Você está na página 1de 29

Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.

com
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

O SEGREDO QUE TODOS PAIS DEVERIAM SABER


PARA ACABAR DEFINITIVAMENTE COM A GRITARIA
EM CASA.

2
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Capítulo 1: Gritar não é a única maneira


Hoje em dia, no Brasil e no mundo, ainda vemos na sua grande
maioria, mães e pais utilizando o grito como aliado na educação dos
filhos.

Isso acontece porque temos a tendência de repetir a educação que


recebemos e vamos naturalmente passando de geração em geração.

Porém, é importante lembrar que as crianças de hoje não são as mesmas


crianças de antigamente. Inclusive, a maneira como eram tratadas,
refletia o quanto se conhecia de desenvolvimento infantil naquela
época, ou seja, praticamente nada. A criança era vista como um adulto
em miniatura e assim que desmamava já era inserida no mundo dos
adultos para aprender com eles. Até as roupas das crianças eram iguais
às dos adultos.

Gostaria de ressaltar aqui a importância de voltarmos ao passado para


entendermos o que está acontecendo hoje. Ouvia muito meus pais
falarem que bastava os pais olharem e eles já entendiam que tinham
feito algo de errado, contavam da palmatória que era utilizada tanto em
casa como na escola, sobre ficar de joelhos nos grãos de milho e feijão.
Inclusive, quando eu era criança, presenciei um casal de irmãos amigos
meus sendo castigados desta forma, na entrada do prédio para todos
verem. O motivo? Briga de irmãos. Lembro que fiquei olhando de
longe, sem acreditar no que estava vendo o que até então, só tinha
ouvido falar.

Outro fato que minha mãe contava era que o medo que ela tinha do meu
avô era tão grande, que quando ele gritava, ela se urinava toda.

Com o passar do tempo, a criança passou a ser vista de outra maneira.


Estudos e pesquisas trouxeram um novo olhar para esta fase tão
importante da vida. Fase que é o alicerce, a base, para que possa se
tornar adultos maduros, seguros e resilientes. E que se não for bem
estruturada, criará rachaduras em pouquíssimo tempo.

3
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

O grande problema é que a maioria das pessoas não sabem disso. Logo,
acreditam fielmente que ao gritar com seus filhos, mais respeito e
obediência conseguirão deles. Ficam esperando o grande dia que o filho
chegue e diga:

“Obrigado, mãe! Eu realmente aprendo e te respeito por você me educar


assim.”

Ou então:

“Nossa, mãe! Eu entendo que você grita comigo porque quer o melhor
para mim. Porque quer que eu seja educado, responsável e feliz.

Isso me fez lembrar uma situação que aconteceu com meu segundo
filho que, na época, tinha uns 6 anos.

Sinceramente, eu nunca imaginei que viveria um momento assim.

Estávamos de casa nova. Tinha me mudado há uns 3 meses. Móveis


novos, objetos de decoração também. Tudo lindo e no seu devido lugar.
Um belo dia, estava eu no meu quarto assistindo um filme e de repente,
ouço um barulho de algo quebrando. Saí do quarto e fui andando pelo
corredor. Quando chego na sala me deparo com um dos meus objetos
de decoração quebrado no chão.

Apesar de ser uma pessoa bem tranquila, a raiva me tomou. A primeira


coisa que eu fiz foi gritar perguntando quem tinha feito aquilo. Meu
filho caçula (6 anos) já chorando, disse que foi ele.

Confesso que vê-lo chorando me deixou com mais raiva ainda. Afinal,
eu tinha explicado a ele tão direitinho que tivesse cuidado com minhas
coisas que ficavam num móvel atrás do sofá.
Em seguida peguei a vassoura e fui limpar tudo. Reclamando e gritando
o tempo todo. Estava muito frustrada. Briguei sério com ele exigindo
que aquilo não se repetisse. Ele falou que prestaria mais atenção e pediu
desculpas.

4
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

E se você acha que esta história acabou, continua aqui comigo que ainda
tem mais.

Com o passar do tempo, em intervalos de dois a três meses, ele quebrou


os outros dois objetos que ficavam no móvel atrás do sofá.

Eu já estava certa que aquilo só podia ser de propósito. Depois de gritar,


brigar e ameaçar, só faltava bater. Mas isso realmente não era uma
opção para mim.

Foi então que, ao sair do quarto mais uma vez transtornada, após ouvir
mais um barulho de vaso quebrado no chão, vejo meu filho agachado
no chão, desesperado, com as mãos cobrindo o rosto e gritando de
pavor.

Aquela cena me paralisou. Perguntei a ele porque estava daquele jeito.


Ele me olhou e disse:

“Estou com medo de você!”

Naquele exato momento, minha mente voltou ao passado. Lembrei que,


algumas vezes, senti esse mesmo medo da minha mãe quando quebrava
algo dela sem querer. Pude entender perfeitamente o que meu filho
estava sentindo.

Não queria repetir com meus filhos o que foi tão marcante de forma
negativa para mim. Eu sofria muito quando apanhava, ficava sem
entender porque aquilo acontecia comigo. E o pior… me sentia culpada
depois. Achava que era uma filha ruim, ingrata. Com certeza não era
essa a intenção da minha mãe; ela queria que eu fosse mais atenta, mais
cuidadosa. Só que cabeça de criança não funciona igual a cabeça de
adulto. Com certeza minha intenção não era que meu filho ficasse com
medo de mim.

Rapidamente eu me abaixei e o abracei. Sentia seu coração bater


acelerado contra meu peito e seu corpo tremer.

5
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Falei que o amava independente de qualquer coisa, de qualquer objeto


quebrado. Disse que juntos, iríamos descobrir uma maneira de evitar
que aquilo se repetisse. Chamei-o para me ajudar a limpar a bagunça.

Enquanto tudo acontecia fiquei refletindo sobre tudo aquilo. Fiquei


muito mal e assustada ao ver que meus gritos estavam me distanciando
do meu filho. A pessoa que ele mais devia confiar estava lhe causando
medo.

E isso era o que eu mais temia que acontecesse.

Infelizmente eu estava errada. Não era só violência física que não era
saudável na educação de uma criança, a violência verbal também.

Fui educada com muito amor pelos meus pais. Sou muito grata pela
vida que deram, pela dedicação, pelas noites em claro quando eu estava
doente. Porém, naquela época, era muito comum bater quando os filhos
faziam algo de errado. E por mais quieta e obediente que eu fosse, em
alguns momentos eu “escorregava” e aprontava. E lá vinha a mamãe
gritando com a “havaiana” na mão.

Quando casei, decidi que iria educar meus filhos sem bater. Achava que
a violência física era o auge do desespero de uma mãe.

Só que o grande problema começa aí. A cada dia, essas situações que
eu acabei de narrar, vão ficando mais constantes e intensas. As
dificuldades vão crescendo junto com a criança. O mau comportamento
permanece justamente porque os filhos estão sendo educados na base
do grito; muitas das vezes acompanhados de ameaças, castigos e
xingamentos.

Sabe por que isso acontece?

6
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Porque é mais fácil, porque a obediência é imediata; acaba com o


problema quase que instantaneamente. Porém, nenhuma destas atitudes
vai na raiz do problema. Sinto muito te falar, mas agindo assim, você
só está apagando incêndios ou matando um leão por dia. Vou dar um
exemplo prático:

Imagina que você está com dor de cabeça. Toma um analgésico por
conta própria e a dor passa após alguns minutos. Porém no outro dia ela
volta. Você toma outro remédio, a dor passa; no outro dia lá está ela
novamente. Então você toma dois comprimidos de uma vez e quando
percebe já está procurando algo mais forte. Isso começa a virar rotina e
você encara a situação como se agora fosse normal viver assim.

Ou seja, você pode estar mascarando o verdadeiro problema. Você está


tratando o sintoma e não a causa. Agora substitua a dor de cabeça pelo
comportamento inadequado do seu filho e o remédio pelos seus gritos.

A cada atitude errada, você grita; ele para. Daqui a alguns dias ele se
comporta mal de novo, você grita, coloca de castigo; ele para
novamente. Na outra semana ele faz outra coisa errada, você grita uma
vez, duas vezes, grita mais alto, ameaça… e vai se acostumando a viver
nesse caos, achando que é normal porque com você foi assim, com os
filhos das suas amigas é assim, com as crianças da sua família também
é assim. E todas ficam torcendo, na esperança que as tão famosas
“fases” passem e a tão desejada paz volte para o lar de vocês.

Percebe que a tendência é gritar cada vez mais e mais alto?

Por isso que eu quero te dizer mais uma vez, anote isso: Gritar
definitivamente não é a única solução; ou melhor, gritar NÃO É A
SOLUÇÃO.

7
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

E como tudo o que fazemos na vida tem consequência, gostaria de te


mostrar uma informação seríssima sobre o que acontece no cérebro da
criança quando gritamos com ela:

Outro fato que comprova as consequências negativas na vida de uma


criança que é educada na base de gritos e maus tratos é a estrutura
cerebral.

8
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Observe a diferença no tamanho do cérebro de duas crianças da mesma


idade, como também as áreas escuras e mais intensas (como espaços
vazios).

Imagem do BOL, em São Paulo

É real. Não é achismo, nem mi, mi, mi…

Estudos da neurociência comprovam que o cérebro de uma pessoa só


está completamente amadurecido por volta dos 25 anos de idade. Até
algumas décadas atrás acreditava-se que esse amadurecimento se dava
ainda na infância.

Quando nascemos, temos uma parte primitiva (mais antiga) do cérebro


que é ligada às emoções primárias (alegria, tristeza, medo, nojo e raiva).
Essa parte já nasce pronta e não temos controle sobre elas. Ou seja, não
decidimos senti-las ou não. A outra parte, conhecida como córtex pré-
frontal, é a parte mais evoluída, responsável por comportamentos e
pensamentos mais complexos, tomadas de decisão, regulação
emocional, etc.

9
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Quando uma criança faz birra, por exemplo, a parte do cérebro que vai
agir é a primitiva. Por isso que ela se descontrola, grita, bate, cai no
chão, joga as coisas e não adianta você falar, porque ela não está
raciocinando.

E aí vem o grande X da questão:

Quando gritamos, ameaçamos ou batemos nos nossos filhos é a parte


primitiva do nosso cérebro que está nos comandando. Ou seja, no lugar
de termos um adulto ajudando uma criança num momento de birra, o
adulto também vira criança e faz birra junto com ela.

Daniel Siegel, autor do livro O cérebro da criança, fala da importância


de integrarmos estes dois cérebros para que possamos ajudar nossos
filhos (e a nós também) no autocontrole das ações que tomamos.

Existem maneiras mais inteligentes de educar o seu filho. E é


exatamente isso que eu quero te contar neste e-book.

Mas antes, eu quero te dizer que eu tenho propriedade para falar desse
assunto. Talvez você ache que está falando aqui com uma mãe recente,
uma recém-formada, mas não. Eu sou professora há 22 anos, mãe de
três filhos (um anjinho que passou pouquinho tempo no meu ventre) e
dois meninos (18 e 11 anos).

Já vi muita coisa acontecendo no que se refere ao comportamento


infantil. Durante todo esse tempo percebi e senti, tanto exercendo o
papel de mãe quanto exercendo o papel de professora, que os problemas
e os desafios ao educar uma criança continuam os mesmos.

Certo dia estava num encontro de mulheres empreendedoras. Tinha


advogada, veterinária, cabeleireira, terapeuta… E dentre os mais
variados assuntos que conversávamos, o tema FILHOS surgiu. Afinal,
onde tem mais de uma mulher, que também é mãe, não existe a menor
possibilidade de não falarem sobre os filhos. Costumo dizer que é bem

10
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

terapêutico, principalmente quando vemos que as outras mães têm


histórias parecidas com a sua.

Algumas frases mais faladas foram: “Meu filho não me obedece… Não
sei mais o que fazer… Já tentei de tudo e ele não muda… Ele faz de
propósito para me irritar… Só me obedece quando eu grito…”

Gostaria agora que você refletisse essas duas perguntas:

● Você vem falando estas frases ultimamente?


● Com qual frequência?

Ouvindo essas e tantas outras histórias percebi um ponto em comum


em todas elas: o desejo de acertar. O mesmo desejo que senti quando
me tornei mãe. Só que na prática é bem diferente.

A cada tentativa em parar o comportamento inadequado das crianças


nos deparamos com uma série de obstáculos.

No meu caso, estava até indo bem, quando um belo dia gritei pela
primeira vez com meu primeiro filho seguido de um pequeno “tapa”.
Faltavam 3 meses para ele completar dois anos.

Fiquei arrasada e chorei em seguida ao ver a marca dos meus dedos na


coxa dele; o que eu mais temia aconteceu.

Prometi que nunca mais faria aquilo com ele novamente; consegui.
Porém os gritos…

Assim segui por mais treze anos e com mais um filho.

Desde aquele dia algo ficou martelando na minha cabeça. Por que eu
fiz aquilo? Como eu pude agir assim com meu filho? Uma atitude que
eu abominava, que eu já tinha como certo não fazer me pegou de jeito?

E foi no início de 2018, que as coisas começaram a fazer sentido na


minha vida e na relação com meus filhos. Descobri que educar uma
criança, por mais trabalhoso que seja, pode ser mais leve, mais fácil e

11
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

sem precisar gritar! Também descobri os motivos que me fizeram, um


dia, bater no meu filho.

Por isso eu resolvi escrever este e-book, para te mostrar que o que
aconteceu comigo também pode acontecer com você.

Vamos para o próximo.

Capítulo 2: Esse é o motivo que te faz gritar

Mais importante do que conseguir a obediência do seu filho na base do


grito, é entender porque esses gritos acontecem e a partir daí usar
estratégias mais inteligentes para que a obediência do seu filho venha
seguida de aprendizado (que ele levará para o resto da vida), e não
simplesmente obedecer porque você está mandando. Afinal de contas,
seu filho é um ser humaninho que pensa e que se comunica; e não um
animalzinho de estimação que precisa ser adestrado para obedecer
cegamente, recebendo castigos e recompensas.

A maioria das pessoas hoje vive no piloto automático.

Já amanhecem o dia com a cabeça cheia de compromissos para dar


conta. E com os pais não é diferente. Pelo contrário, a correria é ainda
maior, já que tem as crianças para acordarem, servir o café da manhã,
vestir a farda, arrumar a mochila, levar para a escola ou entregar no
transporte escolar… Ufa! E o dia está apenas começando.

Quando chegam da escola começa outra etapa. Almoço, banho, tarefas,


aulas extras de esportes, Inglês…

12
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Terceira etapa. Jantar, videogame, TV, celular e a hora de dormir. Esta


última é a parte mais difícil. Você sonhando em parar para descansar,
tomar um banho demorado e tranquilo, ouvir uma música, ler um livro,
conversar, assistir um filme ou sua série favorita ou quem sabe até
namorar um pouquinho. Ou então fazer alguma destas coisas é um
privilégio só no final de semana; já que tem que organizar a casa ou
concluir as atividades pendentes que não conseguiu realizar no
trabalho. Ou os dois!

E em meio a tanta coisa para dar conta, só resta dar alguns gritos para
que as crianças finalmente façam o que tem que ser feito e, finalmente,
irem dormir. É neste momento que, na maioria das vezes, quando
olhamos para os filhos dormindo tão serenos, bate aquela culpa ou
arrependimento por termos gritado, xingado e, em casos mais extremos,
batido. Prometemos para nós mesmas que não faremos mais aquilo…
até a próxima desobediência.

Você deve ter se identificado com esta rotina, ou pelo menos parte dela.
Deve ter se identificado também com esse sentimento de impotência e
arrependimento por algumas atitudes tomadas no calor da emoção.

Eu mesma já vivenciei várias e sempre que converso com as mães, seja


na escola, ou no encontro com as amigas e familiares, o discurso é bem
parecido. O que muda é que algumas mães são donas de casa ou então
tem alguém para ajudar nas atividades domésticas; a rotina corrida e
cansativa, a cobrança diária das obrigações das crianças e os tão
famosos GRITOS estão presentes em todos os relatos.

Independente da sua realidade, condição financeira, se tem um ou mais


filhos, se eles passam o tempo integral na escola ou não, se você
trabalha em casa ou fora dela, se você cria as crianças sozinha ou não;
uma coisa é certa: a sobrecarga materna é imensa.

13
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Acumulamos muitas responsabilidades nos vários setores da nossa


vida.

São diversos personagens que vamos assumindo ao longo do tempo:

É a dona de casa que precisa limpar, lavar, passar, cozinhar;

É a funcionária que precisa mostrar competência no trabalho;

É a esposa que tem que ser compreensiva, carinhosa e amável;

É a filha que às vezes precisa auxiliar os pais;

É a mãe “psicóloga” que precisa escutar;

É a “professora” que precisa ensinar as tarefas da escola;

É a “enfermeira” que precisa cuidar do machucado e passar a noite


acordada dando remédio de febre;

É a amiga que é solicitada para se encontrar outras amigas;

Enfim, é a mulher que precisa dar conta de tudo!

14
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Minha rotina de trabalho era muito puxada.

Saía às 6h da manhã, passava o dia inteiro na escola. Tinha 1h de


almoço e retornava até bater o ponto às 18h. Enfrentava engarrafamento
e chegava em casa entre 19h/19h30. Na maioria das vezes, após jantar,
ainda ia adaptar as atividades dos meus alunos. Perdi a conta de quantas
vezes tive que ficar no computador até às 2h/3h da manhã.

Lembro bem de uma vez quando cheguei em casa à noite, após 13h fora
de casa e com uma enxaqueca fortíssima (era assim quase todos os
dias), meu filho entrou no quarto e começou a me interromper. Eu,
focada nas adaptações dos alunos, mal prestava atenção nele. Acenava
com a cabeça como se estivesse entendendo tudo que ele estava
falando. Ele saía, voltava, saía, voltava novamente. Chegou uma hora
que não aguentei e gritei com ele, ordenando que saísse do quarto.
Fechei a porta e tranquei de chave para não ser mais interrompida. Era
quase meia-noite quando saí do quarto. Ele estava na sala dormindo no
sofá. Pegou no sono esperando por mim.

Meu coração ficou apertado

Fiquei ali, olhando para ele. Perguntando porque gritei. A primeira


resposta que veio na minha cabeça foi porque ele me tirou do sério. Eu
estava cheia de coisas para fazer e ele não me dava sossego. Porque ele
não queria entender que eu estava trabalhando e estava fazendo de
propósito para me irritar.

Porém, tempos depois, eu entendi. O verdadeiro motivo que me fez


gritar não foi a insistência do meu filho, foi a minha frustração.

É isso mesmo: FRUSTRAÇÃO.

Frustração por não estar fazendo o que eu precisava (descansar).


Frustração por saber que eu só teria 4 horas de sono e no outro dia tudo
aquilo iria se repetir novamente. Frustração por ficar ouvindo meu
esposo com as duas crianças conversando, assistindo TV, dando

15
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

risadas. Teve dias que eu chorei em frente ao computador por não ter
tempo de estar com eles.

Com certeza, você deve estar gritando com seu filho por estar frustrada
também. E não estou querendo dizer que toda mãe vai se frustrar pelos
mesmos motivos. Também gostaria de deixar claro que não existem
motivos mais importantes ou menos importantes. Cada uma de nós
temos nossa realidade e nossa história de vida; que nos fazem únicas.
O que para mim pode fazer sentido pode não fazer para você. E está
tudo bem! Não existe certo ou errado. Existem necessidades individuais
não atendidas.

Como falei no início do capítulo, vivemos no piloto automático e temos


a tendência de enxergar as coisas superficialmente e em se tratando de
comportamento, seja nosso ou dos nossos filhos, é importante irmos
mais a fundo.

Capítulo 3: O verdadeiro segredo para acabar com


a gritaria
A essa altura você já deve ter percebido que os gritos que damos nas
crianças para que nos obedeçam (e façam o que tem que ser feito) falam
mais sobre a gente do que sobre elas.

O que eu vou te apresentar agora poucas pessoas conhecem.


Infelizmente, a maioria hoje acha que a única maneira que existe para
educar os filhos é gritando, ameaçando, batendo ou… o combo
completo.

Talvez, até agora, você só conheça essas estratégias que fazem com que
as crianças obedeçam, mas não se culpe. Culpas nos paralisam e nos
mantém no mesmo lugar.

16
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Mães não amanhecem o dia falando assim:

“Hoje, vou gritar com meu filho!”

As coisas vão acontecendo. Fazemos o que sabemos, da melhor


maneira que conseguimos de acordo com as possibilidades que temos.

O que nos faz evoluir nessa caminhada desafiadora que é educar, é a


nossa autorresponsabilidade.

É importante que você entenda que o que eu vou explicar agora não
funciona para quem está à procura de fórmulas mágicas, receitas de
bolo, dicas infalíveis. Por outro lado, você pode estar pensando: “Tá
bom, mas se não agir assim as crianças não vão respeitar os adultos,
irão fazer o que querem, na hora que bem entenderem. Se os pais não
gritam nem punem as crianças são elas que gritam com eles. Se tornam
reféns dos filhos. E seu pensamento está certíssimo.

Tudo na nossa vida só funciona bem se estiver equilibrado. Extremos,


para mais ou para menos, prejudicam, fazem mal. É a água de mais ou
de menos que bebemos; é o exercício de mais ou de menos que
praticamos, é o sol de mais ou de menos que pegamos, é o dormir de
mais ou de menos, é trabalhar de mais ou de menos…

Certamente com a educação das nossas crianças não poderia ser


diferente. Existe sim um caminho do meio para que possamos seguir
com mais leveza e consciência.

O que está por vir é para você que está disposta a mudar completamente
a maneira de enxergar a maternidade. É para você que está determinada
a ter uma relação saudável com seu filho com muito amor, respeito e
sem perder sua autoridade de mãe.

O verdadeiro segredo para acabar com a gritaria é não depender de um


único segredo. Parece incoerente te falar isso, mas a maioria das mães
estão à procura de uma receita de bolo, uma fórmula infalível, que vai

17
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

fazer com que não gritem mais e que os filhos obedeçam como um
passe de mágica.

Só que isso não existe. O que realmente existe é uma combinação de


vários fatores. Aqui estão eles:

● Autoconhecimento
● Autocuidado
● Conhecimento sobre como a criança pensa e se desenvolve
● Técnicas e ferramentas
● Rotina

Se você combinar o fato de se conhecer, se cuidar melhor, conhecer


mais sobre seu filho com as técnicas certas você vai gritar muito menos,
porque no momento que você estiver passando por isso, você irá agir
consciente, sabendo o porquê das suas atitudes e não agir simplesmente
pela intuição.

Quer ver um exemplo?

Certa vez, em um dos meus atendimentos individuais com uma mãe,


ela falou que não sabia mais o que fazer com o filho único de 4 anos.
Se sentia exausta e apesar de contar com a ajuda da mãe (que morava
com ela) estava cada vez mais difícil controlá-lo.

Irei me referir a esta mãe com o nome fictício de Ana.

Com a evolução dos atendimentos muita coisa pode ser observada,


analisada e repensada. Sua rotina corrida durante a semana, sem tempo
para se cuidar; chegava em casa à noite louca para descansar a mente e
o corpo, se deparava com uma criança que exigia demais sua atenção.
E diante os conflitos em satisfazer suas necessidades ou as do filho, se
via num beco sem saída.

18
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Quando nos tornamos mães, nos sentimos obrigadas a fazer nossos


filhos felizes e obedientes. Porém na prática sabemos que é bem
complexo. A atenção que o filho da Ana exigia dela ia além de suas
forças; por mais que ela fizesse ele não se satisfazia e ela terminava a
noite muito frustrada; ou porque perdia a paciência e gritava com ele
ou porque terminava cedendo a tudo que ele queria para ter um pouco
de paz. A paz que, aos poucos, estava se tornando bem menos
frequente.

Depois que a Ana começou a mudar não só em relação ao filho, mas


em relação a ela mesma, tudo na sua vida começou a melhorar.
Inclusive o comportamento da sua criança.

Ela entendeu o porquê de se estressar tanto com seu filho, entendeu


também os motivos que faziam com que ele se comportasse mal em
certos momentos ou em determinadas situações.

A partir daí, Ana deu uma reviravolta na sua vida. Se permitiu mudar,
fazer diferente. Ela estava realmente disposta a aprender algo novo, a
se conhecer melhor, a conhecer melhor o seu filho. Refez sua rotina.

Enquanto as coisas iam acontecendo, ela refletia sobre cada situação.


Afinal, pôr em prática as técnicas e ferramentas que aprendeu durante
o processo, aliado com os novos conhecimentos sobre as fases de
desenvolvimento infantil, era fundamental para que seu objetivo fosse
alcançado.

Você pode estar pensando agora sobre como deve ser difícil fazer tudo
isso. Não seria mais fácil e prático utilizar logo as técnicas e
ferramentas?

Se eu te disser que não seria mais fácil ir direto para as “dicas” estaria
mentindo para você. Porém, ser mais fácil não significa ser mais
eficiente. Eu até entendo que no mundo corrido que a gente vive hoje
tudo que chega para facilitar de maneira mais rápida é bem-vindo. A
diferença é que não estamos lidando com robôs, estamos lidando com

19
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

seres humanos, crianças que estão apenas iniciando sua jornada de vida.
Filhos não são brinquedos que colocamos onde queremos e ele fica lá
paradinho. Ou quando quebram é só trocar a peça e tudo volta a
funcionar maravilhosamente bem.

Contudo, quando não existe mais peça para substituir o que fazemos?
Guardamos de lembrança, doamos, jogamos no lixo reciclável…

Mas com nossos filhos não é assim que funciona. E é exatamente por
isso que não basta fazer as técnicas. Educar verdadeiramente uma
criança é uma troca. Aprendemos com elas ao mesmo tempo que
ensinamos.

Capítulo 4: Os erros que você precisa tomar


cuidado para não voltar a gritar na primeira
semana.

A maternidade realmente é desafiadora. Com o primeiro filho tudo é


novo. Toda uma expectativa colocada sobre o bebê que está para
chegar. Preparamos tudo; o quarto, o enxoval, o carrinho, o bebê
conforto, o seio para que a amamentação seja a menos dolorosa
possível, lemos sobre as fases da gravidez, fazemos cursos sobre como
cuidar do bebê, dar banho. Mesmo para as mamães que decidem adotar
o sentimento é o mesmo. O que diferencia é o tempo dessa gestação,
que acontece exclusivamente no coração. Conheço um pouco dessa
realidade. Vivenciei esse processo com a chegada da minha irmã
caçula. Apesar de eu já estar casada, fui eu quem a buscou para minha
mãe.

Depois os outros filhos chegam (ou não); tenho amigas que pararam
logo no primeiro filho de tão traumatizante que foi. Outras foram o
inverso: o primeiro foi tão maravilhoso que partiram para o segundo, o

20
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

terceiro… e tiveram algumas surpresas desagradáveis, já que não


vieram tão parecidos com o irmão mais velho. Mas apesar das
diferenças, vamos ficando mais seguras quanto aos cuidados a cada
filho que chega.

Porém, há uma parte do enxoval, importantíssima, que esquecemos de


preparar: o enxoval emocional.

O que realmente significa para cada uma de nós ter filhos? O quanto
aquele novo ser, totalmente dependente de nós, vai mudar nossa vida
por completo? O quanto ele vai dar conta das nossas expectativas? E
quando essas expectativas caem por água abaixo?

Não nos preparamos emocionalmente para lidar com tudo isso.

Sem falar das cobranças da família, dos amigos, da sociedade exigindo


os resultados de uma mãe perfeita.

Tem um ditado que eu sempre ouvi e ele nunca chegou bem aos meus
ouvidos: “Ser mãe é padecer no paraíso”. Se formos refletir bem sobre
a palavra padecer, que de acordo com o dicionário significa sofrer mal
físico ou moral.

Longe de mim romantizar aqui a maternidade, até porque sabemos que


muitas mulheres criam seus filhos sozinhas, sem rede de apoio.
Contudo, é importante estarmos atentas ao que essa expressão
comunica: Ter filhos é sofrer; por mais amor que ali esteja
envolvido. Será mesmo que precisa ser assim?

Durante muito tempo eu repetia esta frase (mesmo sem gostar dela); o
velho piloto automático entrando em ação!

Depois que fui me alfabetizando emocionalmente (muitos anos depois


de ter meus filhos) percebi que não precisamos ser mães que padecem
no paraíso. Essa ideia surge porque cobramos perfeição de nós mesmas
e dos nossos filhos; e isto é impossível.

21
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Quando comecei a praticar uma educação mais respeitosa, mais


positiva, mais humanizada com meus filhos, passei por vários
momentos. Alguns de alegria, satisfação, outros tristes e
decepcionantes. Me senti fracassada, uma verdadeira fraude. Cheguei
realmente a acreditar que tudo o que eu havia estudado, pesquisado não
funcionava pra mim. Que o melhor mesmo era voltar como era antes e
esperar as fases passarem, como as pessoas me falavam.

Mas lá no meu íntimo eu acreditava em tudo aquilo. Então comecei a


focar nas tentativas que deram certo. Eu não sei se vocês sabem, mas
temos o péssimo hábito de dar mais importância às coisas negativas que
vivemos do que às positivas. Podemos passar um dia inteiro vivendo
bons momentos, mas aquele único que não foi tão bom é que vamos
ficar remoendo, anulando todos os outros.

Vou ilustrar aqui com um exemplo que acredito que a maioria das
mulheres já passaram na sua rotina: a tal da dieta.

Quem nunca iniciou uma dieta ou reeducação alimentar super


empolgada? Leu, pesquisou, pegou a lista de compras e foi ao
supermercado comprar tudo o que tinha nela? Tudo pronto para iniciar
na segunda-feira!

Você começa a semana empolgada. Durante os 7 primeiros dias tudo o


que estava planejado foi cumprido com louvor. Finalmente você
conseguiu passar da primeira semana (o que das outras vezes não
passava de dois ou três dias). Porém na outra semana você deu algumas
escorregadas; foi convidada para uma festa e não resistiu às comidas e
bebidas. Afinal, as pessoas iriam observar, comentar. Não ficaria bem.

E já que abriu mão neste dia, a semana já estava perdida mesmo… você
“chutou o balde” e vai recomeçar tudo novamente na próxima
segunda-feira.

Sabe o que vai garantir o sucesso ou não na sua dieta? O quanto você
está verdadeiramente comprometida com sua saúde. O quanto você está

22
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

disposta a não ceder às tentações. O quanto você entende que, mesmo


se cometer algum deslize, não significa que o que já foi conquistado
não tem mais valor.

Quando decidimos não gritar mais com nossos filhos, precisamos estar
conscientes do processo. Compreender que todos somos aprendizes
nessa relação.

A grande verdade é que não conseguirei aqui dar conta de todos os erros
que podemos cometer para evitar os gritos. É impossível! O ser humano
é muito complexo. Quando formamos uma família, seja ela de qualquer
configuração, trazemos nossa bagagem de vida, de histórias, de
traumas, de valores que nos são transmitidos pela educação recebida
pelos nossos pais.

Por isso, em meus atendimentos, os pais é que decidem a melhor


maneira de orientarem seus filhos, ou seja, da forma que vai fazer
sentido para aquela família. Por favor, não me compreenda errado; não
estou dizendo que os pais vão fazer o que der na cabeça. As técnicas e
ferramentas que apresento são baseadas em princípios, pesquisas,
estudos, fundamentadas nas áreas da psicologia, psicanálise… Eles
terão total consciência do porquê de cada escolha, de cada atitude, de
cada comunicação realizada com seus filhos.

Somos uma geração de pais que estamos tendo uma excelente


oportunidade de darmos uma educação mais consciente e respeitosa aos
nossos filhos. Nas gerações anteriores, nossos pais, avós, bisavós, não
tinham os conhecimentos que temos hoje; por isso que sabemos que
gritos, castigos, punições, violências físicas e psicológicas
definitivamente não educam crianças.

A autora do livro Disciplina Positiva, Jane Nelsen, tem uma frase


famosa que diz assim: “De onde tiramos a ideia absurda que para
fazer uma criança agir melhor precisamos antes fazê-la se sentir
pior?”

23
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Gosto muito desta frase e trago essa reflexão para os pais fazendo uma
comparação com seu trabalho. Como você se sentiria se ao fazer algo
errado no seu trabalho seu chefe gritasse, brigasse e humilhasse você?
O que você pensaria? Realmente teria vontade de mudar?

Trarei aqui alguns erros mais comuns que os pais cometem e que são
gatilhos para que os gritos venham logo em seguida:

Julgar sem perguntar

Quando julgamos o comportamento dos nossos filhos estamos dando a


nossa interpretação dos fatos; baseados na nossa experiência de vida.
Muitas das vezes nem estamos presentes na situação; mas a sentença
de CULPADA a criança já recebeu. E sem direito de defesa.

É muito importante que você saiba que seu filho não acorda com um
plano mirabolante dizendo assim:

“Hoje, vou tirar toda a paciência da minha mãe. Vou fazer tudo que ela
não gosta, que ela diz para eu não fazer, porque adoro vê-la gritando,
descontrolada.”

Você precisa antes de qualquer coisa escutar seu filho, fazer as


perguntas certas e da maneira certa para que ele confie em você e conte
tudo o que aconteceu, sem precisar mentir.

Quando a criança começa a mentir normalmente é por medo das


consequências. De levar uma surra, de ficar de castigo, de perder aquele
passeio tão esperado…

Lembra da história dos meus vasos quebrados que contei? Meu filho
ficou com tanto medo de mim que começou a mentir. Tudo que ele
fazia de errado e achava que eu fosse brigar, gritar e castigar ele negava
ter feito. Inclusive, eu fazia exatamente igual quando era da idade dele.

24
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

As histórias se repetem. Preste atenção quando você se irrita com seu


filho; se não é por coisas que você também fazia na idade dele e seus
pais reagiram negativamente. Algumas frases prontas que detestava
ouvir dos seus pais e agora faz do mesmo jeitinho.

Você se sentia injustiçado quando era acusado de algo que não tinha
feito? Ou até tinha feito, mas não com a intenção que seus pais
afirmavam?

Não ter autocontrole

Exercitar o autocontrole é fundamental para que você não grite.


Normalmente ele não é muito valorizado, nem exercitado. Até porque,
na nossa cultura, a tendência que temos é culpar o outro pelo nosso
descontrole. E isso vale para as relações com adultos também.

Só que eu tenho que ser bem sincera; a única pessoa responsável por
suas atitudes é você. Quando você grita com seu filho e o culpa por
isso, está dando a ele uma responsabilidade muito maior do que ele
pode carregar. Ou seja, ele é culpado por ter errado e por você ter se
descontrolado. Ele é acusado pelo descontrole dele e você não é
responsável pelo seu?

Mas calma, eu não estou aqui te acusando ou te culpando. Estou


trazendo reflexões necessárias. Só conseguimos mudar um
comportamento quando temos clareza porque ele ocorre.

O autocontrole nos protege e protege quem amamos. Ter estratégias


para se acalmar frente a uma situação desafiadora com seu filho vai
fazer toda a diferença. Uma das minhas estratégias favoritas é a
respiração.

Agora tenho um desafio para te fazer. A partir de hoje, a cada vontade


de gritar com seu filho toda vez que ele apresentar um comportamento

25
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

inadequado PARE, RESPIRE PROFUNDA E LENTAMENTE e só


depois que se acalmar, vá falar com ele.

Querer resultados rápidos

Mudança de hábitos requer tempo e paciência. Nem seu filho nem você
irão acertar de primeira. Lembre-se que vocês são seres humanos.
Quando os pais não têm clareza sobre o processo, não aceitam que o
erro faz parte do aprendizado e não acreditam que os resultados
chegarão mais na frente, voltarão a gritar rapidinho.

Educar filhos é como cuidar de uma planta. Você prepara a terra, planta
a semente num vasinho, pesquisa sobre como aquela planta se
desenvolve melhor; se é de sol ou de sombra, se precisa de muita água
ou pouca água, se pode ficar dentro de casa ou não. Dependendo da
planta terá que colocá-la num vaso maior para acomodar melhor suas
raízes… Essa planta também precisará de amor. Falo com propriedade
porque minha mãe sempre amou cuidar de plantas. Houve uma época
que ela fez um jardim lindo no terreno de uma casa que morou. Todos
que passavam elogiavam. Quando perguntavam o que ela fazia com as
plantas que ficavam tão lindas, ela respondia: terra boa, água, poda,
paciência e muita conversa (ouvia muito minha mãe conversando com
elas).

Fazendo uma correlação da história da minha mãe com a educação que


damos aos nossos filhos, cheguei a esta conclusão:

Terra boa: São os valores nos quais a educação que transmitimos é


baseada.

Água: É o amor que a criança precisa receber da melhor forma possível.

Poda: São os limites que damos com cuidado e respeito.

26
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

Paciência: esperar o tempo necessário para ver os resultados,


acreditando no seu potencial e dedicação.

Conversa: As palavras certas, na hora certa, do jeito certo, têm um


poder imenso de conexão.

Não organizar uma rotina

Já ouviu esta frase: Rotina é vida, rotina é liberdade?

Confesso que nunca fui uma pessoa de rotina. Na verdade, eu achava


que tinha uma simplesmente porque eu fazia as mesmas coisas todos os
dias. E de longe isso é ter uma rotina que realmente facilite sua vida.

Quando organizamos nossas atividades diárias (num papel e não na


cabeça) temos uma previsão (no dia anterior) de como vai ser o dia
seguinte. Evitamos contratempos, esquecimentos e o excesso de
estresse que surge para dar conta do que não foi feito no final do dia.

E se nós, adultos, precisamos de rotina, imagina uma criança? Quando


organizamos a rotina dos filhos, junto com eles, as chances de você
gritar diminuem consideravelmente. A partir do momento que a criança
tem noção do que ela vai fazer durante o dia, a ansiedade diminui; a
rotina traz previsibilidade e, consequentemente, segurança. Ela
desenvolve autonomia, autorresponsabilidade, você não precisa ficar o
tempo inteiro mandando seu filho fazer as coisas (um dos gatilhos para
o grito).

Aqui em casa é gritante a diferença no comportamento do meu filho


quando ele tem uma rotina a seguir. A pandemia deu uma reviravolta
na nossa vida. Eu e meu esposo trabalhamos em casa e os filhos com
aula online. A internet não dava para todos usarem ao mesmo tempo
porque a conexão caía. Logo, a prioridade era o nosso trabalho, até

27
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

porque eu era a professora da escola dos meus filhos. Nos meus


horários de aula, um deles (ou os dois) tinha que sair da aula.

Eu ficava arrasada por dentro. Indiretamente, estávamos


“desvalorizando” o estudo deles. Mas era o que tínhamos naquele
momento.

E agora, escrevendo as últimas linhas deste e-book, tenho uma


revelação para te fazer: Você não vai conseguir nunca mais gritar com
seu filho!

Como assim, Adriana? Depois de ler todas estas páginas você vai
concluir deste jeito?

Entendo sua possível indignação, mas calma que vou te explicar…

A palavra NUNCA, neste contexto, dá uma certeza que não temos como
garantir, concorda?

Por mais que você não queira gritar, por mais que você não goste, por
mais que você aprendeu aqui o quanto o grito é prejudicial para o
desenvolvimento do seu filho, em alguns momentos você irá gritar com
ele. Afinal, você é um ser humano passível de falhas. Porém, tenha
certeza que será bem menos do que antes. A grande diferença nisso tudo
é que você agora tem consciência do que fez, a diferença agora é que
você sabe que não é sobre seu filho.

E tenho certeza que se você chegou até aqui é porque tudo fez sentido.

Espero realmente ter contribuído para que sua relação com seu filho
esteja a um passo de iniciar uma nova história; com mais compreensão,
mais escuta, mais alegria e com muito amor.

E se você quer minha ajuda para além de parar de gritar com seu filho
aplicando as técnicas que você viu aqui, mas também ajudar sua criança
a reconhecer e regular suas emoções, a desenvolver habilidades de vida
para que saiba lidar com os desafios do mundo, a ser uma criança mais

28
Licenciado para - Thays Cristo Martins Vaz - Protegido por Eduzz.com

confiante, motivada, que colabora em casa com atividades de casa e da


escola, eu posso te ajudar no meu processo de mentoria, aonde eu,
pessoalmente, vou te orientar com técnicas e ferramentas que farão
parte da sua rotina com seu filho.

E nesse processo, que é totalmente individualizado, você vai ter a minha


ajuda para descobrir quais destes recursos fazem sentido para aplicar aí
na sua casa, respeitando os valores da sua família, levando em
consideração a fase de desenvolvimento do seu filho. É um processo
lindo no qual todos saem ganhando. Sua casa se tornará um verdadeiro
lar, onde pais e filhos se (re)conhecem, se respeitam e crescem juntos.

Independente de qual seja o seu momento, se você grita, não grita, uma
coisa aqui é certa, você sempre vai ter que lidar com relação ao seu
filho; ele estando pequeno ou grande. O ideal é que você comece hoje,
que você comece agora… quanto mais cedo você começar mais fácil
esse processo vai ser e vai ficar.

Eu não te prometo que a mentoria vai fazer sua vida mudar de um dia
para o outro, mas eu te garanto que dar esse primeiro passo já vai fazer
muita diferença na sua família, não só com seu filho, mas em toda a sua
casa, inclusive no seu casamento.

Clique aqui
[https://instagram.com/soudriferraz?igshid=MmlzYWVINDQ5Yg==]
para me acompanhar e aqui [https://wa.me/5581987211313] para entrar
diretamente em contato comigo. Vamos conversar para eu entender
como posso te ajudar.

Forte abraço,

Adriana Ferraz.

29

Você também pode gostar