K. é levado ao pintor Titorelli, que pinta retratos dos magistrados do tribunal. Titorelli explica que herdou o cargo de seu pai e que as regras para pintar cada função são complexas e secretas. Ele oferece a K. três opções para lidar com seu processo: absolvição real, aparente ou prorrogação, que implica manter contato constante com o juiz para evitar condenação. K. percebe que as únicas opções possíveis o impedem de obter absolvição real.
K. é levado ao pintor Titorelli, que pinta retratos dos magistrados do tribunal. Titorelli explica que herdou o cargo de seu pai e que as regras para pintar cada função são complexas e secretas. Ele oferece a K. três opções para lidar com seu processo: absolvição real, aparente ou prorrogação, que implica manter contato constante com o juiz para evitar condenação. K. percebe que as únicas opções possíveis o impedem de obter absolvição real.
K. é levado ao pintor Titorelli, que pinta retratos dos magistrados do tribunal. Titorelli explica que herdou o cargo de seu pai e que as regras para pintar cada função são complexas e secretas. Ele oferece a K. três opções para lidar com seu processo: absolvição real, aparente ou prorrogação, que implica manter contato constante com o juiz para evitar condenação. K. percebe que as únicas opções possíveis o impedem de obter absolvição real.
Por indicação do industrial e levando consigo uma carta K.
é levado ao pintor que em um
campo marcado pela vaidade, melhor forma de prestígio não pode haver senão a angariada com aquele que é responsável pela imagem dos magistrados – ou ao menos a imagem que os próprios fazem de si mesmos – o pintor de retratos do tribunal Titorelli. Novamente a visão é angustiante e claustrofóbica, encerrado em um pequeno aposento, cercado por todos os lados por meninas, com Titorelli, o pintor de retratos, K. Tenta, desesperada e inutilmente compreender as acusações que contra si pesam. quando perguntado sobre como assumiu a função de pintor da justiça Titorelli responde no trecho: ― Duma maneira muito simples ― respondeu o pintor por herança. já o meu pai era pintor do tribunal. É uma situação que se lega sempre e que não pode ser ocupada por estranhos. De facto, a pintura referente a cada categoria de funcionários obedece a regras tão diferentes, tão múltiplas e sobretudo tão secretas que, de modo nenhum, são conhecidas fora de certas famílias. No entanto, mesmo que eu o perca, ainda fico com tantas regras na cabeça, regras essas que só eu conheço, que ninguém poderia disputar-me o lugar. É que cada juiz quer ser retratado como o foram os grandes juízes de outrora e só eu consigo fazê-lo. Declarando sua posição firme nessa função e alegando que por conta disso pode tomar a liberdade de ajudar aqueles a qual denomina “pobres coitados” , que estejam a braços com um processo. Então apresenta a K. três modalidades de absolvição que ele pode escolher: A absolvição real, a absolvição aparente e a prorrogação. Sendo a absolvição real não necessária a ajuda dele ou de ninguém já que é para aqueles que realmente são inocentes. Absolvição aparente exige um esforço violento e temporário, ao passo que a prorrogação implica um esforço menor mas permanente. já prorrogação consiste em manter permanentemente o processo na sua fase inicial. Para isso é necessário que o acusado e o seu auxiliar, em especial este último, se mantenham em permanente contacto com a justiça. Para se alcançar uma prorrogação não é necessária, um dispêndio de forças tão grande como para se obter uma absolvição aparente, mas e preciso ter-se uma atenção muito maior. Não se pode tirar os olhos do processo; é necessário ir regularmente ter com o 'juiz que nos interessa e, acima de tudo, procurar mantê-lo, por todos os meios, bem-disposto connosco. Se não se conhecer pessoalmente o juiz, torna-se necessário procurar juizes conhecidos para exercerem sobre ele a sua influência; no entanto isso não significa que se deva desistir dos contactos directos. Se neste aspecto não houver qualquer negligência, pode-se ter quase a certeza absoluta de que o processo não ultrapassa a sua primeira fase. Na verdade, o processo não termina, mas o réu fica quase tão ao abrigo de uma condenação como se estivesse em liberdade. A prorrogação possui, em relação à absolvição aparente, a vantagem de tornar menos incerto o futuro do acusado; este fica livre do susto de uma prisão repentina e não tem que recear, precisamente na altura em que as circunstâncias lhe são tão desfavoráveis, ser obrigado a tomar a seu cargo as canseiras e as aflições que a obtenção da absolvição aparente implica. No entanto, a prorrogação tem igualmente certos inconvenientes para o acusado que não devem ser subestimados. Não estou a pensar no facto de nesta modalidade o acusado nunca ser livre; também o não é, no sentido próprio do termo, na absolvição aparente. Trata-se de um outro inconveniente. O processo não pode permanecer parado sem que para tal existam pelo menos razões aparentes. Por conseguinte, é necessário criá-las. Assim, de vez em quando, tem de se tomar diversas disposições, interrogar o acusado, realizar investigações, etc. O processo é pois obrigado a girar no mesmo pequeno círculo a que artificialmente o limitaram. Isso, naturalmente, acarreta certos inconvenientes para o acusado; não obstante, o senhor não os deve ter na conta de demasiado graves. De facto, é tudo apenas aparência, os interrogatórios, por exemplo, são muito breves; além disso, se uma pessoa não tem tempo ou vontade de lá ir, pode dar qualquer desculpa; com certos juizes, podem-se mesmo estabelecer de antemão as disposições a tomar durante um longo espaço de tempo. No fundo, tudo se resume a isto: o acusado, de vez em quando, apresenta-se ao seu juiz. Após apresentadas as três modalidades K. chega a conclusão de que escolhendo as duas opções oferecidas por Titorelli como as únicas as quais ele poderia de fato realizar K. estaria impedido a absolvição real. Chegando a esta conclusão ele se sente cada vez mais preso e afetado pelo tamanho do ateliê do pintor e apreçasse para sair do lugar, ao se ver encurralado pelo pintor que tenta vender seus quadros representando charnecas que de fato atraem sua atenção, o pintor aproveita para lhe empurrar outros diversos quadros que são exatamente iguais, apressado para ir embora K. compra-lhe todos os quadros oferecidos e assim que faz menção para sair assusta-se chamou a atenção do pintor para a janela que está olhando ― São as repartições da justiça. Não sabia que há aqui repartições da justiça? Existem em quase todos os sótãos; por que razão havia logo este de não as ter? O meu atelier também lhes pertence, mas a justiça pô-lo à minha disposição Respondeu o pintor.
Charneca: terreno inculto e árido onde há apenas vegetação rasteira com plantas e arbustos muito resistentes.