Você está na página 1de 9

Artigo original

Porrinha: quando as probabilidades estão além de dados e moedas

Paulo Guilherme Pinheiro dos Santos1, Sâmia Bacelar Pinto2 e


Mônica dos Santos Silva3
1 Universidade Federal do Amapá, Brasil. E-mail: pgpinheiro@unifap.br
2 Universidade Federal do Pará, Brasil. E-mail: smiabacelar@yahoo.com.br
3 Universidade Federal do Pará, Brasil. E-mail: monik.santsilv@gmail.com

RESUMO: A utilização de jogos que fazem parte do cotidiano dos alunos é


muito importante para o interesse e aprendizado de qualquer disciplina. O
jogo denominado porrinha foi utilizado com o objetivo de modelar um caso
de cálculo das probabilidades. Este trabalho é classificado como ensaio
teórico e é mostrado o desenvolvimento da esperança matemática da
variável considerada neste jogo, a soma. Alguns resultados para dois, três e
quatros jogadores são desenvolvidos. O jogo da porrinha é adequado para
criar uma sequência didática para o ensino de probabilidade.
Palavras-chave: Jogos; Probabilidade; Esperança; Ensino-aprendizagem.
Porrinha: when the probabilities are beyond dice and coins
ABSTRACT: The use of games which are a part of students' daily lives is
important to the interest in and learning of any subject. The game named
Porrinha, very well-known in Brazilian universities, was used to elucidate a
case of calculus of probabilities. This paper is classified as a theoretical issue
and shows the development of the mathematical expectation of the
variable considered in the game, the sum. Some results for two, three and
four players are described. Porrinha is a suitable game when it comes to
developing a learning sequence in probability teaching.
Keywords: Games; Probability; Expectation; Teaching and Learning.

1 INTRODUÇÃO* (2007) estão presentes no imaginário


místico e psicológico da humanidade
Os jogos funcionam como instru- desde tempos antigos, tais como os
mentos lúdicos no processo de ensino- jogos de astrágalos, osso do pé usado
aprendizagem de diversos assuntos com um dado.
(OLIVEIRA, 2008; NASCIMENTO et al., O estudo formal da disciplina de
2012) e, segundo Queiroz e Coutinho probabilidades se deu inicialmente a
partir da análise dos jogos (RAUPP,
*
Este trabalho foi inspirado depois de muitas 2001), para alguns, pela percepção do
jogadas com os graduandos em Estatística na conceito de acaso, os chamados “jogos
viagem de retorno a Belém após o Simpósio de azar”. O estudo científico de jogos
Nacional de Probabilidade e Estatística - SINAPE
2012 em João Pessoa e na conversa com o Dr. João de dados são referenciados desde os
Marcelo Brazão Protázio (Professor do Curso de séculos XV e XVI na Itália, e mais siste-
Estatística da Universidade Federal do Pará, maticamente a partir das famosas cor-
entusiasta, usuário e divulgador do software livre
R).
respondências de cartas entre Fermat

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
98 Santos, Pinto e Silva

e Pascal no século XVII na França (LO- netários e esse fato pode estar relacio-
PES et al., 2013). Para maiores detalhes nado com a carência em educação es-
sobre a história da teoria das probabi- tatística da população, mais precisa-
lidades, os trabalhos de Morgado mente dessa ausência desde as séries
(1991), Queiroz e Coutinho (2007) e iniciais de ensino (MUNIZ, 2013). Esse
Mlodinow (2009) formam uma exce- déficit de habilidades provavelmente
lente introdução. contribui para que muitos cursos supe-
Mesmo as disciplinas de probabili- riores detenham elevados índices de
dades e estatística terem ganhado reprovações nas disciplinas de probabi-
mais espaço entre os conteúdos didáti- lidades.
cos da educação básica (MENEGHETTI O objetivo deste trabalho é constru-
et al., 2011), os livros didáticos de cál- ir um modelo no escopo da teoria das
culos das probabilidades geralmente probabilidades com uma brincadeira
apresentam exemplos didáticos envol- típica do Brasil, principalmente nos
vendo jogos antigos (dados, moedas, botecos, a porrinha, a qual faz parte do
urnas, baralhos, roletas, ...) e que não cotidiano dos estudantes brasileiros e,
fazem parte do cotidiano dos estudan- assim, estimular o interesse pelo a-
tes, podendo ser um fator que influa prendizado da disciplina.
na dificuldade de assimilação, assim
como o interesse pelos tópicos abor- 2 MÉTODOS
dados em um curso de ensino superior,
usualmente lecionados em um ou dois Este artigo é classificado como um
semestres. ensaio teórico, já que “se propõe ata-
A beleza balizadora do estudo das car um objeto abstrato” (ECO, 2009) a
probabilidades é que a noção de acaso partir de elementos historicamente
não é intuitiva (MLODINOW, 2009) e, consolidados e definidos na disciplina
não poucas vezes, as soluções de um de teoria das probabilidades (tais como
problema de probabilidade são bem esperança matemática, espaço amos-
diferentes do que aparentam e, con- tral, aleatoriedade) modelará um caso
forme Morgado et al. (1991) ressalta, do jogo de porrinha, ou seja, estabele-
as vezes conduzem a resultados ines- cerá um padrão para que os jogadores
perados ou à primeira vista paradoxais. se aproximem da vitória, outrossim,
Isso indica que a disciplina deveria ser servir de base para formulação de fu-
tratada com maiores cuidados desde tura sequência didática para o ensino
os contatos iniciais na infância (LOPES, de probabilidades. Assim, os próximos
2012), na educação básica (WALI- tópicos desta seção apresentarão as
CHINSKI; SANTOS JUNIOR, 2013) e no regras e as condições necessárias para
ensino fundamental (QUEIROZ; COU- a definição do modelo.
TINHO, 2007).
No Brasil, as loterias oficiais ou não AS REGRAS
movimentam enormes montantes mo- A porrinha é um jogo em que se u-

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
Porrinha: quando as probabilidades estão além de dados e moedas 99

sam pedaços de papel, moedas ou pali- seja igual a esse valor” (ROSS, 2010). A
tos quebrados (algo pequeno que pos- seguir será construído a modelagem
sa ficar facilmente escondido dentro da probabilística envolvendo o jogo de
mão). Os jogadores devem possuir três porrinha.
objetos, geralmente são usados palitos Seja o número total de jogadores,
de fósforos ou pequenas pedras. Cada onde = , . . . , . Seja o vetor con-
jogador pode escolher: nenhum, um, tendo os possíveis resultados do
dois, ou três objetos. Essa escolha fica jogador , com = , . . . , . Por exem-
guardada na mão de cada participante plo, caso esteja em análise o “jogador
e, sem revelá-la, as mãos de todos são 1” ( ), o vetor de possibilidades deste
apresentadas ao grupo. Cada rodada será: =( = , = , =
consiste em contar a quantidade total , = ), neste caso, os valores de
de objetos apresentados por cada jo- = , , , .
gador. Vence o jogo, quem adivinha Como os jogadores escolhem seus
qual é a quantidade total de objetos valores independentemente um do
escolhidos por todos os participantes outro, assume-se neste ponto que a
(TV-ESCOLA, 2014). Na primeira rodada única estratégia para a escolha do nú-
é vedado resultado zero (ou “lona” mero de objetos por jogador será regi-
como é comumente chamado pelos da pela acaso, portanto cada possível
jogadores). resultado apresentado por jogador, os
, terão igual probabilidade de ocor-
MODELAGEM rência, ou seja, , .
No escopo da teoria das probabili- Seja a soma dos resultados apre-
dades, entende-se como uma variável sentado pelos jogadores em cada ro-
aleatória, usualmente abreviada como dada, isto é, = + ⋯ + . Logo,
v. a., a “funções reais definidas no es- será uma variável aleatória discreta e
paço amostral” (ROSS, 2010) e variável sua esperança, E(S), será:
aleatória discreta como “uma variável
aleatória que pode assumir no máximo ( )= ( + ⋯ + ), (1)
um número contável de valores possí-
veis” (ROSS, 2010). Outra definição ou analogamente,
clássica e que em seguida será desen-
volvida no modelo é a de esperança ( ) = ( )+ ⋯+ ( ) (2)
(também denominada de valor espe-
rado, ou expectância, ou ainda, ou es- Como cada jogador só pode esco-
perança matemática, ou média) de lher os resultados 0, 1, 2 e 3, e admi-
uma variável aleatória que consiste tindo que essa escolha é aleatória, ou
numa “média ponderada dos possíveis seja,
valores que a variável aleatória pode
receber, com cada valor sendo ponde-
rado pela probabilidade de que a v. a. ( = )= ( )= = , . (3)

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
100 Santos, Pinto e Silva

mo passo deve ser observado, retor-


Essa premissa, a escolha aleatória, nando a Equação 1 e concluindo que:
influi imediatamente na esperança de
cada um dos jogadores, pois, como a ( ) = ( ) (8)
esperança matemática (ROSS, 2010) de
uma variável aleatória discreta X é de- Portanto, o caso geral para se en-
finida como, contrar a esperança do somatório em
cada rodada se resume a calcular:
( )= ( ) (4)
( ) = , × , (9)

Consequentemente, para o caso ou seja, nestas condições, basta o jo-


construído para o jogo de porrinha, a gador saber o número de jogadores
esperança para cada jogador é definida envolvidos (bastando para isso contar
de acordo com a Equação 5, a seguir, quantos jogadores são) e multiplicar
esse número ao valor de 1,5 assim ob-
tendo o valor médio esperado da joga-
( )= ( ) (5) da! Isto é, em média, dado jogador po-
derá esperar ou se aproximar da vitória
aplicando a Equação 9 a cada rodada.
Como cada jogador possui o mesmo
vetor de possibilidades e o mesmo ve- ANÁLISE COMPUTACIONAL
tor de probabilidades associado, então, Todas as análises computacionais
o desenvolvimento da esperança do i- (estatísticas e gráficas) foram geradas
ésimo jogador será: no aplicativo livre, open source e mul-
tiplataforma R (CORE TEAM, 2014) pa-
ra efeito de ilustração de alguns resul-
( )= ( ) = ( )+ tados quando existem dois, três e qua-
(6)
( )+ ( )+ ( ), tro jogadores.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
substituindo-se os valores de cada um
dos termos, tem-se,
O caso mais simples do jogo ocorre
quando existem dois jogadores (J1 e J2),
( )= × + × + × + × portanto, a final de uma rodada de
(7)
= , porrinha. Na Figura 1 é possível obser-
var todas as possibilidades de escolhas
Nesta etapa, não deve ser difícil de resultados dos jogadores J1 e J2
concluir que a ( ) = ⋯ = ( ). combinadas, ou seja, o espaço amos-
Para a esperança do somatório, o últi- tral (conjunto formado por todos os
resultados possíveis relacionados a um

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
Porrinha: quando as probabilidades estão além de dados e moedas 101

fenômeno), além da variável S resul- Nota: Cada célula da tabela são mostrados os
tante dessas escolhas. Para três joga- possíveis valores da variável S quando há dois
jogadores.
dores, cada possibilidade do jogador J2
se ramificaria para mais quatro possibi-
Tabela II: Distribuição de probabilidades,
lidades (0, 1, 2 e 3) e assim, sucessiva- P(S=s), da variável S para dois jogadores (J1 e
mente, quantos mais jogadores esti- J2).
vessem participando. Visualizar clara- S 0 1 2 3 4 5 6
mente o espaço amostral constitui-se a P(S 0,0 0,12 0,18 0,25 0,18 0,12 0,06
primeira dificuldade para a solução das = s) 62 50 75 00 75 50 25
maiorias dos problemas probabilísticos 5
em todos os níveis de ensino, daí cons-
tituindo-se de fundamental importân- As Tabelas II, III e IV mostram as dis-
cia o ensino de processos estocásticos tribuições de probabilidades da variá-
desde a infância (LOPES, 2012), bem vel S para, respectivamente, dois, três
como através de exercícios lúdicos de e quatro jogadores envolvidos em uma
análise combinatória (SOUZA; LOPES, rodada do jogo.
2012).
Tabela III: Distribuição de probabilidades,
Figura 1: Árvore de possibilidades para o caso P(S=s), da variável S quando participam três
de dois jogadores (J1 e J2) e os devidos resul- jogadores (J1, J2 e J3).
tados da variável S, soma das combinações de S 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
escolhas de cada jogador.
P( 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0
S 15 46 93 56 87 87 56 93 46 15
= 6 9 8 2 5 5 2 8 9 6
s)

A Tabela I traz os possíveis resulta-


dos do somatório (S) nesse caso. Com
Tabela IV: Distribuição de probabilidades,
ela, é fácil observar que o resultado P(S=s), da variável S para quatro jogadores (J1,
com maior frequência é o somatório J2, J3 e J4).
igual a três (aparecendo quatro vezes). S 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1
A Tabela II mostra a distribuição de 0 1 2
probabilidades da variável S para esse P( 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0,
caso. S 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0
= 0 1 3 7 2 5 7 5 2 7 3 1 0
Tabela I: Combinações dos possíveis resulta- s) 3 5 9 8 1 6 1 6 1 8 9 5 3
dos para dois jogadores (J1 e J2). 9 6 1 1 1 2 9 2 1 1 1 6 9
Ji / Jj 0 1 2 3
0 0 1 2 3 A expansão do comportamento da
1 1 2 3 4 variável S para os casos com três joga-
dores em diante é facilmente deduzi-
2 2 3 4 5
da, pois a esperança da v. a. S sempre
3 3 4 5 6

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
102 Santos, Pinto e Silva

assume o valor central entre zero e Figura 3: Variável aleatória discreta S para o
máximo do somatório entre o número caso de três jogadores.
de jogadores envolvidos, isto é, o má-
ximo sempre será um múltiplo de 3.
Por exemplo, para três jogadores os
limites da distribuição da variável S
será no mínimo zero e no máximo no-
ve, com valor esperado de 4,5.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram o com-
portamento simétrico da variável alea-
tória S e a quantidade de jogadores
envolvidos. Na Figura 2 observa-se que
o valor com maior probabilidade (ou
maior frequência – Tabelas II e III) é Figura 4: Variável aleatória discreta S para o
três. A Figura 3 ilustra o comportamen- caso de quatro jogadores.
to da variável S para o caso de três jo-
gadores. Nesta situação, o valor espe-
rado não é inteiro pois dois resultados
(4 e 5) são os mais frequentes, logo a
esperança de será 4,5 e pode ser en-
tendida como a média entre esses dois
valores mais frequentes. Na Figura 4,
quando estão envolvidos quatro joga-
dores, visualiza-se que a variável S a-
tinge um máximo de 12 e com maior
probabilidade para o valor seis.
Com efeito, o resultado obtido pela
Figura 2: Variável aleatória discreta S para o
caso de dois jogadores. Equação 9 é bastante relevante, pois
assumido que a única estratégia envol-
vida na escolha dos objetos seja a alea-
toriedade, então o palpite mais prová-
vel estatisticamente seguirá esse nor-
ma. Como a literatura aponta a noção
de acaso é bastante complexa e intri-
gante para humanidade (MLODINOW,
2009; QUEIROZ; COUTINHO, 2007) e,
portanto, dadas as condições iniciais
aqui apresentadas, pode ser explorada
de maneira lúdica para facilitar o en-
tendimento de tópicos da teoria das
probabilidades.

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
Porrinha: quando as probabilidades estão além de dados e moedas 103

Um dado preocupante é apresenta- do conteúdo abordado, devendo sem-


do no trabalho de Meneghetti et al. pre os professores procurar diversificar
(2011). Os autores contabilizaram so- as aulas para que estas se tornem mais
mente 11 trabalhos que versavam so- atrativas e proporcionando um melhor
bre o tema: Ensino de Probabilidade e desempenho na facilitação da aprendi-
Estatística, no III Simpósio Internacio- zagem. Neste sentido, o caso do jogo
nal de Pesquisa em Educação Matemá- de porrinha se enquadra perfeitamen-
tica (III SIPEM). Talvez essa inconspícua te com o desenvolvimento de concei-
importância do tema demonstre a tos iniciais da disciplina de cálculo das
grande vazio que existe no processo probabilidades, tais como: esperança,
ensino-aprendizado da teoria das pro- variância, vetores aleatórios, variável
babilidades, em todos os níveis de en- discreta, função de uma variável alea-
sino. Nesse sentido, existem propostas tória, variáveis uni e multidimensionais
interessantes para corrigir essa lacuna servido para a construção de sequên-
com propostas simples, tais como o cias didáticas desta disciplina.
uso de fractais para o ensino do con- Possíveis próximas pesquisas envol-
ceito de probabilidade geométrica veriam: (i) o acompanhamento de es-
(LOPES et al., 2013); as “propostas ou tudantes de graduação em várias ro-
relatos de atividades didático- dadas do jogo para comparação destes
pedagógica de ensino de conteúdos de resultados com o modelo aqui propos-
Estatística” encontrados na análise fei- to, Equação 9. Como esse modelo as-
ta por Meneghetti et al. (2011); nas sumiu a hipótese de escolha aleatória e
sequências didáticas identificadas nas independente, supõe-se que devido as
dissertações analisadas por Oliveira diferentes estratégias que cada partici-
(2007). Outrossim, a Probabilidade e pante poderá desenvolver para vencer
Estatística no Brasil apresentam uma o jogo, os resultados tenham algum
perspectiva de crescimento e consoli- viés dependente dos jogadores, o que
dação (WALICHINSKI; SANTOS JUNIOR, resultaria na modelagem da esperança
2013). condicional. Assim, outro desdobra-
mento da modelagem do jogo da por-
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS rinha se aplicaria à teoria dos jogos; (ii)
demonstração do desenvolvimento da
A aplicação dos conceitos iniciais da formalização matemática da variância
teoria das probabilidades em situações para quantificar a variabilidade da va-
mais próximas do universo dos alunos riável S; e, (iii) aplicação de métodos de
pode facilitar a assimilação do conteú- Monte Carlo para comparação com as
do didático, bem como estimulá-los na modelagens propostas e expansão de
busca de novos conhecimentos, como combinações de diferentes estratégias
analisado por (OLIVEIRA, 2008), a rela- envolvidas no jogo.
ção ensino-aprendizado seja positiva é
necessário um melhor aproveitamento

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
104 Santos, Pinto e Silva

REFERÊNCIAS ções do Programa de Estudos Pós-


Graduados em Educação Matemática
ECO, H. Como se faz uma tese. São da PUC-SP. Monografia (Especializa-
Paulo: Perspectiva, 2009. ção) – Pós-Graduação Lato Sensu em
LOPES, C. E. A educação estocástica na Educação Matemática, Centro Univer-
infância. Revista Eletrônica de Educa- sitário da Fundação Santo André, Santo
ção, v. 6, n. 1, p. 160-174, mai, 2012. André, 2007.
LOPES, J. M.; SALVADOR, J. A.; BALIEI- OLIVEIRA, L. D. G. C. Mediando o Ensi-
RO FILHO, I. F. O ensino de probabili- no-aprendizagem: a Contribuição do
dade geométrica por meio de fractais e Jogo “Evoluindo Saúde” no Processo
da resolução de problemas. Revista Ensino Aprendizagem dos Alunos da
Eletrônica de Educação, v. 7, n. 3, p. Educação Básica. In: ANAIS DO VIII
47-62, 2013. SIMPÓSIO DDE PRODUÇÃO CIENTÍFICA
MENEGHETTI, R. C. G.; BATISTELA, R. -UESPI, Piauí, 2008, p. 1-11.
F.; BICUDO, M. A. V. A Pesquisa sobre QUEIROZ, C.; COUTINHO, S. Conceitos
Ensino de Probabilidade e Estatística probabilísticos: quais contextos a his-
no Brasil: um exercício de metacom- tória nos aponta? Revista Eletrônica
preensão. Bolema, v. 24, n. 40, p. 811- de Matemática, v. 2.3, p. 50-67, 2007.
833, dez, 2011. R CORE TEAM. R: A language and envi-
MLODINOW, L. O andar do bêbado – ronment for statistical computing. R
como o acaso determina nossas vidas. Foundation for Statistical Computing,
Brasil: Zahar, 2009. Vienna, Austria, 2014.
MORGADO, A. C.; CARVALHO, J. B. P. RAUPP, R. M. Cara ou coroa? Proble-
de; CARVALHO, P. C. P.; FERNANDEZ, P. mas Famosos e Intrigantes das Proba-
Análise combinatória e probabilidade. bilidades. Trabalho de Conclusão de
Rio de Janeiro: SBM, 1991. Curso (Graduação) – Curso de Bachare-
MUNIZ, C. A. Apresentação. In: COUTI- lado em Estatística, Faculdade de Esta-
NHO, C. Q. S. Discussões sobre o ensi- tística, Instituto de Ciências Exatas e
no e a aprendizagem da probabilidade Naturais, UFPA, Belém, 2001.
e da estatística na escola básica. Cam- ROSS, S. Probabilidade – Um curso
pinas, SP: Mercado de Letras, 2013. p. moderno com aplicações. Porto Ale-
07-09. gre: Bookman, 2010.
NASCIMENTO, R. M; NETO, N. T. A.; SOUZA, A. C. de; LOPES, C. E. Combi-
SAINT'CLAIR, E. M.; CALOMENI, M. R. nando roupas e vestindo bonecos: i-
Lúdico como ferramenta pedagógica deias de combinatória no desenvolvi-
no processo ensino aprendizagem. mento profissional de uma educadora
Persp. online: biol. & saúde, v. 5, n. 2, da infância. Revista Eletrônica de Edu-
p. 23-30, 2012. cação, v. 6, n. 1, p. 148-159, 2012.
OLIVEIRA, P. G. de. Ensino- TV-ESCOLA. Matemática em toda par-
Aprendizagem de Probabilidade e Es- te 2 – Matemática nas brincadeiras.
tatística: Um Panorama das Disserta- Disponível em: <http://tvescola.mec.

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014
Porrinha: quando as probabilidades estão além de dados e moedas 105

gov.br/index.php?option=com_zoo&vi
ew=item&item_id=17435>. Acessado
em: 10/05/2014.
WALICHINSKI, D.; SANTOS JUNIOR, G.
dos. Educação estatística: objetivos,
perspectivas e dificuldades. Imagens
da Educação, v. 3, n. 3, p. 31-37, 2013.

License information: This is an open-access article


distributed under the terms of the Creative Com-
mons Attribution License, which permits unre-
stricted use, distribution, and reproduction in any
medium, provided the original work is properly
cited.

Artigo recebido em 12 de janeiro de 2015.


Aceito em 18 de abril de 2015.

Estação Científica (UNIFAP) http://periodicos.unifap.br/index.php/estacao


ISSN 2179-1902 Macapá, v. 4, n. 1, p. 97-105, jan.-jun. 2014

Você também pode gostar