por y (/ sen d o y = y , . y , . y ( y é preciso consid er ar cad a um d os coef i ci en t es
parciais.

Ao coef i ci en t e y , q u e con si d er a a var i ab i l i d ad e int r ínseca do concr et o, é u su al m en t e atribuí-


d o o valor y f = 1,2. A part ir d est e r esult ad o, é possível consid er ar os val or es

7c2 = 7 c 3 =
ii =

As i n cer t ez as ex i st en t es so b r e as d i f er en ças en t r e o m at er i al d a est r u t u r a e o m at er ial d o


corpo- de- prova q u ase n ào ex ist em , p oi s o ú n i co m ot ivo su b si st en t e é a var i ab i l i d ad e d e en-
saio, u m a vez q u e o corpo- de- prova é f eit o co m o p r óp r io m at er i al d a est r u t u r a, daí r esu l t an d o
y ; = 1,0. Já as i n cer t ez as r ef er en t es ao co ef i ci en t e p ar cial su b si st em no caso d e ret irada d o s
corpos- de- prova d a est r ut ur a |á const r uíd a.

Desse m o d o , co m a ex t ração d os corpos- de- prova d o con cr et o ex ist ent e, é p ossível consider ar
y c J = 1,2, yc2 = l,0e = 1,08, logo

7'c = 7 C ; * 7 C2 * 7 c j = 1,2x 1,0x 1,08 = 1,3


tecnologiayxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
do concreto e/ truturol - tópico/ oplicodo/

Daí r esu l t an d o

flcd ~ ~ °> 62 X KaXi,min

p ar a est r u t u r as d e p o u ca i d ad e e

fjcd = 7 7 Ktl Ximin = 0,55 x KaXjmin

p ar a est r u t u r as an t i g as.
i erceira
Parte
Tópicos
referentes
ao estado limite
último de
compressão
do concreto
10. A t eor i zação do d im ensionam ent o
em r eg i m e de rupt ura

10.1 M odelos de cálculo para solicit ações com binadas


A prát ica at ual d e ver i f i cação da seg u r an ça d o concr et o est r ut ur al em r el ação a est ad os lim it es
últ im os d eco r r eu do co n h eci m en t o ex p er i m en t al d as co n d i çõ es d e rupt ura d os el em en t o s estru-
t urais sob ação d os d i f er en t es t ip os d e sol i ci t ações. De m o d o ger al, é m ai s d e se t em er a rupt ura
por ef ei t o d e sol i ci t ações t an g en ci ai s q u e por sol i ci t ações nor m ais, em vi r t u d e d a nat ureza f rágil
d as rupt uras por ci sal h am en t o, p or q uant o el as d eco r r em essen ci al m en t e da rupt ura d o concr et o,
o q u e t orna p ossível o colap so não avi sad o d as est rut uras.

Tend o em vist a esse risco, é pr incípio d e seg u r an ça do concr et o est r ut ur al q u e os est ad o s


lim it es últ im os d e sol i ci t ações t an g en ci ai s n ão d evam ocorrer an t es do su r g i m en t o de al g u m
est ad o lim it e d e sol i ci t ações n or m ai s cap az d e advert ir os usuár ios d a con st r u ção d a p r esença
d e si t u açõ es d e risco d e d an o s p essoais. Nesse sent i d o, os est ad os lim it es d eco r r en t es d e soli-
ci t açõ es d e flex ão, nas p eças em q u e haj a um b anz o com p r i m i d o e out r o t r aci on ad o, p er m it em
o al ar m e em r elação a est ad os d e pr ox im idade d e colap so, em vi r t u d e da fissuração ex ager ad a
d o b anz o t r aci on ad o.

Nessas co n d i çõ es, m esm o nas p r ox im id ad es d e est ad o s lim it es últ im os d e solicit ações nor-
m ais, é preciso q u e se m an t en h a a i n t eg r i d ad e d as p eças em r el ação ao s est ad o s lim it es últ im os
d evi d o s a f orças cor t an t es e à t orção.

O d i m en si on am en t o em r eg i m e d e rupt ura das p eças est rut urais sob ação d e solicit ações tan-
g en ci ai s som en t e é possível q uand o se ob t ém um co n h eci m en t o sat isfat ório a respeit o dos me-
canism os d e rupt ura das p eças est rut urais à flex ão, um a vez q u e os m od el os resist ent es de t reliça
d evem ser com p at íveis com o q u e ocor r e com as t en sões nor m ais nas seçõ es t ransversais.

10.2 Evolução dos m odelos de cálculo das seções f let idas


O cálculo das seçõ es f let idas, ao l ong o d os t em p os, f oi sen d o f eit o d e acor d o co m d i f er ent es
m o d el o s clássicos d e co m p o r t am en t o d o con cr et o est r ut ur al. Esses m o d el o s são d esi g n ad os por
est ád i o s I, II e III, e d ef i ni d os em f u n ção do p r esum ível d i ag r am a d e t en sõ es at u an t es no p l an o
d a seção t r ansver sal d e con cr et o; ver zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.2- a).

No est ád i o I, o concr et o ai n d a sup or t a t en sõ es d e t ração e t oda a seção d e concret o r esist e


à sol i ci t ação at u an t e. No est ád i o II, conta- se ap en as co m o concr et o co m p r i m i d o , no q ual se
ad m i t e u m a d ist r ib uição linear d e t en sões. No est ád i o III, d ef inid o p ela i m i n ên ci a d e rupt ura d a
z ona com p r i m i d a, adm it e- se u m d i ag r am a d e t en sõ es cu r vi l ín eo na z on a com p r i m i d a.
ESTÁDIO 1 ESTÁDIO 11 ESTÁDIO 111

'C1.U

•7

Estádios do concreto arm ado

Figura (10.2- a)

Par a ef ei t o d e cál cu l o e m r eg i m e d e r up t ur a, o d i ag r am a d e t en sõ es d e co m p r essão no está-


d i o III p r eci sa ser p ad r o n i z ad o .

Co m essa f i n al i d ad e, sem p r e ad m i t i n d o a h i p ó t ese d e m an u t en ção d a f o r m a p lana d a seção


t r an sver sal at é as p r o x i m i d ad es d a r up t ur a, o s d i f er en t es p esq u i sad o r es p r ocur ar am ad ap t ar o
d i ag r am a d e t en sõ es d e co m p r essão na seção t r an sver sal d as p eças f l et i d as ao s r esu l t ad o s d o s
en sai o s d e d et er m i n ação d o d i ag r am a t en são - d ef o r m ação d o co n cr et o . Esses en sai o s, p o r ém ,
n ão f aci l i t ar am o d esen vo l vi m en t o d e u m a t eor i a ú n i ca d e f lex ão, p o i s el es ap r esen t avam discre-
p ân ci as en t r e si, q u e co n d u z i r am às m ai s var i ad as f o r m u l açõ es d a lei co n st i t u t i va do co n cr et o
co m p r i m i d o , co m o m o st r ad o nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.2- b).

• € c c

€cco ^ cc.max ^ ccu

Diferentes diagramas tensão- deformaçâo admitidos para o concreto com prim ido

Figura (10.2- b)
As d i f er en t es t eo r i as d e f lex ão p r o p o st as a part ir d esses d i ag r am as t en são - d ef o r m ação f o r am
r el aci o n ad as por Lan g en d o n ck 5 '.

Um est u d o cr ít ico m i n u ci o so d as p r i n ci p ai s t eo r i as d e r up t ur a f oi f ei t o por A m ar al " . Al g u m as


d essas t eor i as cl ássi cas ap r esen t ar am i d éi as b ási cas q u e p er m an ecem vál i d as at é h o j e, não obs-
t an t e t er em el as ag o r a u m a j u st i f i cat i va ex p er i m en t al m ai s ab r an g en t e d o q u e na ép o ca e m q u e
f o r am p r o p o st as.

Em b o r a essas t eo r i as j á f o ssem co n h eci d as, o su r g i m en t o d e u m a t eo r i z ação su f i ci en t em en t e


cl ar a e si m p l es p ar a as ap l i caçõ es p r át i cas so m en t e o co r r eu co m o s t r ab al h o s d e Lan g en d o n ck .
As t eo r i as si m p l i f i cad as p r o p o st as por Lan g en d o n ck p ar a o cál cu l o d o co n cr et o ar m ad o no est á-
d i o III g an h ar am p l en a acei t ação d o m ei o t écn i co n aci o n al e se t o r n ar am d e em p r eg o generali-
z ad o por cer ca d e q u at r o d écad as d o sécu l o XX.

Em f ins d a d écad a d e 1970, f o r am i n t r o d u z i d as n as n o r m as b r asi l ei r as as h i p ó t eses d e u m a


n o va t eo r i a m ai s ab r an g en t e d e cál cu l o d o co n cr et o est r u t u r al em r eg i m e d e r up t ur a. Esta n o va
f o r m u l ação ser á an al i sad a e m m i n ú ci as m ai s ad i an t e.

Par a u m a vi são ab r an g en t e d a evo l u ção d essas i d éi as, anal i sam - se a seg u i r al g u m as d as teo-
rias cl ássi cas d o cál cu l o em r eg i m e d e r up t ur a.

a) Kazinczy (1933)
Ad m i t i n d o p eças d i t as su b ar m ad as, q u e são as q u e ch eg am ao esco am en t o d a ar m ad u r a d e
t r ação an t es d a r up t ur a d o co n cr et o co m p r i m i d o , Kaz i n cz v i J ad o t o u u m d i ag r am a r et ang ular d e
t en sõ es, co m t en são n a b or d a m ai s co m p r i m i d a i g u al à r esi st ên ci a à co m p r essão ob t i d a co m
corpos- de- prova ci l ín d r i co s; ver zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.2- c).

a ci , u = fc f.

J
71
a = — x
T* „ /
. 12
u

/
"7"

Rs = A s f y

Teoria de Kazinczy

Figura (10.2- c)

Par a co m p en sar o f at o d e q u e o ver d ad ei r o d i ag r am a d e t en sõ es a d ever i a ser cu r vi l ín eo ,


Kaz i n cz y m o d i f i co u a p o si ção d a r esu l t an t e / ? d as t en sõ es d e co m p r essão n o con cr et o. Adm i-
t i n d o p ar a essa r esu l t an t e u m a p o si ção i n t er m ed i ár i a en t r e as p o si çõ es r ef er en t es ao d i ag r am a
r et an g u l ar d e p r o f u n d i d ad ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
x u e ao d i ag r am a t r i an g u l ar d e i g u al r esu l t an t e e p r o f u n d i d ad e 2x u
f oi ad o t ad o en t ão o val o r

2x u 7
a = 2 2 3 12 X»

b) Bittner (1936)
Par a as t en sõ es d e co m p r essão n a seção t r an sver sal , Bit t ner 5 4 ad m i t i u u m d i ag r am a parábola-
r et ân g u l o . O t r ech o p ar ab ó l i co f oi ad m i t i d o at é a d ef o r m ação £ f ) = 1,5 x 10\ e o t r echo retan-
g u l ar at é a d ef o r m ação ú l t i m a £ f i, t o m ad a co m val o r es en t r e 3 x 10' e 7 x 10ver Figura
(10.2- d).
€ c1 u = 3 %o a 7 %o

4
X =xutsrponmlkifedcaMC
& a

Rc = a b x f c

Teoria de Bittner

Figura < 10.2- d)

Co n si d er an d o d ef o r m açõ es £ f Ju e n t r e 3 x 10 { e 7 x 10\ Bi t t n er d et er m i n o u o s r esp ect i vos


val o r es d e

Rc
a = = 0,833; 0,900; 0,927
bx-t

= — = 0,425; 0,452; 0,465


X

Em t o d o s esses casos, p ar a a p ar cel a RJx - a) d o m o m en t o r esi st en t e t em - se o valor

bx 2

Rc (x - a) ^ 0, 9bx - f c ( l - 0,45)x £

p r at i cam en t e i g u al ao q u e d eco r r er i a d o d i ag r am a u n i f o r m e d e t en sõ es C c .
c) Whit ney (1937)
Co n si d er an d o d i ag r am as t en sào - d ef o r m ação cu r vi l ín eo s, co m a p r esen ça d o r am o d escen-
d en t e, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.2- e), Wh i t n e y " ad m i t i u q u e el es p u d essem ser su b st i t u íd o s por d i ag r am as re-
t an g u l ar es d e m esm a r esu l t an t e. Tod avi a, co m o as p o si çõ es d as r esu l t an t es er am p r at i cam en t e
co i n ci d en t es, Wh i t n ey ad o t o u o s val o r es

ciM
a
= °> 8 5 f
c e ar.»/ ~ X /O
cal'*

4 °c m a x = f c ^

0 .8 5 f c

acal = x c al / 2

cal
x ef
Rc, cal - R c, ef

Teoria d e Whit ney


Figura (10.2- e)

Em b o r a n ão t en h a i n vest i g ad o o val o r d o en cu r t am en t o d e r up t ur a d o co n cr et o , Wh i t n ey con-


cl u i u q u e n ão h avi a i n t er esse e m sua d et er m i n ação p r eci sa, ad m i t i n d o q u e a p o si ção d a l i n h a
n eu t r a co r r esp o n d en t e à si m u l t an ei d ad e d a r up t ur a d o co n cr et o co m o esco am en t o d a ar m ad u r a
d e t r ação p u d esse ser ad o t ad a co m o val o r

Ç x = 1 = 0,537

i n d ep en d en t em en t e d a q u al i d ad e d o co n cr et o .

10.3 A hist ória do m oderno cálculo no est ádio III


A part ir d as t eo r i as an t er i o r m en t e ex i st en t es, Lan g en d o n ck 5 6 i n i ci o u o d esen vo l vi m en t o d o
cál cu l o n o est ád i o III, n o s m o l d es em p r eg ad o s p el as n o r m as b r asi l ei r as d esd e o su r g i m en t o d a
NB- 1, e m 1940, at é a r ef o r m u l ação f ei t a co m o ap ar eci m en t o d a NI3R- 6118:2003.

A n o va t eo r i a en t ão p r o p o st a ad m i t i a h i p ó t eses si m p l i íi cad o r as p ar a o est ád i o III, d escr i t as d a


seg u i n t e f o r m a:
"1) que é nula a resistência à tração do concreto;

2) que o aço tem módulo de elasticidade constante;

3) que a ruptura só ocorre quando as tensões atingem simultaneamente, no aço, o limi-


te de escoamento e, no concreto, os três quartos da resistência à compressão;

4) que a distribuição das tensões de compressão no concreto é uniforme."

Nessa t eo r i a i n i ci al , p ar a o caso d e vi g as si m p l esm en t e ar m ad as, ist o é, sem ar m ad u r a d e


co m p r essão , a t eo r i a ad m i t i a o esco am en t o d a ar m ad u r a t r aci o n ad a, d et er m i n an d o- se en t ão o
m o m en t o f let or ú l t i m o r esi st en t e p el a r up t ur a d o co n cr et o co m p r i m i d o , sem co g i t açõ es so b r e o
en cu r t am en t o d e r up t ur a d o co n cr et o , co m o i n d i cad o na Figura (10.3- a).

°c1 , u = 3/ 4fc •

Rc = b x f c

Rs = V y

ESTÁDIO III - ARM ADURA SIM PLES

Teoria inicial de Langendonck para armadura simples

Figura (10.3- a)

No caso d e p eças co m ar m ad u r a d e co m p r essão , essa t eor i a i n i ci al evi t ava a co n si d er ação


ex p l íci t a d o en cu r t am en t o d e r up t ur a d o co n cr et o , i n t r o d u z i n d o a h i p ó t ese su p l em en t ar d e q u e
a ar m ad u r a m ai s so l i ci t ad a, d e t r ação o u d e co m p r essão , est i vesse e m i n íci o d e esco am en t o .
Co m o se m ost r a n a Figura (10.3- b), essa i d éi a f oi i n t r o d u z i d a co m a co n si d er ação d a r el ação

_ d - x

co m

cr s= f y ou < ZYXLJHC
J[ = f y
d'
€ c1 * R'$ R' s = A ' s o ' s

ESTÁDIO III - ARMADURA DUPLA


Teoria inicial d e Langendonck para arm adura dupla
Figura (10.3- b)

Já n essa p r i m ei r a p r op ost a, Lan g en d o n ck ch am ava a at en ção p ar a a n ecessi d ad e d e se consi-


d er ar a r esi st ên ci a à co m p r essão d o co n cr et o co m u m val o r m en o r q u e o d a r esi st ên ci a m éd i a,
q u e na ép o ca er a o ú n i co val or a ser co n t r o l ad o .

Essa t eo r i a f oi i n co r p o r ad a ã p r i m ei r a ver são d a NB- 1, q u e se t o r n o u d e em p r eg o ob r i g at ór i o


em t o d as as o b r as r eal i z ad as p el o g o ver n o f ed er al e p el o s g o ver n o s est ad u ai s e m u n i ci p ai s, p or
m ei o d o Decr et o- Lei n. 2.773, d e 11 d e n o vem b r o d e 1940, p r o m u l g ad o por Get ú l i o Var gas.

Os p asso s seg u i n t es na evo l u ção d o cál cu l o d o co n cr et o ar m ad o em r eg i m e d e r u p t u r a"


f o r am d ad o s p o u co s an o s d ep o i s, co m u m a g en er al i z ação d o cál cu l o e m r eg i m e d e r up t ur a,
p el a f o r m u l ação d e u m a t eo r i a ap r o x i m ad a p ar a o cál cu l o d o m o m en t o d e f i ssu r ação das p eças
f let id as. Su r g i u assi m o cál cu l o d o m o m en t o d e fissuração no est ád i o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPON
ib, cu j as h i p ó t eses b ási cas
est ão ex p l i ci t ad as na Figura (10.3- c).

Det erm inação do m om ent o de fissuração - estádio Ib

Figura (10.3- c>


Post er i or m en t e, em 1950, Langend onck 5 8 co n so l i d o u a g en er al i z ação d o cálculo no est ád i o
III. Essa g en er al i z ação f oi i n cor p or ad a ã ver são d e 1950 da NB- 1 59.

Nessa ver são, er am ad m i t i d as as m esm as q uat r o h i p ót eses ant er i or es, acr escent ando- se ou-
tras t rês. Assim , f oi est ab el eci d a a seg u i n t e h i p ó t ese r ef er en t e ao concr et o:

"5) na falta de determinação ex perimentai o encurtamento de ruptura do concreto será


tomado igual a 0,15 °/ oo".

Nessa ép o ca, para o d i m en si o n am en t o d as p eças est r ut ur ais ai n d a era u su al m en t e especifi-


cad o o est ád i o II, perm it indo- se, t od avia, o est ád i o III, em t od os o s casos d e flex ão sim p les ou
co m p o st a, para q uai sq uer t ipos d e est r ut ur as, inclusive para as p ont es.

O em p r eg o g en er al i z ad o do est ád i o III no Brasil l evo u a u m a inver são d as ex i g ên ci as da NB- 1.


De acor d o com a NB1/ 60 60 , o cál cu l o das p eças fletidas p assou a ser n o r m al m en t e f eit o no está-
d i o III, perm it indo- se, en t ão, co m o alt er nat iva t oler ável, o cálculo no est ád i o II.

Para a g en er al i z ação d o em p r eg o d o est ád i o III, al ém d as co n d i çõ es an t er i or es, foram admi-


t idas as seg u i n t es h i p ó t eses r ef er en t es às ar m ad u r as:

"6) a tensão na armadura de tração permanece constante a partir da tensão de escoa-


mento real ou convencional;

7) a tensão na armadura de compressão, na ocasião da ruptura, é igual ao limite mínimo


especificado para a categoria do aço empregado, desde que a distância do centro
de gravidade da referida armadura à borda comprimida da seção transversal seja no
máx imo igual ã metade da distância da linha neutra à mesma borda".

Al ém d essas al t er ações, d u as out r as f or am int r oduzidas nas co n d i çõ es d e seg ur ança. A rup-


tura d o concr et o p assou a ser con si d er ad a co m o um valor al eat ór i o, adot ando- se um a d ef i ni ção
q u e p r et end ia ser o da r esi st ênci a car act er íst ica f tk h o j e em dia con si d er ad a.

Um a t en são d e com p r essão igual a esse valor er a ad m i t i d a co m d ist r ib uição unif or m e na z o n a


com p r i m i d a d as seçõ es fletidas, não se t o m an d o val or es su p er i or es a 22 MPa.

Al ém disso, na flex ão com p ost a, er am al t er ad os os co ef i ci en t es d e seg u r an ça ou, en t ão, o


m o m en t o da r esul t ant e d as t en sõ es d e com p r essão no concr et o em r el ação ao cent r o d e gra-
vi d ad e d a ar m ad u r a t r acionad a n ão ser ia t o m ad o co m valor sup er ior a 3/ 4 do q u e se ver if icar ia
co m a h i p ó t ese ex t r em a d e q u e a z on a com p r i m i d a se est en d esse a t oda a alt ura útil da seção
t ransversal.

Esta últ im a r est r ição f oi o início d e u m a sér i e d e t ent at ivas d e se est ab el ecer u m a t eoria g er al
d e cálculo no est ád i o III, q u e p u d esse ser em p r eg ad a i n co n d i ci o n al m en t e para qualquer f or m a
d e seção t r ansver sal e para q u ai sq u er co m b i n açõ es d e m o m en t o s fletores e f or ças norm ais, in-
cl u si ve na flex ão ob líq ua com p ost a. Est e ob j et i vo, p or ém , so m en t e f oi al can çad o m ais d e u m a
d écad a d ep oi s, co m acei t ação uni ver sal da t eoria g er al d e flex ão est ab el eci d a por Rüsch, ad i an t e
an al i sad a.
10.4 As condições t eóricas para a f orm ulação
de um a t eoria geral d e f lexão
As i d éi as essen ci ai s p ar a a f o r m u l ação d e u m a ver d ad ei r a t eo r i a g er al d e f lex ão d o co n cr et o
est r u t u r al em r eg i m e d e r up t ur a f o r am p el a p r i m ei r a vez cl ar am en t e co n si d er ad as d e f or m a glo-
bal no p l an ej am en t o d e en sai o s r eal i z ad o s por Rüsch 6 '.

Par a isso, co m o ad i an t e se escl ar ece, o s en sai o s f o r am r eal i z ad o s p r i n ci p al m en t e co m corpos-


de- prova su b m et i d o s ã f lex ão co m p o st a, p r o vi d o s d e ar m ad u r as q u e n ão ch eg avam necessar ia-
m en t e ao esco am en t o an t es d a r up t ur a d o co n cr et o co m p r i m i d o .

Co m essas p r ecau çõ es, f oi p o ssível en t en d er a r az ão d as d i scr ep ân ci as o b t i d as co m as inves-


t i g açõ es at é en t ão r eal i z ad as, q u e l evar am à ex i st ên ci a d e d i f er en t es t eo r i as d e f lex ão, q u e em
m u i t o s asp ect o s er am co n f l i t an t es en t r e si.

A i m p o r t ân ci a d esse n o vo t i p o d e en sai o f ica b em sal i en t ad a p el o s r esu l t ad o s co n t r ad i t ó r i o s


o b t i d o s por d i f er en t es p esq u i sad o r es r ef er en t es ao en cu r t am en t o ú l t i m o ( Z c í J d o co n cr et o n a
b or d a m ai s co m p r i m i d a d as seçõ es t r an sver sai s fletidas, em f u n ção d a r esi st ên ci a à co m p r essão
( f j d et er m i n ad a co m o s u su ai s corpos- de- prova ci l ín d r i co s d e co n t r o l e.

AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.4- a) r ep r o d u z d ad o s el ab o r ad o s por Mo g n est ad , j á d i vu l g ad o s en t r e n ó s há m u i t o
t em p o 6 2 , a r esp ei t o d o en cu r t am en t o ú l t i m o d o co n cr et o d a b o r d a m ai s co m p r i m i d a das seçõ es
f let id as.

€ C1 .U < 1 %0 >

6
SALIGER

3
DTZAEG

> f c (MPa)
7 14 21 28 35 42

Diferentes resultados ex perimentais (Hognest ad)

Figura (10.4- a)
Par a en t en d er a ex i st ên ci a d e t ai s r esu l t ad o s co n t r ad i t ó r i o s, t o d o s el es o b t i d o s por pesquisa-
d o r es i d ô n eo s, co m o b em sal i en t ava Rü sch em su as au l as, é n ecessár i o escl ar ecer as seg u i n t es
i d éi as b ási cas:

a) O d i ag r am a t en são - d ef o r m ação d o co n cr et o é i n f l u en ci ad o t ant o por su a i d ad e, q u e af et a a


m at u r ação e a r et r ação, q u an t o p el a d u r ação d o car r eg am en t o , q u e af et a a fluência, co m o
m o st r ad o n azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.4- b).
t = IDADE DO CONCRETO

A t = DURAÇÃO DO CARREGAMENTO

f c t = RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO COM A IDADE t NUM ENSAIO RÁPIDO ( A t S 10 MIN)

A t = DURAÇÃO DO ENSAIO

Influência da duração do carregam ent o

Figura (10.4- b)

b) O d i ag r am a d e t en sõ es a at u an t es na z o n a co m p r i m i d a d a seção t r an sver sal f let id a de-


p en d e d a hi st ór i a d o car r eg am en t o . El e n ão fica d et er m i n ad o ap en as p el o co n h eci m en t o
d o en cu r t am en t o ú l t i m o d o co n cr et o (Ecl J na b o r d a m ai s co m p r i m i d a d a seção su b m et i d a
à f lex ão, e d a r esi st ên ci a à co m p r essão ( f j o b t i d a em en sai o s r áp i d o s d e corpos- de- prova
ci l ín d r i co s co m a m esm a i d ad e q u e a d a p eça r o m p i d a à f lex ão.

c) O p r o b l em a d a d i st r i b u i ção d e t en sõ es na seção t r an sver sal d as p eças f l et i d as é essenci al -


m en t e h i p er est át i co . Co m o ex em p l o , con si d er e- se a seção r et an g u l ar si m p l esm en t e arm a-
d a d a Figura (10.4- c), su b m et i d a à f lex ão si m p l es.

€Cl,U °c1,u

d
— m —
x = £'d

/
y
/ m m m __

ct f c
,

H z
• 4-

/
/

€s

Parâm etros na flexão simples da seção simplesmente armada

Figura (10.4- c)
Admita- se q u e o diagram a d e t en sões d e com p r essão fique def inido por m ei o d e 2 parâme-
tros: do coef icient e d e bloco (X, q u e d et er m ina a result ant e R^ e do parâm et ro q u e det erm ina
a posição da result ant e por m ei o da p r of und id ad e £'x .

Para a d et er m i nação do m om en t o fletor últ im o M , são disponíveis as 3 eq u ações seguint es:

I a ) Com pat ibilidade d e d ef or m ações: l £ Ll


x d-x
2 a ) Equilíbrio d e forças ax iais:yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRONMLKJHECA
Rc = R.

ond e i pc — scí u = depende do diagrama tensào- deformaçào do aço empregado.


x

3 a ) Equilíbrio d e m om ent os:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


Mu = Rr . z

ou seja, Mu = af cbx • (d - Ç' x ) .

Desse m od o, as 3 con d i ções d e flex ão da seção consid er ad a são u n i vocam en t e d et er m inad as


por 5 var iáveis: Mu , x , 8 flu , a,

O problem a é, port ant o, hip er est át ico.

Para sua solução, d evem ser ad m it id as out ras hip ót eses sim plif icadoras.

Nas t eorias an t er i or m en t e propost as, era sem p r e arbit rado o diagram a d e t ensões a , com o
q u e ficavam fix ados os valor es d e a e Um ex em plo dessa nat ureza é r ep r esent ad o pela hipó-
t ese do diagram a unif or m e das t ensões na região com p r im id a da seção t ransversal.

As i n coer ên ci as dessas t eor ias passavam d esp er ceb id as, pois os ensai os para com prová- las
er am sem p r e realizados com vigas subarm adas, com ar m ad ur a sim ples, subm et idas à flex ão
sim ples.

Com t ais ensaios, ocor r end o o escoam en t o da arm adura t racionada ant es da rupt ura do con-
cret o, d esap ar ece a inf luência da var iável 6 r f u n , não sen d o en t ão necessár io det erm inar o alon-
g am ent o £ s da arm adura.

Por out ro lado, na flex ão sim ples, com p eq u en as p r of und id ad es da linha neut ra, fica m uit o
am or t ecid a a inf luência das possíveis var i ações d e a e o q u e conduz à acei t ação cas m ais
var iadas hip ót eses quant o à f orm a do diagram a d e t ensões G ,

Um a t eoria geral da flex ão q u e possa perm it ir o cálculo sat isf at ório em r egim e d e ruptura, d e
q ualq uer seção t ransversal, subm et ida a quaisquer co m b i n açõ es d e solicit ações norm ais, d eve
port ant o est ar b asead a em ensai os d e flex ão com p ost a, sem q u e a ar m ad ur a com prim ida est ej a
em escoam ent o.
10.5 As condições de ensaio para a f orm ulação
de um a t eoria geral da f lexão
Os en sai o s n ecessár i o s ao est ab el eci m en t o d e u m a t eo r i a g er al d e f lex ão d o co n cr et o estru-
t ural d ev em r esp ei t ar as seg u i n t es co n d i çõ es:

a) Os car r eg am en t o s d ev em ser d e l o n g a d u r ação , p ar a q u e se m an i f est em o s ef ei t o s d a


f l u ên ci a e d a m i cr o f i ssu r ação d o co n cr et o .

b) As m áq u i n as d e en sai o d ev em p er m i t i r a d et er m i n ação co m p l et a d o d i ag r am a t ensão-


d ef o r m ação d o co n cr et o , t an t o d o seu r am o ascen d en t e q u an t o d o r am o d escen d en t e; ver zyxwvutsrqpo
Figura (10.5- a).

Diagrama tensão- deformação sob carregam ent o d e longa duração

Figura (10.5- a)

As p r en sas d e en sai o en t ão u su al m en t e em p r eg ad as n o s en sai o s t ecn o l ó g i co s do co n cr et o


er am m áq u i n as d e velocidade de carga controlada. Co m el as, ap licam - se car g as cr escen t es a
corpos- de- prova su b m et i d o s a d ef o r m açõ es t am b ém cr escen t es.

Qu an d o é at i n g i d a a m áx i m a t en são d e co m p r essão 0 mn q u e o corpo- de- prova p o d e su p or t ar ,


o co r r e a sua d esi n t eg r ação , p o r q u e o co n cr et o so m en t e co n seg u i r i a p er m i t i r en cu r t am en t o s ain-
d a m ai o r es se a car g a f osse co n co m i t an t em en t e r ed u z i d a, co m o se m ost r a na Figura (10.5- a).

Par a a d et er m i n ação d o r am o d escen d en t e d o d i ag r am a é n ecessár i o em p r eg ar m áq u i n as d e


velocidade de deformação controlada. Nessas m áq u i n as, o corpo- de- prova é su b m et i d o a defor-
m açõ es cr escen t es, sen d o au t o m at i cam en t e aj u st ad a a car g a ap l i cad a ao corpo- de- prova.

At u al m en t e j á são co m u n s as m áq u i n as el et r o n i cam en t e co n t r o l ad as q u e p er m i t em o en sai o


co m d ef o r m ação co n t r o l ad a. Tod avi a, sem el as, a d et er m i n ação d o r am o d escen d en t e p o d er i a
ser f ei t a m esm o co m eq u i p am en t o s u su ai s d e co n t r o l e m ecân i co , d esd e q u e f ossem ad o t ad o s
ar r an j o s d e en sai o co m o o i n d i cad o n a Figura (10.5- b).

Em cad a i n st an t e, fica co n h eci d a a f or ça ef et i vam en t e ap l i cad a ao corpo- de- prova d e concr e-


t o, d et er m i n an d o - se a p ar cel a d a f or ça t ot al Fq u e é r esi st i d a p el a est r u t u r a aux iliar , q t e p ar a isso
é p r evi am en t e cal i b r ad a por m ei o d e ex t en sõ m et r o s.
ESTRUTURA
AUXILIAR
CALIBRADA

CORPO- DE-
PROVA DE
CONCRETO

Mont ag em de ensaio d e deform ação controlada

Figura (10.5- b)

c) No s en sai o s d e l o n g a d u r ação , d eve p er m an ecer co n st an t e a so l i ci t ação i m p o st a ao corpo-


de- prova. Assi m , se o en sai o d eve ser d e co m p r essão u n i f o r m e, as t en sõ es d evem perm a-
n ecer u n i f o r m em en t e d i st r i b u íd as ao l o n g o d e t od a a d u r ação d o en sai o .

Par a q u e as d ef o r m açõ es i m p o st as ao corpo- de- prova p er m an eçam ao l o n g o d o t em p o sem -


pr e i g u al m en t e d i st r i b u íd as, é n ecessár i o cor r igir r ep et i d am en t e a p o si ção d a r esu l t an t e d o s
esf o r ço s ap l i cad o s, p o i s a al eat o r i ed ad e d as d ef o r m açõ es por fluência t en d e a m u d ar essa posi-
ção . Par a isso, a p o si ção d a car g a ap l i cad a ao corpo- de- prova d eve p o d er ser al t er ad a, est an d o o
corpo- de- prova sob car g a, co m o m o st r ad o nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (10.5- c), q u e ilust r a o p r i n cíp i o d e f unciona-
m en t o d a m áq u i n a d e Rasch em p r eg ad a por Rüsch. En sai o s d est a n at u r ez a f o r am r eal i z ad os p ar a
a d et er m i n ação d os ef ei t o s d a car g a d e l o n g a d u r ação m o st r ad o s n as Figuras (9.4- b) e (9.4- c).
V/ / / / / A
ROLAMENTOS
tV -
/////A

^ /
f0
y

V/ / / A
ESSSSSSSI
V/ / / / / / / X MÊL
Princípio d e funcionam ento da máquina d e Rasch (segundo Rüsch)

Figura (10.5- c)
11. O encurt am erit o últ im o do concret o

11.1 Diagramas t ensão-def orm ação do concret o


Real i z an d o en sai o s d e co m p r essão u n i f o r m e co m d i f er en t es vel o ci d ad es d e d ef o r m ação , fo-
r am o b t i d o s r esu l t ad o s co m o o s m o st r ad o s n azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (11.1- a).

a c = TENSÃO DE COMPRESSÃO ATUANTE NO ENSAIO DE LONGA DURAÇÃO

Diagram as tensão- deformação considerando o efeito das cargas d e longa duração (Rüsch)

Figura (11.1- a)

De m o d o g er al , o s r esu l t ad o s d ep en d em n ão so m en t e d as p r o p r i ed ad es f ísi cas d a m i st ur a


e d a i d ad e d o co n cr et o no i n st an t e d o i n íci o d o car r eg am en t o , m as t am b ém d a vel o ci d ad e d e
car r eg am en t o .

À m ed i d a q u e o en sai o d e co m p r essão se t or n a m ai s l en t o , ob ser va- se a r ed u ção d a resist ên-


ci a em r el ação à r esi st ên ci a p o t en ci al f (l que é o b t i d a em u m en sai o r áp i d o, r eal i z ad o n o i n st an t e
d a r up t ur a n o en sai o d e l o n g a d u r ação .

Fica, p o r t an t o , p r o vad o o ef ei t o d el et ér i o d as car g as d e l o n g a d u r ação so b r e a r esi st ên ci a d o


co n cr et o .

Par al el am en t e à d i m i n u i ção d a r esi st ên ci a co m o t em p o d e car g a, t am b ém se o b ser va o au-


m en t o d a i m p o r t ân ci a d o r am o d escen d en t e d o d i ag r am a t en são - d ef o r m ação .
No s en sai o s d e l o n g a d u r ação , al ém d as d ef o r m açõ es d e n at u r ez a el ast o p l ást i ca, : am b ém se
m an i f est am d ef o r m açõ es p or fluência e r et r ação d o co n cr et o .

As d ef o r m açõ es d o co n cr et o co n si d er ad as co m o d e n at u r ez a p l ást i ca são em g r an d e p ar t e d e


n at u r ez a p seu d o p l ást i ca, q u e d eco r r em d e u m p r o cesso d e m i cr of i ssu r ação d a est r u t u r a i n t er n a
d o m at er i al .

Par a q u e o s r esu l t ad o s d o s en sai o s d e l o n g a d u r ação p o ssam ser em p r eg ad o s n o d esenvolvi-


m en t o d e u m a t eor i a g er al so b r e a f lex ão, é p r eci so q u e o s d i ag r am as t en são - d ef o r m ação sej am
t r açad o s em f u n ção d as r esp ect i vas r esi st ên ci as o b t i d as em en sai o s r áp i d o s co r r esp o n d en t es a
u m a m esm a i d ad e p ad r ão co n ven ci o n al .

Tr ad i ci o n al m en t e, o s co n cr et o s t êm as r esi st ên ci as aval i ad as ao s 28 d i as d e i d ad e, p o i s é
essa a r esi st ên ci a esp eci f i cad a n o p r o j et o est r u t u r al . Esses val o r es são r ep r esen t ad o s p el o
sím b o l o í c2 8 .

Nas i n vest i g açõ es r eal i z ad as p or Rüsch, a i d ad e- p ad r ão d e r ef er ên ci a p ar a a r esi st ên ci a d o


co n cr et o f oi t o m ad a co m 56 d ias, co m a f i n al i d ad e d e se d i m i n u i r a var i ab i l i d ad e d a r esi st ên ci a,
e m vi r t u d e d o m ai or g r au d e m at u r ação d o s corpos- de- prova. Essas r esi st ên ci as, ob t i d as em en-
sai o s r áp i d o s ao s 56 d i as d e i d ad e, são r ep r esen t ad as por f c5 6 .

Qu an d o se p r et en d e ex p licit ar t ant o o ef ei t o d as car g as d e l o n g a d u r ação q u an t o o d a matu-


r ação d o co n cr et o , o s r esu l t ad o s ex p er i m en t ai s t am b ém p o d em ser r ep r esen t ad o s er r f u n ção d e
u m a r esi st ên ci a co n ven ci o n al , d o t i p o ( 2 8 , co m o m o st r a azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHG
Figura (11.1- b).

Diagramas tensão- deformação considerando os efeitos das cargas


de longa duração e da maturação do concreto
Figura (11.1- b)
Nest a r ep r esen t ação , f i cam sal i en t ad o s o s d o i s f en ô m en o s, o d a q u ed a d e r esi st ên ci a p el a
car g a d e l o n g a d u r ação e o d o au m en t o d a i m p o r t ân ci a d o r am o d escen d en t e d o d i ag r am a
t en são - d ef o r m ação co m a d i m i n u i ção d a vel o ci d ad e d e d ef o r m ação .

No t e- se q u e a r esi st ên ci a o b t i d a n o en s ai o r áp i d o co m a v e l o c i d a d e d e d ef o r m aç ão d e zyxwvutsrqponm
1 x 7 0 ' 3 / m in co r r esp o n d e ao val o r d e f c 56 , sen d o m ai o r q u e a r esi st ên ci a- p ad r ão u su al f , 8 , u m a
vez q u e est es corpos- de- prova j á t i n h am a i d ad e d e 56 d i as n o i n íci o d o car r eg am en t o .

112 Diagram a ef et ivo de t ensões na seção t ransversal


Par a a d et er m i n ação d o d i ag r am a d e t en sõ es ef et i vas na z o n a co m p r i m i d a d a seção trans-
ver sal d e u m a p eça f let id a, é p r eci so co n si d er ar q u e as d i f er en t es f ibras l o n g i t u d i n ai s são t o d as
d ef o r m ad as d e m o d o si m u l t ân eo e, co m o co n seq ü ên ci a, as vel o ci d ad es d e d ef o r m ação d as
d i f er en t es f ibras var i am na m esm a p r o p o r ção q u e as o r d en ad as d o d i ag r am a d e d ef o i m açõ es
l o n g i t u d i n ai s e , co m o m o st r ad o na Figura (11.2- a).

Nessa figura são m o st r ad as as t en sõ es a d a z o n a c o m p r i m i d a d e u m a vi g a en s ai ad a ao s


t d i as d e i d ad e, cu j o c ar r eg am en t o t ev e d u r aç ão d e 1 h o r a, p r o v o c an d o a d ef o r m aç ão má-
x i m a £ = 5 x W 3 n o f inal d o car r eg am en t o .

Det erm inação das tensões efetivas em uma seção transversal fletida, cuja borda mais
com prim ida t em a deform ação £ , = 5 x 10'*, para a duração do carregam ent o d e 1 hora
Figura (11.2- a)

Ad m it ind o- se a h i p ó t ese d e Rasch 6 í , d e q u e as r el açõ es t en são - d ef o r m ação d as f ibras d as


p eças f let id as sej am as m esm as q u e as d ad as p el o s d i ag r am as t en são - d ef o r m ação d et er m i n ad o s
em en sai o s d e co m p r essão u n i f o r m e co m as r esp ect i vas vel o ci d ad es d e d ef o r m ação , p od e- se
con st r u i r , p o n t o a p o n t o , o d i ag r am a ef et i vo d e t en sõ es n o r m ai s d o b an z o co m p r i m i d o d as pe-
ças f let id as.
D c p o sse d o d i ag r am a d e t en sõ es n o r m ai s no p l an o d a seção t r an sver sal , u m a vez co n h eci d a
a f or m a d essa seção , pode- se cal cu l ar a r esu l t an t e d e co m p r essão R e a p o si ção d essa result an-
t e, co n f o r m e m o st r ad o nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
figura (11.2- b).

Diagrama d e tensões efetivas na seção transversal para diferentes velocidades de carregam ento
Figura (11.2- b)

11.3 Det erm inação do encurt am ent o últ imo


Par a u m a d ad a f o r m a d e seção t r an sver sal e u m a d et er m i n ad a p r o f u n d i d ad e x d a l i n h a neu-
t ra, co m u m a d ad a ar m ad u r a d e seção / V d e t i p o co n h eci d o , p ar a d i f er en t es val o r es d a defor-
m ação ex t r em a 8 , e p ar a d i f er en t es vel o ci d ad es d e d ef o r m ação , ob t êm - se d i f er en t es d i ag r am as
d e t en sõ es d e co m p r essão , o s q u ai s d et er m i n am d i f er en t es co n d i çõ es d e sol i ci t ação d e flex ão
co m p o st a na seção t r an sver sal co n si d er ad a.

De m o d o g er al , n o co n cr et o est r u t u r al as so l i ci t açõ es d e flex ão co m p o st a são m ai s b em repre-


sen t ad as p el a f or ça n o r m al aco m p an h ad a d o m o m en t o fletor M r ef er i d o ao cen t r o d e g r avi d ad e
d a ar m ad u r a d e t r ação.
Co m a n o t ação em p r eg ad a nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (11.2- b), p ar a cad a u m a d as si t u açõ es co n si d er ad as
ob t êm - se o s val o r es

N = R(- AS* Í

Ms= Rc(d- £'x ) ,

o n d e a t en são <5s na ar m ad u r a fica i n t ei r am en t e d et er m i n ad a por x e £ r

No caso d e seçõ es r et an g u l ar es, t em - se

Ms= bx - af c (d - £ ' x )

r esu l t an d o p ar a o m o m en t o f let or r ed u z i d o o val o r

M,
ih xwutsrponmligfedcaXUTSPMLHFECBA
=
bd f
2

Par a u m a m esm a p r o f u n d i d ad e x d a l i n h a n eu t r a e u m a m esm a d u r ação At d o car r eg am en t o ,


o s r esu l t ad o s o b t i d o s co m d i f er en t es val o r es d o en cu r t am en t o £ , d a b or d a m ai s co m p r i m i d a
cl
est ão m o st r ad o s n a Figura (11.3- a).

5
f MS =
Mc Ac í
bd 2 f.

DURAÇÃO A t = CONSTANTE

PROFUNDIDADE DE LINHA NEUTRA


X = CONSTANTE

%J
t/í
ec
o

S
<
<3 •
T
szyxwvutsrqponmljihgfedcbaZXVUTSRQPONMLKIHGFEDCBA
§
u I
* € c1 (6%o)

VARIAÇÃO DO MOMENTO RESISTENTE EM FUNÇÃO DE €c1 PARA


A MESMA DURAÇÃO A t DO PROCESSO DE CARREGAMENTO

Det erm inação do encurt am ent o último para uma dada velocidade d e carregam ent o

Figura (11.3- a)
Se essa seção t r an sver sal f o sse a seção cr ít ica d e u m a p eça est r u t u r al su b m et i d a a u m carre-
g am en t o cr escen t e, a cad a val o r d e ji^ ap l i cad o n as co n d i çõ es esp eci f i cad as p ar a x ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
At, corres-
p o n d er i a u m a d ef o r m ação ex t r em a £ c l , d ad a por est e d i ag r am a d a Figura (11.3- a).

Ob vi am en t e, co m o o m o m en t o f let or cr escen t e co m o au m en t o d o car r eg am en t o so m en t e


p o d e ch eg ar at é o vér t i ce d o d i ag r am a, at i n g i n d o- se en t ão u m a si t u ação ú l t i m a, conclui- se q u e a
co r r esp o n d en t e d ef o r m ação m áx i m a £ f d ef i n e o val o r d e £ . Jo r ef er en t e à p r o f u n d i d ad e d a l i n h a
n eu t r a e à vel o ci d ad e d e car r eg am en t o co n si d er ad as.

Na Figura (11.3- b), est ão m o st r ad o s o s r esu l t ad o s o b t i d o s p or Rü sch an al i san d o seçõ es retan-


g u l ar es, t o d as co m / . 6 = 21 MPa e x / d = 0,40, p ar a d i f er en t es vel o ci d ad es d e car r eg am en t o .

A t = 1 ano

0.27

0. 26

0.25

DETERMINAÇÃO DO ENCURTAMENTO ÚLTIMO (RÜSCH)

Determ inação do encurt am ent o último considerando diferentes velocidades d e carregam ent o

Figura (11.3- b)

Co m o n ão se sab e a prioriqual a vel o ci d ad e d e car r eg am en t o m ai s d esf avo r ável , para t or nar o


en cu r t am en t o ú l t i m o £ , f u i n d ep en d en t e d o p r o cesso d e car r eg am en t o , é p r eci so ad ot ar o val o r
co r r esp o n d en t e ao m ín i m o d o s m áx i m o s m o m en t o s fletores ú l t i m o s cal cu l ad o s co m d i f er en t es
vel o ci d ad es d e car r eg am en t o .
11.4 Generalização dos result ados
Par a o est ab el eci m en t o d e u m a t eo r i a g er al d e f lex ão, o s r aci o cín i o s an t er i o r es p r eci sam ser
g en er al i z ad o s e m f u n ção d a p r o f u n d i d ad e d a l i n h a n eu t r a e d a f or m a d a seção t r ansver sal.

Os r esu l t ad o s o b t i d o s por Rüsch est ão m o st r ad o s n as f i g u r as seg u i n t es, e o s co r r esp o n d en t es


d i ag r am as d e t en sõ es d e co m p r essão est ão ap r esen t ad o s no i t em seg u i n t e, n azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVU
Figura (12.1- a).

Na Figura (11.4- a) est ão m o st r ad o s o s r esu l t ad o s r ef er en t es às seçõ es T, r et an g u l ar es e trian-


g u l ar es, co m p o si çõ es d a linha n eu t r a d esd e pr óx im as à b or d a m ai s co m p r i m i d a at é próx im as à po-
si ção d a ar m ad u r a m ai s t r aci on ad a, cheg and o- se a val o r es d o en cu r t am en t o ú l t i m o n o int er valo

2x10 xutsrponmlkifedcaMC
3 < €cí u < 5x 10'3

INTERVALO DE

INFLUÊNCIA DA FORMA DA SEÇÃO TRANSVERSAL E


DA POSIÇÃO DA LINHA NEUTRA

Intervalo d e variação geral do encurt am ent o último no caso da seção apenas parcialm ente comprimida
Figura (11.4- a)

Ob ser ve- se, t o d avi a, q u e p ar a as ap l i caçõ es n ão há n ecessi d ad e d o co n h eci m en t o d e Zctu


co m g r an d e p r eci são .

De f at o, co n si d er an d o o ex em p l o d a Figura (11.3- b), m esm o p ar a a si t u ação d e m aior incer-


t ez a, co r r esp o n d en t e à d u r ação d e car r eg am en t o A í m i n u t o s, o s d i f er en t es val o r es d e £ cl (/
q u e var i am ap r o x i m ad am en t e en t r e 2 x 10 1 e 4 x 10 \ l evam , co m d i f er en t es p o si çõ es da l i n h a
n eu t r a, a u m a d i f er en ça, en t r e o m áx i m o e o m ín i m o m o m en t o s f l et or es ú l t i m o s cal cu l ad o s, n ão
su p er i o r a 1 0 %.
D esse m o d o , an al i san d o o s r esu l t ad o s m o st r ad o s n azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHG
Figura (11.4- a), co r r esp o n d en t es às
si t u açõ es e m q u e a l i n h a n eu t r a co r t a a seção t r an sver sal , é r az o ável acei t ar o val o r m éd i o
£ u = 3,5 x 1&3 p ar a t o d o s o s caso s p o ssívei s.

Qu an d o a l i n h a n eu t r a n ão co r t a a seção t r an sver sal , est an d o t od a el a co m p r i m i d a, pode- se


acei t ar a var i ação l i n ear d e £ u co m a p r o f u n d i d ad e d a l i n h a n eu t r a x t / ad m i t i n d o o valor- lím it e
£ = 2,0 x 10 s, n o caso d e co m p r essão u n i f o r m e; ver Figura (11.4- b).

UNHA NEUTRA CORTANDO

Encurt am ent o último com a seção inteiram ente comprimida


Figura (11.4- b)
12. A f o r m a do diagram a d e t ensões d e com pressão

12.1 O diagrama parábola-ret ângulo


No i t em 11 f oi m o st r ad o co m o con st r u i r , p o n t o a p on t o, o d i ag r am a d e t en sõ es n o r m ai s na
z o n a co m p r i m i d a d a seção t r an sver sal d as p eças f let idas. Par a isso, er a n ecessár i o co n h ecer o s
d i ag r am as t en são - d ef o r m açào d o co n cr et o su b m et i d o a d i f er en t es vel o ci d ad es d e d ef o r m ação ,
b ast an d o en t ão i m p or o t em p o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
At d e d u r ação d o car r eg am en t o d a p eça f let ida, b em co m o o
d i ag r am a d e d ef o r m ação d a seção t r an sver sal a ser at i n g i d o n esse t em p o A í esp eci f i cad o , t u d o
a part ir d a m esm a i d ad e i d o co n cr et o .

Lm u m a d ad a seção t r an sver sal , p ar a cad a p o si ção d a l i n h a n eu t r a e p ar a cad a valor d a de-


f o r m ação n a b or d a m ai s co m p r i m i d a, r esu l t a cer t o m o m en t o flet or r esi st en t e. Var i an d o o encur-
t am en t o d a b or d a m ai s co m p r i m i d a, ob t êm - se d i f er en t es m o m en t o s r esi st en t es, cu j o m áx i m o
d ef i n e o en cu r t am en t o ú l t i m o £ l t / co m o m o st r ad o na figura (11.3- a).

A g en er al i z ação m o st r ad a n a Figura (11.4- a), r ef er en t e a r esu l t ad o s d e seçõ es T, r et an g u l ar es


e t r i an g u l ar es co m d u as p r o f u n d i d ad es ex t r em as d a l i n h a n eu t r a, f oi el ab o r ad a co m a h i p ó t ese
d e q u e a d u r ação A í d o s car r eg am en t o s f o sse, p ar a t o d o s el es, d e 1 h or a. Na Figura (12.1- a)
est ão m o st r ad o s esses d i ag r am as d e t en sõ es, b em co m o o s co r r esp o n d en t es d i ag r am as d e de-
f o r m açõ es.

€ c 1 u = 3,0%» = 3,8 %o

= 4.8 %o i o

Deform ações e tensões na ruptura para valores ex trem os d e £ = x jd e At = 1 hora


Figura (12.1- a)

Na Figura (12.1- b), t o d o s o s d i ag r am as an t er i o r es f o r am su p er p o st o s, m ost r and o- se q u e o dia-


g r am a p ar áb ol a- r et ân g u l o, co m o t r ech o r et an g u l ar d e p r o f u n d i d ad e 3/ 7 x, f o r m a u m a en vo l t ó r i a
su f i ci en t em en t e p r eci sa p ar a as ap l i caçõ es p r át i cas.
Not e- se q u e m esm o n o caso p ar t i cu l ar d a seção t r i an g u l ar , co m a l i n h a n eu t r a próx im a d a
b or d a co m p r i m i d a (Ç u A —' • 0), o s er r o s co m et i d o s na est i m at i va d a r esu l t an t e d as t en sõ es d e
co m p r essão n ão af et am si g n i f i cat i vam en t e a d et er m i n ação d o m o m en t o fletor r esi st en t e.

Envoltória dos diagramas d e tensões - Carregam ent o com duração zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTS


At yxvtsrponmljihgfdcbaZYXVUTSRON
= 1 hora

Figura (12.1- b)

list es m esm o s r esu l t ad o s est ão m o st r ad o s n a figura (12.1- c), co n st r u íd a ag o r a s o b a f o r m a d e


d i ag r am as t en são - d ef o r m ação . Tod os o s d i ag r am as est ão co n t i d o s n a z o n a t r acej ad a d a figura.

r et ângulo.

A t = 1 hora

* € c ( %o )

Diagramas tensão- deformação e o diagrama parábola- retángulo


Figura (12.1- c)
Obser ve- se q u e, em b o r a o d i ag r am a parábola- ret ângulo t en h a sido i m ag i n ad o com o repre-
sent at ivo d as t en sõ es na z on a com p r i m i d a d as p eças fletidas, el e t am b ém p o d e ser int er pr et ado
co m o u m a ap r ox i m ação d o d iagr am a t ensão- d ef or m ação d o concr et o com p r i m i d o e, com o t al,
t em sid o por vez es em p r eg ad o nas ap l i caçõ es d o con cr et o est r ut ur al, a d esp ei t o d a i n coer ên ci a
en t r e o valor d o m ód u l o d e d ef o r m ação l ong i t ud i nal d o concr et o e a t an g en t e na or i g em d esse
d i ag r am a.

Os r esul t ad os at é ag or a an al i sad o s sob r e as i n vest i g açõ es r eal i z ad as su g er e q u e c diagra-


m a d e t en sõ es no p lano da seção t r ansver sal flet ida possa ser ad m i t i d o co m a f or m a d e u m a
parábola- ret ângulo.

Todavia, é i m p or t an t e not ar q u e o s r esult ad os co n si d er ad o s f or am ob t i d os ap en as com a du-


ração d e car r eg am en t o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
At = 1 hora.

A g en er al i z ação d os r esult ad os precisaria ser f eit a para q u al q u er d u r ação d o car r eg am en t o.


No en t an t o , a t écn i ca ex p er i m en t al em p r eg ad a para a o b t en ção d os r esult ad os at é aqui anali-
sad os levar ia a u m a q u an t i d ad e d e t r ab alho proibit iva se f osse em p r eg ad a nessa g en er al i z ação
d e r esult ad os.

Ao i n vés disso, a g en er al i z ação f oi f eit a d e m o d o m ai s sim p les, co n f o r m e se m ost r a a seguir ,


cont rolando- se ap en as as d ef o r m açõ es na fibra m ai s com p r i m i d a e na fibra m en o s com p r im id a
ou m ai s t r aci on ad a d a seção t r ansver sal em o b ser vação .

12.2 Inf luência da duração do carregam ent o


O d i ag r am a parábola- ret ângulo d et er m i n ad o no it em ant er ior d eco r r eu d e en sai o s realizados,
t od os el es, co m 1 hor a d e d u r ação d o car r eg am en t o .

Com o ob j et ivo d e af erir a inf luência d a d u r ação d o car r eg am en t o sob r e a f or m a do diagra-


m a d e t en sões, f or am f eit os en sai os d e long a d u r ação co m pr ism as su b m et i d o s à com p r essão
ex cênt rica6 4 .

Nesses en sai os. Figura (12.2- a), f or am m ed i d as as d ef o r m açõ es 8 , e 8 , d as fibras ex t rem as


d as seçõ es t r an sver sai s f l et i d as e a car g a d e r up t ur a para d i f er en t es ex cen t r i ci d ad es r elat ivas
X = e/ h.
Deformações nas bordas extremas em função da excentricidade relativa X = zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
c/ h
Figura (12.2- a)

Os cor p os- d e- p r ova f o r am car r eg ad o s n a i d ad e t 0 = 56 dias, o co r r en d o a r u p t u r a ap ó s o


t em p o A t u = 70 dias. Nest a f i g u r a, est ão m o st r ad as as d ef o r m aç õ es n as b o r d as ex t r em as,
na i m i n ên ci a d e r u p t u r a, o co r r i d a na i d ad e t fl + A í e no m ei o d o p er ío d o d e car r eg am en t o ,
n a i d ad e t 0 + A t/ 2.

Os co r r esp o n d en t es d i ag r am as d e d ef o r m açõ es d as seçõ es t ransversais das p eças en sai ad as


est ão m ost r ad os na Figura (12.2- b).

Note- se q u e para a m esm a ex cen t r i ci d ad e relat iva é p eq u en a a d i f er en ça d a p osição da linha


neut r a na i m i n ên ci a da rupt ura e no m ei o d o p er íod o d e car r eg am en t o, em b o r a as d ef o r m açõ es
n essas d u as si t u açõ es sej am m uit o d i f er en t es en t r e si.
compressão

Diagramas d e deform ação em função da ex centricidade relativa


no m eio do período d e carregam ent o e na iminência da ruptura
Figura (12.2- b)

Essa p er m an ên ci a d a p o si ção d a l i n h a n eu t r a p or l o n g o s p er ío d o s d e t em p o sob a ação d e


car r eg am en t o s co n st an t es su g er e q u e o d i ag r am a d e t en sõ es t am b ém p er m an eça p r at i cam en t e
co n st an t e ao l o n g o d o t em p o , p o i s as co n d i çõ es d e eq u i l íb r i o a r esp ei t ar são as m esm as d u r an t e
t od o o t em p o co n si d er ad o .

Na seq ü ên ci a d a i n vest i g ação est a h i p ó t ese d e m an u t en ção d a f o r m a d o d i ag r am a d e t en sõ es


ao l o n g o d o t em p o f oi co m p r o vad a ex p er i m en t al m en t e.

Tod avi a, p ar a essa f i n al i d ad e, f oi p r eci so co n si d er ar o s d i ag r am as d e d ef o r m açõ es em situa-


çõ es af ast ad as d a i m i n ên ci a d e r up t ur a d o co n cr et o , p o i s em si t u açõ es d essa n at u r ez a a varia-
b i l i d ad e d as d ef o r m açõ es é m u i t o g r an d e, e m vi r t u d e d a i n t en sa m i cr o f i ssu r ação q u e p r eced e a
r up t ur a m acr o scó p i ca.

Na invest igação r ealizada por Rüsch, f oi ad o t ad o o crit ério prát ico d e se considerar o diagr am a d e
d ef o r m açõ es no m ei o d o p er íod o d e car r eg am en t o, o u sej a, o d i ag r am a na i d ad ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVU
t 0 + At/ 2. Co m
est e cr i t ér i o o s d i f er en t es corpos- de- prova d ever i am ch eg ar à r up t ur a p r at i cam en t e na m esm a
i d ad e t 0 + At.

Not e- se, co m o co m en t o u o p r óp r i o Pr of . Rü sch " , q u e o cr i t ér i o p r át ico p o d er i a t er sido ou t r o.


Ao i n vés d o d i ag r am a d e d ef o r m açõ es co r r esp o n d er ao m ei o d o p er ío d o d e car r eg am en t o sob a
ação d e u m car r eg am en t o co n st an t e, q u e vai p r od uz ir a r up t ur a n o f im d e t al p er ío d o , o diagra-
m a p o d er i a t er si d o ad o t ad o , por ex em p l o , co m o sen d o aq u el e co r r esp o n d en t e a 9 0 % da car g a
d e r up t ur a, e m en sai o s co m car r eg am en t o s p r o g r essi vo s su f i ci en t em en t e l en t os. Co m est e ou t r o
cr i t ér i o, o s en sai o s d e l o n g a d u r ação n ão p r eci sar i am levar t o d o s o s corpos- de- prova à r u p t u r a,
co m p r at i cam en t e a m esm a d u r ação A/ t i d o car r eg am en t o .

12.3 Inf luência da duração do carregam ent o


sobre a resist ência m édia da zona com prim ida
Realizando en sai os rápidos no t em p o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t d e com pr essão cent rada e d e com pr essão ex cênt rica d e um
m esm o concret o, p od e ser obt ida a relação ent r e a resist ência m éd i a ( <f i,A r = F/ A co m X = e/ h ^
C
0) e a
resist ência ef et iva (t (l}= 0 = F/ A ), am b as r ef er en t es à m esm a i d ad e t d o co n cr et o . Na Figura (12.3- a)
est ão m o st r ad o s en sai o s q u e i n d i car am q u e o s r esu l t ad o s são p r at i cam en t e i n d ep en d en t es d a
q u al i d ad e d o co n cr et o e d e su a i d ad e na o casi ão d a r u p t u r a.

ENSAIOS RÁPIDOS (t = 56 dias) ENSAIOS DE LONGA DURAÇÃO


(t 0 = 56 dias t u = 56 + 70 dias)

f c 5 6 = 35 MPa f c 5 6 = 35 MPa

TENSÃO MÉDIA DE RUPTURA SOB CARGA EXCÊNTRICA

Resistência média da zona com prim ida - Ensaios d e Rüsch


Figura (12.3- a)

Na Figura (12.3- a) est ão m o st r ad o s o s r esu l t ad o s d o s en sai o s l en t o s d e co m p r essão ex cên-


t rica, ex p r esso s p el a r az ão en t r e a r esi st ên ci a m éd i a ex cên t r i ca fCC,.A e a r esi st ên ci a ef et i va fCC,.A =
v

o b t i d o s co m corpos- de- prova cen t r ad o s su b m et i d o s à m esm a hi st ór i a d e car r eg am en t o . Nessa
m esm a f igura t am b ém est ão m o st r ad o s o s val o r es q u e se o b t êm co r r i g i n d o as r az õ es an t es indi-
cad as p el a r el ação en t r e a r esi st ên ci a i u .d e l o n g a d u r ação e a r esi st ên ci a ( ( o b t i d a e m en sai o s
r áp i d o s co m r up t ur a na m esm a i d ad ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t = t 0 + A t u q u e a d o en sai o d e co m p r essão ex cên t r i ca.

Est es ú l t i m o s r esu l t ad o s p r at i cam en t e co i n ci d em co m aq u el es o b t i d o s co m en sai o s r áp i d os d e


co m p r essão ex cên t r i ca. Isso m ost r a q u e a i n f l u ên ci a d a ex cen t r i ci d ad e p o d e ser est u d ad a ex pe-
r i m en t al m en t e ap en as co m en sai o s d e cu r t a d u r ação , sen d o seu s r esu l t ad o s ap l i cad o s : am b ém
ao s en sai o s d e l o n g a d u r ação . Est a co n cl u são p er m i t i u q u e o ef ei t o d a ex cen t r i ci d ad e p u d esse
ser cu i d ad o sam en t e an al i sad o por m ei o d e en sai o s r áp i d os, q u e são d e m ai s f ácil ex ecu ção .

12.4 Diagram a de t ensões com carregam ent os de longa duração


Co n f o r m e o i t em an t er i or , n o s en sai o s d e r up t ur a p or co m p r essão ex cên t r i ca co m carrega-
m en t o s d e l o n g a d u r ação , co m ex cen t r i ci d ad e r el at i va X = e/ h co n h eci d a, f o r am m ed i d as, n o
m ei o d o p er ío d o d e car r eg am en t o , as d ef o r m açõ es Ec 1 e £ , n as f ibras d as b o r d as ex t r em as e,
a part ir d el as, f oi d et er m i n ad a a p o si ção d a l i n h a n eu t r a, co m o m o st r ad o n as figuras (12.2- a) e
(12.2- b). Al ém d isso, co n h ecen d o a car g a d e r up t ur a ap l i cad a n esses en sai o s, obt ém - se a resis-
t ên ci a m éd i a f . d a z o n a co m p r i m i d a d a seção t r an sver sal ; ver Figura (12.4- a).
CCtA

Traçado do diagrama d e tensões

Figura (12.4- a)

A t en são ap l i cad a na b or d a m ai s co m p r i m i d a d a seção , O r Ji / na co n d i ção d e r up t ur a, q u e


se ad m i t e ser i g u al à r esi st ên ci a ef et i va d e l o n g a d u r ação d o co n cr et o , p o d e ser o b t i d a a part ir
d a r esi st ên ci a m éd i a f (rX, cor r igindo- a co m o i n d i cad o na Figura (12.4- a), p el a r el ação f 6
co n f o r m e f oi escl ar eci d o n o i t em 12.3, ob t en d o- se en t ão o val o r

íf c t ,\ =0
'c c ,\ =0 ~~ 4c ,A
Ad m i t i n d o- se en t ão q u e sej a G ( l u = ( a x = 0 , e co n h ecen d o - se a p o si ção d a l i n h a neut r a, é pos-
sível , por m ei o d e t en t at i vas, d et er m i n ar o d i ag r am a d e t en sõ es na seção t r ansver sal , co m o se
m o st r a e m l i n h a p o n t i l h ad a nazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Figura (12.4- a).

O d i ag r am a d e t en sõ es assi m d et er m i n ad o d eve r esp ei t ar as d u as co n d i çõ es d e eq u i l íb r i o ,


ist o é, o t r ech o q u e ef et i vam en t e at u a so b r e a seção d a p eça d ev e t er r esu l t an t e igual à f or ça r
ap l i cad a e o cen t r o d e g r avi d ad e d ev e est ar so b r e a l i n h a d e ação d a f or ça ex cên t r i ca ap l i cad a
n o en sai o .

Desse m o d o , a part ir d as d ef o r m açõ es m o st r ad as na Figura (12.2- b), p ar a t = t () + At/ 2, f o r am


co n st r u íd o s o s d i ag r am as d e t en sõ es m o st r ad o s n a Figura (12.4- b).

Diagram as de tensões d e compressão na seção transversal fletida


Figura (12.4- b)

Est es m esm o s d i ag r am as d e t en sõ es, co n st r u íd o s co m a f o r m a d e d i ag r am as t ensão- def orm a-


ção , est ão m o st r ad o s na Figura (12.4- c).
Envoltória parábola- retângulo dos diagramas d e tensões e deform ações praticam ente na ruptura
Figura (12.4- c)

Os r esu l t ad o s assi m o b t i d o s m o st r am q u e o d i ag r am a p ar áb ol a- r et ân g u l o p o d e ser acei t o


co m o r ep r esen t at i vo d o d i ag r am a d e t en sõ es d e co m p r essão n o p l an o d a seção íl et i d a, cu al q u er
q u e sej a o t em p o d e d u r ação d o car r eg am en t o q u e co n d u z ao est ad o l i m i t e ú l t i m o d e rupt ura d o
co n cr et o , p ois, m an t i d as as co n d i çõ es d e so l i ci t ação , a p o si ção d a l i n h a n eu t r a é p r at i cam en t e
co n st an t e.
13. A t eor ia g er al da f lexão

13.1 Hipót eses da t eoria geral da f lexão


A t eo r i a g er al d a f lex ão n o co n cr et o est r u t u r al é acei t a co m o vál i d a p ar a seçõ es t r ansver sai s
d e f o r m a q u al q u er , su b m et i d as a q u ai sq u er co m b i n açõ es d e so l i ci t açõ es n o r m ai s. Ela co n t i n u a
sen d o ad m i t i d a co m o vál i d a, m esm o na p r esen ça d e so l i ci t açõ es co m b i n ad as, d e so l i ci t açõ es
n o r m ai s e d e so l i ci t açõ es t an g en ci ai s.

Al ém d a m an u t en ção d a f o r m a p l an a d a seção t r an sver sal , co n f o r m e f oi vi st o an t er i o r m en t e,


essa t eor i a ad m i t e as h i p ó t eses b ási cas seg u i n t es, i l u st r ad as p el azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
Figura (13.1 - a).

2%o 3,5%o

Hi p ó t eses d a t eo r i a g er al d e f l ex ão

Figura (13.1- a)

A) Admite- se como um estado limite último, o estado de alongamento plástico ex cessivo da


armadura tracionada, definido pelo alongamento £ = 10 x 10 3 .

A i d éi a d e q u e o al o n g am en t o £ c i = 10 x 10 3 car act er i z e u m a si t u ação ú l t i m a co r r esp o n d e à


d ef i n i ção d e u m est ad o l i m i t e ú l t i m o d e f i ssu r ação ex ag er ad a, p ois, n esse caso , p r at i cam en t e
t od o o al o n g am en t o d a ar m ad u r a se t r an sf o r m a e m ab er t u r a d e f issuras.
O al o n g am en t o últ im o é co n ven ci o n al , n ão h aven d o p r ecisão em sua d ef i n i ção. Para essa
finalidade, o valor d ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
10 x IO3 é t ão b o m q uant o o d e 5 x 10\ pois a sen sação d e i m i n ên ci a d e
col ap so é p r at i cam en t e a m esm a, q uer ex ist am 10 ou 5 fissuras d e 1 m m d e ab er t u r a por m et ro
linear d a p eça.

B) O estado limite último de ruptura do concreto comprimido é definido pelo encurtamento


£ , u = 3,5 x 10 3 na borda mais comprimida da seção, desde que na peça ex ista um banzo
comprimido e um banzo {racionado. Quando a seção transversal está totalmente compri-
mida, o encurtamento último varia linearmente com a posição da linha neutra, valendo
£ tu " 2,0 x W3 na compressão uniforme.

O ch am ad o est ad o l i m i t e ú l t i m o d e r u p t u r a d o co n cr et o co m p r i m i d o é, d e f at o, u m
est ad o - l i m i t e ú l t i m o d e en cu r t am en t o ú l t i m o co n ven ci o n al . O val o r d o en cu r t am en t o últi-
mo £ lu = 3,5x 1V3 n ão d eco r r eu d e m ed i d as d i r et am en t e o b t i d as em en sai o s d e r up t ur a d e
p eças f l et i d as. Em u m en sai o cie f l ex ão n em é p o ssível d et er m i n ar o q u e ser i a o valor d o
en cu r t am en t o co r r esp o n d en t e à r u p t u r a, p ois, n as p r o x i m i d ad es d a r up t ur a d a p eça, ex i st em
f en ô m en o s d e i n t en sa m i cr o f i ssu r ação e d e r áp i d a f l u ên ci a d o co n cr et o . Co m o f oi vi st o, o s
val o r £ r f (j = 3,5 x 10 3 e £ f f u = 2,0 x 10 3 ad o t ad o s r ep r esen t am ap en as val o r es m éd i os razoá-
vei s.

C) O diagrama de tensões de compressão na seção transversal da peça fletida é formado por


uma parábola, com vértice correspondente à deformação £ ( = 2,0 x 10 3 , e por um retan-
gulo, para as deformações que superam este último valor.

O d iagr am a ad m i t i d o para as t en sõ es d e com p r essão não d eco r r e d o d iagr am a tensâo- defor-


m ação do concr et o. Não ex ist e u m a r el ação en t r e a i n cl i n ação d a t an g en t e d o r am o parabólico
em sua o r i g em e o m ód u l o d e d ef o r m ação l ong i t ud i nal do con cr et o. O d iagr am a parábola- retân-
g ul o nào d ef i n e a lei const it ut iva do concr et o com p r i m i d o.

D) Para efeito de verificação da segurança, admite- se que, no estado limite último de ruptura,
a máx ima tensão de compressão atuante na seção transversal seja iguala 0,85 da resistên-
cia de cálculo do concreto.

O coef i ci en t e d e r ed u ção 0,85 leva em cont a o t am an h o d o corpo- de- prova d e cont r ole, a
i d ad e co m q u e se cont r ola a r esist ência e o ef ei t o d el et ér i o d as car gas d e long a duraçãD.

Est e co ef i ci en t e 0,85 n ão d eve, p or t ant o, ser int er p r et ad o co m o um n ovo coef i ci ent e parcial
d e seg u r an ça, da m esm a nat ur ez a q u e o co ef i ci en t e Jc d e m i n or ação da r esist ência d o concr et o.
Ele é um sim p les co ef i ci en t e d e m od i f i cação (k m J q u e cor r i g e cer t as i m p r eci sões ex ist ent es na
t eor ia g er al d e flex ão.

13.2 Considerações f inais


Em vi r t u d e d a com p l ex i d ad e d os f en ô m en o s en vol vi d os, as i n vest i g açõ es realizadas66 , q u e
p er m it ir am a f or m u l ação d e u m a t eor ia g er al d e flex ão d o concr et o est rut ural, f or am con d u z i d as
em t rês f ases b em dist int as. Em cad a u m a d elas, f oi i n vest i g ad o, i sol ad am en t e, ap en as um d o s
p ar âm et r os da t eor ia.
Con si d er an d o o s p ossíveis esl ad o s lim it es últ im os d as p eças f let idas, as d if er ent es f ases d a
i n vest i g ação p r ocur ar am escl ar ecer as seg u i n t es id éias:

1 a Fase. Det er m i n ação do en cu r t am en t o últ im o E ( J u na borda m ai s com p r im id a da seção


t ransversal no est ad o lim it e últ im o d e rupt ura do concr et o co m p r i m i d o .

Nest a f ase, não se esp eci f i cam n em a f or m a do d iagr am a d e t en sõ es d e com p r essão n em


o valor da m áx im a t en são G , at u an t e.
cl.u
2 a Fase. Det er m i n ação da m áx im a t en são últ im a C r l u at u an t e na borda m ai s com p r im id a da
seção por ocasi ão do est ad o lim it e últ im o d e rupt ura d o concr et o com p r i m i d o, d eco r r en t e
d e açõ es d e l on g a d u r ação.
Nest a f ase, não se esp eci f i cam o valor d o en cu r t am en t o últ im o £ c / u , n em a f orm a d o dia-
gr am a d e t en sõ es d e com p r essão na seção t r ansver sal
3 a Fase. Det er m i n ação da f orm a d o d i ag r am a d e t en sõ es d e com p r essão at uant es na seção
t r ansver sal sej a no est ad o lim it e últ im o d e rupt ura d o con cr et o com p r i m i d o, seja no est ad o
lim it e últ im o d e al o n g am en t o plást ico ex cessivo da ar m ad u r a t r acionad a.

Nest a f ase, n ão se esp eci f i car am n em os val o r es d o en cu r t am en t o últ im o £ nj, n em da


t en são últ im a o cl.u
. .

Foi a con si d er ação isolada d e cad a um d est es p ar âm et r os q u e p er m i t i u a f or m ul ação d e um a


t eor ia g er al ap r ox im ad a da flex ão d o con cr et o est rut ural, vál i d a em t er m os prát icos para t od as as
si t u açõ es d e sol i ci t ações nor m ais.
Not as
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<6,> RÜSCH, H. Op. d l .

FERREIRA DA SILVA JR., J. Concreto armado. Belo Horizonte: Ed. Arquitetura e Engenharia, 1971.
< 6" RÜSCH, H. Op. d l .
<64' RÜSCH, H. Op. Cit.

<65' RÜSCH, H. Comentário pessoal. CEB - International Course on Structural Concrete, Lisboa, 1973.

RÜSCH, H. Op. cit.


Tecnologia do Concreto Estrutural
ab o r d a t em as i m p r esci n d ívei s p ar a o p r o j et o ,
ex ecu ção e u t i l i z ação d as co n st r u çõ es d e con-
cr et o est r u t u r al . Pr o cu r a escl ar ecer co n cei t o s
e i d éi as q u e co n d i ci o n am d eci sõ es d e proje-
t o, ex ecu ção e m an u t en ç ão r el aci o n ad as dire-
t am en t e à d u r ab i l i d ad e e à seg u r an ça d as es-
t r u t u r as. São co n si d er ad as as i d éi as essen ci ai s
p ar a o en t en d i m en t o d o s f en ô m en o s b ási co s
d o c o m p o r t am en t o q u ím i co d o s ci m en t o s n a
f o r m ação d o s co n cr et o s, t en d o e m vist a a re-
si st ên ci a m ecân i ca e a cap aci d ad e d e r esist ir
ao s at aq u es d o m ei o ex t er n o .

D e f o r m a an ál o g a, an al i sa- se a p r o t eção d as ar m ad u r as co n t r a a co r r o são


d en t r o d a m assa d e co n cr et o , escl ar ecen d o o ef et i vo si g n i f i cad o d a fissura-
ção d o co n cr et o e m r el ação ao at aq u e a essas ar m ad u r as.

Co n si d er an d o q u e a r esi st ên ci a m ecân i ca d o co n cr et o co n st i t u i el em en t o
essen ci al d e g ar an t i a d a q u al i d ad e d a est r u t u r a, são escl ar eci d o s co n cei t o s
essen ci ai s a o co n t r o l e d a r esi st ên ci a p o r m ei o d e corpos- de- prova ci l ín d r i co s
c o m 18 cm x 30 cm , ao s 28 d i as d e i d ad e. O livr o d i scu t e o q u e si g n i f i cam
esses r esu l t ad o s e c o m o são i n t eg r ad o s à f o r m u l ação d e u m a t eo r i a g er al d e
f l ex ão e m r eg i m e d e r u p t u r a d o co n cr et o .

Fi n al m en t e, est e livr o ab o r d a a h i st ó r i a d a evo l u ção d o cál cu l o d o co n cr et o


ar m ad o , co n si d er an d o as t eo r i as p r o p o st as p or Lan g en d o n ck , e ap r esen-
t an d o , d e m o d o m i n u ci o so , a t eo r i a g er al d a f l ex ão d o co n cr et o est r u t u r al
el ab o r ad a p o r H. Ru sch , q u e d el e f o i o u vi d a, d e vi va vo z , p o r est e aut or .

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