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Um animal de estimação pelo

Natal?

Talvez não seja um bom


presente para os seus filhos
João Seabra Catela, in VISÃO, edição online de 6.12.2021 (consultado em
janeiro de 2022, adaptado)
1. Ordena este texto de opinião para corresponder à estrutura que
apresentamos em aula: 

- abertura do tema;

- tese;

- 1.º argumento e exemlificação;

- 2.º argumento e exemplificação;

- conclusão.

Numa casa com miúdos, a maioria dos progenitores já terá


ouvido o seguinte pedido, emocionado e suplicante:
“Podemos ter um cãozinho??? Por favor!!!”. A relevância do
mesmo prende-se com uma realidade que é, quanto a mim,
1 preponderante para justificar a questão presente no título.
Ora, o pedido encarecido dos filhos tem um significado óbvio
e muito importante, o de que os pais não partilham do
mesmo entusiasmo ou desejo. Estes deverão ponderar
seriamente antes de aceder ao pedido dos seus filhos.

Infelizmente, muitas vezes não se trata apenas de “aceder”,


2 mas essencialmente de “ceder”, o que é, na minha visão, um
péssimo princípio e um tremendo erro.

Aos pais que acabam por ceder, há uma enorme


probabilidade de os ouvir proferir duas coisas. A primeira, dita
aos filhos: “queres um bicho, mas depois quem vai ter de
andar a tratar dele vou ser eu, estou mesmo a ver!!!”. A
segunda, partilhada com familiares e amigos: “vamos
oferecer-lhe um bichinho para aprender a ser responsável”.
3 Não é preciso refletir muito sobre o assunto para admitir que
a primeira frase é praticamente uma verdade absoluta. Já a
segunda, simplesmente roça o absurdo... Sinceramente, não
se pode querer (nem é expectável) que um ser irresponsável,
dada a circunstância da sua imaturidade, possa assumir
responsabilidade por um terceiro, por sua vez também
“irresponsável”, dada a circunstância da sua natureza.

Sim, claro que é importante incutir responsabilidade nas


crianças, ensinando e explicando-lhes as necessidades e
cuidados a ter. No entanto, a responsabilidade por aquele
animal não é dos filhos, é dos pais, exclusivamente. Por
conseguinte, querer que uma criança aprenda desta forma o
significado de responsabilidade é não só uma atitude
4 irresponsável em si, mas principalmente crueldade para com
os animais. Não, a culpa de o “Bobi” ter ficado sem comer no
dia anterior não foi dos filhos, foi dos pais. Quem quiser
atribuir esse tipo de tarefas aos filhos, tem de ter a noção
que terá sempre de verificar e acompanhar o cumprimento
das mesmas. Trata-se de um ser vivo que é frágil e com
necessidades específicas que não podem ser postas em causa
em nome da “educação para a responsabilidade”.

Por fim, quero apenas recordar que um animal não é nem


deve ser encarado enquanto “presente”. Consequentemente,
é ainda imperativo explicar às crianças que ele não lhes
5 pertence. O animal de estimação não é dos filhos, é um
membro que integra a família e que merece tempo, espaço,
atenção e respeito de todos os restantes membros, sem
exceção.

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